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Tribunal Superior Eleitoral

Processo Judicial Eletrônico

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0600831-63.2018.6.00.0000


em 28/08/2018 11:37:46 por HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS
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- HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS

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PROCURADORIA-GERAL ELEITORAL

________________________________________________________________________________________________

PGE Nº 122.363
3.083/18/MPE/PGE/RD

REGISTRO DE CANDIDATURA Nº 0600831-63.2018.6.00.0000


REQUERENTE: Coligação Para Unir o Brasil (PSDB/PTB/PP/PR/DEM/
SOLIDARIEDADE/PPS/ PRB/PSD)
IMPUGNANTE: Coligação Essa é a Solução (MDB/PHS)
IMPUGNANTE: Henrique de Campos Meirelles

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Excelentíssimo Senhor Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto,

A PROCURADORA-GERAL ELEITORAL vem, respeitosamente, no uso de suas


atribuições legais, com fulcro no art. 127 da Constituição Federal e no art. 41, parágrafo
único da Resolução-TSE nº 23.548/2017, apresentar

Alegações Finais

à impugnação apresentada no processo de Registro de Candidatura nº 0600831-


63.2018.6.00.0000 (DRAP), pelos fundamentos a seguir expostos.

Gabinete da Procuradora-Geral Eleitoral


Brasília/DF
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A Coligação Para Unir o Brasil (formada pelos partidos políticos PSDB, PTB,
PP, PR, DEM, Solidariedade, PPS, PRB, PSD), apresentou Demonstrativo de Regularidade
de Atos Partidários (DRAP) e pediu registro de candidatura de GERALDO JOSÉ RODRIGUES
ALCKMIN FILHO E ANA AMÉLIA DE LEMOS a Presidente e Vice-Presidente da República,
respectivamente (id 297437).

Os pedidos de registro de candidatura constam do Edital nº 03/2018, publicado


no Diário de Justiça Eletrônico de 10 de agosto de 2018 (id 297718).

A Coligação Essa é a Solução (formada pelos partidos políticos MDB e PHS)


e o candidato à Presidência da República HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES impugnaram o

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pedido de registro do DRAP, alegando vícios nas atas de algumas das agremiações
partidárias (id 301384).

Afirmam que o Partido Trabalhista do Brasil (PTB), o Partido Progressista


(PP), o Partido da República (PR), o Democratas (DEM), o Partido Republicano Brasileiro
(PRB) e o Solidariedade (SOLIDARIEDADE) não teriam deliberado expressamente, em
suas convenções partidárias, em formar coligação com todos os partidos integrantes da
Coligação Para Unir o Brasil, já que nas atas haveria menção apenas à coligação com o
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O Partido Popular Socialista (PPS), por
sua vez, teria mencionado a coligação com alguns partidos, mas não como todos, deixando
de indicar o PRB.

Invocando estas irregularidades, os impugnantes pedem:

a) o indeferimento do DRAP e, por consequência, dos requerimentos


individuais vinculados; ou

b) a exclusão dos partidos PTB, PP, PR, DEM, PRB e SOLIDARIEDADE,


mantendo a Coligação Para Unir o Brasil apenas com os partidos políticos PSDB, PPS e
PSD.

A Coligação Para Unir o Brasil apresentou contestação à impugnação,


sustentando, em síntese, que:

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a) há ilegitimidade ativa da Coligação Essa é a Solução e do candidato


HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES para questionar os atos partidários de escolha de
candidatos, por se tratar de matéria interna corporis; e

b) “as atas e documentos juntados no DRAP não deixam qualquer margem de


dúvida a respeito da composição da Coligação e da decisão que cada um dos partidos
tomou autonomamente” (id 302954).

No despacho de 22 de agosto de 2018, o Ministro Relator chamou o feito à


ordem, indeferiu a pretendida dilação probatória e determinou a intimação das partes para,
querendo, apresentar alegações finais no prazo comum de 5 (cinco) dias. Na sequência,
intimou o Ministério Público Eleitoral para manifestar-se no prazo de até dois dias (id
304851).

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A Coligação Essa é a Solução e HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES ,
impugnantes, apresentaram alegações finais (id 309563), com os seguintes argumentos:

a) a legitimidade ativa dos impugnantes decorre de expressa disposição legal


(art. 3º1 da Lei Complementar nº 64/90);

b) o ponto que se traz à discussão não se confunde com com matéria interna
corporis, mas “se atas elaboradas nas convenções partidárias, ou no exercício do poder
delegado, tal qual decidido pelos convencionais, manifestam expressamente a vontade de
coligar com todas as agremiações da Coligação 'Para Unir o Brasil'”; e

c) constitui vício insanável a ausência, nas atas das convenções partidárias, de


todas as legendas com as quais os partidos pretendem se coligar, diante da necessidade de
deliberação expressa nesse sentido;

Os impugnantes, por fim, reafirmam sua legitimidade ativa, requerem a


procedência da impugnação e apresentam quadro comparativo contendo informações sobre
como está a distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão
com a configuração atual das coligações, e como ficaria em duas outras hipóteses:
i) manutenção da Coligação Para Unir o Brasil apenas com os partidos PSDB e PP; e

1 Lei Complementar nº 64/90. Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao
Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato,
impugná-lo em petição fundamentada.

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ii) Coligação Para Unir o Brasil com os partidos PSDB, PSD e PPS (fls. 11 e 12 das
alegações finais).

A Coligação Para Unir o Brasil, impugnada, igualmente apresentou suas


alegações finais, reiterando os termos da contestação, destacando a ilegitimidade ativa dos
impugnantes, bem como a deliberação autônoma e soberana de cada um dos partidos em
integrar a coligação majoritária (id 309573).

Na oportunidade, apresentou-se ainda declaração em que se ratifica a


designação do representante da Coligação Antonio Carlos Magalhães Neto e dos delegados
Gustavo Kangger, Afonso Assis Ribeiro e José Eduardo Alckmin (id 309576).

Vieram os autos ao Ministério Público Eleitoral, nos termos do art. 41,


parágrafo único2 da Resolução-TSE nº 23.548/2017.

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II

Como mencionado, o Edital que deu publicidade ao pedido de registro de


candidaturas feito pela Coligação Para Unir o Brasil (formada pelos partidos políticos
PSDB, PTB, PP, PR, DEM, Solidariedade, PPS, PRB, PSD) foi publicado em 10/8/2018,
sexta-feira (id 297718). Por isto, o prazo para impugnação começou a fluir em 13/8/2018,
com término em 17/8/2018.

Esta impugnação foi apresentada tempestivamente às 23h33 do dia 17/8/2018


(id 301383).

Segundo a Constituição e a lei vigentes, em razão da autonomia dos partidos


políticos, os impugnantes não têm legitimidade ativa para questionar as atas dos partidos
políticos integrantes da coligação adversária.

O Tribunal Superior Eleitoral tem firme jurisprudência sobre o princípio


constitucional da autonomia dos partidos políticos, no sentido de que irregularidades sobre

2 Resolução-TSE nº 23.548/2017, Art. 41. Encerrado o prazo da dilação probatória, as partes poderão
apresentar alegações, no PJe, no prazo comum de 5 (cinco) dias, sendo os autos conclusos ao relator no dia
imediato, para julgamento pelo tribunal (Lei Complementar nº 64/1990, arts. 6º e 7º, caput).
Parágrafo único. O Ministério Público, nas impugnações que não houver ajuizado, disporá de 2 (dois) dias
para apresentar alegações finais.

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convenções partidárias só podem ser questionadas pelos próprios partidos políticos


envolvidos, por se tratar de matéria interna corporis. Apenas na hipótese de controle
jurisdicional de fraude nas próprias convenções partidárias, aptas a macular o processo
eleitoral, a Corte admite o questionamento do ato de formação de determinada coligação
por coligações ou por partidos adversários. Não é o argumento apresentado pelos
impugnantes nestes autos.

Neste sentido:

ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL. DEMONSTRATIVO DE REGULARIDADE DE ATOS
PARTIDÁRIOS (DRAP). DEFERIDO. SUPOSTAS IRREGULARIDADES
NA FORMAÇÃO DA COLIGAÇÃO. QUESTÃO INTERNA CORPORIS.
AUSÊNCIA DE IMPACTO NA LISURA DO PLEITO. COLIGAÇÃO
ADVERSÁRIA. ILEGITIMIDADE ATIVA.

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1. Candidatos, partidos políticos ou coligações não possuem
legitimidade para impugnar a formação de aliança adversária, ante a
ausência de interesse próprio, salvo em caso de fraude com impacto na
lisura do pleito. Precedentes.
2. À luz do aresto regional, questionada, pela coligação adversária, a
validade de convenção de partido integrante da coligação agravada, ausente
a hipótese excepcional admitida pela jurisprudência dessa Corte Superior,
evidenciada a ilegitimidade ativa da agravante. Aplicação da Súmula nº
24/TSE.
Agravo regimental conhecido e não provido.
(AgR no REspe 737-50, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 31/3/2017, grifos
nossos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016.


DRAP. QUESTÃO INTERNA CORPORIS. AUSÊNCIA DE IMPACTO
NA LISURA DO PLEITO. COLIGAÇÃO ADVERSÁRIA.
ILEGITIMIDADE ATIVA. DESPROVIMENTO.
1. Autos recebidos no gabinete em 16.10.2016.
2. Partidos, coligações e candidatos não têm legitimidade para
impugnar aliança adversária, haja vista falta de interesse próprio, salvo
quando se tratar de fraude com impacto na lisura do pleito, o que não é
o caso dos autos. Precedentes.
3. Conclusão em sentido diverso demandaria, na hipótese dos autos,
reexame de fatos e provas, providência inviável em sede extraordinária, a
teor da Súmula 24/TSE.
4. Agravo regimental desprovido.
(AgR no REspe 232-23, Rel. Min. Herman Benjamin, PSESS em
25/10/2016 – grifos nossos)

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No caso destes autos, a Coligação e o candidato impugnantes questionam o fato


de as atas de alguns dos partidos políticos coligados não terem expressamente mencionado
as siglas de todas as agremiações que formaram a Coligação Para Unir o Brasil.

Esta apontada irregularidade formal não expressa alegação de existência de


fraude, nem que esta fraude está apta a influir na lisura do pleito – que são os critérios
utilizados na referida jurisprudência do TSE. Por isso, a alegação feita na impugnação
situa-se no âmbito da matéria interna corporis, contida no espaço de autonomia dos
partidos políticos assegurada no artigo 17-§ 1º, e que apenas poderia ser suscitada pelos
próprios partidos:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos

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políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático,
o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos: (...)
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e
duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)

O arco de partidos políticos que formou a coligação nela se insere sem


qualquer contenda quanto a sua extensão. O consórcio formado por vários atores
partidários, no curto prazo do calendário eleitoral, é uma reunião de agremiações cuja exata
extensão somente se perfaz ao longo da realização de sucessivas e onerosas convenções,
cuja não simultaneidade impede que na deliberação convencional conste sempre com
absoluta exatidão a lista definitiva e imutável de todos os consortes.

Esta dinâmica natural do processo de coligação para a campanha presidencial


torna eloquente o silêncio dos partidos políticos integrantes da coligação sobre o teor de
suas atas convencionais quando o pacto da coligação se torna definitivo.

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A possibilidade de estes partidos impugnarem o rol final de associados, mas


não o fazerem, demonstra o animus contrahendi societatis na realização de cada uma das
convenções.

Portanto, a impugnação, ou não, do quadro final da coligação é uma


possibilidade de expressão própria e exclusiva dos partidos políticos que a integram. É a
affectio societatis que não diz respeito a quem não a integra.

Diverso, contudo, seria o questionamento da ocorrência de fraude ou ilícito na


organização e funcionamento externo da coligação gerando prejuízos ao processo político
eleitoral, como tem acentuado a jurisprudência do TSE.

Desta forma, não havendo fraude apta a impactar na lisura do pleito, vislumbra-
se a ausência de interesse próprio da Coligação Essa é a Solução (formada pelo MDB e

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pelo PHS) e do candidato à Presidência da República HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES para
questionar o demonstrativo de regularidade dos atos partidários da Coligação Para Unir o
Brasil (formada pelos partidos políticos PSDB, PTB, PP, PR, DEM, Solidariedade, PPS,
PRB, PSD).

A preliminar de ilegitimidade ativa dos impugnantes, portanto, deve ser


acolhida.

III

Ainda que se supere a questão relativa à ilegitimidade ativa, no mérito a


irresignação não merece prosperar.

Os impugnantes afirmam, em síntese, que as atas dos partidos políticos PTB,


PP, PR, DEM, PRB e SOLIDARIEDADE não enumeraram os partidos com os quais iriam
se coligar, com exceção do PSDB, e que não teria ocorrido qualquer ato posterior das
Comissões Executivas para sanar a irregularidade. Quanto ao PPS, este teria indicado em
sua ata a coligação com algumas das outras agremiações (PSDB, DEM, PSD, PTB, PP, PR
e SOLIDARIEDADE), mas sem nada mencionar sobre o PRB.

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A Coligação impugnada, por sua vez, sustenta que “Todos os partidos


integrantes da Coligação ora peticionária realizaram suas convenções e decidiram, de
forma livre e soberana, integrar a Coligação majoritária formada em torno da
candidatura de GERALDO ALCKMIN (PSDB) à Presidência da República, manifestando,
ainda, de forma expressa, sua concordância com relação a entrada de outros partidos na
Coligação”.

Quanto ao ponto em discussão, consta nas atas das convenções realizadas pelos
partidos coligados:

a) Ata da Convenção Nacional do PSDB, realizada em 4/8/2018 (id 297890):

O Presidente da Convenção anunciou que, tendo sido atingido o quórum


necessário, a votação fora encerrada e feita a apuração dos votos, pelos
escrutinadores designados, tendo sido apurados 290 votos o resultado foi o

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seguinte: 1) aprovada por 288 votos a favor, 001 voto contra e 001
abstenção, a escolha de Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho como
candidato do PSDB à Presidente da República nas eleições de 2018; 2)
aprovada por 283 votos a favor, 002 votos contra e 003 abstenções, a
escolha de Ana Amélia de Lemos, do Partido Progressista, como
candidata à Vice-Presidente da República nas eleições de 2018 em
coligação com o PSDB; 3) aprovada por 284 votos a favor, 004 votos
contra e 001 abstenção, a celebração de Coligação Nacional com DEM,
PP, PPS, PR, PRB, PSD, PTB e SDD;

b) Ata da Convenção Nacional do PTB, realizada em 8/7/2018 (id 297891):

Submetida a proposta de formação de coligação do PTB com o PSDB e


partidos aliados e coligados para o apoio da candidatura de GERALDO
ALCKMIN à Presidência da República aos convencionais a mesma
restou aprovada por aclamação.

c) Ata da Convenção Nacional do PP, realizada em 2/8/2018 (id 297892):

Sobre o segundo item da pauta, “b) Deliberar sobre proposta de coligação”,


o Senhor Presidente submeteu à deliberação dos presentes a proposta de
coligação com o Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB em
apoio ao seu pré-candidato à Presidência da República, Geraldo
Alckmin, e evidentemente com os demais partidos que vierem a
integrar essa mesma coligação, o que foi aprovado por aclamação.

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d) Ata da Convenção Nacional do PR, realizada em 27/7/2018 (id 297893):

Findada a conferência, foram registrados 137 envelopes do total de 162


votos possíveis, conferindo o número com a lista de presença, parte
integrante da presente ata. Após a apuração, foram registrados 137 votos
favoráveis à proposta de número 1 - Sim - Apoiamento da candidatura à
Presidência da República, tendo por nome principal o ex-Governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, com a celebração de coligação em nível
nacional para a candidatura de Presidente da República e Vice-
Presidente da República com o Partido da Social Democracia
Brasileira/PSDB e demais agremiações que vierem a compor a
coligação (…)

e) Ata da Convenção Nacional do DEM, realizada em 2/8/2018 (id 297894):

Com a palavra, o Prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto colocou em


votação a proposta de formalização da Coligação do Democratas com o
PSDB e demais partidos, bem como do apoio à candidatura à

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Presidência da República do ex-governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin. Colocada em votação, a proposta foi aprovada por aclamação.

f) Ata da Convenção Nacional do SOLIDARIEDADE, realizada em 28/7/2018


(id 297895):

Realizados os discursos, o Secretário Geral leu a proposta de apoio a


candidatura do Senhor Geraldo Alckmin, filiado ao Partido da Social
Democracia Brasileira-PSDB, ao cargo de Presidente da República e ao
nome a ser indicado ou referendado pelo PSDB para a candidatura ao
cargo de Vice-Presidente da República, podendo esse ser filiado ou não
ao SOLIDARIEDADE, bem como a coligação nacional do
SOLIDARIEDADE com o PSDB e demais partidos que vierem a aderir
a presente coligação a ser formada em apoio a candidatura a presidente
da República do Senhor Geraldo Alckmin. Colocado em votação foi
aprovada a proposta.

g) Ata da Convenção Nacional do PPS, realizada em 4/8/2018 (id 297896):

Colocada em votação, foi aprovada por unanimidade a coligação nacional


com o PSDB e com os demais partidos que vierem a compor a mesma
coligação que tem o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato à
Presidência da República, tais como DEM, PSD, PTB, PP, PR,
Solidariedade, entre outros.

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h) Ata da Convenção Nacional do PRB, realizada em 1/8/2018 (id 297897):

Na oportunidade, o Presidente Nacional, submeteu aos convencionais do


PRB o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB, ao cargo de
Presidência da República, bem como compor a coligação que apoiará a
candidatura do Sr. Geraldo Alckmin, ao cargo de Presidência da
República. (…) Colocada em votação, a proposta foi aprovada por
unanimidade.

i) Ata da Convenção Nacional do PSD, realizada em 28/7/2018 (id 297898):

(…) foi aprovada a Chapa nº1, com a declaração de apoio à candidatura


ao cargo de Presidente da República a ser indicado pela Chapa
encabeçada pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, com
número de legenda 45, considerando o nome a Vice-Presidente da
República que for indicado pelos partidos que compõem a Coligação e
por aqueles que ainda irão formalizar o apoio.

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Cada uma destas atas registra que o partido político dispõe-se a apoiar o
candidato do PSDB, a formar uma coligação com este partido e com os demais que vierem
a compor a coligação. Analisando-se o teor de todas as atas, verifica-se que, por
deliberação dos convencionais de cada agremiação, por maioria ou unanimidade, decidiu-
se pela participação dos partidos na coligação que lançaria o nome de Geraldo Alckmin
como candidato à Presidência da República nas eleições de 2018.

Embora não tenham sido nomeadas, em cada ata, as siglas de todas as


agremiações que fariam parte da coligação, a vontade partidária de integrar a coligação de
partidos que viriam a se coligar para apoiá-lo é expressa e sem restrição a qualquer partido
político. Tal circunstância não gera dúvida alguma sobre a manifestação expressa de
vontade, evidenciada nas convenções partidárias, no sentido da união dos partidos ao redor
de um candidato único à presidência da República e para a formação da Coligação Para
Unir o Brasil (PSDB/PTB/PP/PR/DEM/ SOLIDARIEDADE/PPS/PRB/PSD).

Vale destacar, inclusive, que ao tempo da convenção e após seu desfecho não
houve restrição a qualquer partido político nem qualquer questionamento acerca da
coligação por nenhum filiado ou órgão partidário dos partidos coligados.

Mostra-se evidente, assim, a convergência de vontades dos partidos, necessária


para a formação da Coligação Para Unir o Brasil.

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Por isso, diante da inexistência de irregularidades na formação da Coligação


Para Unir o Brasil e atendidos os requisitos previstos na Resolução-TSE nº 23.548/2017,
além das formalidades legais (conforme informação prestada pela Seção de Gerenciamento
de Dados Partidários – SEDAP, do Tribunal Superior Eleitoral – id 304543, e
documentação complementar apresentada pela Coligação – id 309576), há de ser deferido
o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP).

IV

Nestes termos, o Ministério Público Eleitoral manifesta-se pelo


reconhecimento da ilegitimidade ativa dos impugnantes ou, caso assim não se entenda, pela

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improcedência da impugnação e pelo deferimento do DRAP da Coligação Para Unir o
Brasil.

Brasília, 28 de agosto de 2018.

Raquel Elias Ferreira Dodge


Procuradora-Geral Eleitoral

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