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NEMUEL kessler
ÉTICA
PASTORAL
O comportamento
do pastor diante de Deus
e da sociedade
CM)
Todos os Direitos Reservados. Copyright © 1989 para a língua port-
guesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
Gn - Gênesis Pv - Provérbios
Ex - Êxodo Ec - Eclesiastes
Lv - Levítico Ct - Cantares
Nm - Números Is - Isaías
Dt - Deuteronômio Jr - Jeremias
Js - Josué Lm - Lamentações de Jeremias
Jz - Juízes Ez - Ezequiel
Rt - Rute Dn - Daniel
1 sm - 1 Samuel Os - Oseias
2 sm - 2 Samuel Jl - Joel
1 rs - 1 Reis Am - Amós
2 rs - 2 Reis Ob - Obadias
1 cr - Crônicas Jn - Jonas
2 cr - 2 crônicas Mq - Miquéias
Ed - Esdras Na - Naum
Ne - Neemias Hc - Habacuque
Et - Ester Ag - Ageu
Jó - Jó Zc - Zacarias
Sl - Salmos Ml - Malaquias
NOVO TESTAMENTO.
M t - M a te u s 1 T m - 1 T im ó te o
M c - M a rc o s 2 T m - 2 T im ó te o
L c - L ucas T t - T ito
Jo - Jo ã o F m - F ile m o n
A t - A to s H b - H e b re u s
R m - R om anos T g - T ia g o
1 C o - 1 C o rín tio s 1 P e - 1 P e d ro
2 C o - 2 C o rín tio s 2 P e - 2 P e d ro
G l - G á la ta s 1 Jo - 1 Jo ã o
E f - E fé s io s 2 Jo - 2 Jo ã o
F p - F ilip e n s e s 3 Jo - 3 Jo ã o
C l - C o lo s s e n s e s Ju - Judas
1 T s - 1 T e s s a lo n ic e n s e s A p - A p o c a lip s e
2 T s - 2 T e s s a lo n ic e n s e s
Apresentação
11
A le itu ra d este livro c e rta m e n te a ju d a rá a m uitos
ob reiro s a alcan çarem u m a visão m ais p ro fu n d a da
d ig n id ad e do m in isté rio e p rin c ip a lm e n te dos deveres
que cad a um tem p a ra com D eus e p a ra com o reb an h o
que lh es foi confiado. Q uem sabe se o versícu lo v in te, do
cap ítu lo treze, do livro de Je re m ia s, não sig n ifica que
c h e g a rá o d ia quan d o o S en h o r e x ig irá de cad a p a s to r a
p re s ta r e s tr ita co n ta do reb a n h o que lhe foi e n tre g u e ?
P arece co n co rd ar com a recom endação do apóstolo P edro
n a su a p rim e ira c a rta , versícu lo dois a q u atro , do
cap ítu lo cinco.
O p a s to r N em uel com m u ita se g u ra n ç a faz citações
de bons livros, re v ista s e valorosos escrito res, q u alid ad e
de um e sc rito r a b so lu ta m e n te a fa sta d o de q u a lq u e r
se n tim e n to egocêntrico, não deixando de se r o seu livro
bem o rig in al. P o rta n to , nos sen tim o s h o n rad o s em o
a p re s e n ta r aos leito res em g e ra l e m u i esp ecialm en te
aos obreiros evangélicos e su a s esposas; os se m in a rista s
o devem le r com esm ero, m o rm en te aq u eles que sen te m
a ch a m a d a vocação d iv in a p a ra o m in isté rio da s a n ta
P a la v ra de D eus.
A le itu ra de bons livros não é a p e n a s "recreio". E a u
m ento de conhecim entos e p ro g resso de in telig ên cia.
Com a le itu ra da B íb lia e de livros sadios, alim en tam o s
a n o ssa alm a e desenvolvem os o nosso in telecto .
12
Porque Escreví
este Lívro
Foí um esforço q u ase so b re-h u m an o co n cluir este
livro não porque o a ssu n to não fosse in te re s s a n te , de
form a alg u m a, m as p o r c a u sa dos tem pos difíceis e
tra b a lh o so s de que falou o apóstolo P au lo a Tim óteo,
m o rm en te quan d o e n c u rta m o longo p ercu rso d a v id a
m in iste ria l.
F o i esse cam inho, cheio de o p o rtu n id ad es aos que
d esejam firm ar-se como ú te is  quele que nos cham ou,
que, to rn o u p o ssív el d isc o rre r sobre as e ta p a s concluídas
d este g ran d e, porém condensado, assu n to .
C reio que s e ria in d isp en sáv el, n e ste livro, m u ita s das
observações p a sto ra is, se a ascen d ên cia m in iste ria l se se
p ro cessasse de form a bíblica, e se esp e lh a sse nos
d itam es de N osso S en h o r J e s u s C risto. M as não tem
sido assim , pois, de fo rm a p a te n te a d a , e s ta n e fa sta
reg ressão , p ro c ra s tin a d a p o r alg u n s, vem elim in an d o
g ran d e p a rte do e n tu s ia s
13
mo dos que d esejam h a u r ir d as ex p eriên cias d aq u eles
cujo cam inho d ev eria s e r exem plo.
A viv ên cia do m in istério , desde cedo n a m in h a
ch am ad a, fez-m e co m p reen d er que cad a p asso dado
n u n c a s e ria em lin h a re ta , se q u isesse ch eg ar ao fim .
N as p ró p ria s im perfeições, p u d e d e sc o rtin a r que o m ais
ex celen te s e ria p ro c u ra r a p re se n ta r-m e a D eus
"aprovado”, s e r sóbrio em tudo, co m b ater o bom
com bate, a c a b a r a c a rre ira e g u a rd a r a fé.
A ssim , escrev i e ste livro porque, n a lin h a do
tem po, os espaços que a in d a ocupo p a ra D eus re v e la ra m
que nem to d a p e d ra pode se r la p id a d a co m p letam en te, e
que as b a rre ira s d a n a tu re z a h u m a n a podem c o n trib u ir
in cisiv am en te p a ra o in su cesso de m u ito s m in istro s da
P a la v ra .
E screv i este livro porque as ric as fontes das
ep ísto la s p a u lin a s podem re u n ir p a ra os egresso s de
in s titu to s bíblicos, ou p a ra os que neles estão , as m ais
sé ria s a d v e rtê n c ia s c o n tra o d e sp rep aro m in iste ria l, ou
m esm o p a ra os que, longe dos g ran d es cen tro s, se
escu d am nos p rin cíp io s expostos n e s ta obra.
E screv i e ste livro tam b ém em b asad o n as
ex p eriên cias de renom ados hom ens de D eus, porq u e a
ch a m a d a tra n sc e n d e a form a p a ra d o x a l que se vê no
crescen te n ú m ero de neófitos m in iste ria is.
F in a lm e n te , escrev i p a ra que seja e ste livro u m a
v ív id a le m b ra n ç a do nosso com prom isso com D eus, com
a Ig re ja de N osso S en h o r J e s u s C risto, com a n o ssa
fam ília e conosco m esm o.
NEMUEL KESSLER
14
I
Qualidades do Pastor
(2) OB, p. 41
(3) Alcebíades P. Vasconcelos
17
das coisas que tem ouvido e que lhe tocam o coração. O pastor, além
de lembrar-se frequentemente de sua redenção pessoal, deve
esforçar-se também para enriquecer a sua vida cristã de novas
experiências da graça de Deus por todos os meios ao seu alcance. (4)
O apóstolo Paulo, mesmo na certeza de sua chamada, não
tomou por humilhação o ser escolhido para levar esmolas aos irmãos
pobres da Judéia, na liderança de Barnabé (At 11.29,30; 12.25).
O começo de nossos líderes de campos de extensões apostólicas
foi "vendo, ouvindo e obedecendo”.
Jesus Cristo, sendo Filho de Deus, demonstrou o seu amor para
as diversas classes sociais: "O Filho do homem também não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de
muitos" (Mt 20.28; Fp 2.7,8). Este amor para com a humanidade,
para com as pessoas, deve ser característico da chamada divina. E o
pastor se forma amando e ganhando as almas para Deus,
descobrindo o seu valor (calculado em lágrimas, sangue e suor) e,
assim como o céu deu tudo em troca de uma alma, deve o ministro,
se necessário for, oferecer a sua própria vida para levá-la a Deus.
Não é muito fácil para o ministro m anter acesa esta compaixão,
mesmo sendo o amor à humanidade o seu motivo primordial, pois a
tendência de sua auto-preservação pode transformá-lo num ser frio e
desconfiado, chegando a perder a simpatia dos colegas e a compaixão
pelos perdidos. Se o próprio Jesus Cristo lutava persistentemente
para afastar dos seus discípulos o espírito de ambição, inveja e o
desejo de ser servido, quanto mais o Espírito Santo luta conosco no
mesmo sentido.
A vocação divina inclui o profundo desejo de obedecer à voz do
Bom Pastor na sua consciência, com a exigência, muitas vezes, de
sacrifícios e sofrimentos. O apóstolo Paulo declara que "se anuncio o
Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa
obrigação" (1 Co 9.16). "Os verdadeiros pastores são o dom de Cristo."
É Ele
(4)AR.Crabtree,61
18
Q uem lhes d á o coração de pastor, a "entranhável afeição de
Jesu s Cristo Cristo"(Fp 1.8).
2. CONDUTA PESSOAL
O m aior pasto r que a Bíblia nos ap resen ta é Jesu s
Cristo. Ele é o modelo por excelência. E é dele que devemos
tira r as características p a ra o perfeito desem penho m inisterial.
Características do Pastor
1. T er cuidado de si m esm o e d a doutrina (1 Tm 4.16),
porque assim fazendo, salvará tan to a si m esm o quanto
aos que o ouvem. Se negligenciarm os este princípio,
sofrerem os as terríveis conseqüências, "pois a lei da
sem eadura é inexorável". Paulo é explícito em su a
exortação: "Se alguém ensina algum a doutrina, e não se
conform a com as sãs palavras de nosso Senhor Jesu s
Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é
soberbo, e n ad a sabe, m as delira acerca de questões e
contendas de palavras, das quais nascem invejas,
porfias, blasfêm ias, ru in s suspeitas. C ontendas de
hom ens corruptos de entendim ento, e privados da
verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho,
ap arta-te dos tais" (1 Tm 6.3-5). (Cf 2 Tm 3.10; 4.2; T t
1.9).
2. S er irrepreensível, vigilante, sóbrio, honesto, hospi
taleiro, apto p a ra ensinar, não cobiçoso, de torpe ga
nância, não avarento (1 Tm 3.2,3).
3. O bediente, hum ilde e sábio, como Epafrodito, com
panheiro de Paulo (Fl 2.25), hom em com três quali
dades essenciais p a ra o bom m inistro: fraternidade,
espírito de cooperação e de com panheirism o.
4. Q ue governe bem a su a própria casa, e te n h a os seus
filhos em sujeição, com toda a m odéstia (1 Tm 3.4).
5. Q ue ten h a bom testem unho dos que estão de fora.
O nésim o era "um irm ão fiel" (Cl 4.9) e EpafTas, "grande
cooperador de Paulo" de quem diz: "Saúda-vos E pafras,
que é dos vossos,... Pois eu lhe dou testem unho de quem
tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia,
e pelos que estão em H ierá-
19
polis” (Cl 4.12,13). (Cf Cl 1.7; F l 23; 2 T m 4.12; T t 3.12;
E f 6.21).
6. T er u m a grande capacidade de perdoar. O pastor co
nhece as fraquezas de su as ovelhas e sabe perdoá-las
(Jo 4 e Jo 8). O perdão não se m ede e nem é barato:
custa um preço - custou u m a crucificação. ”Ao Senhor,
nosso Deus, pertence a m isericórdia e o perdão; pois nos
rebelam os contra ele” (Dn 9.9). H á dois tipos de perdão:
o vertical (Lc 18.10-12) e o horizontal (M t 5.44-48;
6.14,15; 1 Jo 4.20).
7. T er u m a grande capacidade de autodom ínio. No
exercício do seu m inistério, deve o pastor dom inar-se a
si m esm o p a ra m erecer grande confiança e ilim itado
respeito n a com unidade. ”Todos podem se ap ressar em
falar, m enos o pastor. Sabe perguntar, sabe identificar
o centro de u m a questão, sabe julgar com
discernim ento.”
8. T er u m a grande capacidade de form ar obreiros. (5) O
evangelista funda igrejas. O m estre edifica vidas
através do ensino. O pastor form a obreiros. N ão apenas
isto, m as tam bém isto. Jesu s preparou 12, depois
preparou m ais 70, depois continuou preparando. T a
refa do pastor. N ão a descuidemos. O pastor deve
p rep arar os seus auxiliares, os seus cooperadores, o seu
substituto. O p astor deve olhar p a ra os jovens com
am or e visão espiritual (At 16.3a).
9. O bom m inistro :()
a. am a (2 Co 11.11)
b. tra b alh a (1 Co 9.16; 2 Tm 4.2)
c. dá a su a vida pela obra (2 Tm 4.6-8)
d. é cheio do E spírito Santo (At 4.31)
e. fala o que convém à sã doutrina (Tt 2.1)
£ am a a evangelização (Rm 1.16)
g. é sofredor (2 Tm 2.3; 3.11; A t 14.19)
h. visita o rebanho
10. T er capacidade p a ra dirigir sabiam ente a igreja (1 Co
14.40), com equilíbrio, graça e sabedoria e exerci-
(5) G. Gomes
(3) L ázaro B A lves
20
ta r o dom recebido de D eus e desenvolvê-lo (Rm 12.6
8).
11. Deve, ainda, o m inistro, possuir as seguintes carac
terísticas:
1. ser tolerante
2. intrépido
3. de conduta ilibada
4. hum ilde
5. te r boa apresentação e agradável
6. ser estudioso
7. ser sincero e bondoso
8. te r boas relações com D eus
9. en tu siasta
10. intensam ente hum ano
11. ser de oração
Enfim , como disse D onald Gee, "nem todo o brilhante
pregador ou m estre é bom pastor; e tam bém nem todo o
E vangelista poderá tornar-se pastor. H á diversidade de dons.
N ão é o caso de se m enosprezar um m inistério por causa de
outro, e sim o de se perceber que cada m inistério req u er o seu
próprio dom, que só D eus pode conceder. Felizes são as igrejas
que têm pastores fiéis a velar por suas aluías, ainda que lhes
falte notável brilho dos dons de retórica".
3. DESAFIOS MODERNOS
/
21
"Os assaltos contra o C ristianism o neste século talvez
sejam os m ais poderosos e os m ais sutis de todas as épocas a
historia cristã. E nquanto não h aja ta n ta perseguição m io em
outros tem pos; e em m uitos lugares os pastores sejam
honrados e prestigiados, ao m esm o tem po os adversários se
m ultiplicam e operam poderosam ente."(7)
O m aterialism o vem destruindo tudo o que de verdadeiro
possui a religião C ristã e a fé em Cristo Jesus. P aralelam ente
ao m aterialism o, agiganta-se o secularism o, influenciando
inconscientem ente pastores descuidados da sutileza do
inimigo. "O pasto r inform ado bem sabe que a civilização não é
o cristianism o, m as o cristianism o é o sal que preserva os
m elhores elem entos da civilização. "(8)
4. RECURSOS DO PASTOR
O pregador m oderno dispõe das verdades do Evangelho
para proclam ar as insondáveis riquezas de Cristo, dom inado
pelo poder do E spírito S anto p a ra ser testem u n h a tan to em
Jerusalém , como em toda a Ju d éia e S am aria, e até aos
confins d a te rra (At 1.8). O pregador tem o m esm o Evangelho
dos apóstolos, m as, "paradoxalm ente, só tem as riquezas deste
Evangelho à m edida que as possui no seu espírito, à m edida
que as apropria pela fé, am ando o Senhor de todo o seu
coração, de toda a su a alm a, com todas as su as forças, e com
todo o seu entendim ento".(9)
E m avançada idade, Paulo escreve a Tim óteo (1 Tm 13):
"Persiste em ler, exortar e ensinar."
1. Persistir em Ler
A expressão correspondente a "persistir em", no original
grego, pode tam bém ser traduzida por "preocupa-te com,
"aplica-te a", ou "dedica-te a". Q ualquer destes sentidos
dem onstra que é dever do pastor dedicar-se ou plicar-se à
leitura. (APV).
A Bíblia é o grande recurso do pastor; ela não som ente
deve estar à su a m ão como, tam bém , em seu coração; deve te r
diligência ao estudá-la (2 T m 2.15), trazendo à memó-
(8)A.R.Crabtnee,AD.RdoMinistério,64
AR. Crabtree
22
ria as coisas estudadas, como para gozar de novo a sua, pois isto
enriquece a compreensão das lições (1 Tm 4.13,15). A Bíblia é o
m anual do pastor; ela descreve tudo quando lhe é indispensável para
servir bem a Deus, como também é de vital importância ao rebanho
sobre o qual Deus o constituiu bispo (At 20.28).
Secundariamente, os livros que versem sobre a Bíblia n igreja
ajudarão o pastor a se fundamentar ainda mais seus próprios
conhecimentos de doutrina cristã, e, através da comparação com
outros sistemas doutrinários, defender o rebanho das falsas seitas, e
convencer os condizentes” (Tt 1.9).
O pastor que não se atualiza de forma alguma poderá Tender
o seu rebanho contra os perniciosos ensinamentos heréticos que
surgem a todo momento. Quando, estudando pesquisando, seus
conhecimentos teológicos irão se firmando cada vez mais e lhe darão
segurança em suas afirmações.
2. P ersistir em Exortar
”O verbo exortar, na língua grega, deriva-se do substantivo
Paracleto, que é o título atribuído por Jesus ao Espírito Santo, e
significa, principalmente, o Consolador. Talvez este sentido pareça
estranho àqueles que consideram a exortação como compreensão ou
correção com palavras duras. Todavia, nada mais é do que persuadir
com a verdade, avisar quanto ao perigo iminente, e admoestar com a
sã doutrina.”
3. A plicar-se ao Ensino.
Como se pode ensinar sem que se haja aprendido? (Jo 14.26).
O ensino da doutrina é um a das responsabilidades mais
importantes do pastor, ”pois ela é o alimento de que se nutrem as
ovelhas” (SI 23.2,5).
Ensina-nos o pr. Alcebíades P. Vasconcelos que o mestre que se
preza é aquele que estuda minuciosamente a lição antes de aplicá-la
à sua classe, demonstrando amplo domínio sobre o assunto, como se
conhecesse o autor do livro texto. Tal aspecto, diz-nos, é evidente no
livro de Atos,
23
quando os m estres de Israel prenderam os apóstolos Pedro e
João, e após ouvirem su a defesa, ficaram m aravilhados, pois,
sendo indoutos, revelaram hav er estado com Jesu s e
aprendido dEle.
"O pastor deve receber a m ensagem diretam ente de
Deus, am assando o pão nos próprios joelhos e serví-lo quente à
igreja”, dizia S am uel N ystrón, dem onstrando que o m inistro,
ao preparar-se p a ra pregar ou doutrinar, deve estu d ar à base
de pesquisa cuidadosa e de oração perseverante (M t 13.52).
O u tra verdade que expressa é que m uitos pastores privam -se
deste benefício, pois atribuem ao E spírito S anto a m issão de
alim entar a preguiça pastoral, baseando-se n a prom essa de
M ateus 10.19,20, e aguardam a m ensagem n a hora exata em
que vão pregar, sem o devido preparo. Ao ensinar, deve o
p astor preocupar-se em falar o que Cristo falaria se estivesse
em seu lugar. E sta verdade está expressa em Atos 20.26,27:
"Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou lim po do
sangue de todos, porque nunca deixei de vos anunciar todo o
conselho de Deus."
P a ra enfren tar os desafios modernos, o pastor precisa
continuar voltado p a ra o estudo profundo das E scrituras
Sagradas, possuir u m a cultura adequada p a ra "entender com
sim patia a m entalidade do povo, e ap resen tar os ensinos da
Bíblia como orientação segura de vida".(io) O povo não se
satisfaz m ais com superficialidades; ele tem fome e profundas
necessidades espirituais e sede das verdades bíblicas, e cabe ao
pastor alim entá-los com as grandes verdades da revelação
divina apresentadas n a exposição das S agradas E scrituras.
(ío )A .R .C ra b tree
24
II
O Pastor
e sua Vida Particular
1. A VIDA ESPIRITUAL
Um famoso pregador disse em certa conferência que "Posso
pregar um evangelho poderoso, fundamental e produtivo, mas se a
m inha vida não estiver cheia do Espírito Santo, se não viver em
santidade, a mão de Deus se afastara de mim. O mesmo poderá
acontecer com você: cairá e naufragará."
Assim como nenhum crente deixa de ser alvo das tentações do
Diabo, o pastor muito mais não está isento da destruição do Inimigo,
pois ele sabe que, se derrubar o obreiro de Deus, terá, com isso,
manchado a sua obra.
Em sua vida, o pastor precisa conservar-se santificado para o
desempenho de seu papel aqui no mundo. Analisemos duas partes
importantes de sua vida:
a) Santidade
• D eus é Santo
Quando Deus relacionava a Moisés os animais puros e os
imundos, asseverou-lhe: "Porque eu sou o Senhor vosso
25
Deus; portanto vós vos santificáreis, e sereis santos, porque eu sou
santo." (Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1 Pe 1.16). Na visão de João no
Apocalipse, "os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas,
e ao redor, e dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem
de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o
Todo poderoso, que era, e que é, e que há de vir." (Ap 4.8). Essa é a
declaração incessante do céu a Deus, o nosso Deus.
E porque Ele é Santo, exige de seus seguidores a santidade,
como diz o apóstolo Pedro: "Mas, como é santo aquele que vos
chamou, sede vós também santos em toda a vossa m aneira de
viver." (1 Pe 1.15).
27
2a) Coxo
São os que não possuem andar firme e que por isso mesmo não
oferecem nenhum a firmeza, não se podendo confiar em tais pessoas
(Hb 12.12).
3 a) Nariz chato
Defeito dos mais visíveis, e certamente se refere aos que entram
em questões alheias (1 Pe 4.15).
5a) Pé quebrado
Assim como aquele que tem o pé quebrado e está im
possibilitado de andar, espiritualmente refere-se aos que não andam
dignamente na presença de Deus (Ef 4.1).
6a) M ão quebrada
Significa a inatividade de servir, de trabalhar. Espiritualmente,
é desolador ter as mãos quebradas para o serviço do Senhor e, em
especial, no servir a Deus com o dízimo (Ml 3.10).
7 a) Corcunda
Os que sofrem desse defeito não têm condições de olhar para
cima, mas somente para baixo, e no sentido espiritual são os que não
buscam as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus (Cl 3.1), mas somente o que é desta vida (1 Tm
6.9,10; Lc 12.17-21). O ministério está cheio de corcundas!
8a) A não
São os que não crescem, e no campo espiritual simbolizam os
que não crescem convenientemente no conhecimento de Cristo (2 Pe
3.18; Hb 5.13,14).
28
9a) Belida no olho
A belida no olho é uma névoa ou mancha esbranquiçada na
córnea do olho, e que pouco a pouco vai enfraquecendo a visão. Os
que têm visão curta somente vêem as coisas Que estão de perto.
Assim é com os que só enxergam o que está ao seu redor, isto é, têm
visão curta da obra de Deus, e pastorado de sua igreja é um fracasso
(2 Pe 1.4-9; Ap ; 18).
10a) Sarna
A sarna é uma afecção cutânea contagiosa, parasitária e que
fala naturalmente dos que contaminam os outros (Tt. 1 0,15; Jd
17,19; Is 59.3).
11a) Im pigens
As impigens são um mal estático, imóvel, e represetam a
impureza de mente e de coração (Tt 1.15; Lc 11.39-41; SI 24.3,4; Ef
5.3,5).
12a) Quebradura
Fala dos defeitos ocultos na vida da criatura, são roturas e
quebraduras internas. Em tais pessoas não se pode Confiar, visto
que são prejudicadas da graça (Fp 3.17-19; Rm 16.17,18).
b) Pecados da Língua
Tiago, irmão de Jesus Cristo, dedicou quase que um Capítulo
inteiro de sua epístola (cap. 3) ao domínio da língua. Reconhece a
verdade de que “todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não
tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso para também
refrear todo o corpo” (Tg 3.2).
Vejamos alguns tropeços que o pastor pode incorrer ao longo de
seu ministério, utilizando-se da língua:
• Conversação torpe
/
E da abundância do coração que a boca fala (Lc 6.45; Ml,
15.18).
29
A fala é a faculdade que distingue os homens dos animais; é o
sinal de sua personalidade. O pensamento é impossível sem
palavras. "O pensamento antecede à ação, como o relâmpago
antecede ao trovão." J á dizia Heine, e o caráter de um a pessoa é
revelado pela própria maneira de falar e se expressar. Por isso é que
Paulo, ao usar o termo "...despojai-vos também de tudo:... das
palavras torpes da vossa boca" (Cl 3.8), estava se referindo à
linguagem obscena do falar, do "abuso de boca suja", pois o termo
grego "aischros" significa "feio", "vergonhoso", "vil", "aviltante", e
retém a idéia tanto de profanação como a de obscenidade,
juntamente com a idéia de abuso. Ele ainda condena
veementemente essa prática, que é oposta à santidade cristã,
dizendo que, a não ser a que for boa para promover a edificação,
nenhuma palavra deve sair de nossa boca; nem a prostituição
(profanação, aviltamento); impureza ou avareza (mesquinhez,
esganação); nem torpezas (procedimento ignóbil; impudicícia); nem
parvoíces (tolices); nem chocarrices (gracejo atrevido) mas antes
ações de graça (Ef 4.29 e 5.3,4). Isto quer dizer que deve o pastor
fazer uso da fala com ações de graças, apropriando-se dessa fa
culdade, e bendizer e louvar a Deus, visando o real proveito em suas
conversas com o próximo, beneficiando-o com palavras dignas e
edificadoras, em contraste com a linguagem dos incrédulos.
Ao ministro não convém reunir-se com seus amigos e incorrer
no Salmo 1.1, estando certos de "que de toda a palavra ociosa que os
homens disserem, hão de dar contas no dia do juízo" (Mt 12.36); e o
uso frequente da palavra torpe, que também significa "podre",
"decadente", usada para indicar peixe, carne ou vida vegetal
estragados, ou seja, "mau", "corrupto", "imoral", acostumará o
ministro a não dar ouvidos a Deus "tal como os ímpios temem fazê-
lo".
Esse procedimento inadequado tem levado muitos ao descrédito
e ao arrefecimento espiritual, tornando suas palavras como o sino
que tine, e levadas pelo vento.
Assim "cada encontro de um homem com seu próximo lhe
apresenta um a ocasião de transm itir graça para aqueles que ouvem"
(Wedel). Essa deve ser a atitude do pastor sempre que entrar no
campo da conversação. 30
30
• C rítica
"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo
com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes
medido vos hão de medir a vós" (Mt I 1,2).
As palavras do Senhor Jesus não se traduzem em tolerância
para o mal, mas que é nosso dever sondar sempre os erros de nossa
própria vida.
A crítica tem duas facetas:
1. faculdade de julgar com conhecimento; e
2. condenação ou censura desfavorável. Biblicamente, isto é
traduzido pelo apóstolo Paulo como "pecado da malícia" (1 Pe
2.1), e que denominamos suavemente "crítica".
Existe a crítica construtiva e a destrutiva, que esboçam grandes
diferenças entre si. Pastores há que usam a vara" para ajudar a
ovelha, sem machucá-la, sendo isto prova de cuidado, assim como o
pai, que com amor critica seu filho, sem que cesse sua afeição por ele.
Outros, porém, são tão críticos que deixam marcas profundas de
desgosto em suas ovelhas, e os pais em seus filhos, matando a afeição
que sentem.
"A falta de amor para com um irmão é a raiz de toda crítica
destrutiva e das divisões nas igrejas cristãs. Não criticamos as
pessoas que nos são caras, incluindo a nós mesmos, e não
permitimos que sejam criticadas. Criticamos os que significam
menos para nós. E, procedendo desta forma, demonstramos a nossa
falência no amor de Cristo” (3)
Quando o ministro deixa o espírito de crítica apossar-se de si, é
porque oculta-se em seu interior a "podridão dos ossos",
proverbialmente traduzida por "inveja" (Pv 14.30).
Segundo Finneu, essa raiz am arga do espírito de crítica há de
ser totalmente desarraigada se quisermos preparar o caminho do
Senhor. Deus sabe antecipadamente que nossa capacidade para
essa prática é infinitamente fra
©J.E. Orr
31
ca, falível e cega, e que não é trabalho apropriado ao nosso coração
vaidoso (Rm 14.4 - "Quem és tu que julgas o servo alheio?'). E a
crítica tem nutrido muitas outras coisas contrárias ao amor do
Evangelho de Jesus, e muitos pastores estão tão habituados com
esse espírito que não sabem como livrar-se dele. Acostumaram-se a
falar de quase tudo que vêem errado nos outros nos termos mais
ásperos e terríveis. E comum dizerem das opiniões, conduta ou con
selho dos outros, ou da sua frieza, seu silêncio, sua cautela,
moderação, prudência e m uitas outras qualidades que manifestam,
que são do diabo ou do inferno; que tais pessoas estão servindo ao
diabo, de modo que os termos diabo e inferno estão quase
continuamente em seus lábios. E semelhante linguagem empregam
não só referindo-se a homens maus, mas também àqueles que eles
mesmos admitem ser verdadeiros filhos de Deus e mesmo a
ministros do Evangelho. E consideram virtude e grande vantagem
assim portar-se.
Porém, o cristão verdadeiro é humilde, revestido de submissão,
brandura, mansidão, docilidade de espírito e de procedimento. Não
enche a sua boca de linguagem im unda contra os filhos de Deus "sob
a capa de santidade", mas tem modo e comportamento terno e
afável, como recomenda Paulo: "Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade,
de humildade, de mansidão, de longanimidade" (Cl 3.12).
Carlos R. Padilha(4) apresenta vinte princípios importantes
que, se aplicados adequadamente, ajudarão o pastor a controlar o
seu ímpeto crítico, tornando saudável suas observações:
32
e. ser honesto
f. falar a verdade em amor
g. ganhar o direito de ser escutado
h. ser objetivo e específico
i. sugerir alternativas
j. orientar-seporperguntas positivas
• Cólera/ira/ódio
A cólera pode ser extravasada em toda sorte de palavras
ofensivas, e tem variedade de sentidos:
• indignação
• irritação
• impaciência
• vexação
• am argura
• exasperação
• ressentimento
• paixão
• m au gênio
• ira
• ódio
• raiva
• fúria
Quando Paulo diz "Irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26), não está nos
autorizando a que nós nos iremos, e também não quis dizer que, se
nos irarmos, "de modo algum come
33
teremos pecado, contanto que abafemos nossa ira antes do cair da
noite.”
A Bíblia está cheia de advertência contra a ira, e muitos
pastores têm atribuído o seu m au gênio aos nervos, transformando
com isso um a falta grave em simples enfermidade.
”E muito melhor admitir a falta, arrepender-se e confessá-la,
abandonando-a e pedindo humildemente perdão por ela. Deus pode
conceder-nos vitórias ao longo das linhas das nossas maiores
derrotas. Podemos transformar, pelo domínio próprio, o m au gênio;
torná-lo gênio bom não importa na ausência de têmpera. Uma
pessoa que saiba dominar o seu temperamento pode alcançar muito
mais do que um indivíduo sem qualquer reserva de espírito” (J. E.
Orr).
Vejamos como a Bíblia nos fala a esse respeito:
Pv 15.1 - ”A resposta branda desvia o furor, mas a palavra
dura suscita ira.”
SI 37.8 - "Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes
para fazer o mal.”
Pv 19.11 - "O entendimento do homem retém a sua ira, e sua
glória é passar sobre a transgressão.”
Pv 19.19a - ”Homem de grande ira tem de
sofrer o dano.”
Pv 21.19 - 'M elhor é morar num a terra deserta do que com a
mulher rixosa e iracunda.”
Pv 22.24 - ”Não acompanhes com o iracundo, nem andes
com o homem colérico.”
Pv 27.4 - ”Cruel é o furor e a ira é impetuosa.”
Outras referências: Lv 19.17,18; Pv 11.4; 14.17,29;
29.22; M t 5.22; Gl 5.20; E f 2.3; 4.26,31; 6.4; Cl 3.8; 1 Tm 2.8;
Tg 1.19,20.
E muitos são os provérbios sobre a ira:
”O homem encolerizado sempre crê poder fazer mais do
que em realidade pode” (Alberto de Brescia).
34
• "A ira é um a loucura de curta duração” (Horácio).
• "Em qualquer parte a ira encontra armas. Para mão ávida
de sangue, qualquer serve de lança" (Claudiano).
• "Tende cuidado, vossa violência vos tira o poder de defesa"
(Samuel Richardson).
• "A ira perturba a mente, mas deixa transparente o coração"
(Nicolau Tommaseo).
• "Cada golpe desferido pela ira virá cair, certamente sobre nós
mesmos" (William Penn).
Segundo o profeta Amos, ele foi inspirado a ordenar ao povo de
Israel a "Odiar o que é m au e am ar o que é bom" (Am 5.15). Então,
amor e ódio são qualidades opostas e que podem agradar a Deus,
apenas quando Ele nos separar da transgressão, como por exemplo
quando a esposa do senhor de José do Egito tentou, suplicou e até
mesmo agarrando-o para fins imorais, ele não precisou parar para
refletir o que devia fazer: simplesmente correu (Gn 39.12). O seu ódio
ao que era m au (SI 97.10; 139.22) protegeu sua consciência perante
Deus.
"O ódio piedoso nunca tem por alvo nossos irmãos cristãos, não
importa quão imperfeitos sejam; ele é intolerante para com o que é
mau, e caracteriza-se ainda mais pelo sentimento de desprezo para
com coisas tais como a mentira, o furto e a imoralidade."©
Se amarmos as coisas que Deus ama e odiarmos, sim, as
coisas que Deus odeia, isto nos protegerá contra as práticas iníquas
deste mundo. E há seis coisas que aborrecem o Senhor, e a sétima
a sua alma abom ina (Lv 21.18-24):
I. O que aborrece ao Senhor
1a) olhos altivos;
2a) língua mentirosa;
3a) mãos que derramam sangue inocente;
4a) coração que maquina pensamentos viciosos;
5a) pés que se apressam a correr para o mal;
6a) testem unha falsa que profere mentiras; e
II. O que abom ina ao Senhor
7a) o que semeia contendas entre irmãos.
35
Existem muitas maneiras diferentes de expressarmos
verbalmente a nossa ira como, por exemplo: (6)
a) pelo movimento das mãos;
b) levando o polegar à ponta do nariz do agredido;
c) gestos sexuais insultuosos;
d) jogar a cabeça para trás;
e) dar um piparote debaixo do queixo;
f) bater com o polegar nos dentes superiores;
g) as expressões faciais; etc.
"A medida que tomamos mais consciência de nossa própria
linguagem corporal e a da dos outros, começamos a ver mais
claramente nossa própria ira."
O quadro a seguir mostra como os médicos vêem o que acontece
ao corpo quando a pessoa fica irada:
As pupilas
U hipotálamo se dilatam
secreta
A glândula
pituitária A O nível de açúcar
secreta o sangue aumenta
A respiração U coraçao
se apressa, mais bate mais A pressão
oxigênio idepreaaa/ sanguínea
levado para 180-220 aumenta
os pulmões 130-220
Adrenalina /
corre “►--í
Ví
A digestão e
a eliminaçãr Os muscuios se
diminuem I 11 , ,* contraem e o Vv \ J
sangue coagula
' *\ r ( 1
mais depressa
ÍYIOIO n
Resultados
Físicos
da Ira
36
Em E f 5.18, Deus designa esse plano como sendo continuamente
cheios do Espírito. A plenitude do Espírito Santo produz três grandes
características emocionais:
1a um cântico no coração (Ef 5.19);
2a um a atitude mental de ação de graças (Ef 5.20);
3a um espírito submisso (Ef 5.21).
”E impossível ficar com raiva quando estas três emoções estão
presentes. A plenitude do espírito é, portanto, o remédio óbvio para a
emoção da ira.”
0 remédio para o ódio é apropriar-se das qualidades do amor,
delineadas pormenorizadamente pelo apóstolo sob a inspiração de
Deus, em 1 Co 13.4-8:
1. o amor é sofredor e benigno;
2. o amor não é invejoso;
3. o amor não trata com leviandade (julgamento precipitado);
4. o amor não se ensoberbece;
5. o amor não se porta com indecência;
6. o amor não busca os seus interesses;
7. o amor não se irrita;
8. o amor não suspeita mal;
9. o amor não folga com a injustiça;
10. o amor folga com a verdade;
11. o amor tudo sofre;
12. o amor tudo crê;
13. o amor tudo espera;
14. o amor tudo suporta;
15. o amor nunca falha.
• Irreverência ou profanação
Profanação é tudo aquilo que vem desvirtuar as coisas de Deus,
isto é, dar m á aplicação às coisas de Deus, tratar com irreverência o
que é de Deus, e violar a sua santidade, quer seja através de
palavras, quer seja através de ações.
Aquele que é profano não demonstra o mínimo de santidade e
nem os que apóiam a profanação.
Malaquias mostra como o altar do Senhor fora profanado, e
alguém contribuiu para isso, dizendo: ”Não faz mal” (M1 1.8). Em Lv
22.20-22, Deus avisa acerca das coisas sagradas não serem
profanadas.
37
A igreja de nossos dias tem saído da rotina, e alguém vem
contribuindo para isso: são os responsáveis pelo sono do comodismo e
da indolência (negligência, apatia). "A conivência e o destemor fazem
com que os líderes sejam bondosos para com os irmãos e, assim,
aquilo que é santo é profanado. "(7) Certas músicas e modas em todos
os sentidos vêm entrando na igreja com a anuência de líderes que já
perderam a autoridade de Deus para impedir tais abusos entre o
povo de Deus, e continuam usando a frase: "Não faz mal."
- Profanação do falar
/v
38
dúvida sua própria chamada.
Profanação da doutrina
A recomendação de Paulo a Timóteo para ter cuidado de si
mesmo e da doutrina (1 Tm 4.6) incluía, entre outras coisas,
condenar as coisas do mundo que estavam entrando na igreja, bem
como exercer autoridade e zelar pela doutrina, para que a sua m á
aplicação não viesse a se tornar um a profanação ao Senhor. Eis aí a
razão porque disse Tiago: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam
mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo" (Tg 3.1).
Muitos obreiros querem ensinar hoje em dia sem se
preocuparem em estudar sistematicamente a Palavra de Deus, quer
seja como autodidata ou em instituições de ensino teológico. O
desastre se faz sentir logo adiante: erros crassos de interpretação
doutrinária e que conduzem profanação da doutrina.
O que ensina, que exerça com dedicação e fidelidade esse
ministério (Rm 12.8).
Em um a de suas matérias, o pr. M. F. Almeida nos deixa: "O
obreiro precisa observar com muito cuidado o Que está ensinando, e
em se tratando de doutrina, com mais veracidade, veja o que diz
Paulo: "Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?'
(Rm 2.21a).
Por falta de consonância na aplicação da doutrina é que têm
acontecido tantas divisões no evangelismo mundial. Professores ou
ensinadores são muitos, mas os observadores da palavra são
poucos. E muito mais fácil ensinar do que praticar, e, se ensinamos e
não praticamos aquilo que ensinamos, nos tornamos hipócritas e,
consequentemente, estamos profanando a doutrina.
Devemos, os ensinadores, tom ar muito cuidado com o ’deus"
deste mundo, que sorrateiramente grassa a sua falsa ciência e
doutrina na igreja para profanar as coisas sagradas, levando
incautos ao erro e, consequentemente, ao inferno (1 Tm 4.1-5).
• Leviandade
O leviano procede sem seriedade, irrefetidamente, com
precipitação e com imprudência.
39
Paulo traduz nas palavras de E f 5.4 a conversação torpe, as
chocarrices e palavras vãs como leviandade. O gracejo ou a
chocarrice sempre são inconvenientes, pois consistem num a troça à
custa de outrem. Nada disto constrói, mas avilta e desabona o
leviano, que deve repudiar esse procedimento em todas as
circunstâncias.
Não poucos têm caído neste pecado condenado pela Palavra de
Deus e, ao contrário do bom humor que "pode exercer um a
influência benéfica num a reunião cristã", a tolice põe um a reunião
em debandada.
• M entira
Jesus caracterizou o Diabo como mentiroso, porque "Quando
ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e
pai da mentira" (Jo 8.44). A queda do homem foi conseqüência de
um a m entira bem formulada pela serpente.
Deus ordenou a Moisés e aos filhos de Israel direta-mente: "Não
mentireis nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo" (Lv
19.11). Paulo, em Colossenses 3.9, reafirma este ensinamento: "Não
mintais uns aos outros..." e, "pelo que, deixai a mentira, e falai cada
um a verdade com o seu próximo" (Ef 4.25).
"O hábito da m entira pode contrair-se aos poucos; no princípio,
só se fala de um aspecto da questão; depois só do aspecto que nos
favorece; a seguir, tratamos de exagerá-lo; e terminamos não
sabendo quando estamos ou não falando a verdade" (E. P. Ellis) (Pv
20.17).
A mentira, pois, é um pecado muito sério e reprovada nos
Salmos e nos Provérbios; os profetas e os apóstolos fizeram sérias
advertências contra esse pecado (SI 5.6; Pv 15.5,9; 13.5; 1 Jo 2.21; 1
Tm 4.2; Ap 21.27).
Charles Finney dá o seu parecer a respeito da m entira no livro
"Finney Ainda Vive", pág. 140: "Compreenda agora o que é a
m entira (é qualquer espécie de engano propositado). Se o engano não
é intencional, não é mentira. Mas se há o propósito de dar impressão
contrária à verdade nua e crua, você está mentindo. Faça uma
relação de todos os fatos dos quais possa recordar-se e não lhes dê no-
40
m es agradáveis Deus lhes cham a m entiras, e culpa a você de
estar mentindo; será m elhor você culpar-se corretam ente”
A faculdade de m entir descaradam ente é própria dos filhos
das trevas, que não se condenam e nem se envergonham de suas
ofensas.
M uitas vezes o pastor é tentado, em situações embaraçosas,
a m entir para sair de um a dificuldade, considerando isto ser o
m enor m al do que as conseqüências da adm issão da verdade.
Luís Palau, considerando o dinheiro na área da alma, em um
artigo sobre santidade, diz: "O irm ão é honesto e lacero quanto ao
dinheiro? Talvez ninguém saiba, m as o Senhor sabe. O irm ão
retém dinheiro que não é seu? A um enta os vales de despesa?
"Todos necessitamos de dinheiro para a obra.
"Precisamos de dinheiro para cuidar de nossas esposas, de
nossos filhos, e isto é justo. M as a tentação de falsificar relatórios
tem destruído m uitos pregadores que hoje deveriam estar
servindo ao Senhor." Outros h á que, enganosamente, forjam
fotografias com o fim de subtraírem m ais verbas para o seu
ministério. A supressão de partes pertinentes à verdade pode
redundar em m entira, e lábios que proferem m entiras são
abominação ao Senhor, e a pior forma de m entira é a que envolve
as coisas espirituais ."
Talvez tenha chegado o momento de você confessar: Senhor,
tenho m anipulado m eus relatórios"!
Infeliz tam bém é o pastor que se apropria de testem unhos de
curas ou experiências cristãs falsos p ara enriquecer sua pregação
e arrebatar aplausos para si, especialmente quando isto possa lhe
render algum dinheiro a m ais p ara seus cofres.
Quando o m inistro se entrega à m entira, é prenúncio de que
parte de sua vida já pertence a Satanás, e torna-se seu aliado,
não sendo digno de crédito (Jo 8.44), e inimigo
/
de Deus, porque
Deus é verdade, e n ’Ele não h á m entira (1 10 2.21). (vAp 22.15).
"A m entira nos torna sem elhantes ao diabo, o pai da
m entira, sendo um a das características principais da im a
41
gem do diabo em nossas almas" (Matthew Henry).
Eis algumas referências à m entira que podem ajudar a
repugná-las:©
1. A m entira é proibida (Lv 19.11; Cl 3.9);
2. E abominável a Deus e contra Deus (Pv 6.16-19; 12.22);
3. É um obstáculo à oração (Is 59.2,3);
4. E originada pelo diabo (Jo 8.44);
5. Os santos devem repelir a m entira (SI 119.29);
6. Devem evitar essa maldade (Is 63.8);
7. Devem orar para serem preservados da m entira (SI
119.29);
8. Os hipócritas são dados à m entira (Os 11.12);
9. Os hipócritas causam a m entira (Is 57.4);
10. Os ímpios m antêm desde a infância (SI 58.3);
11. Os ímpios am am a m entira (SI 52.3);
12. Os ímpios buscam a m entira (SI 4.2);
13. A m entira é um a das características dos apóstatas (2 Ts
2.9; 1 Tm 4.2);
14. A m entira é um vício que exclui dos céus o indivíduo (Ap
21.27; 22.15);
15. O diabo exemplifica a m entira (Gn 3.4).
• M urm uração
É um outro pecado da língua, e se constitui um hábito que trai
um a condição espiritual. Aos fiipenses, Paulo exortou: "Fazei todas
as coisas sem murmurações nem contendas" (Fp 2.14), e Pedro, em
sua primeira epístola, aconselha-nos a deixar toda a malícia, e todo o
engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações (1 Pe 2.1).
Moisés, quando conduziu o povo de Israel através do deserto,
sofreu muito por causa desse problema: "Tenho ouvido as
murmurações dos filhos de Israel", disse o Senhor (Nm 14.27).
A murmuração é falar mal de alguém ou alguma coisa: são as
queixas de pessoas descontentes, e, portanto, é pecado, e muitos
obreiros têm perdido a graça de Deus porque constantemente
ocupam o tempo precioso que dis-
(8)ONTIW;V5P.139
42
Põem para M ar m al dos ungidos do Senhor (Tg 4.11), às vozes
retendo pessoas ao telefone com palestras infindáveis, escrevendo
para outras de m uita ocupação, exigindo respostas, "ou fazendo
perguntas indiscretas que forçam confidências", em vez de se
ocuparem em cuidar do rebanho, como disse o sábio Salomão:
"Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre
o gado" (Pv 17.23).
A recomendação é que devemos orar por aqueles de quem
falamos mal, pois são pessoas iguais às demais, e sujeitas às mesmas
ou piores tentações pelas quais passamos. Não toqueis nos meus
ungidos" (SI 105.15), diz o Senhor, e quando murmuramos contra
eles, fazemos a vontade do diabo; as conversas de ouvido em ouvido,
as histórias que serão contadas baixinho, não poucas vezes são
mentiras, boatos, difamações, calúnias, astúcias diabólicas para
promover dissensões e roubar a paz dos que estão na igreja e em paz
com Deus (v. Pv 21.23).
"Andar murmurando não conserta nada, antes põe muito acerto
a perder'' (Lv 19.16).
H á casas que são verdadeiros centros distribuidores de
perversidades. Visitadas constantemente por pessoas do pouca ou
nenhum a ocupação, é que aí são bem-vindas, justamente pelo novo
material que trazem; não cessam a diabólica indústria contra a
honra alheia. Tais casas não conhecem a paz nem prosperidade, por
causa do ambiente envenenado que seus habitantes suportam (9)
Se o hábito dos murmuradores, em vez de carrear o mal, quer
seja em palavras ou na preocupação de desferir al a quês, quer no
papel, na tribuna convencional, no púlpito no rádio ou contra o colega
(seu próximo - Lv 19.18) fosse aplicado em recomendações e
admoestações, muitos livros teríamos para a edificação da igreja de
Cristo enquanto milita na terra. Mas contas de telefones vão au
mentando cada vez mais, as visitas para se levar "notícias" como
"sabe da última"?..., e deságua inflamação procedentes do inferno, de
um a língua "cheia de peçonha mortal" (Tg 3.8), grassando o mal que
sabe, o que viu e o
(10)JE Orr
(11) Pr.JairoGonçalves,TesesPastorais,1967
44
a) Deus prova o homem: SI 66.10; SI 7.9; Pv 17.3; Gn 22.1
(tentou Deus a Abraão no sentido de provar); Êx 16.4; Dt
4.34 (com provas); 1 Pd 1.7 (prova da fé), Hb 11.17
(provado).
b) O homem prova a Deus: Ml 3.10; Ex 17.2; SI 95.8; Rm 12.2
(Experimenteis); At 15.10.
c) O homem prova o homem: Gn 42.15; 1 Jo 10.1; 4.1; 1 Co
13.5 (examinai-vos).
A sedução tem sentido negativo e traz a idéia de ser i ai içada por
um inimigo e de arrastamento para o mal:
a) O Diabo seduz o homem. Gn 3.13 (enganou); Ap 2.10
(tentados); Ap 12.9 (engana).
b) O Diabo tentou seduzir Jesus: (Mt 4.3)
/V
47
faça um orçamento de seu salário, aja com prudência e
equilibre seus gastos. Não lhe cairia bem ficar sob suspei-ta ante o
rebanho."( b) Deve ter boa reputação para com os que estão de fora e
um a vida ilibada.
"Além de tudo isso, o maior inconveniente de o pastor
negociar é que o comércio, via de regra, envolve a m entira e os
negócios ilícitos e, com isso, vêm os escândalos: N ada vale, nada vale,
dirá o comprador, mas, indo-se, então se gabará.’ (Pv 20.14). Creio
que pastores assim estão no mi-nistério como peças colocadas fora
do devido lugar. Melhor seria que renunciassem ao ministério e se
dedicassem à vida comercial, já que para isso se sentem atraídos.
Assim, talvez, sejam mais úteis à obra de Deus, contribuindo com os
dízimos e prestando outros serviços que não os do pastorado."(i4)
Paulo, em suas exortações e conselhos a Timóteo, diz: "Mas
os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e
segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão"
(1 Tm 6.9,11).
• Egoísmo /
O egoísmo é uma das doenças ligadas ao ego. E uma inclinação
humana que se tem feito sentir em todas as coisas e que domina o palco
das atividades hodiernas.
"Refere-se ao apego excessivo a si mesmo e ao que se faz em
detrimento dos interesses dos outros"© e nos incomoda quando a
posição que ocupamos é ameaçada pelo soerguimento de alguém que
procura ombrear-se conosco.
O perigo do egoísmo pode florescer bem cedo no coração do
pastor, pois, na luta pela sobrevivência e pelo desenvolvimento, sempre
são galardoados os mais esforçados e os mais capazes. Nessa autêntica
competição, entram em jogo a nossa inteligência, a nossa aptidão para o
trabalho, a nossa constância, o nosso espírito de realização.
(13) C.C.Andrade
(14) ElysyQueiroz
(15) Ultimatonov76
48
/
E comum o desejo de sucesso, o que não deixa de ser um a
espécie de egoísmo que se avulta. Por incrível que pareça, chega-se
ao ponto em que os interesses se chocam quando a ação de outro
perturba a nossa. "Passamos, então, a encarar egoisticamente o
egoísmo alheio." Justam ente nesse ponto é que a nossa atividade
deve ser limitada de maneira a não entrar em choque com o
interesse coletivo.
Se olharmos exclusivamente para o nosso interesse, sem
contudo procurarmos harmonizá-lo aos dos outros, criaremos por
certo um m alestar geral, um clima de discórdia e de contenda, e um a
completa anarquia.
Quando alguma coisa aparece para obrigar-nos a esta
belecer um íieio em nosso desejo de expansão, que sempre é cada vez
maior, estamos sujeitos a deixar surgir então o tipo de egoísmo
reprovável, essa maligna inclinação, que, se não for evitada, trará à
tona a inveja e o ciúme, os quais, à semelhança dos mariscos, que
aderem aos cascos dos navios, servem somente para retardar o bom
andamento das realizações.
A solução para o pastor que se vê diante desse proble-nia é o
desenvolvimento do espírito de compreensão e solidariedade.
O certo seria verificar se o nosso bem-estar e o nosso êxito
estão construídos em detrimento de outros. Se isto está acontecendo,
devemos estabelecer um limite nas nossas atividades e explorar
outro setor de trabalho de maneira que não prejudique o nosso
semelhante. ( 16)
Talvez alguns, pelos anos de ministério que têm,
esesqueceram-se de que a humildade é um qualificativo daquele que
conseguiu galgar as escadas do sucesso, e hoje, infelizmente, estão
doentes com enfermidades ligadas ao ego, como:
a) Egocentrismo
E a tendência de fazer de si mesmo o centro da vida.
49
b) Egotism o
/
E a tendência a m onopolizar a atenção p a ra a su a própria
personalidade, desprezando as opiniões alheias. Só ele está
certo.
c) E golatria
E a adoração ao próprio eu, o culto do eu. E o clím ax de
todas as doenças. E o caso do hom em do pecado (2 Ts 2.4).
O grande rem édio p a ra essas enferm idades é o sangue de
Jesu s Cristo, e esta r crucificado com Ele, p a ra que Ele viva
em nós (Gl 2.19,20).
• Falsidade
"Abomino e aborreço a falsidade; m as am o a tu a lei" (SI
119.163).
O coração do hom em falso, diz o pastor M enezes, é um
a ltar onde é imolado constantem ente o sacrifício da m entira;
ele se levanta contra o inocente, defende-se com astúcia e
disfarça com um riso, fechando o olho p a ra alguém : abraça o
amigo, pisca com os olhos e lá fora diz aos am igos de arte: "Ele
m e prejudica, vam os jogá-lo daqui".
D eus exortou o povo de Israel, dizendo: "De palavras de
falsidade te afastarás,..." (Ex 23.7), porque quem u sa de
falsidade patrocina a injustiça, e nunca será justificado, porque
D eus o considera ímpio. Vez em quando alguém su ssu rra em
algum ouvido: "Fulano é u m a boa pessoa, até gosto dele". M as,
cuidado, porque ele é o verdadeiro tipo do hipócrita, já está
planejando ir à casa de outro, p a ra au m en tar a corrente de
traição contra você.
N ão creias que todos quantos te rodeiam e te abraçam
sejam am igos leais como se aparentam . A bsalão parecia ser
um bom filho pela aparência do seu rosto, m as tra iu seu p ai e
pagou caro tributo por esse ato de falsidade (2 Sm 15-18).
N ão te assentes, pastor, à m esa com o hom em falso,
porque, se ele "m aquina o m al n a su a cama" (SI 36.4) e
"m aquina o m al contra o justo" (SI 37.12), facilm ente "encherá
o te u p rato com hortaliça, a sobrem esa com doces, encherá a
tu a boca com saliva de elogios, m as, quando
50
Chegares em casa, as tuas orelhas estarão quentes”, porque a língua
falsa é forte e rápida como o deslizar de um a cachoeira para
derram ar ódio contra o próximo, difamando-o ocultamente.
Em nosso percorrer ministerial, temos observado que alguns
obreiros intitulam-se de ”bons servos”, mas o tempo faz com que
revelem suas máscaras, e deixem suas carteiras de identidade
transparecerem: ...HIPÓCRITAS. E a falsidade, ainda que seja
descoberta, é como ”um a árvore que, cortada, torna a brotar; demora
um pouco, mas, do aparece, tem mais varas e folhas, por onde oculta
insetos destruidores”.
• Im oralidade
Deve o pastor resguardar-se de cair na imoralidade, cujas
conseqüências são a vergonha para a sua família e a Igreja de nosso
Senhor Jesus Cristo.
O seu ”modus vivendi” irá definir o sucesso de seu ministério, e
assim como Cristo a si mesmo se entregou pela Igreja (Ef 5.25), o
despenseiro deverá achar-se fiel ao Senhor e à sua companheira, e
com ela conviver em harmonia, providenciando o seu bem-estar e
dignificando-a. A promessa de Deus ao homem que teme ao Senhor
é ser abençoado (SI 128), pois "comerá do trabalho de suas mãos, feliz
será e lhe irá bem”.
Mas como os demais crentes, o pastor precisa lembrar-se de
que tem suas próprias tentações e não estará livre delas a não ser
quando passar para a eternidade, salvo.
Amais poderosa arm a do inimigo é destruir, escandalizar e
envergonhar a autoridade dos filhos de Deus. E muitos obreiros
estão caindo no pecado da prostituição, seja ela mental (Mt 5.28),
carnal (Ex 20.14) ou espiritual (Tg 4.4), desonrando o nome de Jesus.
O serviço de visitas, por exemplo, é um a das partes do
ministério cristão que requer a graça de Deus, em virtude do perigo
a que se expõe. Satanás emprega todo o esforço para que o obreiro se
dedique nesse mister, de corpo e alma, e assim estará o homem de
Deus enfrentando o mais árduo de seus problemas (Pv 6.27), e não
poucos têm sido
(17) J. Gonçalves
51
levados à infelicidade e desgraça. A recomendação é que as visitas
devem ser feitas com m uita devoção e temor de Deus, sempre
pedindo ajuda ao Senhor para não cairmos nas teias do maligno.
Paulo recomenda não im itar certos obreiros que andavam de casa
em casa (2 Tm 3.5-7). Somos testem unha de casos de dirigentes que,
imprudentemente, conversam e oram, com esposas de maridos não-
crentes, exatamente no horário em que estes estão trabalhando. Isto
gera ameaças de morte aos neófitos por parte dos mais enciumados.
Não devemos usar de liberdade, porque somos ministros de
Deus; mas devemos ter cuidado especialmente ao conversar com as
irmãs.
Deve o ministro, diz Crabtree, ter muito cuidado no modo de
cumprimentar senhoras bonitas e atraentes, e especialmente no
modo de responder aos seus cumprimentos! Deve revelar nas suas
palavras, nos seus gestos, a pureza dos seus motivos no seu serviço
pastoral.
Os casos confidenciais de família, as confissões íntimas e
mesmo no modo de ensinar, devemos ter cuidado para não
colocarmos chamas inflamadas em nosso seio. Muitos filhos de Deus
têm virado ao avesso e perdido o seu santo ministério nas horas em
que conversam intimamente com alguém do sexo oposto. O espírito
está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41), disse Jesus. O convívio
íntimo com a mulher é como o jogo de damas: em um a hora se perde
tudo o que ganhou!
• Inveja
”O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a
podridão dos ossos” (Pv 14.30).
Em um a alegoria, Edmundo Spencer pinta a figura montada
num lobo, na procissão dos pecados. Masca um sapo do qual
escorrem venenosos líquidos pela face abaixo. Usa desbotado manto
cheio de olhos. Enrosca-se-lhe ao peito um a serpente.
A descrição não é exagerada, quando pensamos na destruidora
obra da inveja. Quantos lares, casamentos e vidas destruídas por ela!
52
A pessoa invejosa não sabe amar. Sabe apenas dominar,
possuir.
A inveja fez com que "o sumo sacerdote e todos os que estavam
com ele” lançassem os apóstolos na prisão (At B 17). Também, "os
patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito". Caim
assassinou seu irmão movido de inveja profunda, descaindo-lhe o
semblante (Gn 4.6).
"O coração alegre serve de remédio..." (Pv 17.22a), mas inveja,
pela depressão moral que determina, acarreta um a lenta
deterioração física.
Quando alguém se encoleriza, o sangue fica envenenado por
princípios tóxicos decorrentes de certos hormônios que se liberam. Ao
contrário, a alegria purifica o sangue e prolonga a vida. Amando, a
pessoa se dá sem forçar nem dominar. Amor verdadeiro é
companheirismo, nunca domínio (Vide 1 Co 13.4-8).
A inveja oculta-se, por vezes, atrás de um a tela de boa
Vontade. Reveste-se de palavras, como: "Sim, ele fez bem, mas..." e a
chama irrompe. "Não gosto de dizer isto dele, mas..." e nova chama
irada surge.
"A inveja é própria de imaturidade."(3) E maligna, diabólica e
destruidora. Procede do próprio Satanás, que no princípio foi
chamado de "Lúcifer" (flho da manhã). Ele é o nosso adversário, o
enganador, e devemos nos precaver contra as investidas que faz,
tentando corromper nossa moral e nosso caráter.
O ministro que deixa aninhar-se no coração a inveja, o ciúme, o
ódio, está cavando a própria sepultura. O sucesso ministerial do
colega pode levá-lo ao profundo da inveja, e está às acirradas críticas
destrutivas por sua própria incapacidade de se igualar ao irmão.
A falta de visão e a incompetência doem mais no invejoso do
que a própria dor física, quando o êxito dos outros pastores é patente
a todos. E corrói... e irrompe em crítica impiedosa.
Outros há que ocupam seu ministério em rebuscar
pormenores, por inveja, na vida de colegas com o fim de
(J.G o n ç a lv e s 53
derrubá-los de seus postos, ou para ocupar o lugar de algum ou
dar a um terceiro de sua proteção.
Também a tristeza causada pela inveja, quando prolongada,
cria no organismo elementos destrutivos, e Salomão, ao dizer que a
"inveja é a podridão dos ossos", não estava usando um a hipérbole,
mas confirmando um fato biológico.
O pecado se torna maior ainda quando a inveja é dos ímpios,
porque implica em falta de horror ao pecado que lhes proporciona
haveres, posições ou importância.
Muitos daqueles que se julgam humildes - procuram
simpatizar com os ignorantes e deseducados, "gostam de misturar-se
com eles, não por simplicidade do coração ou amor ao próximo, mas
porque, nesse meio inferior, evitam o contraste com as criaturas
elevadas. Detestam, por inveja, os que ocupam alta posição social.
Não podendo suportar a autoridade moral ou intelectual alheia,
atacam-na pelo ridículo".(4)'
A inveja é a mãe do diabo, e ninguém está livre de ser ferido
por suas terríveis garras. "A diferença entre ciúme e inveja é que o
primeiro nos faz ter medo de perder aquilo que possuímos, enquanto
que a inveja nos provoca tristeza pelo fato de os outros possuírem
aquilo que não temos."(5)
/ 19\
( ) Ultimato, 3/78
54
nhor todo o dia. Porque deveras há um fim bom; não será malograda
a tua esperança.”
Pv 24.1,2 - ”Não tenhas inveja dos homens malignos, nem
desejes estar com eles; porque o seu coração
medita a rapina, os seus lábios falam
maliciosamente”
Pv 24.19,20 - ”Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem
tenhas inveja dos ímpios; porque o maligno não
terá galardão algum, e a lâmpada dos ímpios se
apagará.”
O Salmista Asafe estava enquadrado dentro destes salmos,
pois ele mesmo declarou: ”Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a
prosperidade dos ímpios” (SI 73.3).
Mais adiante ele compreendeu, depois de muita perturbação, o
resultado do sucesso dos ímpios: ”Até que entrei no santuário de
Deus; então entendi eu o fim deles. Certamente Tu o puseste em
lugares escorregadios, Tu os lanças em destruição.” (SI 73.17,18).
A inveja religiosa:
Gn 4.3-5 - ”E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do
fruto da terra um a oferta ao Senhor. E Abel
também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas,
e da sua gordura, e atentou o Senhor para Abel e
para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e
descaiu-lhe o seu semblante.”
SI 106.16 - ”E tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de
Arão, o Santo do Senhor. (Ver Nm 16.1-50).
Mc 15.10 - "Porque ele bem sabia que por inveja os principais
dos sacerdotes o tinham entregado.”
At 5.17,18 - ”E levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que
estavam com ele, enche-
55
ram-se de inveja, e lançaram mão dos apóstolos,
e os puseram na prisão pública."
At 13.45 - "Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se
de inveja; e, blasfeman-do, contradiziam o que
Paulo dizia.
" At 17.5 - "Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja,
tomaram consigo alguns homens perversos,
dentre os vadios e, ajuntando o povo,
alvoroçaram a cidade, e, assaltando a casa de
Jason, procuraram tirá-los para junto do povo."
"Verdade é que também alguns pregam a Cristo
por inveja e porfia mas outros de boa mente."
Que cada pastor procure im itar a Cristo, "deixando, pois,
toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as
murmurações" (1 Pe 2.1), e assim nunca será atingido por esse
verme da inveja, e sua vida será um espelho para o rebanho do
Senhor.
• O rgulho
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a
queda " (Pv 16.18).
O orgulho pode se manifestar na vida do obreiro de várias
formas, e, por ser "uma condenável exaltação do ego, o qual se delicia
com o pensamento de ser superior a todos os seus semelhantes (21)
torna-se "abominação ao Senhor'' (Pv 16.5).
As formas de orgulho são:
a) o espiritual;
b) o intelectual;
c) o material;
d) o social;
Todas essas formas de pecado têm procedência mundana, e
não do Pai (1 Jo 2.16).
A soberba ou orgulho busca apenas a glorificação própria, o
culto ao próprio "eu", que emana do coração onde
(20) O NTIVV,v.6p.243
56
Se fixa um a desvairada paixão egoísta de viver superior aos outros,
com lazer e conforto excessivos, como ostentar melhores
vestimentas, olhar altivo, vida social regalada ou "a vida de vangloria
- de presunção, de desejo pelo louvor e pela deferência, pelo deleite de
ser considerado importante, de exercer autoridade sobre outros, de
estar em primeiro plano; todas as vaidades vazias da moda e dos
costume, dos títulos e ofícios; de uniformes e posição, das pequenas
imposturas esnobes nas quais coisas os homens caem ... Não lhes
importa que... perante Deus, nada disso tenha qualquer valor".(6)
Infeliz; é o homem chamado por Deus, vocacionado, à (Venle de um
rebanho, e que se entrega ao:
- O rgulho espiritual
Foi por esse pecado que Lúcifer recebeu a sentença de Deus: "E
contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo abismo" (Is 14.15),
e "Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti;
em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre"
(Ez 28.19).
A sua soberba, a primeira espiritual do universo, teve Início na
sua "perfeição em formosura", estava "estabelecido" e "Perfeito era
nos seus caminhos desde o dia em que foi criado", "até que se achou
iniqüidade nele" (Ez 28.12-16) Foi o "eu" que o levou a confiar mais
em suas virtudes do que no próprio Criador que o estabeleceu (1 Co
7.20,24), como dizia em seu coração:
• "eu”subirei ao céu (Is 14.13);
• exaltarei o "meu" trono (Is 14.13);
• da congregação "me" assentarei (Is 14.13);
• "subirei" acima (Is 14.14);
• e "serei" semelhante ao Altíssimo (Is 14.14).
Nós, como este que se tornou o "Diabo", quando começamos a nos
sentir auto-suficientes, é hora de acordarmos e nos lembrarmos de
que o terreno que estamos pisando é movediço, e poderá nos tragar.
A sua ambição não lhe levou a ocupar a posição almejada,
antes caiu na profundeza do mundo subterrâneo, foi
(a)ONTIVV,v6p2 3
57
envergonhado e desonrado em sua morte. E muitos têm entrado por
esse mesmo caminho.
O orgulho pastoral tem levado muitos a entrarem em negociatas,
gastando o precioso tempo em reuniões de "conchavos" para
estabelecerem suas posições, e da história da humanidade extraímos
que não há nada que corrompa mais o homem que o poder sobre o seu
semelhante. Daí, advém as resoluções carnais, como: "E, eu poderia ter
resolvido diferente, mas já falei, e tem de ser assim mesmo". E muitas
almas estão excluídas, fora da igreja, e não poucas no abismo por causa
das resoluções carnais.
O orgulho leva o homem a desprezar o seu próximo, e ser
desprezível aos olhos deste. Ele diz, fazendo coro com o antigo e repulsivo
fariseu: "Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais
homens..." (Lc 18.11). Só ele tem razão, e todas as suas medidas são
justas, e têm de ser aplicadas, ainda, que custem a perdição eterna do
seu "algoz". Só as suas orações são ouvidas, e os seus conselhos têm de
ser acatados. Mas Deus abomina esse tipo de orgulho espiritual "pelo
fato de pensar ele ser bom e justo a seus próprios olhos. E o caso daquele
que está vestido de trapos imundos a pensar que é o homem mais bem
vestido deste mundo " (B. Graham). (Ver Tg 4.6 )
Muitos daqueles que se intitulam líderes, "ao invés de serem os
pacificadores entre os irmãos, são geralmente os capitães dos partidos
que se entrechocam". Perguntamos, então, como pode o Espírito de Deus
operar diante dessa situação? Evidentemente que o Senhor Jesus Cristo
não compactua com desgraça como essa. "E qual é o resultado dessas
lutas frntricidas? A igreja local é debilitada e entra em opróbrio, ficando,
algumas vezes, completamente destroçada. E depois, quem chora?
Nenhum dos culpados, pois a auto-exaltação lhes parece muito mais
importante do que o progresso da igreja de Cristo, de acordo com as suas
mentes carnais."^)
- O rgulho in telectu al
"Ser sábio aos próprios olhos" (Rm 12.16) é a qualida-de de
orgulho que se manifesta em forma de arrogância pe
(22) ONTIVV,V3P.821
58
rante as pessoas menos iletradas e dos oprimidos. Não foi assim com
Jesus Cristo, "que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação
ser igual a Deus" (Fp 2.6). Que sentimento! Antes, "aniquilou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens " (v.7). Aquele que estava com o Arquiteto do universo,
quando te era projetado (Pv 8.22-31), não se jactava de seus feitos na
presença dos oprimidos (Mt 8.4), porque a soberba é inimiga do
Evangelho. Sua confiança estava em Deus (Jo 11.41).
O sábio intelectual estriba-se no seu próprio entendimento (Pv
3.5b), e o pastor que é "sábio aos seus próprios Olhos" esquece-se de
que sua capacidade de entendimento e saber vêm de Deus (1 Rs
3.12; Tg 1.5).
Quão difícil foi para Festo (At 26.28) sentir o toque do Espírito
Santo em seu coração para tornar-se um cristão e ter que disfarçar o
seu orgulho, por ser rei. Jam ais aceitaria Um Evangelho que foi dado
aos "pobres de espírito". Sua soberba lhe custou um a eternidade sem
Deus... E ra muito sábio... E o que dizer de Naamã? (2 Rs 5.1-14). O
preço da sua humilhação foi a cura da lepra do seu corpo, quiçá de
seu espírito. Através da humildade e da mansidão, podemos ser
"exaltados soberanamente" (Fp 2.9).
O apóstolo Paulo é o exemplo de sabedoria, e não se gloriava
nela (1 Co 1.17-19), "porque a loucura de Deus é mais sábia do que os
homens" (v.25). Antes, gloriava-se no Senhor (v.13).
Foi, sem dúvida alguma, das figuras de maior proenência da
história do cristianismo, não só pelo seu talento de erudição como
também pela sua eloqüência verdadeiramente surpreendente.
Surgiu no cenário quando nenhum dos primitivos apóstolos poderia
desempenhar bem o encargo de levar o Evangelho a outros mundos,
pois o cristianismo já tomava caráter universal.
A capacidade intelectual estava nesse homem, filho de pais
fariseus, grupo mais legalista e puritano da religião; rabino aplicado
à Lei. E Deus necessitava de um homem cujo desembaraço,
ilustração e entranhada dedicação ao bem geral o tornasse apto para
levar a esses lugares a mensagem do Evangelho - "um homem que
não somente
59
fosse um judeu para os judeus, mas um grego para os gregos, um
romano para os romanos, um bárbaro para os bárbaros, um homem
que pudesse discutir com os rabinos nas sinagogas, com os
magistrados nos tribunais e com os f ilósofos nos seus templos da
ciência".(z5 )
Entretanto, não se ufanou por isso, qualificando-se, antes, a si
mesmo, como "miserável homem que sou” (Rm 7.24).
- O rgulho m aterial
A soberba proveniente dos bens materiais pode levar o homem
a esquecer-se de Deus, à ruína e à perdição, como disse Paulo a
Timóteo: "Os que querem tornar-se ricos, caem em tentação e em
laço, e em muitos desejos insensatos e nocivos, os quais arrastam os
homens à ruína e à perdição "(lTm6.9).( )
Mas o perigo não está em ser rico neste mundo: Abraão, Jó,
Salomão e muitos outros o foram, mas em colocar o coração na
riqueza (Mt 6.21; Lc 12.20).
O verdadeiro sentimento de ser rico é "possuindo tudo, como
nada tendo", "como pobres, mas enriquecendo a muitos" (2 Co 6.10),
porque "na soberba trazida por bens materiais, entroniza-se o ego em
vez de Deus. As coisas secundárias são exaltadas a um lugar de
primeira importância, e a vida se desequilibra. Então, concentra-se
naquilo que tem e não naquilo que é, aos olhos de Deus.
"A soberba material tende a levar o homem para a cobiça. "(25)
Feliz é o pastor que, tendo acumulado riquezas neste mundo,
não esquece do seu dízimo integral (Ml 3.10); dos mais necessitados:
"Quem pois tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado,
lhe cerrar as entranhas, como estará nele o amor de Deus?' (1 Jo
3.17; At 4.34,35); das construções dos templos; das viúvas e dos
órfãos; dos missionários e dos grandes projetos que edificam o reino
de Deus.
60
• P reguiça
“Nada fazer é o caminho certo para não ser ninguém”.
A recomendação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo foi para
que ele procurasse apresentar-se a Deus como "obreiro aprovado” (2
Tm 2.15) e aos romanos, que apresentassem seus corpos "em
sacrifício vivo" (Rm 12.1), pois a felicidade do ministério, em grande
parte, é determinada pelo que o pastor faz com o seu corpo e o seu
intelecto.
Mas, sendo o próprio pastor quem determina a sua cota
diária de trabalho, estará fadado a entregar-se de corpo e alma às
atividades pastorais com sucesso, ou a um a prestação de serviço
superficial, negligenciando seus hábitos diários. A formiga tem uma
vida exemplar pura a indolência: “Vai ter com a formiga, ó
preguiçoso, Olha para os seus caminhos, e sê sábio; a qual, não
tendo superior ou juiz, nem oficial, nem dominador, prepara no
verão o seu pão, na sega ajunta o seu mantimento. Oh!
preguiçoso, até quando ficarás deitado? quando te levantarás do
teu sono? Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um
pouco encruzando as mãos, para estar deitado;assim te sobrevirá
a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um
homem armado” (Pv 6.6-11).
A preguiça, como um dos pecados capitais, destrói a
oportunidade e m ata a alma, pois significa "aversão ao trabalho,
indolência, vadiagem, negligência, ociosidade, descuido".
No campo espiritual, "traz consigo não só a idéia de
vagarosidade ou desinclinarão para as coisas espirituais, mas,
também, de apatia e inatividade na prática do cristianismo". (7) Ela é
o parâmetro entre aquilo que se é hoje o que se poderia ser amanhã.
A Bíblia nos revela as atividades materiais e espirituais
incessantes de homens que tiveram seus ânimos redobrados (Jr
20.9; Js 1.2,6,7,9; Hb 11.32-38; Is 40.29-31), e do próprio Jesus Cristo,
ainda que as Escrituras não esclareçam sua atividade material, é
fácil deduzir que
(26) BGrahan
61
sua gloriosa missão tríplice de pregar, curar e ensinar (Ml. 4.23), ele
era um homem ocupado no trabalho (Is 53.3; Ml. 13.55; Jo 5.17), e, se
ele trabalhou, foi para deixar o exemplo e não permitir a indolência
no caminho cristão. "Se alguém não quer trabalhar, também não
coma” (2 Ts 3.10).
Quando o pastor entrega-se à indolência, negligencia a leitura
da Bíblia, torna-se um preguiçoso mental e, consequentemente, suas
mensagens passam a não convencer; ele perde a visão, as convicções,
a energia e o poder, e, com isso, o seu trabalho não rende, não
podendo recolher os frutos de sua atividade precária.
Muito embora sendo "digno de seu salário" (1 Tm 5.18), passa
a entrar para a galeria dos necessitados e a sofrer os efeitos da fome,
visto que a pouca quantidade de membros de sua igreja não lhe pode
oferecer o suficiente para a sua sobrevivência. Com isso, arvora o
pretexto de estar passando "provação" de Deus.
E preciso que se note que há diferença entre a preguiça e a
situação de necessitado, porque "a preguiça faz cair em sono
profundo, e o ocioso vem a padecer fome" (Pv 19.15), e o necessitado,
que não tem de onde tirar, precisa ser ajudado (1 Jo 3.17). Não
estamos querendo dizer que Deus não possa provar o homem, pois,
em muitos casos, a necessidade tem origem num a prova que Deus
impõe, pois, do contrário, iríamos atribuir preguiça a todos os casos
de provações vindas do céu.
C onseqüências da preguiça
• O servo inútil deixou de negociar o talento recebido: "foi e
cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor" (Mt 25.18). O
seu pecado de nada fazer custou-lhe a sentença: "Mau e negligente
servo... Tirai-lhe pois o talento... Lançai o servo inútil nas trevas
exteriores" (Mt 25.26a, 28a, 30a).
• ‘E m verdade vos digo que vos não conheço” (Mt 25.12), foi a
sentença para as cinco virgens loucas que não levaram azeite
consigo, descuidaram de se preparar para esperar o noivo. (Ver E f
5.14)
• Um a vida fria, sem alegria, sem entusiasmo, especialmente
quando se negligencia a oração (1 Ts
62
5.17). "Pelo fato de sermos preguiçosos e indolentes,
negligenciamos a oração, e, assim, secam-se os nossos
mananciais espirituais " (B.G.).
• O constante "deixar para amanhã" vai acumulando seus
afazeres, chegando a um ponto tal, crítico, incapaz de ser
levado adiante. Diz Billy Graham( ) que "a palavra de ânimo
que devíamos levar a um amigo desencorajado, a ação
ajudadora que tornaria mais leve e mais suportável o fardo
de alguém, um pouco de dinheiro colocado amorosamente na
mão do necessitado - eis aí ações negligenciadas que nos
trazem remorso e privam outros da ajuda tão necessitada."
Não é só isso: muitos pastores negligenciam também (Rm 12.11):
• no seu modo de conversar;
• no modo de vestir;
• no pagar seus dízimos e ofertas (Ml 3.10);
• nos seus próprios hábitos;
• no asseio e na limpeza pessoal;
• no amor para com o próximo;
• no exame das Escrituras Sagradas (SI 1.2);
• na oração.
• O utros perigos
Além das tentações e dos perigos em que o pastor está sujeito a
cair, outros rondam a sua vida, e o irmão Emílio Conde expõe
alguns que podem servir de alerta aos que "não am aram as
suas vidas" (Ap 12.11):
63
O apóstolo Paulo, certa vez se regozijou de seu trabalho, mas
voltou atrás, dizendo: "Não eu, mas a graça de Deus que está
comigo” (1 Co 15.10).
E bom que se diga de muitos ministros que têm tropeçado
nessa pedra, levando um a vida de satisfação própria; gozo em si
pelos trabalhos realizados; têm a satisfação de ver sua própria voz
gravada, seja no vídeo ou na TV; fazem questão que o coro e a banda
de "sua” igreja recebam o primeiro prémio e os principais elogios, e
daí por diante, as coisas passam para o plano, não de sacrifícios da
obra do Senhor, mas de exibicionismos.
Pelos nossos sucessos espirituais, seremos tentados a ser
arrebatados, como desejavam fazer com Jesus, para o fazerem rei (Jo
6.15).Como Ele, nossa atitude é de nos retirar, entrar num lugar a
sós, para estar com Ele e nos livrar de toda tentação.
3. C om odism o profissional
2. A VIDA PESSOAL
"E difícil exagerar o valor da saúde para o ministro do
Evangelho. Devemos nos lembrar, todavia, de que alguns pastores
de corpo fraco ou de saúde abalada tiveram recursos intelectuais e
espirituais para triunfar sobre as suas fraquezas físicas e exercer o
seu ministério com eficiência, prestígio e poder. Não devemos
enganar a nós mesmos quanto aos meios de conservar a saúde ou as
forças que ameaçam destruí-la. Alimentando adequadamente o
corpo,e observando períodos de recreação e descanso, bem como as
horas regulares de comer e dormir, o pastor pode trabalhar
ard u am en te, ficar interessado nos problemas e
65
responsabilidades pastorais, sem prejuízo para a saú-de(i)
a. O C orpo
©ARCrabtree
(2) FrancisBacon
66
alma é pura". Ele merece o maior cuidado na sua preservação,
devendo ser mantido nas melhores condições possíveis para o
desempenho de sua missão, mesmo porque ele “é o tem plo do
E sp írito S anto”, que habita em nós, proveniente de Deus (1 Co
6.19).
• C uidados co m o corpo
O ar
A função do ar é queimar os resíduos que não podem ler
aproveitados pelo corpo, fornecendo-lhe a renovação do calor. Assim
como o corpo necessita de um a boa alimentação, também os pulmões
necessitam de ar, ar puro, e deve o liomem fornecê-lo ao seu
organismo. Ar impuro muitas vezes tem sido a causa de moléstias.
A lim peza
• E xercício físico
• O sono
68
- A In sô n ia
T ipos de in sô n ia
Segundo o Dr. D. Freind, h á quatro:
1. de ten são
O sujeito vira e revira antes de cair no sono pro—fundo;
2. de fadiga
O indivíduo adormece logo após a refeição, para acordar
pouco depois e passar o resto da noite em claro;
3. de aflição física
O sujeito não dorme devido a dores de cansaço;
4. flu tu an te
O sujeito dorme e acorda, flutuando entre os dois estados.
(3) T.MariusdeMoraes
69
b. A A lim entação
(4) L an g stro n
70
Poucos hoje, entretanto, podem legar este exemplo a uma nova geração
que surge. Os mais fortes, que conseguiram vencer etapas como essas,
têm o justo e merecido desuso e as regalias do conforto e bem-estar de
fim de carreira.
Embora o trabalho ministerial seja fatigante, não deve o ministro
deixar-se dominar pelo seu apetite, e tem que considerar a fome como
um meio e não como um fim.
"A falta de restrição do apetite produz dois vícios inteiramente
opostos:a) leva o homem a apetecer somente iguarias finas, muito
especiais;
b) leva-o a comer demais e de tudo.
"Um vício leva a pessoa a comer demais; o outro, a ser muito
exigente."(5)
Muitos pastores, também, correm contra o tempo para dividirem-
se em grandes banquetes, não observando as restrições dietéticas, muito
menos as recomendações éticas. As facilidades que têm de receber
convites para tais, sejam de membros da igreja ou de organizações,
põem-no em contato desregrado com guloseimas.
Mas uma das regras mais importantes para manter-se em forma
é não sobrecarregar o organismo, antes, deve-se comer com moderação,
regularmente, de modo que se antenha o peso normal, que deverá ser
controlado. Eis o peso ideal para a medida de cada homem:
a
:
40 a 44 anos
5
35 a 39 anos
25 a 29 an os
O
20 a 24 anos
15 a 19 anos
§
ã § cs
altura
»o ;
6 s to
« 00
"O
% 9 +
HOMEM Kg Kg Kg Kg Ke Kg Kg
Kg
52.5 56.7 59.4 60,8 62,2 63.6 61.7
150 cm 46.3
54.1 58.2 60.7 63.1 63.3 64.4 63,5
155 cm 48.5
55,8 59.8 62,6 63.9 65.3 65.7 64.4
160 cm 50.8
53.5 57.6 61.7 67.1 63,9 65.7 !
165 cm
59.8 63.1 65.7 69.5 71.2 73.1 74.8 73,9
170 cm
66.7 69,4 72.1 74.3 76.6 77.1 76,2
175 cm 64.4
68.5 71.2 73,9 77.1 78.9 79.4 78.5
178 cm 66.8
68,1 70.3 73.1 75.7 78.9 80.7 81,6 80.7
180 cm
70,8 72.5 75.3 78.2 81.3 83.9 84.1 83.1
183 cm
72.1 74.4 77.1 80.3 83.1 84.8 86,7 85.2
185 cm
74.4 76,3 78.9 82.5 85.3 87.1 88.2 87.5
188 cm
76.6 78.2 80.7 84.3 87,5 89,5 90,2 89.8
191 cm
(5) Langstron
71
O conselho mais importante que hoje se pode dar esposas
desgostosa por seus maridos estarem perdendo o vigor e a energia
da juventude é:
- evitar dar-lhes refeições demasiadas copiosas;
- vigiar para que o peso nunca exceda em mais de 1 ou 2 quilos
o peso normal controlado. Cada quilo acima do normal significa um
ano de vida a menos em relação à idade que o ser humano pode
atingir.
Não devemos esquecer que comer mal, comer pouco ou demais
são igualmente nocivos. Antes de mais nada, a refeição deve
representar sempre um a base de tranquilidade, porém é necessária
a opinião e a obra do médico para que as regras de comer bem se
transformem em normas individuais.
A bebida também influi sobre a saúde. O nosso corpo é
constituído de 60% de água, e, por isso, a água é por demais
necessária ao seu funcionamento.
c. A V ida E m ocional
72
seu caso, doa a libertação do pecado e, consequentemente, a redenção
da alma".©
A emoção é um caminho longo e de difícil acesso, que precisa
ser percorrido pelos que abraçaram o ministério, e iniciado já.
Mesmo o próprio psicólogo-mor, Jesus Cristo, não foi poupado dessa
percepção, quando expressou-se: "A minha alma está cheia de
tristeza até à morte" (Mt 26.38; Mc 14.34; Jo 12.37). (v. Lc 22.15; Jo
17.13, etc.)
O Dr. Crabtree recomenda O cuidado especial que o pastor
deve ter quanto à sua vida emocional, considerando ler um a tarefa
difícil para aqueles que se criaram em lares afetados por
desentendimento entre seus pais, bem como para os que herdaram
geneticamente fraquezas físicas que resultam certas doenças.
Contudo, isto não deve servir de motivo para desestimulo, antes,
deve ser capaz de estudar as fraquezas de sua própria natureza, e
exercer um esforço para se controlar.
O melhor remédio para o ministro que vive uma vida de intensas
emoções é identificar em que situações seus descontroles emocionais
ocorrem e, a partir desse ponto, executar um trabalho preventivo e de
reeducação de suas emoções. Esses fatores "psicológicos, orgânicos e
sociais" Que o envolvem é que precisam ser detectados, e não tem sido
tarefa fácil para a Psicologia classificar as emoções, Que, à vista disso, as
tem separado em grupos:
I. Emoções primárias
São as ligadas a atividades provocadas e dirigidas para um
objetivo, como:
a) o medo
E uma emoção de afastamento, e envolve uma fuga do perigo. Ele
pode estar relacionado à nossa imaginação (duvidas, suspeitas,
fantasias, etc), ou resultar de desvios de educação moral e
espiritual.
Quando os espias israelitas foram enviados a espiar terra de
Canaã, manifestaram medo no excesso da imaginação (transformaram
homens comuns em gigantes) Nm
(6) Juventude3T/85
73
13.16-33. Os discípulos de Jesus, assustaram-se quando O viram
caminhando sobre o mar (Mt 14.22-36; Mc 6.45,46; Jo 6.15-21), e
gritaram com medo: "E um fantasma". Isto foi um excesso da
imaginação, que gerou falta de fé, e a incredulidade transforma a
coragem em covardia e medo. "O medo é como areia na engrenagem. A
fé é como o óleo. As coisas andam melhor se forem movidas à base da fé."
Os desvios de educação muitas vezes iniciam no lar e na infância
com formas disciplinares inadequadas. E várias são as associações do
medo com relação à prática condenada sob todo ponto de vista moral,
que reflete no desvio espiritual. Mira y Lopes apresenta algumas
máscaras do medo, que por muitas vezes nos ludibriam:
• acanhamento e timidez (educação defeituosa. Crisálida).
• escrupulosidade (inquietação de consciência, remorso). Em
excesso, torna-se sintomático.
• pessimismo (excelente capa do medo).
• ceticismo (que duvida de tudo, descrença) tem fé na falta de fé;
constitui o cético a glorificação da anulação, o culto ao nada.
• mentira (mentir para deixar de ter medo e sentir medo por
haver mentido).
O medo deve ser evitado, pois traz o fracasso e perturbações à
personalidade do indivíduo.
Além do mais, o pastor inseguro está transmitindo o medo e a
insegurança ao rebanho do Senhor, contrariamente ao que a Bíblia
ensina através do próprio Cristo, seus apóstolos e tantos outros mártires
cheios de fé e confiança, que não amaram as suas vidas, antes as
"crucificaram com Cristo" (Gl 2.20).
O medo causa preocupação. A preocupação nos torna tensos e
nervosos, afetando o estômago e causando, verdadeiramente,
modificações nas secreções gástricas, que passam a ser anormais e
conduzem, muitas vezes, a úlceras de estômago "devido não ao que
comemos", mas "devido ao que nos está comendo". Platão disse que o
"maior erro que os médicos cometem é procurar curar o corpo sem tentar
curar o espírito; no entanto, a mente e o corpo são unos, e não devem ser
tratados separadamente".
74
Por que acomodar o medo às nossas reservas, quando nosso
coração pode ser cheio de ideais nobres, de justiça, quando "na
caridade não há temor, antes a perfeita caridade lança fora o temor,
porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em
caridade?' (1 Jo 4.18).
Esse é o espírito que deve ser passado às ovelhas, e como
escreveu P. E. Holdcraft, o pastor deve ter as seguintes qualifcações:
"a força de um touro, a tenacidade de um buldog, a audácia de um
leão, a paciência de um jumento, a operacidade de um castor, a
versatilidade de um camaleão, a visão de um a águia, a brandura de
um cordeiro, a pele de um rinoceronte, a disposição de um anjo, a
resignação de um doente incurável, a lealdade de um apóstolo, o
heroísmo de um mártir, a fidelidade de um profeta, ternura de um
pastor de ovelhas, o fervor de um evangelista e a devoção de um a
b) a cólera
c) a tristeza
d) a alegria
76
V. Reação às emoções
Um a vida saudável e alicerçada na Palavra de Deus fará com
que o ministro saiba superar tempos em que se defronte com
situações semelhantes em sua igreja. Saiba, portanto, portar-se
emocionalmente diante de:
lA n sie d a d e
/
2.E stresse
77
cardíacos e a transpiração, preparando o corpo para en frentar um
perigo. Emocionalmente, a situação de ameaçi vem acompanhada
de irritação e um estado de desconloi tu intenso. A manutenção deste
estado de alerta por muitfl tempo leva ao "apagamento do doente".(7)
Assim, o estresse é tensão mental, física e emocional que,
perdurando, pode chegar ao esgotamento. E não são poucos os
pastores que evidenciam marcas de estresse em seu corpo, sem se
aperceberem disso. Alguns sinais, se sentidos, podem revelar que a
"máquina" precisa ser "reparada", ou seja: depressão; dor persistente;
fadiga; falta de habilidade para dizer "não" às pessoas mesmo
sabendo que cumprir o prometido é quase impossível; perda das
opções, isto é, não há alternativas para soluções de problemas.
Algumas desvantagens do trabalho pastoral foram anotadas
pelo Dr. Willian Bil ViserQ, e, se a tempo obser vadas, evitarão ao
máximo as frustrações de se sentirem inadequados pelo trabalho
que realizam.
a) O casamento deve ser modelo de perfeição.
b) Pressões de tempo e horários, devido ao trabalho excessivo.
c) Falta de privacidade (não há segredos).
d) Estresse financeiro, necessidade de a esposa trabalhar fora.
e) Cobrança aos filhos de atividades ou atitudes que
correspondam às expectativas da igreja.
i) Falta de relacionamento íntimo com os outros casais da
igreja.
g) O marido, ao servir aos outros, negligencia sua própria
família.
h) As expectativas da igreja não levam em conta o lado
humano do pastor e de sua esposa.
i) A igreja dita à esposa do pastor seus deveres e a
titudes, de modo a produzir nela um sentido de
exploração.
j) Estresse emocional, causada por situação de crise.
(7) FannySygbrand
(8) VisãoMissionária4T/87
78
l ) C rítica in ju s ta p o r p a rte dos m em bros da ig reja,
m ) C onfusão sobre posição e p a p e l d a esp o sa do p a s
to r.
n) P a s to r à disposição dos o u tro s 24 h o ras por dia.
o) A fam ília p erte n c e à ig reja,
p) O p a s to r tra b a lh a quan d o o u tro s folgam ,
q) P re ssã o dos colegas, q u a n to à conform ação e à
com petição,
r) N inguém m in is tra à fam ília do p a sto r.
P a ra que esse m al seja san ad o , a p re se n ta m o s alg u n s
conselhos que a ju d a rã o o p a s to r a e v ita r ten sõ es
d e sn e c e ssa ria m e n te , p a ra o bom desem penho de seu
m in istério :
a) não faça tu d o no ú ltim o m in u to , ev itan d o se
a p re ss a r. O p la n e ja m e n to com an teced ên cia é um
ótim o rem édio c o n tra a ten são ;
b) não leve p a ra a m esa de refeições os seu s m ú lti
plos pro b lem as; a te n h a -se a sa b o re a r o alim en to
que in g ere;
c) p lan eje su a s férias re g u la rm e n te e im p o n h a o seu
p ró p rio tem po, rep o u san d o o su ficien te física e
m en ta lm e n te ;
d) não faça tu d o ao m esm o tem po e esta b e le ç a p rio
rid a d e s, co n cen tran d o -se no que faz no m om ento;
e) esta b e le ç a u m a red e de apoio e não se im p acien te
dem ais e v erifiq u e se o objetivo pelo q u a l e s tá lu
ta n d o é re a lm e n te com pensador;
f) p re e n c h a m ais o seu tem po no la r com a fam ília,
d istra in d o -se m ais com seu s filhos, e acrescen te
coisas novas ao seu tra b a lh o : ja rd im , selos, sítio,
lim peza, fo to g rafias, etc. Se possível, afaste-se da
cidade.
g) "A ceite a re a lid a d e . M ude o que você pode m u d a r
e aceite o que você não pode m u d ar."
h) O riso/
4. F ad ig a
81
Ninguém pode ter abundante energia sem o rafrigério e o
amparo da força espiritual. Davi desejava ardentemente um
"refrigério para a sua alma” (SI 23.2), e o profeta Isaías assegura que
Deus "dá esforço ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem
nenhum vigor..." porque "os que esperam no Senhor renovarão as
suas forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se
cansarão; caminharão, e não se fatigarão " (Is 40.29,31).
O descanso é muito importante em nossa vida (Mc 6.31), e a fé
na misericórdia de Deus, e a certeza de que nossos pensamentos,
palavras e ações estão em harmonia com a sua vontade
proporcionam-nos descanso mental, porque o Senhor assume todas
as nossas tensões (Mt 20).
d. M editação
Se a vida do pastor é cheia de emoções, culminando muitas
vezes com um desgaste físico, estresse e até mesmo doenças, isto
significa uma forte razão para que, em sua vida ministerial, reserve
um tempo para a meditação profunda.
O pastor que, na sua agitação, não encontra reservas para
estar a sós com Deus, acabará por certo sendo dirigido pela razão e
por suas próprias conclusões, um a vez que o diálogo entre ele e Deus
deixará de existir.
Descansar, orar, meditar e também cultivar a presen-ça de
Deus são maneiras poderosas do ministro conservar-se forte para o
desempenho de sua missão.
Jesus compreendia a grandeza de sua responsabilidade
perante o mundo - um povo contra Ele e um mundo esperando por
Ele - e, mesmo no curto espaço de tempo de execução de seu
ministério na terra, sempre encontrou razões sobejas para estar a
sós com Deus, orando (Lc 9.18), mesmo em agonia (Lc 22.44), ou
meditando (Mt 14.23; Mc 6.46;v.Dn6.10,ll).
Mesmo que o ambiente esteja tenso ao nosso redor, Jesus é o
Príncipe da Paz que nos faz repousar em águas tranquilas, como o
fundo do m ar que não se apercebe de nenhum indício de tempestade
nas ondas violentas de um furacão do oceano, na superfície, de ondas
revoltas e espu-
82
ejantes. Isso pode significar ter paz com Deus - porque to é algo que
reside bem no fundo de nosso coração, e esmo a maior perturbação
ao nosso redor não pode destrí-la.
Feliz é o pastor que tem um recanto onde pode absorver de
Deus o máximo para a sua vida de observação, quer avando a terra,
plantando, cultivando ou na contemplação da natureza. Nesses
momentos, muitas respostas vêm os céus ao inquieto coração ávido
de resoluções na obra de eus.
Os discípulos observaram dia a dia o Mestre levantar-cedo de
manhã, muito antes da aurora romper, e dirigir-a um solitário lugar
para orar. Não era somente nos mo-entos de perigo que se limitava à
oração, exemplo que evemos seguir.
M uitas vezes fazemos da oração um a obrigação; oramos por
um senso de dever e bocejamos sonolentos (Mt 26.40-43), mesmo
quando a dor nos prende em suas garras. Mas a oração não é um
simples dever e, sim, um privilégio c oportunidade ímpar de
cultivarmos a amizade com Deus.
A meditação deve ser acompanhada do espírito de contrição e
reconhecimento da soberana vontade de Deus para a nossa vida e
nunca no transe de "nossos" sucessos espirituais, do que "fizemos" ou
do que "somos".
Muitos pastores preferem viver do passado, olhar para trás a
olhar para a frente, pelo simples fato de se lembrarem de onde já
estiveram, em vez de imaginarem o lugar onde Deus os deseja
colocar à frente.
Devemos nos lembrar de que o estar com Deus em oração ou
meditando favorece um a atmosfera apropriada para o contato com o
Céu, mesmo que seja no trabalho diário ou no burburinho de um a
rua movimentada; isto erguer-nos-á ao trono de Deus e será a
respiração de nossa alma.
O pastor também, vez por outra, poderá ser levado a
transformar suas meditações em am arga lástima ao Criador. Se
puder se lem brar nessas horas de que as pessoas diferem umas das
outras e que Deus "de um só fez todas as raças" (At 17.26), que as
flores também diferem um a das
83
outras, que o canto dos pássaros também é diferente, mas que
fazem parte da criação de Deus, estará certo de que também ele é
diferente das demais pessoas e que Deus o am a como é realmente.
Mas se os pensamentos humanos continuam a afadigar-nos
por causa de pequenos problemas ou complexos, isto não faz, na
verdade, diferença "à luz da eternidade". A nossa vida é como um
caminho: tem esquinas, montes, descidas, horizontes - lugares para
além dos quais só podemos ver pela fé. Isto quer dizer que não
adianta querer virar a esquina antes de nela chegar, ou subir a um
monte antes de o atingir.
Se em suas meditações, pastor, o senhor vier a sentir desânimo
ou desencantamento, deve lembrar-se de que Deus está sempre
mais perto quando estamos angustiados ou aflitos; de que a "lua não
pode brilhar tanto quanto o sol, mas tem trazido alegria a
incontáveis almas solitárias. O lugar a que você aspira na vida não
tem exigências tão grandes que você não possa cumprir, se porfar
com bastante ardor''. Portanto, deve se esforçar no lugar em que se
acha a ser a melhor criatura possível.
e. V elhice
84
• E v itan d o a solidão
Os seres humanos têm a tendência de tornarem-se irritadiços
com o decorrer dos anos. Essa irritação os torna ranzinzas mal-
humorados - a tal ponto que ninguém gosta de se aproximar deles. E
como a história do leão e do chimpanzé, que podem ser, na
juventude, bons amigos do homem. No entanto, ao envelhecerem,
ficam maus e selvagens, e mesmo tão perigosos que têm que ser
colocados num a jaula. Nem mesmo o seu domador se atreve mais a
se aproximar deles.
Por isso, à medida em que vamos ganhando idade, devemos
nos conservar sociáveis, bondosos e bem-humorados, a fim de que
não seja criada um a verdadeira barreira entre nós e os nossos
parentes, nossas ovelhas, e mesmo nossos amigos, especialmente os
jovens. Devemos permanecer bondosos e atenciosos para com os
nossos semelhantes.
O pastor, mesmo no exercício do seu ministério, será bem
sucedido se conseguir controlar seus nervos e consequentemente,
m anterá sua calma na maioria dos casos. E como diz J. W. Storerr (1)
"A nossa velhice deve ter a relação com a vida que o sol poente tem
ao firmamento. Somos peregrinos neste mundo, e todas as noites
estamos arrumando a tenda mais perto do nosso Eterno Lar'', e é
verdade o dito: "Logo que começamos a viver, começamos também a
morrer''.
Portanto, é mister que um a das coisas que devemos aprender
é dar atenção ao que dizem as outras pessoas. H á pastores que não
têm mais a paciência para ouvir os casos que lhe são trazidos pelos
membros de suas igrejas, e os dispensam ou designam sempre
outras pessoas para atenderem. Por outro lado, outros velhos se
tornam paulificantes e se isolam porque costumam falar sempre, e
não querem ouvir nunca o que os outros têm a dizer. E a história que
têm para contar é sempre a mesma, só se preocupando com o
passado.
Mas aquele pastor que planejou sabiamente a sua velhice será
muito mais feliz no outono da vida, e a sua vida
• Frutos na velhice
86
"No passado, os antigos tinham em grande conta e respeito as
pessoas idosas, como que possuíssem sabedoria especial, o que
exigia, de certa forma, respeito dos outros. Ao interceder por
Onésimo a Filemom, Paulo talvez quizesse dizer: "Agora sou velho
(ainda que não fosse considerado um ancião), tenho servido a Cristo
através desses anos e perdi minha juventude e saúde em todos os
meus sofrimentos (2 Co 11.23-29), porém não quero usar de minha
autoridade senão apelar para que Onésimo me assista em minhas
aflições, como um filho que possa trabalhar em linha companhia,
favor esse que bem podes, ó Filemom, outorgar-me!" ’
Foi nesse espírito de amor, e não através de um a ordem, que
compeliu a Filemom não só a lhe enviar Onésimo, como também o
conduziu no caminho do bem. Toda ação cristã deveria ser motivada
por esse espírito de amor de que era possuidor Paulo, cujos rigores de
sua vida não rrancaram de seu coração a bondade no tratam ento
com as almas preciosas.
As suas epístolas, de modo especial as pastorais, revelam
profundo entendimento acerca da ética em todos os seus níveis. Com
singular sabedoria pôde exortar, condenar, aconselhar, historiar,
comparar e convencer. Mesmo aos velhos, sabia exortar.
Escrevendo a Tito, diz: "Os velhos que sejam sóbrios, graves,
prudentes, sãos na fé, na caridade, e na paciência" ti 2.2). Embora
Paulo não estivesse especificamente se irigindo aos governantes
eclesiásticos, mas a vários grupos de idosos que naturalmente eram
considerados líderes naturais dos mais jovens, alertava-os sobre a
insensatez na velhice, que era considerada como alguma coisa
vergonhosa e fora de propósito.
Além disso, "a idade deveria aum entar a piedade, infámente
com a autoridade e o prestígio: e aquelas tentações que tão
facilmente atraem e derrotam os jovens - deveriam ter sido
conquistadas desde há muito pelos homens idosos. Todo homem de
idade avançada deveria ser dono de uma sabedoria sazonada, de
dignidade e de com
87
postura espiritual que os jovens geralm ente não possuem".(2)
Portanto, aos velhos, especialmente aos investidos de
autoridade ministerial, requer-se o ser bem equilibrado;
respeitoso; nobre; digno; prudente; moderado; sadio com a
doutrina (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3; T t 1.9), com a m ente (2 Tm 1.7),
com palavras (2 Tm 1.13), com a linguagem (Tt 2.8); sadio na
m ais elevada de todas as virtudes - o am or (Gl 5.22) e tam bém
constante.
• Prevenção para a velhice
No estado atual dos nossos conhecimentos, a prevenção é o
único meio de retardar o envelhecimento biológico e as doenças
relacionadas com a terceira idade, e de assegurar um a velhice
ativa e produtiva. As possibilidades de ação preventiva são as
seguintes :(3)
a) diagnóstico precoce de doenças frequentes entre os
idosos e tratam ento eficaz e oportuno. Deste modo,
chega-se à velhice em boas condições físicas e
intelectuais;
b) preparação para a aposentadoria: visa a preservar o
bem -estar físico e intelectual e atenuar o choque
psicológico causado por essa retirada da vida ativa. E sta
preparação deveria começar por volta dos 50 anos, idade
em que a personalidade é ainda flexível e adaptável;
c) quanto às pessoas idosas, é im portante um modo de vida
saudável, exercícios físicos, alimentação equilibrada e
um ritm o de vida diário. N as atividades cotidianas,
deverá dedicar um tempo razoável ao descanso
adequado. E necessário aten tar para o fato de que os
idosos não tenham um desgaste físico excessivo,
favorecendo as atividades que não lhes causem fadiga.
Devemos, assim, estar preparados para a velhice, como
tam bém ser bastante realistas quanto ao fatídico inesperado,
sabendo que a qualquer momento o dono de
(2) ONnW,v.5p.426
(3) EditBeregi
88
nossas vidas pode nos tomar para si, como Enoque, que andou com
Deus, e "não se viu mais porquanto Deus para Si o tomou” (Gn 5.24).
E também, "se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos da parte de Deus um idifício, casa não feita por mãos, eterna,
nos céus" (2 Co I D.
Quando Deus confia a homens a mordomia de Seus bens, Ele
não questiona a idade de cada um (Gn 21.2), mas | ue se ache fiel (1
Co 4.2), que faça tudo "conforme as suas forças, porque na sepultura
não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma"
(Ec 9.10).
Acabando a carreira, não há vanglória no dever cumprido, mas
a satisfação de perder a vida por amor a Cristo, Porque a nossa carne
é "como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-
se a erva, e caiu a sua flor" (1 Pe 1.24). E o que é a nossa vida? E
como um a córrente dágua; como o sono (SI 90.5); como um vapor
que aparece por um pouco, e depois se desvanece (Tg 4.14); é como
nada diante do Senhor (SI 39.5); é como a nuvem que se desfaz e
passa (Jó 7.9); é como a sombra, que foge e nao permanece (Jó 14.2);
é mais veloz que um correio (Jó 9.25); é mais veloz que a lançadeira
do tecelão (Jó 7.6); é como o navio veleiro que passa e como a águia
que se lança à comida (Jó 9.26), enfim, o "homem, nascido de mulher,
é de bem poucos dias - e cheio de inquietação" (Jó 14.1).
3. A VIDA FAMILIAR
a. O L a r
(1) SegisfredoS.Wanderley
(2) MarthaRLeaveU
90
sempre em mudanças: os negócios do pai, a saúde da progenitora,
vantagens para as crianças, e muitas outras circunstâncias exigiram
vida nómade. Em tais agrupamentos, os seus respectivos membros,
ligados por afeições e mútuo esforço, podem apenas dizer uns aos
outros: "Quando estou convosco, estou no lar."©
O próprio Jesus deixou o seu lar nos céus para regressar
algum tempo depois, e aqui, não tinha onde reclinar a abeça (Mt
8.20). "Havendo, pois, os elementos amor (ágape, a m o r puro,
sentimento recíproco) + dedicação (que a maior expressão do verbo
servir) + co m p reensão (que é entir o sentimento um do outro) +
paz haverá, conseqüentemente, um LAR; caso contrário, haverá
apenas um a casa, um ajuntamento de duas vidas."©
"De todas as influências que ajudem ou que prejudiquem a
vida profssional do pastor, talvez a do seu lar seja mais poderosa.
Certamente a influência da família é inseparável do seu serviço
pastoral. Se fracassar como marido ou como pai, é impossível que
seja eficiente como pastor, embora tenha os dons naturais e o melhor
treinamento para a sua profissão."©
b. A E sposa
©MarthaBLeaveU
(4) GustavoKessfer
(5) A.R.Crabtree
91
de vista essencialmente bíblico: "o marido é a cabeça da mulher'' (Ef
5.23). O varão é a cabeça da mulher. Em 1 Coríntios 11.3, existe
certa ordem decrescente de autoridade; cada ser tem o seu "cabeça".
O cabeça, como diretor do corpo, representa autoridade. Assim, de
todas as famílias do Céu e da Terra, Deus é a cabeça. O Filho
estabeleceu o exemplo: Ele declarou que o Pai é maior do que Ele
mesmo (Jo 14.28), e foi em obediência ao Pai que Ele cumpriu e está
cumprindo a sua missão. Embora haja igualdade entre as pessoas
da Trindade, o Filho dá honra ao Pai. Assim, apesar de serem o
homem e a mulher seres iguais deve a mulher obedecer ao marido,
deve dar-lhe honra, aceitando-o como cabeça nos moldes da Palavra
de Deus. O homem não é independente, porquanto nem ao menos é
o Senhor de seu próprio destino. A mulher não é espiritualmente
inferior ao homem, mas está subordinada a ele nesta esfera terrena.
Portanto, Paulo apelou para a ordem natural divina das coisas,
a fm de enfatizar a necessidade de submissão da mulher ao seu
marido. M uitas pessoas modernas consideram intolerável tal ensino,
porque, alegam, contradiz a chamada "Igualdade dos sexos". Porém,
na maravilhosa ordem da criação, cada parte tem seu próprio lugar e
função. Aspirar a "igualdade" com todos foi, segundo a Bíblia, o
"pecado de Adão", consubstanciado no orgulho. Nesta época em que
cada qual ambiciona a "igualdade", e ninguém está disposto a tomar
forma de servo, o ensino bíblico forçosamente tem que ser ofensivo;
mas devemos insistir em que não é de Deus o falso sentimento de
igualdade dos sexos. Isso não exalta a mulher, senão que a desonra, e
cria a anarquia (falta de governo) que conduz ao descontentamento e
à discórdia. A mulher tem a sua própria excelência, um a excelência
distinta da do homem.
As ideias exageradas de subordinação feminina levaram os
judeus a não permitirem que suas mulheres participassem das
formalidades religiosas de sua fé. "Melhor é queimar os livros da lei
do que permitir que um a mulher aprenda a lei", era o que pensavam
os extremados.
Os antigos criam na superioridade intelectual essencial dos
homens sobre as mulheres (o que está provado ser
92
Um mito), e ensinavam que os companheiros constantes da mulher
nas sociedades eram os escravos e as crianças, e nao os homens
livres. Além disso, muitas culturas antigas tinham a mulher em
pouca conta, sobretudo a cultura judaica.
Alguns rabinos chegavam mesmo a duvidar de que as
mulheres tivessem alma. Não era bom costume social um homem
conversar em público com um a mulher, a fim de nao cair sob
suspeita de intenções adúlteras. Por isso, alguns judeus negavam-se
a íalar em público com suas próprias esposas, para que outras
pessoas que não sabiam ser a esposa viessem a suspeitar deles.
/
93
esposa do pastor pode ser a causa da sua vitória ou de sua derrota
como ministro do evangelho.
0 grande sábio Salomão disse que " o que acha um a mulher
acha um a coisa boa e alcançou a benevolência do Senhor''. (Pv 18.22).
Lutero, referindo-se à esposa que Deus lhe deu, disse: "Eu jamais
trocaria a minha pobreza com ela por toda a riqueza de Creso sem
ela". Referindo ao matrimônio, declarou: "O benefício maior que
Deus pode conceder a um homem é dar-lhe um a boa esposa,
piedosa, com quem possa ele viver em paz e tranquilidade, a quem
ele possa confiar todos os seus bens, mesmo a sua vida e o seu bem-
estar."
Aqueles que têm esposas que são verdadeiras bênçãos nas
mãos de Deus, e às quais devem grande parte do seu sucesso
pastoral, devem agradecer aos céus por as possuírem. Revendo,
entretanto, a história, encontramos desastres conjugais nas vidas de
certos heróis da fé, como Carey, cuja esposa era francamente inimiga
da obra do seu esposo e nada queria sobre ela. E também do famoso
Wesley, cuja esposa não era digna de atenção. "Ninguém, melhor do
que Deus, conhece as amarguras e as aflições que esses gigantes da
fé padeceram e quantas vezes se recordaram de Jó. Nós sabemos,
porém, pelo que se tem escrito, como eles as suportaram, com
heroísmo e paciência."
"Feliz é o pastor que encontra no seu lar um abrigo de paz,
força e alegria. Feliz é a igreja cujo pastor tem o apoio, a simpatia e a
plena cooperação de um a boa oompanhei-ra."©
Mesmo cabendo ao marido a responsabilidade de direção do
lar, há, entretanto, um a igualdade entre os dois perante Deus, como
vemos a seguir.
1. R esponsabilidades conjugais
• S ubm issão
• A m or
()ASeara;SSWanderley
(8)t.GamaLeiteFilho
95
como Cristo ordena, ainda que ele seja caprichoso e inconsequente.
Faça cada um o que Deus manda, somente; nao tente levar o outro,
por meios diretos, a fazer a parte dele Confie em Deus. O Senhor
honrará a sua fé! Que se díalo gue ao máximo: ouvir o outro é a mais
constante exigência do amor. Todavia, não se exacerbe nunca,
deixando a co municação pela imposição de idéias; convertendo o
inter esse de compreensão do outro em empenho verbal deliberado
de desmoralizar seu ponto de vista".©
• P e rd ã o
2. Infidelidade conjugal
98
J.C. de Ferriere "você deve começar a resistir quando o iabo começa a
tentação. Não fique a princípio namorando o pecado - você só
descobrirá muito tarde que a sua reputação e o seu caráter
imaculado já desapareceram. O pecado é um a serpente que morde
quando a gente menos espera! Se, portanto, você, em qualquer
momento sentir que Istá sendo atraído ilicitamente por alguém, leve
imediatamente tais sentimentos ao Senhor Jesus em oração, e não
detenha até ter a certeza de que está perfeitamente li-herto da cilada
do diabo".
Mas a astúcia satânica cada vez se aprimora mais, e o
cuidado dos casais precisa ser redobrado, pois há alguns teólogos que
alegam que, "em determinadas situações, o adultério pode ser
justificado e até mesmo louvável". Se, por exemplo, o ato refletir um a
preocupação sincera e afetuosa pelas necessidades de outra pessoa,
então, dizem, a nfidelidade será coisa "certa e boa". Ilustres
pregadores lem caído nessa armadilha.
O Salmo 51 registra um dos casos mais graves de súplica de
perdão pelo pecado de adultério - o do rei Davi, Bue mandou m atar
Urias para ficar com sua esposa, Batseba(2Sm 11.1-27).
/
O reino de Deus é vedado aos adúlteros (1 Co 6.10; Tg 4.4).,
E hora de se conservar solidamente a família, pois o
matrimônio é o mais precioso bem e a mais compensadora do todas
as relações! E hora de reerguer o nosso altar destruído e honrar o
casamento quando os laços do mal vierem a nos induzir a cometer o
pecado que pode desgraçar a nossa vida conjugal. Lembremo-nos de
que o poder de restauração estará nas mãos de quem venceu a
morte e o inferno (Ap ll8).
E bom lembrar que as paredes do lar não se erguem Com
tijolos, organogramas e madeiramento, mas com amor e
fidelidade.
100
• Se não visita com o marido, é anti-social e indiferente aos
deveres que lhe impõem as atividades eclesiásticas.
• Se é assídua aos cultos e não dispõe de um a ajudante para
ocupar-se dos flhinhos menores e os leva à igreja,
assentando-se nos últimos bancos do templo para que
perturbem menos a assistência, ela é acusada de prejudicar
as crianças e os crentes. P ara tais pessoas seria melhor que a
esposa do pastor ficasse em casa com a prole.
• Se permanece em casa parte do tempo, não é um a mulher
espiritual, mas fiia na fé.
• Se ela saúda os visitantes, aconselha os que têm problemas e
ora pelos enfermos e fracos, é, obviamente, indiferente aos
deveres maternos e intrometida em assuntos que não lhe
dizem respeito.
• Se trabalha fora do lar, a fim de suplementar, com o salário
que recebe o pequeno "pro-labore" ganho pelo marido, que
não lhes é bastante à plena manutenção do lar, e, por isto,
não pode estar em todas as reuniões do Círculo de Oração, é
um a mulher gananciosa, incrédula, indiferente às coisas de
Deus e não sente gozo espiritual.
c. O s F ilhos
103
Os conselhos de "Provérbios" são de grande ajuda "quer para o
filho que não se julga feliz com seus pais, quoi para os pais que
arruinaram a vida dos filhos".
Não são as pancadas violentas de um pai, na repreesão a um
filho, que lhe farão obediente ou respeitoso. Se os pais não sabem ter
domínio próprio, como ensinarão aos filhos o temor do Senhor?
Aqueles que ralham continuamente com seus filhos, acabarão por
certo sentindo que lhes escapa a eficácia da autoridade, pois eles
acostumar-se-ão com as repetições e as considerarão um hábito
muito desagradável. A repreensão é um ponto que requer
observação: corrigir com brandura, porém com austeridade.
Voltando à Bíblia, encontramos um péssimo exemplo de pai.
Ló era o nome desse homem, e não se importou em associar-se a
outros lascivos e de vidas corruptas que até desejavam estuprar os
visitantes santos, mensageiros do Céu. Sua identificação com o
pecado não fez a diferença chamá-los de "irmãos". "Rogo-vos meus
irmãos, que não façais" (Gn 19.7). Ele perdeu a grande oportunidade
de ganhá-los; sacrificou sua família e perdeu tudo aquilo que tinha,
porque se comprometeu com o pecado.
Nenhum pai tomou decisão mais vergonhosa que a de Ló,
quando ofereceu suas filhas para acalmar e m anter a amizade com
os ímpios. Muitos, como Ló, vão vivendo em Sodoma, e "desejam a
aprovação dos sodomitas, vivendo em comunhão com eles".
Outros há que exageram a sujeição dos filhos, cobrando-lhes
"exigências descabidas, acima das suas possibilidades, que
expressam a sua autoridade sobre os filhos".
O apóstolo Paulo aborda um assunto de grande rele-vância,
ao citar: "Vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os
na doutrina e admoestação do Senhor'' (Ef6.4).
No grego existe um a única palavra, "parargidzo", que significa
"provocar a ira". Dentro desta palavra existe a raiz "orge", que se
traduz por "sentimento", "temperamento", que envolve um tipo
violento e iracundo. Não é de se estranhar que as pequenas
criaturas, as crianças, também sejam dotadas desse "sentimento", e
podemos levá-las a "alienação no lar". Neste caso, o "amor bate asas,
104
como tam bém o respeito dos filhos pelos pais desaparece”, a não
ser aquele gerado somente por razão do medo.
E m um de seus estudos, Tácito Filho apresenta algum as
m aneiras de provocar os filhos à ira:
1. o uso impróprio da autoridade;
2. disciplina sem amor;
3. disciplina ou castigo no momento da ira ou de raiva;
4 d isáp lin a ou castigo sem boa comunicação (deve o pai
identificar previam ente as ordens que dá; te r certeza de
te r comunicado o que deseja; explicar, no caso de
desobediência, que o castigo é devido àquela
desobediência);
5.incoerência na disciplina (castiga-se a criança, hoje, por
algo que cometeu, e am anhã não);
6. insistência n a palavra e no ato;
7. prom eter sem cumprir.
Assim, vemos que os filhos devem ser criados na disciplina do
Senhor, na admoestação diária segundo a Palavra do Deus. Essa
”disciplina” ou "educação” é do "Senhor, ou seja, tem natureza
espiritual, pois sua finalidade é beneficiar um a alma eterna”. O texto
de Efésios 6.4 ultrapassa em muito as "ações severíssimas de certos
pais para com filhos! Ira e restrição, como também ameaças e
castigos corporais por motivos banais não são ações apropriadas
progenitores. Pois há um elevadíssimo alvo que precisa ser obtido
através de meios espirituais ” (R. N. Champlin).
Outro exemplo bíblico bastante notável é o relacionamento
pessoal de Abraão com Deus. Mesmo sendo o "pai da fé”, cometeu
inúmeros erros em sua vida; mas isto não apagou na vida de Isaque
a prova que seu pai dera a Deus ao obedecer a sua voz em sacrificá-
lo. A obediência de Isaque foi dupla, obedecendo a Deus e ao seu pai.
”O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho louco é a tristeza de sua
mãe” (Pv10.1). Isaque soube honrar o nome do Senhor, amando
Rebeca e, ao contrário de seu pai Abraão, só teve filhos com sua
esposa, não aceitando, como Abraão, o m au conselho de Sara para
ter filhos com sua serva.
10 5
“instruiaomeninonocaminhoemquedeveandar,eatéquandoenvelhecernãosedesviarádele"’
(Pv.22.6)
Feliz é o pastor que pode contar irrestritam ente com a
ajuda da esposa n a educação de seus filhos! "Toda m ulher libia
edifica a sua casa..." (Pv 14.1). "Mas a tola derruba com as suas
mãos", e Salomão acrescenta que " grande séria é para o pai o
filho insensato e num gotejar contí-uo as contenções da mulher"
(Pv 19.13).
Aquela que é sábia, n a ausência do esposo ocupado com a
obra de Deus, saberá suprir a educação disciplinar dos filhos que,
"com paciência e jeito, cria em casa um am biente que favorece o
bem e desanim a todo m al. A prim eira condição para criá-lo é ser
leal ao m arido e dedicada aos lhos".
Entretanto, a responsabilidade principal da educação os
filhos cabe ao pai de família, e Deus não terá por inocente o
hom em que despreza a liderança do lar. Aquele que e queixa do
seu próprio filho está confessando a própria culpa. "Desprezar a
m ulher, não proceder em casa como homem, isto é, como pessoa
correta e digna, agrava a sua responsabilidade. A tirania paterna
tem como resultado o afastam ento ou da m ulher ou dos filhos,
quase sem pre ambos" (E.P.Ellis).
N a adm inistração do lar, o m inistro deve procurar um
erfeito relacionamento com a esposa, pois o am or do casal
roporcionará a segurança de que tanto os filhos precisam. Além
disso, deve dedicar um tempo em companhia da família,
dem onstrar a confiança que tem nos filhos, interessando-se por
suas realizações, após lhe darem tarefas em casa ou mesmo em
seu próprio trabalho e igreja. A conversa franca e a expressão
livre do filho para com o pai tleve se constituir em clima de
amizade, descobrindo os intos positivos e cultivando-os,
encarando com sobriedade os pontos negativos. Enfim, prepará-
los para o futuro, rando e agradecendo o tesouro que o casal tem
em casa.
10 7
III
O Pastor
e seus Estudos
109
tuais. Ademais, o Espírito Santo de Deus nos "faria lembrar...",
princípio que depreende de um a aprendiza gem anterior.
Observando-se que a capacidade hum ana pode representar
em conhecimento de todas as áreas, vemos que as bibliotecas não
mais comportam os volumes da "sabedoria das mentes". A maior
biblioteca do mundo, por exemplo, tem mais de 20 milhões de livros,
hoje. Em 1517, na Euro pa, ela tinha apenas mil livros. Na
atualidade, milhares de livros são impressos diariamente, e a forma
total de conhecimentos triplica a cada década. A velocidade de
mudança está acelerada, cem vezes maior que a precedente. E o que
temos feito para acompanhar essa aceleração? Quais são os nossos
conhecimentos do mundo atual? Nossas pregações são superficiais
como um rio em época de seca ou são cheias de riquezas como as
águas profundas dos mares? E o que dizer de muitos de nossos
pastores que estagnaram no tempo e no espaço?... Contentam-se
apenas com a simples leitura, sem reflexão, de alguns versículos
bíblicos (quando o tempo lhes permite), para extrair algum alimento
para o rebanho do Senhor!
Além das Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé, sem
dúvida alguma outros livros deveriam ser lidos por mês. Ao final do
ano, nossa gama de conhecimentos seria recompensada com os
resultados de nossos ensinamentos.
Os chineses dizem que eles são "aqueles que conhecem a frente
das outras pessoas". A instrução nos torna sábios. E o sábio sabe
daquilo que o povo comum não sabe. Samuel tornou-se um profeta, e
profeta é aquele que sabe o que vai acontecer no futuro. O pastor está
à frente das outras pessoas e deve manter-se num processo rigoroso
de absorver conhecimento, aliado à oração e à meditação.
Reconhecemos, entretanto, que homens espirituais e iletrados,
porém consagrados e cheios do Espírito Santo, admiravelmente têm
sucesso na pregação do Evangelho de Jesus Cristo. O auxílio destes
vem quando há uma perfeita comunhão com Deus, e homens
simples fizeram parte do quadro de apóstolos de Jesus Cristo. Mas a
incapacidade intelectual destes não significa autoridade sobre o
nosso despreparo voluntário.
110
”0 pastor que tem o seu diploma do seminário certa m ente
está m ais bem preparado p ara continuar os seus estudos bíblicos
e teológicos. Se pensar que não precisa estudar mais, vai-se
esquecendo m uito do que já aprendeu, perdendo gradativam ente
um a parte do cabedal de sua cultura, enquanto o pastor que não
teve a vantagem de todos estes cursos vai comprando bons livros
e estudando assiduam ente, tornando-se finalm ente m ais
eficiente no ministério do que o colega diplomado.” (1)
1. Remindo o Tempo
2. A B iblioteca
/
(2) A.Gilberto
11 5
consultas im ediatas para suas pregações ou seus estudos.
O local da biblioteca que deverá ser um am biente m ais
agradável, silencioso e confortável possível, precin estar tam bém
devidamente equipado com todo o m aterial de escritório à mão, o
que lhe facilitará um m aior desempenho.
M uitos livros ensinam como organizar um a biblioteca,
assunto que não precisa ser discorrido neste capítulo, o que o
pastor poderá adquirir e executar a m ontagem de sua biblioteca
como m elhor lhe convier.
O livro Administração Eclesiástica, de nossa autoria,
contém um capítulo sobre o assunto.
11 6
TV
O P astor
e o Rebanho
1. No Púlpito
0) Otto Grellart
118
• A postura no pulpito
(2)AdmEdesV.7N3/15
119
a) pregar gritando o tempo todo, sem se apercehn que está diante
de um microfone;
b) bater o pé no chão com força repetidamente e dar murros no
púlpito com estardalhaço.
c) gesticular demasiadamente, insinuando às vezes gírias ou
imoralidade, e às vezes pular, sem se dai conta disso; o corpo
deve ser naturalmente dosado por gestos conforme a dinâmica
do sermão;
d) falar de olhos fechados ou arregalados, bem como olhar de modo
fixo para cima ou para o piso como se tivesse perdido algo, e com
medo de encarar o auditório. O certo é que os olhos devem
acompanhar o que se fala, pois às vezes falam mais claro que as
palavras, e ajudam o pregador a sentir o efeito da mensagem;
e) molhar o dedo na língua para virar as páginas da Bíblia, ou
soprá-las com a mesma finalidade;
í) coçar-se de modo inconveniente e limpar as narl nas, quando no
púlpito, ou mesmo fazer cacoetes ou tiques mímicos;
g) fazer a leitura bíblica que anunciou e não mais voltar a ela;
h) não conversar no púlpito, senão o estritamente necessário, e
não despachar o expediente no lio rário do culto;
i) o pastor deve chegar cedo à casa do Senhor Deus, porque,
assim fazendo, dará bom exemplo ao rebanho e não
contemplará o semblante do povo com sinais de impaciência e
cansaço.
• A direção do culto
120
Deus o texto de sua mensagem, isto variando de igreja ara igreja.
A Bíblia de púlpito não deveria ser desprezada nesse ato
inicial, pois ela "é mais dona do púlpito do que o próprio pastor;
porém há aqueles que já se acostumaram com as anotações e o
manuseio constante de sua Bíblia, que se tornam inseparáveis dela”.
A leitura bíblica deve ser bem nspirada, baseando-se principalmente
nos Salmos ou nos vangelhos.
Se não há pequena exposição sobre o texto lido, segue-e a
oração interoessóiia, com assuntos bem definidos, orno pela igreja, os
problemas de seus membros, pela direção do culto, pela mensagem,
e demais necessidades.
As apresentações dos visitantes, bem como os anúncios é
natural que se laçam neste início de culto, seguindo-se o
levantamento das ofertas e dízimos, enquanto a congregação canta
um hino. E comum em nossas igrejas dar-se a palavra para um a
saudação a um dos visitantes, e o tempo restante ser ocupado com a
mensagem da Palavra e Deus. Essa mensagem não é propriamente
sua, mas de Deus. Falará daquilo que recebeu da parte do Senhor e
não externará a sua opinião sobre a Palavra, mas "demonstrará a
verdade certa de um texto certo para um a situação certa de um a
pessoa certa".
Após o apelo, sem que se oprima o pecador para aceitar a
Cristo como Salvador de sua alma, o pastor im petrará a bênção
apostólica para o encerramento do culto. Convém deixar registrado
que muitos companheiros ordenados ao Santo Ministério
desconhecem essa boa praxe de despedir o povo com um a bênção
divina.
A bênção que dava o sacerdote, de mãos estendidas, vinha de
Deus, e o mesmo se dá hoje em dia: é o Senhor quem abençoa, quem
guarda, quem tem misericórdia e quem dá paz (Nm 6.24-26). A
primeira bênção, araônica, foi ordenada por Deus, no Antigo
Testamento e, a segunda, no Novo Testamento, é usada ao final de
alguns escritos: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e
a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém" (2 Co
13.13).
121
2. Com o C onselheiro
(3) E Cabral
122
Ihor orientação. Entendimento é essencial em todas as as relações
pastorais, especialmente em relações próximas com pessoas aflitas e
perturbadas. Conhecendo a sua Bíblia, pastor deve saber que nem
todas as pessoas são igualmente culpadas pelas suas fraquezas e
faltas. M uitas fraquezas pessoais têm a sua origem nas influências
do ambiente e da família e da sociedade que contribuem para a
formação da mentalidade. A graça de Deus pode operar um a grande
transformação na personalidade, e o ambiente da igreja pode
contribuir para o desenvolvimento do caráter cristão. Muitos
cristãos, porém, não se podem ambientar na vida da igreja sem o
auxílio do pastor. Até crentes fortes e bem ambientados, vitimados
por circunstâncias, podem fracassar se não receberem o socorro
oportuno."(4)
3. C om a M ocidade
A mocidade compõe-se de um a faixa de idade no seio da igreja
que deve merecer a atenção pastoral. Algumas importantes
atividades da igreja alcançam vários grupos existentes no seio da
comunidade. Temos a Escola Dominical, trabalhos infantis, corais e
conjuntos musicais, Círculo de Oração e tantos outros. Também as
atividades juvenis que contribuem eficazmente para o crescimento
da igreja. Portanto um a organização de jovens na igreja local não é
nenhum corpo estranho, nem uma sociedade separada da vida da
casa do Senhor.
OARCrabtree
123
A mocidade é um a força vital, e a Bíblia confirma esse fato nas
palavras do apóstolo João: "Jovens, sois fortes” (I Jo 2.14). Essa força
vital deve ser aproveitada e canalizada para o crescimento da igreja
na obra da evangelização Lembremo-nos de que, na guerra, são os
jovens que vau para o "fiont" e se expõem aos perigos. Os mais
velhos ficam na retaguarda dirigindo, orientando e treinando os
mais jovens.
a. C onhecim ento
124
b. Simpatia
c. Simplicidade
c. Tato
Cada pessoa tem o seu modo de ser. Cada qual o seu problema. O
pastor precisa usar de toda a habilidade no tratamento com os jovens. O
tato diz respeito à maneira hábil de fazer ou dizer o que é certo, sem
ofender a pessoa com quem está tratando. E aquela apreciação
v
intuitiva
que se tem quanto ao que é viável no momento certo. As vezes, a falta de
tato produz maiores danos à pessoa necessitada. O jovem é uma planta
nova, e por isso, sensível. E preciso cuidado no trato com ela.
125
e. Discrição
e. Imparcialidade
126
ro o desafia com interrogações sem íim: Que profissão escolherei?
Com quem me casarei? E nessa fase que o jovem se conscientiza de
que sua vida futura depende de profundas e responsáveis decisões.
Como tomá-las implicam, às vezes, em conflitos sérios dentro de si.
Entretanto, o jovem crente pode ter a ajuda pastoral. O
relacionamento entre o pastor e o jovem deve se revestir de
características especiais que consolidem vidas para o cumprimento
dos propósitos divinos neste mundo. Assim.
6. É tic a P a sto ra l
• D everes pessoais
131
evangelho da graça de Deus. Agora eu sei que todos vós, em
cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto.
Portanto eu vos protesto no dia de hoje, que estou limpo do sangue
de todos” (At 20.17-27). Assim procedendo, ele podia afirmar sem
receio de ser contraditado: "Expondo estas coisas aos irmãos, serás
bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da
boa doutrina que tens seguido" (1 Tm 4.6), e concluir exortando-o:
"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres,
porque, fazendo assim, sal varas tanto a ti mesmo como aos teus
ouvintes" (1 Tm 4.16).
No trato com os colegas de ministério, ele foi o maior exemplo
para nós, tanto para com seus auxiliares diretos, imediatos, aos
quais, às vezes, chamava de filhos, como para com todos com quem
privou no exercício do ministério pastoral. "Tu pois, filho meu,
fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha
parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros. Participa dos
meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus" (2 Tm 2.1-3).
Com este sentimento, ele chegava às vezes a se impacientar, a se
perturbar com a ausência de alguns deles: "Ora, quando cheguei à
Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e um a porta se me abriu
no Senhor, não tive contudo tranquilidade no meu espírito, porque
não encontrei o meu irmão Tito; por isso, despedindo-me deles, parti
para a Macedônia" (2 Co 2.12,13). Como andam as minhas relações
fraternais com meus auxiliares? Como anda o meu trato para com
eles? Estou
v
guiando-me pelo exemplo de Paulo?
As vezes, temos auxiliares remotos, algo indireto. Paulo os
tinha também, e no trato com eles, igualmente nos serve de exemplo:
"Encaminha com diligência a Zenas, o intérprete da lei, e a Apoio, a
fim de que não lhes falte coisa alguma" (Tt 3.13).
Há, porém, aqueles que nos são iguais em encargos
administrativos: à nossa semelhança, eles são pastores de igrejas
administrativamente autônomas, o que ocorreu também com Paulo;
e, portanto, dele podemos receber ensinamento precioso no trato com
os nossos iguais: "Catorze
132
anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando
também a Tito. Subi em obediência a um a revelação; e lhes expus o
evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que
pareciam de maior influência, para de algum modo não correr, ou ter
corrido em vão... e, quando conheceram a graça que me foi dada,
Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a
mim e a Barnabé, a destra da comunhão, a fim de que nós fôssemos
para os gentios e eles para a circuncisão; recomendando-nos somente
que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por
fazer'' (Gl 2.1,2,9,10). Sim, ele não era um autonomista
discriminativo, ao contrário, nem mesmo era um "primus inter
pares", e sim era um igual, conforme previa a profecia messiânica:
"Mas és tu, homem meu igual, meu companheiro, e meu íntimo
amigo" (SI 55.13). Não admira que de homem assim proviesse
vitória tão acentuada quanto aquela da igreja primitiva!
133
é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador,
/
para castigar o que pratica o mal. E necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de
consciência, por este motivo também pagais tributos: porque são
ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço. Pagai a
todos os que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Rm 13.1-7).
Procedendo deste modo, cada um de nós será sempre e sempre honrado
pelas autoridades.
c. Com os idosos
Outra classe social que o pastor terá pela frente é a velhice dentro
e fora da igreja. Como tratá-la? Paulo o diz claramente ao recomendar-
nos: "Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos
moços como a irmãos; às mulheres idosas como a mães; às moças como a
irmãs, COM TODA A PUREZA" (1 Tm 5.1,2). A pessoa idosa, em
qualquer lugar, merece um tratamento honroso. Sabemos que a Bíblia
recomenda isto tanto no Novo quanto no Antigo Testamento.
d. Com os jovens
134
dá oportunidades para provar de quanto é capaz? Daí ser necessário
ao pastor compreendê-lo como jovem, e dar-lhe as oportunidades
frequentes, a fim de que possa provar que aquilo que a igreja lhe
confiou será realizado segundo a vontade de Deus.
e. C om o sexo oposto
135
D e v e r e s v e r tic a is
136
culdades, haver sido Cristo a razão de seu grande êxito na ida espiritual
e no exercido do ministério pastoral.
Que diremos nós a nosso próprio respeito? Como anda
erticalmente a nossa ética pastoral? E Cristo a razão de ser de nossa
existência como pastores? Estaremos entregando-lhe sempre e sem
reservas espirito, alma e corpo? Cstamos nos deixando consumir de zelo
santo por Cristo? -"por que somos pastores? Por que estamos exercendo
o pastorado de uma igreja cristã? Oxalá possamos responder a cada
uma destas perguntas e a muitas outras que poderíamo os acrescentar a
esta lista de um modo convicto, positivo; o que será a nossa completa
felicidade e vitória.
Reconhecemos para concluir, que seguindo o sistema de ética
pastoral exemplificada por Paulo nenhum pastor falhará em seu
ministério pastoral, ao contrário, cada um laqueies que isto fizer, será
mais do que vencedor por iquele que o amou, vocacionou e chamou ao
seu serviço.
7. Clínica Pastoral
138
Além de pregar, Jesus também ensinava como parte de sua
clínica pastoral. Quantas vezes um toxicômano se chega a nós
carente apenas de instrução diferente daquela a que têm estado
afeito, e, depois de conduzido a Cristo mediante o ensino verdadeiro
de sua Palavra, ele se une a Jesus, liberto completamente de suas
mazelas físicas e morais, e torna-se um ser sadio física, moral e
socialmente!
O pastor nunca deve se esquecer de que na clínica pastoral
existe o valor poderoso da Palavra de Deus e da oração. Nunca
esquecer de que é a verdade que liberta a pobre alma hum ana das
garras aduncas do mais que mentiroso!
Nessa prática, fatalmente encontraremos toda sorte de
enfermos, vítimas às vezes inconscientes da verdadeira chaga
satânica, na maioria dos casos, vítimas diretas do próprio Diabo!
Nem sempre a enfermidade física é o resultado de obsessão
satânica; isto cremos e ensinamos. Mas, se o pastor receber de Deus
o dom de discernir os espíritos, defnitivamente, vai encontrar mais
frequentemente do que espera, a operação direta do Diabo em
muitas enfermidades aparentemente físicas.
Quando falta discernimento no pastor, pode dar-se uma distorção
tão perigosa nos seus conhecimentos dos casos, que ele passa" a ver em
cada enfermidade um demônio operando, quando isto é absolutamente
falso! Haja vista, por exemplo, o paralítico de Cafarnaum, curado por
Jesus, conforme narrado nos evangelhos sinóticos: antes de curá-lo da
paralisia, Jesus perdoou os seus pecados. Por quê? Logicamente a
origem de sua enfermidade não estava no demônio e sim em sua
natureza pecaminosa, o que às vezes acontece em nosso ministério.
Cremos que a maioria das enfermidades sofridas pela
humanidade tem esta origem e não outra! Daí, a carência do
discernimento em cada pastor, e da ausência de julgamento precipitado
das origens das enfermidades, a fim de evitarmos escândalos e até
descrédito ao pastor e ao evangelho, e, o pior: impropério ao nome de
Cristo!
Na clínica pastoral, pode ocorrer com regularidade a aparição das
vítimas sociais, religiosas e até trabalhistas e não apenas
exclusivamente espirituais. E então, por não
139
sermos assistentes sociais ou profissionais diretamente afeitos a tais
problemas, vamos encaminhar aqueles que nos procuram aos
ímpios especializados nesses conhecimentos? Não! Absolutamente
não!!! E nosso dever lidar com eles do mesmo modo como lidaríamos
com problemas de ordem espiritual puramente dito. Do contrário,
como ficará a nossa consciência diante de Deus se enviarmos aqueles
que nos procuram de sua parte, porque somos pastores, àqueles que
os vão submeter a processos diferentes dos processos de Deus? Não
fujamos à nossa responsabilidade! Saibamos que Aquele que
encaminhou a nós casos como esses está conosco, e interessado na
solução dos problemas, do mesmo modo como na vigência da lei, o
leproso não era encaminhado ao médico e, sim, ao sacerdote.
Que diríamos de Jesus, se Ele houvesse mandado Zaqueu aos
fariseus e aos escribas judeus com os seus problemas? Teriam eles
resolvido o problema sócio-religioso-político do rico publicano de
Jericó? Ao contrário, eles o teriam agravado ainda mais! eles o
teriam repelido e o sepultado no ostracismo mediante o excesso de
extremismo farisaico de que viviam complexados!
Jesus convidou Zaqueu a descer do sicómoro, prontificou-se a
pousar em sua casa, e dignou-se a ouvir o rico publicano, e tudo isso
somado resultou em salvação daquele filho de Abraão.
Na clínica pastoral, jamais um pastor deverá rejeitar os casos
que lhe pareçam insolúveis: ao contrário, cada um de nós deve
sempre lembrar que não há impossíveis para Deus! As vezes nos
surge um complexo de suficiência religiosa, semelhante àquele que
foi levado a Jesus pelo "moço rico”, que noutro evangelho é
denominado de "príncipe". Aquele homem, com o propósito de
justificar-se a si mesmo, apresentou-se a Jesus declarando-se um
homem irrepreensível desde a sua mocidade, visto que sempre havia
observado todos os mandamentos e tudo o que lhe interessava era o
que lhe faltava para se constituir herdeiro da vida eterna. Porém, ao
ser-lhe dito por Jesus a única coisa que lhe faltava fazer, ele se
retirou triste porque não se sentia disposto a fazer por si mesmo
aquela coisa que ninguém poderia fazer por ele.
140
Observe-se que este é o único caso em que a clínica pastoral de
Jesus aparentemente falhou porque aquele homem retirou-se triste
de sua presença. Mas nunca devemos esquecer a lei que afirma
"ninguém pode ajudar a quem não quer ajudar-se a si mesmo". Foi o
que aconteceu. Mas isto não significa haver falhado a clínica pastoral
de Jesus, ao contrário, aquele incidente deu-lhe a oportunidade de
m inistrar profunda lição aos seus apóstolos, que ainda instrui a nós
na atualidade.
Ao contrário do caso daquele príncipe judeu, é aquele ocorrido
com os apóstolos de Jesus, que eram vítimas do falso ensino farisaico,
de que todas as enfermidades são congênitas, a saber, são herdadas
dos pais, em razão de seus pecados, ou como ensinavam, são
consequências de hipotéticos pecados praticados pelos seres
humanos antes de nascerem. Eivados deste falso ensino,
perguntaram os apóstolos a Jesus sobre o cego de nascença: "Senhor
quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?' ao que Jesus
lhes disse em resposta curativa: "Nem este pecou nem seus pais,
mas isto é para que se manifeste nele as obras de Deus." Com este
ensino verdadeiro e positivo, eles ficaram curados da distorção
farisaica causada pelo meio ambiente em que viviam e de que
estavam inteirados.
A clínica pastoral é para ser aplicada na prática onde quer que
esteja o pastor e surja um caso de consulta a ele. Mas, de certo modo
mais positivo, é interessante que se estabeleçam locais específicos a
seu exercício.
O gabinete pastoral, por exemplo, é o lugar ideal à sua ação. E
ali, à parte com o Senhor, num ambiente a sós, que o cliente e o
pastor se podem colocar nas mãos de Deus Todo-poderoso, e
buscarem juntos a solução para qualquer problema. Melhor será se o
gabinete for localizado longe da igreja a que serve o pastor, porque ali
outras pessoas, que não sendo membros da igreja, poderão desfrutar
dos conselhos pastorais e ter a sua oportunidade de encontrar, sem
complexos eclesiásticos, a ajuda de Deus na solução dos problemas
que as afligem e, quiçá, serem levadas a Cristo.
141
“Procura conhecer o estado das tuas ovelha; pôe oteu coraçãosobre ogado” (Pv
272)
Mas o templo da igreja local é outro lugar oportuno ao exercício
da clínica pastoral, mormente destinado aos membros de sua ou de
outra igreja que careçam da ajuda do pastor na solução de seus
problemas (At 3.1-6).
Também em suas próprias casas, os membros da igreja ou,
outros necessitados poderão recorrer aos serviços pastorais a
qualquer hora do dia, visto que o pastor é obreiro de tempo integral.
Seguindo o exemplo de Jesus no exercício da clínica pastoral,
nenhum de nós pastores, novos ou velhos, jamais teremos por que
recear fracasso! Jesus, nosso modelo, jamais fracassou, e jamais
fracassarão aqueles que o imitarem de boa fé no exercício do
ministério.
143
V
O Pastor
Como Administrador
v
As vezes perguntamos por que certas igrejas têm tantos
problemas inesperados e não poucas surpresas desagradáveis?
Como pastores que somos, por que nos apanham desprevenidos com
tanta frequência? Não seria muito difícil responder a estas
perguntas quando reconhecemos que isto acontece porque em nossa
avidez para iniciar um programa de trabalho n a igreja, não
preparamos adequadamente as pessoas que nos ajudam para
executarem as tarefas.
A experiência nos adverte que não basta ao pastor ser um
excelente pregador ou ensinador da Palavra, mas que seja apto para
administrar o rebanho do Senhor, porque aquele que não sabe
conduzir convenientemente o seu próprio lar (1 Tm 3.4,5) por
conseguinte não terá sucesso à frente da família espiritual da igreja.
O pastor como administrador deve lembrar-se de que as
tarefas de um a igreja não podem ser executadas unicamente por ele.
As pessoas constituem-se no maior trunfo daquele que administra, e
o seu sucesso será medido segundo sua habilidade em dirigir,
motivar e criar um meio
145
ambiente estimulante para os membros da igreja. E quando a igreja
estiver operando mal, o problema quase sempre pode ser atribuído à
m á orientação dos que administram.
A habilidade do pastor em adm inistrar implica em estabelecer
um a atmosfera na qual os membros da igreja serão entusiásticos e
atuarão com boa vontade no desenvolvimento da obra do Senhor.
P ara que esse espírito os domine, é necessário que os membros
confiem na habilidade do pastor, reconheçam e se convençam da
sinceridade de seus objetivos, e que é do interesse deles executar a
obra.
Administrar, portanto, não é executar um sem-fim de coisas,
não é realizar todas as tarefas, mas fazer com que todos participem
do trabalho. Nosso Senhor Jesus Cristo sempre se utilizou de
princípios fundamentais da administração, como podemos observar
nos exemplos vistos nos Evangelhos, quer seja na escolha dos doze
apóstolos para o ajudarem (Mt 10.1-4), ou no envio dos setenta (Lc
10.1), ou mesmo quando alimentou as cinco mil pessoas (Jo 6.1-14).
O pastor bem preparado observará algumas regras práticas de
administração, determinando os alvos a serem estabelecidos. Para
isso é preciso que planeje, estipulando os objetivos e as prioridades. O
planejamento o levará ao roteiro das atividades do seu agitado dia.
Além disso, deve:
1. desenvolver suas qualidades de liderança, conhecendo o seu
próprio trabalho e o daqueles que trabalham com ele;
2. tomar decisões rápidas, demonstrando integridade e justiça;
3. demonstrar entusiasmo e perseverança para observar os
horários, m anter o orçamento e alcançar outros objetivos;
4. através do planejamento, demonstrar que sabe aonde está
indo e que alcançará o alvo;
5. m anter um a atitude agradável e deixar que os irmãos
participem do planejamento e da tomada de decisões,
envolvendo-os;
6. delegar responsabilidades e dividir a responsabilidade pelos
erros. Ao desenvolver sua equipe, o pas
146
tor deve explicar com toda a clareza o trabalho a ser feito,
treinar o pessoal e supervisionar o trabalho. N a delegação,
deve ter consciência de que o irmão pode fazer melhor o
trabalho a executar, em menor tempo, com menos gasto e
que se constituirá em seu próprio desenvolvimento
espiritual;
7. fazer um a ação corretiva quando o planejamento se
descontrolar, reconhecendo, porém, as façanhas
publicamente dos que trabalham com ele, criticando-os
construtivamente em particular.
8. impor disciplina e ao mesmo tempo m ostrar um interesse
ativo pelos que o ajudam a alcançar os objetivos
estabelecidos;
9. coordenar as atividades para poder obter bons resultados,
deixando que as pessoas saibam das mudanças ou
desenvolvimentos que as afetará, antes que aconteçam;
10. ser um bom ouvinte, aceitando de bom grado as sugestões
para melhorias, avaliando honestamente cada sugestão;
11. receber as reclamações tratando-as de maneira positiva,
verificando se a reclamação é ou não um sintoma geral.
12. colocar pessoas capazes à sua volta, ajudando-as a evoluir, e
nunca se interpor no caminho daqueles que procuram
progredir em sua vida espiritual.
1. M u d an ça de P asto rad o
()a.R. Crabtree
148
da igreja, considerando os hábitos e costumes tradicionais,
descobrindo as potencialidades dos membros da igreja, aplicando um
processo corretivo cauteloso, e difundindo o espírito de harmonia e o
amor fraternal no seio da congregação. Deve, ainda, integrar-se aos
movimentos internos e conhecer a formação histórica da igreja para
melhor orientar o rebanho em novos empreendimentos.
2. T o m ad a de D ecisões
(2) Autordesconhecido
149
6° escolha o caminho onde esteja envolvido o menor número de
consequências negativas e que tenha condições de levar
mais perto da realização do objetivo;
7° tome a decisão e cuide para que seja executada.
Mas quando a ação se torna necessária, um a ausência de
decisão poderá se constituir num a jfrave omissão, pois ”o tempo não
irá resolver a situação. E preferível um a decisão errada do que
nenhuma”, porque já desencadeou um processo, o qual poderá ser
corrigido mais adiante.
M uitas decisões ainda são tomadas fora da ordem, pois não são
inteiramente independentes, exigindo que outras sub-decisões as
acompanhem. Dificilmente se oferecem de um a vez todos os
elementos necessários para se tom ar um a decisão, e as informações
adicionais são muito valiosas na maioria das vezes.
Por outro lado, um a tomada de decisões, um descuido com
relação a alguns fatores, poderá resultar num a decisão pouco firme.
As vezes, é melhor extinguir um cargo na igreja, com a demissão de
seu ocupante, do que preenchê-lo com outra pessoa. Deve o líder,
também, pedir a opinião de várias pessoas, num a tentativa de
dividir a responsabilidade das decisões, especialmente em reuniões,
seja com o seu pessoal ou colegas de ministério.
Assim, tom ar um a decisão não signifca term inar o trabalho,
mas desejar que se produzam os resultados esperados. E a
comunicação das decisões aos seus subordinados é muito
importante, para que não surjam malentendidos e se crie um
ambiente desagradável no próprio seio da igreja.
3. A d m in istran d o o T em po
150
O tempo do pastor nas atividades da igreja é precioso e será
m ais ampliado se souber administrá-lo. Moisés, no deserto,
estava desfalecendo (Ex 18.14) pela sobrecarga de trabalho sem
delegação de poderes e a falta de adm inistração de seu próprio
tempo.
Com a ajuda de boa organização o rendim ento do trabalho
do pastor será melhor. O segredo é dispender de seu expediente,
um mínimo de esforço, adotando algum as medidas como:(3)
1° atender as pessoas cujos problemas transcendam a
competência dos pastores auxiliares;
2° estabelecer horários de atendim ento pastoral e não
perm itir que ninguém entre n a sala sem ser anunciado;
3° contar com os auxiliares no encam inham ento das
pessoas às áreas competentes, evitando que o pastor
atue como elemento de triagem;
4° não perm itir ser interrompido na sala constantem ente
nos atendim entos às pessoas;
5° nos atendim entos telefônicos, dispor de um ram al restrito
para seu uso exclusivo e um irrestrito na m esa dos
assistentes. O ram al restrito deve ser para aquelas
pessoas que não podem ser enquadradas nos horários
estabelecidos;
6° evitar tratar, concomitantemente, m ais de um assunto;
7° program ar reuniões periódicas, com agenda divulgada
aos participantes, verificando se os assuntos a serem
discutidos realm ente devem ser objeto de discussão em
grupo;
8° não perm itir interrupções nas reuniões por cham adas
telefônicas, solicitando aos assistentes o uso do bilhete,
para que o pastor decida sobre o atendimento;
9° adotar o uso de agenda que facilita o estabelecimento de
prioridades e o planejam ento e controle dos trabalhos;
Io
151
10° instalar um interoomunicador para contatar seus
auxiliares, evitando deslocamentos desnecessários;
11° planejar a distribuição de seu tempo diário a seu arbítrio;
12°liberar-se para funções mais nobres, delegando as que o
sobrecarregam.
152
VI
O Pastor como
Líder
1. O que é L id erança?
Segundo os mais renomados didonários, "Liderança" é a forma
de denominação baseada no prestígio pessoal do líder e aceita pelos
liderados. Vem a ser a ascendência e autoridade de um indivíduo
sobre o grupo.
O surgimento de um líder é um fato natural, pois as pessoas
têm necessidade de ter alguém que as represente, e comumente ele é
apresentado como aquele que "conhece o caminho" "mostra o
caminho" ou "segue o caminho".
Liderança é, pois, um comportamento, e nunca um fato
isolado. Os líderes são aqueles que maximizam suas recônditas
potencialidades. William Jam es diz que "o indivíduo comum não
desenvolve nem 10% do seu potencial inato. Se puder um homem
maximizar o potencial de sua memória, poderá dominar quarenta
línguas diferentes".
O líder cristão é aquele que aceita suas responsabilidades,
mesmo que signifique um fardo demasiadamente pesado, mas está
disposto a servir à causa, sabendo que sua autoconfiança se origina
de um a fé profunda em Deus,
155
que o chamou para cumprir seu desígnio em sua igreja aqui na
terra.
3. Estilos de Liderança
a. Autocrático
b. Burocrático
c. Democrático
d. Laissez-faire
(ÓLiderançaCristã,abril/32
158
nutenção. Por exemplo, um pastor estará sujeito a exeroer uma
autoridade apenas nominal à medida que a liderança mostrar-se
interessada somente em sua negação, enquanto que os pormenores de
que depende a organização são deixados para outros executarem.
e. Paternalista
/
e. Participativo
159
4 .1 T r a ta n d o d a s C a u s a s P e s s o a is
160
b. falar bem das outras pessoas;
c. ficar calado quando não se pode dizer nada de bom de outrem;
d. não passar adiante os boatos, para não incriminar o inocente;
e. fazer uma apreciação honesta e sincera, dando o devido crédito a
quem merece;
f respeitar sempre o direito dos outros - o que sentem, o que pensam e
expressam;
g. ser um bom ouvinte;
h. procurar compreender e sentir o que a outra pessoa sente no
momento, e aceitá-la plenamente;
i nunca forçar uma relação, pois a condição de líder
pode deixar as pessoas pouco à vontade.
5. O Preço da Liderança
Toda liderança tem o seu preço, pois quanto maior for a conquista,
maior será o preço a pagar.
Belo exemplo vemos na história de Moisés, que, revoltado com a
brutalidade dos egípcios e a triste sorte de seu povo, compreendeu que algum
dia seria obrigado a defender a justiça a despeito de quaisquer sacrifícios
pessoais que isso envolvesse. Preferiu liderar um povo pelo deserto do que
ser chamado filho da filha de Faraó, porque tinha em vista a recompensa
(Hb 11.24-26).
a. Abuso do poder
161
sucederem. Matou também os meninos de Belém.
Muitos, em posição de mando, estão a tratar as pessoas como
objetos que podem ser manipulados de um para outro lado, a fim de
satisfazer seus instintos de supremacia. Isto é um perigo, e há de se
pagar o preço para se evitar cair nessa insidiosa tentação.
b. Crítica
c. Competição
d. Fadiga
e. Identificação
162
£ Orgulho e inveja
g. Rejeição
/
E preciso ter uma forte personalidade para o líder ser capaz de
enfrentar a rejeição. Sempre há forte possibilidade de alguém
ser caluniado por sua fé. Também às vezes o pastor precisa ser
capaz de resistir ao louvor. As pessoas normais e ajustadas
querem ser amadas. Pode tornar-se um caminho difícil para
palmilhar se o pastor sente a indiferença dos membros de sua
igreja ou a falta de afeição. Muitas pessoas rejeitadas só têm o
reconhecimento de sua força depois que tenham deixado o cargo
ou morrido (Lc 4.16-29).
h. Solidão
Muitos estão tão ocupados (Lc 10.41) que não têm tempo para
pensar. Um tempo deve ser dedicado à meditação e ao
pensamento criativo.
1. Utilização do tempo
164
18. Tolerância (o líder deve ter como meta mudar o quanto puder,
e tolerar os demais)
19. Lealdade (pode destruir a igreja)
20. Humor
21. Disciplina própria (Pv 16.32)
22. Prudência (evita os perigos)
23. Temperança (moderação, sobriedade, economia)
24. Justiça (dar a cada um o que lhe corresponde)
25. Reconhecimento (méritos de terceiros)
26. Controle emocional (não extravasa)
7Aperfeiçoando o Líder
QLangston
167
ou tristezas de outrem e outras qualidades imanentes à sua
chamada, o pastor deve ficar no firme propósito de que tudo o que
fizer deve ser voltado para que a igreja possa crescer
espiritualmente, executando a missão de Jesus Cristo (Ef 2.21,22),
pois Deus a Ele constituiu, sobre todas as coisas, como cabeça da
Igreja (Ef 1.17-23).
A glória e a honra do sucesso ministerial são só do Senhor
Jesus, porque todas as coisas procedem dele (Rm 12.4-8; 11.35; Gl
2.6; 6.3; 2 Tm 6.17b), e "a Ele seja a glória e o poderio para todo o
sempre” (1 Pe 5.11; Ap 1.6), porque há de aniquilar a morte, o nosso
último inimigo, e se há de sujeitar Aquele que a Ele, sujeitou todas as
coisas (1 Co 15.26-28).
Sendo o ministro homem separado para cumprir o propósito
de Deus na Igreja, porém sujeito às paixões da carne (Rm 7.15-23),
deverá vigilantemente observar alguns princípios de ética,
condensados neste pequeno código, que lhe farão exemplo dos fiéis.
169
tativa e serviçal, e nunca voltada para o lucro fi-nanceiro (Jo
4.34; 6.27; At 5.3,4; 8.20).
170
profético, bem como zelar pelo Ministério da Palavra (2 Tm
2.15; 4.1-5; Rm 11.13; 1 Co 4.1).
2.2 F am iliar
171
d. O pastor deve conhecer a História de sua denominação, não
só no Brasil como suas origens no exterior, manter-se
informado como funciona e extrair lições dos que fizeram a
história.
3.2 Em Relação à Convenção
a. O pastor deve ser filiado à Convenção do Estado onde reside,
de sua preferência, sujeitando-se às normas regimentais
estabelecidas, bem assim como conhecer a origem e a
história de sua Convenção.
b. O pastor deve estender as "tendas" de sua congregação, no
campo que trabalha, sem que isto signifique contenda entre
irmãos, mas dentro do espírito de entendimento cristão (Rm
15.20,21; Gn 13.6-12; 1 Pe 5.22,23).
c. O pastor deve, ao participar de assembleias convencionais,
usar a linguagem cristã ao referir-se aos demais
companheiros, respeitando sempre seus pontos de vista,
embora, aos seus olhos, limitados (Rm 15.1,2; E f 4.2; Cl 3.13).
d. O pastor deve confiar na soberana vontade de Deus na
indicação de seu nome para exercer um a função de comando
na Convenção, sem que isto represente manobras políticas e
sectaristas para obter posição ou manter-se no cargo
denomina-cionaldCo 10.23; 8.9).
e. Deve o pastor, ao apresentar um ou mais candidatos à
Convenção para serem ordenados ao Santo Ministério,
considerar os seguintes aspectos relevantes na escolha dos
futuros ministros:
1. que o candidato tenha tido conversão inequívoca e não seja
neófto (At 9.15-22; Jo 3.3,6; 1 Tm 3.6);
2. que o candidato seja batizado com o Espírito Santo (At 2.4;
4.8-13; M t 3.11; 1 Co 14.2);
3. que o candidato seja, preferentemente, casado, governe bem
a sua casa e tenha os filhos em sujeição, e tenha um a vida
irrepreensível no tra-
172
balho e na sociedade (1 Tm 3.2,4,7; Cl 4.5; 1 Ts 4.12);
4. que o candidato seja vocacionado para a obra do ministério,
porque a "função não habilita o homem, mas o homem é
quem deve ser habilitado para a função" (At 9.15; 2 Tm 2.9;
3.10,11,14);
5. que o candidato não pertença a nenhum a sociedade
secreta;
6. que o candidato, se necessário, esteja disposto a viver do
Evangelho (1 Co 9.13,14);
7. que não considere o ministério como algo hereditário, por
conveniência econômica, política ou oligárquica, muito
embora muitos filhos tenham condições de dar
continuidade ao ministério iniciado por seus pais (1 Rs
2.10-12);
8. nunca deve o pastor apresentar um candidato para
ordenação como recompensa, ou sob o aspecto
protecionista, ou pela aparência, ou pela riqueza, sem que
seja vocacionado para o exercício da função;
9. não deve, também, o pastor considerar que o ministério se
dá aos que galgaram um a escala hierárquica, iniciada
como diácono e terminada como pastor;
10. o pastor não deve, ainda tratar o ministério como um a
profissão, anulando os conceitos bíblicos da vocação e
indicar indivíduos apenas pelas mordomias que à igreja
possam oferecer, em detrimento dos realmente
vocacionados;
11. não deve o pastor indicar elementos imaturos,
desequilibrados mentais, aposentados, deficientes ou
reformados das Forças Armadas por motivos de
insanidade mental, o que seria antecipar sérios problemas
para dentro da igreja;
12. em resumo, deve o ordenado, tendo consciência da vocação
divina, na Convenção a que pertence, assinar, com a ajuda
de Deus, o seguinte:
173
TERM O D E COM PROM ISSO
175
sexo feminino, e revelar nos seus gestos a pureza do seu
serviço ministerial (Ec 9.8; 1 Tm 4.12; 2 Co6.6;Ef5.3;Tg4.5).
i. O pastor deve m anter o respeito para com os membros de
sua igreja, e reservado quanto às confidencias dos que se
aconselham em aflições ou problemas pessoais (Tg 3.2,8).
j. O pastor deve ter o cuidado em suprir gastos de viagem de
seus pregadores convidados, da forma a mais discreta
possível (1 Co 9.14).
1. O pastor não deve assumir compromissos financeiros de
monta considerável sem o prévio consentimento da igreja,
nem usurpar o dinheiro da igreja para fins pessoais, mas,
antes, prestar-lhe contas de todos os seus gastos (Lc 16.10;
19.17; M t 25.21).
17 6
assuntos confidenciais cuja divulgação seja maléfica para
a obra do Senhor (1 Tm 3.1-5).
f. O pastor deve zelar pelo decoro do púlpito e por seu
próprio preparo e fidelidade n a comunicação da
m ensagem divina ao rebanho do Senhor (2 Tm 2.15).
g. A hum ildade deve ser um a das características que
acom panha o pastor como líder, e estar pronto a acatar
de terceiros orientações e projetos para o bem da obra de
Deus (Tg 4.6).
*
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g. Só aceitar convite para pregar em outra igreja quando
formulado pelo pastor ou seu substituto legal, respeitando os
princípios éticos e bíblicos.
h. Cultivar junto aos colegas o hábito da franqueza, da bondade,
da lealdade e da cooperação (Rm 12.9,17; 1 Co3.9; lTs4.12).
i. Não desmerecer o trabalho realizado por um colega, mui
especialmente quando o tenha sucedido no pastorado da
igreja (1 Ts 1.3).
j. Não interferir nos assuntos da igreja de um colega ou exeroer o
proselitismo entre seus membros e muito menos abrir
trabalhos nas áreas imediatas à sua igreja, lembrando-se de
que o campo é o mundo e não as igrejas dos outros (Rm 15.20).
l. Não aceitar membros disciplinados biblicamente por outras
igrejas, salvo na impossibilidade de prévia reabilitação pelo
desaparecimento da sua igreja de origem, ou quando
reconciliado pela igreja que o disciplinou,
m. Não aceitar convites para realizar casamento ou outra
cerimônia na igreja do colega, ou de membros de sua igreja,
sem seu prévio assentimento, ressalvados os casos especiais.
n. Em nenhuma hipótese subestimar seus colegas avocando
preconceito racial, porque Deus não faz acepção de pessoas (At
10.34).
o. Ter um alto sentimento de consideração, honra, estima e
respeito pelos colegas mais idosos ou jubilados, especialmente
para com os que fizeram e fazem a história da denominação
(Rm 12.10; 13.7; Fp 2.29; 1 Co 12.23; Fm 9).
p. Não prestar falso testemunho contra o companheiro, o que é
uma abominação ao Senhor e uma flagrante violação do
dever de conservação social (Pv 6.19; 19.5,9; 2 Co 11.26; Gl
2.4).
q. Ao deixar o pastorado de uma igreja, deve evitar, tanto quanto
possível, participar dos seus trabalhos, a fim de não
constranger o seu substituto e não impedi-lo de tomar as
providências indispensáveis ao desenvolvimento da obra (1 Co
3.6,7).
17 9
r. Não se prestar ao uso de expressões ambíguas, em
Assembleias ou em particular, com o fim de, no seu
equívoco intencional, enganar e iludir os companheiros,
antes, sua linguagem deve ser clara e inteligível.
s. Não te r inveja do colega que é reconhecidamente melhor
do que nós e de seu sucesso ministerial, antes, dedicar-
se a auxiliá-lo em oração p ara que cum pra até o fim com
fidelidade sua missão (Pv 14.30; Mc 15.10; A t 5.17,18; 1
Ts 5.12,13).
t. O m inistro não deve aceitar convites de interessados ou
se oferecer como candidato à vacância do pastorado de
um a igreja, por falecimento ou exclusão de seu titular,
m as esperar o convite de quem de direito (1 Co 7.20; 2
Pe 1.10; 1 Co 1.26).
u. Quando criticar, voltar-se sem pre para a ação do colega
criticado, sem ira, não em público, sem precipitação e
quando tiver pleno conhecimento da situação, que
geralm ente tem duas facetas.
v. Restituir, quando prejudicar o colega não somente os
bens m ateriais m as tam bém os m orais e os espirituais
como o bom nome que desfruta na sociedade e na sua
boa reputação no seio da igreja.
x. Perdoar ao colega ofensor, mesmo que lhe seja de direito
exigir justificação daquele que o ofende, eliminando o
ressentim ento resultante da ofensa e reatando as
relações fraternais que existiam antes do ato ofensivo
(Mt 6.12; E f 4.32; Mc 11.25,26; Cl 2.13; 3.13; Pv 18.19).
z. Não en trar em juízo contra um colega de ministério nem
contender com ele em Convenção, induzindo outros a
um a acirrada represália, quando o sentim ento da
própria dignidade foi atingido ou desejar evidenciar o
prazer da suprem acia (1 Co 6.1-5).
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Bibliografia
182
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Este livro foi escrito com o objetivo de ajudar o
obreiro a alcançar uma visão mais profunda da
dignidade do ministério, principal mente dos deveres
para com Deus e o rebanho que lhe foi confiado.
A vida particular do pastor, suas qualificações e
estudos, bem como as relações com o rebanho são
temas tratados nesta obra. O autor descreve ainda o
pasto i como líder e como administrador. O Código
de Ética Pastoral, no final do livro, ajudará você a
orientar sua vida ministerial.
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N emuel K essler Ministro do Evangelho, jso
bacharel em Administração. 00
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Autor do livro Adm inistração :00
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