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A Fenomenologia como Método de Pesquisa: uma Análise a Partir dos Trabalhos

Publicados nos Principais Eventos e Revistas Nacionais em Administração - 1997 a 2008


Autoria: Rogério Zanon da Silveira, Cleiton Fisher, Marilene Olivier

Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a produção científica que aborda o tema
fenomenologia enquanto método de pesquisa e comparar as publicações nos principais
eventos científicos e revistas de Administração com classificação “A” segundo a CAPES.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que teve como metodologia a investigação em meio
eletrônico e a revisão de 43 artigos publicados nos principais eventos e revistas nacionais de
administração entre os anos de 1997 e 2008. Os principais resultados são apresentados em
sete tabelas e duas figuras, que mostram: a quantidade de artigos publicados no período,
classificação por tópicos de pesquisa, natureza do estudo, técnica de coleta de dados, número
de autores, instituições e projetos pesquisados, e autores e obras mais utilizados. O estudo
baseia-se no conceito de fenomenologia de Edmund Husserl e em trabalhos que abordam a
utilização do método fenomenológico para a pesquisa em outros campos das ciências sociais.
O trabalho aborda os principais autores e as principais obras que serviram de referência para o
desenvolvimento dos artigos investigados, procurando levantar informações consideradas
relevantes para estudiosos, professores e alunos que se interessam pelo tema. O artigo
apresenta os principais conceitos que fazem parte da fenomenologia e busca a separação entre
a fenomenologia enquanto método de pesquisa e como movimento filosófico. O estudo
mostrou que o interesse pela fenomenologia como método de pesquisa em Administração vem
crescendo substancialmente, notadamente nos últimos seis últimos anos do período
pesquisado. A falta de entendimento sobre o método fenomenológico, segundo Moreira
(2002), pode ser explicada devido à relativa ausência de sua exploração, fato que também se
deve a sua difícil compreensão. Mas o estudo indica que há bastante disposição de estudiosos
em Administração em superar as dificuldades de compreensão da fenomenologia, pelo fato de
reconhecerem a adequação do método para pesquisas qualitativas que enfatizam a experiência
de vida das pessoas como fonte de informações. Essa pesquisa se insere nesse contexto, ao
servir de referencial para a realização de estudos que abordem o tema fenomenologia ou que
utilizem o método fenomenológico como método de pesquisa em Administração. Nesse
sentido, foram apontadas sugestões de estudos futuros, como a investigação sobre a qualidade
da aplicação do método fenomenológico nos artigos mapeados, e a realização de pesquisas
que tenham como objetivo discussão mais aprofundada da condução das técnicas de pesquisa
aplicadas em trabalhos baseados no método fenomenológico.

Introdução
A pesquisa qualitativa é caracterizada pela ação e pela reflexão, sendo assim é
marcada por uma abertura na interpretação de seus conceitos, na diversidade de rótulos e
rotinas de trabalho que nem sempre podem ser bem estabelecidas. Acompanhar o
desenvolvimento da pesquisa qualitativa e manter-se atualizado em relação a ela é tarefa
difícil, em face da quantidade de novas abordagens que surgem e das novas formas de
interpretação dessas abordagens.
Os métodos de pesquisa mais comuns provêm das ciências sociais, como a psicologia
e a antropologia, e de uma forma mais indireta da filosofia. A contribuição mais direta da
filosofia nesse campo corresponde ao que é chamado de fenomenologia, ou método
fenomenológico – método de estudo da fenomenologia. A fenomenologia foi um dos
movimentos filosóficos mais importantes do século XX, que desde seu início teve ligações
estreitas com a recém criada psicologia, que serviu de meio para a disponibilização do método
fenomenológico para as outras disciplinas no campo das ciências sociais. Quanto a sua
1
utilização prática como método de pesquisa, pode-se dizer que o método fenomenológico é
relativamente inexplorado, o que se deve basicamente a sua difícil compreensão,
principalmente por aqueles que não são da área da filosofia. (MOREIRA, 2002).
Carvalho e Vergara (2002), em referência à pesquisa na área de marketing, mas que
pode contemplar outras áreas, sugerem que uma das grandes dificuldades encontradas na
utilização da abordagem fenomenológica consiste na falta de maior sintetização de seus
procedimentos metodológicos para o uso de acadêmicos ligados à área. Gil (2002) ressalta
que uma das maiores contribuições da reflexão fenomenológica foi o seu auxílio na
formulação de problemas e na construção de hipóteses.
O objetivo desse artigo é analisar a produção científica que aborda o tema
fenomenologia, bem como comparar as publicações nos principais eventos científicos e
revistas de Administração com classificação “A” dada pela CAPES. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica que teve como metodologia a pesquisa em meio eletrônico e a revisão de 43
artigos publicados nos principais eventos e revistas nacionais de administração entre os anos
de 1997 e 2008. Em busca desse objetivo, foram identificadas as organizações, instituições e
entidades objeto de estudo, bem como as principais obras sobre fenomenologia e seus
respectivos autores. Os artigos analisados foram classificados de acordo com a natureza
(estudos práticos ou teóricos) e as áreas de estudo.
A relevância desse estudo está ancorada no fato de que tem crescido a cada ano o
interesse pelo estudo e pelo uso da fenomenologia como método de interpretação em pesquisa
em Administração. Destaque-se ainda a disposição de pesquisadores em superar as
dificuldades de compreensão filosófica da fenomenologia, por vislumbrarem a adequação do
método em pesquisas qualitativas que enfatizam a experiência de vida das pessoas.
Este artigo inicia-se com uma breve incursão aos principais conceitos da
fenomenologia. Em seguida apresenta-se a metodologia utilizada na pesquisa, para então
mostrar os resultados obtidos e as análises desenvolvidas. Finalmente, nas considerações
finais, são apresentadas as contribuições dessa pesquisa e incita-se a continuidade dos
estudos.

Da Filosofia ao Empirismo: da Fenomenologia ao Método Fenomenológico


Como todo movimento filosófico, a fenomenologia é árdua e exige dedicação para sua
compreensão e posterior utilização. Giorgi (1985) atribui a dificuldade do pensamento
fenomenológico a três questões principais: 1) a de ir contra a tendência natural da consciência
de dirigir-se às coisas em vez do foco em seus processos; 2) à evolução que o trabalho de
Edmund Husserl, fundador da fenomenologia, teve durante toda a sua vida, além das
alterações que se seguiram e ainda continuam; e 3) à incerteza quanto a consistência das
interpretações dos discípulos de Husserl.
Em que pesem essas considerações, é oportuna qualquer iniciativa de apresentação do
método fenomenológico, dadas as possibilidades que ele encerra para a pesquisa empírica. No
entanto, sua aplicabilidade não é tarefa fácil ou imediata, e praticamente impossível de ser
feita sem o apoio de uma base filosófica mínima, sem a qual torna-se difícil a apreciação das
particularidades, das aplicações e da potencialidade do método fenomenológico.
Nesse sentido, uma ação primordial é abordar alguns aspectos fundamentais da vida e
do pensamento do criador da Fenomenologia, Edmund Husserl (1859-1938). Husserl entendia
a fenomenologia como uma forma nova e fundamental de fazer filosofia. Todos os ramos da
filosofia têm raízes na Fenomenologia e por meio exclusivamente de seu desenvolvimento
obtém-se suas próprias forças: “a Filosofia é possível como uma ciência definitivamente
rigorosa somente através da Fenomenologia pura” (MOREIRA, 2002, p. 62).
A fenomenologia nasceu com a obra Investigações Lógicas, de Edmund Husserl (1859

2
– 1938), para quem a fenomenologia era uma forma completamente nova de fazer filosofia,
que entrando em contato diretamente com as “coisas próprias” dava destaque à experiência de
vida, deixando de lado especulações metafísicas e abstratas. Para Husserl, a Fenomenologia é
uma doutrina que defende que o intelecto intui uma certeza sobre a essência das coisas, de
forma imediata e absoluta.
Diz Husserl em sua obra Investigações Lógicas, que Fenomenologia é

““uma zona neutral de investigação”, onde as ciências têm raízes”. (...) “A fenomenologia nunca se
orienta pelos fatos (externos ou internos), mas pela realidade da consciência, isto é, para aquilo que se
manifesta imediatamente na consciência, alcançada por uma intuição, antes de toda reflexão ou juízo: as
essências ideais (fenômenos)” (RIBEIRO JR., 1991, p. 24-25).

Para o interesse da compreensão da fenomenologia, a definição que mais se aproxima


é a dada no Dicionário Aurélio: fenômeno é “o que se manifesta à consciência”. Essa
definição se aproxima do conceito de Husserl, de que fenômeno

“inclui todas as formas pelas quais as coisas são dadas à consciência”, e (...) “todas as formas de estar
consciente de algo quer dizer que ele inclui também qualquer espécie de sentimento, desejo e vontade,
com seu comportamento imanente” (MOREIRA, 2002, p. 63).

De fato, o conceito de fenômeno é bastante amplo. Fenômeno pode indicar uma


modificação em algum corpo pela ação de agentes químicos ou físicos (ferrugem, corte de
uma árvore, queda de uma maçã, digestão, choque de corpos, etc.). Moreira (2002) explica
que o termo fenômeno tem outros sentidos, como por exemplo quando se fala que Pelé foi um
fenômeno no futebol, ou quando o que ocorre é um fenômeno de massa ou da natureza. Mas
“Etimologicamente, Fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno, sendo que por fenômeno,
em seu sentido mais genérico, entende-se o que aparece, que se manifesta ou se revela por si mesmo.
O conceito de fenômeno representa, a nosso ver, a primeira grande dificuldade no estudo da
Fenomenologia” (MOREIRA, 2002, p. 63).

Essa explicação remete à noção de percepção na consciência das realidades dadas.


Assim, por exemplo, como explica o autor, o computador que está diante de nós quando
escrevemos não é um fenômeno: o fenômeno é a aparência do computador que percebemos, é
o dado que apreendemos em nossa consciência. Para a Fenomenologia não interessa o
monitor como objeto físico, mas sim a forma como o monitor é percebido na consciência.

“O que aparece na consciência é o fenômeno. [Fenômeno] que significa trazer à luz, colocar sob
iluminação, mostrar-se a si mesmo em si mesmo, a totalidade do que se mostra diante de nós”
(MOUSTAKAS, 1994, p. 26).

Essa aparência na consciência, o fenômeno, se refere tanto às coisas físicas, como


também à aparência de algo intuído, imaginado, desejado, temido. O fenômeno inclui assim
todas as formas de estar consciente de algo, aí incluídos os sentimentos, pensamentos, desejos
e vontades. É essencial ressaltar que o fenômeno tem natureza própria e não é uma mera
representação do objeto. O foco central da investigação fenomenológica é a experiência que
se vive no mundo da vida, que é “o mundo do cotidiano em que vivemos, agimos, fazemos
projetos, entre outros, o da ciência, em que somos felizes ou infelizes” (DARTIGUES, 1992,
p. 79). É por esse motivo que o método fenomenológico é especialmente aplicado quando se
pretende dar destaque para a experiência de vida das pessoas.
Lyotard (1967) explica que a fenomenologia se refere ao estudo dos fenômenos, ou
seja, daquilo que é dado ou aparece à consciência.

3
“Trata-se de explorar este dado, a própria coisa que se percebe, em que se pensa, de que se fala,
evitando forjar hipóteses, tanto sobre o laço que une o fenômeno com o ser de que é fenômeno, como
sobre o laço que o une com o Eu para quem é fenômeno.” (Lyotard, 1967, p. 9).

Forghieri (1984) entende a fenomenologia não como um conjunto de ensinamentos,


mas como um método que aspira chegar ao fenômeno por visão categorial; que tem como
objetivo captar a essência do fenômeno. A autora esclarece que Husserl (1967) distingue dois
tipos de conhecimento: o categorial, que se dá por meio da percepção categorial; e o objetivo,
que se dá por meio da percepção objetiva. A percepção objetiva é fruto da ação reflexiva do
sujeito, pela qual procura estabelecer uma distância em relação ao objeto e analisá-lo em seus
elementos, características e funções. A percepção objetiva é própria das ciências da natureza.
“A percepção categorial é imediata, espontânea, pré-reflexiva, própria da vida cotidiana, do vivenciar
imediato – nela não há separação entre consciência e objeto e este é captado na sua totalidade por
intuição. Ela assimila uma realidade básica, primordial, total, anterior à reflexão – é a percepção própria
das ciências do homem” (FORGHIERI, 1984, p. 15).

Relevante também é a opinião de Merleau-Ponty (1999), que ainda em 1914 achava


estranho a necessidade de se explicar o que é fenomenologia, passados meio século depois
dos primeiros trabalhos de Husserl, explicação que segundo ele ainda estava longe de estar
resolvida. O autor procurou explicar fenomenologia como sendo o estudo das essências, e
todos os problemas da fenomenologia resumem-se em definir as essências, como por
exemplo, a essência da percepção e a essência da consciência.
Zilles (1996) esclarece a pretensão da Fenomenologia de ser a ciência das essências e
não dos fatos, pois, como explica, as ciências positivistas, enquanto pré-fenomenológicas,
são ingênuas, assim como a própria vida cotidiana é ingênua. Somente a fenomonologia é
capaz de ser a ciência das ciências, pelo fato de deixar o mundo por meio da redução
fenomenológica, para encontrá-lo pela análise da intencionalidade da consciência.
A continuidade das idéias iniciadas por Husserl sobre fenomenologia implicou numa
complexidade ainda maior do tema e em ramificações filosóficas variadas. O próprio Husserl
reconhecia as complexidades que o campo da filosofia trazia, tanto que se autointitulava um
eterno iniciante em filosofia, o que é coerente com seu pensamento autocrítico e radical, no
sentido de se aprofundar e de ir à raiz das questões. Sua trajetória nesses estudos foi marcada
por idas e vindas, fracasso e frustração, e suas cartas mostram “que ele sofria de longos
períodos de desespero filosófico e de depressão (...) levando-o à doença, intercalados com
curtos períodos de grande criatividade e furiosa composição” (MORAN, 2000, p. 62).
O conhecimento de idéias básicas de Husserl facilita a compreensão do método
fenomenológico. Para Husserl, as raízes do conhecimento deveriam ser encontradas nas
coisas, nos fenômenos, no senso costumeiro. Husserl acreditava que essas raízes ficavam
muito no fundo, ou seja, na consciência do sujeito que conhece, para quem os fenômenos
apareciam, em algo que ele veio a chamar mais tarde de subjetividade transcendental. A volta
ao objeto foi suplementada por um retorno ao sujeito (MOREIRA, 2002).
Importante também é compreender bem alguns conceitos que são fundamentais no
âmbito da fenomenologia. O primeiro deles é o conceito de essência, que está ligado à defesa
de que a Fenomenologia deve ser concebida como uma ciência de rigor; pura; das essências:
“A Fenomenologia seria uma ciência que partiria “do zero”, sem pressuposições. O foco da
Fenomenologia está no que é dado pela intuição, pois “Husserl segue o princípio dos princípios,
segundo o qual o conhecimento dado originalmente pela intuição é conhecimento verdadeiro e deve
ser aceito como se apresenta” (MOREIRA, 2002, P. 83).

4
As essências correspondem a unidades de sentido observadas por indivíduos diferentes
nos mesmos atos, ou pelo mesmo indivíduo em diferentes atos. As essências são as unidades
básicas de entendimento comum de qualquer fenômeno. “Quando um fato se nos apresenta à
consciência, juntamente com ele captamos uma essência.” (MOREIRA, 2002, p. 84).
Outro conceito fundamental é o de intencionalidade. A idéia de intencionalidade está
ligada à idéia de a consciência ser dirigida a algo ou de ser consciente de um objeto. Nisso
entram dois conceitos importantes: o de imanente e o de transcendente. O imanente
corresponde ao que vemos, a um dado, por exemplo, a parte da frente de uma árvore. Já o
transcendente é a nossa objetivação da árvore. A transformação do imanente em
transcendente, ou seja, a transformação da simples imagem do objeto em significação do
objeto é feita por meio do procedimento que é chamado de análise intencional.
Voltando à noção de intencionalidade,

“dizer que a consciência é intencional significa dizer que toda consciência é consciência de algo. A
consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação,
volição, paixão, etc.), com os quais visa algo” (MOREIRA, 2002, p. 85).

O autor fala que aqui se chega à explicação fundamental para o entendimento do


conceito de fenômeno: “É a consciência intencional que faz o mundo aparecer como
fenômeno, como significação, pelo fato de ser um cogitatum intencionado pelo sujeito”
(MOREIRA, 2002, p. 85). Isso remete ao exemplo dado anteriormente. Analogamente, o
monitor do computador não é um fenômeno. O monitor é o imanente. A objetivação ou a
percepção do monitor na consciência, feito na passagem do imanente para o transcendente, é
que é o fenômeno. A consciência não corresponde a uma coisa, mas sim àquilo que dá sentido
às coisas. Husserl trata também de dois conceitos importantes que são os de mundo natural e
atitude natural. Husserl chama de atitude natural a concepção de senso comum:
“Na atitude natural, a consciência (ingênua) vê os objetos como sendo exteriores e reais. As ciências
da atitude natural ou dogmática são concebidas sob o domínio da atitude natural e partem de uma
objetividade dada, sem questioná-la. O oposto é a atitude filosófica ou atitude fenomenológica,
segunda a qual o mundo é simplesmente o que ele é para a consciência, ou seja, fenômeno”
(MOREIRA, 2002, p. 85).

A atitude fenomenológica não se preocupa com o que é real, pois a fenomenologia tem
por objetivo analisar as vivências intencionais da consciência e a partir daí perceber o sentido
dos fenômenos. Outro conceito é o de evidência apodítica que é compreendido como um
saber certo e indubitável.

“Significa o aparecimento do que verdadeiramente é, e é por isso tão manifesto que exclui a
possibilidade de dúvida e de erro. A evidência é um critério de verdade e de certeza. Para Husserl, vai
haver evidência sempre que haja uma adequação completa entre o intencionado e o dado, quando se dê
um “preenchimento da intenção”, isto é, a intenção receba a absoluta plenitude do conteúdo, a plenitude
do próprio objeto” (MOREIRA, 2002, p. 86).

O conceito de evidência apodítica está no fundamento da defesa de que para a


construção de uma filosofia como ciência de rigor, pura, somente podem ser admitidos como
validados juízos advindos da evidência apodítica.

“Sem a evidência, não será possível falar de fundamentação radical. No entanto, não é qualquer
evidência que é satisfatória: apenas a evidência apodítica, com ausência total de dúvida.”(MOREIRA,
2002, p. 86).

Por fim, o conceito de redução fenomenológica, um dos mais complexos e também


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controvertidos da noção da fenomenologia de Husserl, necessário para se conseguir a atitude
filosófica ou fenomenológica. O conceito foi introduzido, segundo Moran (2000), devido à
preocupação de Husserl com a compreensão de intuição. Mas desde sua origem, o conceito de
redução é um tanto confuso e indeterminado. A redução aparece na obra de Husserl de várias
formas, como, por exemplo, associada à possibilidade de existência de várias reduções, à
necessidade de uma teoria da redução, ou ainda associada à idéia de redução transcendental,
que pode ser o sinônimo de redução fenomenológica. Ao que parece, se está relacionada ao
termo intuição, está também ligada ao que podemos entender de cognição. De qualquer
forma, parece ser uma idéia ou um conceito mal resolvido (MOREIRA, 2002).
Assim como alguns conceitos envolvidos na fenomenologia, o conceito de método
fenomenológico não tem um significado ou uma utilização muito rígida. Uma questão a ser
resolvida é até que ponto o método fenomenológico na filosofia é o mesmo que foi
transportado para a pesquisa. Por método pode-se entender um procedimento de investigação
organizado, que resulte na obtenção de resultados válidos. Em seu primeiro sentido, o método
fenomenológico significa um conjunto de princípios que dá fundamento à fenomenologia. No
âmbito dos estudos filosóficos, o método fenomenológico se apresenta mais como doutrina do
que como procedimento de investigação (Moreira, 2002).
Ainda segundo Moreira (2002), coube a Herbert Spiegelberg a tentativa de
agrupamento de uma série de características que pudessem em conjunto formar um corpo
conceitual de fenomenologia, segundo quem, três delas são praticamente unânimes por parte
de todos os que trabalham com fenomenologia. A primeiro dessas características se refere à
investigação de fenômenos particulares. Esse passo consiste no conjunto de três ações
distintas: a percepção intuitiva do fenômeno, seu exame analítico e sua descrição.
A segunda característica é a investigação de essências gerais.
“Para que haja a intuição de essências, deve haver antes a intuição de particulares, [...] que devem ser
encaradas como exemplos da essência geral, que é então, o universal. As essências são concebidas como
algo que está nos particulares e, no entanto, difere deles. A essência 'cor' difere do 'vermelho', que está no
rosa, ou mesmo a 'cor vermelha' difere desse vermelho 'da rosa'.” (MOREIRA, 2002, p. 98).

O autor explica que a terceira característica, apreensão de relações fundamentais entre


as essências, corresponde às conexões básicas entre as essências, que podem se dar de dois
tipos: relações dentro de uma essência e relações entre várias essências.
Feita essa breve incursão nas origens, nos conceitos e nas complexidades que
acompanham a Fenomenologia, a tarefa de entender a passagem de um método filosófico para
um método empírico, como o que acontece com a fenomenologia, torna-se um pouco menos
complexo. Nesse contexto, percebe-se que a fenomenologia pode entrar no mundo do outro e
assim ser útil para os estudos em Administração.

A Metodologia Utilizada
Este estudo configura-se como uma pesquisa bibliográfica baseada nos artigos
publicados nos anais dos principais eventos científicos e revistas de Administração no Brasil,
classificados pela CAPES como “A”. A pesquisa considerou apenas as publicações no período
de 1997 à 2008. Este intervalo foi definido pela intenção dos autores em mapear a produção
mais recente sobre o tema, zelando pela atualidade e pertinência dessa pesquisa.
As revistas selecionadas para a pesquisa foram: Organizações e Sociedade – O&S, da
Universidade Federal da Bahia; Revista de Administração Contemporânea – RAC; Revista de
Administração da Universidade de São Paulo – RAUSP; Revista de Administração de
Empresas – RAE, da Fundação Getulio Vargas/SP; Revista de Administração Pública – RAP,
da Fundação Getulio Vargas/RJ; Revista Eletrônica de Administração – REAd, da

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e Cadernos EBAPE, periódico on-line sobre
Administração Pública e de Empresas, da Escola Brasileira de Administração Pública e de
Empresas da Fundação Getulio Vargas.
No que se refere aos eventos científicos, foram investigados: Encontro da Associação
Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração – EnANPAD; Encontro de
Marketing da ANPAD – EMA; Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD – Eneo;
Encontro de Administração Pública e Governança da ANPAD – EnAPG; e Simpósios
ENANPAD.
As informações sobre os artigos publicados nas revistas e nos eventos foram obtidas
mediante busca eletrônica, utilizando-se as ferramentas de busca disponibilizadas nos
próprios sites e critérios de pesquisa com variações da palavra “fenomenologia” (fenomenol*,
fenomenologia, fenomenológico, fenomenológica e fenomenologicamente). Ao todo foram
encontrados 43 artigos, sete publicados em revistas (17%) e 36 publicados em eventos (83%).
Dos eventos, o EnANPAD é o único que possui edição anual.
Teve-se a preocupação de revisar o texto de cada artigo, com intuito de estabelecer
com maior segurança a classificação dos temas e principalmente a metodologia utilizada, a
fim de se atingir os objetivos delineados para a pesquisa. A classificação dos artigos por
assunto e por tema seguiu a metodologia adotada pelo EnANPAD. Os temas foram agrupados
em nove assuntos: APS - Administração Pública e Gestão Social; EOR - Estudos
Organizacionais; EPQ - Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade; ESO -
Estratégia em Organizações; FIN – Finanças, GCT - Gestão de Ciência; Tecnologia e
Inovação; GOL - Gestão de Operações e Logística; GPR - Gestão de Pessoas e Relações de
Trabalho; e MKT – Marketing.
Quanto à natureza de pesquisa, os trabalhos foram classificados em teóricos ou
práticos. Os estudos teóricos são aqueles nos quais os modelos ou teorias são abordados,
oferecendo recomendações de ação ou estágios a serem atingidos. Já os estudos práticos são
aqueles que foram realizados a partir de dados obtidos em pesquisa de campo.
A organização e a análise dos dados, bem como a definição da estrutura deste trabalho,
basearam-se no modelo do artigo de Lunardi, Rios e Maçada (2005). Com base no trabalho
desses autores, foram elaboradas as tabelas 1, 2, 3 e 4. Para complementar o estudo, foram
elaboradas as tabelas 5, 6 e 7 e as figuras A e B. É importante ressaltar que o objetivo desta
análise não foi julgar a qualidade científica dos artigos, mas sim identificar o uso da
fenomenologia, os principais assuntos de pesquisa e os instrumentos e técnicas utilizados na
investigação, as instituições ou programas pesquisados, as universidades com maior número
de publicações e os autores mais citados nos artigos.

Resultados e Análises
A tabela 1 mostra a distribuição dos 43 trabalhos, que abordam o tema fenomenologia
ou usam a fenomenologia como método de pesquisa, publicados nos principais eventos e
revistas em Administração no período de 1997 à 2008.
As publicações estão concentradas nos últimos seis anos pesquisados, período em que
foram publicados sete trabalhos (6% do total) entre 1997 e 2002, contra 36 publicados (84%
do total) no período de 2003 à 2008, números que indicam um interesse crescente do estudo e
da aplicação da fenomenologia em pesquisas em Administração. Os eventos constituem o
principal veículo de divulgação da fenomenologia (84%) e o evento com maior número de
publicações é o ENANPAD com 31 publicações (72% do total de 43 artigos).

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TABELA 1 - ARTIGOS SOBRE FENOMENOLOGIA PUBLICADOS NO PERÍODO DE 1997 a 2008

Ano de Publicação
Publicações Total
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

O&S 0

R RAC 0
E
V RAUSP 1 1
I
RAE 1 2 3
S
T RAP 0
A
S REAd 0

EBAPE 1 1 1 3

Total dos artigos nas Revistas 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 3 7

E ENANPAD 3 3 4 5 7 5 2 2 31
V EMA 1 1 2
E
N EnEO 1 1
T
O EnAPG 1 1
S
Simpósio ANPAD 0 1 1

Total dos artigos nos Eventos 0 3 0 0 0 3 4 7 7 6 2 4 36

Total Geral 0 3 0 0 1 4 5 8 7 6 2 7 43

Obs.: Os espaços demarcados com a cor cinza correspondem a anos em que não houve edições dos eventos científicos correspondentes.

A Tabela 2 mostra a quantidade de trabalhos classificados por assunto, segundo a


metodologia de classificação adotada pela ANPAD. Os temas foram agrupados em nove
assuntos: APS - Administração Pública e Gestão Social, EOR - Estudos Organizacionais, EPQ
- Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade, ESO - Estratégia em Organizações,
FIN – Finanças, GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação, GOL - Gestão de
Operações e Logística, GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho e MKT – Marketing.

TABELA 2 - ARTIGOS SOBRE FENOMENOLOGIA CLASSIFICADOS POR TÓPICOS DE PESQUISA

Ano de Publicação
Total
Assuntos (Classificação
97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
ENANPAD)
R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E G

APS - Administração Pública e Gestão Social


1 0 1 1

EOR - Estudos Organizacionais


1 1 2 1 1 1 5 6
EPQ - Ensino e Pesquisa em Administração e
Contabilidade 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2 3 10 13

ESO - Estratégia em Organizações


2 3 1 1 1 6 7

FIN - Finanças
1 0 1 1
GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e
Inovação 1 1 0 2 2

GOL - Gestão de Operações e Logística


1 0 1 1
GPR - Gestão de Pessoas e Relações de
Trabalho 1 4 0 5 5

MKT - Marketing
1 1 3 2 2 5 7

TOTAL GERAL
3 1 1 3 1 5 1 7 7 5 2 3 4 7 36 43
Legenda: R = Revista; E= Evento; G= Geral

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A área do Ensino e Pesquisa em Administração concentrou o maior número de
publicações, totalizando 13 artigos (30% do total). Os trabalhos enquadrados nesse assunto
discutem a fenomenologia e o seu uso como método de pesquisa no campo da Administração.
Os assuntos Gestão de Pessoas e Relação de Trabalho, Estudos Organizacionais, Estratégia
em Organizações e Marketing ficaram equilibrados com cinco, seis, sete e sete publicações
respectivamente, somando 25 publicações ao todo (58% do total de 43 artigos). Essa
distribuição equilibrada pelos assuntos eixos nos estudos organizacionais reforça o indicador
de que o estudo da fenomenologia está se consolidando fortemente como opção de
metodologia de pesquisa em Administração.
A tabela 3 mostra que os artigos que utilizam a fenomenologia como método de
pesquisa em Administração superam os que exploram teoricamente o tema. Do total de 43
artigos analisados, 26 (60%) foram identificados como estudos práticos e 17 (40%) como
teóricos. Essa tabela confirma os dados das tabelas anteriores que apontam para a
consolidação do uso da fenomenologia como método de pesquisa em Administração nos
últimos seis anos pesquisados: 24 dos 26 artigos classificados como práticos (92%) foram
publicados nos últimos seis anos do período pesquisado. Em relação aos estudos teóricos,
70% destes foram publicados nos últimos seis anos pesquisados. Esses dados indicam que a
discussão sobre o tema fenomenologia no início dos anos 2000, refletida em publicações,
produziu sustentação e incentivo ao desenvolvimento de estudos práticos para abordagem da
fenomenologia nos anos seguintes.

TABELA 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS DE ACORDO COM A NATUREZA DA PESQUISA

Ano de Publicação
Total
Natureza 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08

R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E G

Estudos Teóricos 2 1 1 1 1 1 2 1 3 1 1 2 5 12 17

Estudos Práticos 1 2 4 5 6 3 1 2 2 2 24 26

TOTAL 0 3 0 0 1 4 5 8 7 6 2 7 7 36 43

Legenda: R = Revista; E = Evento; G = Geral

Os dados mostram ainda que as revistas constituem o principal veículo de divulgação


de estudos teóricos sobre fenomenologia. Dos sete artigos publicados em revistas, cinco
foram classificados como teóricos (71%). Nos eventos, o percentual de artigos classificados
como teóricos foi de 31%.
As informações obtidas indicam que, no que se refere ao tema fenomenologia, os
eventos possuem uma tendência maior à publicação de artigos baseados em dados levantados
em campo, ao passo que as revistas têm tendência maior à publicação de artigos que teorizam
o assunto. Não é possível dizer se essa constatação se deve a critérios editoriais, à preferência
dos próprios autores no envio de trabalhos com base empírica para os eventos, ou a outros
motivos quaisquer.
A Tabela 4 mostra a distribuição dos estudos teóricos e práticos por assunto. A área
Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade abrangeu 59% dos 17 artigos
classificados como teóricos, dez artigos ao todo. Esses dez artigos teóricos publicados nessa
área constituem referencial valioso para o estudo da aplicação de métodos qualitativos em
pesquisas em Administração, sobretudo quando se trata da utilização da fenomenologia como
método de pesquisa. A fenomenologia também foi abordada em artigos teóricos sobre
Marketing (três artigos), Estratégia em Organizações (dois artigos) e Estudos Organizacionais
9
(dois artigos).
Os estudos classificados como práticos tiveram uma distribuição mais equilibrada
entre as áreas, com pequeno destaque para os assuntos Estratégia em Organizações e Gestão
de Pessoas e Relação de Trabalho, que tiveram cinco estudos práticos cada uma. Os assuntos
Estudos Organizacionais, Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade e Marketing
registraram quatro, três e quatro, respectivamente. Essas cinco áreas juntas abrangeram 80%
dos trabalhos práticos.
TABELA 4 - TEMAS EM FENOMENOLOGIA VERSUS NATUREZA DO ESTUDO

Temas Abordados nas Publicações no Perído de 1997 a 2008

E P Q - E N S IN O E P E S Q U IS A E M

GPR - GESTÃO DE PESSOAS E


P Ú B LIC A E G E S T Ã O S O C IA L

G C T - G E S T Ã O D E C IÊ N C IA ,
T E C N O LO G IA E IN O V A Ç Ã O

O P E R A Ç Õ E S E LO G ÍS T IC A

R E LA Ç Õ E S D E T R A B A LH O
A P S - A D M IN IS T R A Ç Ã O

E S O - E S T R A T É G IA E M
O R G A N IZ A C IO N A IS

A D M IN IS T R A Ç Ã O E

M K T - M A R K E T IN G
GOL - GESTÃO DE
C O N T A B ILID A D E

O R G A N IZ A Ç Õ E S
EOR - ESTUDOS

FIN - FIN A N Ç A S
METODOLOGIA TOTAL

Estudos Teóricos 0 2 10 2 0 0 0 3 17

Estudos Práticos 1 4 3 5 1 2 1 5 4 26

Total 1 6 13 7 1 2 1 5 7 43

A tabela 5 identifica as principais técnicas de coletas de dados adotadas nos trabalhos


publicados, distribuídas por áreas e respectivos temas, conforme método de classificação
adotado pela ANPAD em seus eventos. Observa-se que nos 26 artigos classificados como
estudos práticos, houve a predominância do uso da entrevista, exclusivamente. Em dez dos
26 trabalhos práticos, a entrevista foi utilizada como único instrumento de pesquisa (38%).
Levando-se em consideração a utilização da entrevista combinada com outras técnicas, o
percentual de trabalhos que utilizou o instrumento de entrevista sobe para 80% (a entrevista,
sozinha ou combinada com outro instrumento de pesquisa, foi utilizada em 21 dos 26 artigos
classificados como práticos).
Verificou-se também a preferência pela utilização de apenas um instrumento de
pesquisa. Em 15 trabalhos (58% do total), os autores optaram por uma única técnica,
entrevista, análise documental, observação participante, pesquisa bibliográfica ou
questionário. A utilização de duas ou mais técnicas conjugadas foi menos utilizada, mas
esteve presente em 11 dos 26 artigos práticos (42%). O uso do questionário exclusivamente se
deu em dois trabalhos apenas (8%). Em resumo, a entrevista semi-estruturada ou em
profundidade é de longe a técnica mais utilizada dentre as técnicas de coleta de dados,
provavelmente devido a sua praticidade e força como instrumento de coleta de dados e
informações em estudos de natureza qualitativa, como é o caso do uso da fenomenologia
como método de pesquisa.
A tabela 6 mostra a quantidade de autores por trabalho analisado. Observa-se uma
tendência crescente de publicação de artigos em conjunto. Nos primeiros seis anos
pesquisados, de 1997 a 2002, verificou-se um a dois autores por artigo. Nos seis anos
seguintes, de 2003 a 2008, a média ficou em dois autores por artigo. Apenas 15 dos 43 artigos
analisados foram elaborados somente por um autor (35%). Observa-se o predomínio da
construção de artigos em dupla, fato verificado em 18 dos 43 artigos analisados (42%).

10
TABELA 5 - TEMAS EM FENOMENOLOGIA VERSUS TÉCNICA DE COLETA DE DADOS
(segundo metodologia de classificação adotada nos eventos da ANPAD)

e
Não-

Entrevista e Observação Participante

Documental

Documental

Observação/Pesquisa Participante
Entrevista e Análise Documental

Observação

Entrevista e Questionário

Observação Participante

Pesquisa Bibliográfica
Áreas e Temas

Análise

Análise
Análise Documental

Mapeamento

Questionário
participante

Entrevista,

Entrevista,
Entrevista

Entrevista

Total
APS - Administração Pública e Gestão Social 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Tema 9 - Organizações públicas e as funções gerenciais 1 1

EOR - Estudos Organizacionais 2 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 4

Tema 6 - Gênero e diversidade em organizações 1 1

Tema 7 - Indivíduos, grupos e comportamento humano em


2 2
organizações
Tema 11 - Simbolismo, cultura, identidade e subjetividade em
1 1
organizações
EPQ - Ensino e Pesquisa em Administração e
3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Contabilidade

Tema 6 - Formação do Profissional do Ensino e da Pesquisa 1 1

Tema 8 - O Processo de Ensino na Administração e na


2 2
Contabilidade

ESO - Estratégia em Organizações 1 0 0 0 1 0 2 1 0 0 0 5

Tema 5 - Estratégia e Sustentabilidade Sócioambiental 1 1 1 3

Tema 6 - Estratégia, Empreendedorismo e Desenvolvimento 2 2

FIN - Finanças 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Tema 5 - Mercados e Instituições Financeiras 1 1

GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2

Tema 3 - Inovação e interação Universidade – Empresa 1 1

Tema 6 - Inovação, tecnologia e competitividade 1 1

GOL - Gestão de Operações e Logística 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1

Tema 8 - Redes de Operações e Arranjos Produtivos 1 1

GPR - Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 5

Tema 5 - Impactos das mudanças e das permanências nas


1 1
Relações de Trabalho

Tema 8 - Relações de Trabalho e Gestão de Pessoas 1 1

Tema 9 - Relações sujeito-trabalho-organização 1 1 1 3

MKT - Marketing 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 4

Tema 5 - Marketing de Relacionamento, Satisfação e Lealdade 3 3

Tema 7 - Marketing Internacional 1 1

TOTAL GERAL 10 1 2 2 2 1 2 2 1 1 2 26

11
TABELA 6 - CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS POR NÚMERO DE AUTORES

Ano de Publicação
Total de
Artigos Total de
Número de Autores 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
Autores
R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E R E G

1 (um) 1 3 1 3 1 1 3 2 3 12 15 15

2 (dois) 3 1 3 3 2 2 3 1 4 14 18 36

3 (três) 1 3 1 1 1 0 7 7 21

Mais de 3 1 2 0 3 3 13

TOTAL DE AUTORES 0 6 0 0 1 5 7 17 12 13 4 20 7 36 43 85

Obs.: R = Revista; E= Evento; G= Geral

A Figura A mostra as instituições e organizações que foram objeto de pesquisa nos 26


artigos classificados como práticos, nos quais a fenomenologia foi utilizada como método de
análise de pesquisa. Observa-se a grande variedade de objetos de estudo, que vão desde
instituições públicas, passando por empresas privadas comerciais, financeiras e de turismo,
até pesquisas com turistas e cabeleleiros. Em 15 desses artigos, os autores não informaram a
localidade onde as instituições ou organizações estavam.
As áreas de Estudos Organizacionais e Gestão de Pessoas e Relaçoes de Trabalho e
Estratégia em Organizações registraram o maior número de organizações ou entidades
pesquisadas: cinco dos 26 trabalhos práticos (19%). Mas, de forma geral, houve uma
distribuição equilibrada entre os assuntos. Essa diversidade de assuntos e de enfoque nas
pesquisas demonstram que o uso da fenomenologia como método de pesquisa em
Administração pode abranger um vasto leque de problemas objeto de pesquisa.
O estudo procurou identificar também o vínculo acadêmico dos autores dos trabalhos.
Foram identificadas 39 instituições de ensino diferentes nas quais estão ligados 85 autores que
aparecem nos 43 artigos pesquisados. A investigação da ligação dos autores com as
instituições de ensino foi feita por meio de consulta ao site da Plataforma Lattes
(www.lattes.cnpq.br). Dessas 39 instituições, 15 são universidades federais (38%), que
concentram 48% dos 85 autores identificados.
As instituições de ensino que mais se destacaram foram: Universidade Federal de
Santa Catarina e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com sete autores cada;
Universidade Federal de Pernambuco e Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro,
com seis autores cada; e Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais e Universidade
Federal de Ouro Preto, com quatro autores cada. Cabe lembrar que um mesmo autor pode ter
aparecido em artigos diferentes. As 39 instituições de ensino estão localizadas em 12 estados
diferentes: Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernanbuco,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A pluralidade de instituições e a diversidade regional de onde se originam os trabalhos
publicados indicam que o estudo e a aplicação da fenomenologia se dão de forma
descentralizada, com raízes mais consolidadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Em cada um desses estados foram
identificadas em torno de quatro a seis instituições de ensino diferentes, nas quais estão
vinculados os autores dos artigos analisados.

12
FIGURA A - INSTITUIÇÕES E PROJETOS PESQUISADOS NOS ARTIGOS CLASSIFICADOS COMO ESTUDOS PRÁTICOS

Assunto Estado onde estão


Instituições e Projetos Pesquisados
(Classificação ENANPAD) localizadas

APS - Administração Pública e


Hospital Público BR
Gestão Social
Banco Santander de Maringá PR
Indústria e Comércio de Cosméticos Natura - BR
EOR - Estudos Organizacionais Empresa brasileira de transporte aéreo de passageiros (pesquisa
realizada nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos dumento (RJ) BR

Empresa do ramo de Tecnologia da Informação BR


Empresa do setor de telecomunicações (SC) - Teleworld Equipamentos e
Serviços SC
EPQ - Ensino e Pesquisa em
Administração e Contabilidade Empresa Estatal do Setor Elétrico BR
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu BR
59 empresas de base tecnológica da Região Metropolitana do Recife. PE
Empresas de base tecnológica da Região Metropolitana do Recife. PE
ESO - Estratégia em Organizações Organizações de agroecologia em duas regiões do Rio Grande do Sul. RS
Organizações de agroecologia em duas regiões do Rio Grande do Sul. RS
Município de Carrancas - MG MG
FIN - Finanças Instituições Financeiras de Capital de Risco no Brasil BR
Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da
Universidade Estadual de Londrina. PR
GCT - Gestão de Ciência,
Tecnologia e Inovação Empresas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Brasil.
BR

GOL - Gestão de Oper. e Logística Anais do ENANPAD BR


Bull S/A, empresa francesa do setor de informática; DaimlerChrysler
unidade Wörth, fabricante alemã de veículos comerciais. BR

Organizações de agroecologia em duas regiões do Rio Grande do Sul. RS


GPR - Gestão de Pessoas e Relações
Pessoas Empreendedoras BR
de Trabalho
Òrgão Público, Empresa Privada e Empresa Terceirizada de Mato Grosso
do Sul MS

Instituição de Ensino (Universidade) BR


McDonald`s Comércio de Alimentos Ltda BR
McDonald`s Comércio de Alimentos Ltda BR
MKT - Marketing Peregrinos brasileiros que foram ao Caminho de Santiago de Compostela,
BR

Profissionais Cabeleleiros e Clientes - CE CE


*BR: Estudos que abrangeram mais de um estado ou que não foi informado o estado.

A Tabela 7 mostra as obras mais referenciadas nos artigos. As obras clássicas de


Berguer e Luckmann, “A Construção Social da Realidade”, e de Burrel e Morgan,
“Sociological Paradigms and Organizational Analysis”, são as mais referenciadas e também
as que aparecem no maior número de áreas. Outras duas obras importantes referenciadas são
as de Heidegger, “Ser e Tempo”, e Van Manem, “Researching Lived Experience”.
Os livros dos autores Daniel Moreira, “O Método Fenomenológico na Pesquisa”; A.
N. S. Triviños, “Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais”; S. Vergara, “Projetos e relatórios
de pesquisa em Administração”; e A. C. GIL, “Métodos e técnicas de pesquisa social”, são os
preferidos pelos autores dos artigos para estudarem a utilização da fenomenologia como
método de pesquisa. A autora S. Vergara tem ainda seu artigo feito em conjunto com J. L. F.
Carvalho, “A Fenomenologia e a Pesquisa dos Espaços de Serviços”, citado como referência
em cinco trabalhos.
Os trabalhos dos autores C. L. Thompson, F. Paiva Jr., W. B. Locander, H. R. Pollio,
M. Merleau-Ponty, M., C. Goulding e J. W. Creswell, aparecem cada um nas referências de
quatro artigos. Por fim, destaca-se ainda a pesquisadora M. A. V. Bicudo, que tem duas obras
referenciadas, cada uma em três artigos.

13
Tabela 7 - Obras mais Referenciadas nos Trabalhos Analisados

Quantidade de
Trabalhos em
Obras
que são
Referenciadas
BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade. 22. ed. Petrópolis:
Vozes, 2002. 9
Burell G, e Morgan, G. Sociological Paradigms and Organizational Analysis, London:
Ashgate Publisching, 1994 8
MOREIRA, Daniel A. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004. 7
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista:
Editora Universitária São Francisco, 2007 7
VAN MANEN, M. Researching lived experience. New York: Satate of New York Press,
1990. 6
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Ed. Atlas,
1992. 6
CARVALHO, J. L. F.; VERGARA, S. A Fenomenologia e a Pesquisa dos Espaços de
Serviços. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 3, p. 78-91, jul./set, 2002. 5
CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative and mixed methods
approaches.2.ed, SAGE, 2002. 5
GLASER, B. G.; STRAUSS, A. L. The discovery of grounded theory: strategies for
qualitative research. Chicago: Aldine Publishing Company, 1967. 5
MOUSTAKAS, C. Phenomenological Research Methods. Thousand Oaks: Sage
Publications Ltda, 1994. 5
SCHUTZ (1979) Fenomenologia e Relações Sociais (Textos Escolhidos). Rio de
Janeiro: Zahar. 5
VERGARA, S.C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 4. ed.São Paulo:
Atlas, 2005. 4
THOMPSON, C. L., LOCANDER, W. B., POLLIO, H. R. Putting consumer experience
back into consumer research: the philosophy and method of existencial-phenomenology.
Journal of Consumer Research, v. 16, n. 12, Sept. 1989. 4
PAIVA JR, F. O empreendedorismo na ação de empreender: uma análise sob o
enfoque da fenomenologia sociológica de Alfred Schütz. Tese de doutorado em
Administração. Centro de Pesquisa e Pós-graduação em Administração. Universidade 4

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.


4
GOULDING, C. Consumer research, interpretive paradigms and method European
Journal of Marketing, v.33, n. 9/10, p.859-873, 1999. 4

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo : Atlas, 1987.


4
CRESWELL, J. W. Qualitative inquiry and research design: choosing among five
traditions. Thousand Oaks : Sage Publications, 1998. 4

As idéias de Edmund Husserl, considerado o Pai da Fenomenologia, são citadas direta


ou indiretamente em quase todos os trabalhos, já que são referencial das obras que aparecem
nas referências dos artigos pesquisados. A Figura B mostra as obras do filósofo que aparecem
nas referências dos trabalhos publicados de forma direta.

14
FIGURA B - Obras de Edmund Husserl Referenciadas nos Trabalhos Analisados
HUSSERL, E. The crisis of european sciences and transcendental phenomenology . Evanston :
Northwestern University Press, 1970.
HUSSERL, E. A crise da humanidade européia e a filosofia. Porto Alegre:EDIPUCRS, 2002.
HUSSERL, E. Ideas relativas a una fenomenologia pura y una filosofia fenomenológica. México: Fondo
de Cultura Económica, 1962.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária
São Francisco, 2007
HUSSERL, E. Ideas: general introduction to pure phenomenology. New York: Collier Books, 1931.
HUSSERL, E. Investigações Lógicas: sexta investigação. São Paulo: Abril S.A., 1975.
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Madras Editora, 2001.
HUSSERL, Edmund. Elem entos de uma elucidação fenomenológica do conhecimento. In:
Investigações lógicas. São Paulo, Nova Cultural, 1988. [Coleção Os Pensadores ]

Considerações Finais
Esse estudo teve como objetivo analisar a produção científica sobre fenomenologia e o
seu uso como método de pesquisa em Administração, bem como comparar as publicações nos
principais eventos científicos e revistas de Administração com classificação “A” dada pela
CAPES. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que teve como metodologia a revisão de 43
artigos publicados nesses eventos e revistas no período de 1997 a 2008.
Os levantamentos mostram que o estudo da fenomenologia vem crescendo a cada ano,
bem como sua utilização como método de pesquisa em Administração. Os eventos são o
principal veículo de divulgação da fenomenologia, com destaque para o Enanpad que
concentra 72% de toda a publicação sobre o tema.
O assunto Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade foi responsável por
30% das publicações nos doze anos pesquisados, de 1997 a 2008, consolidando-se e
crescendo a cada ano. Isso indica a construção de uma base teórica consistente em relação ao
tema, capaz de sustentar a qualidade da análise de pesquisas com base no método
fenomenológico. O crescente número de trabalhos classificados como práticos, bem como a
diversidade de assuntos e de objetos de pesquisa abrigados pela análise fenomenológica,
também ajudam a reforçar essa afirmação. A pesquisa mostrou ainda que a cada dia mais
estudiosos se interessam pela construção conjunta de trabalhos que envolvem o tema.
O estudo levantou os principais autores e as principais obras que serviram de
referências para o desenvolvimento dos artigos e entende-se que essas informações
constituem referencial teórico importante para estudiosos, professores e alunos que se
interessam pelo tema. No âmbito da pesquisa qualitativa, devido ao seu caráter aberto e
marcado pela ação e pela reflexão, a quantidade de novas abordagens e interpretações é muito
grande, o que torna difícil uma atualização constante. O conhecimento acerca dos principais
estudiosos e de suas principais sobre o assunto constitui instrumento valioso de atualização e
desenvolvimento dentro do tema.
Como explica Moreira (2002), os métodos de pesquisa mais comuns provém das
ciências sociais, como a psicologia e a antropologia, principalmente, e de uma forma mais
indireta da filosofia. A contribuição mais direta da filosofia nesse campo corresponde ao que é
chamado de fenomenologia ou método fenomenológico – método de estudo da
fenomenologia, um dos movimentos filosóficos mais importantes do século XX.
O autor explica que a falta de utilização e de melhor entendimento sobre o método
fenomenológico pode ser explicado devido à relativa ausência de sua exploração, fato que se
deve a sua difícil compreensão. Esse estudo contribuiu para demonstrar que cada vez mais
estudiosos do campo da Administração estão dispostos a superar essas barreiras, pelo
entendimento que têm de que a fenomenologia constitui um método muito adequado em

15
pesquisas que tenham em seu objeto dar destaque à experiência de vida das pessoas.
Essa pesquisa deixa indicações de estudos a serem realizados futuramente, como por
exemplo, a investigação da qualidade da aplicação do método fenomenológico nos trabalhos
que foram objeto desse estudo, bem como de outros. Sugere-se ainda a realização de
pesquisas que tenham como objetivo discussão mais aprofundada da condução das técnicas de
pesquisa aplicadas em trabalhos nos quais foi utilizado o método fenomenológico. Enfim, os
dados levantados nesse trabalho podem servir de referencial valioso para a realização de
pesquisas que abordem o tema fenomenologia ou que utilizem o método fenomenológico
como método de pesquisa em Administração.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, José Luis Felício, VERGARA, Sylvia Constant. A fenomenologia e a


pesquisa dos espaços de serviços. RAE - Revista de Administração de Empresas, Jul./Set.
2002, v. 42, n. 3, p.78-91.
DARTIGUES, A. O que é a fenomenologia? São Paulo: Ed Moraes, 1992.
FORGHIERI, Yolanda Cintrão (Org.). Fenomenologia e Psicologia. São Paulo: Cortez :
Autores Associados, 1984.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIORGI, A. Phenomenology and psychological research. Pittsburg: Duqueme University,
Press, 1985.
HUSSERL, Edmund. A idéia da fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 2001.
_________________. Investigaciones lógicas. Madri: Castilha, 1967.
LUNARDI G. L.; RIOS L. R.; MAÇADA A. C. F. Pesquisa em sistemas de informação:
uma análise a partir dos artigos publicados no Enanpad e nas principais revistas
nacionais de administração. In: XXIX ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD, 2005, Brasília. Anais....
Brasília: Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração –
ANPAD, 2005. p. 1-15.
LYOTARD, J. F. A fenomenologia. São Paulo: Difusão, 1967.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MORAM, J. M. Ensino e aprendizagem: inovadores com tecnologias audivisuais e
telemáticas. In: Novas Tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.,
MOREIRA, D. A. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo: Thompson Pioneira,
2002.
______________. Pesquisa em Administração: Origens, usos e variantes do método
fenomenológico. In: XXVI Reunião da ANPAD, 2002, Salvador. Anais da XXVI Reunião da
ANPAD, 2002.
MOUSTAKAS, C. Phenomenological Research Methods. Thousand Oaks: Sage
Publications Ltda, 1994.
RIBEIRO JR, João. Fenomenologia. São Paulo : PANCAST, 1991.
ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião. 2a. ed. São Paulo: Paulus, 1996.

16

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