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1
Muniz, p. 210.
2
Idem.
3
Ibidem, p. 211.
a fatores culturais; (3) utilização de um enfoque historicizante de um evento
contemporâneo relativo, como o Sistema Internacional da Convenção de Viena.
As ciências humanas, para o autor, devem a Ranke também os principais conceitos
e métodos empregados na análise da política internacional. Pois, pertence ao mesmo a
interpretação de um estado de natureza global, antecipando em anos a tipologia
“hobbesiana” pós-guerras do século XX; a noção de todos contra todos: “a história
Universal reside nos crescentes conflitos e lutas entre as diversas tendências e os
diferentes caracteres nacionais, posto que lutar é da natureza do homem...”.4 A conclusão
mais natural dessa afirmativa estava implicada na ideia de que os Estados, assim como os
homens, desejavam impor seu poder sobre os outros. A transposição da individualidade
humana para o cosmo estatal é natural da individualização da sociedade liberal-burguesa
oitocentista. Muniz Ferreira explicita que a organização política se dava no sentido de
que:
Nas condições mencionadas, as relações internacionais concretizar-se-
iam necessariamente sob a forma de uma política de “potência”
(machtpolitik). Essa política de potência, emanação da “vontade de
poder” dos estados, conduziria a um estado de guerra permanente entre
as potências, caso a machtpolitik de uma delas não encontrasse
contenção na machtpolitik de sua oponente.5
Tais concepções que permitiriam o equilíbrio político internacional e a teorização
sobre a guerra e a paz. Constitui-se, por conseguinte, a “balança de poder” e a
possibilidade de realizar acontecimentos como os da Convenção de Viena.
4
Muniz, p. 213.
5
Ibidem, p. 214.