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Será que você sabe algo sobre a história do “Di Menor”? adotou a doutrina da situação irregular.

trina da situação irregular. A situação de que trata esta doutrina era a de


crianças privadas das condições essenciais de sobrevivência: vítimas de maus tratos
Por Thiago M. Minagé e Michelle Aguiar da Costa, Sábado, 4/04/2015
físicos e morais, autoras de atos infracionais, privadas de representação legal por
Muito se fala sobre os interesses da criança e do adolescente, mas pouco se ausência de pais e as que apresentavam desvios de conduta[8].
explica sobre a origem e o desenvolvimento deles. Afinal, sequer se sabia que sua
A primeira etapa, marcada pelo caráter indiferenciado, se desenrola ao longo
sobrevivência pudesse ser tratada pelo Direito. Em nosso país, esperamos cinco longos
do século XIX até a primeira década do século XX, caracterizando-se por considerar as
séculos para que se construísse uma legislação inerente à infância e à adolescência. Foi
crianças e os adolescentes da mesma forma que os adultos, na medida em que eram
com a criação das “casas de Roda”, fundadas na Bahia em 1726[1], a “casa dos
recolhidos no mesmo espaço. A segunda etapa, originada nos Estados Unidos, tem
enjeitados”, no Rio de Janeiro em 1738[2] e a “casa dos expostos”, no Recife, em
início a partir do século XX, fase em que a norma passa a ter um caráter tutelar. A
1789[3], que os primeiros passos foram dados. Todas elas se originaram como abrigo
terceira etapa, a partir de 1959, inaugura um processo de responsabilidade juvenil,
aos menores.
caracterizada por conceitos como separação, participação e responsabilidade[9].
Da casa de Roda e da Casa dos Enjeitados, em 1549, Tomé de Souza surge
Foi quando, com o advento da Constituição em 1988, se obteve um significativo
com a missão de criar uma cidade e ali implantar as instituições do reino, tais como a
avanço no tratamento dado às situações envolvendo crianças e adolescentes. A Carta
Fazenda e a Câmara, a cadeia e os tribunais, a guarnição militar e a Sé Catedral. Já em
Magna, dentre tantas outras inovações, inclui como obrigação da família, da sociedade e
1552, no governo de Mem de Sá, foi construída a primeira capela de pedra e cal – Santa
do Estado, assegurar os direitos da criança e do adolescente, passando a ser adotada a
Casa de Misericórdia da Bahia. Sob invasão holandesa, em 1624, foi ocupada, teve
Doutrina da Proteção Integral, conforme se depreende do artigo 227 da Constituição
destruídos seus arquivos e uma das enfermarias[4]. Uma nova igreja foi reconstruída em
Federal.
1658, e só depois um novo hospital, concluído em 1696. Em 1700, João de Mattos de
Aguiar deixou um vultoso legado para a construção do recolhimento do Santo nome de A criança e o adolescente passaram a ser sujeitos de direitos, uma vez que lhe
Jesus, concluído em 1716, para a guarda de mulheres em risco de perder a honra[5]. Em foram asseguradas garantias e direitos pessoais e sociais. Todavia, fez-se necessária a
1726, se instituiu a roda dos expostos para recolher os enjeitados. criação de uma nova ordem jurídica para regular tal tratamento dado pelo Constituição
Federal a esta parte integrante da sociedade.
O abandono, portanto, existe no Brasil desde o período colonial. Crianças
deixadas nas portas das casas ou igrejas ficavam expostas ao frio, vento, chuva e Com a constituição de 1988 e a Doutrina da proteção integral, as quais
também aos animais, causando grande comoção. “Enjeitados”, “deserdados da sorte ou seguiam as ideias democráticas expressas na constituição, mostrou-se urgente a
fortuna”, “criança infeliz”, foram denominações comuns[6] a essas crianças. Para elas ampliação, o aprofundamento e a garantia dos direitos dos cidadãos no País. Nesse
destinaram-se as Casas de Roda ou Casa dos Expostos. Criadas em 1726 (Bahia), 1738 contexto, emergiu o debate sobre a inclusão da criança e do adolescente como sujeitos
(Rio de Janeiro), 1825 (São Paulo) e 1831 (Minas Gerais), só foram desativadas, como de direitos. Como resultado de longa luta e pressão dos movimentos de defesa dos
mecanismo de recolhimento de recém-nascidos articulado à antiga caridade, no início direitos da criança e do adolescente, acompanhando a Declaração Universal dos Direitos
do nosso século[7]. da Criança de 1959 e a Convenção Internacional sobre os direitos da criança de 1989, a
sociedade brasileira assume a responsabilidade legal de garantir um futuro digno à sua
Com a entrada do atual código penal de 1940, o legislador, levando em
juventude.
consideração o critério biológico, estabeleceu a inimputabilidade penal do menor de 18
(dezoito) anos, determinando que este não sofrerá as sanções previstas no diploma legal A Convenção dos Direitos da Criança consagra a doutrina da proteção integral
mencionado, ainda que fosse ele emancipado civilmente, conforme dispõe o artigo 27 da criança e do adolescente. O Brasil ratificou a Convenção, cujos princípios estão
da legislação penal. sintetizados na Constituição Federal, no artigo 227, caput, que tem a seguinte redação:
No decorrer dos anos, leis foram criadas no sentido e punir as crianças e É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescentes abandonados. Em 1979, foi aprovado um novo código de menores que adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer a profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade direitos universais das crianças, reconhecendo que a infância e a adolescência devem ser
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de alvos de cuidados específicos.
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Diante disto, os Estados passaram a reconhecer o direito de toda criança e
A Constituição Federal, desde 1988, passou a professar a teoria protecionista adolescente, de ser tratada de modo a promover seu sentido de dignidade e valor,
conferida às crianças e aos adolescentes. A partir desse momento, as normas destinadas fazendo surgir o respeito da criança pelos direitos humanos e pelas liberdades
à população infanto-juvenil devem considerar estes como cidadãos plenos, sujeitos; fundamentais de terceiros, levando em consideração a idade da criança e a importância
porém, com proteção prioritária, uma vez que são pessoas em desenvolvimento físico, de se estimular sua reintegração e seu desempenho construtivo da sociedade.
psicológico e moral. Não são tomados mais como cidadãos latentes, potenciais. Sua
O Direito Comparado e a Privação de Liberdade – Qual a diferença entre
cidadania, como já dito, é plena, sendo-lhes conferidos todos os direitos a ela inerentes,
prisão e internação?
inclusive o de participação política – momento em que se faculta, por exemplo, ao
adolescente de 16 (dezesseis) anos o voto, ou quando o artigo 53 do ECA estimula a A privação de liberdade deve ser uma medida aplicada como último recurso
participação de crianças e adolescentes na política estudantil, com vistas à crítica de pelo período mínimo necessário e deve ser limitada a casos excepcionais. Foi com base
currículo ou da organização escolar[10]. Há, portanto, uma consagração dos direitos de nesta regra que o ordenamento jurídico brasileiro preconizou os princípios orientadores
todas as crianças e adolescentes, finalmente reconhecidos. Assim, as leis internas e o da medida sócio educativa de internação, qual sejam, o princípio da brevidade
direito de cada sistema nacional devem garantir a satisfação de todas as necessidades excepcionalidade e respeito que serão analisados no capítulo 2 deste estudo.
das pessoas de até 18 (dezoito) anos, não incluindo apenas o aspecto penal do ato Chama atenção o fato de que a Convenção Internacional, diferentemente da
praticado pela criança ou contra ela, mas o seu direito à vida, saúde, educação, Declaração Universal dos Direitos da Criança, não se configura numa simples carta de
convivência, lazer, profissionalização, liberdade e outros. intenções, uma vez que tem natureza coercitiva e exige do Estado Parte que a
O Estatuto da Criança e do Adolescente e o Direito Comparado subscreveu e ratificou um determinado agir, consistindo, portanto, num documento que
expressa de forma clara, sem subterfúgios, a responsabilidade de todos com o futuro.
Não se pode olvidar que a normativa internacional foi de grande relevância para
a elaboração do ordenamento jurídico destinado a criança e ao adolescente desde a A legislação brasileira foi pioneira, dentre as legislações dos países latino-
Constituição Federal e demais legislações específicas. americanos, ao introduzir em seu bojo todas as normas regulamentares de proteção e
garantia dos direitos conferidos a população infanto-juvenil.
Porém, a constatação internacional de que crianças e adolescentes necessitavam
de uma legislação especial foi prevista inicialmente em 1924, através da Declaração de Ressalta-se que as normas internacionais, alicerce para a construção de todo
Genebra, que determinava a necessidade de se assegurar uma proteção mais específica à ordenamento jurídico brasileiro destinado à criança e ao adolescente, estão direcionadas
população infanto-juvenil. para a proteção da infância e da juventude, estipulando diretrizes nas quais deve-se
tratar com seriedade e devida atenção para melhor assegurar os direitos e garantias as
A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, datada de
quais se intitulam.
1948, estabeleceu direitos e cuidados assegurando assistência especial à criança e ao
adolescente. Seguindo a mesma orientação, a Convenção Americana sobre os Direitos O Falacioso discurso da maioridade penal e o Direito penal de emergência
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), em 1960, declara em seu artigo 19[11]: É indiscutível que a criança ou adolescente possuam proteção integral conferida
“Toda criança tem direito às medidas de proteção que na sua condição de sobre o prisma da Constituição Federal de 88, bem como o Estatuto da Criança e do
menor requer, por parte da família, da sociedade e do Estado”. adolescente.

A Declaração dos direitos da criança, celebrada em 1959, levando em Não há, portanto, de se falar em inovação legislativa que vise uma maior
consideração os princípios consagrados pela Carta das Nações Unidas, definiu os punição ao menor de idade, pois em nosso Ordenamento Jurídico atual, já existem leis
que tutelem integralmente os direitos e deveres destes. Ademais, é preciso ressaltar que
o ECA é um estatuto, não mais um código, tendo em vista que com as modificações Em nota, a UNICEF divulgou que “Dos 21 milhões de adolescentes brasileiros,
sofridas cronologicamente, abandonou-se o aspecto punitivo. Assim, afastou-se a apenas 0,013% cometeu atos contra a vida. Na verdade, são eles, os adolescentes, que
doutrina da situação irregular e esta foi substituída pelo principio do melhor interesse da estão sendo assassinados sistematicamente”.
criança, que dialoga com a doutrina da proteção integral. Neste sentido, este estatuto foi
Além disto, a UNICEF também ressaltou que o Brasil é o segundo país no
Internalizado pelo decreto 99710/90 (Convenção sobre Direitos da Criança).
mundo em número absoluto de homicídios de adolescentes, atrás apenas da
Mas então qual a necessidade de criar uma lei mais rigorosa, que tutele o que já Nigéria. “Hoje, os homicídios já representam 36,5% das causas de morte, por fatores
tem previsão legal? externos, de adolescentes no País, enquanto para a população total correspondem a
4,8%”. Deste modo, percebe-se a desproporção latente entre o número de adolescentes
Infortunadamente, o campo criminal, atualmente, encontra-se constantemente
que cometem atos contra a vida (0,013%) e aqueles que sofrem homicídios (36.5%)[15].
sob ataques. O cenário vigente é o do Direito Penal do espetáculo[12]. Direitos e
garantias fundamentais não possuem espaço entre uma sufocante mídia sensacionalista e Outro aspecto que merece destaque é a reincidência, uma vez que esta poderá
uma sociedade eminentemente punitiva. Valendo-se deste ambiente propício a punição aumentar em virtude da redução da maioridade. Hoje, a reincidência em penitênciárias
e a crescente instabilidade politica, lança-se à sorte um projeto que visa reduzir a se aproxima dos 70%, enquanto no sistema socioeducativo a porcentagem chega aos
menoridade penal. 20%, o que só reitera a falibilidade desta ideia. Salienta-se que em dados divulgados
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o Brasil tem a terceira maior população
Muito se assemelha ao clássico Direito Penal de Emergência[13]. Afinal, nele, o
carcerária de todo o mundo, com 494.598 presos. Com essa marca, o País fica atrás
perigo iminente ou a expectativa do perigo transformam a população em vítimas
apenas dos Estados Unidos, que tem 2.297.400 presos, e da China, com 1.620.000
potenciais, capazes de aceitar facilmente a sugestão, a prática da punição ou até mesmo
encarcerados[16].
o extermínio preventivo dos supostos agressores potenciais. Nessas circunstâncias, a
adoção de medidas emergenciais aparece como um meio para que as estruturas Nesse sentido, dada à superlotação carcerária, o nível de reincidência e a
ameaçadas possam ser mantidas e protegidas. O conceito de emergência encontra-se desnecessidade da medida, ante a previsão legal e ausência de dados concretos que
normalmente ligado à ideia de urgência[14]. comprovem a sua real eficácia, não seria crível que a redução seja o melhor caminho a
ser tomado. É de suma importância garantir a proteção desses adolescentes e efetivar
Assim, a dinâmica é simples: A mídia, ao enfatizar situações de atos
uma vida digna e saudável. O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)
infracionais análogos a crimes por parte dos adolescentes, maximizam o perigo
em nota, confirma o que aqui é explicitado: “O Estatuto da Criança e do Adolescente
concreto, transformando-o em uma grande abstração da verdade, e, consequentemente,
(ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com
potencializando a sua real incidência. Com isso, a sociedade prontamente sente-se
aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do
insegura, causa esta que favorece a uma busca por maior repressão, através de um atuar
ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus
direto pelo Estado, que imediatamente se apressa em fabricar uma lei que promete
cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de
resolver o problema.
adolescentes;” e prossegue dizendo que “o critério de fixação da maioridade penal é
Logo, o que se tem é um mecanismo de ação e reação envolto por um discurso social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os
pautado no populismo penal, o que enfraquece a real necessidade do Direito Penal, conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que
tendo em vista que este só deveria atuar em ultima ratio. Mas ao contrário disto, ele pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma
passa a ser a regra. Visto isso, faz-se indispensável explicitar aqui os argumentos que forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade
precisam de uma mínima reflexão, para comprovar-se a ausência de efetividade que esta penal reduz a igualdade social e não a violência – ameaça, não previne, e punição não
redução acarretará, bem como desconstruir o discurso falacioso da impunidade. corrige.”[17]
Da mesma forma, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da
Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou publicamente sua preocupação
com a possibilidade de a maioridade penal ser reduzida no país. Em comunicado, foi [1] – Essas casas possuíam uma espécie de roleta, aonde crianças nascidas em famílias pobres ou
mesmo havidas fora do casamento eram deixadas sem que se identificasse quem as abandonava, conforme
divulgado que “a Comissão considera que a atual proposta de reforma constitucional explica (RIZZINI, I. e RIZZINI, I. A Institucionalização de crianças no Brasil: percurso histórico e desafios
que está sendo analisada pela Câmara dos Deputados do Brasil constituiria um grave presentes. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; UNICEF; CIESPI, 2004)
retrocesso e uma violação dos direitos fundamentais dos adolescentes, pois viola sua [2] – MARGARIDA, Sônia. Anais da IV Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente. Brasília: Conanda, 2002.p.34
garantia de ser tratado por uma justiça juvenil especializada”[18]. Outrossim, é [3] – A Casa dos Expostos foi criada em 1789 em Recife pelo governador D. Tomás José de
preciso relembrar que impunidade não se confunde com imputabilidade. A Melo. Objetivava-se desestimular as práticas infanticidas e proteger a honra de homens e mulheres de
família, dando-lhes a alternativa de se livrar dos frutos proibidos ou espúrios oriundos de relações incertas
imputabilidade, segundo o Código Penal, é a capacidade de se entender que o fato é ou duvidosas, ao abandonar o bebê na instituição sob o manto do anonimato. Cf.: NASCIMENTO,
ilícito e agir de acordo com esse entendimento, fundamentando em sua maturidade Alcileide Cabral do. A sorte dos enjeitados: o combate ao infanticídio e a institucionalização da assistência
psíquica. às crianças abandonadas no Recife (1789-1832).
[4] – BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro:
Por fim, a constituição brasileira preceitua em seus artigos 5º e 6º direitos Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
[5] – CABRAL, Jaqueline Ribeirto; VELLOSO,Verônica, Pimenta. Santa Casa da Misericórdia
fundamentais como educação, saúde, moradia, etc. Com muitos desses direitos negados, da Bahia. In: Dicionário Histórico Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1920). Casa de
a probabilidade do envolvimento com o crime aumenta, sobretudo entre os jovens. É Oswaldo Cruz/ Fiocruz.
[6] – ARANTES, E. M. de M. Rostos de crianças no Brasil. In: PILOTTI. F e RIZZINI, I. (Org.).
preciso, portanto, tratar a causa que leva estes adolescentes a cometerem crimes, não o A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no
efeito destes. Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Interamericano Del Nino, Editora Santa Úrsula, Amais Livraria e Editora,
1995. P.191.
“Se é errado usar cola? Por que não está na escola? Se é perigoso dormir na [7] – ARANTES, Esther Maria. De “criança infeliz” a “menor irregular” – vicissitudes na arte de
rua? Mas Nessa idade já viu mulher nua!quem te deu esse trocado? Me dói um bocado governar a infância. In: Jacó Vilela, Ana Maria, Jabur, Fábio e Rodrigues, Hiliana de Barros Conde. Clio –
Payché: Histórias da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: UERJ, NAPE, 1999. Pág. 257.
te ver por aí. E quando escancara os dentes e sorri, me lebra que é um menino ali. No [8] – RIZZINI, Irene. A Criança e a Lei no Brasil – Revisitando a História (1822-2000). Brasília,
tempo do mundo, o poço é fundo. Mata seus sonhos sem piedade. Iguais a ele tem aos DF: UNICEF; Rio de Janeiro: USU Ed. Universitária, 2000.
[9] – http://www.iunib.com/revista_juridica/2013/02/22/medida-de-internacao-do-adolescente-
montes na cidade. Qual a sua idade? Nota Dez! Da aula de malandregem quando na infrator-em-estabelecimento-educacional/
verdade maior vantagem ninguem lhe ofereceu. Um livro, um caderno, o gato comeu! [10] – MINAYO, Maria Cecília de Souza, Contextualização do Debate sobre violência contra
Crianças e Adolescentes, Violência faz mal à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006, P. 13-16.
(…) e quem é ele? Suspeito que a dor. Me disse sem medo que sua mãe usa crack e já
[11] – Disponível em http://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm
viu seu pai transar. Ô meu Deus, ele tá na época de brincar!Partido ficou meu coração [12] – DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
quando olhei pra trás e o vi deitar no chão. Hoje foi foda!”[19] [13] – CHOUKR, Fauzi Hassan. Processo Penal de Emergência. Rio de Janeiro: Lumen Juris.
2002, p. 03.
E aí assistimos 42 deputados e um sem-número de pseudos-letrados a [14] – O conceito de emergência merece ser observado também fora da esfera estritamente
jurídica. No Dicionário Aurélio, seu significado aparece como situação crítica, acontecimento perigoso ou
comemorar a aprovação daquilo que fará mais uma criminalização à expurgação de fortuito; incidente; caso de urgência.” (AURÉLIO, , Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário Aurélio
todos os pecados. Como se não bastassem essas, mas a vida é cheia de peças. Sem da Língua Portuguesa, 2ª. ed, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 634)
[15] – http://nacoesunidas.org/em-nota-unicef-se-posiciona-contra-a-reducao-da-maioridade-
medo, sem dor, sem cor, sem amor, assim o menor se sente doutor! Mas o jeito é
penal/.
criminalizar, afinal de contas alguém precisa pagar. Onde vamos parar? Qual o sentido? [16] – http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/06/1465527-brasil-passa-a-russia-e-tem-a-
Será que é o prazer em maltratar? Mais? Mais? Eles não irão aguantar! Na verdade, de terceira-maior-populacao-carceraria-do-mundo.shtml
[17] – http://site.cfp.org.br/campanha-contra-reduo-da-maioridade-penal-entidades-resgatam-
verdade, minha vontade: vou ali vomitar! pensamento-do-socilogo-betinho/
[18] – http://global.org.br/programas/oea-critica-publicamente-possibilidade-da-reducao-da-
Thiago M. Minagé é Doutorando e Mestre em Direito. Professor de Penal da UFRJ/FND.
maioridade-penal-no-brasil/
Professor de Processo Penal da EMERJ. Professor de Penal e Processo Penal nos cursos de Pós
[19] – Poesia Marginal, recebida e uma aluna ue me disse: Professor achei a sua cara. E realmente
Graduação da Faculdade Baiana de Direito e ABDConst-Rio. Professor de Penal e Processo Penal na
é. Tive que concordar. Texto de Natália Valério.
Graduação e Pós Graduação da UNESA. Coordenador do Curso de Direito e da Pós Graduação em Penal
e Proceso Penal da UNESA/RJ unidade West Shoping.. Autor da Obra: Prisões e Medidas Cautelares à
Luz da Constituição publicado pela Lumen Juris no ano de 2013. Autor de inúmeros artigos jurídicos.
Advogado Criminalista. Michelle Aguiar da Costa é Estudante de Direito do IBMEC. Membro do
IBCCRIM.

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