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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

Disciplina: Cultura e Sociedade no Brasil (HUM05022)


Período letivo: 2° semestre de 2018
Aulas: segundas-feiras, às 18:30
Créditos: 4 (60 horas-aula)
Professor: Ricardo Cavalcanti-Schiel

1. Súmula: A formação cultural e social da nação brasileira. Raça, etnia e identidade. Tradição
e modernidade. A constituição do campo antropológico. A produção antropológica no Brasil.

2. Objetivos Gerais: Traçar um roteiro de reflexão analítica sobre os recursos e limites


mobilizados nas interpretações intelectuais sobre o Brasil, sobre o que seria a especificação da
sua “cultura” e “sociedade”, em diálogo com os marcos gerais da produção antropológica.

3. Procedimentos didáticos: O conteúdo do curso será desenvolvido através da leitura de


textos de referência e de exposições e debate em aula.

4. Avaliação: A avaliação do acompanhamento do curso e rendimento dos alunos será


continuada e se baseará na sua produção textual, por meio da avaliação dos fichamentos de
leituras. O programa que se segue elenca 30 textos de leitura. O fichamento de cada um deles ―
de acordo com as regras gerais para sua elaboração, apresentadas na aula de abertura da
disciplina ― vale até 1 (um) ponto, de acordo com sua qualidade (considerando-se para tal: o
atendimento dos critérios de elaboração logo antes mencionados, a densidade analítica, o rigor
conceitual e a precisão enunciativa). Os fichamentos devem ser entregues até a segunda aula
posterior à aula da sessão temática dos textos ou, no caso das duas últimas sessões, até o
último dia de aula da disciplina. A tabela de conversão da pontuação nos fichamentos para o
conceito de avaliação dos alunos é a seguinte:

- até 6,0 pontos: conceito D;


- de 6,1 a 7,5 pontos: conceito C;
- de 7,6 a 9,0 pontos: conceito B;
- acima de 9,0 pontos: conceito A.

Note-se que há bem mais textos a serem fichados que o máximo de pontuação passível de ser
obtida. Assim, a avaliação incide fundamentalmente sobre o esforço e engajamento do aluno
com o trabalho intelectual da disciplina Os textos das leituras complementares e o texto de
Carlos Haag, da 10ª sessão não serão objeto de fichamento.
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5. Programa e leituras:

1ª sessão (13/08): APRESENTAÇÃO DO CURSO.

2ª sessão (20/08): O nacional como objeto?

PEIRANO, Mariza G. S. 1991. “Uma antropologia no plural”. In: ——— Uma antropologia no
plural: 235-250. Brasília: Ed. UnB.

SCHNEIDER, Jens. 2004. “Discursos simbólicos e símbolos discursivos: sobre a etnografia da


identidade nacional”. Mana 10(1): 97-129. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/mana/v10n1/a04v10n1.pdf

3ª sessão (27/08): Identidades ou contextos relacionais?

VIANNA, Hermano. 1995. O Mistério do Samba. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Capítulo 1 “O
Encontro”, pp. 19-36; e “Conclusões”, pp. 145-158).

REINHEIMER, Patrícia. 2007. “Identidade nacional como estratégia política”. Mana 13(1): 153-
179. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
93132007000100006

4ª sessão (03/09): Realidades ou construções retóricas?

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. 2000. “Bandeirantes e pioneiros. Marcos de duas civilizações”. In: ———
Americanos. Representações da identidade nacional no Brasil e nos Estados Unidos: 93-114.
Belo Horizonte: Ed. UFMG.

FRY, Peter. 2001. “Feijoada e soul food 25 anos depois”. In: Neide Esterci, Peter Fry & Miriam
Goldenberg (orgs.). Fazendo Antropologia no Brasil: 35-54. Rio de Janeiro: DP&A / CAPES.

5ª sessão (10/09): Matrizes profundas ou grandes expectativas?

VIANNA, Luiz Werneck & PERLATTO, Fernando. 2011. “Iberismo e americanismo”. In: André
Botelho & Lilia Moritz Schwarcz (org’s.). Agenda brasileira. Temas de uma sociedade em
mudança: 248-255. São Paulo: Companhia das Letras.

VIANNA, Luiz Werneck. 1991. “Americanistas e Iberistas: A Polêmica de Oliveira Vianna com
Tavares Bastos”. Dados. Revista de Ciências Sociais 34(2): 145-189.

Leitura complementar:

MONTEIRO, Pedro M. 2010. “A paixão latino-americana: Richard Morse”. In: André Botelho & Lilia
Moritz Schwarcz (orgs.). Um enigma chamado Brasil. 29 intérpretes e um país: 352-363. São
Paulo: Companhia das Letras.
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6ª sessão (17/09): Categorias descritivas ou traços de uma mesma lógica cultural?

CARVALHO, José Murilo de. 1998. “Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão
conceitual”. In: ——— Pontos e bordados. Escritos de História e Política: 130-153. Belo
Horizonte: Ed. UFMG.

CUNHA, Alexandre Mendes. 2006. “Patronagem, clientelismo e redes clientelares: a aparente


duração alargada de um mesmo conceito na história política brasileira”. História 25(1):
226-247. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/his/v25n1/a11v25n1.pdf

Leitura complementar:
LANNA, Marcos. 2009. “A estrutura sacrificial do compadrio: uma ontologia da desigualdade?”.
Ciências Sociais Unisinos 45(1): 5-15. Disponível em:
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/938/93812719001.pdf

7ª sessão (24/09): Tradição ou ruptura?

CASTRO GOMES, Ângela. 1990. “A dialética da tradição”. Revista Brasileira de Ciências Sociais
12(5): 15-27.

CASTRO SANTOS, Luiz A. de. 2003. “Duas visões do paraíso (convite a Todorov para ler Sérgio
Buarque de Holanda)”. In: ——— O Pensamento Social no Brasil: 153-185. Campinas:
Edicamp.

8ª sessão (01/10): Sincretismo ou conflito?

BENZAQUEN DE ARAÚJO, Ricardo. 1994. Guerra e paz. Rio de Janeiro: Editora 34. (Capítulo 1,
“Corpo e alma do Brasil”, pp. 27-41; Capítulo 2, “Agonia e êxtase”, pp. 42-73).

Leitura complementar:

BENZAQUEN DE ARAÚJO, Ricardo. 2010. “Chuvas de verão. ‘Antagonismos em equilíbrio’ em Casa


Grande & Senzala de Gilberto Freire”. In: André Botelho & Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). Um
enigma chamado Brasil. 29 intérpretes e um país: 352-363. São Paulo: Companhia das Letras.

9ª sessão (08/10): Purezas ou misturas?

SCHWARCZ, Lilia Moritz. 2010. “Nina Rodrigues: um radical do pessimismo”. In: André Botelho &
Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). Um enigma chamado Brasil. 29 intérpretes e um país: 340-
351. São Paulo: Companhia das Letras.

PEIXOTO, Fernanda A. 2010. “Os Brasis de Roger Bastide”. In: André Botelho & Lilia Moritz
Schwarcz (orgs.). Um enigma chamado Brasil. 29 intérpretes e um país: 184-197. São Paulo:
Companhia das Letras.
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CAVALCANTI, Ma. Laura Viveiros de Castro. 2010. “Estigma e relações raciais na obra pioneira de
Oracy Nogueira”. In: André Botelho & Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). Um enigma chamado
Brasil. 29 intérpretes e um país: 254-267. São Paulo: Companhia das Letras.

Leitura complementar:

FRY, Peter. 1996. “Por que o Brasil é diferente?” Revista Brasileira de Ciências Sociais 31: 178-182.
Disponível em: http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_31/rbcs31_resenhas.htm.

(De 15 a 19/10: dias não letivos: semana acadêmica)

10ª sessão (22/10): “Cinzas de sonhos desabam sobre nós”?

BOMENY, Helena. 2010. “A aposta no futuro: O Brasil de Darcy Ribeiro”. In: André Botelho &
Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). Um enigma chamado Brasil. 29 intérpretes e um país: 338-
351. São Paulo: Companhia das Letras.

MATTOS, André L. L. Borges de. 2008. “Darcy Ribeiro e a antropologia no Brasil (1944-1956)”.
Paper apresentado na 26ª Reunião Brasileira de Antropologia. Mimeo.

Leitura complementar:

RIBEIRO, Adélia M. 2009. “A antropologia dialética de Darcy Ribeiro em O povo brasileiro”. Sinais
6(1): 52-72. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/sinais/article/viewFile/2753/2221

11ª sessão (29/10): “O sertão está por toda parte”?

LIMA, Nísia Trindade. 1999. Um sertão chamado Brasil. Rio de Janeiro: Revan / IUPERJ.
(Capítulo 3, “Missões ao interior e interpretação do Brasil”).

HAAG, Carlos. 2007. “Um sertão chamado Brasil”. Pesquisa Fapesp 134: 86-89. Disponível em:
http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2007/04/86-89-sertao-134.pdf

CAVALCANTI-SCHIEL, Ricardo. 2009. “A política indigenista, para além dos mitos da Segurança
Nacional”. Estudos Avançados 23(65): 149-164. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142009000100011

12ª sessão (05/10): A alteridade dentro de casa?

PEIRANO, Mariza G. S. 1999. “Antropologia no Brasil (Alteridade Contextualizada)”. In: Sérgio


Miceli (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995), vol. 1: 225-266. São Paulo/
Brasília: Ed. Sumaré/ ANPOCS.
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VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo B. 2011. “Desenvolvimento econômico e reenvolvimento


cosmopolítico: da necessidade extensiva à suficiência intensiva”. Sopro 51: 4-10.
Disponível em: https://issuu.com/culturabarbarie/docs/sopro51.

Leitura complementar:
OLIVEN, Ruben. 1989. “A antropologia e a cultura brasileira”. BIB- Revista Brasileira de Informação
Bibliográfica em Ciências Sociais 27: 74-88. Disponível em: http://anpocs.com/index.php/bib-
pt/bib-27/405-a-antropologia-e-a-cultura-brasileira/file

13ª sessão (12/11): Cultura ou política?

WISNIK, José Miguel. 1992. “Algumas questões de música e política no Brasil”. In: Alfredo Bosi
(org.). Cultura brasileira. temas e situações: 114-123. São Paulo: Ática.

PAES, José Paulo. 1992. “Música e democracia”. In: Alfredo Bosi (org.). Cultura brasileira. temas
e situações: 124-128. São Paulo: Ática.

ORTIZ, Renato. 1985. “Estado, cultura popular e identidade nacional”. In: ——— Cultura
brasileira e identidade nacional: 127-142. São Paulo: Brasiliense.

14ª sessão (19/11): Autêntico ou projetado?

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. 2011. “Culturas populares: patrimônio e autenticidade”. In:
André Botelho & Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). Agenda brasileira. Temas de uma sociedade
em mudança: 134-141. São Paulo: Companhia das Letras.

REINHEIMER, Patricia. 2007. “O Museu de Folclore Edison Carneiro e a Casa do Pontal: os


discursos sobre o folclore e a arte popular”. Cadernos de Campo 16: 31-44. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/issue/view/3212

HALL, Stuart. 2003 [1981]. “Notas sobre a desconstrução do ‘popular’”. In: ——— Da diáspora:
identidades e mediações culturais: 247-264. Belo Horizonte: UFMG.

15ª sessão (26/11): Cultura ou “cultura”?

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 2009. “ ‘Cultura’ e cultura: conhecimentos tradicionais e direitos


intelectuais”. In: ——— Cultura com aspas: 311-373. São Paulo: Cosac Naify.

Leitura complementar:
ABREU, Regina Ma. do Rego Monteiro de. 2008. “A emergência do ‘Outro’ no campo do Patrimônio
Cultural”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, Suplemento 7 (Seminário Museus,
Identidades e Patrimônio Cultural): 9-20. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/revmaesupl/article/view/113490

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