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Isabella Garcia Nandi – Patologia

Pro. Carlos Otávio


Depósitos intracelulares
Substâncias que se acumulam nas células:
1- Substâncias inofensivas ou que causam dano (partículas de indústrias que se acumulam no pulmão, por
exemplo).
2- Componente celular normal: amiloidose - acúmulo proteico anormal em diversos órgãos e tecidos, sem
função, causando diversas lesões em rins, fígado, pele, coração...
3- Pigmentos: tatuagens (não se sabe se pode causar lesão futura).
4- Substância anormal exógena ou endógena.

Depósitos intracelulares
 Núcleo, citoplasma, organelas (lisossomos).
 Transitórios (esteatose por álcool, pode se recuperar após parar o consumo dependendo da lesão) ou
permanentes (pulmão).
 Tóxico ou inócuo.

Mecanismos de acúmulo intracelular:


1- Remoção inadequada de uma substância normal: secundária a defeitos no mecanismo de empacotamento e
transporte, como na degeneração gordurosa do fígado.
O álcool é o principal causador da esteatose, que causa lesão no hepatócito e não permite a saída do ácido
graxo para fora da célula, que fica sendo acumulado.
Se o indivíduo não tem história de alcoolismo, pode ter esteatose não alcoólica por obesidade, diabetes:
esteato-hepatite -> cirrose/destruição do fígado -> pode precisar de transplante, mas em caso de diabetes
tem lesão em outros órgãos, então não é a solução.

2- Acúmulo de substância endógena anormal – defeito enzimático.


 Deficiência da alfa-1-antitripsina: doença genética com baixos níveis da AAT, uma antiprotease, ataca as
enzimas para inibir uma lesão contínua, a fim de ter equilíbrio. Por defeito, começa a ter lesões celulares
e na vida adulta causa insuficiência aguda pulmonar.

3- Deficiência em degradar um metabólito - doença com ausência ou defeito de enzimas


 Doença de Gaucher: doença genética, progressiva, mais comum das doenças lisossômicas de depósito, em
que falta a enzima glucocerebrosidase, essencial para o metabolismo de um lipídeo importante para a
formação de membranas no baço, glóbulos vermelhos e na mielinização dos neurônios, por isso essa
substancia fica acumulada em vários órgãos. Tratamento: terapia enzimática, injetando a enzima para
atuar.

4- Depósito de substancia exógena anormal: acúmulo de matérias exógenos, para os quais não há enzima para
degradar ou transportar.
 Antracose: pulmão com carbono acumulado (pigmento enegrecido), máximo que acontece é ser
fagocitado por macrófagos e ficar nos linfonodos mediastinais.
 Pneumoconiose: aspiração de partículas em minas deixa o tecido pulmonar preenchido gerando processo
inflamatório e posterior cicatrização com fibrose -> insuficiência respiratória por lesão irreversível no
pulmão.

Anormalidades
- Velocidade insuficiente do metabolismo
- Defeitos genéticos ou adquiridos
- Ingestão de materiais não digeríveis
- Falha no sistema enzimático

Substancias que se depositam: lipídios, proteínas, alteração hialina, glicogênio (pré-açúcar), pigmentos e minerais
(agentes químicos).
Lipídios:
- Qualquer tipo de lipídio pode ser acumulado no organismo: triglicerídeos, colesterol, ésteres de colesterol,
fosfolipídeos...

Principal doença:
Esteatose (Degeneração Gordurosa): causada pelo acúmulo de triglicerídeos dentro das células do parênquima do
fígado, coração, músculo estriado esquelético, rim, etc. A principal causa é o consumo de álcool.
 Causas de esteatose: toxinas, desnutrição (mobiliza mais lipídios do organismo, oferecendo mais na circulação,
e sem apoproteínas não são eliminados), diabetes melito (joga lipídios excessivamente na circulação), obesidade
(excesso de lipídios) e anóxia (célula sofre lesão celular e começa a ter acúmulo de lipídios dentro dela).
 Causa mais comum de esteatose hepática signitificativa: abuso de álcool e DM+obesidade que gera esteatose
não alcoólica, com lesão lenta e progressiva, e hepatite C.

- O normal do fígado: coloração vermelho-amarronzada, superfície lisa e bordas finas. Enquanto o fígado esteatótico
é amarelado pelo acúmulo de gordura, com borda romba, superfície lisa (bom prognóstico) evoluindo para nodular
(cirrose hepática após esteatose de longa-data), com maior peso pelo acúmulo da gordura.
- Na esteatose não alcoólica geralmente há acometimento de zona 3, aumentando a parede da veia. Na hepatite por
vírus, há comprometimento portal/perto da artéria/nutrição.
- Em algumas lâminas não se consegue ver a gordura devido ao processamento, se o médico pede para analisar
presença de gordura, é feito um processamento diferenciado da lâmina.
- Reticulina é um tipo de colágeno, e quando se quer saber se há área com hepatócitos mortos, faz-se uma coloração
de reticulina, se houver morte colaba (colapso reticulíneo).

Colesterol e ésteres de colesterol:


- O metabolismo celular do colesterol é estreitamente regulado, de modo que a maioria das células o usa para síntese
das membranas celulares, sem acúmulo intracelular de colesterol ou ésteres de colesterol.
- Acúmulo em doenças: aterosclerose (mais importante), colesterolose e xantomas.
 Aterosclerose: acúmulo dessa substância no vaso, dentro das células musculares lisas e dos macrófagos que
formam a placa, repletas de vacúolos lipídicos -> geram inflamação e obstrução.
 Colesterolose acúmulo na vesícula biliar, de macrófagos do epitélio.
 Xantomas: aglomerados de células espumosas são encontrados no tecido conjuntivo subepitelial da pele e
tendões, produzindo massas tumorais conhecidas como xantomas. “xanto” amarelo e “oma” hiperplasia.
 Xantelasmas: acúmulo de colesterol nos macrófagos que ficam na pálpebra, pode ser retirado cirurgicamente
(estética). Pode ser idiopático.

 Doença de Gaucher: doença de acúmulo lisossômico mais comum, por deficiência da enzima glicocerebrosidase.
Células de gaucher, com acúmulo de cerebrosídeo, podem gerar hepatoesplenomegalia, atingir linfonodos,
medula óssea, pulmões e até envolvimento ósseo (tecido hematopoiético -> pode morrer com as complicações
de sangramentos, baixa imunidade). Cérebro não é acometido no tipo 1 (99% dos casos).
Tratamento: reposição das enzimas durante toda a vida por infusão de glicocerebrosidae recombinante,
geralmente inicia ainda no indivíduo criança.
- Uma variante (tipo I) denominada forma não neuronopática crônica, responde por 99% dos casos de doenças de
Gaucher. Essa variante é caracterizada por acometimento ósseo clínico ou radiográfico (osteopenia, lesões líticas
focais e osteonecrose) em 70-100% dos casos. Outros aspectos incluem hepatomegalia e ausência de acometimento
do SNC. Células de Gaucher são encontradas no fígado, no baço, nos linfonodos e na medula óssea. As variantes do
tipo II e III são caracterizadas por sinais e sintomas neurológicos.
- Resulta da mutação no gene que codifica a glicocerebrosidase, que normalmente separa o resíduo de glicose de
ceramida, levando a um acúmulo de glicocerebrosidase, um intermediário no metabolismo glicolipídico, nas células
mononucleares fagocíticas e sua transformação nas chamadas células de Gaucher. Normalmente, os glicolipídios
derivados da degradação das hemácias senescentes são sequencialmente degradados pelas células fagocitárias do
corpo, particularmente no fígado, no baço e na medula óssea. Na doença de Gaucher, a degradação cessa no nível dos
glicocerebrosídeos, que se acumulam nos fagócitos.

Proteínas:
- Menos comum, ocorre por sínteses excessivas ou porque os excessos são apresentados as células.
- Gotículas, vacúolos ou agregados eosinofílicos.
- Intracelular e extracelular.
1- Albumina no rim: quando se perde proteínas excessivamente, elas se acumulam nos túbulos.
2- Corpúsculos de Russel: no Mieloma Múltiplo (tumor de plasmócitos) acontece um acúmulo de
imunoglobulinas e o retículo endoplasmático se torna distentido, produzindo grandes inclusões eosinofílicas
homogêneas que são os corpúsculos de Russel - RE produz proteína demais - acúmulo no RER dos plasmócitos.
3- Hialino alcoólico: álcool/febre amarela altera o citoesqueleto do hepatócito, desnatura suas proteínas e acumula
hialino.

 Deficiência da Alfa-1-antitripsina: inibidor de proteases (elastases do pulmão).


- Quando o indivíduo fuma, ou tem uma infecção, tem muitos macrófagos no pulmão, que liberam as elastases
destruidoras das fibras elásticas, das paredes, formando áreas cavitárias do pulmão enfisematoso. A pessoa saudável
que produz a anti-elastase (alfa-1-antitripsina) no fígado, consegue controlar esse processo, diferente dos indivíduos
que possuem essa deficiência.
- As proteínas são liberadas dos neutrófilos em locais de inflamação: elastase, catepsina g, proteinase 3.
- Causas da deficiência:
Icterícia colestática -> acúmulo de proteínas pois a bile não passa. Fígado esverdeado já no início da vida, nasce ictérico.
Hepatite ou cirrose desenvolvidas ao longo da vida
Doença pulmonar (enfisema panacinar) - destruição tecidual potencializada pelo cigarro: quem fuma tem mais
inflamação pulmonar, levando a maior quantidade de proteases e como o inibidor não funciona causam maiores
lesões.

Glicogênio
- Depósitos intracelulares excessivos de glicogênio estão associados a anormalidade no metabolismo da glicose ou do
glicogênio. Ex.: DM.

Pigmentos
- Exógenos: carvão, sílica, tatuagens (vai perdendo a cor porque os macrófagos absorvem e drenam).
 Antracose: o pigmento exógeno mais comum é o carbono que, quando inalado, é fagocitado pelos macrófagos
alveolares e transportado por canais linfáticos para os linfonodos regionais na região traqueobrônquica e seus
agregados escurecem os linfonodos (antracose) e o parênquima pulmonar. Acontece no tabagismo, ‘areas muito
poluídas.

- Endógenos: lipofuscina, melanina, ac homogentisico, hemossiderina, bilirrubina


 Melanina: produzida a mais em casos de doenças, pode se acumular na pele, tecido conjuntivo e cartilagem.
 Lipofuscina: aparece num órgão atrofiado. Se acumula em inúmeros tecidos como coração, fígado e cérebro como
consequência do envelhecimento ou da atrofia. Não é nociva a células mas é importante como marcador de lesão
antiga.
 Ácido homogentísico
 Hemossiderina: fica no tecido após uma hemorragia. O depósito excessivo é conhecido como hemossiderose e
acúmulos mais extensos são vistos na hemocromatose hereditária. Hemocromatose – indivíduo acumula ferro no
fígado e deve tratar fazendo sangria pois o ferro pode causar cirrose e câncer hepático.
 Bilirrubina: ictérico tem acúmulo no fígado – colestase intra ou extracanalicular.

Azul da prússia/Perls cora o ferro -> o ferro acumulado no fígado é uma causa de cirrose. Numa biópsia hepática se
faz essa coloração, além da HE.

 Calcificação patológica (causada por uma doença)


- Deposição anormal de sais de cálcio, pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros minerais: indivíduos idosos
nas válvulas cardíacas, por exemplo.
Pode ser:
 Distrófica – calcificação de um local previamente doente, degenerado, atrofiado.

 Metastática – alteração do metabolismo que gera excesso de cálcio circulante, não se depositando apenas nos
ossos, mas em outros locais do organismo (como uma metástase, calcificação se dissemina no organismo).
Metabolismo normal do cálcio: formação do esqueleto, que é constantemente reconstruído, de acordo com o
paratormônio e calcitonina (reposição no osso). Se tiver alguma doença, o cálcio pode ser depositado em outros locais
formando pedras. Acúmulo inicia no núcleo, aumentando perifericamente.

 Calcificação distrófica:
- Em locais de necrose (infarto depois vira calcificação), aterosclerose (acumulo de cálcio nas placas complicadas),
válvulas cardíacas (idosos desenvolvem, podendo ser assintomático ou precisa trocar a valva), linfonodos (depois de
um processo inflamatório, principalmente tuberculose). Carcinoma papilífero na glândula tireoide, com pontas
calcificadas.
Mitocondrias ou vesiculas matriz: iniciação em sítios extracelulares ocorre em vesículas que se originam em células
em degeneração, enquanto a intracelular ocorre em mitocôndrias de células mortas ou em processo de morte, sem
capacidade de regular o cálcio intracelular.

- Macroscopia: grânulos ou agregados finos brancos (depósitos arenosos).


- Microscopia: depósitos basofílicos intra e extracelulares.
- Calcificação pode aumentar e gerar ossificação em outros locais, que sofrem metaplasia óssea (pulmão, endométrio)
ou osteosarcoma associado.

 Calcificação metastática
- Aumento de cálcio circulante. Quase sempre reflete algum distúrbio no metabolsimo do cálcio (hipercalcemia).

- Hiperparatireoidismo: paratireoide com hiperplasia, produz excesso do hormônio PTH, aumentando o cálcio na
circulação, e a calcitonina não consegue mais controlar.
- Aumento do catabolismo ósseo por tumores, imobilização (gesso, osso sem uso -> osso aumenta o metabolismo e
diminui o volume).
- Defeitos no metabolismo da vitamina D: incluindo intoxicação por vitamina D e sarcoidose (na qual os macrófagos
ativam um precursor da vitamina D).
- Insuficiência renal – metabolismo do fosfato.

Onde pode ter essa calcificação: mucosa gástrica, rins (cálculo renal), pulmões, artérias principalmente em diabéticos
com alteração do metabolismo sistêmico, veias pulmonares - vários focos de calcificação, como uma metástase.

Envelhecimento
População envelhecendo e aparecimento de doenças relacionadas a isso, que podem ser prevenidas e tratadas.
- É um processo de amadurecimento. A senescência é normal/fisiológico, significa a perda de capacidade reprodutiva
e outras funções celulares que ocorre com o tempo e culmina com a morte.
- “Os indivíduos envelhecem porque suas células envelhecem”.
- Envelhecimento celular é o resultado do declínio progressivo do tempo de vida e da capacidade funcional das células.

Fatores de risco:
- Doenças crônicas: Alzheimer, doença articular degenerativa – artrose.
- Neoplasias: maior aparecimento de mutações ao envelhecer, por isso com o aumento da expectativa de vida as
mutações aparecem mais e se acumulam. É combatido com prevenção e diagnóstico precoce.
- Doenças isquêmicas por obstrução vascular, infartos, necrose de membros (gangrena).

Mecanismos do envelhecimento
 Lesão do DNA: célula entra em apoptose ou senescência - não se multiplica e se repara mais.
Algumas síndromes de envelhecimento por defeito genético estão associadas ao defeito no mecanismo de reparo.

- Progeria syndrome: DNA sem capacidade de manter a divisão celular / telomerase


- Sindrome de Werner: o produto de gene defeituoso que causa a doença é um DNA helicase (proteína que
repara e replica o DNA)
- Xeroderma pigmentoso: por defeito no p53, faz com que a criança tenha tumores de pessoas mais velhas.
- Cockayne syndrome também relacionada ao reparo do DNA, nanismo e envelhecimento acentuado.
 Diminuição da replicação: capacidade de replicação limitada, senescência replicativa.
- Encurtamento progressivo dos telômeros das células somáticas. Enquanto as células germinativas possuem a
enzima telomerase que repõe, com replicação ilimitada.
- Telômeros controlam a divisão celular, por isso quanto mais longo mais a célula se divide, e com o tempo se
encurtam causando o envelhecimento. Células embrionais – telomerase bem acentuada.
 Síndrome de Werner – capacidade de ter poucas replicações pois já nasce com o telômero curto, apresnetando
sintomas de envelhecimento precoce.

Esquema: células germinativas podem se dividir


indefinidamente pois tem telomerase atuando, e as somáticas
não, chegando a senescência. A célula cancerígena tem como
característica imortalidade (morre por outros mecanismos mas
não senescência, porque tem telomerase).

 Deficiência da homeostasia proteica: indivíduo idoso tem diminuição da síntese proteica e formação de proteínas
mal dobradas, e a atividade defeituosa das chaperonas gera acumulo dessas proteínas que provoca a apoptose.
- Normal: chaperonas fazem a translação e dobra das proteínas. Ainda que alterações metabólicas, mutações
genéticas, infecções virais e lesões químicas podem causar a formação de proteínas anômalas, essas podem ser
reconstruídas pelas chaperonas normais - é uma adaptação celular, mas em caso de falha na adaptação isso não
ocorre.

Contrapontos ao envelhecimento celular

 Restrição calórica: relacionado com os fatores de envelhecimento da insulina e fator de crescimento semelhante
a insulina 1 (IGF-1). Em restrição calórica, sem ativação da insulina, se aproveita melhor os nutrientes, é feita a
autofagia de células em apoptose aproveitando suas proteínas, etc.
Aparecem as sirtuínas, que aumentam a expressão genética relacionada a longevidade: inibem a atividade
metabólica, reduzem apoptose pois estão buscando reaproveitar, estimulam o dobramento de proteínas, inibem
os efeitos dos radicais livres. Aumentam a sensibilidade à insulina e o metabolismo da glicose acontece
corretamente.
Rapamicina: inibe a via mTOR e promoção da autofagia.

Exemplos de doenças de depósito e envelhecimento

 Doença de Alzheimer:
- Forma de demência mais comum na população idosa, doença degenerativa cerebral de causas desconhecidas.
- Fator de risco: idade (3% 65-74 anos; 19% 75-84 anos; e 47% acima dos 84 anos).
- De 5 a 10% dos casos são familiais, a maioria é esporádico.

Quadro clínico: perda lenta de memória e das funções mentais superiores, alteração do humor e comportamento,
desorientação e dificuldade para falar. A evolução dura de 5 a 10 anos, levando a uma profunda demência, e chega ao
óbito por pneumonias ou infecções (não exprimem o que sentem + baixa imunidade natural do idoso).

Patogênese: ocorre perda gradual e irreversível dos neurônios, aparecimento de placas senis que são focos de
degeneração do Alzheimer, levando a atrofia cerebral difusa. A diminuição numérica dos neurônios e a formação de
placas senis levam a redução das conexões inter-neuronais (perda de sinapses), resultando em demência progressiva
e irreversível.
- Importante fazer mecanismos de treinamento cerebral, com estímulos.
- Mecanismo de formação desse dano neural: atrofia por acúmulo de substância amiloide (substância sem função que
causa lesão). Para coloração da amiloide utiliza-se o vermelho congo.
- Macroscopia: aparecem recuos no tecido cerebral, os sulcos ficam alargados e giros diminuídos, ventrículos dilatados
(aumento ventricular compensatório).
- Placas senis na microscopia: substâncias amilóides internamente (corada pelo vermelho do congo), células da glia ao
redor.

 Aterosclerose
- Espessamento patológico dos vasos, gerando oclusão e causando a doença.
- 3 tipos de artérias:
 Artérias de grande calibre ou elásticas: aorta e seus principais ramos
 Artérias de médio calibre ou musculares: outros ramos da aorta (aa coronárias e renais, também denominadas
de distribuidoras).
 Artérias pequeno calibre: geralmente com diâmetro < 2mm e em sua maior parte seguem trajeto nos tecidos
e órgãos.
- Componentes básicos dos vasos sanguíneos: células endoteliais, células musculares lisas da camada elástica, matriz
extracelular, colágeno, proteoglicanos.
- Camadas: íntima, média e adventícia.
- A doença aterosclerótica se localiza entre as células endoteliais e as musculares.

Células endoteliais:
- Função na homeostasia da parede do vaso
- Atua na permeabilidade, como membrana semipermeável, controlando a transferência de moléculas
- Regula/evita trombose - aderência das plaquetas.
- Modula o tônus vascular e o fluxo sanguíneo
- Metabolizam hormônios (insulina)
- Regulam reações imunes e inflamatórias - ao controlar as interações leucocitárias com a parede do vaso.
- Modificam as lipoproteínas na parede das artérias
- Regulam o crescimento de outros tipos celulares.

Células musculares lisas:


- Vasoconstrição e vasodilatação em resposta a estímulos normais ou farmacológicos.
- Síntese de colágeno, elastina e proteoglicanos.
- Elaboração de fatores de crescimento e citocinas.
- Migração para a íntima e proliferação.

Arteriosclerose - grupo de doenças (3) em que ocorre endurecimento “esclerose” do vaso:

 Arteriolosesclerose: afeta arteríolas e pequenas artérias.


Dois tipos - hialina e hiperplásica.
Parede fica espessada, diminuindo a luz do órgão. Acontece em diabetes e HAS. Hialina mais relacionada a
diabetes e hiperplásica a HAS.
No rim por exemplo: vasos obstruídos causa atrofia ou necrose do tecido a frente. Superfície renal lisa fica
irregular/granulosa – sinal de doença hipertensiva, diabetes.

 Esclerose medial calcificada de Monckeberg: luz normal sem problema de circulação, mas a parte externa
muscular fica calcificada.
Doença com incidência mais comum acima dos 50 anos. Muitas vezes sem sintomas, pois a luz está normal,
percebendo o comprometimento se for exigida a elasticidade do vaso (exercitar-se, por exemplo).
Observe-se no RX devido a presença de cálcio (como ossos).

 Aterosclerose: “mingau endurecido”.


Mais importante, doença do mundo moderno.
Doença progressiva (aumenta com o tempo) das artérias musculares grandes e médias e artérias elásticas
grandes.
Caracterizada por lesões na íntima, os ateromas. As placas ateromatosas são lesões elevadas compostas por
centro mole e grumoso de lipídios, recobertas por uma cápsula fibrosa. Podem obstruir mecanicamente o
lúmen vascular e se romper, evoluindo para trombose dos vasos, também enfraquecem a média subjacente e
levam a formação de aneurisma.

Principais locais: aorta abdominal (aneurismas), artérias coronarianas (IAM), artérias poplíteas, aorta torácica
e descendente, carótidas internas (pode gerar infarto cerebral/AVC) e polígono de Willis na base do cérebro.

Fatores de risco: idade (mais velho maior possiblidade de desenvolver), histórico familiar, HAS, tabagismo,
hipercolesterolemia, diabetes mellitus (associada a elevação dos níveis circulantes de colesterol e aumenta
significativamente o risco de aterosclerose), obesidade, estresse, sedentarismo...
Riscos adicionais: inflamação e níveis de PCR, hiperhomocisteinemia, síndrome metabólica, níveis de
lipoproteína,

Epidemiologia e fatores de risco: níveis séricos de LDL aumentados, que deposita nas paredes. Enquanto o
HDL ajuda a eliminar das paredes, aumentado com exercício físicos.

Patogenia:
A aterosclerose é considerada uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. A interação de
múltiplos tipos celulares, mediadores químicos e inflamatórios que conduz ao crescimento das placas.
 Lesão endotelial: causadas por doenças de base, agentes infecciosos, toxinas, drogas...
 Placas fibrogordurosas na túnica íntima das artérias: ATEROMAS E PLACAS ATEROSCLERÓTICAS. Constituídas de
lipídios, células musculares lisas proliferadas, matriz extracelular aumentada e células inflamatórias.

Doenças de base causam lesão do endotélio, permitindo a entrada do LDL dentro da parede pelo aumento da
permeabilidade -> LDL oxidado ativa faz quimiotaxia de células e substâncias, gerando um processo inflamatório ->
monócitos atraídos (circulantes) e macrófagos no tecido -> começam a absorver o LDL, se transformando em células
xantomatosas (macrófago espumoso) -> continua atraindo células musculares que estimulam a proliferação fibrosa e
absorvem também o LDL se transformando em células espumosas também.
Células se esgotando -> mortes celulares -> células musculares se proliferando ao redor para isolar o material e evitar
a trombose.

Sequência:
1. Placa fibrogordurosa na túnica íntima das artérias.
2. Estreitamento progressivo luminal.
3. Predisposição a trombose.
4. Isquemia de órgão terminal.
5. Infarto

- A proliferação de células do músculo liso da íntima e a deposição de MEC convertem a lesão inicial, ou seja, as estrias
gordurosas, em ateroma maduro, contribuindo para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas.
- Diversos fatores de crescimento estão envolvidos na proliferação de células musculares lisas e na síntese de MEC,
incluindo fator de crescimento derivado de plaquetas (liberado por plaquetas localmente aderentes, macrófagos,
células endoteliais e células musculares lisas), fator de crescimento fibroblástico e TGF-a.
- As células musculares lisas recrutadas sintetizam MEC (principalmente o colágeno), que estabilizam as placas
ateroscleróticas. No entanto, células inflamatórias ativadas nos ateromas também podem causar apoptose das células
musculares lisas da íntima e desintegrar a matriz, formando placas instáveis.

Morfologia:
 Lesão típica: ateroma, gelatinoso internamente (lipídios) e cápsula fibrosa; endurecimento da parede do vaso.
Lesão endotelial -> placas fibrogordurosas -> estreitamento progressivo pela resposta inflamatória. As lesões, devido
a morte celular e a necrose, provocam calcificação dentro das placas. Material altamente trombogênico que, com o
rompimento da placa, provoca trombo intravascular.

 Variantes: estrias gordurosas (lesões iniciais; coleções de macrófagos ricos em lipídios na íntima) e placas
complicadas, que gera irregularidades no vaso.

Características clínicas:
- Pode ter hipertensão por aterosclerose de arteira renal -> retém líquido devido ao sistema renina angiotesina.
- Oclusão arterial aguda secundária a ruptura da placa/trombose -> infarto final do órgão.
- Estreitamento luminal progressivo -> doença cardíaca isquêmica crônica.
- Drogas que reduzem as placas associadas a um melhor estilo de vida.
- Complicações: IAM, infarto cerebral, aneurismas

 Infartos cerebrais:
1- Por trombose: coagulação local num vaso
2- Por embolia: coágulo migra.
- Infartos não hemorrágicos: áreas pálidas e moles, liquefação, cavitação com líquido contendo macrófagos e gliose
reacional periférica.
- Infartos hemorrágicos

 Pneumonias da comunidade – morfologia


2 tipos:
 Broncopneumonia – áreas nodulares/consolidações nos brônquios.
 Pneumonia lobar – consolidação de grande porção de um lobo ou de todo um lobo.

- Do ponto de vista clínico o mais importante é a identificação do agente causal e a determinação da extensão da
doença.
- Dói quando ocorre acometimento da pleura (pleurite): “pontada da pneumonia”.

Complicações: formação de abcesso, empiema (pús na cavidade pleural), exsudato, disseminação da bactéria
causando abcessos metastáticos (cerebral e em outros órgãos).

 Osteoartrite (Doença Articular Degenerativa – D.A.D.) - artrose


- Caracterizada pela deteriorização e ruptura da cartilagem articular.
- Doença frequente, comum nas articulações que suportam peso – joelho, cabeça do fêmur, coluna.
- Acomete muitos idosos.
- Espessamento ósseo subcondral e excrescências ósseas - osteófitos (esporões): comum em lesão de coluna vertebral.
- Nódulos de Heberden – articulações interfalângicas distais.

Causas: idiopáticas em idosos – primárias - ou por lesão constante/uso excessivo (em jovens por exercício de alto
impacto) – secundárias em qualquer idade, por desgaste articular.
Clínica: assintomática, restrição dos movimentos por anquilose óssea. Estreitamento articular (RX).
- Osteófitos (excrescências ósseas) em formato de cogumelo se desenvolvem nas margens da superfície articular.
Como no tecido ósseo adulto, a cartilagem articular sofre constantemente degradação e substituição de sua matriz. A
função normal dos condrócitos é crítica para manter a síntese e a degradação da matriz cartilaginosa; qualquer
desequilíbrio pode levar à osteoartrite.

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