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Catalão
Agosto - 2018
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Capítulo I
A Ideologia da Europa Pré-capitalista
Os seres humanos, para sobreviver, precisam organizar-se em
sociedade. Ao contrário de algumas espécies de animais que, em isolamento
relativo, são capazes de viver de maneira razoavelmente adequada, os seres
humanos não foram dotados pela natureza com a aptidão física necessária
para obter, por si mesma, as condições materiais de vida. (p. 10).
Os seres humanos sobrevivem e progridem porque, vivem sempre em
grupos, aprendem a subdividir as tarefas e a utilizar instrumentos de trabalho.
A divisão de trabalho e a acumulação de instrumentos de trabalho (ou capital),
em quantidade cada vez maior e qualidade cada vez melhor, possibilita ao
homem ampliar extraordinariamente seu poder sobre a natureza, bem como
desenvolver seu potencial para produzir e satisfazer as necessidades materiais
de vida. (p. 10).
O emprego do termo ideologia neste livro com referencia as ideias e
crenças que tendem a justificar moralmente as relações sociais e econômicas
que caracterizam determinada sociedade. A maioria dos membros de uma
sociedade internaliza a ideologia e passa, dessa forma, a acreditar na validade
moral da distribuição de papeis funcionais e na natureza do modo pelo qual a
sociedade reparte seu produto. Essa crença comum assegura a coesão e a
viabilidade da sociedade. Quando ela se desfaz, surgem as agitações e os
conflitos, culminando em revoluções se as divergências forem suficientemente
profundas. (p. 10).
Em Roma e na Grécia antiga 80% da população compunham de
escravos. A debilidade econômica e, consequentemente, política social do
império romano tornou vulnerável as investidas das tribos primitivas
germânicas e eslavas. O império entrou em colapso no ocidente. Do caos que
instaurou, surgiria um novo sistema: o feudalismo. Os reis dos estados feudais
eram, em sua maioria, antigos chefes das tribos primitivas que invadiram a
Europa. (p. 11)
O Feudalismo.
O declínio da parte ocidental do antigo império romano privou a Europa
das leis e garantias que o império lhe proporcionara e criou no lugar delas uma
hierarquia feudal, na qual o servo, isto é, o camponês, recebia proteção do seu
senhor, do feudo que por sua vez, devia-lhe lealdade e era protegido por outro
senhor mais poderoso. (p. 12).
No feudo, instituições básicas da vida rural medieval coexistiam duas
classes distintas: os nobres, ou senhores feudais e os servos ( da palavra latim,
servus, “escravo”). Na realidade, os servos nada tinham, em comum com os
escravos. O escravo era propriedade como qualquer outra, passível de ser
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Capítulo II
A Transição para o Capitalismo e a elaboração Mercantilista
Capítulo III
O Conflito Latente no Pensamento Mercantilista
O mercantilismo inglês permaneceu fiel, em seu desenvolvimento, a dois
princípios fundamentais. O primeiro referia-se as prescrições bíblicas para a
promoção do bem estar em geral e do bem comum das criaturas que habitam
corporativo de Deus. O segundo principio era a tendência de definir, como
patrimônio de Deus, a sociedade civil na qual os cristãos residiam. Nesse
período, o estado começou a tomar lugar da Igreja, assumindo a função de
interpretar e de zelar pelo cumprimento da ética paternalista cristã. (p. 41).
Os primeiros indícios de uma politica econômica tipo mercantilista
remontam o reinado de Eduardo I (1272 – 1307). Esse monarca decretou a
expulsão de varias empresas estrangeiras da Inglaterra, estabeleceu o
comercio inglês de lã na Antuérpia e. por diversos meios, tentou regulamentar
o comercio que se realizava no interior do país. (p. 42).