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Porque eu esrevo? percurso foi necessério porque existem muitas em relagio ao conecito. tes de mais nada, 6 preciso esclarecer que discurso" no decorrer di FEMINISMos PIUBAIS. jwe pretendem um sistema que est pois estaremos ‘grupos que sempre estivera ‘omodar com 0 avanco de di Em comunicagio, oconceito de lugares de! igo Lugares de fal segmento populat segun- um conceito para abordar 0 inde imprensa,* seria um DjamilaFibeiro iment teérico~ metadogico que cia um ambiente pa evidenciat ques jms populares ou dete mde gates ifrente econsedem espayosdiversos 2 als eos fontes eds letores.(AMARAL, 2005,p. 105) ‘Ainda segundo o artigo” {lo aporte que propomos reeonhece as implicagies das post 28d jema dolor eincrpora anogdo de mercado de etre, apart da ieia de que pare expat 9 iscurso,& preciso conhece a condigdes de constituigse do ‘grupo no qual ee funions(AMARAL, 2005p, 104) Nesse sentido dado pela comunicagio, 0 ser | no liga do sensaionasm,rtulo que nos sade de sensagbes getais por FEMINISMOS < PIURAIS, omuee FEMINISMOS PIURATS, ARE ALA? Para além dessa conceituacio dada pea comunicagio,€ preciso dizer que no hd uma epistemologia dete sobre otermo lugar de fal 4 origem do termo ¢ imprecisa, acreditamos que este surge a parti da de discussio sobre feminist stand point ~em uma tradugio literal ‘ponto de vista feminsta*~diversdade,teoria racial critica e pensamento balhos gerados nessaspers- seio dos movimentos sociais, muito marcadamente no debate virtual, como forma de ferramenta © intuito de se colocar contra um Porém, & extremamente possivel certas referéncias que vem qu ja pactir Episodes of Everyday Racism. Hill Collins um nome importante pata nos aprofundarmos em nossa questo equi proposta. Em 1990, na obra “Pensamento do fer ro" ela argumenta sobre o feminist standpoint. Segundo 0 Dossit las condigdes de vida das mull to de Pesquisa res negras Econdmica Aplicada em 2013, (fo dofeinsme mg safentaradveriade de exesinias de quam a prope. Patrica is sutras do que & denominado de font standpoint. {Emsva ani, Coline (1980 anga modo conto de omina;So pra penser ntorsego das desigualades, na qual 2 mesa pessoa poe serena em diferentes pies, dept ferertes formas de ser mulher esta assentado raga ase, gerog,sam pre- (SOTEHO,2013..96), teoria do ponto we lar de lugar de fala. Ao sentes pontos de andlises ea afirmagao de que um dos objetivos do feminismo negro é marcar o lugar de fala de quem as propGem, perccbemos que FEMINISMos PIURAIS standpoint thearyefere-se a experi amentecomparthadasehaseadas em grupos, Grupos ‘em um grav de cntinuidde aoongo da tempo de tal moo que ‘dads e corsrengimentos que me a irate seo semlhantes com os que sto-americanosconfrontan-se como um grupo. Argumentar que os negos, como grupo, eo contrat, a tera do pono de visa feminist ‘experiencia individuals dentro de grupos cocialmenteconstu fos do que ascondges sciis que constituem estes grupos. (COLLINS, 1997, 9.9), Pe ‘viduos necessariamente, mas das condigdes: permitem ou no que esses grupos acessem cidadania. Seria, prineipalmente, um debate est ‘Nio se trataria de afirmar as exper ‘genera de uma outta forma. 5, teorla do ponto de vista fem precisa ser discutidaa partir da localizagao dos grupos nas relagdes de poder, Seria preciso entender as categorias de tos da estru- jandamentais| {que favorecem as desigualdades e criam grupos em vez le pensar essas categoria como descrtivas da identidade aplicada aos individuos Fiekman,em sua critica Collins, ‘entendeua teoria como uma multidao de vozes a partir das cexperiéncias dos individuos em vez de ‘que catisam as desigualdades em que es cencontram, Collins utiliza como exemplo a segregagio, racial nos Estados Unidos ¢ como esse fato histérico criow bairros segregndos ¢, consequentemente,experiéncias dis- FEMINISMOS. PIURAIS, FEMINISMOS PIURAIS HR OE FALE tintasnos ambientes educacionas, de lazer no sistema de sade, sobretudo, em relago as oportunidades de acesso a alguns espagos, como a Academia. A autora segue em sua anlis afirmando que mesmo as pessousnegras de classe médlia no esto isentas dosefitos da dsc es geradas pela segregacao rac tomadas por inidos desses grupos. (COLLIN, 1997) A-abordagem ida por Hekman de entender gru- pos como amontoado de individuos ¢ “nio como indi- vidualidades em sua propria realidade’” faz-com que a ha eonsruldo sua critica deforma equvocads, a reflex de que individuos pertencentes a determinados ‘grupos partilhem experiéncias similares, Ofato de Hickman, se ixar no individuo como representante para 0 grupo, prejudica seu entendimento, Incilmente examina apenas a dmensio dares de poet, \eclasse socal Man posta que por mais desriclados ein Petes grupos primis possufam um pono devi patie Sobre as desigualdads. Em verses mais contomporneas ask DjamilaFibeiro valde evs para reli um rar rau de coped, esecimente de raga nso. Oquetencs agora éumacrescerte -oisteogo sobre cota ds loraliaro de gupnit quatro singular de lase sci propesto por Man, nem ns mis recente enquatoments fists que defence apinaia de gen, esto de construe ila residents as prepis estos soci endo om mulheres indus. (COLLINS, 197,p.9) Com a citagio de Collins a0 equivoco de Hekman, percebemos que a pensadora ni ero, No Brasil, coma em relagio ao conceit indivi e nfo das miltiplas condigGes que resultam nas desigualdades ehierarqutas que localizam grupos su balternizados. As experiéncias desses grupos localizados socialmente de forma hierarquizada e nfo humanizada faz com que as produgSes intclectuats,saberes e vores adas de modo igualmentesubalternizado,além es socials os manterem mum lugar ss, de forma algums, porque os “A questio é que essas condigdess Dilidade ¢alegitimidade dessas produgbes. Uma simples a que nos ajuda a refletir & quantas autoras € tor ¢ a leitora, que cursaram a fa- culdade, leram ou tiveram acesso durante o periodo da PIURAIS FEMUUISMOS > FEMINISMOs PIURAIS, ALA? _graduagio? Quantas professora es sou professores negros cia Guantey eae Seo oe ie ipals redages do pais ou até m Essas experiéncias comuns resultantes doh ultantes do lugar social ue ocupam impedem que a populagio negra acesse a certos espacos. Lai que entendemos que é de lugar de falaa partir do feminist standpoi acess certo espagos,acarreta em no se cepistemologias desses grupos nesses es estar de forma justa nas universidades, meios de comu- nicagao, politica institucional, por exemplo, queas vores dos in consequente da hierarquia Quando falamos de direito exist difcultaa poss no tem aver ‘experiéncias, porque a autora néo nega a dimens Dia vidual, ‘Todavia, aponta para o ‘ocuparem a mesma localizagao s jgualmente compartiltam experiéncias nessas rl essas experiencias comuns aos objetos de analise. Collins lamenta 0 fato dos. terem dado muita atenglo As questbes de aed ‘em ver de investigazem as experiéncias com de que justamente por cos A teoria gras, a constatacao de que as tmaioria no trabalho doméstico e ter toutros exemplos. O fato de ocuparem lugares em que cio de vulnerabilidade fiz com que certas ideradas como retrogradas também a jam esses grupos de maneira mats acintosa. A Reforma da Previdéncia, que cu forma da Proposta de 287, prevé aumenta anos ea idade minima para 65 anos para as mulheres leva em consideragio a divisto sexual sta em nossa sociedade. Vale dizer, penhar aiores responsdiveis pela criagio dos filhos. Mi ‘obretudo, negras, partem de pontos diferentes e con sequentemente desiguais la Ribeiro FEMINISMOS PLURAIS ~ FEMINISMOS PIURAIS dessa PEG, jétinham difculdades em se aposentar, Por conta da informalidade, de uma relagio descontinua no mercado de trabalho e, no caso das empregadas do- Iésticas, de no terem seus direitos garantidos, Esse mente sempre se viu A margem, para se ter assinada que contribuiam para o I 8% para 23% no periodo. Ainda cate nda assim a categoria tem ‘hand cms peso pon terion Neco setor € marcado por gra fangfesdlimpera, As medidas condas ee P : ends ms ropa ‘vio dificultar ainda mais a vida dessas mulheres, S bia uma dade preci Contudo, quando eram os grupos “historicamente ‘osatingidos, essas medidas nfo geravam comosao como ttm gerado agora que passam a “contem. par” outros grupos, como a classe mi ranca bras idade da producio de mulheres negras em jstas de jornalse sites em cargos da ps onal. Essas expert omparthadas refletem ainda arelevancia da teoria. Xo debate virtual, aqui no Brasil, ns acostumamos smos equivocos de Hekman. “Falana esté falando a partir das vivénctas cias, por mais que contenham experiénclas adv localizacio social defulana, se mostrase insti licar uma série de questdes. Como explica Col cia de fulana importa, sem dvida, mas o foco sociais que na fa parte equals io as experiéncias que essa pessoa comparttha ainda como ‘grupo, Reduzir a teoria do p nista € Tugar de fala somente as vivencia seria um grande erro, pois aqui existe um estudo sobre como as opressbes {impedem que individuos de certos grupos 2 fala, humanidade, O fato de uma pes- significa que ela saberd rfl ssequéncias do racismo. por isso, E, sabemos 0 quan fazer uso dessas pessoas. Mas 0 fato dessa pessoa dize {que no sentiu racismo, nao faz com que, por com .o social, ela nao tenia tide menos opor- FEMINISMOS =: PIURAIS, QUE LusaR Eaten 0 a < i S tunidades e direitos. A discussdo é sobretudo estrutural endo “pés-moderna” como os acusadares dessa teoria gostam de afirmar. A questo & que eles entenderam quivocadameni a questo e acabam agindo, como rma Collins, de modo arquetipicamente pés-moderno Clonétospertencentesgraposopsmidos. Bassin seri Porque Collins nfo esténegando perspectiva individu td dc ated hig ial ee ee td -matriz de dominagio. Por m zeacionrios, por exemplo, cles ndo deixam de sofiet com 4 opressioracista ~ 0 mesmo exemplo vale para outros grupos subalternzados,O contriro também é verdadeiro: [Por mals que pessoas pertencentes a grupos p 5 sejam conscientes ecombatam arduament : luamente as opresses, clas delat de ser benfciadas extutaralment fa Jando, pelas opresses que infigem a outros grupos. O que «estamos questionando é legitimidade que &conferida a rios perten- centes a grupos oprimidos esti lei are eiecdh 0 ptoferirem certosdiscursos, Sera, entdo, necessério 0 ‘combate a esses discursos, sem sombra de divida, Poré © que acorr, geralmente, éa tent Juta anti jamila Ribeiro propria teoria do ponto de vista feminista ou hugar de fala, com base na cxisténcia de individuos como esses, 1s brancos heterossextiais no fossem o ele beneficiado por esas opressbes. principalmente, porque hé a tentativa de mudar o foco de relidades extremamente violentas paraa constatagao de que pessoas de grupos oprimtdos sio pessoas fr tos dessa sociedade, assim como todas as outras. Seria vel e ético discutir 0 fato de que a cada ‘mais responss 23 minutos wim jovem negro é assassinado no Brasil, que mostra q am expe- rigncias de ppelo fato de pertencerem ‘der energia em a0 gr falar das experiéncas indivi nio fosse proprio do humano. Acredito que nem todas fs pessoas brancas se identifiquem entre sie tenbam as mas existe uma cobranga maior em rela~ iuospertencentes a grupos historicamente rados, como se fossem mais obrigados do que ‘grupos locelizados no poder, de criarestratégias de cenfrentamento as desigualdades. 10 determina uma consciéncia dis- que ocupamos (© lugar social cursiva sobre esse lugar. Porém © socialmente nos faz ter experiéncias distintas e outras perspectivas. A teoria do ponto de vista feministae lugar de fala nos faz refutar uma visio universal de mulher € de negrtude, e outras identidades, assim como faz,com que hhomens brancos, que se pensam niversas se racalizer, FEMINISMOS PIURATS: OWE ELucARO FAL? FEMIMISMOS PIURAIS, entendan oq sgl ser branco como metifora do poder; como nos ensina Kilomba, Com isso, pretende-se também refutar uma pretensa universalidade, Ao promo- ver uma ulpldagedevoreso que que aimade tudo, & quebrar com o discurso autorizado e tinico, que se pretende universal, Busca-s¢ aqui, sobretud para romper com o regime de autorizaso dis Ghana apps nn dea oa Oc ih ei Sige een eee nant mani ean har eum asin ‘trode serene aint Uiculamente importante ni 0 apenas plo que ela entender feet feninsmas, mas peo que ela permite pensar emtermos ds morimentas negra edemuheres nears 9 ras ate seria uo da necessidade de dar expresso a diferentes formas da expetinca de ser negro (vvdaatreves do ger) ‘de ser mulher (vide treves da raga) o que toma supéas tiscuséesarespsito de qual sta privdededomovinanto de mueres gras: kta conta seam cu contre oracisme?~ que dt dimensties no podem er separadas. Do poto de sista darefexo do ag polities uma nip enite sem a utr (AIRROS,1955,p. 461) Essa explicagio de Bairros € valiosa porgue nos ajuda ‘arefutar o que costumam chamar de “competisio de cpressoes: A autora nos ensina que o debate é sobre a posigdo ocupada por cada grupo, entendendo o quanto raca, ghnero, clase esexualidade se entrecruzain gerando formas diferentes de experenciar opressoes. Justamente de opressi spreferéncia de luta’. B preciso pensar agbes politica teorias que deem conta dde pensar que nfo pode haver prioridades,jé que essas ddimens6es nfo podem ser pensadas de forma separada. ‘Costumo brincar que néo posso dizer que luto contra fo racismo e amanha, &s 14h25 e, se der tempo, ex tto contra o machismo, pois essas opressbes agem de forma combinada, Sendo eu mulher e negra, essas opress®es me ‘colocam em-um lugar maior de vulnerabilidade, Portanto, E preciso combaté-as de forma indissocisvel Djamila Ribeiro FEMINISMOS PIURAIS. FEMINISMOs PIURATS ~ ie Collins nio fala especificamente sobre lu garde fala apesar de algumas tradugées para o portug men o gar A pari despa, Affe Klombe van or sprofundar onda mat saben const Spivak é uma das autoras importantes para se pensar lugar de fila Sua obra Pode o subaierna flr publica , com o subtitulo especulases sob sobre as sacrificios da rs farses more seco bce {mposto para sueitos que foram colonizad ‘post para sustos que foram colonzado. A profes ue, resumidamente, pretende questionar, rrogar os fundamentos da ¢ : A evidenciar ox saberes produzidos subalternizados em ance nporineo em pensar ese Or como amos pl ara autora, estes pensrii a consttulgte do Sey oma sendoa Europe autores como 10 rompem total- ‘0 ao terem a Europa Foucault e Deleuze, por exemp] mente com o discurso hegemé como centro de anslise, Djamila Ribeiro impossivel pera os inteletuns renceses contemporinens ime sina tipo de Poder eDesejo que hbitri o suet outro da Furepa Nao Eapenasofato de que tude oqueleem ~ erica ou ~ este. esse outro, apokndo ou stcando a consttuigo do Sujet como send a Europa. (SPIVAK, 2010, 9.4546) Spivak concorda com Foucault no que diz respeito @ pensar a existéncia de um sistema de poder que i biliza, impede c invalid saberes produzidos por grupos rnizados, Foucault afirmava que as massas podiam. entendia que existia uma interdicto para {que essas voues pudessem ser © fil6sofo fran cera analisar as relagbes de poder entendendo que seu papel ndo eraser representante daqueles que lutavam. Spivak pensadora lem e devern falar ‘por si, mas afirma que o flésofo francés pensou esses pos tendo como base ocontexto europe, citando, para io obrigadas ao sacrificio, um e que estariam num lugar muito mais dificil de poderem falarem por si mesmas. Além disso, para a autora in ‘os ntelectuas, por no serem esses sueitos op rio represertad eanaisam ofunconamento do poder dese. (SPIVAK, 2010, p44), FEMINISMOS P(URAIS. FEMUNISMOS PIURAIS: (ue ELuaRROE FAL? ‘Mas, quem poderia falar, entio? com um flo. (SPIVAK 2010, . 126) ssa citagdo de Spivak nos no qual suas humanidades nao foram reconhecidas. Por pertencerem & categori cde da tarefa intelectual e tora, o postulado subalter nto, seré que o subalterno munca rompe 0 si- léncio? Tanto Patricia Fill Collins quanto Grada Kilomba consideram problemitica essa afirmagio de Spivak do silencio do subalterno se esta for vista como uma declara- 40 absoluta. Para as duas pensadoras, pensar esse lugar impossivel de transcender submetidos. Igualmente significaria a impossibilidade dda importincia das mulheres negras se auto -essidade de auto definigio € uma cenftentamento a essa visio co- primeiro capitulo desse saberes e insurgéncias. Col nunca rompe o siléncia, mesmo com todos 0s impostos estruturalmente, s {ogica que vem se combatendo? Seria confiné- beco sem safda, sem qualquer po: le de trans- cendéncia, Os saberes produzidos pelos individuos de ra discarsos innpor configuraglo do mundo por outros olhares e geografis, na de forma a criticar a (© primeiro capitulo de Plantatior of Everyday Racism, de Grada Kilomba, ‘A mascara: colonialisma, meméria, trauma e descoloniza- ‘20,8 eparaiustrar hé una pintura da escrava Anast cobrigada a viver com uma méscara cobrindo lomba explica que, formalmente, a mascara cera usada para impedir que as pessoas negras esctavizadas se alimentassem enquanto eram forgadamente obriga~ FEMINISMOS PIURAIS. nue ew PIURAIS © Femimisuos as @ trabathar nas plantagéi intagSes, mas segundo a autora, a mascara também tinha a fungao de impor silencio € medida em quea boca era um lugar impor siléneio como para praticar tortura notar ques escrtora negra brasileira, Conceii : rasilcira, Conceicio Evarist -ganhadora do prémio Jabuti com sua obra Othosdligua, ‘uma entrevista ao site Carta Capi {Jaquet imagem da essraveAnastcia, au tno dt muito que agente sabe fle pelos orf da miscarae hs vezes a gente fla com tanta poténcia que améscaraéestiogade, Ee 10 que esthagamento um sinbole nose, porque nossa Para além da questio conereta daquela mulher ser obri- gada a calar-se, a usar um artefato em sua boca, Kilomba pensa essa miscara como aafirmasio do projet colonial, Ve essa miscara como “a mask ofp ae PIURAT travestis a partir do lugar que ele ocupa. Acreditamos que nao pode haver essa desresponsabilizagao do su- to do poder. A travesti negra fala a partir de sua como o homem branco cis. Se ppossam ter escolhas numa sociedade que as confina num logo ¢ just luta por representagio, apesar dos seus limites. Porém,falara partir de gates, é também romper com essa ldgica de que somente os subalternos falem de suas localizages, fazendo com que aqueles inseridos na norma hegemdnica sequer se pensem. Em outras palavras, é preciso cada ver pois “saber o lugar de onde falamos é fundamental para pensarmos a hiearquias, as questes de desi pobreza, racismo e sexisino no nosso entendimento, equivocada, que nos é de que o conceito ck cas quanto aas usos politicos do con- ‘também elncida bem essa questo: Lito se fla sobre como esee conclto tem sido apropredo le modo a conceder ou no autoridade para alr com base nas posgiese marcas politioas que um detenninad corp ocupa num mundo organizado por formas dsiguas de distibuigio dasviolncias eds acessos. 0 que ascrticas que vio por ese via npacentement nd reconnecam éo flo de que hé una po [ema polca a autoriagiodiscursiva que antesede 2 regime de autorizagievgene-Se o cones de ugar se covert numa fertamentadenterupgio de vores hegemtni «as, € porque el est send operat em favor da posse de emergncias de vores histrcamer pias. Asim, ‘quando os atvsmos do ugar de fala desautorizam eles esto, “em tina instnca, desautorzando a mati de autoriade ue ansrivo mundo com evento epistemic eesti também desautozandoafgéo sagudo a ual partmos odes de wna posi comum de azess fala eee {A interrupsio no regime de autoridade que as mil- tiplas vozes tentam promover faz.com que essas voues scjam combatidas de modo a manter esse regime. Existe a tentativa de dizer “voltem para seus lugares’ posto que o grupo localizado no poder acredita nao ter Inga. Djamila Ribeiro PIURAIS, FEMINISHOS <> (ome LUGAR FAL? Assim, entendemos q gates de fla, pois est E, partir disso, ¢ possivel debater e refletir sobre os inais variados temas prese 0 fundamental éque individuos pertencent social prvilegiado e dos tugares de gr Numa sociedace como a brasileira, de heranca escravo: ‘rata, pessoas negras vio exper! quem é objeto dessa opresso, do lugar que restringe opor- tunidades por conta desse sistema de opressio. Pessoas brancas vao experenciar do lugar de quem se beneficia dessa mesma opressio, Logo, ambos os grupos podem. devem discutir essas questdes, mas falarao de lugares dlistintos. Estamos dizendo, principalmente, que queremos, eeivindicamos que a histria sobre aescravidio no Brasil seja contada por nossas perspectivas também e nao so- ‘mente pela perspectiva de quem venceu, para parafrasear ‘Walter Benjamin, em Teses sobre o conceito de historia.* Estamos apontando para aimportincia de quebra de um sistema vigente que invsibiliza essas narrativas ‘Com todos os limites, oespago virtual tem sido um es- aco de dispatas de narratvas, pessoas de grupos his camente discriminados encontraram ai um lugar de exist: Seja na criagdo de paginas, sites, canais de videos, blogs. 0 $Existe nesseespago uma disputa de narrativa, mas ainda ‘aquém do ideal por conta das barreirasinstitucionais que impedem o acesso de vozes dissonantes. Como expressar- -se nio é um direito garantido a todos e todas, ainda hi a necessidade de democratizago das midias erompimento ‘dem monopélio,a discussio sobre lberdade de expressio também nfo pode ser pautada unicamente no direto nao absoloto ~ de expressaropiniges, Friso que mesmo diante dos limites impostos, vores dissonantes tm conseguido produ ruidos ¢ rachaduras na nartativa hegemnica, 0 que muitas veres, desonestamente faz.com que essas vozes

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