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PRIMEIRO CONTATO (porque escolheu o repertório; qual foi a primeira sensação; etc.)
Além da relevância para o repertório e literatura da obra sul americana para clarineta e piano,
o que me motivou também a escolher a Sonata para Clarineta e Piano de Guastavino para
preparação foi a oportunidade de reflexão e lembrança nos encontros da disciplina sobre a
obra “Indianas” também do Carlos Guastavino e por ser uma obra de uma beleza singular.
A Sonata para Clarinete e Piano (1970) foi um trabalho que Guastavino começou após a
estreia da Tonada y Cueca, obra para clarineta e piano também de sua autoria, e que, com os
anos, foi ganhando importância dentro do repertório acadêmico dos clarinetistas dentro e
fora da Argentina. O compositor afastasse de forma deliberada do caráter nacionalista
presente em Tonada y Cueca, na tentativa de sugerir uma música mais universal utilizando o
estilo de compositores de sua preferência.
Dos três movimentos que compõem esta sonata, o primeiro é o que demonstra maior caráter
camerístico, exigindo mais da parte do piano, tanto do aspecto técnico como do
interpretativo. Observa-se uma textura densa, com um notório fluxo da melodia principal
entre clarinete ao piano, que se alternam entre os papeis de protagonista e acompanhante.
Também se percebe uso de acordes que fazem lembrar composições de compositores
neorromânticos como Rachmaninov, assim como o uso de determinados ritmos que evocam
a música tradicional argentina.
Os acentos que aparecem durante todo o movimento podem ser tocados com determinação,
caráter, muito ar e apoio de diafragma, e quase sem utilizar a língua incisivamente, dando
prioridade ao timbre da clarineta evitando acentos mais enérgicos com a utilização da língua.
Estes acentos sugerem imitações do toque de bombo, que tem participação em muitas
músicas folclóricas de Argentina.
O trecho entre os compassos 161 e 189 da parte da clarineta (primeiro movimento) são os
pontos mais desafiadores da peça para o clarinetista, pois, além do ritmo, a tessitura não
favorece o instrumento, que fica em desvantagem com a densidade da textura da parte do
piano.
Além dos desafios técnicos, a administração da energia deve ser considerada, já que é uma
música muito cansativa. Desde o início até o final, precisamos de uma quantidade de ar
considerável para atender as frases longas, os momentos para respiração são bem curtos, as
dinâmicas crescendo e diminuendo são frequentes e há poucos lugares nos quais a clarineta
para de tocar.
Referência bibliográfica:
Panatteri, Nicolás Gervasio. A música para clarinete e piano de Carlos Guastavino. Dissertação
de mestrado – Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
METAS
Descrição Ação Situação/Data Encaminhamentos