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Universidade Federal do Rio Grande - FURG

16ª Mostra da Produção Universitária - MPU


Rio Grande/RS, Brasil, 04 a 06 de outubro de 2017
ISSN: 2317-4420

DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DO CAFÉ TORRADO


BRASILEIRO POR PIXE

DA ROSA, Mirian M. R; BELLAVER, Mariana; DIAS, Raquel B; ROCHA, Camila V. J.

DOS SANTOS, Carla E. I.


mirianmichelly.rosa@gmail.com
Universidade Federal do Rio Grande

Palavras-chave: PIXE; Café Torrado; Composição Elementar.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de café, produto este


que ocupa lugar de destaque na história do desenvolvimento do país. Diferentes
regiões brasileiras produzem café com reconhecido padrão de qualidade,
principalmente da variedade arábica, incluindo cafés ditos especiais (ABIC, 2017).
Neste contexto, a qualidade da produção, está atrelada à região de procedência,
dentre outros fatores, a qual confere características únicas ao café, e pode ser
cientificamente identificada através da composição elementar do produto (ODONE et
al., 2009).
A composição elementar pode ser obtida pela técnica de Emissão de Raios-X
Induzidos por Partículas (PIXE) (JOHANSSON et al. 1995), que possui capacidade
multielementar e é não destrutiva. No método PIXE, induz-se a emissão de raios-X
característicos de uma amostra, irradiando-a com um feixe de prótons energéticos.
Outra vantagem dessa técnica decorre de que a preparação das amostras não exige
adição de solventes, preservando a forma mais original possível do produto. O
objetivo principal deste trabalho foi analisar a composição elementar do café
brasileiro de diferentes regiões, utilizando a técnica PIXE, buscando identificar
elementos relacionados com a região de origem do produto.

2 METODOLOGIA

Foram adquiridas no comércio regional amostras de café brasileiro torrado


das seguintes regiões: Chapada Diamantina (BH), Cerrado Mineiro (MG), Sul de
Minas (MG) e Montanhas do Espírito Santo (ES). Além disso, em colaboração com a
Associação dos Produtores de Cafés Especiais de Alta Mogiana (AMSC – SP/MG),
foram obtidas amostras de grão de café torrado, produzidos em onze (11) diferentes
fazendas desta associação. As amostras foram trituradas, homogeneizadas e
prensadas com uma prensa hidráulica. A caracterização elementar por PIXE das
amostras foi realizada no Laboratório de Implantação Iônica (LII) do Instituto de
Física (IF-UFRGS), com um acelerador de partículas Tandetron. Foram analisadas
cinco (05) amostras de cada região/fazenda. Os espectros de PIXE foram
quantificados através do programa GUPIXWIN e os dados de concentração foram
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analisados por ANOVA FATOR ÚNICO e teste de Tukey (BOUFLEUR et al. 2013),
para averiguar diferenças entre as amostras de café das diferentes regiões.

3 RESULTADOS e DISCUSSÃO

Foram quantificados quinze (15) elementos químicos, sendo eles o Mg, Al, K,
P, S, Cl, Ca, Ti, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Rb e Sr. Destes, os elementos de maior
concentração média, em ordem descrente, são K, Mg, Ca, S e P.
Para alguns elementos foram observadas diferenças estatísticas (p=0,05)
entre as regiões, como para o Mg, para o qual foi observado diferença nas
concentrações entre as regiões de Alta Mogiana (1721±31 mg/kg) e Bahia
(1963±39 mg/kg). Para o P, o café procedente da Bahia, quando comparado com o
de Alta Mogiana e de Sul de Minas, é estatisticamente diferente, apresentando maior
concentração (1264±30 mg/kg). Além disso, o café procedente do Sul de Minas
difere das demais regiões quanto à concentração de Rb (55±6 mg/kg), sendo esta a
maior concentração deste elemento para as regiões estudadas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho está em andamento. Em continuação serão aplicados outros


testes estatísticos, para uma possível identificação dos marcadores geoquímicos
relacionados com a região de procedência.

REFERÊNCIAS

ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café). Disponível em: <


http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=315>. Acessado
em: 25 de maio de 2017.

BOUFLEUR, L.A. et al. Elemental characterization of Brazilian canned tuna fish


using particle induced X-ray emission (PIXE). Journal of Food Composition and
Analysis. 30, p.19–25, 2013.

JOHANSSON et al. Particle-induced x-ray emission spectrometry (PIXE). New York:


John Wiley, 1995.

ODDONE et al. Authentication and traceability study of hazelnuts from Piedmont,


Italy. J. Agric. Food Chem. 57, p.3404–3408, 2009.

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