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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

TEMA 1. INTRODUÇÃO

Objectivos da disciplina

A introdução da disciplina: Metodologia de Investigação no currículo de Química foi


ditada pelas lacunas que apresentavam os estudantes do curso de Química sobretudo os
Finalistas que mesmo a este nível não sabiam apresentar um trabalho científico, tinham
dificuldades em procurar uma informação sobre um tema dado, mas sobretudo não
sabiam apresentar correctamente a bibliografia consultada ( respeitando algumas normas
internacionalmente reconhecidas ).
Com esta disciplina pretendemos dar bases suficientes para por fim a estas lacunas.
Nesta disciplina propõe-se apresentar informações básicas indispensáveis para quem
pretende iniciar-se em pesquisa científica, e particularmente precisa escrever seus
trabalhos para as disciplinas do curso ( relatórios das aulas laboratoriais,...), assim como
deseja organizar sua monografia de final do curso.
Com este objectivo, apresentaremos métodos de pesquisa bibliográfica ( busca de
informação na biblioteca e via internet ), considerações sobre a cultura de investigação e
leitura crítica assim como elementos sobre análise do texto; estudaremos o processo de
pesquisa, apresentando-o dividido em partes com objectivo principal de tornar o estudo
mais didático e de mais fácil compreensão: - Modelo e tipos de investigação científica
- Métodos de investigação científica
e finalmente apresentaremos os passos para elaboração de um projecto de pesquisa (
monografia ), normas para elaboração do relatório de pesquisa ou de qualquer trabalho
científico.
Mas devemos ter em mente que este curso não tem a pretensão de abranger todas as
questões envolvidas em metodologia científica. Trata-se somente de uma ajuda para
consulta por parte dos alunos do curso de Licenciatura em Química. Qualquer
aprofundamento teórico ou prático deverá ser buscada na bibliografia sugerida pelo
professor.
Aplicabilidade da disciplina: A disciplina Metodologia de Investigação Científica é de
grande validade e aplicabilidade para qualquer curso superior da universidade, pela visão
apresentada ao aluno sobre Ciência, conhecimentos, pesquisa, método científico, da
própria metodologia científica e padrões de elaboração de trabalhos académicos ou não.

1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O homen, desde os primórdios da civilização, tem-se esforçado para entender o mundo


que o cerca.
Tentando dominar a realidade
Agindo sobre a natureza, para torná-la mais adequada às suas necessidades.
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A medida que domina e transforma a natureza também amplia e desenvolve suas


necessidades.
O permanente acúmulo de conhecimentos sobre a natureza e o comportamento social e de
acções racionais capazes de transformá-la, compõe o universo de ideias que hoje
denominamos de Ciência.
Ensino Superior Desenvolvimento das Ciências, letras e artes através de pesquisa
Metodologia Científica Subsídio para fornecer os pressupostos do trabalho
científico.
O homem não age directamente sobre as coisas; sempre há um intermediário, um
instrumento entre ele e seus actos. Isso também acontece quando se faz Ciência, quando
se investiga cientificamente. Não se pode fazer um trabalho científico, sem conhecer uma
série de termos e conceitos que devem ser claramente distinguidos, de conhecimemtos a
respeito das actividades cognoscitivas que nem sempre entram na constituição da
Ciência, de processos metodológicos que devem ser erguidos, afim de chegar-se a
resultados de cunho científico e, finalmente, é preciso imbuir-se de espírito científico.
Pares de opostos nos métodos de investigação:
Subjectivo objectivo
Realidade dinâmica realidade estável
Qualitativo quantitativo
Processo produto
Observação naturalista Medicação controlada
Observação não controlada medicação intrusiva
Perspectiva interna Perspectiva externa
Não generalizável generalizável
Holista particularista

Ao se falar de conhecimento científico deve-se pensar os tipos de conhecimento


existente.
Esse conhecimento pode ser classificado como: mítico; ordinário; filosófico; dogmático
e científico.
1. O Conhecimento ordinário: as vezes denominado Senso comum, ou empírico, surge
da necessidade de resolver problemas imediatos, caracteriza-se por instintivo,
espontâneo. O conhecimento ordinário é ametódico e vivencial, não tem unidade, não
segue um método nem submete-se a crítica, seu surgimento se dá com o aparecimento
dos problemas diários, proporcionando uma imagem fragmentária da realidade, o que
gera grandes limitações, tendo em vista, a deficiência em proporcionar uma visão
unitária, global, da interpretação dos fenómenos.
O conhecimento empírico ou vulgar, é o conhecimento do povo, obtido ao acaso, após
inúmeras tentativas. É ametódico e assistemático.
Homem comum ( sem formação ) → Conhecimento do mundo material exterior e de um
certo número de homens com quem convive →
› Vê-os no momento presente, lembra-se deles, prevê o que poderão fazer
e ser no futuro;
› tem consciência de si mesmo, de suas ideias, tendências e sentimentos;
› Cada qual se aproveita da experiência alheia
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› Os conhecimentos são transmitidos pela linguagem de uma pessoa a


outra, de geração em geração;
› Obtido por meio de experiências feitas ao acaso, sem método e de
investigações pessoais feitas ao sabor das circunstâncias da vida, por meio
de informações dos outros, tradições da colectividade, ou mesmo da
doutrina de uma religião positiva.

2. O Conhecimento Científico: Considerando o interesse do homem em ir além do


comportamento meramente passivo, o conhecimento científico objectiva atingir o ideal
da racionalidade, que consiste em atingir uma sistematização coerente dos enunciados,
preocupando-se com o embricamento entre um e outro enunciado, lei, teoria, ou campo
da ciência, procurando proporcionar uma visão global, coerente, corrigindo as
contradições, e o ideal de objectividade, que se preocupa com a construção conceitual de
imagens da realidade ( evidentes ) e impessoais, admitindo-se testes de falseabilidade.
O conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer, além do
fenômeno, suas causas e leis.
Segundo Aristóteles, o conhecimento só se dá de maneira absoluta quando sabemos a
causa que produziu o fenômeno e o motivo, porque não pode ser de outro modo; é o saber
através da demonstração.
O método crítico, consistindo na localização das dificuldades, dos erros, contradições, na
tentativa de eliminá-las e explicá-las, produz o conhecimento científico, este , possui
sempre um carácter provisório uma vez que pode continuamente ser submetido a prova,
enriquecendo-se, reformulando-se, superando-se, mediante o mesmo método.

O conhecimento científico só é alcançado, utilizando-se o método científico que permite


a confiabilidade e segurança dos resultados alcançados, devido as características de ser
crítico, sistemático, lógico, abrangente e passível de experimentação objectiva.

O conhecimento ordinário não se distingue do conhecimento científico nem pela


veracidade nem pela natureza do objecto conhecido; o que os diferencia é a forma, modo
ou o método e os instrumentos do conhecer.
Exemplo:
Ordinário: A planta necessita de água para crescer
Científico: Reacções fisiológicas entre a planta e a água.
Mesmo assim, a ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e a verdade.
Para BUNGE (1976) , existe uma descontinuidade radical entre a CIÊNCIA e o
CONHECIMENTO POPULAR, em vários aspectos, mas principalmente ao método.

BOM SENSO RACIONAL e OBJECTIVO


Ordinário Científico

A unidade de cada ciência baseia-se na unidade do seu objecto. O número possível de


disciplinas científicas é igual ao número de objectos.
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Características do Conhecimento

Emocional Real
Reflexivo Sistemático
Ordinário Inexacto Científico Contingente
Verificável Quase exacto
Assistemático Falível

O Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses,


não poderão ser submetidas à observação. O conhecimento filosófico é não verificável.
" Pensar " : Subjectividade
A diferença entre o conhecimento filosófico e o conhecimento científico está no
momento chamado de REPRESENTAÇÃO do real.
A representação é uma forma ( um sistema ) onde a inteligência questiona o real
( BUZZI, 1973).
O conhecimento filosófico distingui-se do científico pelo objecto de investigação e pelo
método.
Ciências Filosofia

Objecto de Investigação dados próximos, mensuráveis, realidades imediatas,


Susceptíveis à experimentação imperceptíveis aos
sentidos,
ultrapassando a
experiência
Método método experimental método racional

Ordem natural do procedimento: partir dos dados materiais e sensíveis ( Ciência ) para se
elevar aos dados de ordem metempírica, não sensíveis, razão última da existência dos
entes em geral ( filosofia). Parte-se do concreto material para o concreto
supramaterial, do particular ao universal.
Acepção clássica da filosofia: Ciência das coisas por suas causas supremas.
Modernamente: Filosofar é um interrogar, é um contínuo questionar a si e à realidade. A
filosofia não é algo feito e acabado, mas uma busca constante do sentido, de justificação,
de possibilidades, de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o homem e
sobre o próprio homem em sua existência concreta.
Tarefa fundamental da filosofia → reflexão
A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não há
soluções definitivas para grande número de questões. Entretanto, habilita o homem a
fazer uso das suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta.

Pontos importantes:
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- Tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo o


raciocínio.
- Mediante a filosofia esclarece-se uma concepção geral do mundo ( o cientista teórico é
um filósofo da natureza).
- Sua essência é a busca do “saber”.

Características:

- Valorativo
- Racional
- Sistemático
- Infalível
- Não verificável
- Exacto

Pressupostos de um cientista empírico.


- determinismo
- homogeneidade
- a verdade provém da observação directa, empírica.
" Saber de experiência feito "

Atitude Científica empírica


- Dúvida, cepticismo
- Objectividade e imparcialidade
- O Cientista lida com factos e não valores
- Preocupação em sistematizar as descobertas ( teorias científicas ).

2. CIÊNCIA

Conceito de Ciência:
Entende-se por Ciência uma sistematização de conhecimento, um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenómenos
que se deseja estudar:
A Ciência é todo um conjunto de atitudes e actividades racionais, dirigidas ao sistemático
conhecimento com objectivo limitado, capaz de ser submetido à verificação". (
FERRARI, 1974).

As Ciências possuem: objectivo, função e objecto.


No século passado, a ciência registou dois factos que surpreenderam a humanidade, o
primeiro aconteceu em 1919, quando cientistas comprovaram as teorias de Einstein
através de um eclipse solar, o segundo ocorreu com a exposão das bombas atómicas em
Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

Ciência como controle prático da natureza.


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Uma das preocupações da pesquisa científica é de carácter prático, conhecer as coisas, os


factos, acontecimentos e fenómenos, visando prever os acontecimentos, na tentativa de
guiar seu curso.
A ciência é utilizada como meio para satisfazer as necessidades humanas, o cientista,
muitas vezes é interpretado como homen milagroso, ou seja, aquele que tem solução para
todos os problemas humanos, assim, justificam-se os elevadíssimos custos em pesquisas
científicas, destas, surgirão frutos que nutrem a tecnologia avançada.

Ciência como busca do saber


A curiosidade intelectual, a necessidade de compreender o mundo e a si mesmo
impulsiona o homen a investigação científica, e onde não há ciência o homem cria mitos.
Na antiguidade na Grécia, Ciência era puro saber, baseado na filosofia e na especulação
racional.
Com divergência entre filosofia e Ciência, provocada pela experimentação no
Renascimento, surge o Cienticismo. Após este facto, a simples confirmação experimental
proporcionava a verificabilidade ou a confirmação dos enunciados científicos, ignorar-se
a necessidade da revisão crítica.
No século XX compreendeu-se que a ciência possui aspectos subjectivos e objectivos, há
a necessidade da troca de informações entre filósofo e cientísta.
" Está claro que o objectivo da ciência é tentar tornar inteligível o mundo, é atingir um
conhecimento sistemático do universo".
Até a Renascença, a ciência era compreendida como o conhecimento oriundo de leis e
teorias acabadas, completas, que davam a imagem do mundo real, concreto, que seria
sempre imutável.
Actualmente, a constante modificação, revisão, reavaliação de resultados, investigação
permanente, e a consciência da sua falibilidade, regem a concepção de Ciência.
Dois aspectos são relevantes para a Ciência: O Subjectivo que cria , projeta, constrói a
representação de seu mundo, e o objectivo que serve de teste, de confronto.

Teoria Científica
Definição: " Uma teoria científica é um conjunto de construtos, definições e
proposições interrelacionadas que apresenta uma visão sistemática dos fenómenos
através de uma especificação de relações entre variáveis com o objectivo de
explicar e prever os fenómenos."

Funções de uma teoria científica:


- Resume e ordena o conhecimento existente numa área particular
- Apresenta uma explicação para acontecimentos e relações observados
- Permite fazer previsões de fenómenos
- Estimula o desenvolvimento de novo conhecimento ao surgir caminhos de
investigação.
( " O objectivo último da ciência é a formação de teorias" )

Características desejáveis de uma teoria:


- deve explicar os factos observados ( do modo mais simples possível )
- deve ser consistente com outro(s) corpo(s) de conhecimento
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- deve fornecer meios para a sua verificação. ( falsificação, Popper )


- deve ser útil ( uma teoria é um modelo ).

Evolução da Ciência
A preocupação dos precursores da filosofia ( filo = amigo + sofia ( sóphos ) = saber e
quer dizer amigo do saber ) era buscar conhecer o porque e o para que de tudo o que
se pudesse pensar.
No Renascimento, sec XV e XVI ( anos 1400 e 1500 ), os seres humanos retomaram
o prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias.
Thomas Morus escreveu A UTOPIA ( utopia é um termo que deriva do grego onde u
= não + topos = lugar e quer dizer em nenhum lugar );
Tomaso Campanella escreveu a A Cidade do Sol;
Francis Bacon, a A Nova Atlântica;
Voltaire, a Micrômegas, caracterizando um pensamento não descritivo da realidade,
mas criador de uma realidade ideal, do dever ser.
No século XVII e XVIII ( anos 1600 e 1700 ) surgiu o iluminismo, corrente filosófica
que propôs " a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos".
René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos, surgindo a frase "
penso, logo existo "

O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento


para se chegar ao meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza

Lógica
Formais
Matemática

CIÊNCIAS
Naturais ( Física, biologia, etc. )

Factuais
Sociais ( Direito, antropologia,
psicologia,etc. )

Ciências formais:
- tratam de entes ideais. Estes entes, tanto os abstratos como os interpretados, só
existem na mente humana.
- Se preocupam com enunciados, que consistem em relações entre símbolos;
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- Concretizam a fundamentação metodológica pelo emprego da lógica, para


demonstrar rigorosamente seus teoremas;
- Constituidas por:
Lógica formal: são racionais, sistemáticos e verificáveis ( metódico e
ordenado );
Matemáticas: dão informações sobre a realidade, porém não tratam de
factos.
Exemplo: os números só existem em nosso cérebro e mesmo até se
encontram ao nível conceitual e não filosófico. Não cofundir dois
automóveis; duas montanhas ( é possível serem vistos ) com o número 2
( não se vê, não se sabe a forma).
O conhecimento depende da coerência do enunciado, dado com um
sistema de ideias que foram admitidas previamente.
- Ciências Factuais ( materiais ou empíricas )
Preocupam-se com coisas e processos;
Precisam mais da observação e da experimentação que da simples
conjecturação.

Espírito Científico

É uma atitude ou disposiçãosubjectiva do pesquisadior que busca soluções sérias, com


métodos adequados, para o problema que enfrenta. Essa atitude é conquistada ao longo
da vida, por meio de esforços e exercícios. Traduz-se por uma mente crítica, objectiva e
racional.
O Espírito Científico é muito importante no meio Académico. Os Universitários,
conscientes de sua função, irão imbuir-se desse espírito, aperfeiçoando-se nos métodos de
investigação e aprimorando suas técnicas de trabalho. O essencial é aprender a trabalhar,
enfrentar e solucionar problemas, tanto na universidade quanto na vida profissional.
Espírito de criatividade + Iniciativa + Espírito Científico Solução mais
aplicada para o que as circonstâncias exigirem.
Características do Espírito Científico:
1) crítico
2) Confiante na Ciência
3) Busca de Evidências
4) Análise
5) Objectividade
6) Criatividade
7) Indagação

O espírito científico é um clima geral, uma atitude global, não uma soma artificiosa de
virtudes. Não basta conhecer o espírito científico. Quem conseguir admirá-lo, já está
caminhando para seu cultivo. Quem cultivá-lo tirará bom proveito do seu curso
universitário e será profissional voltado a um trabalho sério e profícuo no seu campo de
actividades e influências.

Método Científico
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- Método Ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir
um fim dado ou um resultado desejado.
- Nas Ciências Método é o conjunto de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração da verdade.

O método não se inventa. Depende do objecto da pesquisa. Os sábios, cujas investigações


foram coroadas de êxito, tiveram o cuidado de anotar os passos percorridos e os meios
que levaram aos resultados. Outros, depois deles, analisaram tais processos e justificaram
a eficácia dos mesmos. Assim, tais processos, empíricos no início, transformaram-se
gradativamente em métodos verdadeiramente científicos.

Método científico não é um modelo, fórmula ou receita que, uma vez aplicada, colhe,
sem margem de erro, os resultados previstos ou desejados, mas um instrumento de
trabalho. O resultado do seu uso depende de seu usuário, pois o método científico não
ensina a encontrar as grandes hipóteses, as ideias novas e fecundas, pois isso depende
exclusivamente do gênio e da reflexão do cientista.

Algumas características do método científico:


- Segue o caminho da dúvida sistemática, metódica, pela interrogação e
questionamento da realidade;
- Deve ser aplicado de modo positivo, preocupando-se com aquilo que realmente é,
não com o que se pensa que deve ser;
- É a lógica geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de
uma pesquisa.
Diferença entre Método e Processo
- Método dispositivo ordenado, procedimento sistemático, em plano geral.

- Processo aplicação do plano metodológico e forma especial de o executar


(técnica). Está subordinado ao método, sendo seu auxiliar imprescindível.

TEMA 2. MÉTODOS DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: MÉTODOS


CLÁSSICOS E NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO.

CONCEITUAÇÃO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituido


principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos sejá
exigido algun tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente
a partir de fontes bibliográficas.

Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas.
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As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem a análise das diversas
posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

A pesquisa bibliográfica seria uma actividade de consulta e localização de fontes de


informações escritas a respeito de determinado tema. Etimologia grega da palavra
bibliografia ( biblio = livro; grafia = descrição, escrita ) sugere a pesquisa em meios
escritos.

É um método que facilita a localização de livros, textos e anotações que o aluno


necessitará para poder captar informações a respeito de um determinado assunto,
relevantes a elaboração de um projecto.

PASSOS DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA- PESQUISA EM BIBLIOTECAS.

A pesquisa em bibliotecas deve ser executada de forma sistemática, de acordo com um


plano que pode consistir nos seguintes passos:
- Escolha e Identificação do tema
- Pesquisa preliminar / Recolha de informação geral
- Análise preliminar
- Elaborar plano de leituras/bibliografia
- Localização das fontes da bibliografia
- Avaliação das fontes
- Notas de pesquisa
- Pesquisa das fontes primárias
- Redação do texto

Escolha e Identificação do tema

Escolher o tema da investigação a partir de um conjunto de factores: relevância no


contexto da respectiva disciplina, interesses pessoais, possibilidades de orientação,
existência e acessibilidade de fontes adequadas.
- Definir e delimitar o tema através de um título provisório do trabalho.
- Definir o tema em termos de uma questão principal
- Definir os principais conceitos e termos-chave relacionados com o tema

Pesquisa preliminar / Recolha de informação geral

Logo que o tema estejá escolhido é possível realizar uma pesquisa preliminar em livros
de texto ou tratados de carácter mais geral, onde o tema se inclua ( procurando os
conceitos e termos-chave já definidos ), e ainda em obras de referência, como
enciclopédias e dicionários. Estas obras podem remeter para a literatura específica mais
importante e significativa sobre o assunto.
Esta pesquisa preliminar tem em vista obter:
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a) Um breve panorama do tema


b) Um reportório dos mais importantes nomes de pessoas e locais, datas e conceitos
associados com o tema.
c) Um léxico da principal terminologia especializada utilizada no tratamento do
tema.
d) Um primeiro reportório da mais relevante bibliografia sobre o tema, citada nas
fontes consultadas.
Elaborar fichas de leitura para a) e fichas separadas para cada tópico de b), c) e d).

Análise Preliminar

A recolha efectuada durante a fase anterior deve permitir dar os primeiros passos na
análise do tema:
a) Redefinir o tema de forma mais detalhada e através de questões mais específicas.
O esforço posto na redefinição nesta primeira fase do projecto permitirá não
perder de vista a visão de conjunto do tema e do seu enquadramento global, que
se poderá tornar mais difícil numa fase mais avançada da investigação e, por outro
lado, permitirá planear e obter maior rendimento na investigação posterior.
b) Equacionar as diferentes abordagens possíveis para atacar o problema. Ter em
conta que diferentes abordagens poderão obrigar a utilização de diferentes fontes
e métodos de investigação
c) Elaborar um plano de índice geral, organizando e relacionando os diferentes
aspectos e partes do tema, procurando enquadrar todas as abordagens analíticas e
de pormenor numa visão sintética e de conjunto.
d) Elaborar um esboço de introdução, tendo em vista esclarecer as ideias sobre os
objectivos, ponto de partida e métodos da investigação.
e) Identificar todos os termos-chaves que possam descrever ou estar relacionados
com o tema, incluindo todos os sinónimos. Conferir os thesaurus das principais
bibliografias e bases de dados. Estes termos serão utilizados na pesquisa
documental.
f) Identificar todos os principais conceitos que possam estar relacionados com o
tema, incluindo os mais importantes nomes de pessoas e locais, datas e factos
associados com o tema. Esta identificação permitirá não só alargar os termos-
chave utilizados na pesquisa bibliográfica, como melhorar a compreensão do
contexto geral onde se integra o tema em estudo.

Plano de leituras /bibliografia

Proceder a uma busca nas bibliografias adequadas. Além dos serviços impressos, o
investigador pode recorrer , alternativa ou complementarmente, aos mesmos serviços em
suporte electrónico.
Esta fase obriga a que o tema tenha sido previamente traduzido num conjunto de
palavras-chave através dos quais se procede a pesquisa nos índices, manuais ou
automáticos. Estas palavras dependerão naturalmente dos descritores utilizados nas
bibliografias. Se já conhecemos alguns textos cujo conteúdo tenha grande coincidência
temática com o nosso trabalho, podemos começar precisamente por ver quais os
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descritores utilizados por um dado serviço para o indexar, o que pode ser feito facilmente
nas pesquisas automáticas. Além da pesquisa por assuntos, pode revelar-se muito útil a
pesquisa por autores cuja obra seja importante no âmbito do nosso trabalho. A pesquisa
em livros e revistas é mais frequente, mas também podemos proceder a buscas em teses
ou actas de reuniões científicas.
Embora pelo menos uma parte tenha que preceder o início da investigação, a pesquisa
bibliográfica não termina depois de iniciado o trabalho, pois não só este leva a
modificações ao plano inicial e a novas necessidades de informação, como continua a ser
editada literatura relevante para o nosso projecto. Este facto obriga-nos a um trabalho
regular nas bibliotecas e com a literatura crítica, que se mantém para além das pesquisas
específicas.

Localização das fontes da bibliografia

A fase final na elaboração de um reportório bibliográfico consiste na selecção da


literatura e na localização física das fontes. Nem todas as referências bibliográficas que
possuimos correspondem a livros ou artigos que merecem de facto ser lidos. Por vezes,
considerações de ordem financeira ( custos de aquisição ou encomenda de fotocópias de
artigos que não existem no país ) podem forçar-nos a optar por uma lista mais reduzida de
fontes a consultar. Além da avaliação do conteúdo do artigo pelo que vem descrito no
resumo, são factores a ter em conta o facto de o autor ser um reconhecido especialista, o
estudo científico da instituião onde o trabalho foi realizado ou da revista onde foi
publicado e o tempo decorrido desde a publicação. A localização dos livros e artigos
pretendidos é frequentemente um passo frustrante. Para possibilitar a localização de
livros existentes nas bibliotecas, foi criada uma base de dados que cobre um certo número
de bibliotecas. Para as revistas, também existem catálogos registando as existências de
periódicos nas bibliotecas.

Avaliação das Fontes

Nem todas as referências que constam inicialmente de um projecto de bibliografia são


adequadas ou devem ser utilizadas da mesma forma. Eis alguns parâmetros a considerar
na avaliação das fontes:
a) O autor é um reconhecido especialista ? O texto em questão diz respeito a sua área de
especialidade ? Ver a informação biográfica que constar da fonte ( usual no caso dos
livros ) ou em directórios da área. Quais as opiniões expressas por outros membros da
comunidade científica em relação ao artigo ou livro em questão ou em relação a outros
textos do mesmo autor ? Conferir recensões críticas publicadas pela maior parte das
revistas. Existem muitas edições da mesma obra ? Ver se o nome do autor consta
frequentemente das bibliografias da área ou se é citado por outros autores. Qual a
instituição a que se encontra associado ?
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b) Quem publicou o texto ? trata-se de um artigo publicado numa revista reconhecida


como sendo de qualidade académica ? O editor é uma instituição académica ou
universitária ou uma editora comercial ?

c) O texto encontra-se redigido de acordo com os padrões geralmente aceites? A


narrativa, as affirmações e as opiniões contidas no texto encontram-se devidamente
fundamentadas ? As fontes utilizadas pelo autor encontram-se devidamente referenciadas
? Parecem ser adequadas ? O autor apenas se baseia em fontes secundárias ?
d) Quando é que a fonte foi publicada ? O tema tem sido muito tratado por autores mais
recentes ? Existe uma edição mais recente da mesma obra ? Trata-se de uma reedição
revista ? A bibliografia foi actualizada ?

As notas de pesquisa

A leitura da literatura crítica deve ser acompanhada de imediato pela redação de notas.
Do trabalho realizado nas bibliotecas, resulta uma massa de informação armazenada pelo
investigador, na forma de fotocópias e apontamentos. Estes últimos são normalmente
redigidos sob a forma de fichas, pois estas podem ser facilmente manipuladas,
reordenadas e classificadas, o que já não acontece com apontamentos feitos em cadernos.
Entre as primeiras fichas a serr elaboradas contam-se as fichas bibliográficas, de pequeno
formato, contendo apenas a informação necessária para identificar e localizar a fonte, sob
a forma de referência bibliográfica. Além destas, devem igualmente utilizar-se fichas de
leitura de maiores dimensões, onde, além da referência, se anota o que for relevante para
o nosso trabalho. A estrutura e a forma de classificar a ficha de leitura depende do
objectivo em vista. Tomar notas durante a leitura de uma obra pode não só melhorar a
forma como ela é lida, mas também pode fornecer um importante núcleo de texto no
momento da redação. Ao elaborar a ficha de leitura está-se a realizar um tratamento da
informação que se revela de grande utilidade no momento de escrever o trabalho final. Se
isso não for feito no momento da leitura, pode ter que ser feito na fase final, o momento
em que a visão do problema é melhor, mas que não é certamente aquele em que se está
com mais paciência e disponibilidade. As fichas de leitura não são apenas uma fonte para
a redação do texto e das suas notas, mas também um instrumento para organizar a
investigação, as ideias e o texto final.

Pesquisa das fontes primárias

A pesquisa das fontes primárias deve ser realizada quando o trabalho de consulta da
literatura crítica já vai num estado muito avançado, porque:

a) Parte importante das fontes primárias pode ser identificada a partir da literatura crítica.
O trabalho de heurística sobre as fontes primárias, impressas e manuscritas, deve assentar
num conhecimento tanto quanto possível exacto das que já foram anteriormente
estudadas.
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b) Iniciar cedo demais a pesquisa das fontes primárias pode ocasionar a repetição inútil
de trabalho feito por outros ( esforço desnecessário para localizar fontes já estudadas ou,
pelo menos, conhecida; transcrição de manuscritos já publicados ).
Da mesma forma, também se deve começar pela consulta das fontes impressas e só
depois das fontes manuscritas.
A pesquisa das fontes primárias assenta em três eixos de conhecimento:
a) Da literatura crítica
b) Do conteúdo dos núcleos documentais das bibliotecas e arquivos.
c) Do funcionamento das instituições que deram origem a esses núcleos de
documentação.
Redação do texto

A redação de qualquer texto deve obedecer em primeiro lugar ao cumprimento das regras
É evidente que um estudo de Historia das Ciências exige sempre o recurso a textos mais
extensos que os das áreas experimentais. Contudo, até por essa razão o investigador tem
obrigação de, sem prejuizo da exposição dos dados e conceitos, condensar o seu texto
tanto quanto for possível.

Alguns erros a evitar:


a) A desnecessária repetição de notas de citação.
b) O recurso a extensas e não inteiramente justificáveis citações de autores.

Busca de Informação nas Bibliotecas ( informatizadas e não informatizadas ):

►Procura de livros e revistas


►Consulta dos catálogos e ficheiros
► Pesquisa por assuntos, autores, títulos, palavras-chaves
► Uso de compêndios de Química
► Uso de Chemical abstracts

Busca de Informação na Internet

Introdução

A Internet tem cada vez mais informações disponíveis, por isso o uso de mecanismos de
busca ( Search engines ) e catálogos on-line ( directories ) é essencial para quem deseja
localizar rapida e eficientemente o que deseja. No entanto, a maioria dos usuários não
conhece bem os poderosos recursos disponíveis em muitos desses mecanismos, e
simplesmente coloca as palavras-chaves na busca sem maiores cuidados. Esse
conhecimento é muito importante para conseguir realizar buscas bem feitas.

Uso de Recursos Avançados


No texto que se segue, dá-se algumas orientações introdutórias sobre recursos mais
avançados e dicas importantes de uso, utilizando como exemplo o conhecido mecanismo
Altavista, da digital corporation ( http://www.altavista.digital.com/), que é considerado
um dos mais completos e eficientes. Se você pretende utilizar outros mecanismos, como
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HotBot, Lycos, WebCrawler, etc. Recomenda-se que leia primeiro a secção de Help sibre
buscas avançadas ( Advanced Search ou Search Tips ) correspondente a cada serviço.

Localização com precisão

O objectivo primordial de uma busca na Internet é localizar com a maior precisão


possível os documentos ou sites que contenham o tema que o usuário deseja. Esse
objectivo pode ser muito fácil de se atingir, ou muito difícil, dependendo de dois factores:

1. Se o assunto realmente está disponível na Internet e foi indexado pelo mecanismo


de busca
2. Se as palavras-chave utilizadas na busca são suficientemente específicas.
Supondo que o assunto procurado existe na Internet, o problema é escolher o que
chamamos de um " marcador específico ". Esta é uma palavra, frase ou conjunto de
palavras que idealmente:
1. Somente existe nos documentos procurados que interessam
2. Não existe nos documentos que não interessam.
Por exemplo: Se Queremos achar tudo sobre uma doença altamente específica, como "
Alzheimer", este é um excelente marcador específico ( não existe nenhuma outra doença
com esse nome, e presumivelmente, nenhum outro tema ). Já se quisermos achar os
nomes dos autores do filme " Titanic " feito em 1997, a palavra "Titanic" sozinha não é
um marcador suficientemente específico ( "titanic" em inglês significa "titânico" e
evidentemente podem existir documentos com essa palavra. Além disso, mesmo se se
referirem ao navio, podem não referenciar o filme ). Assim, neste caso poderiamos usar
as palavras " Titanic", "Cameron" ( o director do filme ) e "movie". As palavras "1997" e
"actors" não devem ser usadas, pois não vão acrescentar nada à exactidão da busca, e são
pouco específicas.
Infelizmente, para a maioria das buscas é difícil achar um marcador específico.
Deste modo, o usuário deve recorrer a estratégias mais complexas e na base de tentativa e
erro.
Uma primeira ideia para encontrar alguma coisa muito específica, é utilizar frases
exactas. Nesse caso, deve-se usar aspas entre as palavras. Exemplo: " João Francisco de
Oliveira", "Núcleo de Informática Biomédica". Caso contrário, aparecerão todos os
Joãos, todos os Franciscos, todos os núcleos, etc. Neste caso, o mecanismo usa uma
sintaxe: o que estiver entre aspas não deve ser quebrado em suas palavras individuais.

Uso de Buscas Lógicas Complexas


Outro método eficiente e preciso consiste em utilizar de forma adequada os operadores
lógicos AND, Or, NOT e NEAR. É o que alguns mecanismos de busca chaman de "
busca booleana" ( de George Boole, matemático inglês do século XIX que desenvolveu a
lógica matemático).
Um operador lógico permite combinar várias palavras-chaves ou frases de maneiras
específicas, de tal forma que a busca seja concentrada sobre o objectivo, não deixando
escapar nada, e excluindo aqueles que não interessam.
Para encontratr textos com uma palavra e outra, utilize o operador lógico AND.
16

Exempmlos: aids AND homosexuality. Neste caso, o mecanismo de busca seleciona


todos os documentos que tenham simultaneamente as duas palavras, mas não aqueles que
tenham somente uma das palavras ou nenhuma delas. No exemplo, as palavras aids e
homosexuality tem que ocorrer no texto, em qualquer posição do mesmo, para que ele
seja correlacionado.
Podemos usar AND para combinar frases exactas e palavras-chave. Exemplo: você quer
encontrar Leonardo da Vinci no museu do Louvre, então digite: " leonardo da vinci"
AND "louvre museum"
Outro operador lógico importante é o OR (ou ). Ele selve principalmente para encontrar
documentos que tenham qualquer uma de várias palavras chave ( sinônimos, assuntos
alternativos, etc.) Exemplo: aids OR"sindrome de imunodeficiência adquirida" OR SIDA.
Lembrar-se que os mecanismos de busca não sabem a diferença entre palavras singulares
e plurais, flexões de verbos, etc. Felizmente podemos utilizar o caractere * ( asterisco )
para especificar raízes. Exemplo: garden* vai pegar todas as variantes, como garden,
gardens,gardening,gardener,gardenia,etc.

Para encontrar textos com uma palavra , mas não com outra, utilize AND NOT
Exemplo: AIDS AND homosexuality AND NOT AZT

Para encontrar textos que contenham duas palavras separadas entre si por no máximo 10
palavras, utilize NEAR. Exemplo: se você quizer encontrar imagens vistas na doença de
AIDS em homosexuais e em adolescentes na cidade de Campinas, digite: imagens NEAR
aids NEAR homossexual NEAR adolescentes NEAR Campinas. Nesse caso, todos os
documentos que contenham essas palavras próximas entre si ( geralmente no mesmo
parágrafo ), em qualquer ordem, serão selecionados. Assim se evita o problema de
selecionar textos em que essas palavras não estão relacionados entre si, pois ocorrem em
pontos muito diferentes de um texto ( como acontece com o AND ).

Os operadores lógicos podem ser combinados de váras maneiras, inclusive utilizando


parênteses. Os parenteses, neste caso, forçam uma prioridade algébrica. Exemplo: ( aids
OR sida OR "acquired immunodeficiency syndrome" NEAR ( therapy OR treatment )
AND NOT azt.
Normalmente a ordem correcta de avaliação algébrica é: NOT, AND/NEAR e OR.
Por isso, foi necessário colocarmos os ORs entre parênteses, para forçar a sua avaliação
antes dos ANDs.
Isso, se bem usado, permite especificar combinações de busca altamente eficazes e
precisas, e é um recurso muito poderoso, e o preferido dos pesquisadores profissionais.

Busca em linguagem natural

No Altavista você pode também realizar buscas usando frases ou perguntas em linguagen
natural, ou seja, como se você a fizesse para um outro ser humano. Embora o Altavista
não "entenda" a frase como um ser humano o faria, ele tem alguns mecanismos
embutidos que desmontam a frase em seus constituintes, retirando as palavras menos
importantes, e analizando-a de várias maneiras de modo a optimizar a busca. No entanto,
17

os resultados podem não ser tão satisfatórios como uma busca booleana, pois o Altavista
não " sabe" os sinônimos de uma palavra técnica, por exemplo.
Exemplo: você quer saber por que as mulheres adoram chocolate, então digite: exemplo:
Why women crave chocolate?
Existem outros mecanismos de busca mais inteligentes que o Altavista para fazer
pesquisas em linguagem natural. Um dos melhores é Ask Jeeves .Exemplo: Where can I
buy classical music CDs on-line?

Refinar Uma busca

Se você achar que em sua pesquisa está vindo muitos resultados, você pode refiná-la na
opção Refine. Este mecanismo ordena dinamicamente os resultados em diferentes tópicos
permitindo que você inclua ou exclua conjuntos mais específicos de palavras chave de
forma assistida pelo computador, aumentando a precisão da próxima busca.

Uso de Meta-Palavras

Outro recurso muito interessante para buscas sofisticadas e muito poderosas é usar o que
chamamos de meta-palavras. Essas são palavras prefixadas que estipulam o local do
documento-fonte em HTML onde a busca deve ser realizada. Podemos explicitar que
uma ou mais palavras-chave sejam procuradas nos links ( A HREF), nas imagens (IMG
SRC), no título (TITLE), em URLs ou domínios específicos, etc.

Por exemplo, para saber todos os sites da Internet onde foi feito um link para um
determinado endereço, digite na caixa de busca do Altavista o comando link: URL.
Exemplo: link: mailto: cardoso@nib.unicamp.br. Neste caso, o mecanismo de busca vai
listar todos os documentos que tiverem o comand <A HREF= "mail to:
cardoso@nib.unicamp.br".

Outro exemplo para encontrar um link: link:http://www.nib.unicamp.br


Para encontrar uma imagem: exemplo: image: vinci( dica: não colocar palavras
combinadas, por exemplo Leonardo Da Vinci, pois aquele nome é no arquivo.
Não precisa colocar a extensão como.jpg,.gif,etc.)
• Para encontrar um texto: exemplo: text:terror nocturno caso2
• Para encontrar um título: Exemplo: titulo: Louvre museum
• Para encontrar um domínio: Exemplo: domain:org
• Para encontrar um applet: Exemplo: applet:morph

Os operadores lógicos podem ser usados com as mata-palavras, também. Se você quiser
saber se existe o seu endereço electrónico ou seu site em outros sites que não o de seu
grupo, digite: Exemplo 1. link: mailto: cardoso@nib.unicamp.br AND NOT
url:www.nib.unicamp.br. Isto significa que você quer encontrar o endereço referido, mas
não no site do seu grupo.
Para realizar uma pesquisa em TODOS os principais mecanismos de busca da Internet:
18

Isso também já é possível com grande rapidez e facilidade, sem precizar entrar em cada
um dos mecanismos. O Metacrawler faz isto. Ele acessa automaticamente o Lycos,
Altavista, HotBot, Yahoo!, InfoSeek e WebCrawler.
Para saber mais:
ZDNet: Master Online Search Tutorial ( Internet User Garage ).

Accesso à Informação Científica Electrónica - Direcção dos Serviços de


Documentação- Universidade Eduardo Mondlane ( cfr. Anexos )

◊ Base de dados DATAD


◊ Base de dados MONOG/EMP
◊ Projecto INASP
◊ Recursos do PERI para Moçambique

CONSULTA À LITERATURA QUÍMICA


É necessário consultar à literatura química o mais cedo possível. Ela é fundamentalmente construída
por:
Literatura Original (pertence a chamada Literatura Primária, enquanto que as monografias, livros,
etc. pertencem a Literatura Secundária) na qual os autores publicam trabalhos originais com os
resultados de investigação, em Revistas da Especialidade ou em Patentes.

Resumos e Artigos de Revisão, baseados na literatura original criticamente avaliada, abrangendo um


tema especial num determinado espaço de tempo.

Literatura constituída por Referências, com um aproveitamento completo dos trabalhos originais e
indicando informações sobre os artigos de revisão.

Tabelas
Como regra geral, deve-se pesquisar a bibliografia tão exaustivamente quanto possível, porque muitas
vezes uma hora de pesquisa bibliográfica economiza vários dias de trabalho no laboratório.

1. Literatura Original
1.1. Revistas de Especialidade
Os trabalhos originais sobre um determinado tema muito específico são em geral publicados numa
revista de especialidade.
Por exemplo: A seguir são indicados algumas revistas mais importantes para os Químicos Orgânicos,
bem como as suas abreviaturas segundo as normas do “Chemical Abstracts” e/ou BEILSTEIN.
19

Ø Acta Chemica Scandinavica (Acta Chem. Scand.)

Ø Angewandte Chemie (Angew. Chem.) ; [Ang.Ch.]

Ø Australian Journal of Chemistry (Aust. J. Chem.)

Ø Bulletin of the Chemical Society of Japan (Bull. Chem. Soc. Japan)

Ø Bulletim de la Société Chimique de France (Bull. Soc. Chim. France); [B.1.]

Ø Canadian Journal of Chemistry (Can. J. Chem.)

Ø Chemische Berichte (Chem. Ber.) ; [B]

Ø Chemistry Letters (Chem. Lett.)

Ø Collection of Czechoslovak Chemical Communications (Collect. Czech. Chem. Commun.) ;


[Collect]

Ø Helvetica Chimica Acta (Helv. Chim. Acta) ; [Helv]

Ø Journal of the American Society (J. Am. Chem. Soc.) ; [Am. Soc.]

Ø Journal of the Chemical Society, Chemical Communications (J. Chem. Soc., Chem. Comm.)

Ø Journal of the Chemical Society, Perkin Transactions 1 e 2 (J. Chem. Soc.; Perkin Trans.)

Ø Journal of Organic Chemistry (J. Org. Chem.)

Ø Synthesis (Synthesis)

Ø Tetrahedron (Tetrahedron)

Ø Tetrahedron Letters (Tetrahedron Lett.)

1.2. Patentes
Para os químicos preparativos é frequentemente importante o conhecimento das técnicas de
preparação de compostos químicos existentes em patentes.
20

Na maior parte dos países, as patentes estão classificadas de acordo como a classificação internacional
de patentes, que substitui a classificação nacional de patentes anterior.
Para procurar os métodos de preparação de determinada classe de compostos, o leitor deve
informar-se sobre a sua localização exacta na nova edição da classificação internacional de patentes.
Os métodos de preparação de 1,2,4-tiadiazoles encontram-se por exemplo em Int.CI3C07D/285/08, o
que significa:
Int.CI3: Classificação internacional de patentes, 3ª edição;
C: Secção de Química e de Industria Metalúrgica;
D: Subclasse dos compostos heterocíclicos
285: Grupo dos compostos heterocíclicos, que só contem no anel os átomos azoto e enxofre.
08: Subgrupo dos 1,2,4-tiadiazoles.

2. Resumos e Artigos de Revisão


Os resumos e os artigos de revisão possibilitam um acesso rápido à literatura original que neles é
tratada e citada. No entanto a sua consulta não constitui uma garantia de que tenha sido abordada toda
a literatura que existe sobre um determinado tema.
As revistas que publicam, para além de artigos originais, artigos de revisão sobre temas mais amplos,
são:
Ø Accounts of Chemical Research (Acc. Chem. Res.)

Ø Angewandte Chemie (Angew. Chem.)

Ø Chemical Society Reviews (Chem. Soc. Rev.)

Ø Chemical Reviews (Chem. Rev.)

Ø Synthesis (Synthesis)

Ø Tetrahedron (Tetrahedron)

Ø Uspecki Khimii (Usp. Khim.)

Os resumos e os relatórios de progresso surgem também nas seguintes series de livros:


Ø Advances in Heterocyclic Chemistry, ed. A.R. KATRITZKY, Academic Press, New York,
London (Adv. Heterocycl. Chem.);
21

Ø Advances in Organic Chemistry, ed. R.A. RAPHAEL, E. C. TRYLOR, H. WYNBERG,


Interscience Publishers, New York (Adv. Org. Chem.);

Ø Advances in Physical Organic Chemistry ;

Ø Progress in Physical Organic Chemistry;

Ø Synthesis Reagents, ed. J.S. PIZEY, Ellis Horwood Ltd., Chichester;

Ø Topics in Current Chemistry – Fortschritte der Chemischen Forschung, Springer – Verlag,

Berlin Gottingen, Heidelberg (Top. Curr. Chem. – Fortschr. Chem. Forsch.);

3. Bibliografia baseada em Referências

3.1. Beilsteins Handbuch der Organischem Chemie

Fonte de informações mais importantes para o Químico Orgânico. Editado desde 1918 em 4 edições.
Os dados publicados na literatura científica sobre a preparação e as propriedades de todos os
compostos orgânicos conhecidos.

3.2. Chemical Abstracts (C.A.)

Editada pela sociedade Americana de Química. Contem a Literatura Química primária completa.
Ultimamente foi criado um serviço (C.A. Service – CAS) que criou um banco de dados a partir de
informações existentes no C.A., que permite fazer pesquisa “on line”: sobre assuntos, compostos,
estruturas e outras questões.
A utilização destes dados pode ser feita após a ligação ao banco de dados, a aquisição de um terminal
adequado e o domínio da linguagem de comando.
Quer a pesquisa manual quer “on line” no C.A. só são fidedignas e rentáveis quanto ao tempo e custo
dispendidos, se forem utilizados na pesquisas as designações e a nomenclatura aplicadas no C.A. É
pois muito importante o conhecimento da forma como está organizado o C.A. e como é executado o
registo das informações.
Os índices que podem ser utilizados para cada volume do C.A. são os seguintes:
Ø Índice de assuntos, que desde 1972 se encontra dividido em: índice geral, índice de assuntos,

substâncias químicas (Vol. Também B.6.1.1 e B.6.2 sobre a sua organização e forma de
utilização);
22

Ø Índice de fórmulas (ordenado segundo o sistema HILL);

Ø Índice de autores;

Ø Índice numérico de patentes e concordância de patentes, compiladas a partir de 1981 num


único índice;

Ø Índice de compostos cíclicos;

Ø Guia de índices.

TABELAS

Ø Handbook of Chemistry and Physics (Constantes Físicas dos Compostos Inorgânicos e


Orgânicos mais Importantes)

Ø Merck Index

TEMA 3. MODELO E TIPOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

■ Introdução

1. Conceito de Pesquisa: A pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos,


baseado no raciocínio lógico, que tem por objectivo encontrar soluções para problemas
propostos, mediante a utilização de métodos científicos.
Todos os conceitos de pesquisa, de uma ou de outra maneira, apontam seu carácter
racional predominante.
SALOMON ( 1977 ) associa pesquisa à actividade científica, que se concretiza no
trabalho científico:
" (...) trabalho científico passa a designar a concreção da actividade científica, ou
seja, a investigação e o tratamento por escrito de questões abordadas
metodologicamente."
Essas conceituações apenas acrescentam detalhes especificadores, mantendo a ideia de
procedimento racional que utiliza métodos científicos.
23

A pesquisa segundo ANDER-EGG ( 1978 ) é um procedimento reflexivo sistemático,


controlado e crítico, que permite descobrir novos factos ou dados, relações e leis, em
qualquer campo do conhecimento.

2. Requisitos para uma pesquisa

A realização de uma pesquisa pressupõe alguns requisitos básicos, tais como a


qualificação do pesquisador, os recursos humanos, materiais e financeiros.
Entre as qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, GIL ( 1987 ) destaca:
a) Conhecimento do assunto a ser pesquisado
b) Curiosidade
c) Criatividade
d) Integridade Intelectual
e) Atitude auto-corretiva
f) Sensibilidade social
g) Imaginação disciplinada
h) Perseverança e paciência
i) Confiança na experiência

3. Finalidade da Pesquisa

As várias finalidades podem ser classificadas em dois grupos: o primeiro reune as


finalidades motivadas por razões de ordem intelectual e o segundo por razões de ordem
prática. No primeiro caso, o objectivo da pesquisa é alcançar o saber, para a satisfação do
desejo de adquirir conhecimentos. Esse tipo de pesquisa de ordem intelectual,
denominada "pura" ou " fundamental" é realizado por cientistas e contribui para o
progresso da Ciência. No outro tipo , a pesquisa visa às aplicações práticas, com o
objectivo de atender as exigências da vida moderna. Nesse caso, sendo o objectivo
contribuir para fins práticos, pela busca de soluções para problemas concretos, denomina-
se pesquisa " aplicada".

■ Tipos de Investigação Científica

Os tipos de pesquisa podem ser classificados de várias formas, por critérios que variam
segundo diferentes enfoques. Do ponto de vista das Ciências, por exemplo, a pesquisa
pode ser biológica, médica, fisico-química, matemática, histórica, pedagógica, social etc.
Mas a pesquisa científica pode também ser classificada quanto aos Objectivos, quanto à
Intervenção e quanto ao Tempo.

• Classificação quanto aos Objectivos


A pesquisa científica tem por objectivo a produção de hipóteses, modelos, teorias e leis,
o que pode ser feito de suas formas:
• Análise Exploratória: É a coleta de dados e informações sobre um fenómeno de
interesse sem grande teorização sobre o assunto, inspirando ou sugerindo uma
hipótese explicativa
24

• Construção Hipotético-Dedutiva de Conhecimento: É a elaboração de uma ou


mais hipóteses que relacione diversos factos, seguida da coleta de dados e da
geração de informações que corroborem ou não tal hipótese ou hipóteses.

Cada uma destas modalidades apresenta vantagens e desvantagens específicas, as


quais podem ser resumidas conforme está mostrado a seguir:

Comparação entre Estudos Científicos com Diferença quanto aos Objectivos

Análise Exploratória Construção Hipotético-Dedutiva

- Produz essencialmente descrições - Produz interpretações acerca das


dos eventos investigados causas e mecanismos dos fenômenos
- Sugere explicações e hipóteses causais, - Coleta dados para verificar hipóteses
mas não as confirma validando modelos, teorias ou leis
- É relativamente fácil por não exigir - E relativamente difícil por exigir.
grande teorização a priori. esforços complexos de teorização.

• Classificação quanto à Intervenção

Ao se realizar a manipulação de variáveis num ensaio científico, existem dois tipos


básicos de Intervenção que podem ser adoptados:
• Estudo Observacional: O pesquisador coleta dados e extrai informações, mas
faz o possível para não influenciar os eventos
• Estudo Experimental: O pesquisador deliberadamente influencia os eventos,
procurando verificar os efeitos da intervenção.
Cada uma destas abordagens apresenta pontos fortes e fracos, os quais podem ser
resumidos conforme está mostrado a seguir:
Comparação entre Estudos Científicos com Diferença quanto ao tipo de Intervenção:
Observacional Experimental
- Descreve os acontecimentos - Descreve intervenções e suas
consequências
- Identifica associações entre variáveis - Identifica mecanismos e interações
- Permite a validação de modelos - Permite a validação de modelos de
preditivos. Controle.

• Classificação quanto ao tempo

Existem dois tipos distintos de relacionamento com o tempo que podem ser adoptados
por um estudo científico:
• Estudo Transversal: O pesquisador coleta os dados de cada caso ou sujeito
num único instante no tempo, obtendo um recorte momentâneo do fenômeno
investigado
25

• Estudo Longitudinal: O pesquisador coleta os dados de cada caso ou sujeito em


dois ou mais momentos, havendo um acompanhamento do desenrolar do
fenômeno considerado.
Cada uma destas modalidades apresenta vantagens e desvantagens específicas, as quais
podem ser resumidas conforme está mostrado a seguir:

Comparação entre Estudos Científicos com Diferença quanto à Relação com o Tempo
Transversal Longitudinal

- É relativamente rápido e consome - É relativamente lento e consome


menos recursos mais recursos
- É menos vulnerável a variáveis estranhas - É mais vulnerável a variáveis
estranhas
- Fornece apenas uma indicação da dinâmica - Avalia o efectivo desenrolar dos
e não a dinâmica em si. Processos dinâmicos

• Avaliação Comparativa dos Estudos

No que concerne ao alcance dos resultados produzidos, os estudos científicos podem ser
classificados como tendo maior ou menor valor segundo o modo como cada um lida com
os parâmetros de objectivo, intervenção e tempo.
Avaliação comparativa do valor dos Estudos Científicos segundo os Parâmetros
Considerados:
Parâmetro de Estudo

Objectivo Intervenção Tempo

Maior valor Hipotético-Dedutivo Experimental Longitudinal


Resultado
Menor valor Análise Exploratória Observacional Transversal

Atribuindo-se aos estudos de maior valor uma intensidade "1" e aos de menor valor uma
intensidade "0", é possível estabelecer o seguinte ranking entre os trabalhos científicos
somando o valor agregado pelo manejo de cada um dos parâmetros.

O Ranking dos Estudos Científicos

Tipo de Estudo Valor da


Objectivo Intervenção Tempo Evidência produzida

Hipotético-Dedutivo Experimental Longitudinal 3


Hipotético-Dedutivo Experimental Transversal 2
Hipotético-Dedutivo Observacional Longitudinal 2
Análise Exploratória Experimental Longitudinal 2
Hipotético-Dedutivo Observacional Transversal 1
Análise Exploratória Experimental Transversal 1
26

Análise Exploratória Observacional Longitudinal 1


Análise Exploratória Observacional Transversal 0
Naturalmente, o estudo de menor valor é a análise exploratória, observacional e
transversal ( o qual possui valor mínimo, e não literalmente "zero" ), enquanto que o de
maior valor é o hipotético-dedutivo, experimental e longitudinal.

• A Escolha do Tipo de Estudo

A escolha por um desenho experimental adequado aos objectivos e conjunturas de cada


caso depende de uma análise da relação entre o valor da evidência empírica produzida,
dos recursos a serem empregados para execução do estudo e da informação que
efectivamente se faz necessária. Para tanto, é preciso considerar os tipos de pesquisa
científica em função do objectivo, da intervenção e do tempo. O quadro a seguir é útil
para se ter uma compreensão de como funcionaria tal análise.

Avaliação comparativa entre os Estudos Científicos segundo os Parâmetros Considerados


Parâmetro de estudo
Objectivo Intervenção Tempo
Resultado de Maior Valor Hipotético-Dedutivo Experimental Longitudinal
Mais Fácil/ Barato/Rápido Análise Exploratória Observacional Transversal
Naturalmente, o estudo mais eficaz em termos de valor e alcance dos resultados seria
hipotético-dedutivo, experimental e longitudinal. Já o menos eficaz seria exploratório,
observacional e transversal. Contudo, considerando-se a eficiência em termos de custo e
viabilidade, tem-se exactamente o contrário. Assim sendo, a decisão final acerca de qual
o tipo de investigação a ser realizado dependeria de uma análise custo-benefício.

■ Modelos de Investigação Científica

► Modelo Geométrico

O método dos geômetras, usado por Euclides como chave para a solução de problemas
geométricos em sua obra " Elementos " tem sido reconhecido por séculos como modelo
metodológico indispensável para a prática não apenas da matemática, mas também da
lógica formal, da filosofia e das ciências naturais. Pensadores de diferentes domínios do
saber nele se inspiraram para formular suas doutrinas. Hoje em dia, vários estudiosos,
dentre os quais Jaakko Hintikka e Georg Polya, procuram resgatar sua importância
histórica, sua eficácia, seu alcance, a legitimidade de seus resultados e sua força
heurística. Todos estes Problemas constituem parte significativa das reflexões filosóficas
contemporâneas, em especial nas discussões sobre a prática do cientista e sobre o estatuto
cognitivo das teorias científicas, isto é, nas discussões realizadas no âmbito da filosofia
da ciência.
Em "A Arte de Resolver Problemas", Polya usa o termo " heurística" para denominar a
investigação dos métodos e regras da descoberta e da invenção. Entre as fontes a que se
recrre para o estudo da heurística, Georg Polya se refere a uma obra fundamental
27

intitulada " Collectio ", do matemático grego Pappus ( 320 d.C.). Isso porque, nela,
Pappus descreve em detalhes o método analítico dos antigos geômetras gregos na
demonstração de teoremas ou na construção de figuras geométricas. Esse procedimento
consistia em um duplo movimento: análise, na qual se buscavam os antecedentes das
proposições a serem provadas ou as condições que tornassem possíveis a construção de
figuras geométricas, e a síntese, na qual, a partir das condições descobertas na análise,
apresentava-se ou a prova do teorema na sequência lógica usual ou a construção efectiva
da figura geométrica.
A análise se subdividia em Transformação ( busca das condições para a solução do
problema) e resolução ( legitimação das condições descobertas ). A síntese se subdividia
, por suas vez, em construção ( dos dados do problema) e prova.

Polya fornece vários exemplos de aplicação dese método. Um caso interessante e bem
simples de solução de um problema não-matematico é o de um homem primitivo que
deseja passar de uma margem a oura de um rio cuja profundidade não permite uma
travessia a pé. Diante desse problema, ele pode lembrar-se de já ter atravessado outro rio
sobre uma árvore caída. A busca de uma árvore torna-se então a nova incógnita. Como
não existe no local nenhuma árvore caída, ele se depara com um novo problema, que
consiste em saber que meios empregar para derrubar uma das árvores do local sobre o rio.

Essa sequência de ideias caracteriza aquilo que Pappus chamou de análise. Seo homen
conseguir concluir a análise, então ele poderá caminhar pela árvore sobre o rio e chegar à
outra margem, resolvendo seu problema. Esta última etapa corresponde ao que Pappus
denominou síntese. A análise consiste em conceber um plano e a sintese, em concretizá-
lo.
É marcante a influência do método dos geômetras na gênese e no desenvolvimento do
pensamento moderno. Descartes, por exemple , toma o método dos geômetras como
fundamento para as suas considerações metodológicas gerais. Respondendo a uma das
criticas às suas " Meditações", assinala que a obra foi elaborada em obediência ao
primeiro movimento do método dos geômetras, de acordo com o qual se mostra " o
verdadeiro caminho pelo qual uma coisa foi metodicamente descoberta e revela como os
efeitos dependem de suas causas". No "Discurso do Método", Descartes chega a usar uma
linguagem geométrica quando enumera os quatro preceitos básicos de sua metodologia.
O segundo desses preceitos odena " dividir cada uma das dificuldades a serem
examinadas em tantas parcelas quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las.
Tal preceito sugere uma trajectória metodologica que vai do composto ao simples,
correspondendo à análise, ou primeiro movimento do método dos geômetras. Realizada
essa tarefa, o terceiro preceito ordena conduzir por ordem os pensamentos e caminhar em
direcção ao conhecimento dos mais compostos. Esse preceito corresponde à síntese, pois
ordena que se inicie das partes constitutivas descobertas na análise, para, só então, dirigir-
se ao composto que resulta das conexões dessas partes.

Além de Descartes, também Newton foi influenciado pelo método analítico. Em seu livro
"Optica", ele afirma que a ciência natural deve seguir o método da geometria, pois este é
"o melhor método para investigar a natureza das coisas ". Por meio da análise, podemos
proceder dos compostos aos ingredientes, dos movimentos ás forças que os produzem e,
28

em geral, dos efeitos até as suas causas". E a síntese consiste em assumir "as causas
descobertas e estabelecidas como princípios para, a partir delas, explicar os fenômenos
que procedem de tais princípios ou causas e provar as explicações".

Newton é enfático ao associar seu método de investigação da natureza à análise


geométrica grega. Para ele, o estudo das inter-relações físicas de um experimento é
regido pelo procedimento heurístico detectado no ectudo das inter-relações das partes de
uma figura na antiga geometria grega. Em outras palavras, Newton procurava investigar
uma certa situação experimental do mesmo modo que os geômetras gregos investigavam
uma figura no sentido de descobrir conexões entre as suas partes.

O ponto de partida metodológico da investigação natural é o experimento e a observação


empírica. A partir daí, buscam-se elementos que possam constituir um modelo
satisfatório de explicação dos fenômenos. Esse procedimento analítico é sucedido por um
encadeamento dedutivo que se inicia em algum princípio ou postulado (
reconhecidamente certo ou verdadeiro) decoberto na análise e culmina nas conclusões
sobre ocorrências empíricas que procedem de tais princípios.

O filósofo alemão Immanuel Kant declara-se um seguidor do método geométrico


quando, numa passagem dos "Prolegômenos", diz que em tal obra utilizou a análise ou
método de descoberta, pois nele se adoptou um procedimento que vai do problema inicial
às condições para a sua solução. Na "Crítica da Razão pura", sua principal obra, foi
utilizada a síntese ou o método de explicação, pois nela Kant procede da própria razão e
de seus elementos constituintes até a exposição do sistema transcendental.

Uma das mais férteis interpretações do pensamento kantiano foi sugerida recentemente
pelo fílosofo finlandês Jaako Hintikka. Para ele, o sistema transcendental pode ser
interpretado com base no método dos geômetras. Com isso em mente, muitos aspectos do
pensamento kantiano podem ser mais claramente compreendidos. A dedução
transcendental das categorias, considerada por muitos filósofos uma das passagens mais
intrincads da história da filosofia, corresponderia à parte resolutiva do pensamento
kantiano, na qual se procuram legitimar os elementos descobertos na transformação. Kant
realmente pretende em tal dedução demonstrar que as categorias são condições legítimas
de possibilidades dos juízes sintéticos a priori.

O papel desempenhado pelo método dos geômetras no pensamento newtoniano dá uma


indicação de sua importância para as ciências naturais. Desse modo, muitas das
discussões em torno do alcance, correcção, eficácia, e legitimidade das teorias científicas
não podem deixar de enfocar a natureza do método do geômetras.

Um tema de muita polémica nessa área do conhecimento filósofico, que pode sevir para
ilustrar a presença do método dos geômetras como pano de fundo metodológico, é a
discussão sobre contexto de descoberta ( que corresponderia à primeira metade do
método dos geômetras )e contexto de justificação ( que corresponderioa à segunda
metade) das teorias científicas. Em qualquer análise filosófica das ciências naturais, a
questão mais imediata que surge é a seguinte: " Será que os procedimentos intelectuais
29

que os cientistas realmente empregam para investigar e explicar os fenômenos naturais


têm méritos intelectuais definidos que tornam sua adopção racionalmente prudente, sábia
e obrigatória?" Ao responder a essa questão, a opinião dos filósofos tendeu, de início, a
polarizar-se em dois extremos: de um lado, um ponto de vista positivista e formalista, e,
de outro, um romântico e irracionalista.

Devido a sua inspiração matemática, os empiristas vienenses interpretaram, no início do


século passado, a racionalidade dos procedimentos científicos como dependentes apenas
da validade formal dos argumentos científicos. Na visão deles, as questões de
racionalidade só podem ser levantadas sobre o trabalho do cientista no estágio final de
sua investigação, isto é, quando ele estabelece os argumentos explicativos que dão
suporte a suas teorias. Apenas aí haverá algo sobre a ciência que é passível de ser
criticado em termos lógicos ou filosóficos. Todas as questões sobre os estágios anteriores
à justificação - isto é , sobre a descoberta - são questões de mera psicologia, não de
filosofia séria. Há , portanto, uma separação entre o contexto de descoberta e o contexto
de justificação das teorias científicas.

No extremo oposto, pode-se considerar o ponto de vista de Arthur Koestler, para quem
o cientista moderno é um sonâmbulo cujas visões criativas o levam a destinações
intelectuais que jamais poderia claramente ver ou afirmar de antemão. A preocupação
excessiva com a racionalidade dos procedimentos científicos teria surgido de um desejo
de segurar as asas da imaginação e de submeter o cientista a procedimentos que destroem
a fertilidade criativa da ciência, constituída de intuição, adivinhação e acaso. Essa visão
também apresenta como consequência a separação entre descoberta e justificação.

Recentemente, filósofos da Ciência têm procurado relativizar essa separação. O mais


importante deles é Thomas Kuhn, para quem a ciência, tal como é entndida
tradicionalmente, nada mais é do que a ciência normal. Esta se define como a pesquisa
baseada em uma ou mais realizações científicas passadas. Tais realizações permanecem
incontestadas durante algum tempo na comunidade científica. A ciência normal é regida
por um paradigma, isto é, por uma rede de compromissos ou pressupostos conceituais
compartilhada pelos cientistas. Todavia, ela pode enfrentar, num determinado momento
histórico, uma crise provocada pelo frequente aparecimento de anomalias, ocorrências
que não se ajustam às convenções preestabelecidas. Tal crise desencadeia uma revolução
científica.
Há períodos na história da ciência em que teorias científicas de grande amplitude são
substituidas por outras, como ocorreu na passagem da teoria do flogisto para a teoria do
oxigénio de Lavoisier, do sistema de Ptolomeu para o de Cópernico, ou da física de
Aristóteles para a de Galileu.
Nestes períodos, chamados de "Revoluções Científicas", ocorre uma mudança de
paradigma: novos fenômenos são descobertos, conhecimentos antigos são abandonados e
há uma mudança radical na prática científica e na "visão de mundo" do cientista. Segundo
Kuhn, "embora o mundo não mude com a mudança de paradigma, depois dela o cientista
passa a trabalhar em um mundo diferente".
Para Kuhn, a ciência só tem acesso a um mundo interpretado por uma linguagem ou por
paradigmas: nada podemos saber a respeito do mundo independentemente de nossas
30

teorias. Ele rejeita a ideia de que possamos construir teorias verdadeiras ou mesmo cada
vez mais próximas à verdade .
Pelo mesmo motivo, seria impossível estabelecer uma distinção entre conceitos
observáveis - que se referem a fenómenos observáveis, não influenciados por teorias - e
conceitos teóricos, que se referem a fenómenos não observáveis ( como campo ou
electrão ), construídos com auxílio de teorias.
Kuhn compara as mudanças no modo de observar um fenómeno durante as revoluções
científicas a mudanças de Gestalt, que ocorrem holisticamente: por exemplo, quando
certas figuras ambíguas podem ser vistas de modos diferentes, como um coelho ou um
pato ( figura 1): " O que eram patos no mundo do cientista antes da revolução passam a
ser coelhos dela" .

Figura 1. coelho ou pato?

Como nenhuma teoria ou paradigma resolve todos os problemas, há sempre anomalias


que, aparentemente, poderiam ser solucionadas pelo paradigma, mas que nenhum
cientista consegue resolver.
Um exemplo de anomalia ocorreu quando Herschel, utilizando um novo e melhor
telescópio, observou que Urano - considerado como uma estrela na época - não era
puntiforme, como uma estrela, mas tinha a forma de um disco.
Outra anomalia ocorreu quando Herschel observou que o Urano movia-se ao longo do dia
entre as estrelas , em vez de permanecer fixo, como elas. Herschel achou que Urano era
um cometa, até que outros astrónomos observaram que Urano tinha uma órbita quase
circular em volta do sol, como fazem os planetas.
A forma e o movimento de Urano eram, portanto, anomalias que não se encaixavam na
percepção original de que Urano era uma estrela.

► Modelo Hipotético-Dedutivo de Popper

As etapas básicas do modelo de Popper de investigação científica podem ser identificadas


como mostrado a seguir:
1. Fenómeno

2. Observação e geração de idéias

3. Desenvolvimento de hipóteses testáveis

4. Observação sistemática
31

5. Análise de dados

6. Teste de hipóteses

7a. Hipótese refutada 7b. Hipótese confirmada

8a. Rejeitar e/ou Revisar Hipótese 8b. Teoria


( volta a etapa 3 ) ( Consiste em hipóteses confirmadas)

9. Predição.
TEMA 4. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
O método de pesquisa é imposto pelo objecto. ( Luigi Giussani )
O método é um conjunto das actividades sistemáticas e relacionais que, com maior
segurança e confiabilidade, permite alcançar o objectivo: conhecimentos válidos e
verdadeiros.
Desenvolvimento histórico do método:
A evolução do conhecimemto, desde o conhecimento mítico, passando pela preocupação
das religiões em explicar os fenómenos da natureza, a utilização do processo silogístico, a
investigação racional da filosofia em Aristóteles, essas formas de conhecimento aliadas
ao senso comum propiciavam uma imagem do universo, porém, o homem começou a
preocupar-se com um conhecimento mais exacto, um conhecimento científico.

► Conhecimento mítico
► Conhecimento Religioso
► Conhecimento Filosófico
► Conhecimento Lógico

◊ Análise e Síntese

A análise e a síntese são os dois métodos básicos de investigação científica. São dois
processos de raciocínio que norteiam a pesquisa, a investigação e a discussão nas
Ciências. Todas as ciências, sejam as exactas, as biológicas ou as humanas, apoiam-se
nesses dois métodos.
◊ Como funcionam os métodos de Investigação.
• A análise - consiste na decomposição de um todo em suas partes. É o que acontece
quando um químico faz experiências para descobrir os elementos que compõem uma
substância ou quando um professor de Português mostra aos alunos as diversas funções
literárias num texto. Nesses dois exemplos, a análise está sendo colocada em prática.
• A Síntese - É o oposto da análise. É um método em que se vai da parte para o todo, das
causas para os efeitos. Exemplos: O químico misturando elementos para obter
determinada substância; o médico perguntando o que o paciente sente para fazer o
diagnóstico; um aluno fazendo uma série de operações para chegar à resposta de um
problema de Matemática. Nesses casos, está sendo colocada em prática a síntese. Nas
ciências, esses dois métodos, embora opostos, são complementares.
Para lembrar:
32

Os recursos de análise e síntese são a base do método científico. Podem ser usados em
momentos diferentes, conforme a finalidade que se tenha. Mas, no todo, se completam

◊ O raciocínio
Os métodos de análise e síntese traduzem o funcionamento da mente humana ao
investigar com objectividade a realidade à sua volta. O raciocínio ligado à analise é
chamado dedutivo e o relacionado à sìntese chama-se Indutivo.
- Dedutivo - é o raciocínio que precede a análise
- Indutivo - é o raciocínio relacionado à síntese
Então, temos:

ANALISE DEDUCAO
SINTESE INDUCAO

► Método Indutivo
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, interfere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas
partes examinadas.
Resultado mais amplo que as premissas nas quais dse baseiam

O corvo 1 é negro
O corvo 2 é negro
O corvo 3 é negro
O corvo n é negro = TODO CORVO É NEGRO

O cobre conduz energia


O zinco conduz energia
O ferro conduz energia
O cobalto conduz energia,
Ora, cobre, Zinco, Ferro e Cobalto são metais

Logo, todo metal conduz energia

De premissas que encerram informações acerca de casos ou acontecimentos observados,


passa-se para uma conclusão que contem informações sobre casos ou acontecimentos não
observados.
Espécies de indução:
• Indução formal: equivale ao inverso da deduçãoe é submetida exclusivamente
às leis do pensamento, tendo como partida todos os casos de uma espécie ou de um
género e não apenas de alguns. Exemplo: Os corpos A, B, C, D, atraem o ferro; ora se os
corpos A, B, C, D são todos imãs, logo os imãs atraem ferro.
• Indução Científica: "e o raciocínio pelo qual se chega à conclusão de alguns
casos observados pela espécie que os compreende e a lei geral que os rege. Exemplo:
Verifica-se que certo número de vezes o óxido de carbono paralisa os glóbulos
33

sanguíneos; dessa observação infere-se que sempre, dadas as mesmas condições, o óxido
de carbono paralizará os globulos sanguíneos.
Regras de Indução:
• Deve-se estar seguro que a relação que se pretende generalizar seja
verdadeiramente essencial
• É necessário que os factos a que se estende a relação, sejam verdadeiramente
similares aos factos observados e que a causa se tome no senntido total e completo.

a) Observação do fenómeno
b) Descoberta das relações entre eles
c) Generalização da Informação

CAUSAS E SEMELHANÇA, FACTOS APROXIMAÇÃO E


MANIFESTAÇÕES SEM OBSERVAÇÃO FACTOS E FENÓMENOS
A C B

Observo: Pedro, José, Ricardo, etc. São mortais


Verifico: Relação HOMEN / MORTALIDADE
Generalizo: Todos os homens são mortais

O problema da Indução científica é apenas um caso particular do problema geral do


conhecimento abstrato, pois a lei cientifica não é mais do que um facto geral,
abstraído da Experiência sensível ( Jolivet, 1989 ).

► O Método Científico indutivo-confirmável


Galileu teorizou o método chamado experimental, que prioriza o conhecimento da lei,
salientando que as ciências naturais são ciências da quantidade, e assim iniciou o método
da indução experimental que sintetizamos logo abaixo:

a. Observação do fenómeno
b. Análise dos elementos constituintes do fenómeno, estabelecendo-se relações
quantitativas entre eles.
c. Indução de hipóteses a partir de análise de relação dos elementos constituintes do
fenómeno.
d. Verificação das hipóteses através de experimento
e. Generalização do resultado do experimento, obtendo-se uma lei a partir da
confirmação das hipóteses.

► Método Dedutivo

A dedução é a argumentação que toma explícitas verdades particulares contidas em


verdades universais. O ponto de partida é o antecedente, que afirma uma verdade
universal, e o ponto de chegada é o consequente, que afirma uma verdade menos geral ou
particular contida implicitamente no primeiro.
34

A técnica dessa argumentação consiste em construir estruturas lógicas, através do


relacionamento entre o antecedente e o consequente. É limitado, pois o conteúdo das
conclusões não pode exceder o das premissas.
Regras de validade das conclusões do processo dedutivo:
• Da verdade do antecedente segue-se a verdade do consequente
• Da falsidade do antecedente pode-se seguir a falsidade ou veracidade do
consequente.
Todo mamífero tem um coração, ora, Todos os cães que foram
Todos os cãoes são mamíferos observados (1,2,..n) tinham
Logo todos os cães têm coração. coração.

Logo todos os cães têm coração

Dedução Indução

Quais as diferenças?

◊ Se todas as premissas ◊ Todas as premissas são


São verdadeiras, a verdadeiras, a conclusão
Conclusão DEVE ser é provavelmente
Verdadeira Verdadeira

◊ Toda a Informação ◊ A Conclusão encerra


factual da conclusão já informação que não
estava implicitamente na estava nem implicitamente
premissa. Nas premissas.

DEDUTIVO INDUTIVO

Os argumentos matemáticos são dedutivos. Na geometria euclidiana do plano, os


teoremas são todos demonstrados a partir de axiomas e postulados; apesar do conteúdo
dos teoremas já estar fixado neles, este conteúdo está longe de ser óbvio.

Afirmação do antecedente ( modus ponens)


Negação do consequente ( modus tollens )

Se José tirar nota inferior a 5, será reprovado


José tirou inferior a 5
José será reprovado
Se p, então q Se p, entãoq
Ora, p Ora, não q
Então, q Então, não p

Exemplo:
Se a água ferver (p), então a temperatura é 100o (q).
35

A temperatura não alcançou 100o (q).


Então, a água não ferverá

► O Método Científico Dedutivo-Falseável


Este método é o da tentativa e erro, propicia condições para a correção ou refutação da
hipótese, fundamenta que o critério de falseabilidade demarca a ciencia da não ciência.
Uma teoria que ainda não foi rejeitada, ou seja, foi corroborada manterá sua validade.
Citamos o ( "modus tollens" ) como padrão da inferência dedutiva: Se A é verdadeiro,
então B também o é, se não é verdadeiro, A também não o é.

No final do século XVIII


Francis Bacon pregava O método Indutivo como meio de se produzir o conhecimento.
Este método entendia o conhecimento como resultado de experimentações contínuas e do
aprofundamento do conhecimento:
a. Experimentação
b. Formulação de hipóteses
c. Repetição da experimentação
d. Repetição para testagem das hipóteses
e. Formulação das generalizações e leis, após seguir os passos anteriores, o
cientista formula a lei que descobriu.
Por outro lado, através de seu Discurso sobre o método, René Descartes defendeu o
método dedutivo como aquele que possibilitaria a aquisição do conhecimento através da
elaboração lógica de hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação.
Descartes afirma ser verdadeiro o método dedutivo, tendo como modelo a matemática,
salienta-se dois momentos, a Intuição e a dedução.
► Análise da Indução
O método indutivo e o dedutivo provocaram o surgimento de duas grandes
correntes no pensamento moderno: o Empirismo, e o Racionalismo
Hegenberg apresenta alguns tipos de inferências indutivas: generalização
indutiva; generalização estatística; estatística direta; singular; preditiva padrão;
preditiva estatística; preditiva singular; de consequências verificáveis de uma
hipótese para a própria hipótese.
Hempel, demonstra quatro etapas que fundamentam a investigação científica
indutiva: Observação e registo dos factos, análise e classificação desses factos;
derivação indutiva de generalizações a partir deles; verificação adicional das
generalizações.

A Igreja e o pensamento mágico cederam lugar a um processo denominado, por alguns


historiadores, de "laicização da sociedade".
Se a Igreja trazia até o fim da idade média a hegemonia dos estudos e da explicação dos
fenómenos relacionados à vida, a ciência tomou a frente deste processo, fazendo da
Igreja e do pensamento religioso razão de ser dos estudos científicos.

► Método Hipotético-Dedutivo
36

O método científico parte de um problema(P1), ao qual se oferecesse uma espécie de


solução provisória, uma teoria-tentativa (TT), passando-se depois a criticar a solução,
com vista à eliminação do erro (EE), dando surgimento a novos problemas.

P1----------------TT----------------EE-----------P2--
Para Karl Popper, que propôs o método, a ciência começa e termina com problemas.
Fases
EXPECTATIVAS
Conhecimento
Prévio

Problema que surge frente as expectativas


E teorias existentes
PROBLEMA

Solução proposta consistindo numa conjectura


CONJECTURAS ( nova teoria)

FALSEAMENTO Tentativas de refutação pela observação


E experimentação

► Método Dialéctico

Para a dialéctica, as coisas não são analisadas na qualidade de objectos fixos, mas em
movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em vias de se
transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro.

Leis fundamentais:
a) Acção recíproca: Tudo se relaciona
b) Mudança dialéctica: negação da negação, tudo se transforma
c) Mudana qualitativa
d) Interpretação dos contrários, contradição

Segundo Engels, " para a dialéctica não há nada definitivo, de absoluto, de sagrado;
apresenta a caducidade de todas as coisas e em todas as coisas e, para ela, nada existe
além do processo ininterrupto do devir e do transitório".

O devir expressa que tudo tem uma "história"


Exemplo:
... A maçã resulta da flor, que resulta da árvore, e que o fruto verde, passa a ser maduro,
cai, apodrece, libera sementes que, por sua vez, dão origem a novas macieiras, se nada
interromper a sequência ...
37

Materialisme Dialéctico
Aplicado à Sociedade humana

Concepção filosófica de MARX e ENGELS, aplicada a sociologia e economia que


afirma:
A prioridade da actividade material, produtiva, dos homens, mediante a qual
sobrevivem, transformando a natureza e si próprios.
Forças produtivas constituem a factor dinâmico, ao qual, em cada etapa, correspondem
determinadas relações de produção, que por sua vez aceleradoras ou retardadoras das
transformações económicas, com as suas consequentes repercussões ideológicas e
institucionais.

Relações económicas como base do desnvolvimento social.

Mais Hstória...

No século XIX ( anos 1800 ) a ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia
que tudo só tinha explicação através da ciência. Como se o que não fosse científico não
correspondesse a verdade.
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, no século XIX
serviram como referência de desnvolvimento do conhecimento científico em todas as
áreas.
Augusto Comte na sociologia desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o
Postivismo.
Karl Marx, na Economia, procurou explicar as relações sociais através das questões
económicas, resultando no Materialismo-Dialético.
Charles Darwin revolucionou a Antropologia, e feriu os dogmas sacralizados pela
religião, com a Teoria da herediteriadade das Espécies ou Teoria da Evolução.

A Ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos
fenómenos sociais, biológicos, antropológicos, Físicos e naturais.

Mas, o que é Positivismo?


Corrente filosófica proposta por Augusto Compte que se caracteriza por considerar como
único tipo de conhecimento legítimo o que se encontra nas ciencias naturais, baseado na
observação, Experimentação e matematização. Os Positivistas criticam como falso e
enganoso o pensamento religioso e metafísico.

Pense
"Ordem e Progresso"
► Fluxograma da Pesquisa Científica
38

O processo de investigação deve ser planejado para que se obtenha conhecimentos


sistematizaodos e seguros. A flexibilidade permitirá a criatividade e a imaginação crítica
do investigador.
Podemos chamar os procedimentos científicos utilizados por uma Ciência no quadro
decsuas próprias pesquisas de técnicas. Existem técnicas associadas a testes de
laboratório, levantamento de opíniões de massa, coleta da dados estátisticas, condução de
entrevistas, determinacão de idade na arqueologia, e outros, sendo os meios correctos de
executar as operações de interesse da Ciência. O treinamento científico consiste no
domínio dessas técnicas. Certas técnicas são usadas por várias ciências ou mesmo por
todas. Ao conjunto dessas técnicas chamamos de Método, que são técnicas
suficientemente gerais para se tomarem procedimentos comuns a uma área das ciências
ou a todas elas.

Existe um método para todas as Ciências, que compreende um certo número de operações
usadas em qualquer tipo de pesquisa:

◊ Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses


◊ Efectuar operações e medidas
◊ Registar os dados observados no objectivo de comprovar a hipótese ou responder
perguntas
◊ Elaborar explicações ou rever conclusões, idéias ou opiniões em desacordo com as
respostas resultantes
◊ Generalizar as conclusões obtidas a todos os casos que envolvem condições similares
( indução)
◊ Prever que em certas condições existam certas relações.
O método se adopta ás diversas ciências, na medida em que a investigação de seu objecto
impõe o uso de técnicas especializadas pelo pesquizador.
Temos a existência de város tipos de pesquisa, que possuem além do núcleo comum de
procedimentos, suas peculiaridades próprias. Existe uma diferença entre a pesquisa pura e
a aplicada, Na pesquisa pura o pesquizador tem como objectivo a saber, procurando
satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento. Na pesquisa aplicada existe a
necessidade de contribuir para fins práticos, mais ou menos imediatos, buscando soluções
para problemas concretos. Ambas as pesquisas são indispensáveis para o avanço da
Ciência.
Focando no tipo geral, temos três tipos de Pesquisa: Bibliográfica, Descritiva e
Experimental.

Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica deve anteceder qualquer tipo de pesquisa em qualquer área,,, ou
para levantamento da situação da questão, fundamentação teórica ou justificativa dos
limites e contribuições da própria pesquisa. Ela procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em documentos, de forma independente ao percorrer
todos os passos formais do trabalho científico, ou como parte de uma pesquisa descritiva
ou experimental quando é feita com o objectivo de recolher informações ou
conhecimentos pévios acerca de um problema sobre o qual se procura a resposta ou
experimentação de uma hipótese.
39

Pesquisa Descritiva

A pesquisa descritiva observa, regista, analisa e correlaciona factos ou fenómenos, sem


manipulá-los ( sem a interferência do pesquisador), procurando descobrir com a precisão
possível, a frequência com que um fenómeno ocorre, sua relação e conexão com outros,
sua natureza e características. Busca conhecer certas situações que ocorrem na vida
social, política, ecnómica e demais aspectos de comportamento humano ( a nível de
indivíduo e comunidade ). É desenvolvida principalmente nas Ciências humanas e
sociais. Pode assumir diversas formas, sendo as Principais:

Estudos Exploratórios: é a pesquisa quase científica ou não científica, normalmente o


passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e auxílio nas hipóteses que possam
ser de uma pesquisa posterior. Eles não fazem hipóteses para testes no trabalho, mas
apenas definem objectivos buscam maiores informações sobre determinado assunto de
estudo, objectivando a familiarização com o fenómeno, ou mesmo obter uma nova
percepção do mesmo e elaborar novas idéias. Requer um planejamento flexível para
considerar os mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação.

Estudos Descritivos: é o estudo e descrição das características, propriedades ou relações


existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada, favorecendo as tarefas da
formulação clara do problema e da hipótese como tentativa de solução.

Pesquisa de Opinião: Procura saber atitudes, pontos de vista e preferências que as


pessoas têm a respeito de algum assunto, com o objectivo de tomar decisões, abrangendo
uma faixa muito grande de investigações para identificar falhas e erros, descrever
procedimentos, decobrir tendências, reconhecer interesses e outros comportamentos.

Pesquisa de Motivação: Procura saber as razões inconscientes e ocultas que


determinam certos comportamentos ou atitudes.
Estudo de caso: é a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou
comunidade para examinar os aspectos variados da sua vida.
Pesquisa Documental: são investigados documentos a fim de se poder descrever e
comparar usos e costumes, tendências, diferênças e outras características, estudando a
realidade presente, com dados colhidos da realidade, utilizando pela coleta de dados os
instrumentos observação, entrevista, questionário e formulário, resultando de inúmeras
tarefas, desde a escolha até o relatório final.

Pesquisa Experimental

Manipula directamente as variáveis relacionadas com o objecto de estudo, na relação


causa efeito de um determinado fenómeno, por meio da criação de situações de controle,
evitando a interferência de variáveis intervenientes, para observar o que acontece com as
variáveis dependentes, pretendendo dizer de que modo ou por que causas o fenómeno é
produzido, utilizando aparelhos e instrumentos modernos ou técnicas e procedimentos
apropriados.
40

Roteiro das Pesquisas Descritiva e Experimental


Estas pesquisas, apesar de percorrerem as fases da pesquisa bibliográfica, tem as
características próprias, de acordo com o roteiro:
1. Escolha do assunto: assunto significativo e adequado ao interesse e ao nível de
formação e às condições do pesquisador
2. Delimitação do assunto: seleccionar um tópico para ser estudado e analisado em
profundidade, tornando o assunto viável a ser pesquisado.
3. Justificativa da escolha: mostrar as razões da preferência pelo assunto escolhido
e sua importância face a outros temas.
4. Revisão da literatura: é a realização de uma pesquisa bibliográfica resumo de
assunto sobre a questão delimitada, para trazer informações sobre a situação
actual do problema, trabalhos realizados e opiniões existentes.
5. Formulação do problema: redigir de forma clara e objectiva a questão cuja
solução viável possa ser alcançada pela pesquisa, para expressar uma relação
entre duas ou mais variáveis, sendo fruto da revisão da literatura e reflexão
pessoal.
6. Enunciado da hipótese: Como resposta e explicação provisória, relaciona as
varáveis do problema levantado. Deve ser testável e rsponder ao problema. Num
trabalho, o número de hipóteses deve ser reduzido. Daí temos o conceito de
variáveis: aspectos, propridades ou factores reais ou potencialmente mensuráveis
através dos valores que assumem e discerníveis em um objecto de estudo, e pode
oscilar em cada caso particular. Destacam-se:
• Variável independente (X): é o factor , causa ou antecedente que determina
a ocorrência de outro fenómeno, efeito ou consequente.
• Variável dependente (Y): é o factor, efeito, ou resultado decorrente da
variável independente
• Variável interveniente ( W): é a que modifica a variável dependente sem
que tenha havido modificação na variável independente.

7. Definição operacional das variáveis: indica as operações a serem realizadas e os


mecanismos a serem usados para verificar a conexão existente entre a variável
independente e dependente.
8. Amostragem: Procura estabelecer generalizações a partir de observações em
grupos ou conjuntos de indivíduos chamados de " população" ou "universo",
sendo a pesquisa feita com uma parte representativa da população, denominada
amostra, e não com a totalidade dos indivíduos ( selecção segundo critérios ).
9. Instrumentos: na pesquisa descritiva mostra-se a técnica a ser usada para a coleta
de dados, como a ntrevista, o questionário e o formulário. Quando se trata de
pesquisa experimental, são descritos os instrumentos e materiais ou as técnicas a
serem usadas.
10. Procedimento: nas pesquisas descritivas faz-se a descrição detalhada detodos os
passos da coleta e registo dos dados, bem como as dificuldades, precauções,
supervisão e controle. Na pesquisa experimental é detalhada a forma usada para
fazer a observação, a manipulação da variável independente, o tipo de
experimento, o uso ou não de grupo de controle e a maneira do registo dos
41

resultados. Os dados devem ser apresentados sob forma descritiva em tabelas,


gráficos ou quadros, explicando-se por si mesmos, sem exigir esforço
interpretativo do leitor.
11. Análise dos dados: depois de coletados e sintetizados em tabelas, submetem-se
ao tratamento estatístico. Compara-se e analiza-se todas as informações
adquiridas nos passos anteriores.
12. Discussão dos resultados: é a generalização dos resultados obtidos com a análise,
com as inferências e generalizações cabíveis por parte do pesquisador bem como
com comparação com outros autores.
13. Conclusão: resmo dos resultados mais significativos da pesquisa e síntese dos
resultados que conduziram à comprovação ou rejeição da hipótese em estudo.
14. Bibliografia: referências bibliográficas que srviram de embasamento teórico
15. Anexos: constituídos de elementos complementares, como questionários e outras
fichas de observação e registo utilizadas no trabalho, que auxiliam a análise do
leitor da pesquisa.

► FASES DE UMA PESQUISA


6 Passos:
□ Seleccão do tópico ou Problema
□ Definição e diferenciação do problema
□ Levantamento de Hipóteses
□ Coleta, Sistematização e Classificação dos Dados
□ Análise e Interpretação dos Dados
□ Resultados: Relatórios técnicos, Monografia, Dissertação, Tese
Redacção

Apresentação

PLANEJAMENTO

Decisão
Objectivos
Preparação Esquema
Equipe
Recurso&Cronograma

Levantamento dos dados


Formulação do problema
Construção de hipóteses
Desenvolvimento Indicação das variáveis
Amostragem
Selecção da Metodologia
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Testes preliminares

Elaboração dos Dados


Execução Análise e Interpretação dos Dados
Representação dos Dados
Conclusões

RELATÓRIO DE PESQUISA

Modelo do processo de Investigação Científica segundo M.B.OGUNNIYI ( 1992 )

New Problem Clearly stated problem


Problem

Valid Library
Conclusion of
Knowledge Hypothesis

Further Logico-Math.
Expt. System & Data Collection
Creativity

Tentative Ethical &


Conclusion Regulation
Mechanism
43

TEMA 5. INTRODUÇÃO A CULTURA DE INVESTIGAÇÃO E LEITURA


CRÍTICA DUM TRABALHO CIENTÍFICO

■ Ética na Ciência
■ O Que Um Investigador deve ou não deve Fazer

Um dos assuntos mais debatidos atualmente, e talvez por isso um dos que causa mais
confusão e conflitos ideológicos á a atuação da ética no campo científico; discussão que
certamente ainda viverá muitos debates para encontrar uma solução que seja, portanto,
ética.
A discussão sobre a ética na ciência envolve vários grupos antagónicos: os cientistas, a
igreja, a sociedade ( cliente, consumidora e sofredora de consequências ).
A ciência vem trazendo informações e atitudes positivas para as nossas vidas; entretanto,
as vezes essas atitudes, quando usadas sem ética, podem comprometer -nos e nos trazer
depreciações.
Por exemplo favorecendo o desenvolvimento da tecnologia e da automação em
detrimento do emprego de muitos funcionários, estes certamente poderão encontrar a
miséria e a fome , que virão com o desemprego. Por outro lado, é difícil conciliar esses
dois caminhos ( o da automação e o da "humanização" da mão-de-obra ), pois para o
emprezário um é sempre mais lucrativo e produtivo. E a produtividade é importante
dentro da realidade em que o mundo vive, onde faltam alimento e vários produtos básicos
para muitas pessoas.
O problema é ainda muito maior no campo das ciências biomédicas: caso de clonagem.

A honestidade científica e a observação dos princípios da boa prática científica, são


pressupostos imprescindíveis de todo trabalho científico que tem por objectivo alcançar
novos conhecimentos e deve merecer o respeito público.
Os atentados aos princípios da boa prática científica podem revestir diversas formas, do
pouco cuidado na aplicação de métodos científicos ou na apresentação documentada de
resultados, até a comportamentos gravemente incorrectos no plano científico envolvendo
falsificação e logro premeditados.
Em qualq uer caso, tais atentados são incompatíveis com a própria essência do
conhecimento científico, como processo metódico e sistemático de descoberta dirigido à
aquisição de novo conhecimento verificável.
Para além disso, destroem a confiança do público na credibilidade dos resultados
científicos e a própria confiança entre cientistas que é um importante pressuposto do
trabalho científico em colaboração, assente numa divisão do trabalho, hoje determinante
para o progresso da ciência.
44

Ainda que a desonestidade em Ciência não possa ser inteiramente evitada por meio de
regulamentos, as correspondentes disposições podem todavia garantir que todos os
participantes no processo de criação científica seja dado conhecimento por via
regulamentar das normas da boa prática científica. Co isso dar-se-á um importante
contributo para contrariar comportamentos científicos incorrectos.
O documento: " Agir responsavelmente em Ciência " elaborado por um grupo de
trabalho do conselho científico da Sociedade Max Planck contem notas sobre esta
problemática de normas de boa prática científica.

Princípios gerais do trabalho científico


a) Regras respeitantes à prática científica quotidiana:

- Observar com rigor as regras de obtenção e selecção de dados próprias da


disciplina em causa;
- Guardar e conservar de forma segura os dados primários; documentar de forma
inequívoca e susceptível de permitir a respectiva reprodução, todos os resultados
importantes;
- Respeitar a regra do cepticismo sistemático: abertura à dúvida mesmo acerca dos
próprios resultados ou dos resultados do grupo a que se pertence;
- Explicitar os pressupostos axiomáticos implícitos; refrear fantasias induzidas por
considerações morais ou interesse egoísta; sistematicamente, dar atenção a
possíveis erros de interpretação devidos a uma apreensão incompleta do objecto
de estudo, por razões metodológicas ( sobre-generalização )
b) Regras da colegialidade e cooperação:
- Não levantar obstáculos ao trabalho científico de concorrentes, por exemplo,
atrasando trabalhos de revisão ( reviews) ou transmitindo a terceiros, resultados
científicos recebidos em confidência;
- Promover a qualificação científica dos jovens investigadores
- Abrir-se a críticas e dúvidas de colegas e colaboradores
- Agir de forma cuidadosa, desinteressada e imparcial, na abonação de colegas;
furtar-se a deixar-se mover por simpatias pessoais.
c) Regras respeitantes à publicação de resultados:

- Dar lugar à publicação, por princípio, dar resultados obtidos com utilização de
recursos públicos ( princípio do carácter público da investigação fundamental );
- Tornar público, de forma adequada, mesmo hipóteses não confirmadas, e
reconhecer erros ( princípio da cultura científica tolerante ao erro );
- Agir com estrita honestidade no reconhecimento e adequada consideração das
contribuições de precursores, concorrentes e colaboradores ( princípio do
reconhecimento ).

CIÊNCIA E ÉTICA: ONDE ESTÃO OS LIMITES?


a) Reducionismo versus Diálogo
45

Alguns autores, ao falarem em Ciência, reparam apenas em seu poder e em sua


autonomia. Os problemas decorrentes do uso ou da aplicação adequada e o seu
contrário, inadequada, parecem não merecer a menor atenção.
A partir das afirmações de alguns cientistas, descobre-se o carácter unidimensional e
reducionista de alguma das suas avaliações sobre o valor e a importância das
descobertas científicas e das suas aplicações.
Walter Gilbert, prêmio Nobel de Química em 1980, define o genoma humano como "
a verdadeira chave do ser humano, o que define as nossas possibilidades e limites
como membros da espécie HOMO SAPIENS" ( GILBERT, apud GOLUB, 1994,
p.207).
Da mesma forma, Arthur Kornberg, Bioquímico, prêmio Nobel em 1959, afirma:
Devemos à Ciência o nosso entendimento da natureza do universo, as origens da vida
no cosmos e o parentesco íntimo com os nossos vizinhos terrestres. Enquanto temos
poucas ou nenhuma solução científica para os problemas económicos ou para viver
em paz com nós mesmos ou com os nossos semelhantes,não há dúvida de que daqui a
um tempo só um profundo conhecimento da química da vida poderá oferecer a
esperança da solução desses difíceis problemas ( KORNBERG, apud GOLUB, 1994,
p. 8)
A questão da preponderância e prevalência da ciência é incontestável no texto a
seguir, de Francis Crick, geneticista e prêmio Nobel de Medicina em 1962:
Nenhum recém-nascido deveria ser reconhecido como ser humano antes de ser
submetido a um determinado número de testes sobre a sua carga genética. (...) caso
não supere esses exames ele perde o seu direito à vida ( CRICK, apudALLAIS, 1996,
p. 43).
O hiato existente no texto anterior entre Ciência e pessoa humana não deixa de ser
estremecedor:
Os conceitos de autonomia e superioridade da ciência e das suas aplicações parecem
ser evidentes conforme as colocações até aqui realizadas. Assim sendo, é possível
perguntar-se: existem limites alheios à ciência para a aplicação dos princípios
científicos? Perante os possíveis conflitos entre ciência e ética, quais os critérios para
fixar os limites? Em caso afirmativo, cabe a quem estabelecê-los?
Esse é também outros questionamentos semelhantes poderiam ser levantados para
aprofundar o tema. Contudo, as perguntas colocadas são suficientes para entender a
magnitude do problema.
Um outro grande cientista, hematologista e oncologista, o presidente da Academia de
Ciencias da França e, também, primeiro presidente do comité Nacional consultivo
para as Ciências da vida e da saúde daquele país, o prof. Jean Bernard. Afirma em sua
obra De La Biologie á l'Étique: " Novos poderes da ciência, novos deveres do
homem" ( Bernard, 1990 ).
Em breves palavras, ele coloca o paradigma fundamental e esclarece o conjunto das
questões e dúvidas apresentadas. Ciência e Dever, quer dizer, saber agir
correctamente ( Ciência e ética ) não podem se ignorar mutuamente. Cabe ao
homem e à mulher decidir sobre a utilização correcta da ciência e da técnica para o
serviço e bem-estar da humanidade, em uma palavra, da pessoa humana.
Na sua obra La Bioéthique, este ilustre cientista Bernard diz que nessa imprescindível
relação entre ciência e ética há necessidade de um protagonismo insubstituível, a
46

colaboração, a opinião e o diálogo de todos os membros da sociedade como pessoas


responsáveis e interessadas no tema.
" A ética da biologia, da medicina, não pertence somente aos biólogos, aos médicos.
(...) Ela é apanágio de todos os cidadaos" ( Bernard, 1994, p.114).

b) Necessidade de estabelecimento de limites de carácter ético para um bom uso


das ciências biomédicas e da genética molecular.
Os limites de caracter ético que devem orientar o uso adequado ou correcto ( bom uso
) da ciência e, particularmente, das ciências biomédicas e da genética molecular estão
directamente relacionados com os direitos humanos. Os direitos humanos, por sua
vez, têm um denominador comum: a dignidade Humana. A dignidade humana é um
elemento nuclear da ética e do direito.
Um outro limite de carácter ético às diversas aplicações da tecnologia, decorrentes do
progresso da ciência, é a autonomia do ser humano, devidamente formulado na
história da filisofia moral ou ética por Immanuel Kant e John Stuart Mill, entre outros
autores.
Um outro limite de carácter ético é o que John Rawls, em sua obra A Theory of
Justice, denomina de auto-respeito. " Provavelmente o bem primário mais
importante é o auto-respeito" ( RAWLS, 1971, p.440 ).
O diálogo e a discussão das normas a seguir, assim como o princípio ou a norma
consensual, é outro limite de carácter ético. Karl Otto Apel fala na função ética da
racionalidade discursiva, pois ela tem o princípio ou a metanorma processual da
fundamentação das normas nos dicursos práticos ( APEL, 1986, p. 87 ).
Até aqui foram colocados alguns limites que têm a sua origem em autores
reconhecidos da filosofia moral ou ética. A seguir trataremos dos exemplos práticos
desses limites provenientes de declarações contemporâneas relacionadas com o
mundo científico: foram seleccionados dois documentos importantes: A Declaração
Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos (1997) ( UNESCO, 1997 ) e
A DeclaraçãoIbero-latino-americana da Ética e Genética, também conhecida como
Declaração de Manzanillo ( 1996), revisada em Buenos Aires, em 1998 ( programa
latinoamericano del Genoma Humano. Declaração de Manzanillo, 1998, p.143-145).
-Alguns exemplos de limites de carácter ético contidos na Declaração Universal do
Genoma Humano:
Todos têm direito ao respeito por sua dignidade e seus direitos humanos,
independentemente de suas características genéticas.( Art. 2o a)
Essa dignidade faz com que seja imperativo não reduzir os indivíduos a suas
características genéticas e respeitar sua singularidade e diversidade.( Art. 2o b)
Pesquisas, tratamento ou diagnóstico que afetem o genoma de um individuo devem
ser empreendidos somente após a rigorosa avaliação prévia dos potenciais riscos e
benefícios a serem incorridos.( Art. 5o a)
Em todos os casos é obrigatório o consentimento prévio, livre e informado da pessoa
envolvida. ( Art. 5ob)
Nenhuma pesquisa ou aplicação de pesquisa relativa ao genoma humano (...) deve
prevalecer sobre o respeito aos direitos humanos, às libedades fundamentais a à
dignidade humana dos indivíduos ou, quando for o caso, de grupo de pessoas. (
Art.10 )
47

- Na Declaração Ibero-latino-americana de Ética e Genética merecem ser


destacados os princípios a seguir:
É necessário respeitar a especificidade e diversidade genética dos povos, assim como
sua autonomia e dignidade como tais.(Terceiro d)
O Consentimento livre e informado para a realização das provas genéticas e
intervenções sobre o genoma humano deve ser garantido (..) em especial quando se
trata de menores, incapazes e grupos que requeiram uma tutela especial. ( Quinto d).

Depois do exposto acima, é evidente o carácter indissociável existente entre ética e


ciência. Os limites de carácter ético pautam, portanto, o exercício adequado das
aplicações da técnica para o bem-estar e respeito do homem e da mulher.

Em Conclusão, A aparente unidimensionalidade e reducionismo da ciência é superada


na consideração da sua aplicação e finalidade: O bem-estar do homem e da mulher e,
em última instância, da vida no cosmos.
O carácter indissociável do progresso da ciência e das exigências éticas que devem
acompanhá-lo têm a força de um imperativo moral para os cidadões do século XXI.
Este imperativo moral tem, contudo, formas diversas de ser implementado. Os
desafios decorrentes do uso e aplicação da ciência e da tecnologia ultrapassam os
limites de uma só forma, modo ou solução eticamente correcta ou boa.
Os limites que acompanham o desenolvimento e aplicação da ciência, decorrentes dos
direitos e valores humanos ( liberdade, autonomia e dignidade ) não a destroem nem
aniquilam, mas orientam, pautam e desafiam o seu bom desempenho.

■ Direitos de Autor
O Que é o direito de autor?

Juridicamente, o direito de autor é um direito do homem ( cfr.declaração universal dos


direitos do homem ) e um direito fundamental dos cidadões ( cfr. Constituição da
República ).

Praticamente, é a contrapartida económica da utilização por terceiros das obras literárias


e artísticas ( na sua vertente patrimonial ) e a garantia do respeito pela paternidade e
integridade dessas obras ( na sua vertente pessoal ou moral ).

Com as tecnologias de informação e comunicação, e muito em especial a internet, a


problemática dos direitos de autor ganhou novos contornos, devido às facilidades de
reprodução, alteração e difusão de uma obra original. " A fronteira entre abuso, cópia
ilegal, danificação do original e uma estética dominante de reutilização é muito fina e
difícil de julgar com precisão num contexto de excesso de atenção mediática aos
problemas em causa"

Hoje em dia, o direito de autor, deixou de estar somente ligado à clássica imagem da
pessoa física, para ser um direito de protecção, não apenas da criação literária e artística,
mas também da publicação e duplicação em rede de conteúdos.
48

■ Ler de modo Crítico trabalhos de Investigação e Sobre Investigação

A coleta , análise e interpretação dos dados é tarefa cansativa que exige sempre muita
paciência e perseverança. Deve -se usar as normas e técnicas da leitura inteligente. Quem
não sabe ler cientificamente as obras escritas não saberá tomar boas anotações.
Processos de leitura:
Podemos classificar a leitura em três tipos: formativa, distração e informativa.

Leitura de reconhecimento e pré-leitura


Deve certificar o pesquisador da existência ou não das informações que procura, além de
proporcionar uma visão global das mesmas. Faz-se a leitura de reconhecimento ou pré-
leitura examinando a folha de rosto, os índices, a bibliografia, citações prefácio,
introdução e conclusão. Os primeiros parágrafos geralmente trazem o conjunto dos dados
mais importantes.

Leitura selectiva

Eliminar o dispensável para fixar-se no que realmente é de interesse. É necessário definir


critérios de selecção. Para seleccionar os dados e informações é necessário definir os
critérios. Os critérios da leitura selectiva são os propósitos do trabalho.

Leitura Crítica ou Reflexiva


Estudo propriamente dito dos textos, com a finalidade de saber o que o autor afirma
sobre o assunto. Envolve um esforço reflexivo que se manifesta através de operações de
análise, comparação, síntese, julgamento, dos dados referentes au assunto ou problema.
Supõe a capacidade de escolher as idéias principais e diferenciá-las entre si e das
secundárias. É passo que condiciona a posterior classificação das mesmas em função do
plano definitivo. Parte -se de uma visão global para a operação da análise. Esta envolve
os processos de diferenciação ou busca de idéias directrizes, secundárias, pelo interior. A
análise dos documentos desdobra-se nas operações:
1. Identificação e escolha da idéia directriz e secundárias
2. Diferenciação e comparação das idéias
3. Compreensão do significado dos termos ou conceitos
4. Julgamento do material através da leitura interpretativa

Leitura interpretativa
É a última fase da leitura de um texto e sua aplicação aos fins particulares da pesquisa .
Implica em:
1. Procurar saber o que o autor realmente afirma, quais os dados que oferece e as
informações que transmite, os problemas, hipóteses, teses, provas e conclusões. O
pesquisador não pode incorporar conclusões alheias que não repousem sob provas
convincentes.
2. Relacionar os problemas onde se procura solução, em função dos propósitos do
pesquisador, aplicando-se na solução dos problemas formulados na pesquisa.
49

3. Julgar o material coletado em função do critério verdade. Duvidar da realidade de


toda e qualquer propósição. Uma afirmação sem provas só servira como ponto de
referência e não como conclusão.
Feita a análise e julgamento, deve-se sintetizar os dados descobertos num conjunto
organizado ( plano do assunto ). Surge, definitivo no fim da leitura informativa com um
sistema orgânico.

TEMA 6. ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DUM TRABALHO CIENTÍFICO

Estrutura do Trabalho Científico: Introdução. Desenvolvimento. Conclusão.

Num trabalho científico três coisas devem acontecer: deve ser inteligente, deve possuir
uma estrutura orgânica e formar uma unidade. As partes do trabalho devem ter uma
sequência lógica rigorosa que deve ser determinada pela estrutura do discurso. O sentido
das partes deve estar logicamente inserido no contexto. O trabalho científico deve possuir
as seguintes partes fundamentais na sua estrutura: Introdução, desenvolvimento e
conclusão.

Introdução
A introdução deve situar o leitor no contexto da pesquisa, informando a finalidade do
trabalho, devendo ser considerado os seguintes aspectos:
a. A apresentação do problema deve ser clara;
b. O objectivos delimitam o alcance da investigação, que aspectos se
pretende analisar, e o que se propõe fazer;
c. A justificativa que destaca a importância do tema abordado, suas
divergências, e contribuições.
d. As definições devem ser esclarecidas;
e. A metodologia deve ser esclarecida;
f. A revisão de literatura, deve ser demonstrada;
g. As hipótese devem ser apresentadas;
h. As dificuldades, quanto relevantes, devem ser expostas.
A introdução deve esclarecer o leitor a respeito do teor da problematização do tema do
trabalho, assim como a sua natureza. Deve-se evitar na introdução os retrospectos
teóricos, a apresentação dos resultados e discursos grandiloquentes. Deve ser sintética e
deve versar somente sobre a temática do trabalho, sendo a última parte do trabalho que
deve ser escrita.
Desenvolvimento

O desenvolvimento retoma o problema inicial da introdução, seguindo uma exposição


lógica, estabelecendo relações entre as variáveis, apresentando o resultado dos testes,
avaliando as hipóteses e formulando as principais conclusões, utilizando-se dos capítulos,
secções e subsecções, porém, sem perder a unidade.
Os subtítulos devem possuir um sentido próprio e os títulos dos capítulos devem ser
temáticos e expressivos, ou seja, devem dar a ideia exacta do conteúdo do sector que eles
50

intitulam. A fundamentação lógica do tema deve ser exposta e provada. O seu objectivo
deve ser explicar, discutir e demonstrar.

Conclusão

Através da reunião sintética das principais ideias e conclusões parciais obtidas, a


conclusão apresenta o resultado final, tendo em vista o problema inicial, no entanto, é
comum não esgotar por completo o tema investigado, apontando problemas para futuras
investigações.

Resumidamente, na introdução, anuncia-se o que se pretende fazer; no corpo ou


desenvolvimento deve estar desenvolvida a ideia que foi anunciada, e na conclusão deve
estar resumido ou sintetizado aquilo que se conseguiu realizar.

Normas Técnicas de Apresentação do Relatório de Pesquisa

Os resultados obtidos na investigação científica são comunicados através do relatório de


pesquisa que apresenta algumas normas técnicas conforme segue:
Distribuição da matéria constitui-ce da seguinte maneira:
a. Folha de rosto
b. Prefácio
c. Sumário
d. Lista de tabelas, gráficos ou ilustrações
e. Introdução, desenvolvimento e conclusão
f. Apêndice
g. Referências bibliográficas e bibliografia

2a variante
a. capa
b. Folha de rosto
c. Sumário
d. Texto ( Introdução, desenvolvimento e conclusão )
e. Glossário
f. Referências bibliográficas
g. Anexos
h. Capa
a
3 variante: caso de Monografias científicas ( Dissertação ou tese )
a. Capa, página de rosto
b. Página de dedicatória
c. Página de observação
d. Página de aprovação
e. Sumário
f. Lista de tabelas e/ou figuras
51

g. Resumo
h. Corpo de trabalho ( Introdução, desenvolvimento e conclusão )
i. Apêndices
j. Anexos
k. Bibliografia
l. Capa

A Ordem dos elementos bibliográficos

Os elementos devem ser apresentados em ordem, conforme a referência, se for um livro,


parte dele, periódicos, artigos de jornais, etc.
Deve-se apresentar a bibliografia final segundo a ordem alfabética dos autores e se
desejar, a numeração dos títulos pode ocorrer. Deve ser respeitada a maneira de se expor,
a forma gráfica do texto ( tipo e tamanho do papel), a formatação das margens. As
páginas devem ser numeradas a partir da página de rosto. O número deve ser colocado no
alto da página, no meio ou de preferência à direita no canto direito superior ). Deve ser
respeitado o tipo de espaçamento.

A construção das notas de rodapé, deve ser observada e estas deverão ser separadas por
um traço, sendo respeitadas o seu alcance e a sua distância em centimetros da última
linha. Devem ser respeitadas também a sua margem a posição dos números de chamada e
o espaçamento simples, diferente do espaçamento do trabalho científico. Observam-se
também no texto do trabalho, o início dos seus parágrafos, os capítulos que devem ser
iniciados em uma nova página, e os seus títulos, observando que as letras devem ser
maiúsculas, distância quanto ao limite superior, sua centralização na folha, e a numeração
que deve ser feita em algarismos romanos.

A capa inicial de um trabalho científico deve conter o nome do autor com letras
maiúsculas; o título do trabalho e abaixo deve vir a cidade e o ano.
Depois, vem a página de rosto onde aparece, o nome do autor, título do trabalho, uma
explanação referente à natureza do trabalho, a que se destina, o objectivo académico e a
instituição a que se destina; e em baixo deve constar a cidade e o ano.

O Sumário deve esquematizar as principais divisões do trabalho tais como: partes,


secções, capítulos, etc. Deve estar indicada a página em que cada divisão se inicia.Devem
estar indicados também , o prefácio, as listas, tabelas e bibliografias.. Esta página vem
logo após a folha de rosto e caso o trabalho tenha tabelas, figuras ou ilustrações, serão
elaboradas listas que se situam com a respectiva paginação, após o sumário.

Além do núcleo do trabalho, que é composto pela introdução, desenvolvimento e


conclusão, o trabalho pode ainda conter, apêndices e anexos. Os apêndices são
desenvolvimentos autónomos elaborados pelo próprio autor para complementar o
raciocínio lógico e os anexos, são documentos que nem sempre são do próprio autor, mas
que servem de complemento ao trabalho e complementam a sua pesquisa.

Bibliografia
52

A bibliografia é a enumeração completa de toda a documentação utilizada na pesquisa.


Cada publicação é mencionada na bibliografia através de uma " referência bibliográfica".
Entende-se por referência bibliográfica um conjunto de elementos descritivos, essenciais
e complementares que permitem a identificação de uma publicação, no todo ou em parte.
Os elementos que compõem uma referência bibliográfica podem ser essenciais ou
complementares.
Essenciais são aqueles elementos indispensáveis a identificação do documento, como por
exemplo seu autor, título, etc.
São complementares aqueles elementos que permitem com mais detalhes, caracterizar,
localizar ou obter o documento. A indicação do número de páginas da obra, por exemplo,
é um elemento complementar.
No relatório de pesquisa, a bibliografia utilizada deve iniciar em página nova, com o
cabeçalho, Bibliografia, escrito a 10 espaços duplos ( aproximadamente 8 cm ) da borda
superior, em letras maiúsculas e devidamente centrado.
O texto, isto é , as referências bibliográficas iniciam a 3espaços duplos (
aproximadamente 2,5 cm ) abaixo do cabeçalho, devendo as mesmas serem numeradas
em ordem crescente e listadas em ordem alfabética de acordo com o sobrenome dos
autores.

A ordem dos elementos de cada referência bibliográfica deve estar de acordo com as
normas específicas da técnica bibliográfica.( ver Guia Prático para Referências
Bibliográficas em anexo ou http://www.terravista.pt/AguaAlto/1018/GI_l.html)

Elaboração de Relatório de Aulas laboratoriais de Química ( em geral e diferentes


variantes em função de cada Opção: Química Analítica, Química Inorgânica e Física,
Química Orgânica )

Regras Básicas da Confecção de pré-projectos e projectos de Pesquisa

Segue-se abaixo algumas regras básicas da construção de pré-projectos e projectos de


pesquisa para que os alunos tenham um guia de referência rápida que contemple aquilo
que encontramos de forma mais detalhada nos bons livros-textos sobre Metodologia de
Investigação Científica..

Partes Constituintes de um Pré-Projecto:

- Título
- Problema de Pesquisa
- Hipóteses ou Perguntas de Pesquisa
- Justificativa
- Metodologia
- Fontes bibliográficas

Título do Trabalho:
53

Deve ser condizente com os objectivos do trabalho, ou seja, deve deixar claro ao leitor,
do que se trata na pesquisa. Exemplo: Um trabalho realizado sobre stress por alunos da
disciplina Métodos de Investigação psicológica; o grupo estava interessado em comparar
o nível de stress de professoras que ministram aulas no ensino fundamental em escolas
públicas, privadas e especiais ( para crianças com necessidades especiais ). Então o título
foi o seguinte: "Níveis de Estresse em Professoras de Escola da Rede Pública, Particular
e de Ensino Especial"
Deve-se evitar usar títulos vagos como "Depressão", "Ansiedade", "Stress". Esses temas,
assim como todos os demais, são extremamente amplos e cabem um sem número de
possibilidades de pesquisa. Deve ser mais específico indicando o que, como e em quem.
Por exemplo: " Risco de Depressão em Idosos Asilados e Não-Asilados".

Problema de Pesquisa:

Mostra qual é a situação que norteia o trabalho de pesquisa. Ele segue uma estratégia
lógica. Isto é, parte de ideias ( ou hipóteses) existentes e a partir delas elabora uma nova
hipótese a qual o pesquisador colocará em teste.

Hipótese ou Pergunta de Pesquisa:

A hipótese ou pergunta de pesquisa diz respeito, especificamente, aquilo que você irá
tentar averiguar ou responder em seu trabalho. As hipóteses são afirmações sobre um
fenómeno e são sempre escritas desta forma. As perguntas, como já é de se supor, são
escritas de forma interrogativa e questionam um determinado fenómeno.

As hipóteses são mais utilizadas quando você já possui informações sobre o fenómeno a
ser estudado e quer saber se estas predições que outros autores fizeram sobre este
fenómeno são confirmadas no seu próprio trabalho. Isto significa que você irá testar a
validade destas afirmações. Daí já pode-se concluir que Hipóteses são utilizadas quando
você quer utilizar uma metodologia experimental ou quase-experimental.
No caso do exemplo acima sobre Stress, vários pesquisadores tem relatado que o trabalho
do professor é muito estressante. Se adicionamos a este professor o problema das
dificuldades de aprendizagem que acometem a maioria das crianças com problemas
cerebrais, deveriamos encontrar níveis de stress ainda maiores nestes professores, do que
outros que trabalham com crianças com crianças que não apresentam necessidades
especiais. Como ficaria formulada a hipótese? " Professores de alunos com necessidades
especiais apresentam maiores escores de stress do que professores de crianças normais".
Como você pode perceber essa é uma affirmação. Isto não significa que o fenómeno
realmente existe... é apenas um constructo lógico. Não necessariamente este fenómeno
realmente ocorre. Era isso que se queria verificar, se esta hipótese é confirmada ou
refutada em nossa pesquisa.
54

Por outro lado, as perguntas de pesquisa são geralmente utilizadas em designs descritivos
( método descritivo), interessados em aprofundar mais o conhecimento existente sobre
um fenómeno, explorando-o mais. Por terem um carácter mais exploratório, as perguntas
de pesquisa não são tão específicas quanto as hipóteses, contudo, não deixam de ter
objectividade.

Por exemplo, você deseja investigar, junto a sua comunidade, qual a relação das pessoas
com lixo que produzem, isto é, quais são as práticas utilizadas para descartar aquilo que
consideramos imprestável. Elas separam o lixo pelas suas qualidades materiais ( metais,
vidros, material orgânico e papel )? Se o fazem qual a motivação? Se não fazem quais são
os motivos? Existem diferenças relacionadas ao nível de instrução e a realização da
selecção do lixo ? Existem diferenças sexuais neste comportamento? As pessoas sabem
que seu lixo pode ser reciclado? Elas sabem das vantagens e desvantagens da reciclagem
do lixo?
Como deve ter percebido, há uma miríade de perguntas que poderiam ser feitas neste
exemplo. Isto é o que chamamos de Problematização. As perguntas servem de guia para
orientar o trabalho de pesquisa e ao mesmo tempo delimita o campo de observação. Elas
são ao mesmo tempo, amplas e objectivas.

Justificativa

Nesta secção deve deixar claro a importância deste trabalho. Pode começar expondo o
problema ( mais detalhado que na secção problema ), suas implicações para a
compreensão do fenomeno e suas implicações práticas ( ou seja, para que serve este
estudo?).
Nessa secção deve demonstrar sua habilidade para articular o conhecimento já adquirido
sobre o fenómeno e seus insights sobre o mesmo.
No exemplo de stress em professoras, a justificativa foi elaborada citando os problemas
que os efeitos do stress sobre o educador podem trazer para a qualidade do processo
ensino-aprendizagem. Em seguida argumentou-se sobre a importância da identificação do
stress como uma forma de garantir sua prevenção, pois na medida em que sabemos a
probabilidade de tal acontecimento as chances de que possamos lidar com ele de uma
forma assertiva aumentam e, neste caso específico ( o do stress em professoras de ensino
público, privado e de educação especial ), aumentam a qualidade dos serviços oferecidos
e da vida das pessoas afectadas directamente pelo stress.

Metodologia

Nesta secção você deve detalhar a constituição da sua amostra, os seus instrumentos ou
materiais a serem utilizados para coletar dados e o modo como você executará a coleta,
propriamente dita.
Esta secção é dividida em três subsecções:
1) amostra
2) materiais ou instrumentos
3) procedimento
55

Amostra
Aqui deve esclarecer quem será a amostra. Deve detalhá-la o máximo possível mesmo
que seja apenas uma estimativa ( no caso de designs descritivos). Dados como o número
de indivíduos, sexo, faixa etária, se serão estudantes ( de onde ? ) ou outra categoria
funcional e se foram voluntários ou não. Outros dados podem ser importantes
dependendo do que você precisa caracterizar nesta amostra. No estudo de stress
caracterizou-se a amostra como professoras de carga horária integral, isto significa que
não interessava professoras que desempenhavam sua tarefa somentedurante um período.
Você poderia ainda, por exemplo, querer comparar dados de pessoas cardiacas com
pessoas sem histórico de doenças cardíacas. Então você deveria descrever que tipo de
paciente cardíaco você tem. Pessoas que já enfartaram pelo menos uma vez, pessoas que
nunca enfartaram mas são hipertensos e fazem tratamento para cardiopatias, etc. Sua
amostra sempre depende do que você pretende estudar e as descrições que você precisa
relatar no projecto são exactamente aquelas que são importantes para a validade do seu
estudo.

Materiais e/ou Instrumentos


Nesta secção deve descrever o que pretende utilizar para coletar os dados de sua mostra.
Isto não quer dizer que deva descrever as canetas, o papel ou detalhes técnicos, por
exemplo, de uma câmera filadora. O que deve entrar ne descrição são, por exemplo, os
questinários que você desenvolveu para a coleta de dados, explicando por que não utiliza
de um instrumento já existente ( ele não foi criado, já existe mas os dados que você
precisa para a sua pesquisa em especial não foram contemplados neste material, etc. ). Se
o instrumento já existe você primeiro precisa saber se ele é validado ( Isto é , se ele
confiavelmente resgata o dado que você quer ), se não o for você precisa descevê-lo e
colocá-lo em anexo. Se é um instrumento conhecido e validado basta citar o nome de
instrumento, por quem foi criado e algumas referências de seu uso ( outros autores que já
o tenham utilizado com propósitos semelhantes).

Procedimentos
Nesta secção você deve descrever, de um modo claro e preciso, como será efectuada a
coleta de dados. É importante citar o "setting" ( ambiente e contexto, por exemplo, se os
dados forem coletados em sala de aula, em escritórios, em laboratório; se a aplicação é
coletiva ou individual, etc. ) onde será aplicado o(s) instrumento(s), qual a ordem de
apresentação dos instrumentos, quais as instruções que serão repassadas aos sujeitos,
quais outras variáveis ( se houver) serÃo medidas ( ou observadas), se heverá treino( se
for necessário ) e por que, tempo estimado de aplicação dos procedimentos, e quaisquer
outras informações necessárias para que o leitor possa saber exactamente o que você fará
em campo.

Fontes Bibliográficas

A última ma, não menos importante , parte do pré-projecto de pesquisa é a citação das
fontes bibliográficas que você usou e estará utilizando para planejar e executar o seu
trabalho. Ela se torna de extrema importância porque dá aval ao seu emprendimento e
56

permite ao leitor ( e orientador ) verificar se o seu problema está, em termos lógicos, bem
encaminhado.
A função desta secção é a de fornecer ao leitor a oportunidade de conhecer as fontes de
idéias de seu trabalho bem como dar respaldo às suas interpretações dos dados e dos
fenómenos analisados.

Partes Constituintes de um Projecto

Normalmente um projecto de pesquisa apresenta as seguintes partes:


Título do trabalho
Introdução
Objectivos
Metodologia
Fontes bibliográficas
Orçamento
Cronograma

Título do Trabalho

Seguir as mesmas instruções dadas no pré-projecto de pesquisa.

Introdução

A introdução de um projecto de pesquisa engloba a justicativa, a revisão bibliográfica e


as hipóteses ou perguntas de pesquisa. Ela pode ( e é recomendável ) ser dividida em
subseções ou capítulos. Normalmente, você pode iniciar pela justificativa, passando pelos
subtemas nos quais você vai fundamentar suas hipóteses É de suma importância que você
contextualize as hipóteses a medida em que as vai apresentando, isto é, mostre como os
autores chegaram a propor tais explicacões para estes factos, forneça resultados de
pesquisa e as conclusões que foram alcançadas.

Se você não possui hipóteses mas perguntas de pesquisa, o procedimento é o mesmo.


Procure embasar todas as questões que você levanta mostrando claramente de onde elas
vêem e como elas são relacionadas.

Não faça de seu projecto um recorte de citações. Priorize a sua interpretação dos dados da
literatura. Isto não significa que você não deva citá-las, apenas procure usar mais as suas
próprias palavras e indicando de onde estão sendo " puxadas " estas informações.

Tente ser conciso (a), não acrescente dados que nada acrescentam aos objectivos do
projecto. Prenda-se ao escopo do seu trabalho. Caso sejá necessário acrescentar algo, seu
orientador(a) lhe dará as devidas instruções.
Dedique os últimos parágrafos do seu conteúdo introdutório à " costura"dos conteúdos
que você apresentou anteriormente e deixando claras as hipóteses que nortearão o
projecto.
57

Objectivos

A secção de objectivos deve mostrar quais são as intenções do projecto. Geralmente ela é
subdividida em duas partes: os objectivos gerais e os objectivos específicos. Os
objectivos gerais, como o próprio termo já diz, mostram as contribuições teóricas e/ou
práticas que este trabalho pode trazer a médio e longo prazo. Os objectivos específicos
dizem respeito as respostas imediatas que você pretende alcançar com os resultados deste
trabalho.
Por exemplo, em um trabalho sobre reconhecimento de parentesco através de fotos, os
objectivos do grupo foram:
Gerais:
1) Contribuir na compreensão dos mecanismos do reconhecimento de
parentesco;
2) Analisar as diferenças sexuais no reconhecimento de parentesco

Específicos:
1) Testar o reconhecimento de parentesco através de fotos de
pais/filhos/filhas e mães/filhos/filhas em estudantes universitários;
2) Levantar a existência ou não de diferenças sexuais na habilidade de
reconhecer parentesco em fotos;
3) Averiguar se existem diferenças significativas de reconhecimento entre os
pareamentos pai/filho, pai/filha, mãe/filho e mãe/filha.

Metodologia

Seguir os padrões descritos no pré-projecto.

Fontes Bibliográficas

Seguir os padrões descritos no pré-projecto

Orçamento

Aqui deve descrever o custo do seu projecto. Devem constar os custos com material (
permanente e de consumo ), pessoal e serviços. Faz-se necessário também, a decrição do
uso destes.
Material permanente - equipamentos ( computadores, impressoras, móveis, softwares,
maquinário de labaratório, etc. ), com suas devidas especificações (por exemplo:
computador IBM, modelo Pentium III, 500 Mhz, com 64 Mb de RAM,...)
Material de consumo - folhas, tinta para impressoras, material de escritório em geral,
filmes para máquinas fotográficas, fitas magnéticas, material de laboratório como tubos
de ensaio, placas de vidro,etc.).
Pessoal - bolsistas, técnicos e outros profissionais que trabalharão no projecto
diretamente. Especificando o função que exercerá, o tempo dedicado ( em horas ) e o
custo.
58

Serviços - reprografia (xerox), revelação de fotos, serviços de outro laboratório,


condução, COMUT ( selos ), etc.

MATERIAL PERMANENTE
Descrição do Quantidade Custo Custo total Descrição de uso
equipamento unitário (USD )
( USD )
Computador p. III, 02 2.099,00 4.198,00 Análise de dados,
500Mhz, 64 Mb acesso a base de
RAM, placa de vídeo dados na internet,
de 4 Mb,... execução de
trabalho de coleta
on-line, ...
Impressora Epson 01 450,00 450,00 Impressão de
Styllus color 640 material técnico,
relatórios, ...

MATERIAL DE CONSUMO
Descrição Quantidade Custo unitário Custo total Descrição de
( USD ) ( USD ) uso
Resma de papel 02 5,00 10,00 Relatórios,
A4 dados
estatísticos, ...
Tinta para 05 35,00 175,00 Alimentação da
impressora impressora
Epson

SERVIÇOS
Descrição do Quantidade Custo mensal Custo total Descrição da tarefa
pessoal ( USD ) ( USD )
bolsista 02 250,00 3.000,00 Análise de dados,
( 12 meses ) acesso a base de dados
na internet, execução do
trabalho de coleta on-
line, ...

Cronograma
Demostra como os passos do projecto, e em que tempo( durante a execução do trabalho),
será realizado. Abaixo temos o exemplo de um projecto que será executado em 8
semanas ( poderia também ser em dias, meses, anos ). O tempo de execução depende do
tipo de trabalho realizado.
59

Descrição 1a 2a 3a 4a 5a 6a 7a 8a
das tarefas semana semana semana Semana Semana Semana Semana semana
Revisão x x x x x x x x
bibliográfica
Contacto x x
com a
população
Coleta de x x x
dados
Análise de x x x
dados
Confecção x
de relatórios

ANEXOS

Em anexo: - Um modelo de Projecto


- Guia Prático para referências Bibliográficas
- Acesso à Informação Científica Electrónica - Direcção dos serviços de
Documentação da UEM

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