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Marcia Boroski1
Resumo: A cultura visual constitui uma teia inerente às práticas sociais e atua como
elemento constituinte da midiatização. Nesta perspectiva, alguns personagens tornam-se
decisivos para a alimentação deste sistema. O objetivo deste artigo é identificar o que se
tem de teorias consolidadas na literatura acerca do tema, tendo como horizonte a
gênese, as características principais e os processos de celebrização que se estabelecem a
partir das visualidades. Partimos da premissa que celebridade pode ser entendida, dadas
as novas condições midiáticas de existência, como um tipo contemporâneo do
olimpiano (Morin, 1984). A dinâmica da celebridade gira em torno da atenção que o ser
social necessita, em diversas condições, como nascimento, declínio, concessão da
celebrização, conceito de microcelebridades e outros.
Abstract: Visual culture constitutes a web inherent practices social and act as element
constituint of mediatization. In this perspective, some characters became crucial for
supply this system . The objective of this papper is identify what have about this theme
on literature consolidated theories, having as horizon genesis, as main features and
processes celebrization are established from visually. We start from the premise that
celebrity can be understood, given new media conditions of existence, as a
contemporary type of olimpian (Morin, 1984). Celebrities dynamics rotate about
attention to the social be needs, conditions as in, birth, decline, granting celebritization
concept of microcelebrities and outros.
Introdução
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Jornalista e mestre em Comunicação pela UEL. Professora Colaboradora no curso de jornalismo da
UEPG. E-mail: marciaboroski@yahoo.com.br.
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Gênese da Celebridade
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Celebridade e encantamento
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Talvez seja por isso que as palavras "famoso" e "famosa", que costumavam
ser adjetivos qualificativos — e, portanto, deviam acompanhar um digno
substantivo que os justificasse: um artista famoso, uma atriz famosa, um
famoso político etc —, hoje têm se tornado substantivos auto-justificáveis:
um famoso, uma famosa, um grupo de famosos. Na nossa "sociedade do
espetáculo", a celebridade se auto-legitima. Por que os famosos são famosos?
A única resposta possível, para boa parte dos casos, é que os famosos são
famosos porque são famosos. (SIBILIA, 2010)
Categorias da Celebridade
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Celebridade e Religião
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Declínio e celebrificação
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orquestrada para que ela atinja a imortalidade mítica. Tão lucrativa quanto a exposição
da vida de uma celebridade é sua morte.
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celebridade é também um fator pré-condicional para obter poder político, tamanha sua
ubiquidade social.
Pseudoacontecimento
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Microcelebridades
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revelam outras particularidades dos usos e do consumo da internet, como por exemplo,
a deliberação de padrões de conduta dentro de grupos que interagem entre si na internet.
Ou seja, a representação ocorre segundo padrões e através de relações de poder que irão
legitimá-la. Braga (2010) defende ainda que o status de microcelebridade tal como
propõe é condicionado à ausência de grande capital de investimento (já que basta ter
tempo e disponibilidade de banda larga) e também aos modos de produção e consumo,
os quais são rápidos e efêmeros. Em outra mídia desenvolvida anteriormente, mas que
ainda sobrevive paralelamente, como a televisão, o custo de produção de uma
celebridade é maior, assim como o tempo de permanência.
A discussão da representação e da identidade a partir do ambiente virtual
das redes sociais requer passagem pela questão da credibilidade. O “oligopólio de
enunciação midiática”, conforme fala Braga, traduz a gama de possibilidades de criação
que a internet possibilita. A legitimidade (ou a falta de legitimação) dos produtores
descomprometidos da internet confere subjetividade aos sujeitos, como por exemplo, os
das microcelebridades. Braga (2010) as define como “pessoas comuns, de idades e
profissões variadas, que se aventuram a produzir material literário ou jornalístico no
âmbito da chamada Web 2.0, estimuladas pelas facilidades que a ferramenta apresenta”
(p. 6). O processo de legitimação das microcelebridades é encarado por Braga (2010)
por duas vias: legitimação do público (discriminado pelo número de acessos) e
legitimação por pares (que considera os espaços que a citam e a linkam).
É comum, uma vez legitimadas e tornando-se projetivas no âmbito
virtual, as microcelebridades passarem a ser alvo de interesse de outros meios de
comunicação de massa, como a televisão. Tal fenômeno é comemorado no universo
virtual. Contudo, Braga (2010) explica que o prefixo micro vem a traduzir a atuação e
projeção destas personas no microcosmo midiático, de forma semelhante aos meios de
comunicação de massa, e a transfiguração em celebridade. Dentro das peculiaridades
apontadas pela autora estão também a falta de controle do que é emitido sobre a
microcelebridade e a forma e impressão de recepção de conteúdo.
Braga (2010) argumenta que o meio digital por si só, não confere fama
ao sujeito. A transposição de mídias ocorrida quando o mesmo aparece na televisão
corrobora para o endosso do status de celebridade, com grande poder simbólico. Além
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que o cinema tornou as estrelas mais palpáveis aos fãs, mas nunca sem deixar de prezar
pela boa aparência e pela sedução, previamente modelados.
Para explicar a obsolescência da celebridade, Lipovetsky (2009) diz que
as estrelas sustentam-se através de uma relação de paixonite dos fãs por elas. Ou seja,
uma relação de admiração ou amor intensa, efêmera e avassaladora, como o primeiro
amor na adolescência. E o habitat das celebridades é catalisador para ilimitadas
identificações e projeções, ainda mais para um público que tende a fugir do cotidiano.
Isso exaltou um homem mais voltado para si, para seus desejos de novidades e seu
prazer por imagens e aparências. Nesse estágio cabe perfeitamente um ser que viverá
simbolicamente os desejos inalcançáveis, servirá de modelo estético de projeção-
identificação e que poderá ser substituído, sem perda de valores e sentidos, por um novo
personagem.
Algumas considerações
Referências
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MORIN, Edgar. Cultura de massas do século XX: o espírito do tempo – Neurose. Rio
de Janeiro: Forense-Universitário, 1984.
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