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7 – Sistema cardiovascular
Veias cardinais comuns esquerda e direita são formadas pelas veias cardinais anteriores
e posteriores, que retornam o sangue pobre em oxigênio da cabeça e do corpo do
embrião, respectivamente. Na oitava semana do desenvolvimento, forma-se uma
anastomose entre as veias cardinais anteriores esquerda e direita, resultando na
formação da veia braquiocefálica esquerda desviando o fluxo sanguíneo do lado
esquerdo para o lado direito, levando a degeneração da parte caudal da veia cardinal
anterior esquerda. A veia cardinal anterior direita e a veia cardinal comum direita darão
origem a veia cava superior (VCS). As veias cardinais posteriores se desenvolvem
primariamente como os vasos do mesonefro, que são rins temporários, e desaparecem
amplamente com estes rins transitórios, restando como derivados adultos a raiz da veia
ázigo e as veias ilíacas comuns (Fig. 8 –A e B).
As veias umbilicais esquerda e direita levam o sangue rico em oxigênio da placenta para
o seio venoso. Durante a formação do fígado, a veia umbilical direita degenera, assim
como a porção da veia umbilical esquerda entre o seio venoso e o fígado, restando
apenas a porção proximal da veia umbilical esquerda que chega ao fígado. Com o
aumento do aporte sanguíneo da placenta, há a formação de uma comunicação entre a
veia umbilical esquerda e a veia cava inferior, chamado de ducto venoso, possibilitando
a passagem direta do sangue oxigenado por dentro do fígado chegando ao coração (Fig.
8 –A).
As veias vitelínicas levam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical, pelo ducto
onfaloentérico (vitelínico) que liga a vesícula umbilical ao intestino médio, passando
pelo septo transverso, desaguando no seio venoso. A veia vitelínica esquerda regride
enquanto a veia vitelínica direita forma a maior parte do sistema porta hepático e parte
da veia cava inferior (Fig. 8 –A e B).
Tem início com a formação dos coxins endocárdios, que consistem em massas de tecido
da geleia cardíaca, nas paredes ventral e dorsal do canal atrioventricular (Fig. 10-A). Os
coxins endocárdicos são invadidos por células mesenquimais levando a um aumento de
tamanho destes, resultando na sua aproximação e consequente fusão, dividindo o canal
atrioventricular em canais atrioventriculares direito e esquerdo (Fig. 10 – B e C).
O septo primário vai crescendo e se fusiona com o coxin endocárdio fechando o forame
primário e resultando no septo atrioventricular primitivo (Fig. 11 – A3). No entanto,
parte do septo primário sofre apoptose formando uma segunda comunicação entre os
átrios direito e esquerdo, o forame secundário – foramen secundum (Fig. 11 – A2, B2 e
B3).
A cavitação das paredes ventriculares forma uma trama esponjosa de feixes musculares
– as trabéculas cárneas. Alguns desses feixes formam os músculos papilares e as cordas
tendíneas (Fig. 12 – B e C).
Circulação fetal
O átrio direito (Fig. 15-IV) também recebe sangue pobremente oxigenado que retorna
da cabeça e membros superiores através da veia cava superior (Fig. 15-X) e também do
seio coronário. Este sangue irá se misturar com uma pequena quantidade de sangue
bem oxigenado oriundo da veia cava inferior que permaneceu no átrio direito devido a
extremidade inferior do septo secundário. Do átrio direito então, este sangue
“misturado” irá para o ventrículo direito (Fig. 15-XI), saindo pelo tronco pulmonar (Fig.
15-XII), onde a maior parte deste sangue passará pelo ducto arterioso (Fig. 15-XIII)
desaguando na parte descendente da aorta (Fig. 15-XIV) em direção ao corpo do feto
para nutrir as vísceras e a parte inferior do corpo, retornando à placenta pelas artérias
umbilicais (Fig. 15-XV). Uma pequena parte deste sangue sai do tronco pulmonar e vai
para os pulmões fetais, que devido a sua alta resistência vascular, possui um baixo fluxo
sanguíneo.
Ao estudarmos a circulação sanguínea fetal, pudemos observar uma mistura entre
sangue ricamente oxigenado com sangue pobremente oxigenado. Teoricamente, esta
dessaturação do sangue altamente oxigenado pode ocorrer nos seguintes lugares:
FIGADO – pela mistura com um pequeno volume de sangue que retorna do sistema
porta; VEIA CAVA INFERIOR – que carrega sangue pouco oxigenado oriundo dos
membros inferiores, da pelve e dos rins; ÁTRIO DIREITO – pela mistura com o sangue da
cabeça e membros superiores; ÁTRIO ESQUERDO – pela mistura com o sangue que
retorna dos pulmões; e na entrada do ducto arterioso na aorta descente.
Esta ligação temporária entre o tronco pulmonar e o arco da aorta, se fecha quase que
imediatamente após o nascimento através da contração de sua parede muscular. Essa
contração é mediada pela bradicinina, uma substância vasoconstritora potente de
músculo liso liberada pelos pulmões durante a insuflação inicial, porém acredita-se que
a sua obliteração completa ocorra pela proliferação de sua túnica intima e leva cerca de
1 a 3 meses. No adulto, o ducto arterial dará origem ao ligamento arterioso (Fig. 16-2)
Seu fechamento ocorre após o fechamento das artérias umbilicais. Assim, o sangue da
placenta pode entrar no recém-nascido por algum tempo após o nascimento. No adulto,
formará o ligamento redondo hepático na margem inferior do ligamento falciforme (Fig.
16-4).
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Sadler, TW. Langman – Embriologia Médica, 11ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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