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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Luiz Inácio Lula da Silva

MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad

GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ


Simão Robison Oliveira Jatene

VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO PARÁ


Valéria Vinagre Pires Franco

SECRETARIA ESPECIAL DE GESTÃO


Teresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa

SECRETARIA ESPECIAL DE PROMOÇÃO SOCIAL


Gerson dos Santos Peres

SECRETARIA EXECUTIVA DA FAZENDA


Maria Rute Tostes da Silva

SECRETARIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO


Rosa Maria Chaves da Cunha

SECRETARIA ADJUNTA DE ENSINO


Rosa Amélia Regis de Araújo

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO


FUNDAMENTAL
Roberta da Trindade Pantoja

COORDENAÇÃO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO FISCAL


Maria de Fátima Cravo de Sousa
Zilda Maria Moraes Benjamin
Organizadores

SEDUC:
Maria de Fátima Cravo de Sousa
Mírtila Saraiva de Freitas
Ricardo Augusto Gomes Pereira
Rosana Chermont Mesquita
Maria Lúcia do Santo Reis

REVISÃO DE CONTEÚDO TÉCNICO:


Solange do Socorro Margalho do Vale
Wlademir Nogueira Júnior
Zilda Maria Moraes Benjamin

Secretaria Executiva de Educação. Programa de Educação Fiscal


Caderno de Atividades: Conhecer, saber fazer e ser Cidadão /
Maria de Fátima Cravo de Sousa. Org. Belém: Editora, 2005.

24 p. : (Educação para a Cidadania, 1)


1. Ensino Atividades Pedagógicas. 2. Cidadania. Título I.
CDD 340.5
APRESENTAÇÃO 08

I PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISCAL 09


1.1 OBJETIVOS 09

II A EDUCAÇÃO FISCAL 10

2.1 Estado, Governo, Sociedade e Escola 10

2.2 Cidadania 11

2.3 Gestão Pública 12

2.4 Tributo 13

2.4.1- Espécies Tributárias 13

2.5 Documentos Fiscais 14

2.6 Sonegação e Evasão Fiscal 15

III CONSTRUINDO OS SABERES 17

3.1 Uma Possibilidade metodológica 19

3.1.1 Produção de textos 19

3.1.2 Arte 22

BIBLIOGRAFIA 29

GLOSSÁRIO 30

7
APRESENTAÇÃO

Estas orientações pedagógicas foram elaboradas com base no Programa de


Educação Fiscal, objetivando incentivar os educadores na inovação de práticas educativas
que fortaleçam o exercício da cidadania nas séries do Ensino Fundamental.
Este trabalho busca organizar os conhecimentos, através de uma abordagem
interdisciplinar e contextual para que os conteúdos relativos ao fisco perpassem por todo o
currículo de forma transversal, provocando a real construção e reconstrução do
conhecimento, possibilitando a autonomia intelectual, social, cultural e econômica dos
envolvidos, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades do aprender a fazer.

COORDENAÇÃO DO PEFI/PA

8
I - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISCAL
O Programa de Educação Fiscal, criado pelo Conselho Nacional de Política
Fazendária sob a coordenação da Escola Administrativa do Ministério da Fazenda, tem
como objetivo principal sensibilizar e proporcionar formação aos cidadãos no que se refere
aos seus direitos e deveres como sujeitos ativos, produtivos e participativos na gestão
administrativa tributária, financeira, política e social da sociedade.
O Programa investe na capacitação de docentes das escolas de Ensino Fundamental
e Médio, na perspectiva de viabilizar a construção e reconstrução do conhecimento na
formação de alunos-cidadãos, conscientes da função socioeconômica dos tributos para o
desenvolvimento da sociedade.
Ressalta-se que o Programa também investe na elaboração e produção de material
didático, como vídeos, revistas e manuais que contribuem para práticas pedagógicas
inovadoras.
No Estado do Pará, o Programa foi efetivamente implantado através de parceria
entre as Secretarias Executivas da Fazenda e da Educação, com a criação do grupo de
Educação Fiscal do Estado PEFI-PARÁ. Atualmente, com a entrada da Receita Federal,
ganhou mais um parceiro, para corroborar com o processo de formação de educadores,
alunos e comunidade.
1.1 - OBJETIVOS

Possibilitar a implantação e implementação de discussões e reflexões sobre a


Educação Fiscal nas escolas oficiais de ensino fundamental e médio, proporcionando
a construção e reconstrução do conhecimento acerca da relação Estado, Governo e
Sociedade;

Sensibilizar os professores para a importância do exercício da cidadania, tendo como


eixo a Educação Fiscal, subsidiando-os através de orientações pedagógicas para o
desenvolvimento dessas questões em sala de aula;

Viabilizar informações fundamentais sobre arrecadação e sonegação de tributos,


sensibilizando para a participação efetiva de cidadãos e cidadãs no controle
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II - EDUCAÇÃO FISCAL

A Institucionalização da Educação Fiscal objetiva o exercício da cidadania, via a


compreensão da realidade social, da consciência do interesse público coletivo como
partícipes na rejeição, denúncia e combate à sonegação dos tributos, bem como o
reconhecimento do trabalho de seus governantes quando realizado corretamente.
Nessa perspectiva trabalharemos o processo de formação dos cidadãos a partir dos
conceitos básicos para a compreensão da organização social.

2.1 ESTADO, GOVERNO, SOCIEDADE E ESCOLA

É necessário discutir/refletir acerca das concepções de Estado, Governo, Sociedade


e Escola, construídas, historicamente em nosso cotidiano, para que possamos repensar as
relações estabelecidas entre os cidadãos e o governo. Esta relação - cidadão/governo -
deveria caracterizar-se pelo exercício da cidadania, no que diz respeito ao controle social e
pelo Estado, contribuindo na divulgação das contas públicas e a democratização da
administração do bem público.

Estado
Constitui-se em um poder instituído pela sociedade para ser vivenciado, exercido e
dinamizado através dos representantes legais do povo, representando a estrutura
institucional, legal, jurídica e constitucional de poder.

Governo
Classe dirigente composta por pessoas escolhidas pela sociedade que vão exercer a
administração do Estado, onde o poder se dá por intermédio das políticas públicas,
através de planos de ação para governar.
O governo é democrático quando os dirigentes são escolhidos livremente pela
sociedade e o povo pode interferir nos processos administrativos, participando
criticamente no controle social da ação política, inclusive sobre o comportamento
ético dos dirigentes.

10
Sociedade
Formação social autônoma organizada a partir das experiências produzidas
historicamente pela humanidade.

Escola
Constitui uma das instituições sociais responsáveis pela formação humana, através
do processo educativo de construção/reconstrução do conhecimento e de valores
sociais que possam contribuir para o pleno exercício da cidadania.

2.2 CIDADANIA

À medida que o homem se desenvolve como ser social, isto é, como sujeito coletivo,
vai construindo, estabelecendo normas e regras de convivência que são instituídas pelo
Estado.
A cidadania se expande e firma-se na sociedade na medida em que os indivíduos adquirem
direitos e ampliam sua participação na organização do Estado.
A cidadania é uma prática que se constrói ao longo da história da humanidade, por
isso, a importância dos movimentos sociais na sua construção. Os direitos e deveres que
constituem os atos da cidadania são sempre conquistas, resultados de um processo
histórico no qual grupos e nações lutam para adquiri-los e fazê-los valer.
O direito primordial, estabelecido em lei, imprescindível a qualquer cidadão, diz
respeito à vida. Este, entretanto, necessita ser analisado na perspectiva de um outro direito,
também assegurado em lei: “Todos são iguais perante a lei”. Vejamos:

Se todos são iguais perante a lei, aonde reside a fundamentação para a


desigualdade social?

Se a lei assegura saúde, moradia, educação, saneamento básico e outras


questões fundamentais, por que muitos não as têm?

O Brasil, por sua constituição histórica e constante importação de modelos


socioeconômicos, não conseguiu construir, efetivamente, mecanismos de inclusão da
participação popular, visto que, a constituição do Estado brasileiro tem origem num modelo
de dominação patrimonial e burocrático, no qual o povo sempre foi mantido distante das
11
decisões, o que significa afirmar que a relação existente entre Estado e Sociedade tem
como base a dominação. Esse processo histórico, construído dissociado do ideário
igualitário, não possibilitou que os cidadãos se conscientizassem de seus direitos civis,
políticos e sociais.
As últimas décadas do século XX exigiram que os governantes estabelecessem a
discussão e reflexão sobre o processo de modernização do Estado, em função das novas
políticas econômicas mundiais, tendo a democracia como princípio mediador na relação
Estado e Sociedade.
O processo democrático como necessidade para a reorganização e reestruturação
do Estado, do Governo e da própria Sociedade, obriga a escola a uma nova organização
curricular que vá romper com a fragmentação do conhecimento. Essa nova organização
implica em resignificar esses conhecimentos a partir das questões sociais, contribuindo para
a formação de cidadãos críticos, que possam participar efetivamente do controle social.
Nesse sentido, a escola como instituição social torna-se um espaço preferencial para
reforçar a idéia de que a cidadania se concretiza no cotidiano das pessoas.

2.3 GESTÃO PÚBLICA

A gestão pública caracteriza-se pela administração dos recursos que o Governo tem
disponível, de forma a atender as demandas da sociedade.
O governo detecta os pleitos da sociedade através de levantamentos socioeconômicos que
ou são realizados por meio de orçamentos participativos ou pela administração pública.
O orçamento é fundamental para a promoção do desenvolvimento efetivo da
sociedade, mas é necessário que a população reconheça a importância de sua participação
nas decisões, no acompanhamento e fiscalização da execução orçamentária, tendo como
base os princípios orçamentários: da unidade, da universalidade, da anualidade, do
equilíbrio, da publicidade e da clareza.
Ressalta-se que o dever de contribuir (pagar os tributos) e fiscalizar são o que
realmente pode garantir a existência de um Estado eminentemente democrático com uma
gestão transparente, que se reflete na prestação de serviços para toda a população, como
educação, saúde, saneamento e outros.
A gestão pública, nessa perspectiva, é um processo de gerenciamento dos recursos
adquiridos pelo Estado, onde o planejamento, a transparência, o controle e a
responsabilização configuram-se na modernização de uma administração democrática, que
garanta o exercício pleno da cidadania.

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2.4 TRIBUTO

Sua origem advém desde a criação das primeiras sociedades. Na Idade Média eles
eram cobrados como se fossem obrigações dos servos para com os seus senhores pelo
usufruto da terra. Hoje, com a evolução das concepções de Estado, eles passaram a ter o
objetivo de propiciar o bem estar social, ou seja, ao serem recolhidos da sociedade é justo
que esta tenha o retorno através do atendimento de suas necessidades no que concerne a:
saúde (hospitais, medicamentos); educação (escolas, creches e universidades de
qualidade); segurança pública, habitação, estradas, saneamento básico e outros benefícios
sociais.

2.4.1 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

a) O IMPOSTO é o tributo mais importante. É arrecadado pela União, Estado, Distrito


Federal e Município e tem a finalidade de suprir as necessidades públicas sem a
obrigatoriedade de retribuição direta àquele que o paga. Ele atinge a totalidade dos
cidadãos, independentemente do volume de contribuição de cada um.
Os impostos arrecadados pela União são:

Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR)


Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
Imposto sobre Importação (II)
Imposto sobre Exportação (IE)
Impostos Residuais
Impostos Extraordinários

O Estado arrecada os seguintes:

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a


Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS)
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer Bens ou
13
Direitos (ITCD)
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotivos (IPVA)

Os arrecadados pelo Município são:

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)


Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis-Inter-Vivos (ITBI)
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU)

b) TAXAS são tributos que se caracterizam pela relação custo-benefício, ou seja, por um
serviço que utilizamos ou está a nossa disposição e que gera despesa para o Poder Público.

Veja como:

Prestar-lhe um serviço diretamente.


Ex: 2ª via de documentos, alvará de construção, etc.
Colocar serviços a sua disposição.
Ex: coleta de lixo, iluminação pública, etc.

c) CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA é o tributo em que o Poder Público pode cobrar do


beneficiário um valor quando o cidadão teve seu imóvel valorizado pela construção de
alguma
obra pública.
Ex: abertura de ruas, de estradas, etc.
Somente com a arrecadação dos tributos e sua honesta aplicação é que se poderá
provocar as mudanças que a sociedade clama. Na conquista da cidadania, educar o
cidadão é despertar a consciência fiscal para o combate à sonegação, exigindo nota ou
cupom fiscal, mas é, também, fiscalizar as ações administrativas do Estado, as quais devem
ser claras para que se possa regular os gastos públicos.
Se existem deveres que a Constituição Federal preconiza ao cidadão brasileiro,
também existem direitos a serem preservados como vida dignificada pelo trabalho, pela
saúde, pela educação, enfim pela justiça social.

2.5 DOCUMENTOS FISCAIS

14
São instrumentos utilizados pelos contribuintes a fim de que mercadorias ou
prestações de serviços adquiram aspectos legais. São obrigatórios, garantidos em
legislação que os padroniza para serem usados em todo o território nacional. Os mais
utilizados são a NOTA FISCAL ou CUPOM
FISCAL. Eles possuem características próprias
e trazem impressa a expressão Nota fiscal ou
Cupom fiscal; a inscrição estadual; as notas de
rodapé, onde constam os períodos de validade,
a série e até o nome da gráfica autorizada a
imprimir o documento.
Nestes documentos o empresário ou a
máquina, no caso do cupom, discrimina o tipo e
quantidade de mercadoria, seu valor
monetário, a data de emissão e saída da
mercadoria.
Aprender a (re) conhecer estes documentos é
muito importante, porque ainda nos deparamos
com empresas descomprometidas com a
Nota Fiscal
resolução das questões sociais, como por
exemplo, com a qualidade de vida.
Algumas passam para o consumidor a falsa idéia de que “nota de orçamento” e “nota
de controle” tem a mesma legalidade das outras, o que não é verdade. Nós, consumidores,
precisamos ter a certeza da legalidade da mercadoria, da qualidade do produto que
estamos adquirindo e, principalmente, a certeza de que os impostos que pagamos irão ser
encaminhados corretamente.

2.6 SONEGAÇÃO FISCAL

Pessoas comprometidas com a qualidade de vida da comunidade, de seu bairro, de


seu município, seu estado e seu país, se preocupam em evitar o que chamamos de fuga
tributária ou como é mais comumente conhecida SONEGAÇÃO FISCAL, sonegação
tributária ou fraude fiscal.
O que caracteriza este ato ilícito é a falta de legalidade da empresa. Pode ser a falta
de documentação, a não emissão da Nota Fiscal quando da venda de um produto ou o não
recolhimento do tributo quando acontece a prestação de um serviço.
15
O comodismo e a falta de iniciativa nos impedem de buscar uma consciência crítica
sobre como funciona a máquina arrecadatória do Estado e qual é o nosso papel nessa
estrutura. A pressa de sair da loja e a timidez de “incomodar” o lojista fazem com que
deixemos a exigência da Nota Fiscal para segundo plano.
Sem a exigência da Nota Fiscal por parte do consumidor, o Governo não tem como
arrecadar do comerciante o imposto sobre quaisquer produtos vendidos, uma vez que o
empresário não fica obrigado a declarar a venda efetivada. Assim, o Governo fica
impossibilitado de oferecer bens e serviços públicos com qualidade, tais como: hospitais,
escolas, habitação e outros.
Daí a necessidade de sermos conhecedores dos tributos que devem ser arrecadados
para exigirmos a Nota Fiscal, pois desta forma estaremos contribuindo com o impedimento
da sonegação fiscal.

16
III CONSTRUINDO OS SABERES
Sabemos que os professores quase nunca têm tempo nem condições financeiras
para promover a continuidade de sua formação. Por outro lado, a maioria das escolas e
muitas Secretarias de Educação não possibilitam, com freqüência sistemática, momentos
de troca e/ou horas de estudo para que os projetos político-pedagógicos possam significar
a formação continuada de sujeitos capazes de exercerem ações cidadãs.
Dentre tantos problemas existe um que precisa ser refletido: é a ação de “manter
vivo e atuante o vínculo entre a visão filosófica e as intenções pedagógicas” (Rego, 1995).
Tornando-se fundamental o repensar sobre como acontece e se manifesta a aprendizagem.
Nesse sentido, destacamos a concepção de Paulo Freire que afirma ser função da
aprendizagem a reflexão em alunos e professores no que tange a realidade social para que
sejamos capazes de realizar transformações significativas.
Como a função da escola também é preparar o alunado para o “mundo adulto e
suas contradições, fornecendo-lhes instrumental por meio da aquisição de conteúdos e da
socialização, para uma participação organizada“ (Maraninchi, 2003), o desafio hoje é
construir uma escola para o homem multidimensional, o qual é biológico, psíquico, social,
afetivo e racional.
Por isso, “o conhecimento do conhecimento, que comporta a integração do
conhecedor em seu conhecimento, deve ser, para a educação, um princípio e uma
necessidade permanentes” (Morim, p. 31). Daí, não ser mais possível pensar a
aprendizagem de forma fragmentada. Ter apenas informações é insuficiente já que elas
necessitam estar num contexto para que sejam compreendidas. O conhecimento é fator
indispensável para o exercício da cidadania, se constrói no campo das idéias e na relação
estabelecida entre educando, objeto de conhecimento e realidade, viabilizando no campo
das ações. Nesse sentido, a escola como espaço por excelência da construção do
conhecimento, deve primar pela aprendizagem do educando, possibilitando o
desenvolvimento de sua autonomia como sujeito cognoscível.
Partindo das reflexões acima, a Educação Fiscal aponta a possibilidade de discutir a
Cidadania e a Realidade a partir dos eixos Relação Estado-Cidadão, Arrecadação Tributária
e Gestão Pública, compreendendo que não basta apenas ter informações dessas questões,
mas possibilitar este conhecimento no campo das ações. Assim, faz-se necessária a
17
compreensão desses conteúdos junto ao conhecimento das demais disciplinas curriculares
trabalhadas na escola, para que a percepção da realidade na qual o sujeito está inserido
seja realmente efetivada.
Devemos ainda refletir criticamente sobre a relação teoria e prática e a participação
efetiva de cada cidadão na sociedade, compreendendo que a práxis pedagógica - teoria
dominada pelo sujeito e que forçosamente vincula-se as suas ações - faz com que professor
e aluno apreendam o movimento do real. Daí, a busca na sala de aula da permanente
interação entre professor e aluno, objeto do conhecimento e realidade, constitui-se em um
novo paradigma pedagógico - o educando agindo sobre o objeto de conhecimento, tendo o
professor como mediador deste processo.
Evidencia-se então, que a construção e reconstrução do conhecimento necessita do
estabelecimento de parceria entre educador e educando, na medida em que o educador é
intermediador no processo de aprendizagem do educando e o educando por sua vez é o
sujeito que busca a compreensão do aprender a ser. Assim, o ato de planejar, de organizar o
conhecimento a ser desenvolvido com os educandos, no sentido autêntico, é o momento de
elaboração teórica do professor, para que ele construa e apresente sua intervenção
pedagógica.
Nessa perspectiva, os eixos apresentados pela Educação Fiscal proporcionam o
exercício de algumas práticas pedagógicas significativas, em especial, quanto a organização
do conhecimento, uma vez que abre espaço para a elaboração de projetos intra, trans e
multidisciplinares, que por sua vez irão exigir a participação efetiva dos sujeitos que
compõem a escola, a partir do desenvolvimento de conhecimentos conceituais aprender a
saber, procedimentais - saber fazer, e atitudinais - saber ser.
Na construção de um ser global “é preciso recompor o todo” (Morim p.37). Então
vamos começar pela nossa sala de aula resignificando nossa práxis. Daí, ser necessário
entender que a aprendizagem de conceitos é necessária e deve ir além de dar informações,
para que a aprendizagem seja significativa. Muitos conhecimentos factuais e conceituais o
aluno já possui. O professor deve, a partir deles, confrontá-los com os conceitos produzidos
e sistematizados pela ciência. O aluno precisa perceber que suas atitudes e procedimentos
vão possibilitar a interação do conhecimento que ele detém com novas informações
oferecidas pelo educador e isto o encaminha para a construção de novos conhecimentos.
Pra este novo homem que Morim chama de “homem do futuro” não podemos
ensinar apenas conhecimentos, habilidades e métodos. Ele é também um ser de afetos, de
crenças, de valores que podem ser mudados a partir do processo de interação
socioeducativo.

18
Trabalhar conteúdos procedimentais envolve ações do FAZER e, com isso, não
queremos dizer que os alunos devem realizar mais exercícios. Precisamos entender que ao
solicitar uma tarefa/lição/exercício, estão implícitos conteúdos procedimentais. Em outras
palavras, quando se pede para o aluno fazer uma redação, ele manipula com conteúdos
conceituais (informações, dados), em seguida relaciona o tema com seus valores
(conhecimento atitudinal), mas é fundamental que ele “saiba fazer“, desenvolver o tema.
Enfim, é preciso que a sala de aula seja, de fato, local de aprendizagem, do
debate argumentado, da construção de regras necessárias à discussão e tomada de
consciência das necessidades e dos caminhos que podemos seguir.

3.1 POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS

PRODUÇÃO DE TEXTOS

Um dos grandes desafios que a escola pública precisa enfrentar refere-se a


aquisição da leitura e da escrita pelos educandos. O Governo Federal, através do Programa
Nacional do Livro Didático - P.N.L.D, contribui com o desenvolvimento da leitura enviando
livros didáticos, paradidáticos e de literatura,os quais são excelentes ferramentas na
efetivação da aprendizagem escrita.
No entanto, não basta apenas ler e escrever. O aluno precisa compreender as
informações para poder produzir textos. Nesta produção ele demonstrar: as suas idéias ,
suas atitudes e o que de fato já compreende. O que facilita ao professor identificar quais
conteúdos da gramática ainda necessitam de reforço.
Vigotsky confirma que a linguagem escrita não é um processo fácil. Esta
complexidade reside no fato da escrita ser um sistema de representação da realidade e que
vai constituir um conjunto de símbolos de segunda ordem. Assim, nós, professores,
precisamos descobrir o caminho que cada aluno percorre na aquisição da escrita.
A linguagem escrita pode e deve ser manifestada de várias formas pois em cada
uma delas existem organizações diferentes que precisam ser esclarecidas, por exemplo:
escrever uma carta é diferente de escrever um bilhete ou um telegrama.
Enfim, devemos compreender que a aprendizagem é importante para que os alunos
consigam identificar e diferenciar a produção da literatura universal.

19
(De autoria dos professores da rede estadual durante a
capacitação do ano de 2001.)

TRABALHANDO COM O TEXTO

Situação Problema:
Uma parte do comércio informal vende produtos importados de forma clandestina, por isso
eles não emitem nota fiscal. Que problemas podem ocorrer com o consumidor?

20
LEITURA COMPLEMENTAR
longe. Ou então nem existe escola na região.
A CRIANÇA QUE TRABALHA Essas crianças acabam crescendo sem
estudo, trabalham desde cedo e se sujeitam a
mexer com veneno, levar picada de cobra ou
enfrentar as mais duras tarefas como os
fornos de fazer carvão, onde o ar é
irrespirável. Nas cidades,muitos adolescentes
precisam trabalhar de dia e estudar à noite.
Fazendo isso, todos eles procuram seu
futuro, pois à noite, cansados, não
conseguem aprender direito.
Isso acontece no Brasil e em muitos
Brincar na rua era coisa tão natural
países do mundo, infelizmente. Claro que a
até uns tempos atrás. Não havia tanta gente,
grande maioria dos pais sabe que as suas
tantos carros, as cidades eram sossegadas. A
crianças têm que estudar e brincar, ter
criançada jogava bola de gude, amarelinha,
assistência médica, alimentação correta, boa
pulava corda. Hoje, os veículos viraram
formação. Não é por maldade que põem os
donos das ruas, as famílias das cidades
filhos para trabalhar. É por necessidade.
grandes foram morar em prédios e, mesmo
No Brasil, há leis que proíbem a criança com
nas vilas afastadas, rua não é mais lugar de
menos de 14 anos de trabalhar. O Estatuto da
criança. As ruas ficaram perigosas. Os pais
Criança e do Adolescente, por exemplo,
procuram áreas fechadas para os
garante o direito à criança de ser criança.
filhos brincarem.
Muitos cidadãos têm se organizado
As crianças pobres nem têm essa
para fazer com que essas leis sejam
sorte. Os pais com medo das ruas e não
respeitadas por todos nós. Eles exigem que o
tendo onde deixar os filhos, logo os põem
governo faça a sua parte: construa escolas
para trabalhar. Isso também acontece
para todos, forneça assistência médica
porque a família precisa do dinheirinho que
gratuita, espaços para lazer, garanta salário
suas crianças trazem
descente para pais e mães de família. No
para casa.
Brasil, sindicatos, entidades preocupadas
Na roça, desde cedo as crianças
com a criança, órgãos do governo e muitos
ajudam os pais a plantar e colher. Como os
grupos particulares criaram o Fórum Nacional
pais não estudaram, muitas delas encontram
de Prevenção e Erradicação do Trabalho
uma dificuldade a mais para ir à escola, pois
Infantil, que tem lutado bastante para impedir
os pais nem sempre acham importante ter
que as crianças comecem a trabalhar muito
( In: Jô Azevedo et alii. Serafina e a criança que trabalha.
estudo. E, quando acham, a escola fica
cedo e deixem
São Paulo: Ática, de sep.preparar
1997. 2 e 3. ) para o futuro,

21
A partir das leituras desenvolva as questões abaixo:
a) Descreva em que condições as crianças de sua rua brincam e quais são os tipos de
brincadeiras utilizadas por elas?

b) Você conhece situações em que as crianças são obrigadas a trabalhar desde cedo?
Construa um texto relatando tais situações e manifestando sua opinião sobre as mesmas.

c) Os alunos devem se organizar em grupos e realizar as seguintes atividades:

Selecionar uma entidade preocupada com a erradicação do trabalho infantil;


Realizar uma pesquisa sobre as ações da entidade;
Montar um painel ilustrado e apresentar aos seus colegas da escola.

ARTE
A arte, expressão e comunicação do nosso “estar no mundo”, é representada por
produções culturais de nossa ambiência. Qualquer manifestação artística é excelente
indicativo do processo de reflexão, acerca do que está no mundo e de como nos
pronunciamos, denunciamos e transformamos o ambiente que nos cerca.
Quando interagimos com as manifestações culturais, aprimoramos formas de
manifestação, demonstramos prazer, desprazer, gostos e muitos outros sentimentos. Nossa
forma de pensar e sentir o mundo é representada através de imagens, músicas,
movimentos, falas, histórias, jogos e inúmeras informações utilizadas como meio de nos
comunicarmos com o nosso eu, nossa época e com as outras pessoas . Nesse sentido, as
manifestações culturais de uma determinada época, possibilitam a leitura, a interpretação da
história do Homem, de seus princípios, valores, avanços, etc.

1 - Linguagem visual

A linguagem visual faz-se presente no nosso cotidiano. Os nossos


sentidos/percepção captam espaços, superfícies, volumes, linhas, texturas, cores e
luminosidades e é desta mesma forma que expressamos/comunicamos o que nos cerca ou
o que vemos.
A) Procure a obra “Os Retirantes” de Cândido Portinari, observe o texto visual, discuta com
colegas sobre o assunto central e construa:
Um painel com o mesmo tema, mas que tenha a cara do Pará;
Crie uma poesia e ilustre-a para poder expor.
22
B) Os eventos que acontecem em nossa cidade Parafolia, Círio, Carnaval, Festas Juninas
são também ações de trabalho que geram renda e promovem tanto a cultura quanto os
benefícios sociais. Forme um grupo, busquem informações, reflitam sobre o assunto e criem
um painel que expresse as idéias que vocês tiveram.

1.1 História em Quadrinhos

A História em quadrinhos - Hqs é uma linguagem visual que possui fins caricaturais ou
humorísticos de amplo aspecto, percepção e aceitação. ela pode ter uma seqüência narrativa
ou não.
a) Construa uma situação de sonegação fiscal e crie uma HQs.

b) Junte-se a dois colegas e criem uma caricatura do seu Cledivaldo, um pedreiro


que paga religiosamente o ISS. Outra caricatura representará o seu Espertildo, aquele
que adora “furar” filas. A terceira imagem será de Bertonildo, um aluno que adora pichar
as paredes da escola, destruir as carteiras e azucrinar a vida dos colegas.

2 - Linguagem Cênica

Esta manifestação humana trabalha com a dança, o circo e o teatro. Este último,
quando enfocado na corrente essencialista, promove no aluno o desenvolvimento da
liberdade, da criação, da expressão e, fundamentalmente, liga-se aos contextos sociais.
A liberdade exercitada através da linguagem teatral se presentifica numa ação que é
rica em valores éticos e sociais. As atuações expressam a visão do eu e do outro, o
resultado é uma “imensa troca entre o indivíduo e a sociedade.''( Reverbel, 1995 ).

23
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS

Maná dos Deuses

Na Amazônia, mais precisamente no ainda ser consumido como sorvete, pudim ou


estuário do Rio Amazonas. Nos solos de bebido como licor.
várzea e também em terra firme e igapós Na década de oitenta ele foi
viceja uma palmeira que fornece dois descoberto pelo restante dos brasileiros, fato
produtos alimentares essenciais: o Palmito e que provocou aumento do consumo,
os frutos que produzem um suco de principalmente no sul, sudeste e nordeste
excepcional sabor. brasileiro. Essa arrancada de consumo se
O consumo antes era apenas do suco deve a chamada “ geração saúde”, que busca
até que há alguns anos descobriu-se a alimentos calóricos e ele é altamente
importância do seu palmito que passou a ser energético e nutricionalmente completo, já
produzido para comercialização interna e hoje que possui proteínas, cálcio, magnésio, ferro,
atinge os mercados estrangeiros. zinco, fósforo, vitamina B1 e potássio.
No meio rural e até mesmo para As folhas e caroços também são
algumas famílias das grandes cidades este aproveitadas na construção de produtos
suco ainda é a principal refeição no ano todo. artesanais: colares, brincos, pulseiras, objetos
No meio urbano ele pode ser tomado como em tecelagens e outros. Enfim, esta planta
almoço ou jantar. Em geral, é saboreado com maravilhosa está intimamente ligada ao povo
farinha de mandioca ou de tapioca, mas paraense e nos representa culturalmente em
algumas pessoas o utilizam como vários locais deste mundo.
complemento para comer: peixe frito, camarão Estamos falando do AÇAIZEIRO!
Mírtila Saraiva de Freitas
salgado, carne seca ou outros manjares. Pode

TRABALHANDO COM O TEXTO


Situação problema:
Considerando ser o açaí fonte de consumo até no mercado exterior, como trabalhar a sua
comercialização de forma que os tributos arrecadados retornem em benefício da população

24
LEITURA COMPLEMENTAR
SABOR AÇAÍ Fruta santa, fruta mártir
E pra que tu foi plantado Tens o dom de seres muito
E pra que tu foi plantada Onde muitos não tem nada
Pra invadir a nossa mesa Uns te chamam açaizeiro
E abastar a nossa casa Outros te chamam jussara
Teu destino foi traçado Põe tapioca, põe farinha d' água,
Pelas mãos da mãe do mato Põe açúcar, não põe nada
Mãos prendadas de uma deusa Ou me bebe como um suco
Mãos de toque abençoado o nosso povo Que eu sou muito mais que um fruto
Macho fêmea das touceiras Sou sabor marajoara
Onde Oxóssi faz seu posto Sou sabor marajoara
A mais magra das palmeiras Sou sabor...
Mas mulher do sangue grosso
E ao homem do sangue vasto Nilson Chaves e Joãozinho Gomes
Tu te entrega até o caroço
E a tua fruta vai rolando
Para os nossos alguidares
E se entrega ao sacrifício

A partir das leituras, desenvolva as questões abaixo:


a)Ler e refletir os textos apresentados;
b)Construir um texto dramático com a temática;
c)Dramatizar o texto construído.

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CARTA NACIONAL CONVOCATÓRIA PARA
AÇÃO DA CIDADANIA

Chegou a hora de colocarmos um basta nesse processo


insensato e genocida, gerador da miséria absoluta, que coloca
milhões de pessoas nos limites insuportáveis da fome e do
desespero.
Não podemos mais aceitar que seu drama seja resolvido após
a realização de um programa de estabilização da economia,
que criaria as condições para amenizar a crise social que
parece existir por conta própria.
O tempo da miséria absoluta e da resignação com esse quadro
acabou. O tempo da conciliação e do conformismo acabou. A
sociedade brasileira definiu a erradicação da miséria como sua
prioridade absoluta. Esse é o clamor ético de nossos tempos,
ao qual tudo o mais deve se subordinar. Essa deve ser a
prioridade da sociedade e do Estado. Essa é a obrigação de
cada um e de todos. Do Governo Federal e do Congresso. Dos
governos estaduais e municipais. Das entidades da sociedade
civil. Dos trabalhadores e dos empresários. Esse é, hoje,
grande divisor de águas entre nós; entre os que querem
erradicar a miséria ainda nessa geração e os que insistem em
ficar indiferentes diante de uma tragédia que ameaça nossa
própria existência como nação e como humanidade.
Tudo deve responder a essa questão. O orçamento público, as políticas, as ações
governamentais e não governamentais, as atividades produtivas, comerciais e financeiras,
as atividades de ensino, pesquisa, promoção social e cultural, em que medida dá prioridade
à solução dessa questão? Ou em que medida ajuda a aprofundar esse fosso que nos
separa e nos divide entre os que têm e os que vivem na mais profunda miséria?
Não se pode viver em paz em situação de guerra. Não se pode comer tranqüilo em
meio à fome generalizada. Não se pode ser feliz num país onde milhões se batem no
desespero do desemprego, da falta de condições mais elementares de saúde, educação,
habitação e saneamento. Não se pode fechar a porta à consciência nem tapar os ouvidos
26
ao clamor que se levanta de todos os lados.
A insanidade de um país que marginalizou a maioria deve terminar agora. O modelo
de desenvolvimento que produz a miséria está condenado.
Por isso, nós, abaixo-assinados, declaramos que essa é a nossa prioridade e o nosso
apelo. O Brasil precisa mobilizar todas as suas energias para mudar o rumo e colocar um
fim à miséria. Deve criar, em todos os lugares e com a participação de todas as pessoas, a
ação da cidadania na luta contra a miséria e pela vida.
Conclamamos a todos para constituírem esse momento. Podemos ainda produzir o encanto
do Brasil com sua própria sociedade. Democracia e miséria não são compatíveis.
Que cada ano que se inicie seja de mudança de rumo de nossa história a partir da ação de
cada um, da AÇÃO DA CIDADANIA.
Movimento pela ética na política. In HERBERT DE SOUZA (Depoimento a François Bougon
Resoluções da minha geração. São Paulo, Moderna, 1996.

TRABALHANDO COM O TEXTO


Situação problema:
Como a Educação Fiscal, trabalhada na perspectiva dos direitos e deveres do cidadão pode contribuir
para efetivar a idéia de igualdade social como conquista da cidadania?

LEITURA COMPLEMENTAR
OLHO DE BOTO
E tua ficaste serena Recírio, chuva e tristeza Na rede de um outro riso
Nas entrelinhas dos sonhos Vês o peso da tua falta às margens de outra cidade
Nos escaninhos do riso Nas velas e barcos parados Ah! Os teus sonhos de rio!
Olhando pra nós escondida Encalhados na saudade Olho de boto
Com os teus olhos de rio De Val-de-Cans ao Guamá No fundo dos olhos
Viestes feito uma gaiola Porto de sal das lembranças De toda a paisagem.
Engravidado de redes Das velhas palhas trançadas
Aportando nos trapiches
Do dia-a-dia e memória
Com os teus sonhos de rio
E ficastes defendida
Com todas as tuas letras
Entre cartas e surpresas

Nilson Chaves e Cristóvam Araújo. Visom Produções, 1997.

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Leia e reflIta sobre os textos de Betinho e de Nilson Chaves. Escolha um dos seguintes
pontos e realize uma pesquisa:

A) O Ver-o-Peso como centro comercial e distribuidor de mercadorias da nossa região;


B) A nossa orla como espaço de turismo;
C) O ir e vir das embarcações como meio de transporte da região;
D) Usar a fala específica do povo paraense no que diz respeito a linguagem matemática;
E) O comércio informal que envolve nossa orla ribeirinha.

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BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, Jô et alii. Serafina e a criança que trabalha. Ática: São Paulo,1997


BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, l988.
BRASIL, Lei 5.172 Código Tributário Nacional, 1966.
BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília,
1998.
COLL, César et alii. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos,
procedimentos e atitudes. Artmed. Porto Alegre, 2000
DIMENSTEIN, Gilberto Cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos
no Brasil. Ática. S. Paulo, 1994.
ESAF, Educação Fiscal no contexto social. (Série Educação Fiscal. Caderno 1). Brasília,
2004.
_____, Gestão Democrática dos Recursos Públicos. (Série Educação Fiscal. Caderno 4).
Brasília, 2004.
_____, Relação Estado-sociedade. (Série Educação Fiscal. Caderno 2). Brasília, 2004.
_____, Sistema Tributário Nacional. (Série Educação Fiscal. Caderno 3). Brasília, 2004.
GALVÊAS, Elias Celso. Projeto curricular de César Coll para o Ensino Fundamental.
Disponível na internet URL: http:mazpages.com/Elias/Uma_nova_proposta_curricular.2002
MATO GROSSO, (Estado). Secretarias de Estado de Educação e Fazenda. A História dos
Tributos: uma conquista do homem. v. 1. Cuiabá, 1996.
REGO, Teresa Cristina. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 2 ed.
Vozes: Petrópolis, 1995.
Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto; Secretaria de Estado da
Fazenda. Caderno do Professor Florianopólis, 2001.
SOUZA, Herbert de. Movimento pela ética na política.: resoluções da minha geração.
Moderna. São Paulo, 1996.

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GLOSSÁRIO

Administração Pública:
Pode ser entendida como um conjunto de órgãos instituídos para atingir as metas e os
objetivos do governo ou como o conjunto das funções necessárias à realização dos serviços
públicos.

Administração Tributária:
É a atividade da administração pública voltada ao gerenciamento da área tributária
(tributação, fiscalização e arrecadação), desenvolvida pelas Secretarias de Fazenda ou
Finanças nos Estados e Municípios e, no âmbito da União, pela Secretaria da Receita
Federal e INSS.

Arrecadação Tributária:
É a atividade estatal, privativa da União, Estados e Municípios, visando a entrada de
recursos de origem tributária para os cofres públicos.

Arrecadação Municipal:
A arrecadação municipal é uma atividade privativa dos Municípios, visando a entrada de
recursos de origem tributária para os cofres municipais. O montante da arrecadação
municipal compreende as receitas próprias e as decorrentes de transferências da União e
dos Estados (repartição das receitas tributárias).

Benefícios Fiscais:
São formas legais de redução ou supressão do tributo a pagar, podendo apresentar-se sob
diversas espécies, dentre as quais destacam-se: isenção, redução da base de cálculo,
diferimento e imunidade.

Bens Públicos:
São as propriedades móveis e imóveis que integram o patrimônio público, como escolas,
bibliotecas, hospitais públicos, pontes, rios, praças, móveis das repartições públicas, ruas,

30
veículos oficiais e outras.
Carga Tributária em Relação ao PIB:
É a relação existente entre taxas e contribuições e o Produto Interno Bruto.

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social:


É cobrada pela União sobre o faturamento das empresas e se destina ao financiamento da
Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social).

Contrabando:
Significa importar ou exportar mercadorias, cuja importação ou exportação seja proibida
pela legislação.

Contribuinte:
É a pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo. Pode ser:

a) Contribuinte de fato: é aquele que sofre efetivamente o ônus do tributo, ou seja, o


consumidor final.

b) Contribuinte de direito: é aquele que, tendo cobrado o imposto do consumidor final, ao


embuti-lo no preço da mercadoria ou serviço, tem a obrigação de repassá-lo ao tributante
(União, Estado, Município).

Controle Interno:
É toda a atividade desenvolvida dentro da administração pública que visa avaliar o
cumprimento das metas previstas pela administração, comprovar a legalidade dos seus
atos, avaliar resultados e sugerir procedimentos para melhor gestão das finanças públicas.

CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira:


É uma contribuição social, arrecadada pela União, criada inicialmente com a finalidade
exclusiva de financiar os serviços públicos de saúde. Sua maior fonte de arrecadação são
as movimentações em contas correntes bancárias.

Documentos Fiscais:
São documentos emitidos obrigatoriamente quando do fornecimento de mercadorias e bens,
ou quando da prestação de serviços para auxiliar o controle e a arrecadação de tributos. Os

31
principais documentos são: Cupom Fiscal, Nota Fiscal Modelo 1, Nota Fiscal de Venda a
Consumidor, Nota Fiscal de Serviços, Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, Nota
Fiscal/Conta Telefônica, Bilhete de Passagem e outros.

Despesas Públicas:
São os pagamentos efetuados pela administração pública, relativos aos serviços prestados
e obras realizadas em benefício da sociedade. Sua realização depende de prévia
autorização no orçamento público.

Direitos Relativos à Assistência Social:


São ações governamentais, como proteção à família, a maternidade, à infância, à
adolescência, à velhice, reabilitação e habilitação de pessoas portadoras de deficiência e
outras, prestadas a quem delas precisar.

Direitos Relativos à Previdência Social:


São benefícios, como proteção à maternidade, proteção ao desemprego involuntário,
cobertura de eventos de doença, invalidez, morte, acidentes de trabalho, ajuda à
manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda, aposentadoria e outros, sob a
responsabilidade do Poder Público.

Direitos Relativos à Saúde:


São ações e serviços de saúde obrigatórios por parte do Estado, visando à redução do risco
de doenças e de outros agravos à saúde.

Dívida Externa:
Montante dos débitos das três esferas de governo, mais os débitos da iniciativa privada,
para com residentes no exterior.

Dívida Interna:
Montante dos débitos das três esferas de governo para com residentes no país.

Descaminho:
Significa importar ou exportar mercadorias permitidas pela legislação, sem o pagamento dos
tributos devidos.

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Evasão Fiscal e Distribuição de Renda:
Com a evasão fiscal, se verifica maior concentração de renda. Esta concentração se dá por
duas formas: a primeira, pela diminuição no volume dos bens e serviços públicos, em
decorrência da diminuição dos valores arrecadados, posto que um dos objetivos da
cobrança de tributos é promover a distribuição de renda, mediante a prestação de serviços
públicos por parte do ente arrecadador; a segunda, pelo fato de o agente econômico
(comerciante) aumentar o seu lucro na medida em que, tendo cobrado o tributo do
consumidor final incluso no valor da mercadoria, não o repassa ao Poder Público.

Finanças Públicas:
É o conjunto de ações e problemas que integram o processo de arrecadação e execução de
despesas pela administração pública e a gestão do patrimônio público.

Fontes de Receita:
São as fontes de ingresso de dinheiro ao cofre-forte público (tributos, empréstimos,
financiamentos, emissão de moeda, venda de patrimônio, etc.).

FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização


do Magistério:
É um fundo constituído com parte da arrecadação de impostos, os quais devem ser
aplicados com exclusividade no Ensino Fundamental. Sua existência é obrigatória em todos
os Estados e Municípios, sendo fiscalizado por um conselho de acompanhamento e controle
social.

Gasto Público:
É todo o dispêndio de recursos (despesas e investimentos) efetuado pela administração
pública.

Gestão Fiscal:
É o conjunto de operações desenvolvido pela administração pública, que visa controlar as
receitas e gastos públicos.

Imunidade Tributária:
É a dispensa do pagamento do tributo, prevista na Constituição Federal.

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Incentivos Fiscais:
São formas legais de redução ou supressão do tributo a pagar, visando beneficiar
determinados setores produtivos com o objetivo de gerar empregos, ampliar a produção, o
comércio internacional e a prestação de serviços.

Improbidade Administrativa:
É a conduta desvirtuada da administração pública, praticada por um dos seus agentes, em
qualquer nível de governo ou hierarquia.

Lei de Responsabilidade Fiscal:


É a norma legal que fixa os princípios que devem nortear as finanças públicas, visando
eliminar o déficit público (despesa maior que a receita) nos três níveis de governo (União,
Estado e Municípios), através de uma gestão fiscal responsável, com ênfase no controle do
gasto e do endividamento público.

Licitação:
É o procedimento que a administração pública deve realizar para adquirir bens, obras,
mercadorias ou serviços, ou realizar vendas ao custo mais econômico para a sociedade.

Ministério Público:
É uma instituição permanente, essencial à função do Estado como aplicador e distribuidor
da justiça. Possui a atribuição de defender a ordem jurídica do regime democrático e os
interesses sociais e individuais indisponíveis. Abrange o Ministério Público Federal,
Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Militar, Ministério Público do DF e
Territórios e o Ministério Estadual.

Multa:
É uma penalidade de natureza pecuniária (deve ser paga em dinheiro), aplicada por órgãos
de fiscalização sobre pessoas que descumprem normas administrativas. Observamos que
multa não é tributo.

Orçamento Público:
É um documento, sob a forma da lei, onde são estimadas as receitas e as despesas de um
determinado ano exercício financeiro. Cada nível de governo possui seu orçamento.

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Patrimônio Público:
É o conjunto de bens diretos e obrigações que se encontram à disposição do Município, do
Estado ou da União para a realização de seus fins.
Recursos Públicos:
Representam todos os recursos que o Estado tem a sua disposição para administrar. Eles
são oriundos da arrecadação de tributos, empréstimos, financiamentos, emissão de
moedas, venda de patrimônio estatal e outros.

Redução da Base de Cálculo:


É a supressão legal, parcial, do valor que serve de base para o cálculo do tributo.

Seguro Desemprego:
É um benefício de assistência social de caráter temporário financiado por Contribuições
Sociais (PIS/PASEP) e prestado ao trabalhador que tiver sido demitido sem justa causa e
estiver desempregado, desde que preenchidas determinadas condições.

TCE - Tribunal de Contas do Estado:


Órgão encarregado da fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial das
entidades ou órgãos públicos, estaduais ou municipais.

Vinculação de Receitas Tributárias:


São recursos de origem tributária, que devem ser aplicados em áreas específicas, sendo as
mais importantes a de educação e saúde.

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