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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E
APLICADA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Polo: Paranaguá
Tutor(a): Rodrigo Morais da Silva
Disciplina: Gestão Tributária
Atividade 1: A Carga tributária Nacional e a Economia brasileira
Aluno: Manuel Fabricio dos Santos Neto

Questão:
Título: Carga tributária nacional e a economia brasileira

Elabore resenha crítica (resumo crítico) de duas páginas do artigo: Estudo sobre a carga
tributária brasileira: um comparativo entre a Lei 12.741/12 (Lei da Transparência Fiscal),
os dados da DVA e o princípio da essencialidade de Fernanda Karoliny Bandeira, Rafael
Gonçalves de Pádua Oliveira e Marisse Dizaró Bonfim, disponível no link:

http://www.libertas.edu.br/revistas/index.php/riclibertas/article/view/47/71

Obs.: Na construção do resumo crítico, destaque a pergunta, os objetivos de pesquisa, a


teoria usada e o método de pesquisa. Dê foco aos conceitos de Lei da transparência,
carga tributária, princípio da essencialidade e bem-estar. Resuma os resultados e as
considerações finais. Ao final, pontue de forma sucinta os pontos negativos e positivos da
abordagem feita.

A pergunta: Há diferença significativa entre os dados referentes as cargas tributárias


brasileiras divulgadas na DVA (Demonstração de Valor Adicionado), no IBPT (Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação) e na TIPI?
Objetivo Geral: analisar a tributação nas empresas dos diversos setores da economia.
Objetivos específicos: a) promover o estudo acerca da complexidade na esfera
tributária brasileira; b) promover o estudo da teoria versus a realidade para mostrar a eficácia
da Lei 12.741/12 (Lei da Transparência); c) elaborar um comparativo acerca da diferença da
carga tributária entre os setores da economia sob o princípio da essencialidade.
A teoria utilizada versou sobre os aspectos da Lei 12.741/2012 e suas implicações na
evidenciação dos impostos pagos aos consumidores e contribuintes, tal como discutiu os
princípios da seletividade, que é expresso pela definição daquilo que é tido como essencial ou
supérfluo, e da essencialidade que atribui uma alíquota progressiva do mais essencial para o

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mais supérfluo, ou seja, aquilo de caráter mais essencial para o consumo é taxado com uma
alíquota menor do que aquilo que é caracterizado como supérfluo.
Metodologia: Confrontou-se o resultado da média dos percentuais por NCM
(Nomenclatura Comum do MERCOSUL) dos produtos, divulgados pelo IBPT através da
tabela IBPTAX, com o resultado da Divisão de Impostos, Taxas e Contribuições pela Receita
Bruta extraídos da Demonstração de Valor Adicionado Divulgada pela Bovespa.
A Lei da Transparência, nº 12.741/12, que foi criada por iniciativa popular, tem como
objetivo demonstrar aos consumidores e contribuintes a carga tributária paga nas notas e
cupons fiscais. Teve como principal articulador o Instituto Brasileiro de Planejamento e
Tributação (IBPT).
Carga Tributária: Segundo Ribeiro (2005, apud Bandeira, Oliveira e Bonfim, 2014, p.
49) “a carga tributária é o que a população paga a fim de financiar os gastos públicos, com o
interesse de retorno em bem estar social, qualidade de vida e melhorias em geral”. Segundo
dados de pesquisas do IBPT (2013), o Brasil possui a décima segunda maior carga tributária
mundial e, num ranking de 30 países é o último em retorno aos cidadãos.
Princípio da Essencialidade: Balizado pelo princípio da Seletividade, que é uma
ferramenta de auxílio para o legislador definir a quem deve tributar, o princípio da
essencialidade é, basicamente, a capacidade de tributar proporcionalmente a essencialidade
das coisas, cobrando menos daquilo que é mais essencial e mais daquilo tido como
“supérfluo”. Sobre o conceito de essencialidade, Tilbery (1980) argumenta que também serve
também para minimizar os impactos da desigualdade de renda em relação à capacidade de
consumir. Pois, quanto maior for a incidência de impostos sobre o produto, este será agregado
no seu valor final, por isso que se os produtos mais essenciais forem taxados com uma
alíquota maior, não será acessível aqueles que possuem uma renda mais baixa.
O IBPT (2013) através da publicação de um estudo denominado “Cálculo do índice de
Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES)”, demonstrou o retorno em Bem Estar para a
população comparando trinta países, por meio da relação entre carga tributária, PIB e IDH.
Nesse estudo, o Brasil ficou na trigésima posição, evidenciando o não retorno dos tributos por
meio de serviços públicos à população.
Os resultados: Os resultados apontados pelos autores demonstram uma total
discrepância entre os valores obtidos junto as Demonstração de Valores Adicionados, das
Empresas, disponibilizados pela BOVESPA, e a informação disponibilizada pelo IBPT.
Tendo como base o grau de essencialidade do IPI, que segundo Tilbery (1970, apud Valle,

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2012) pode ser dividido em três categorias: (I) bens de primeira necessidade, dos quais todos
precisam e são essenciais para a subsistência; (II) Bens com um considerado grau de utilidade,
porém não essencial para a sobrevivência da população e (III) os bens de luxo considerados
supérfluos, constatou-se que os dados dos impostos não respeitam os critérios de
essencialidade do IPI. Além disso, por exemplo, os autores apontam para uma complexidade
em relação a padronização e harmonização dos conceitos e nomenclaturas adotadas no
sistema tributário, o que pode dificultar ainda mais a evidenciação de informações tributárias
exigidas pela Lei da transparência.
Considerações finais: Os autores defendem uma reorganização do sistema tributário
nacional, alegando uma defasagem deste. Eles também defendem uma equalização das
desigualdades por meio de uma reestruturação da política tributária, justificando que isso pode
promover uma maior qualidade dos serviços públicos, permitindo à população não recorrer
aos serviços privados. Além disso, os autores apontam que um fenômeno que interfere
negativamente na reversão dos tributos arrecadas em serviços de qualidade é a corrupção e o
despreparo dos “representantes de massa”. Também se discute nas considerações finais que os
dados disponibilizados pela Bovesta e IBPT são divergentes o que impõe uma desconfiança
na segurança destes dados. Os autores também apontam como alternativa a adoção de um
imposto único, ou unificado, pois segundo eles diminuiria a sonegação fiscal e possibilitaria
um controle mais rígido, que favoreceria um processo mais seguro de transparência.

Análise Crítica:
Destaco como aspecto positivo do texto a novidade em abordar os processos de
transparência por meio de processos privados, visto que, geralmente, apenas o setor público é
alvo destas pesquisas. Por mais que o estudo traga uma visão reducionista das competências
tributárias, utilizando em vários momentos a expressão “deveria ser”, pode-se perceber como
positiva a iniciativa de abordar a relação entre os aspectos normativos e empíricos da
arrecadação e disponibilização das informações tributárias.
Como ponto negativo, aponta-se para a fragilidade metodológica que não se
demonstrou convincente no aspecto dos indicadores utilizados para a análise dos dados. Deixa
muitas dúvidas ao leitor. Além disso, os autores, nas considerações finais, abordam elementos
até então não discutidos no texto, como incapacidade do legislativo, corrupção etc, o que
denota certa fragilidade nos argumentos. Os autores poderiam ter explicitado um pouco mais

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sobre as competências tributárias dos entes federativos, sobre como o imposto único poderia,
vias de fato, contribuir para amenizar a corrupção, sonegação fiscal etc.

Referência:
BANDEIRA, Fernanda Karoliny; DE PÁDUA OLIVEIRA, Rafael Gonçalves; BONFIM,
Marisse Dizaró. Estudo sobre a carga tributária brasileira: um comparativo entre a Lei
12.741/12 (Lei da Transparência Fiscal), os dados da DVA e o princípio da essencialidade.
Revista de Iniciação Científica da Libertas, v. 4, n. 1, 2016.

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