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Rolando Rivi teve de enfrentar o ódio da ideologia marxista logo após o término da II Guerra
Mundial. Devido à ocupação alemã do seminário em que estudava, em 1944, na Diocese de
Reggio Emilia, Rivi e os demais seminaristas foram obrigados a abandoná-lo. Em casa, não só
deu continuidade aos estudos, como também ao uso da batina, mesmo sendo recomendado
pelos pais a não usá-la, por causa da hostilidade à religião que pairava naquela época. "Estou
estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus", dizia o jovem.
A Itália enfrentava uma forte onda de terrorismo. O governo fascista amedrontava o país ao
mesmo tempo em que brigadas vermelhas tinham a intenção de substituir o autoritarismo de
Mussolini pelo totalitarismo de Stalin. No fogo cruzado, várias vidas foram ceifadas, dentre elas
a de Rolando Rivi e mais 130 padres e seminaristas.
O martírio do rapaz deu-se a 10 de abril de 1945. Trajando a veste talar, Rolando foi alvo fácil
da facção partiggiani. Acabou sequestrado assim que saiu da igreja, onde acabara de
assistir à Santa Missa. Permanecendo três dias sob o domínio dos torturadores, de cujas
mãos recebeu maus-tratos físicos e morais, Revi alcançou a coroa do martírio, de joelhos,
com dois tiros à queima roupa.
A Santa Sé incluiu o Beato Rolando Rivi no Calendário Litúrgico Italiano no dia 29 de maio. A
partir de agora, o jovem beato pode ser venerado publicamente em toda a Itália, especialmente
na Arquidiocese de Modena, onde foi assassinado, e na Diocese de Reggio Emilia, na qual
estudou o seminário. Nos demais países, a não ser que haja autorização de Roma, os fiéis
podem venerá-lo somente em culto privado, enquanto ele não for declarado santo.
Na presença do pai Roberto e do Pe. Camellini, o pároco de Monchio escreveu em latim no registro
paroquial, com extrema lucidez e coragem, a ata da morte e sepultura de Rolando: “15 de abril de
1945. Rolando Rivi, filho de Roberto Rivi e Albertina Canovi, solteiro, de San Valentino (Reggio
Emilia) que, por mãos de homens iníquos, aos 14 anos de idade, no dia 13 do corrente abril, às 19
horas, em comunhão com a Santa Madre Igreja, entregou sua alma a Deus. Seu corpo, hoje, feitas
as sagradas exéquias e celebrada a Missa, foi sepultado no cemitério paroquial”. (Die decima
quinta mensis aprilis 1945. Rivi Rolandus, filius Ruperti et Canovi Albertinae, statu celebs, e S.
Valentino (Regii Lepidi) hic, aetate annorum 14, die 13 aprilis currentis, hora 19, per manus hominum
iniquorum, in Comunione Sanctae Matris Ecclesiae, animam Deo reddidit. Cadaver autem eius, hodie,
sacris persolutis exequiis, ac Missa celebrata, in coemeterio parochiali, sepultum est).
O pai de Rolando e o vigário de San Valentino voltaram pesarosamente a sua cidade, para dar a
terrível notícia à mãe, que esperava em vão.
O fato se difundiu rapidamente, deixando a todos consternados diante de tanta barbárie.
Terminada a guerra, uma grande multidão de paroquianos esperou em 29 de maio de 1945, o
traslado do corpo para San Valentino. A igreja acolheu em silêncio e comoção o pequeno mártir.
Assassinado por ódio à fé, a causa de sua canonização esperou 60 anos para começar, em 7 de
janeiro de 2006.
Concluída a etapa diocesana em Modena, em julho de 2010 a positio do Servo de Deus Rolando Rivi
pede o reconhecimento do martírio junto à Congregação para a Causa dos Santos, em Roma. Agora
o passo decisivo: em 18 de maio próximo, os teólogos censores serão chamados a pronunciar-se a
respeito da validade do martírio in odio fidei do jovem seminarista. Se o julgamento for positivo,
após a assinatura dos Cardeais e do Santo Padre Bento XVI, Rolando será o primeiro mártir
contemporâneo da Igreja italiana.
BEATA EMELDA
Essa angelical menina nasceu no ano de 1322 em Bolonha (Itália). Seu pai,
Egano Lambertini, pertencia à alta nobreza e desempenhou cargos importantes
como o de governador de Bréscia e o de embaixador na República de Veneza.
A par de grande habilidade, prudência e valor militar, distinguiu-se também por
sua profunda fé e amor aos pobres. Sua mãe, Castora, da nobre família Galuzzi,
rogava com ardorosa fé a Nossa Senhora a graça de ter ao menos um filho. Após
rezar inúmeras vezes o Rosário nessa intenção, obteve por fim o favor pelo qual
tanto ansiava: o nascimento de uma bela menina!
Assim que os olhos de sua filha abriram-se para este mundo, Castora tomou-a
nos braços e ofereceu-a à Santíssima Virgem: “Ó Senhora, uma filha mais bela
Vós não podíeis terme dado! Eu Vo-la ofereço, tomai-a por inteiro”. A Virgem
Maria aceitou com agrado esse oferecimento. A pequena Imelda cresceu em
idade e virtude sob os cuidados de sua piedosa mãe que lhe dispensou uma
esmerada formação religiosa.
Dois anos depois, numa singela cerimônia íntima, teve a felicidade de receber
o hábito de São Domingos. Bem sabia a santa menina que esse inapreciável
dom lhe pedia, em contrapartida, um redobramento de fervor. Tomando aquele
ato com profunda seriedade, Imelda tornou-se modelo para todas as irmãs. Só
pelo fato de vê-la passar com alegria, modéstia e humildade, as religiosas
sentiam-se confirmadas em sua vocação.
O que ela mais amava era Jesus Sacramentado. Sua alma inocente exultava
de gozo ao considerar que no sacrário estava presente aquele mesmo Jesus
nascido da Virgem Maria, que em Belém fora colocado numa manjedoura, e
por amor a nós fora crucificado e morto, mas triunfante ressuscitara ao terceiro
dia!
Naquele tempo, não era permitido às crianças comungar, mas nem por isso era
menos ardoroso seu desejo de receber a Eucaristia. Encontrando- se com o
confessor ou com a Madre Superiora, repetia sempre a mesma pergunta:
Morreu de felicidade…
– Meu Jesus, dizem-me que, pelo fato de ser criança, não posso ainda
comungar… Mas Vós mesmo dissestes: “Deixai vir a Mim os pequeninos”. Eis
que Vos peço, Senhor: vinde a mim!
Jesus, em seu terno amor aos inocentes e humildes de coração, não resistiu a
esse apelo: uma Hóstia destacou- se do cibório, elevou-se no ar e, traçando
um rastro luminoso por onde passava, foi pousar sobre a cabeça de Imelda! O
ministro de Deus, vendo nesse prodigioso fato uma clara manifestação da
vontade divina, tomou a Hóstia e deu-lhe a Comunhão.
Ela fechou os olhos, inclinou suavemente a cabeça e permaneceu absorta num
profundo recolhimento. Terminou a Missa, passou-se longo tempo, mas a
pequena religiosa não fazia o menor movimento, e ninguém se atrevia a
perturbar aquela paz beatífica, aquele êxtase em que ela se encontrava,
convertida num tabernáculo vivo de Deus. Por fim, a Madre Superiora tomou a
decisão de chamá-la, e qual não foi a surpresa de todos ao verificar que a
menina não respondia… Imelda estava morta, seu coração não resistira a tanta
felicidade!
Em 1826 o Papa Leão XII confirmou e estendeu para toda a Igreja o culto que
havia séculos se prestava a ela em Bolonha. E São Pio X a proclamou, em
1908, padroeira das crianças que vão fazer a Primeira Comunhão. Seu corpo
virginal permanece incorrupto e pode ser venerado na capela de São
Sigismundo, em Bolonha. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 12 de maio.
Eu não sei por que as pessoas que recebem Nosso Senhor não morrem
de alegria".
A pequena Imelda Lambertini foi beatificada em 1826 pelo Papa Leão XII,
e foi proclamada Patrona das Primeiras Comunhões em 1910 pelo Papa São Pio
X. Foi neste ano que foi declarado que as crianças menores de 12 anos poderiam
receber a Primeira Comunhão.
Até hoje, seu pequeno corpo se encontra intacto, depois de mais de 670
anos, numa redoma de cristal, na Igreja de São Sigismondo, em Bolonha.