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20/07/2013

Padrões de ocorrência de doença nas


populações podem ser analisados
sistematicamente para permitir o
Medidas de Frequência da Doença entendimento das causas e o controle
das mesmas.
Prof. Dr. Alanderson A. Ramalho

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Objetivo
Requisito fundamental:

Medidas válidas da freqüência das medir a frequência com a qual


doenças e dos fatores que podem os problemas de saúde ocorrem
influenciá-las
nas populações humanas

Relação com a Saúde Pública, a clínica


e a patologia
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Questões Relação entre população e indivíduos


• Estudos epidemiológicos agregam dados de
Como a doença varia no tempo? experiências de saúde individuais para
generalizar os achados para a população da qual
os indivíduos provêm
Como o lugar em que a população vive
afeta o padrão de ocorrência da
doença? • Achados de estudos epidemiológicos são aplicáveis
diretamente a populações e indiretamente a
indivíduos
Como as características das pessoas na
população afetam este padrão?
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Prevalência Conceitos: Incidência e Prevalência


número de casos (novos e Prevalência
antigos) em determinado
Ex: 39 milhões de pessoas
momento em uma
portadoras do HIV no
população
mundo em 2005

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Conceito: Prevalência
Prevalência
Casos prevalentes
P= casos .
pessoas que adoeceram em população total
algum momento do passado
 Casos: número de casos prevalentes da doença no instante
mais ou menos remoto e que t (parcela de indivíduos livres da doença no momento t )
estão vivos quando realiza-se
 População total: tamanho da população estudada no
a observação momento t

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Prevalência do Diabetes Mellitus na população de


30 a 69 anos em algumas capitais brasileiras,
novembro de 1986 a julho de 1988

Grupo Casos População Prevalência Medida importante para o planejamento de


etário intervenções, especialmente em doenças crônicas
30-39 229 8.494 2,70 ou incuráveis, nas quais o número de portadores
da doença define uma população-alvo para ações
40-49 319 5.774 5,52 de saúde.
50-59 568 4.486 12,66 Ex.:
60-69 539 3.093 17,43 Prevalência de diabetes na população adulta no
Total 1655 21.847 7,57
Brasil

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Prevalência - Aplicações Prevalência - Aplicações


Nas doenças infecciosas é comum determinar a
proporção de indivíduos que já tiveram contato Muito utilizada nos estudos descritivos.
com um determinado agente.
Ex.: É a medida de freqüência que pode
prevalência de anticorpos para hepatite B entre
ser calculada a partir de estudos
doadores de sangue; seccionais ou transversais
(inquéritos, censos)
prevalência de anticorpos para dengue em uma
cidade (soroprevalência)

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Prevalência - Aplicações
Prevalência - Aplicações
Limitações para o estudo das causas das doenças: Limitações para o estudo das causas das doenças
(cont):
É influenciada pela incidência mas
Doenças com alta incidência e alta letalidade,
também pela duração média da doença.
podem apresentar prevalências baixas.
Doenças com baixa incidência, mas com
longa duração podem ter prevalências altas.
A duração da doença, é função da taxa de
cura e da taxa de mortalidade entre os Nos estudos de prevalência, não é possível
doentes. determinar se a exposição precedeu a
doença, já que as medidas de exposição e do
desfecho são feitas simultaneamente.
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Conceitos: Incidência Conceitos: Incidência


Incidência Incidência

Número de casos novos Ex:


em determinado período
em uma população quatro milhões de casos
novos de AIDS no
mundo em 2005
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Conceitos: Incidência Conceitos: Incidência


Incidência Medidas de Incidência

frequência de casos novos de • obtidas nos estudos de seguimento


(longitudinais)
um problema de saúde em um
determinado período de tempo, • população sob risco de adoecimento
oriundos de uma população sob no início da observação
risco de adoecimento no início
• relacionadas à dimensão do tempo
da observação

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Conceitos: Incidência Conceitos: Incidência


Maneiras de medir a Incidência Maneiras de medir a Incidência

▪Número de casos incidentes ▪ Número de casos incidentes (I)


(I) Ex:
Simples, adimensional 1500 casos de sarampo de 1980
a 2000 no Brasil

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Conceitos: Incidência
Maneiras de medir a Incidência

Número de casos incidentes (I)

Problema:

Não permite comparações da


incidência de populações ou
períodos diferentes

Solução:???? Adaptado de Rothman (2008)

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Conceitos: Incidência Conceitos: Incidência


Maneiras de medir a Incidência Caso novo (incidente)
Solução: definido a partir de evidências
Utilizar medidas de incidência clínicas laboratoriais ou
expressas como frequência epidemiológicas, de acordo
relativa (taxa de incidência e com critérios pré-definidos
incidência acumulada)

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Incidência x Prevalência Incidência em coorte aberta (Taxa de incidência)


Indiv 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pessoa-
Indiví 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pessoa- íduo ano
duo ano
1 - d 1,5
1 - x - - - - - - - - 10,0
2 - - - - - - - - - - 10,0
2 - - - - - - - - - - 10,0
3 - - - - - - - - d 8,5
3 - - - x - - - - - - 10,0
4 - - - - - - - - 8,0
4 - - - - - - - - - - 10,0
5 - - - - d 4,0
5 - - - - - x - - - - 10,0
6 - - - - - - - - - - 10,0
6 - - - - - - - - - - 10,0
7 - p 1,0
7 - - - - - - - - - - 10,0
8 - - - - 4,0
8 - - - x - - - - - - 10,0
9 - p 1,5
9 - - - - - - - - - - 10,0
10 - d 1,5
10 - - - - - - - - x - 10,0
Incidência = 4/50 pessoas-ano = 0,08 x 100 = 8
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eventos por 100 pessoas-ano
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d= doentes p = perda

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Taxa de Incidência
 Frequência com que surgem novos casos de uma doença
por unidade de tempo

 Usada em estudos abertos onde as pessoas entram e


saem do estudo

 Também chamadas de densidade de incidência, força de


morbidade ou taxa de incidência por pessoa-tempo
Razões, taxas e proporções
 Pessoa-tempo: período durante o qual um indivíduo
esteve exposto ao risco de adoecimento
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Conceitos: Razões, taxas e proporções


Conceitos: Razões, taxas e proporções
Razão Taxa
Divisão de uma quantidade por outra Tipo de razão
Numerador e denominador podem ser de Variação de um fenômeno por unidade de uma outra
naturezas distintas variável (tempo)
Freqüentemente utilizada em epidemiologia para Expressão de velocidade média de um fenômeno.
sumarizar a divisão de uma razão por outra
Ex.:
Ex.: Razão de chances (odds) Taxa de mortalidade (absoluta) = No óbitos / ano

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Conceitos: Razões, taxas e proporções Incidência acumulada e taxa de incidência


Numerador:
Proporção Número de casos novos de um agravo em determinado
Razão na qual o numerador está contido no denominador período em uma determinada população
Varia apenas de 0 a 1 (ou 0 a 100%) Denominador:
Ex.: Número de invidíduos no início do período de observação
Mortalidade proporcional = (população inicial)
número de óbitos por doenças cardiovasculares /
número de óbitos por todas as causas A escolha do denominador a ser utilizado depende do tipo de
estudo e dos dados disponíveis

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Taxa de incidência: Definição Pessoa-tempo: definição


Numerador:
Número de casos novos de um agravo em determinado Período durante o qual um indivíduo esteve
período em uma determinada população exposto ao risco de adoecimento e, caso
Denominador: viesse a adoecer, seria considerado caso
Somatório do tempo em que os indivíduos estiveram sob
risco de desenvolver a doença (tempos de observação) novo ou incidente:
Unidade: pessoa-tempo
Sinônimos: – Expressão da experiência individual de exposição ao
Densidade de incidência, Incidência pessoa-tempo risco de adoecimento, referida a unidade de tempo
(mês, ano, etc)
A forma de calcular o denominador depende do contexto e – Somando-se as experiências individuais obtém-se o
dos dados disponíveis. total de pessoas-tempo gerado por uma população, ao
longo do tempo em que se desenvolve o estudo

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Pessoa-tempo: exemplos Medidas de incidência:

UMA pessoa acompanhada durante um ano sem


desenvolver uma doença: Taxa de incidência ou densidade de incidência ou incidência
pessoa-tempo
UMA PESSOA-ANO
Número de casos casos novos em determinado período
DUAS pessoas acompanhadas durante seis meses Tempo no qual a população esteve sob risco de desenvolver a doença
cada, sem desenvolver uma doença, contribuem
Tempo da população
individualmente cada com MEIA PESSOA-ANO. =
Somando-se as contribuições individuais temos soma dos tempos de observação de cada indivíduo
UMA PESSOA-ANO

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Medidas de incidência:

Populações: Populações:
Estável (estacionária)
Fechadas (coorte fixa) Tamanho e estruturas etária e de gênero mantidas
Nenhum membro novo é incorporado ao longo do tempo
Diminui ao longo do tempo (morte)
Perdas (censura)
Abertas (população dinâmica) Interrupção do seguimento de um indivíduo por qualquer
Membros novos são incorporado ao longo do tempo motivo que não seja o adoecimento pela doença em
(natalidade ou imigração) questão
Diminui ao longo do tempo (morte ou emigração) Não adoecimento também é censura

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Taxa de Incidência Absoluta


Taxa de Incidência
Incidência de tuberculose no Município do Rio de Janeiro – 2002
geralmente não é utilizada em epidemiologia
Sexo Casos novos
para comparar a magnitude da ocorrência da
Masculino 3917
doença em diferentes tempos e lugares, é
Feminino 1987
importante considerar a população que estava
Total 5904
sob risco de adoecer

Taxa de incidência absoluta: utilizamos a taxa de incidência relativa, que leva


5904 casos de tuberculose /ano em consideração simultaneamente o tempo de
ou 492 casos /mês ou 16,4 casos /dia observação e o tamanho da população sob
risco.

Taxa de Incidência
Taxa de incidência de tuberculose no Município do Rio
de Janeiro – 2004 (Fonte: DATASUS/MS)
Taxa de incidência (relativa) ou densidade de
incidência Sexo Casos novos População Taxa_de_incidência*
Masculino 3917 2.832.303 138,3
Feminino 2054 3.219.217 63,8
TI = I / PT Total 5971 6.051.520 98,67
* Por 100.000 habitantes

Taxa de incidência (relativa) ou densidade de incidência

5971 = 98,67 /100.000 habitantes-ano


(6.051.520 x 1 ano)

O denominador é pessoa-tempo.

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Taxa de incidência: Considerações


Sobrevida
• O valor da taxa de incidência depende da unidade  Estimativa da probabilidade de um indivíduo não morrer,
de tempo utilizada (0 a infinito). Não é interpretável ou não apresentar o desfecho do estudo, ao longo de um
sem as respectivas unidades. intervalo de tempo definido.

• O uso de pessoa-tempo como denominador permite


lidar com situações em que há perdas ou quando
não se pode seguir toda a coorte sob risco para
observar o evento investigado.

• Usando pessoa-tempo, o período de seguimento não


tem que ser o mesmo para todos os indivíduos
estudados. O total de pessoa-tempo de um grupo é
igual à soma do tempo de observação de cada
indivíduo do grupo.
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Numerador: Quem são os casos? Numerador: Quem são os casos?


As medidas de freqüência são muito influenciadas por
Todo estudo precisa de definição operacional do
evento estudado
 critérios de definição de caso  Critérios diagnósticos
 Explicitação da fonte dos casos: registros de doenças, dados
 fontes de informação utilizadas de prontuários, formulários de pesquisa

 métodos diagnósticos utilizados As informações sobre freqüência das doenças nas


populações em geral também são vinculadas a
definições operacionais.

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Numerador: Quem são os casos? Numerador: Quem são os casos?


Exemplos
Exemplos
 Definição de caso suspeito de sarampo
 Definição de doença cardiovascular na coorte de Framingham
Todo paciente que, independente da
idade e situação vacinal, apresentar febre Eventos cardiovasculares ateroscleróticos foram
e exantema maculopapular, definidos por ocorrência de IAM, insuficiência
acompanhados de um ou mais dos coronariana, morte por doença coronariana,
seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou angina do peito, AVE aterotrombótico,
coriza e/ou conjuntivite. claudicação intermitente ou óbito por doença
cardiovascular. Dados obtidos dos registros
médicos do estudo.

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Denominador: Quem é a população ? Denominador: Quem é a população ?

• É importante conhecer bem a população de onde • Todos os indicadores de saúde do país são
derivam os casos para calcular corretamente as profundamente dependentes de dados sobre a
taxas população
• Em estudos com grandes populações, a • O denominador de uma taxa de incidência deve
existência de dados demográficos confiáveis é conter apenas os indivíduos sob risco para o
fundamental evento em questão.
 Exemplo: Incidência de câncer de colo do útero

Denominador: população do sexo feminino

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