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PNEUMONIA AGUDA COMUNITÁRIA (PAC)

Igor Góes – T56

Obs: Pneumonia Hospitalar (nosocomial) é aquela que o paciente pega 48-72h da


internação hospitalar, o restante é Pneumonia Comunitária.
Definição: PAC é uma infecção aguda do parênquima pulmonar em criança que
adquiriu a infecção na comunidade.
Fatores de risco (paciente, meio ambiente ou virulência): faixa etária (lactente),
estado nutricional e imunológico, baixo peso ao nascimento, IVAS (tosse não é efetiva
para eliminar secreções), sazonalidade (outono/inverno), doenças de base
(neuropatas – broncoaspiração), fumo passivo, poluição, baixas condições
habitacionais e sanitárias.
Via de Aquisição: colonização nasofaringe que progride para via aérea inferior
por microaspiração, porém também pode ser via hematogênica.
Etiologia:
Neonatal 1m – 3m 3m – 5 anos > 5 anos
 Strepto Agalactiae  Clamydia Trachomatis  Vírus  Vírus
(grupo B)  VSR  Strepto Pneumoniae  Strepto pneumoniae
 Bacilos entérico o Influenzae,  Staphylo Aureus  Mycoplasma
Gram – (Listeria Parainfluenzae,  Mycoplasma pneumoniae
monocytogenes) Adenovirus, Rinovirus  Chlamydia pneumoniae
 Staphylo Aureus  Strepto pneumoniae
 Vírus  Staphylococcus aureus
Obs: exceto no período neonatal, os VÍRUS são os principais agentes da PAC
PNEUMONIA AFEBRIL DO LACTENTE
Ocorre geralmente entre 1-3 meses. O achado radiográfico é de uma
pneumonite intersticial (infiltrado intersticial bilateral) e o hemograma mostra uma
leucocitose com eosinofilia. Cursa com evolução afebril e insidiosa.
Sua etiologia é por Clamydia Trachomatis, Ureaplasma ureadyticum,
Pneumocystis carinii OU Citomegalovírus.
Quadro clínico parecido com pneumonia atípica (mais comum em maiores de 5
anos por mycoplasma e clamydia)
Lactentes com vacinação incompleta, deve-se também considerar a
possibilidade de infeção pela Bordetella pertussis caracterizada por paroxismos
prolongados de tosse seca (tosse coqueluchoide**), podendo ocasionar episódios de
cianose, pneumotórax, hemorragia intracraniana e mesmo parada cardíaca
**Tosse coqueluchoide: Tosse intensa e prolongada + Guincho (Cianose/
Parada respiratória/Pneumotórax).
Clínica de PAC: história de IVAS, febre desconforto respiratório,
taquipneia (sinais mais sensível), dor abdominal (lobo inferior), dificuldade de
aceitação alimentar, irritabilidade. Rigidez de nuca (lobo superior). Criança gemente
(gravidade), prostração, palidez, dificuldade de ingestão de alimentos, entre outros.
Verificar presença de tiragem, batimento de asa de nariz (mais grave)
Diagnóstico diferencial: broncoaspiração, pneumonia, meningite, sepse
Idade FR (irpm)
<2m > 60 Expansibilidade Normal OU ↓
2-12m > 50 Percussão Normal OU ↓
1-5a > 40 Ausculta MV ↓, estertores, Respiração soprosa
≥5a > 20 Ausculta da voz Pode estar ↑
Diagnóstico Radiológico: Rx (PA ou AP dependendo da colaboração da
criança). Fazer perfil caso tenha dúvida diagnóstica e decúbito lateral para avaliar
derrame (se necessário – incidência de Laurel). Caso permaneça a dúvida pode-se
lançar mão de um USG de tórax (permite guiar a pleurocentese). A tomografia é o
último recurso pois além de muita radiação necessita sedação.
PADRÃO ETIOLOGIA POSSÍVEL
Lobar Bactérias
Broncopneumonia Vírus, Bactérias
Intersticial Vírus, Micoplasma, Legionella
Derrame Pleural Bactérias, Anaeróbios
Cavitação Anaeróbios, Gram (-), TB, S. aureus, fungos

Obs: O Staphylo normalmente causa + Derrame Pleural do que o Strepto;


porém, como a PNM por Strepto é muito mais frequente, consideramos este como o
agente + frequentemente associado à ocorrência de Derrame Pleural.
Diagnóstico laboratorial: hemograma, cultura e pesquisa de vírus respiratório
em secreção de nasofaringe.
Critérios De Internação Hospitalar: < 2-3 meses; Dificuldade respiratória,
apneia intermitente, gemido expiratório; FR ≥ 70 irpm em crianças até 12 meses de
idade OU ≥ 50 irpm em crianças maiores; Impossibilidade de se alimentar; Falha da
terapêutica ambulatorial; Doença grave concomitante; Complicações da pneumonia;
Incapacidade da família de tratar o paciente no domicílio; Oximetria de pulso com
SatO2 < 92% OU cianose.
Tratamento de Suporte: jejum (se dispneia), hidratação, oxigenioterapia, fisio
respiratória, sintomáticos e decúbito elevado.
Antibioticoterapia domiciliar: entre 3 meses e 5 anos utilizar Amoxacilina 50
mg/kg/dia (acrescentar clavulanato caso falha terapêutica). Caso maior que 5 anos
além da Amoxa, pode ser usado Claritromicina (15 mg/kg/dia) ou Azitromicina (10
mg/kg/dia).
Antibióticoterapia hospitalar:
 < 3 meses: ampicilina 200 mg/kg/dia EV (6/6h) + Amicacina 15 mg/kg/dia EV
(12/12h) por 10 dias - Pode Substituir amicacina por gentamicina (5 mg/kg/dia
8/8h).
o Em < 3m deve-se cobrir tanto Gram + (ampicilina) como Gram –
(Amicacina/Gentamicina).
o Opção Ceftriaxona
 3m-5a: Penicilina Cristalina 100.000 UI/kg/dia EV 4/4h ou Ampicilina por 7-10 dias
(se Pneumo) ou 21-28 dias (se Estafilo).
 > 5 anos: Penicilina Cristalina ou Ampicilina. Como Opção terapêutica pode-se
usar Ceftriaxona (100 mg/kg/dia) + Claritromicina (15 mg/kg/dia).
Complicações: Derrame pleural (Punção/drenagem); Sepse / Choque séptico;
Insuficiência Respiratória Grave (VPM); Pneumotórax / Pneumatoceles / Cavitações

Obs: se o paciente já toma antibiótico prévio, deve-se iniciar direto amoxa +


clavulanato e reavaliar em 48-72h. Se a criança vomita, interna para tomar EV.
Paciente que não melhora com penicilina cristalina, trocar para Ceftriaxone +
Oxacilina.
Derrame pleural deve puncionar para avaliar se tem empiema e então drenar.

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