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RECURSOS HUMANOS – UNIVERSIDADE PETROBRAS

SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO

Curso de Formação de Nível Médio


Técnico de Inspeção de Equipamentos
TRANSPETRO
Módulo I

Desenho Técnico

Instrutora: Conceição Aparecida de Oliveira Martins.


REDUC – ER MI/PR
Chave: rqei Ramal: (rota 813) 2253

2011

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ÍNDICE

Introdução..............................................................................................................4
Objetivo..................................................................................................................4
Parte I – Desenho básico......................................................................................5
1. Desenho técnico – Histórico...........................................................................5
2. Desenho técnico – Definição..........................................................................7
3. Princípios do Desenho Técnico..................................................................... 7
3.1. Normas.......................................................................................................8
3.2. A folha de desenho...................................................................................9
3.2.1. O formato da folha...........................................................................9
3.2.2. Rótulo ou Legenda........................................................................10
3.2.3. Sistema de referência por malha..................................................10
3.2.4. Espaço para texto..........................................................................11
3.3. Escala.......................................................................................................11
3.4. Cota..........................................................................................................13
4. Tipos de desenho...........................................................................................13
4.1 Desenhos não-projetivos.........................................................................13
4.2 Desenhos projetivos................................................................................13
5. O plano ortográfico ou plano ortogonal......................................................14
5.1. Método das projeções ortogonais.........................................................16
5.2. Sistema de projeção no 1º diedro..........................................................17
5.3. Sistema de projeção no 3º diedro..........................................................19
5.4. Considerações sobre vistas...................................................................21
5.4.1. Menos vistas..................................................................................22
5.4.2. Mais vistas......................................................................................22
5.4.3. Vistas auxiliares..............................................................................22
5.4.4. Vistas especiais..............................................................................23
5.4.4.1. Vista auxiliar oblíqua (dupla)...........................................23
5.4.4.2. Elementos repetitivos.......................................................24
5.4.4.3. Detalhes ampliados...........................................................24

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5.4.4.4. Peças simétrica (meia-vista)............................................24
5.4.4.5. Vista encurtada (linha de interrupção)............................25
5.4.4.6. Vista em corte ou simplesmente Corte...........................26
6. Perspectiva isométrica..................................................................................32

Parte II - Interpretação do desenho industrial................................................35


1. Desenhos de equipamentos....................................................................35
1.1. Considerações básicas.....................................................................35
1.2. Simbologia.........................................................................................38
1.3. TAG.....................................................................................................38
1.4. O conjunto de desenhos para projeto de equipamentos.............40
2. Leitura de desenhos de tubulação........................................................45
2.1. Considerações básicas....................................................................45
2.2. Plantas de tubulação.........................................................................49
2.3.Simbologia aplicada à tubulação e aos acessórios de tubulação.51
2.4. Fluxograma.........................................................................................55
2.5. Isométrico...........................................................................................59
3. As built ......................................................................................................63
Bibliografia.....................................................................................................64
Anexo I............................................................................................................65
Anexo II...........................................................................................................88

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Introdução
A representação de um equipamento ou de uma malha de processo com seus
respectivos equipamentos, através de desenho, produz documento capaz de
desenvolver competências e habilidades de análise, localização de componentes,
modificações e interpretação do funcionamento de um sistema ou equipamento,.
É indispensável conhecer e saber identificar os equipamentos e componentes
de uma malha de fluxo, normas e simbologias para se proceder a sua leitura e
interpretação.
Este material está dividido em duas partes: a Parte I trata do desenho técnico
básico, onde são apresentados de forma resumida apenas os itens relevantes
para a leitura e interpretação do desenho técnico de equipamento e sua
disposição no processo. Nesta parte há uma breve preocupação com a forma de
execução do desenho técnico.
A Parte II refere-se à aplicação dos elementos básicos e ao entendimento dos
desenhos de equipamentos, fluxogramas, isométrico e as built.

Objetivo
Esta apostila busca fornecer dados informativos da linguagem gráfica acerca
do desenho técnico de equipamentos e fluxogramas, para desenvolver a
habilidade de leitura e interpretação do desenho técnico de modo a subsidiar a
sua correta operação e os melhores caminhos de pesquisa de defeito ou mau
funcionamento.

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Parte I
Desenho Básico

1. Desenho Técnico – Histórico


Sabe-se que desde os primórdios da civilização o homem já registrava
suas atividades, a natureza, figuras de pessoas entre outros assuntos, através de
pinturas rupestres em cavernas caracterizando assim as primeiras formas de
representação do mundo que os cercavam com o uso do desenho.
De lá para cá este processo de representação veio se aperfeiçoando, dada
a necessidade de se documentar os conhecimentos pela representação gráfica e,
com o surgimento da escrita, impulsionar o processo evolutivo humano. O
processo evolutivo do desenho veio caminhando e
passando então por desenhos altamente artísticos até
os atuais desenhos industriais.
Foi no século XVIII (1794) que o matemático
francês Gaspard Monge desenvolveu e criou a
Geometria Descritiva, a fundamentação teórica do
desenho industrial, que utiliza o sistema de projeção
ortogonal como solução de problemas geométricos,
criando técnicas bidimensionais de representação dos
modelos tridimensionais.

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No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi
necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para
transformá-la numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a
comunicação e viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas. Desta
forma, a Comissão Técnica TC 10 da International Organization for
Standardization – ISO normalizou a forma de utilização da Geometria Descritiva
como linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura, chamando-a de Desenho
Técnico.
Desde então, ferramentas eficientes foram desenvolvidas para execução
dos desenhos, promovendo-se uma revolução gráfica com o advento do
computador, tais como os programas CADD (Computer Aided Draft and Design) ,
CAM (Computer Aided Manufacturing) que é um sistema integrado à manufatura
e o CAE (Computer Aided Engineering) , um sistema voltado para a engenharia.
Tal foi o avanço na representação gráfica dos equipamentos e processos
industriais que outros atributos, como tipo de material e classe de pressão, foram
incorporados as suas especificações técnicas de forma a facilitar a identificação
dos mesmos nos processos de compra de materiais, construção montagem,
inspeção, comissionamento e manutenção das instalações industriais.

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2. Desenho Técnico – Definição


O desenho técnico é uma forma de comunicação visual que dispomos para se
representar um objeto ou sistema através do uso de uma linguagem gráfica. Tal
linguagem é capaz de mostrar as formas, dimensão e posição do objeto,
dependendo da necessidade requerida, e faz uso de linhas, números, símbolos
e indicações escritas estabelecidas por normas que padronizam a linguagem
gráfica e torna compreensível internacionalmente o seu entendimento.
Assim como a linguagem escrita, a execução e a interpretação do desenho
técnico precisam de treinamento específico, pois se trata de representação
bidimensional de objetos tridimensionais. Assim, deve-se conhecer a metodologia
utilizada para se representar o objeto e então ser possível imaginá-lo em três
dimensões, isto é, formar a visão espacial do objeto.

3. Princípios do desenho técnico


Para ser executado um desenho técnico deve ser orientado por normas e
regras definidas de modo que uma pessoa que o esteja lendo seja capaz de
interpretar e compreender o significado da simbologia básica e de toda sua
estrutura.
Hoje em dia os desenhos são executados em programas específicos de
computador, o que garante mais qualidade e rapidez na sua confecção e torna
obsoleto o uso de pranchetas e salas de desenhos nas empresas. Um dos
programas mais conhecidos é o AutoCAD, criado pela empresa Autodesk,
bastante difundido no mercado.
Porém os desenhos ainda são impressos e para isso o projetista faz uso
de formatos de papel de tamanhos padronizados e que são adequados ao
tamanho do desenho em função da escala utilizada.
É preciso também estabelecer um critério de apresentação das dimensões do
objeto de forma proporcional ao seu tamanho original. Para isso se faz uso das
escalas.

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3.1. Normas
Para se compreender um desenho é necessário estar familiarizado com as
normas de execução e representação dos equipamentos e seus acessórios.
As normas visam não apenas uniformizar a apresentação técnica dos diversos
projetos de engenharia, mas também introduzir critérios de qualidade e
montagem nos mesmos. A padronização agrega qualidade ao projeto e reduz os
gastos com a produção já que ela fornece critérios técnicos aceitos por consenso.
Existem inúmeros códigos e normas específicas que visam regular o
projeto, a fabricação, a montagem e a utilização dos diversos equipamentos e
acessórios que compõem uma instalação industrial.
O conteúdo do desenho de projeto deverá estar de acordo com a
legislação vigente do país onde o projeto será executado. No Brasil a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização
técnica.
As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho técnico no Brasil:

• NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos.

• NBR 8403 – aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – larguras das

linhas.

• NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico.

• NBR 8196 – Desenho Técnico – emprego de escalas.

• NBR 12298 e 12296 – Representação de área de corte por meio de hachuras

em desenho técnico.

• NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico.

• NBR 8404 – Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos.

• NBR 6158 – sistema de tolerâncias e ajustes.

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• NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em desenho

técnico.
Algumas normas que regulam a elaboração dos desenhos têm a finalidade
de atender a uma determinada modalidade de engenharia, como por exemplo a
NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191,
que normaliza a execução de desenhos para obras de concreto simples ou
armado; a NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens em
desenho técnico.

3.2. A folha de desenho


Nesta seção são descritas apenas as partes básicas da folha de um
desenho que são muito úteis para facilitar a identificação, compreensão e
localização dos componentes do desenho e das informações adicionais para a
sua leitura. As normas NBR 10068 e NBR 10582 fornecem maiores informações
acerca deste tema.

3.2.1. O formato da folha


O formato da folha de desenho usado é o baseado na norma NBR 10068,
denominado A0 (A-zero). Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas proporções da
altura e largura são de 1/√2. Todos os formatos seguintes são proporcionais ao
formato A0. Assim, o formato A1 tem metade da área do formato A0 e assim por
diante conforme a tabela.

Ref. Altura (mm) Largura


(mm)
A0 841 1189
A1 594 841
A2 420 594
A3 297 420
A4 210 294
A5 148 210

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Cabe ao desenhista escolher o formato adequado no qual o desenho será
visto com clareza.
Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10
mm nos outros lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4).

3.2.2. Rótulo ou Legenda


O rótulo ou legenda é aquela área do desenho técnico que contém o
nome e a logomarca da empresa responsável pelo desenho, o nome do cliente,
do projetista, a data de feitura do desenho, dados para arquivamento, escala
utilizada e número da folha. Geralmente localiza-se no canto inferior direito

3.2.3. Sistema de referência por malha


Quando um formato de papel é escolhido para se executar um desenho,
há que se considerarem condições específicas de leiaute e dimensões. Entre
estas condições está o sistema de referência por malha, apresentado na figura 2,
que é um recurso utilizado para dividir o formato do papel em retângulos,
formando uma malha com identificação numérica e literal nas colunas e linhas,
respectivamente, de modo a permitir a fácil localização de detalhes no desenho.
É a partir desta divisão que se pode compreender a seqüência da lógica
de um desenho muito extenso e cujas informações estejam localizadas em outras
folhas.

1 2 3 4 5 6

A A

B B

C C

D
D

1 2 3 4 5 6

Figura 2 - Sistema de referência por malha

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3.2.4. Espaço para texto
Esta área se encontra a direita ou na margem inferior do padrão do
desenho e contém todas as informações necessárias ao entendimento do
conteúdo do desenho, incluindo explanação, instrução, planta de situação
(quando for o caso), referência e tábua de revisão. Normalmente aparece na
capa, mas também pode ser visto no desenho propriamente dito. É um espaço
importante e sempre deve ser observado principalmente para se ter
conhecimento da última atualização ocorrida no desenho.

3.3. Escala

O tamanho real de objetos, modelos, peças é definido pela sua medida


real. Existem coisas que podem ser representadas no papel em tamanho real

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outras não, devido suas dimensões exceder os limites do papel. Também existem
objetos, peças, animais etc. que não podem ser representados em seu tamanho
real por serem muito grandes para caber em uma folha de papel ou por serem tão
pequenos, que, se os reproduzíssemos em tamanho real, seria impossível
analisar seus detalhes. Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou
ampliar as representações desses objetos e para isso é utilizada a escala.
Escala é a razão existente entre as dimensões do desenho e as
dimensões reais do objeto.
A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para o Desenho Técnico, a
utilização das seguintes escalas:

A indicação é feita na legenda dos desenhos utilizando a palavra ESCALA,


seguida dos valores da razão correspondente.
Quando em uma mesma folha, houver desenhos com escalas diferentes
daquela indicada na legenda, existirá identificação das escalas utilizadas abaixo
dos respectivos desenhos.
Para facilitar a interpretação da relação existente entre o tamanho do
desenho e o tamanho real do objeto, pelo menos um dos lados da razão sempre
terá valor unitário, que resulta nas seguintes possibilidades:

• 1 : 1 para desenhos em tamanho natural – Escala Natural

• 1 : n > 1 para desenhos reduzidos – Escala de Redução

• n > 1 : 1 para desenhos ampliados – Escala de Ampliação

3.4. Cota

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É a representação da verdadeira grandeza da medida de um objeto no
desenho.
A cota indica comprimentos, larguras, alturas, profundidades, raios diâmetros,
ângulos, coordenadas, forma(circular, quadrada, esférica), quantidade (por
exemplo, número de furos), código ou referência, ordem de montagem, detalhes
construtivos e observações.

4. Tipos de desenho
O desenho técnico é dividido em dois grupos:

4.1. Desenhos não-projetivos


Correspondem, na maioria dos casos, aos desenhos resultantes dos
cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas,
esquemas, ábacos, curvas, fluxogramas, organogramas etc..

4.2. Desenhos projetivos


São os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais
planos de projeção e que correspondem às vistas ortográficas e às
perspectivas.
Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos
nas indústrias.

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São exemplos de desenhos projetivos:


• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas
indústrias de processo e de manufatura (indústrias mecânicas,
aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias, etc.).
• Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos
elétricos, hidráulicos, elevadores etc..
• Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte,
aterro, drenagem, pontes, viadutos etc..
• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais,
sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e
tratamento de resíduos.
• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.
• Desenvolvimento de produtos industriais.
• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.

5. O plano ortográfico ou plano ortogonal


Se imaginarmos um cubo onde um objeto contido em seu interior pode
imprimir todas as suas linhas que lhe dão forma em cada face interna deste cubo
e depois o abrirmos conforme a figura, teremos então as projeções de cada lado
do referido objeto desenhados em cada face interna do cubo. O processo de
abertura do cubo se chama planificação ou rebatimento e as faces do cubo
constituem o plano ortográfico ou plano ortogonal.

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O sistema de projeção ortogonal proposto por Gaspard Monge no século


XVII faz parte do estudo da Geometria Descritiva e pressupõe a representação de
um objeto em espaços bidimensionais formados pelos quadrantes do encontro
perpendicular de um plano horizontal com um plano vertical, denominados
diedros. Cada diedro corresponde a um cubo daquele descrito anteriormente e as
vistas produzidas em cada um deles se dá conforme um observador se mantém
diante do objeto.
Os diedros são identificados, em sentido anti-horário, como: primeiro
diedro, segundo diedro, terceiro diedro e quarto diedro conforme a figura a seguir.

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As normas internacionais determinam a utilização do primeiro ou do
terceiro diedro e cada país pode escolher o diedro a utilizar.
No Brasil está normalizado o uso do primeiro diedro. Já nos Estados
Unidos, Inglaterra, Alemanha e Japão se utilizam o terceiro diedro.
Todo desenho deve indicar o diedro ao qual se refere através da seguinte
simbologia:

Primeiro diedro

Terceiro diedro

5.1. Método das Projeções Ortogonais


A projeção do objeto num plano é denominada vista e se dá através dos
raios projetantes, que são linhas tangenciais ao objeto e que atingem o
plano. Os raios são paralelos e perpendiculares ao plano.Como resultado tem-se
uma projeção em verdadeira grandeza, isto é, proporcional às medidas reais
do objeto.
.

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Para a representação de um modelo, inicialmente é escolhida uma face


da peça como a face “principal”, a qual será denominada “vista frontal”. A
denominação de “frontal” pode ser a frente real da peça, ou caso não haja esta
referência, a vista frontal será a vista que apresentará a peça com mais detalhes.
A vista frontal será a parte central do desenho, com todas as outras vistas
em volta dela. Nos lados teremos as vistas “lateral esquerda” e “lateral direita”,
sempre de acordo com o diedro escolhido.
Da mesma forma, na parte vertical teremos as vistas “superior” e “inferior”.
Na extrema direita (ou esquerda) do desenho, tem-se finalmente a vista posterior
(ou traseira), completando-se as seis vistas ortogonais principais.
Ao desenhar as vistas de uma peça, observa-se que cada vista mostra
somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento, comprimento e
altura, etc.). E que entre cada vista há uma dimensão em comum. Por isso, é
costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a
figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do
desenho mais fácil.

5.2. Sistema de projeção no 1º diedro


Neste sistema a vista principal do objeto imóvel, também chamada vista
frontal ou vista em elevação, é obtida quando o observador se posiciona em
frente à parte escolhida como aquela que melhor caracteriza a peça, e o
desenho é projetado no plano posterior. Observe a figura:

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No rebatimento dos planos as vistas são projetadas da mesma forma que


naquela descrita para o primeiro diedro, e os seis planos apresentam as vistas
em verdadeira grandeza que compõem os desenhos de duas dimensões, do
modelo tridimensional.
Observe que as vistas estão posicionadas no lado oposto em que se
observa. Por exemplo: A vista superior está representada abaixo da elevação;
a vista lateral esquerda está no lado direito da elevação; a vista inferior está
representada acima da elevação e assim por diante.
Cada vista recebe a seguinte denominação:
– Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal do
objeto.
– Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto vista da
sua parte superior.
– Plano 3 – Vista Lateral Esquerda ou Perfil – mostra o objeto visto pelo lado
esquerdo.
– Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
– Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto visto pelo lado inferior.
– Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto visto pelo lado posterior.

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Na maioria dos casos o conjunto formado pelas vistas de frente, superior e


uma das vistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto
desenhado.
No 1º diedro é mais difundido o uso da vista lateral esquerda ou perfil.

Representação de um carro no primeiro diedro

5.3. Sistema de projeção no 3º diedro


Neste sistema o observador se posiciona atrás do plano de projeção, isto
é, o plano de projeção fica entre o objeto imóvel e o observador. Neste caso, a
parte vista se projeta no mesmo plano visto pelo observador.

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No rebatimento dos planos as vistas são projetadas da mesma forma que


naquela descrita para o terceiro diedro, e os seis planos apresentam as vistas
que compõem os desenhos de duas dimensões, do modelo tridimensional, em
verdadeira grandeza.
Observe que as vistas estão posicionadas no mesmo lado que se observa.
Por exemplo: A vista superior está representada acima da elevação; a vista
lateral esquerda está no lado esquerdo da elevação e assim por diante.

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Então as vistas são denominadas:
– Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal
do objeto.
– Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto
visto pela sua parte superior.
– Plano 3 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado
direito .
– Plano 4 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado
esquerdo.
– Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto visto pelo lado inferior.
– Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto visto pelo seu lado
posterior.

Representação de um carro no terceiro diedro

5.4. Considerações sobre Vistas


Em alguns casos há objetos em que algumas faces faces que são vistas
como uma linha, caso esta face seja ortogonal (paralela a um dos planos de
projeção) ou lados (linhas) que serão vistas como pontos, quando vistas de
frente.
Em muitos casos, haverá detalhes da peça que não serão vistos
normalmente como, detalhes internos, arestas ocultas, furos e ranhuras, mas
que devem ser informados no desenho para que o projeto seja compreendido.
Para isso, são usadas linhas tracejadas, na mesma espessura das linhas

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principais da peça, que indicam que existe um detalhe interno, ou do outro lado
da peça, oculto por uma face.
Cabe ao desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a peça. Em
geral, o uso de três vistas é suficiente, mas podem ocorrer casos particulares.

5.4.1 Menos vistas


Ás vezes uma peça cilíndrica pode ter duas vistas iguais. Logo, pode-se
omitir uma das vistas.
Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que nada
acrescenta, bem como uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas
lateral e frontal, pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a
espessura da peça na legenda.

5.4.2 Mais vistas


Uma peça com muitos detalhes pode solicitar o uso de 4, 5 ou até 6 vistas,
pois, apenas o uso de somente três vistas (frontal, superior e lateral) pode
gerar uma confusão de linhas ocultas, que dificultará a leitura do desenho.

5.4.3 Vista Auxiliar


Vistas usadas para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de
faces inclinadas.
Uma superfície de uma peça só se apresenta com sua verdadeira
grandeza quando projetada sobre um plano paralelo. Até agora as peças
apresentadas têm suas faces paralelas aos planos principais de projeção,
sendo sempre corretamente representadas.
Porém, nada impede que exista um objeto com uma ou mais faces
inclinadas, no qual seria importante representar estas faces de forma
verdadeira. Ora, para perceber a verdadeira grandeza destas faces, é
necessário mostrá-la de frente.
Nas vistas auxiliares é comum traçar somente a face inclinada, omitindo-a
também da vista no qual se encontra inclinada. O conjunto de vistas principais

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e auxiliares demonstrará ao projetista a forma real da peça. A figura a seguir
demonstra este recurso.

5.4.4 Vistas especiais


Outros recursos são usados para ilustrar todos os detalhes do objeto, como
por exemplo:

5.4.4.1. Vista auxiliar oblíqua (dupla)


Para os casos em que uma face da peça encontra-se inclinada em
relação a todos os planos principais de projeção é necessário realizar dois
rebatimentos para encontrar a verdadeira grandeza da face.

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5.4.4.2. Elementos repetitivos


No caso de detalhes que se repetem regularmente em uma peça, como
furos, dentes, etc. Pode-se traçar somente os primeiros detalhes, mostrando
em seguida as posições dos próximos (linhas de eixo ou um desenho
simplificado).

5.4.4.3. Detalhes ampliados


Quando existem detalhes muito pequenos na peça e a escala utilizada é
insuficiente para demonstrá-lo, pode-se desenhar somente esta parte com
uma ampliação.
Para isso, circunda-se a parte a ser ampliada no desenho original com
uma linha estreita contínua, devidamente identificada com uma letra
maiúscula, e Em dimensões ampliadas, com a escala indicada.

5.4.4.4 Peças simétricas (meia-vista)


Para o caso de peças simétricas pode-se desenhar somente um dos
lados da mesma com a representação da linha de eixo que indicará a
simetria. Pode-se usar esta representação para peças com dois lados iguais
(desenhando-se somente a metade) e com quatro lados iguais (desenhando-
se somente a quarta parte).

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Corte em meia-vista

Corte em ¼ de vista

5.4.4.5 Vista encurtada (linha de interrupção)


Peças longas podem ter seu desenho simplificado mostrando somente as
partes que contém detalhes. A representação de interrupção pode ser com traço
estreito ou o traço “zig-zag” estreito e a mão livre. Pode-se também usar esta
representação para peças cônicas e inclinadas. Porém, a cota não é
interrompida.

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Cota

Interrupção

Interrupção

Seção Circular

5.4.4.6. Vista em corte ou simplesmente Corte

É a representação dos detalhes construtivos internos e do tipo de material


empregado na peça.
As peças podem ser fabricadas de diversos tipos de materiais. Estes
precisam ser representados no desenho e o são através das hachuras.

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Exemplos de hachuras:

Metal branco
Metal branco

Alumínio

Ferro fundido

Concreto

Aço

Areia

Exemplos de cortes

- Corte total
É feito através de um plano secante imaginário que passa pela peça,
separando-a em duas partes e mostrando a parte interna. O plano secante -
também chamado plano de corte - é indicado em outra vista, mostrando onde
se encontra o corte.
A representação do corte é exatamente imaginar que a peça encontra-se
partida ou quebrada, mostrando assim os detalhes internos. Com isso, deixa
de ser necessário o uso de linhas ocultas, na maioria dos casos.
A representação do plano de corte é com um traço estreito traço-e-ponto,
exatamente como a linha de simetria, com a diferença de ter nas
extremidades um traço largo. O plano de corte deve ser identificado com

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letras maiúsculas e o ponto de vista indicado por meio de setas. A parte larga
do plano de corte não encosta no desenho da peça. A linha de corte pode
coincidir com a linha de simetria.

Peça a ser cortada

Representação do corte total

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- Meio-corte
Usado em objetos simétricos, no qual se corta somente metade do
desenho, sendo a outra metade o desenho da vista normal. As linhas
invisíveis de ambos os lados não são traçadas.
Usa-se também combinar o meio-corte com a meia-vista, tornando o
desenho bem prático sem perder informação.

Representação de meio-corte

- Corte parcial
Quando se deseja representar somente uma parte da peça, usa-se o corte
parcial. Neste, o corte é limitado por uma linha de interrupção (irregular ou em
zig-zag).

Representação de corte parcial

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- Corte em desvio
Usa-se o corte em desvio para obter os detalhes que não estejam sobre
uma linha contínua. Neste caso, o plano de corte é “dobrado” e passa por
todos os detalhes desejados.

Representação do corte em desvio

- Seções
A seção é um corte local da peça sem o inconveniente de se desenhar
toda a vista relativa a este corte.
As seções podem ser representadas diretamente na peça, deslocadas
para fora através de uma linha de chamada ou indicadas como um corte
normal, omitindo detalhes.

Representação de uma seção

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Representação de uma seção

Representação de uma seção

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6. Perspectivas Isométricas

Os desenhos em perspectiva são desenhos projetivos e foram concebidos


como um meio termo entre a visão da peça no espaço, mantendo suas
proporções, e a escala. Assim, são representações gráficas que mostram os
objetos como eles aparecem a nossa vista, isto é, em 3 dimensões e se
manifestam tanto em projeções cilíndricas (resultando na perspectiva isométrica
quando ortogonal, ou em cavaleiras quando oblíquas), quanto nas projeções
cônicas (resultando em perspectivas cônicas com um ou vários pontos de fuga).
Os desenhos em perspectiva exata ilustram com perfeição o ângulo do
observador, porém, as dimensões variam com a posição e proximidade dos
objetos. Existem vários tipos de perspectiva, cada uma com sua utilidade.
Como objeto principal do estudo deste trabalho, é feita alusão a projeção
cilíndrica ortogonal, também chamada de perspectiva axonométrica, que pode
ser de quatro tipos:

- trimétrica ou isométrica – a projeção ocorre sobre um plano perpendicular à


diagonal de um cubo;

Y X

30º 30º

X:Y:Z
1: 1: 1

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- dimétrica – é construída da mesma forma que a perspectiva isométrica mas
mantém a largura da parte frontal da peça mudando apenas o ângulo e a escala
de um dos eixos.

X
Y
7º 42º

X : Y:Z
2/3: 1: 1

- cavaleira - projeção que pressupõe o observador no infinito. A parte frontal da


peça permanece sem alteração. Este tipo de perspectiva é recomendado para
objetos cuja forma geométrica em uma das faces seja mais complexa.

Z
X

60º
Y

X : Y:Z
1/3: 1: 1

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- militar - também chamada de perspectiva aérea e vôo de pássaro.

60º
30º

X: Y: Z
1: 1 : 2/3

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Parte II
Interpretação do desenho industrial

1. Desenhos de equipamentos

1.1. Considerações básicas


Os equipamentos de processo são aqueles usados nas indústrias de
processo, onde materiais sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas ou
químicas ou ainda promovem o armazenamento, manuseio e distribuição de
fluidos. São encontrados nas indústrias de químicas, petroquímicas, refinarias de
petróleo, a maioria das indústrias alimentares, farmacêuticas, as centrais
termoelétricas, os terminais de armazenagem e distribuição de petróleo além das
instalações de processamento de petróleo e gás natural em terra e no mar.
A primeira fase de elaboração de um projeto de equipamento se dá
através do desenho. É através do desenho que será possível construí-lo dentro
das finalidades a que se destina.

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Os equipamentos de processo são classificados em:
Equipamentos de Máquinas Tubulações
Caldeiraria
Vasos de Torres Bombas Elementos físicos de
pressão Vasos de Compressores interligação entre as
acumulação Sopradores maquinas e
Esferas de Ejetores equipamentos
armazenagem Centrifugadores - de processo
de gases - de utilidades
Outras máquinas de
- de transporte
movimentar fluidos
- de drenagem
- etc.
Tanques
Reatores
Gasômetros
Fornos
Caldeiras
Permutadores
ou trocadores de
Trocadores
calor
de calor
propriamente
ditos
Resfriadores
Aquecedores
Condensadores
Refervedores
Filtros
Separadores
Silos

Para todos os tipos usuais de vasos, equipamentos, válvulas e instrumentos,


existem convenções de desenho que devem ser obedecidas.

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Representação de um vaso de pressão e detalhes. (Silva Teles, 1996 )

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1.2. Simbologia
A simbologia utilizada na construção do desenho de equipamentos e
plantas é o código que permite associar a construção gráfica ao elemento real.
Desta forma, cabe considerar as seguintes simbologias:

- Tipos de linha e uso – indicam sua função no desenho.

Contínua larga – arestas e contornos


visíveis de peças, caracteres, indicação
de corte ou vista.
Contínua estreita – hachuras, cotas
Contínua a mão livre estreita (ou contínua
e “zig-zag”, estreita) – linha de ruptura
Tracejada larga – lados invisíveis
Traço e ponto larga – planos de corte
(extremidades e mudança de plano)
Traço e ponto estreita – eixos, planos
de corte
Traço e dois pontos estreita – peças
adjacentes.

1.3. TAG
É a nomenclatura que se dá a identificação dos equipamentos para facilitar
os processos de execução, construção, montagem do projeto, bem como os
trabalhos de manutenção e operação.
Na PETROBRAS a identificação técnica de equipamentos (N-1521 e N-
1710) deve ser feita através de uma combinação alfanumérica, formando o TAG,
que considera os seguintes dados:
a) símbolo do equipamento;
b) identificação da área ou da unidade onde está localizado o
equipamento;

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c) identificação seqüencial do equipamento dentro da área ou da unidade
e
d) identificação individual de cada equipamento (quando aplicável).
Há uma restrição, porém para o caso da nomenclatura de equipamentos.
As identificações BA, BD, BF, BG, BO, BS, CA, CC, EI, LE, ME e MS não
devem ser usadas, pois fazem parte do “Sistema Cadastral de
Equipamentos”.
Exemplos de formação de TAG:

TQ-6300005
Significa:
5º tanque (TQ) da área 6300

SD-3122.08005
Significa:
5º separador de condensado da instalação 3122.08

P-2211002A
P-2211002B
Significa:
2 permutadores de calor (P), idênticos e com a mesma função (A e B), de número
de ordem 002, da área 2211.

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1.4. O conjunto de desenhos para projeto de equipamentos
De uma maneira geral para cada equipamento de processo costumam ser
feitos os seguintes tipos de desenho:

Folha de dados (data-sheet): documento preparado em forma de tabela muito


usados para equipamentos como vasos de pressão, permutadores, resfriadores
a ar, dessalgadores, desaeradores, secadores, filtros, etc. Contém, entre outras
informações, os dados de processo e termodinâmicos como fluidos, vazões,
densidades, pesos moleculares, calores específicos, temperaturas de entrada e
saída, etc.

Desenho de processo: desenho esquemático, sem escala, contendo


informações que fazem parte do Projeto de Processo e da seleção básica de
materiais além de informações inerentes ou essenciais ao funcionamento ou
desempenho do equipamento.

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Desenho de processo de um vaso de pressão

Desenho mecânico: desenho que contém as informações que fazem parte do


projeto Mecânico do equipamento e que deve conter, tanto quanto possível, as
dimensões gerais em escala, em quantas vistas forem necessárias, natureza e
composição dos fluidos que entram ou saem, serviço do equipamento,
especificação completa dos materiais, exigências de testes, peso, etc.

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Desenho mecânico de um vaso de pressão

Desenho de fabricação: desenho feito em escala, em tantas vistas, cortes e


detalhes quantas forem necessárias, para mostrar entre outros parâmetros:
diâmetro interno e externo do equipamento, espessuras finais de fabricação, tipo
de tampos e raios de curvatura, todas as informações do desenho mecânico,
posição, elevação, orientação e desenho de detalhes de orelhas, parafusos,
ferragens, etc.

Desenho de detalhe de soldagem e de inspeção de solda: documento que


mostra detalhes de soldagem e de inspeção de soldas, com a localização de
todas as soldas e código numérico indicativo dos diversos tipos de solda
existente, além de informações como tipos de eletrodo recomendados, processo
de soldagem, número e seqüência de passes, normas de soldagem ou de
inspeção a obedecer, etc.

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Representação de alguns equipamentos:

- 1º caso
Desenho em 3º diedro de um permutador, com especificação de material e
dados de processo.

Representação de um permutador

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- 2º Caso

Representação em corte de um sistema de água de make-up para caldeira


com detalhes das elevações e vista encurtada de tubulações.

Desaerador

Aquecedor

Sistema de água de make-up para caldeira da REDUC.

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2. Leitura de desenhos de tubulação

2.1.Considerações básicas
Tubos são condutos fechados destinados principalmente ao
transporte de fluidos. Todos os tubos são de seção circular e apresentam-
se como cilindros ocos.
Por não possuírem muitos detalhes, são representados em vista
encurtada, para o caso de sua representação em planta ou elevação, ou
uma seção circular para o caso de corte.
De uma forma simplificada, podemos dizer que o projeto de
tubulações é composto por uma série de desenhos (projetivos e não-
projetivos) dispostos na seguinte estrutura hierárquica.
• Fluxogramas ou diagramáticos: Desenhos sem escala,
esquemáticos, mostrando toda a rede de tubulações, equipamentos e
acessórios, com o objetivo de ilustrar o funcionamento dos diversos
sistemas que compõem a instalação industrial.
• Plantas de arranjo e elevações: Desenhos em escala,
representados em projeção horizontal ou vertical, mostrando a disposição
geral das construções civis, estruturas metálicas, equipamentos e
principais tubulações.
• Plantas de tubulação: Desenhos em escala, representados em
projeção horizontal, contendo todos os equipamentos, tubulações e
acessórios de uma determinada área da instalação industrial, com a
finalidade de mostrar o arranjo das tubulações do sistema.
• Isométricos: Desenhos sem escala contendo a perspectiva
isométrica de cada linha ou rede de tubulações de uma mesma área,
ilustrando o posicionamento dos seus acessórios e estabelecendo os
critérios de fabricação e montagem.
• Desenhos de detalhamento: Desenhos em escala de suportes,
apoios, restrições metálicas e detalhes de tubulação.

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Além destes desenhos, todos os equipamentos, tubulações e
acessórios são especificados através de documentos técnicos
complementares tais como folhas de dados, listas de linhas e de materiais,
índices de plantas de tubulação e isométricos, entre outros.

A norma PETROBRAS N-1692 exige a apresentação dos seguintes


documentos para o projeto de detalhamento de tubulações:
. Fluxogramas de engenharia
• Listas de linhas
• Plantas de tubulação
• Índices de plantas de tubulação
• Dados de tubulação no limite de bateria
• Desenhos isométricos
• Índices de isométricos
• Plantas de locação de suportes
• Desenhos de suportes, apoios e restrições metálicas de tubulação
• Desenhos de diagramas de cargas sobre suportes de tubulação
• Desenhos de detalhes de tubulação
• Desenhos de instalações subterrâneas
• Desenhos de arranjo de plataformas de operação
• Plantas de locação de sistemas de aquecimento de tubulação
• Listas de material de tubulação
• Resumo de material de tubulação
• Requisições de material de tubulação
• Padronizações de material de tubulação
• Listas de suportes de tubulação
• Listas de purgadores de vapor
• Listas de linhas com isolamento térmico
• Listas de sistemas de aquecimento
• Listas de plataformas de operação
• Notas gerais do projeto de tubulação
• Memórias de cálculo

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• Especificações técnicas de soldagem, fabricação e montagem

Identificação da tubulação no projeto

As tubulações são identificadas por siglas que abrangem:


- o diâmetro nominal da linha, que geralmente é fornecido em
polegadas;
- a abreviatura do tipo de fluido que circula na linha (água, vapor,
gás, etc.);
- o número da unidade de processo;
- o número da linha;
- a especificação da linha quanto aos materiais de sua composição
(característica da firma);
- o tipo de isolamento, se houver.

Veja o exemplo.

12” A 320 B
Diâmetro nominal
da linha

Tipo de fluido

Número da linha e
da área

Especificação do
material

Significado:

• Diâmetro nominal
Geralmente é fornecido em polegadas.

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• Tipo de fluido
A letra indicativa dos fluidos é estabelecida pela empresa executora dos projetos.
Essa letra pode vir sozinha ou acompanhada de outra, para melhor definição do
tipo de fluido.
Dentre as várias letras utilizadas e os fluidos que elas indicam, destacam-se
alguns exemplos:
C – combustível
G – gases
V – vapor
O – óleo
SW - água salgada
H – ácido
N – cáustico
W – água
Ai - ar de instrumentos
HW - água quente

• Número da linha
O primeiro ou os primeiros algarismos indicam a área em que a tubulação se
encontra. E os últimos indicam o número de ordem da linha. Por exemplo: o
número 243 indica área 2 e tubulações nº 043.

• Especificação do material
É feita de acordo com as normas e apresentada no projeto executado
exclusivamente para cada classe de serviço e para cada projeto ou instalação.
Especifica o material de acordo com sua identificação ASTM.

Identificação ASTM do material


As normas ASTM são as mais utilizadas para especificação dos materiais
empregados na fabricação de tubos, embora as normas DIN e as normas ABNT
também apresentem especificações a esse respeito.

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Exemplo de identificação do material de uma tubulação:

ASTM A-161 gr. A ASTM B-247

Significado:
• ASTM – são as iniciais da entidade normalizadora American Society Testing of
Material.
• A ou B – indicam o tipo de material.
São as seguintes as letras indicativas do material:
A → aço (aço-carbono baixo ou alto, aço-liga, aço forjado, inox ou outros);
B → cobre, ligas, latão, alumínio, níquel e outros;
C → cerâmica ou fibrocimento;
D → plástico (PVC, acetato de celulose e outros).

• 161 ou 247 – numeração que indica as características de construção (por


exemplo: com costura ou sem costura), as faixas de temperaturas de trabalho e
ainda, em alguns casos, a indicação específica para determinada espécie de
trabalho (por exemplo: para caldeiras, para produtos petrolíferos etc.).
No caso dado os números significam:
161→ tubos de aço-carbono e molibdênio sem costura para emprego em
refinarias, nas instalações de craqueamento;
247→ tubo de alumínio forjado em matriz.
• gr. A ou gr. B - caracteriza pequenas variações nas aplicações para um mesmo
material

2.2. Plantas de tubulações


As plantas de tubulação devem ser elaboradas de acordo com as normas
PETROBRAS N-381, N-59, N-90, e N-1521, exceto quando definido de forma
diferente pela PETROBRAS.

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Considerações gerais para a leitura das plantas de tubulação

- são desenhos feitos em escala;


- contém todas as tubulações de uma determinada área;
- tubulações com diâmetro nominal até 12” devem ser representadas por traço
único na sua linha de centro;
- tubos de diâmetros maiores devem ser representados (em escala) por dois
traços paralelos, com sua linha de centro indicada e utilizada com referência para
as cotas e identificação;
- são representadas em projeção horizontal, olhando-se de cima para baixo
- devem ser executadas utilizando-se as escalas 1:500, 1:100, 1:50, 1:20 (NBR
8196, 1999);
- deve ser desenhada preferencialmente no formato A1 (NBR 10068, 1987);
- quando o número de plantas de tubulação para uma dada área ou unidade for
igual ou superior a 4 (quatro), recomenda-se a elaboração de um desenho índice,
no espaço da folha de desenho reservado para texto (NBR 19582, 1988). Este
desenho deve apresentar, delimitadas por polígonos, as áreas cobertas pelas
diversas plantas de tubulação que representam a instalação. Em cada polígono
devem aparecer as coordenadas de seus lados, o número da planta de tubulação
correspondente e o contorno dos equipamentos principais, em suas posições;
- as diversas plantas de tubulação devem limitar-se entre si, formando um quadro
contínuo, cobrindo toda a área definida pelas plantas de arranjo ou de locação,
devendo ter os mesmos limites que estas últimas;
- como limites globais devem ser utilizados os limites de terreno ou de áreas e
linhas de centro de ruas e diques;
- dentro de áreas de processamento, os limites entre as plantas devem ser as
linhas de centro das colunas das pontes de tubulação, podendo ser estendidos
até as bombas, colocadas sobre as projeções das pontes no plano horizontal;
- para instalações marítimas podem ser utilizadas as linhas de centro de colunas,
“pontoons” ou cavernas.

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2.3. Simbologia aplicada à tubulação e aos acessórios de tubulação
A representação de tubulações é específica para cada função do processo.
A tubulação de instrumentação, por exemplo, deve ter o seu traçado mais fino
que para a tubulação principal.
A indicação que individualiza cada trecho da tubulação é utilizada em
plantas de tubulações, isométricos e fluxogramas, sendo anotada na parte
superior da linha do tubo. Na parte inferior do tubo é anotada a altura ou elevação
(EL.) em que está localizado o tubo em relação ao grade da planta. Essa altura
pode ser expressa em unidades do sistema métrico ou do sistema inglês. As
figuras a seguir mostram as anotações de identificação que são feitas nas linhas
do desenho.

Representação em perfil ou vista

Representação em planta

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Representação em isométrico

A seguir alguns exemplos de simbologia de tubulação (N-59) e alguns


acessórios. Uma lista completa encontra-se no anexo I.

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Simbologia de tubulação

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Simbologia para Acessórios de Tubulação

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2.4. Fluxograma
Os fluxogramas ou diagramáticos são desenhos esquemáticos, não-
projetivos, que mostram toda a rede de tubulações, equipamentos e acessórios
de uma instalação industrial. Devido à complexidade de uma planta industrial
típica, normalmente são subdivididos por sistemas ou fluidos de trabalho.
Os fluxogramas têm a finalidade de mostrar o funcionamento de um
determinado sistema, desconsiderando-se detalhes de fabricação, construção ou
montagem.
Do ponto de vista do processo, representam a classe de desenhos mais
importante da instalação, devendo necessariamente ser contemplado no projeto
básico.
Simbologia para fluxograma segundo a norma N-58:

Simbologia de equipamentos para fluxograma. N-58

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Simbologia de tubulação e acessórios para fluxograma. N-58

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De uma forma geral, os fluxogramas podem ser de dois tipos:

Fluxograma de processo
Desenho preliminar, executado pelos projetistas de processo, devendo
conter os principais equipamentos de caldeiraria, máquinas, tubulações, válvulas
e instrumentos, com indicação dos seus respectivos TAG’s e características
básicas.

Fluxograma geral de processo de uma unidade flutuante de produção

Fluxograma de engenharia (mecânico ou de detalhamento)


É um desenvolvimento do fluxograma de processo, executado pelas
equipes de processo e de projeto mecânico, a partir do qual será confeccionado
todo o projeto de tubulações. Além dos elementos já existentes no fluxograma de
processo, deve ser também detalhada toda a malha de controle além de
equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios de utilidades, secundários e
auxiliares.

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Fluxograma de engenharia (Silva Teles, 2001)

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2.5. Isométricos
Além do fluxograma a outra forma de apresentação das plantas de
processo é através do isométrico.
Os isométricos são desenhos não-projetivos feitos em perspectiva
axonométrica isométrica, sem escala e com simbologia própria.

A perspectiva axonométrica é uma projeção cilíndrica ortogonal sobre um


plano oblíquo em relação às três dimensões do corpo a representar.
Nesta representação, o conjunto de equipamentos e tubulações não se faz de
forma real, mas apresenta um esquemático que indica alguns itens como:
• Quantidades de equipamentos
• Flanges
• Conexões
• Comprimentos dos tubos

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Considerações gerais:
- cada desenho isométrico deve conter uma linha ou um grupo de linhas próximas
que sejam interligadas, nunca devendo figurar em um mesmo desenho duas
tubulações de áreas diferentes.
- no caso de tubulações muito longas pode ser necessário subdividi-la por vários
isométricos sucessivos.
- os desenhos isométricos devem conter, no mínimo, as seguintes informações:
• identificação de todas as tubulações e seu sentido de fluxo;
• elevação de todos os tubos a partir da linha de centro. Nos trechos em que se
tornar indispensável deve-se indicar a elevação de fundo de tubo;
• todas as cotas e dimensões necessárias para a fabricação e montagem das
tubulações (de trechos retos, angulares, raios de curvatura, acessórios, válvulas
e outros acidentes);
• representação de todas as válvulas e acessórios de tubulação, inclusive os
secundários, como drenos, respiros, conexões para instrumentação, tomadas de
amostras, purgadores;
• ter orientação (norte de projeto);
• identificação, posição de linha de centro e bocais de interligação de
equipamentos (vasos, bombas, compressores);
• lista dos materiais referentes ao isométrico;
• plantas de tubulação de referência, com indicação das suas revisões;
• relação das linhas detalhadas nos desenhos isométricos;
• indicação se as linhas são isoladas ou aquecidas;
• indicação de condições especiais (tratamento térmico, revestimento, utilização
de materiais alternativos);
• indicação das condições de operação, projeto e teste de cada linha;
• indicação das abreviaturas utilizadas;
• cada desenho isométrico deve conter apenas uma linha. Somente em casos
especiais, tais como sucção de bombas A e B ou similares, podem ser admitidas
duas linhas em um mesmo isométrico. Em nenhum caso um mesmo isométrico
pode incluir linhas de padronização de materiais diferentes;

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• tomadas tamponadas para ligações futuras, cujo comprimento não ultrapasse
de 1000 mm devem fazer parte do isométrico da linha tronco;
• todos os suportes soldados à tubulação devem ser indicados no isométrico.
Os isométricos podem conter informações adicionais sobre quantitativos
básicos, tais como: peso e outras informações necessárias para os serviços de
isolamento térmico, pintura e revestimentos em geral.
Os isométricos da fabricação (“spools”) devem conter a localização de
todas as emendas (ligações roscadas, soldadas, com identificação das soldas de
campo) dos tubos e acessórios e também conter a identificação e dimensões de
todas as peças, bem como o sobre comprimento para ajuste de campo, quando
este existir.
Os desenhos isométricos devem ser elaborados de acordo com as normas
PETROBRAS N-59, N-381 e N-901, utilizando o padrão normalizado pela norma
PETROBRAS N-1745, exceto quando permitido de forma diferente pela
PETROBRAS.
Devem ser indicados com linhas tracejadas, os trechos dos tubos que
continuam em outro desenho isométrico, devendo ser também indicados os
números dos desenhos isométricos ou plantas de continuação.
Os símbolos adotados para execução do desenho isométrico devem ser
traçados a partir da projeção lateral gerando, sempre que possível, a
proporcionalidade de suas dimensões.
Veja alguns exemplos de isométricos. Na segunda figura é apresentado um
exemplo de aplicação da simbologia adotada.

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Sistema de armazenagem e vaporização de GLP (Provenza, 1976)

Representação das convenções de isométrico

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3. As Built

A palavra as built significa "como construído". Em engenharia é a denominação


feita à revisão final nos desenhos de projeto, incorporando todas as adaptações
feitas no canteiro de obras, para espelharem fielmente o que foi efetivamente
construído.
Em função de dados e informações da situação “como construída” será possível
também estimar a vida útil futura de vários componentes da infra-estrutura, a
partir do desenvolvimento de novos modelos de previsão de desempenho ou
calibração dos modelos existentes.
A elaboração de as built compõe-se de duas fases:

- fase de execução - desenvolve-se paralelamente à execução propriamente dita


da obra, quando se devem constatar eventuais desvios em relação ao projeto
executivo e registrar de imediato a ocorrência de alterações, por meio de
desenhos e relatórios preliminares a serem emitidos mensalmente.

- fase de conclusão - a elaboração do às built deve ser feita imediatamente após


a conclusão de cada etapa física dos serviços, ou seja, após a conclusão de cada
fase construtiva citada anteriormente, deve-se concluir o respectivo as built.

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Bibliografia

• ABNT NBR 10068, Folha de desenho – Leiaute e dimensões. 1987.


• ABNT NBR 10582, Apresentação da folha para desenho técnico. 1988.
• ABNT NBR 8196, Emprego de escalas. 1999.
• Antonio Clélio Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir Izidoro , Leitura e
interpretação de desenho técnico, Internet,
http://www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo6.pdf
• Norma PETROBRAS N-1521, Identificação de equipamentos industriais.
• Norma PETROBRAS N-1522, Identificação de tubulações industriais.
• Norma PETROBRAS N-1745, Folha para isométrico de tubulação. Rev. B.
2001.
• Norma PETROBRAS N-381, Execução de desenhos e outros documentos
técnicos em geral. Rev. G. 2005.
• Norma PETROBRAS N-59, Símbolos gráficos para desenhos de
tubulação. Rev. D. 2004.
• Telles, Pedro C. Silva, Materiais para equipamentos de processo, 6.ed. –
Rio de Janeiro, Interciência, 2003.
• Telles, Pedro C. Silva, Vasos de Pressão, 2.ed. – Rio de Janeiro, LTC,
1996.
• Telles, Pedro C. Silva, Tubulações Industriais – Materiais, Projeto,
Montagem,10a. edição, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 2001.
• http://www.leandroengenharia.com.br/materias/desenho_tecnico/aula8_esc
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• Desenho de tubulações industriais II, UFF,
http://www.uff.br/petmec/downloads/desmaq/desmaq2.pdf
• Introdução ao desenho técnico, Instituto Federal Santa Catarina, 2010,
http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/9/93/INTRODU%C3%87%C3%83O_AO_D
ESENHO_T%C3%89CNICO_Parte_1.pdf

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ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Simbologia de traçado de tubulação e acessórios conforme N-59

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Flanges (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I – Bloqueios especiais (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Válvulas (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Válvulas (N-59)

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ANEXO I - Válvulas (N-59)

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ANEXO I - Válvulas (N-59)

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ANEXO I - Válvulas (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Válvulas (N-59)

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ANEXO I - Válvulas (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I - Válvulas (N-59)

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ANEXO I – Estação de controle (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I – Suportes de tubulação (N-59)

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ANEXO I – Ligações com equipamentos (N-59)

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ANEXO I – Ligações com equipamentos (N-59)

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ANEXO I – Equipamentos de linha (N-59)

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SISTEMA EDUCACIONAL CORPORATIVO
ANEXO I – Equipamentos de linha (N-59)

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ANEXO II - Nomenclaturas usuais para equipamentos mecânicos.

Aresta – reta comum a dois planos; equivale a uma linha no desenho.


Broca – peça usada para furações.
Brocar – Furar com broca.
Calço – peça (geralmente uma cunha) usada para firmar ou nivelar.
Chanfrar – realizar um chanfro em uma peça.
Chanfro ou chanfradura – recorte em ângulo em uma aresta da peça.
Chaveta – peça colocada entre o eixo e a roda, com finalidade de engatá-las.
Concordância – arredondado de uma aresta, podendo ser interno ou externo.
Entalhe – corte feito por serra.
Escarear – abrir um furo em uma forma cônica, geralmente para alojar a cabeça
de um parafuso.
Esmerilhar – acabamento de uma superfície.
Estampagem – obra em folha metálica, em geral recortada.
Decapagem – forma de alisar, polir ou limpar uma peça.
Forjar – dar forma a um metal quente a partir de golpes.
Fresar – operação a partir de ferramentas de corte (fresadora).
Limar – acabamento de superfície com lima.
Matriz – peça empregada em conformar ou prensar uma forma desejada.
Orelha – saliência de um peça.
Polir – alisar uma superfície com feltro ou semelhante.
Ranhura – sulco aberto em um eixo.
Rasgo de chaveta – sulco aberto para receber uma chavêta.
Rebaixo – parte cilíndrica alargada de um furo.
Rebarba – excesso de metal resultante de uma operação.
Rebite – pino usado como ligação permanente.
Recartilhar – tornar uma superfície áspera por meio de um serrilhado.
Ressalto – saliência de forma circular.
Retificar – executar acabamento em uma superfície a partir de material abrasivo.
Roscar – abrir uma rosca em um furo ou eixo.
Tarraxa – ferramenta para abrir roscas externas.

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ANEXO II - Nomenclaturas usuais para equipamentos mecânicos.

Tornear – operação de usinagem com tornos.


Trepanar – executar uma ranhura em forma circular em torno de um furo
Vértice – canto de uma peça; ponto comum a duas retas.

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