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Deste modo, seguem as explicações das características de cada uma dessas formas de
ensino. Porém, ao analisá-las, deve-se ter em mente que uma tendência não substitui
totalmente a anterior, mas ambas conviveram e convivem com a prática escolar.
1) Tendências Liberais - Liberal não tem a ver com algo aberto ou democrático,
mas com uma instigação da sociedade capitalista ou sociedade de classes, que sustenta
a ideia de que o aluno deve ser preparado para papéis sociais de acordo com as suas
aptidões, aprendendo a viver em harmonia com as normas desse tipo de sociedade,
tendo uma cultura individual.
1.1) Tradicional -Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos históricos.
Nesta tendência o professor é a figura central e o aluno é um receptor passivo dos
conhecimentos considerados como verdades absolutas. Há repetição de exercícios com
exigência de memorização.
1.3) Renovadora não diretiva (Escola Nova) – Anísio Teixeira foi o grande
pioneiro da Escola Nova no Brasil.É um método centrado no aluno. A escola tem o
papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica do que
com a social ou pedagógica. E para aprender tem que estar significativamente ligado
com suas percepções, modificando-as.
Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), ideias como
de Piaget, Vygotsky e Wallon foram muito difundidas, tendo uma perspectiva sócio-
histórica e são interacionistas, isto é, acreditam que o conhecimento se dá pela
interação entre o sujeito e um objeto.
A baixa qualidade de nossa educação pode ser observada sob diversos aspectos, onde o
principal personagem, é o aluno, que vive a margem da discriminação social por
depender de uma escola pública que não satisfaz a necessidade de escolarização para
sua inserção de forma igualitária na sociedade, que cada dia tem se tornado mais
competitiva. A realidade das instituições públicas de ensino é assustadora, visto que,
em muitas instituições nem profissionais preparados para professarem o ensino
possuem, e quando os tem não valorizam nem o tempo que é dispensado para o
exercício de sua profissão, quanto mais a qualidade daquilo que ensinam. Salários
baixos, conteúdos retrógrados, falta de infra-estrutura, são algumas das dificuldades
enfrentadas pela educação brasileira, e que entra governo e sai governo continua no
mesmo patamar de desenvolvimento. Simplesmente acabar com o analfabetismo não
resolve o problema, pois visão crítica de mundo não se adquire assinando o nome ou
fazendo contas, se desenvolve através de discussões mais maduras sobre a realidade
que acontece a sua volta, mas penso que o problema está justamente no medo da
conscientização.
Diante disso, cabe uma discussão sobre o atual padrão de atendimento no ensino
brasileiro, bem como uma reflexão sobre alguns aspectos do padrão de qualidade que
almejamos para assegurar o direito à educação não apenas do ponto de vista do acesso.
(OLIVEIRA & ARAÚJO, 2005:17)
É louvável que se invista em inserção do jovem no ensino superior, mas a grande parte
deles não consegue concluir no ensino fundamental, pois precisam colocar o pão em
casa, e a necessidade fala mais alto do que a vontade de continuar na escola, mesmo
porque a escola nem sempre traz consigo atrativos para a permanência de seus alunos,
e isso pode ser observado pelo grande número de menores em idade escolar
envolvidos em situações de violência e criminalidade, sem contar a expansão do uso
de drogas na realidade vivida por eles.
Sobre esse assunto, Paulo Freire enfatiza bem a verdadeira condição da escolarização
democrática vivida pela sociedade atual, onde afirma que,
Um desses sonhos para que lutar, sonho possível mas cuja concretização demanda
coerência, valor, tenacidade, senso de justiça, força para brigar, de todas e de todos os
que a ele se entreguem, é o sonho por um mundo menos feio, em que as desigualdades
diminuam, em que as discriminações de raça, de sexo, de classe sejam sinais de
vergonha e não de afirmação orgulhosa ou de lamentação puramente cavilosa. No
fundo, é um sonho sem cuja realização a democracia de que tanto falamos, sobretudo
hoje, é uma farsa.
Por décadas, o País descuidou-se da educação de seu povo. Os alertas de educadores, de intelectuais,
passavam como que despercebidos pelos governantes. Os ilustrados discursos políticos ficavam, grandemente,
no papel, não se transmutavam em ações efetivas. A educação, relegada a um plano inferior, foi deteriorando-se,
caindo na grave e significativa defasagem dos dias atuais. A escola, que deveria representar portas abertas à
ascensão social, tornara-se obsoleta pelo desajuste entre sua fraca atuação e a alta competitividade do mercado
de trabalho, que exige qualificação profissional. Na verdade, encontramos, em termos de ensino fundamental e
médio, boas escolas privadas para os ricos e, infelizmente, más escolas públicas para os pobres, com exceções.
A professora Luciana Velo, ganhadora do concurso “O professor escreve sua história”, desabafou, dizendo: “O
professor é discriminado e tratado com descaso pelo governo e pela sociedade e não tem chance de evoluir”.
Até ontem, a repercussão e as conseqüências dessa defasagem tinham seu reflexo voltado, quase que
exclusivamente, para o interior do País. Hoje, com a globalização, com o País plugado ao mundo, lidando com
novos referenciais, o baixo nível de escolaridade de sua população afeta a sua imagem externa e a sua
credibilidade. A qualidade de mão-de-obra se tornou essencial para assegurar condições mínimas de
competitividade à economia da nação. Os centros internacionais, com sua economia forte de mercado, regem,
em massificação, destinos dos demais países, sendo mais prejudicados os que menos aparelhados estão.
Em tempos em que o conhecimento não tem fronteiras, não há como conviver com padrões de escolaridade
baixos; são incompatíveis com essa realidade. No impacto da competitividade, o mercado já exige fluência em
dois ou mais idiomas, conhecimentos aprimorados da informática e uma cultura geral ampla. O consultor francês
Olivier Bertrand reforça esta análise, dizendo: “A competitividade das nações depende cada vez mais da
qualidade de seus recursos humanos e não da quantidade de seus recursos naturais”.
No Brasil, as deficiências do sistema educacional perpassam os três níveis de ensino, atingindo o quarto grau,
que é o da pós-graduação.
A educação passa, no presente, por amplas reformas. Mexem-se nos currículos do ensino fundamental e médio,
em seus amplos aspectos informativos e formativos. O MEC formulou as “Diretrizes Curriculares Nacionais”
(DCN), que fixam o currículo mínimo obrigatório e a carga horária a ser seguida por todas as escolas do território
nacional. Elaborou os “Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para a educação básica, que são de grande
ajuda ao professor, em sala de aula. São uma referência do que seria uma boa escola. Os “Parâmetros
Curriculares Nacionais” não têm caráter obrigatório e abordam sugestões de currículos com conteúdos
renovados que levam o aluno a “aprender a aprender”, onde informação e formação caminham em movimento
circular.
Instituiu-se o Exame Nacional de Cursos (ENC), o provão, em que, através do desempenho dos alunos, se avalia
a qualidade do ensino superior, o 3º grau. Esse exame servirá de base para a concessão do recadastramento
dos cursos superiores, a cada cinco anos. O Exame Nacional de Cursos (ENC) conseguiu colocar na pauta da
discussão o problema da qualidade dos cursos de graduação.
O aperfeiçoamento educacional e cultural nunca foi tão necessário. Não basta a criança ser educada, precisa
ser bem educada. Estamos vivendo um processo de revolução tecnológica e industrial que introduz mudanças
rápidas e importantes nos métodos e na organização da produção. A escola precisa criar no aluno a mentalidade
tecnológica e científica, a fim de ajustá-lo aos novos tipos de competitividade.
A estagnação, a domesticação da escola, levam ao insucesso, ao desemprego. O professor Anísio Teixeira, em
sua famosa palestra na Associação Brasileira de Educação (1952), já dizia: “O que importa na cultura de um
povo é o atrito, a oposição, pois esses são os elementos que promovem o revigoramento e a vida de suas
instituições e maneiras de ser”.
A educação vem, ao longo dos anos, passando por várias transformações as quais,
nem sempre, significam progresso, uma vez que certas inovações não atendem os
almejos de uma sociedade justa, como dizia Paulo Freire, (1987, p. 158): “Se todo
desenvolvimento é transformação, nem toda transformação é desenvolvimento”.
“Não basta formar indivíduos, é preciso saber para que tipo de sociedade, para que
tipo de prática social o educador está formando cidadãos”. (DUARTE, 1999, p. 25)
De certa forma, o trabalho deve dignificar o homem, refletindo nele a sua própria
identidade, como ser criador, transformador e organizador da sociedade a que
pertence. O trabalho é a característica que o diferencia dos outros seres,
condicionando o seu próprio modo de vida e desenvolvendo-o de acordo às suas
relações com a sociedade na qual está inserido. No mundo capitalista é diferente,
porque o trabalho do homem não é visto como algo que satisfaz suas carências, mas
como fonte acumulativa de riquezas, trazendo, como consequências, a
transformação negativa da natureza e a degeneração ambiental. Para tanto, criaram
máquinas sofisticadas que substituíram os trabalhos manuais, com alta produção e
em curto espaço de tempo.
O educador e psiquiatra, Içami Tiba, em seu Livro “Quem Ama Educa”, menciona que
as aulas devem ser como alimento, temperado, balanceado e preparado com
carinho, para motivar a fomentação.
Para se ter uma educação de qualidade e contribuir coma boa formação do cidadão,
capaz de transformar a sociedade, positivamente, é preciso desapegar dos livros
sem, no entanto, ignorá-los, vestir-se humildemente e admitir que ser professor não
é ser dono da verdade, o sabe tudo, mas um mediador de ideias e um viabilizador da
construção de conhecimentos. É preciso fazer menção à integração dos educandos
em sala de aula, conservando a criatividade, a participação e a democracia de
concepções. O sucesso do ensino-aprendizagem aparece a partir da troca de
experiências, vinculadas ao currículo, onde cada um expõe a sua concepção através
do diálogo, do debate etc.
A boa escola será aquela que desperte e estimule a consciência crítica, que não
deforme a história, que não ignore os vastos espaços da realidade social, que não
oculte ou desqualifique o conflito, enfim, que não reprima, que liberte. (TAMARIT,
1996, p. 61)
“Só se pode ter uma nova sociedade (…) se for modificada a educação da geração
mais jovem. Contudo, a nova sociedade é a força necessária para a mudança na
educação”. (FERGUSON, 1992, p. 265)
Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que sou o
maior. Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo a
que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei e conhecer o que
ainda não sei. (FREIRE, 2002, p. 153)
Por sua vez, as leis representam uma gama de normas e regras sociais a serem
cumpridas, com intenções de oferecerem aos cidadãos uma vida mais agradável e,
excepcionalmente, produtiva uns com os outros, ou seja, elas são, analogicamente,
um conjunto de andaimes que suporta e enquadra as maneiras de realizar algo
dentro da sociedade. Contudo, descumprir com a cidadania na escala social é, ao
mesmo tempo, descumprir com as leis que lhe dão autenticidade. Aliás, esse déficit
já é realidade em quase todos os povos e nações, com exceção a requerimentos dos
direitos que não deixam de ser realizados.
Enfim, a escola pública vem desenvolvendo uma tarefa crucial na educação para a
cidadania, pois ela acolhe a todos e viabiliza a vida na cidade democrática.
E por ser o alicerce, a base da construção educativa, a família deve proporcionar aos
seus filhos, de modo sistemático e afetivo, trampolins que possibilitem os seus
desenvolvimentos cognitivos e culturais. Logicamente, não se poderia construir
cidadania se não se considerasse, a priori, a educação, que não deixa de ser papel
berçal e exclusivo da família que tem sonhos e que cumpre com as suas obrigações
com responsabilidade e com muito amor, apostando em elementos que serão
importantes à vida em comum.
É sabido que a formação de nível pessoal e social, tanto no sentido ético como
estético, prepara o indivíduo para a prática legal da cidadania, levando em
consideração a importância do respeito e da interação nas sociedades adversas e em
áreas distintas. A família não deve esquivar-se de uma tarefa primordial que lhe está
confiada: a educação dos seus filhos. Ela pode viabilizar melhores condições de
trabalho e preparar o indivíduo na construção da cidadania, como modo
predominante, é indispensável à sociedade moderna.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação deve ser aquela que educa para uma deliberação individual e
democrática, com alargamento da cultura e construção consolidada da cidadania. Ela
desempenha um papel extraordinário na produção e reprodução cultural, social e
ética. Inicia-se na família, lócus berçal, das condições básicas de toda a vida social e
produtiva.
A Lei n.9394/96 de Diretrizes e Bases - LDB, aprovada em dezembro de 1996, recomenda algumas
mudanças expressivas no campo da educação brasileira. Ela define a educação especial como
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educando com Necessidades Educacionais Especiais.
A definição de inclusão nasce em abertura com a relação deslocando o aspecto do problema do
sujeito para a sociedade e do aluno para a escola. Assim os alunos podem se adaptar a escola, uma
vez que, essa se modifique de modo a estar apta a acolher todos os alunos sem exceção. Pode-se
então caracterizar a inclusão em diversos aspectos como: a valorização da diversidade; a luta contra
a exclusão; o aumento da experiência e formação dos profissionais educativos.
Porém, o que se pode analisar através da pesquisa com os professores, é que na prática a inclusão
não se concretiza facilmente, e que a simples mudança de alunos vindos de escolas especiais para
escola regular, designada a todos, é muitas vezes compreendida como inclusão. No entanto a
inclusão sugere uma reestruturação das culturas, das políticas e das práticas escolares de modo que
seja levada em conta a diversidade do aluno. O Brasil, apesar de ter tomado várias medidas para
construir uma escola e uma sociedade inclusiva, sofre de grandes dificuldades que aumenta pela
situação desorganizada da educação em geral. Apesar da obrigação com a inclusão, os atos são
desconcertados, necessitando de um referencial que ajude o processo de construção da escola
inclusiva.
Percebe-se, entretanto, na nossa pesquisa, que os professores valorizam a diversidade e respeitam a
diferença de cada aluno, não apenas na teoria, mas também em suas práticas, porém ao responder
em nome da escola essa diversidade deixa um pouco a desejar, pois, o ensino por ela proposto se
torna expositivo e unilateral. Eles apontam que a luta contra a exclusão faz realmente parte da sua
realidade, eles mesmos reconhecem a necessidade de se capacitarem, algo que o governo não tem
oferecido e nem as muitas instituições, ainda se trata de um assunto delicado em que todos estão
caminhando de forma igual, aprendendo juntos e muitas vezes com iniciativas próprias.
É sentido nas entrevistas o esforço dos professores no exercício de sua profissão, eles buscam ao
máximo fazer o que é melhor, mas um pouco perdidos por não ter onde se apoiar, ferramentas que
os façam trabalhar com excelência, eles se cobram quanto ao seu papel, sabem da necessidade que
possuem e muitas vezes não tem a quem ou ao que recorrer. Muitos erguem a bandeira pela causa,
mas sentem-se mutilados pelas barreiras que encontram no caminho.
Com relação à educação, as respostas deixam claro que a inclusão é um projeto em execução de
escalada, que precisa adequar e capacitar os educadores através de programas educacionais
específicos. Percebe-se também a real preocupação dos professores em acolher e favorecer o
acesso ao saber, porém isso ainda se dá de forma muito lenta, com obstáculos a serem superados
no dia a dia. Eles se beneficiam com o acolhimento de crianças com necessidades educativas
especiais, pois tiram dessa prática, saberes que melhoram sua didática, percepção de outra realidade
de vida, e ainda motiva a solidariedade e a união.
Fica claro que são os professores e as escolas que trabalham pela inclusão, que buscam
proporcionar aos alunos dignidade e igualdade, que fazem os demais refletirem sua postura e muitas
vezes exigir que tratem todos de maneira respeitosa e igualitária.
Segundo Vygotsky (1991ª, p.74) “o aprendizado é uma das principais fontes da
criança em idade escolar; e é também uma poderosa força que direciona o seu desenvolvimento,
determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental.”
Compreende-se que a família é o alicerce é o reflexo da criança e através de como será tratada ela
irá exteriorizar tais sentimentos.
Cabe a escola o papel de está em harmonia com a família trabalhando em reuniões de classe, para
esclarecer e orientar para ajudar a família a evoluir o desenvolvimento da criança. Quanto à escola
em relação ao aluno com deficiência, ela deve ajudar para que ele seja cada vez mais independente,
proporcionando a autonomia em relação ao adulto e quando se tornar adulto também. Também em
denunciar abusos, exclusões e falta de estrutura. Isso poderá se dá com um bom relacionamento
entre todos os envolvidos.
Ao professor cabe a paciência, determinação, carinho e zelo para não se igualar as pessoas comuns,
ele deve entender que tudo é uma etapa, nunca comparar os alunos especiais aos demais e sempre
elogiá-los para incentivá-los a lutar por mais uma etapa. Não privilegiar para não excluir, mas tratar
de forma igual e com respeito, para que todos possam ter direito a educação.
O envolvimento e a integração de pais, professores e a escola é muito importante em todas as
atividades de socialização, uma vez que torna mais leve a batalha contra o preconceito e a inclusão.
Mesmo que haja alguns avanços e mudanças, ainda estamos distantes de construir uma escola que
proporcione uma educação de qualidade para todos.
Precisa-se construir uma sociedade mais digna e justa, grande parte da vida é passada na escola e
essa precisa ser entendida que não é feita apenas para passar assuntos, ensinar a ler, escrever e
fazer contas, mas que forma cidadãos, que precisam trocar afetividade e sensibilidades, pois a
diferença começa nas características biológicas do ser humano e não é ela que determina a
personalidade do sujeito. Se analisado de diferentes ângulos, cada sujeito tem suas limitações por
possuírem aptidões, dons e características que outros não têm.
Podemos ver algumas mudanças em escolas que tem o cuidado desde a sua arquitetura ao plano
pedagógico, mas isso precisa ser uma norma a ser cumprida por todas, fiscalizada pelos órgãos
responsáveis, zelada e exigida pela sociedade.
Mas se torna algo muito maior porque infelizmente como dizem muitos dos entrevistados o governo
não cumpre bem o seu papel e até mesmo não buscam tratar o assunto com a devida atenção que
merece, ou a prática é diferente da teoria, ou é a teoria que é falha.
É obrigação de o governo exercer o papel que muitos professores e escolas vem fazendo em seu
lugar. Percebe-se que o governo faz campanhas, apresentam mudanças, mas quando os
professores, pais e alunos vão buscar o que estão oferecendo, descobrem que nem todas as escolas
espalhadas pelo Brasil estão prontas para oferecer o que foi apresentado ou muitas vezes não tem o
conhecimento.
Cabe ao governo oferecer e exigir aos professores o aperfeiçoamento, a especialização, construir
escolas com estruturas suficientes a atender a qualquer particularidade e fiscalizar para que ela
execute seu papel. Criar programas e benefícios que tratem de forma mais direta as dificuldades
encontradas.
Participar da construção de uma sociedade digna, justa e inclusiva é o que o governo deve oferecer a
todos, fazer a sociedade refletir e mudar deve ser uma obrigação.
Em uma das entrevistas constatamos que as escolas passam para os pais a dura mensagem de que
não podem receber seus filhos ou que é melhor que ele vá para uma escola que os possa receber, é
previsto na Lei Federal nº. 7.853/1989 a garantia de que nenhuma escola deve recusar um aluno
portador de necessidades especiais, cabe à escola adaptar sua estrutura física e pedagógica para
receber todos os alunos sem distinção e dá eles o pleno direito de terminar seu curso.
O Ministério da Educação – MEC, unido a Secretária de Educação Profissional e Tecnológica –
SETEC e a Secretária de Educação Especial – SEESP agenciam o projeto de TEC NEP de
educação, tecnologia e profissionalização para jovens e adultos com necessidades educacionais
especiais, é um programa que funciona com a ajuda dos sistemas estaduais, municipais e
comunitários, que auxiliam as instituições a receber os alunos, qualificar os profissionais e fazer a
manutenção do programa, infelizmente são poucas as cidades que dispõe desse programa, mas a
iniciativa já é um grande passo, é necessário então que cada um cumpra o seu papel, governo,
governados e toda a comunidade. Não é só uma evolução para melhorar a qualidade de vida de cada
um, mas de o país progredir e sair do seu estado de emergente.
Para DURKHEIN a educação deve formar indivíduos que se adapte a estrutura social
vigente instituindo os caminhos e normas que cada um deve seguir, tendo sempre
como horizonte a instituição e manutenção da ordem social, a educação é um forte
instrumento de coesão social e cabe ao estado ofertá-la e supervisioná-la. Para KARL
MARX a educação deve ser vista como um instrumento de transformação social e não
uma educação reprodutora dos valores do capital, para MARX a uma necessidade de
uma escola politécnica estabelecendo três pontos principais: o ensino geral que é o
estudo da literatura, ciências, letras etc.
A educação física que é atividade que promova a saúde do ser e a outra é o estudo
tecnológico que visa acabar com a alienação do proletariado perante a classe
dominante. Para MAX WEBER a educação é um modo pelo qual os homens são
preparados para exercer as funções dentro da sociedade, sendo uma educação racional,
a visão de educar está vinculada enquanto formação integral do homem, uma educação
para habilitar o indivíduo para a realização de uma determinada tarefa para obtenção
de dinheiro dentro de uma sociedade cada vez mais racionalizada e burocrática e
estratificada.
Cabe à escola formar alunos com senso crítico, reflexivo, autônomo e conscientes de
seus direitos e deveres tendo compreensão da realidade econômica, social e política do
país, sendo aptas a construir uma sociedade mais justa, tolerante as diferenças culturais
como: orientação sexual, pessoas com necessidades especiais, etnias culturais e
religiosas etc. Passando a esse aluno a importância da inclusão e não só no âmbito
escolar e sim em toda a sociedade.
Atualmente existem projetos para promover cultura na escola, estes visando que os
alunos ampliem sua visão de mundo, valorizando as diferentes manifestações culturais
ao seu redor (...) por meio de ações que estimulem práticas culturais e educacionais
nas escolas com parcerias com instituições artísticas (museus, parques arqueológicos,
etc.). (FONSECA; M. C. G. T. SILVA; M. A. M. SILVA. 2010).
A escola pública nos dias atuais deixa muito a desejar quando se fala de educação e de
formar cidadãos para viver numa sociedade tão multicultural e pluriétnicas, como a
nossa. A falta de investimentos e de capacitação de professores, escolas sem
infraestrutura adequada para o recebimento desse aluno. O modelo segregado e
homogêneo que com muito esforço está mudando para o modelo de escola inclusiva,
mesmo escolas sem condições adequadas para receber esse aluno.
As escolas das nossas regiões, na promoção da cidadania não mudam muito nesse
contexto generalizado, escolas que entram em reformas mais não terminam, que falta
merenda, que faltam professores, que não existem equipes disciplinares qualificados
para tais fins, assim, ficando difícil promover a cidadania, cujo, o contexto não
sustenta, ou seja, para o estudioso João Batista oliveira a escola perdeu a sua função
social," Perdemos a noção da função social da escola. Ela deixou de ser cobrada pelo
cumprimento de suas obrigações essenciais e passou a ser cobrada por milhares de
coisas que ela não tem condição de fazer, como cuidar da educação sexual, educação
para o trânsito, para o consumo etc.", (diz Oliveira, entrevista concedida a Revista
Veja “A Escola perdeu sua função social” em 10/11/2014).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral desta pesquisa foi levantar as devidas compreensões sobre o embate
do questionamento da função social das escolas Brasileiras. Cada uma com suas
particularidades, mas, com a mesma missão, de transmitir os conhecimentos básicos
para que o homem comum possa descobrir as suas habilidades, e que o mesmo venha
adquirir os seus verdadeiros valores como ser humano, que esses conhecimentos
ajuda-o a enxerga os fenômenos humanas e exatas, Levando-se em consideração esses
aspectos, concluímos que no trabalho em questão, estamos cientes que a educação
inclusiva ainda está em processo de desenvolvimento, mas historicamente é visível o
avanço da educação inclusiva.
Entretanto, não podemos negar que a educação é fundamental e sempre será, porém,
merece uma análise critica, e a forma como o processo educativo ocorre para as
diferentes classes dominantes, aonde, mais vagas, mais tempo na escola, mais
disciplinas curriculares, mais e mais regulamentos, superam a dignidade e a cidadania,
para educação inclusiva ser mais eficiente na prática, devemos ter docentes inclusivos,
uma infraestrutura inclusiva, uma diretriz inclusiva e uma sociedade inclusiva, só
assim que vamos colher os resultados da aprendizagem dos nossos alunos, tornando-
os, assim um melhor profissional, um melhor cidadão.
Ele era para ser o centro do universo, por que tudo o que sabemos é fruto de muita
dedicação, em sua formação contínua em adquirir conhecimentos e de transpassar
esses, para as novas e futuras gerações. No nosso ver essa realidade só será mudada
quando estes mestres tiverem realmente os devidos reconhecimentos, não só pelos
reconhecimentos fiscais, mais, sim pela matéria humana que são pessoas honestidade e
dignidade de passar o que é justo e certo para as futuras gerações, cabendo-o a cada
um, que adquiriu esses ensinamentos, buscar colocar em prática no seu convive social.
Estrutura educacional brasileira
Desta maneira será demonstrado que a nova proposta educacional brasileira objetiva
a democratização e universalização do conhecimento básico, proporcionando educação
e cuidado com a escolarização, assumindo um caráter intencional e sistemático, que dá
especial relevo ao desenvolvimento intelectual, sem, contudo descuidar de outros
aspectos, tais como o físico, o emocional, o moral e o social (Lei nº 9394/96).
DESENVOLVIMENTO
Sobre a Educação e a Escola no Brasil Saviani identifica quatro grandes concepções
na organização, orientação e funcionamento da escola: a concepção humanista
tradicional, moderna, analítica e dialética.
A concepção humanista tradicional conceitua educação a partir de uma visão de homem
pré – determinada, onde cada homem é uma essência imutável. Neste sentido, propõe
que a educação conforme-se à essência humana, resultando daí o entendimento de que
as mudanças realizadas, via processo educativo, são acidentais. Nesse conceito
concentra-se no adulto que representa o homem completo, em detrimento da criança
(ser incompleto, “por fazer”). É importante distinguir na linha tradicional suas duas
vertentes: uma religiosa (prevalecente na idade média) e outra leiga (elaborada por
pensadores modernos como “expressão da ascensão da burguesia e instrumento de
consolidação da sua hegemonia”) (Saviani, 1987). Entre outros princípios, esta
concepção defende os sistemas públicos de ensino, sejam eles: leigos, obrigatórios,
universais e gratuitos. Centra no educador (homem completo) o modelo a ser seguido,
imitado e reproduzido pelos educandos (seres incompletos) cuja essência poderá ser
potencializada ou atualizada através do processo educativo, porém jamais
transformada.
A concepção humanista moderna deriva seu conceito de educação de uma pré-
determinada visão de homem, a exemplo do que faz a “tradicional”. Difere dessa, no
entanto, quando afirma que a existência do Homem precede a sua essência, resultando
daí seu conceito de homem: “um ser completo desde o nascimento e inacabado até a
morte”. Defende a predominância do psicológico sobre o lógico e descola o centro do
processo educativo do adulto para a criança (o educando), para a vida e para as
atividades da existência. Admite formas descontínuas de educação, em dois sentidos:
Considera que a educação caminha segundo o ritmo vital que varia conforme
diferenças existenciais e individuais, desconsiderando, na educação, esquemas
pré – definidos e lógicos;
Afirma que os verdadeiros momentos educativos são “transitórios, raros, fugazes”
e decorrem da predisposição e possibilidade de cada um.
Resultado desse impasse é que ambos os ensinos (1º e 2º) tornaram enciclopédicos.
Acrescentando ao conteúdo tradicional os conteúdos ditos científicos, não resolvendo o
dilema nem o nível de idéias, muito menos da suficiência da escola. Na prática, a escola
se manteve como preparadora daqueles que iriam ingressar no grau de
ensino subsequente.
O segundo período (1930 a 1960):
Este período é marcado por intensas movimentações e tensões. A crise de 1929
provocou no Brasil duas transformações estruturais importantes:
LDB-9394/96
A LDB - Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394 foi promulgada em 20 de dezembro de 1996. Desde
então, ela vem abrangendo os mais diversos tipos de educação: educação infantil (agora
sendo obrigatória para crianças a partir de quatro anos); ensino fundamental; ensino
médio (estendendo-se para os jovens até os 17 anos). Além de outras modalidades do ensino,
como a educação especial, indígena, no campo e ensino a distância. Cabe a nós, brasileiros,
segui-la, tornando a educação muito mais humana e formativa. Mesmo porque o sistema
educacional envolve a família, as relações humanas, sociais e culturais.
É por meio da LDB que encontramos os princípios gerais da educação, bem como as
finalidades, os recursos financeiros, a formação e diretrizes para a carreira dos profissionais da
educação. Além disso, essa é uma lei que se renova a cada período, cabendo à Câmara dos
Deputados atualizá-la conforme o contexto em que se encontra a nossa sociedade. Como
exemplo, antes o período para terminar o ensino fundamental era de 8 anos. Após a atualização
da LDB, o período se estendeu para 9 anos, com idade inicial de 6 anos. Outras atualizações
foram feitas, como a revogação dos parágrafos 2º e 4º do Artigo 36, da seção IV, que trata do
ensino médio. Daí a importância de sua publicação, visando nortear o povo brasileiro,
assegurando-lhe seus direitos e mostrando os seus deveres.
Desde sua promulgação, ocorreram inúmeras atualizações na LDB. A última atualização ocorreu
em março de 2017, por meio da Lei nº 13.415. Essas alterações visam buscar melhorias para a
nossa educação, sempre primando pelo direito universal à educação para todos.
Clique e conheça os títulos que abordam os artigos presentes na LDB - Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, bem como os seus incisos e parágrafos:
Título I - Da Educação