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Cerrado é o nome regional dado às savanas brasileiras.

Cerca de 85% do grande platô que ocupa o


Brasil Central era originalmente dominado pela paisagem do cerrado, representando cerca de 1,5 a 2
milhões de km2, ou aproximadamente 23% da superfície do País. O clima típico da região dos cerrados é
quente, semi-úmido e notadamente sazonal, com verão chuvoso e inverno seco. A pluviosidade anual fica
em torno de 800 a 1600 mm. Os solos são geralmente muito antigos, quimicamente pobres e profundos.

Localização

Localizado basicamente no Planalto Central do Brasil e uma pequena porção representada no Sul do
Brasil, estado do Paraná, município de Jaguariaíva. O cerrado é o segundo maior bioma do País,
superado apenas pela Floresta Amazônica. O bioma é caracterizado por tipos específicos de vegetação,
como a caatinga, o cerrado entre outros. É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América
do Sul, com índices pluviométricos regulares que lhe propiciam biodiversidade. Originalmente ocupava
uma área superior a 2 milhões de km², cerca de 23% do território brasileiro, abrangendo os estados de
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos
estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Ocorre também em outras áreas
nos estados de Roraima, Pará, Amapá e Amazonas.

Caracterização

As savanas do Brasil destacam-se como unidades fitofisionômicas pela sua grande expressividade
quanto ao percentual de áreas ocupadas. Dependendo do seu adensamento e condições edáficas, pode
apresentar mudanças diferenciadas denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas
por formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros.

Cerrado Sentido Amplo (lato senso)

Tipo de vegetação que inclui todas as formações abertas do bioma Cerrado (Campo Limpo, Campo Sujo,
Cerrado Sentido Restrito, Campo e Cerrado Rupestre) e uma formação florestal (Cerradão).

Campo Limpo

Tipo fitofisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É comumente encontrada junto às
veredas, olhos d'água e em encostas e chapadas. Pode ser classificado em Campo Limpo Seco, quando
ocorre em áreas onde o lençol freático é profundo e Campo Limpo Úmido, quando o lençol freático é
superficial.As áreas de Campo Limpo Úmido são ricas em espécies herbáceas ornamentais como por
exemplo: Rhynchospora speciosa (estrelona), Paepalanthus elongathus (palipalã-do-brejo), Lagenocarpus
rigidus (capim-arroz), Lavoisiera bergii (pinheirinho-roxo) e Xyris paradisiaca (pirecão).

Campo Sujo

É uma fisionomia herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si. Estabelece-se
sobre solos rasos que podem apresentar pequenos afloramentos rochosos ou solos mais profundos, mas
pouco férteis. Da mesma forma que o campo limpo varia com a umidade do solo e a topografia, podendo
ser classificado como Campo Sujo Úmido e Campo Sujo Seco.

Entre as espécies encontradas nos Campos Sujos da região estão: Epistephium sclerophyllum (orquídea-
terrestre), Paepalanthus speciosus (sombreiro),Cambessedesia espora, Vellozia flavicans (canela-de-
ema) e Didymopanax macrocarpum (mandiocão).

Campo Rupestre

É um tipo de vegetação sobre topos de serras e chapadas de altitudes superiores a 900m com
afloramentos rochosos onde predominam ervas e arbustos, podendo ter arvoretas pouco desenvolvidas.
Em geral, ocorre em mosaicos, não ocupando trechos contínuos. Apresenta topografia acidentada e
grandes blocos de rochas com pouco solo, geralmente raso, ácido e pobre em nutrientes orgânicos. Em
Campos Rupestres é alta a ocorrência de espécies vegetais restritas geograficamente àquelas condições
ambientais (endêmicas), principalmente na camada herbácea-subarbustiva. Algumas espécies destacam-
se nessa vegetação como: Wunderlichia spp (flor-do-pau), Bulbophyllum rupiculum (orquídea), Xyris
paradisiaca (pirecão) e Paniculum chapadense (gramínea).

Cerrado Sentido Restrito (stricto senso)

Fitofisionomia característica do bioma Cerrado com árvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e
ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas.
Podem ocorrer variações fisionômicas devido à distribuição espacial diferenciada das plantas lenhosas e
ao tipo de solo. Dentre algumas espécies encontradas nessas áreas: Kielmeyera spp (pau-santo),
Magonia pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacaré) e Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miúda)

Cerrado Rupestre

É uma das formas de cerrado sentido restrito de constituição arbórea, arbustiva e herbácea, que ocorre
em ambientes rupestres. Os solos são rasos, com afloramentos rochosos e pobres em nutrientes. No
estrato arbóreo-arbustivo, estão presentes espécies como: Wunderlichia crulsiana (flor-do-pau),
Didymopanax spp (mandiocão), Tabebuia spp (ipês), Vellozia spp (canela-de-ema, candombá) e Mimosa
regina. No estrato herbáceo encontram-se: Rhynchospora globosa (amarelão), Paepalanthus
acanthophylus (chuveirinho), Paepalanthus eriocauloides (mosquitinho), Echinolaena inflexa (capim-
flexina), Loudeotiopsis chrysothryx (brinco-de-princesa), Xyris schizachne (pimentona), Xyris hymenachne
(pimentinha-prateada), Lagenocarpus rigidus tenuifolius (capim-arroz).

Cerradão

É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e
caracteriza-se pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de
Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias),
muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou deciduidade) em
determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea
(pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). São encontradas poucas espécies epífitas.Em geral, os
solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos
vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distróficos, quando
pobres, e mesotróficos, quando mais ricos em nutrientes.Como exemplo dessa fitofisionomia, na Chapada
dos Veadeiros, onde são comumente encontradas as seguintes espécies lenhosas: Agonandra
brasiliensis (pau-marfim), Callistene fasciculata (faveiro), Stryphnodendron adstringens (barbatimão),
Copaifera langsdorfii (copaíba), Magonia pubescens (tingui), Xilopia aromatica (pindaíba). Quanto ao
estrato herbáceo, são freqüentes os gêneros de gramíneas: Aristida, Axonopus, Paspalum e
Trachypogon.

Mata Seca ou Mata Mesofítica

É um tipo de formação florestal que não está associada com cursos d'água e apresenta diferentes índices
de deciduidade durante a estação seca. Pode ser de três tipos: Mata Seca Sempre-verde, Mata Seca
Semidecídua e Mata Seca Decídua. Os dois primeiros ocorrem sobre solos desenvolvidos em rochas
básicas de alta fertilidade (terra roxa estruturada) e média fertilidade (latossolo vermelho-escuro). A Mata
Seca Decídua em geral ocorre sobre afloramentos de rochas calcárias. O estrato arbóreo apresenta altura
que varia entre 15 e 25 metros. Entre suas árvores eretas destacam-se: Amburana cearensis (imburana),
Anadenanthera colubrina (angico) e Tabebuia spp (ipês).Nas matas secas encontra-se uma variedade de
espécies decíduas, semidecíduas e sempre-verdes, destacando-se as leguminosas Acacia poliphylla
(angico-monjolo), Anadenanthera macrocarpa (angico), Sclerobium paniculatum (carvoeiro), Hymenaea
stilbocarpa (jatobá) e a voquisiácea Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-pequena).

Mata de Galeria
Floresta tropical sempre-verde (não perde as folhas durante a estação seca) que acompanha os córregos
e riachos da região central do Brasil, com as copas das árvores se encontrando sobre o curso d'água.
Apresenta árvores com altura entre 20 e 30 metros. Os solos variam em profundidade, fertilidade e
umidade, as Matas de Galeria ocorrem desde sobre solos distróficos (pobres) do tipo latossolo até solos
mais rasos e mais ricos em nutrientes, como podzólicos e litossolos (com afloramentos rochosos). Esta
fisionomia é comumente associada a solos hidromórficos, com excesso de umidade na maior parte do
ano devido ao lençol freático superficial e grande quantidade de material orgânico acumulado, propiciando
e decomposição que confere a cor preta característica desses solos.Nas Matas de Galeria ocorrem
espécies utilitárias como: Copaifera langsdorfii (copaíba), Virola sebifera (ucuúba), Cabralea canjerana
(canjerana), Talauma ovata (pinha-do-brejo), Euterpe edulis (palmiteiro), Guadua paniculata (taquara),
Epidendrum nocturnum (orquídea epífita).

Mata Ciliar

Formação florestal densa e alta que acompanha os rios de médio e grande porte, onde a copa das
árvores não forma galerias sobre a água. Apresenta árvores eretas com altura predominante entre 20 e
25 metros. As espécies típicas desta fisionomia perdem as folhas na estação seca (deciduidade). Os
solos variam de rasos (cambissolos, plintossolos ou litólicos) a profundos (latossolos e podzólicos) ou
aluviais (com acúmulo de material carregado pelas águas). A camada de material orgânico é sempre mais
rasa que a encontrada nas Matas de Galeria.Entre as espécies arbóreas, destacam-se algumas
freqüentes: Anadenanthera spp (angicos), Apeiba tibourbou (pente-de-macaco), Aspidosperma spp
(perobas), Celtis iguana (grão-de-galo), Inga spp (ingás), Myracrodruon urundeuva (aroeira), Sterculia
striata (chichá) e Tabebuia spp (ipês). São encontradas poucas espécies de orquídeas epífitas.

Vereda

É uma vegetação caracterizada pela presença do Buriti (Mauritia flexuosa), palmeira que ocorre em meio
a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. As Veredas são encontradas sobre solos
hidromórficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente úmido. Nas Veredas, em função do solo
úmido, são encontradas com freqüência espécies ornamentais de gramíneas, ciperáceas, xiridáceas,
eriocauláceas e melastomatáceas.

Parque Cerrado

É uma formação caracterizada pela presença de ilhas ou elevações arredondadas conhecidas como
MURUNDUNS, em meio a um campo úmido, com diâmetro em torno de 5,0 a 20,0 m e altura média de 50
cm. Estes montes são drenados e abrigam espécies da flora do Cerrado Senso Restrito, formando
mosaicos de vegetação com o campo úmido. Alguns autores associam a origem dos Murunduns à
atividade dos cupins.Entre as espécies arbóreas mais freqüentes, temos a Eriotheca gracilipes,Qualea
grandiflora, Qualea parviflora e Dipteryx alata. No estrato arbustivo-herbáceo encontramos as bromélias e
os gêneros Annona, Allagoptera e Vernonia, além de algumas espécies de herbáceas do campo úmido
adjacente. O Cerrado, é, na verdade, um mosaico de chapadas e vales, com várias formações vegetais
distintas, que vão desde o campo úmido até o cerradão, passando pelas matas ciliares e as matas secas.
Isto faz com que o Cerrado seja considerado hoje a savana de maior biodiversidade do mundo. Já foram
catalogadas 774 espécies de árvores e arbustos no Cerrado, das quais 429 endêmicas. Há também um
grande número de orquídeas. A região dos cerrados possui alta luminosidade, baixa densidade
demográfica e intensa atividade pastoril, ao sul. Sua extensão territorial abrange mais de 1.200 km de
leste para oeste e mais de 1.000 km de norte a sul. O Cerrado está ameaçado pela expansão
desordenada da fronteira agrícola, que já ocupa quase 50% da região. A destruição da cobertura vegetal
já supera 70% da área original, e até agora menos de 2% do Cerrado está protegido por Parques
Nacionais ou Reservas, separados entre si por grandes distâncias.

Clima e Hidrografia

Situado a 19º 40' de latitude sul, o cerrado está a apenas 835 metros acima do nível do mar. Apesar de
abranger uma extensa área, a região de cerrado apresenta clima bastante regular, classificado como
continental tropical semi-úmido.A temperatura média é de 25ºC, registrando máximas de 40ºC no verão. A
estação seca começa em abril e continua até setembro. Nesta estação os ventos predominantes são de
leste ou de sudeste e as tempestades são muito raras. Os meses mais frios são junho e julho, com
temperaturas que variam de 20 a 10ºC.
Em agosto a temperatura é mais alta. Os meses mais chuvosos são novembro, dezembro e janeiro. As
precipitações em mm variam para diversas localidades: Formosa (GO), 1.592 mm; em Cuiabá, 1.425 mm,
em Corumbá, 1.114 mm. Ocorre vegetação de cerrado na Amazônia, no Nordeste, no Brasil Central, onde
há uma estação seca que pode perdurar de 4 a 5 meses, ocorrendo chuvas nos meses restantes, num
total que oscila em torno dos 1.400 - 1.500 mm, mas ocorre também no Sudeste e no Sul, com
precipitações um pouco menores, embora com temperaturas médias muito inferiores, havendo mesmo
possibilidades de geadas freqüentes e rigorosas. Um dos fatores limitantes no Cerrado é a deficiência
hídrica, que ocorre devido à má distribuição das chuvas, à intensa evapotranspiração e às características
dos solos que apresentam baixa capacidade de retenção de água e alta velocidade de infiltração. O
regime de precipitação da região apresenta uma oscilação unimodal com a época chuvosa concentrada
no período de dezembro a março e a mais seca de junho a agosto. Esta diferença físico-climática da
Região dos Cerrados tem forte influência na distribuição dos recursos hídricos. Zonas hidrológicas
homogêneas estão estreitamente associadas a regiões físico-climáticas também homogêneas. O
escoamento superficial em uma bacia hidrográfica é influenciado pelo clima, relevo, vegetação e pela
natureza e estado de saturação do solo e subsolo. A rede hidrográfica dos Cerrados apresenta
características bastante diferenciadas, em função da sua localização, extensão territorial e diversidade
fisiográfica. Situada sobre o grande arqueamento transversal que atravessa o Brasil Sudeste e Central, a
região abrange um grande divisor de águas, que separa os maiores sistemas hidrográficos do território
brasileiro. Ao sul, abrange parte da bacia do Paraná; a sudeste, o Paraguai; ao norte, a Bacia Amazônica;
a nordeste, Parnaíba e a leste, o São Francisco.O regime fluvial dos rios da região encerra, nestas
condições, notáveis diferenças nas características físicas de suas bacias de drenagem e nas diversas
influências climáticas a que estão submetidas. Com relação às águas subterrâneas, os mesmos fatores
físico-climáticos influenciam sua ocorrência.

Geologia Relevos e Solos

Os pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa por Goiás em direção sudeste-nordeste:
o Pico Alto da Serra dos Pirineus, com 1.600 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1.250
metros de altitude, e outros pontos com elevações consideradas que se estendem em direção noroeste; a
Serra do Jerônimo e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros de altitude.

Seus terrenos são um tanto que acidentados, com poucas áreas planas. Nos morros mais altos são
encontrados muitos pedregulhos, argila com inclusões de pedras e camadas de areia.

Outra formação é constituída por aflorações de rochas calcáreas, com fendas, grutas e cavernas em
diferentes tamanhos. Por cima das rochas, há uma vegetação silvestre. Possui campos e vales com
vegetação bem característica, e há ainda uma mata ciliar rodeando riachos e lagoas.

Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta lixiviação e possuem baixa fertilidade natural.
Possuem grandes áreas, com a seguinte classificação: latossolo (escuro, vermelho-amarelo, roxo),
areias, cambissolos, solos (concrecionários, litólicos) e lateritas hidromórficas.

Em pequenas áreas ocorrem grupos de solos: podzólico (vermelho-amarelo), glei húmico, solos orgânicos
e terras roxas estruturadas (distrófico e eutrófico).

O solo do cerrado apresenta pH ácido, variando de 4,3 a 6,2. Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa
disponibilidade de nutrientes, como o fósforo, o cálcio, o magnésio, o potássio, matéria orgânica, zinco,
argila, compondo-se de caulinita, goetita ou gibsita. O solo é bem drenado, profundo e com camadas de
húmus.

As estruturas do solo do cerrado são em algumas partes bem degradadas devido às atividades agrícolas
e pastagens, sendo recuperado com reflorestamento de espécies de Eucalyptus, associado com plantio
de milho e feijão, além de café, freijó, maniçoba e palma.

E a regeneração artificial é feito com espécies de Acacia, Agathis, Araucaria, Cassia, Cedrela, Cupressus,
Pinus, Podocarpus, Terminalia, entre outras.

Flora

A cobertura vegetal do Cerrado é a segunda mais importante do Brasil. Abrange aproximadamente


1.750.000 km², que corresponde a cerca de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas formas
de vegetação, desde dos campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com matas
ciliares. O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a
presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400
endêmicas desse bioma.

É classificado como tendo formações vegetativas primitivas, com quatro divisões: matas, campos, brejos
e ambientes úmidos com plantas aquáticas. As matas ocupam as depressões, vales e cursos de águas e
possuem poucas epífitas.

Os campos cobrem a maior parte do território, denominada campestre. É essencialmente coberto por
gramíneas, com árvores e arbustos. É também subdividido em campo de cerrado, campo de limpo, que
se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives ou planos.

A vegetação de brejos é composta por gramíneas, ciperáceas, arbustos, pequenas árvores isoladas,
algumas ervas, entre outras diversidades de espécies.

As árvores mais altas do cerrado chegam a 15 metros de altura e formam estruturas irregulares. Apenas
nas matas ciliares as árvores ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas e
decíduas. Nos chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres do Cerrado, estão as mais
exuberantes e exóticas bromeliáceas, cactos e orquídeas, contando com centenas de espécies
endêmicas. E ainda existem espécies desconhecidas, que devido à ação antrópica do homem podem ser
destruídas antes mesmo de serem catalogadas.

As árvores do cerrado são muito peculiares, com troncos tortos, cobertos por uma cortiça grossa, cujas
folhas são geralmente grandes e rígidas. Muitas plantas herbáceas têm órgãos subterrâneos para
armazenar água e nutrientes. Cortiça grossa e estruturas subterrâneas podem ser interpretadas como
algumas das muitas adaptações desta vegetação às queimadas periódicas a que é submetida,
protegendo as plantas da destruição e capacitando-as para rebrotar após o fogo.

As próprias queimadas, freqüentes neste tipo de bioma, são mal interpretadas. Na verdade, as queimadas
periódicas (com intervalos maiores do que 5-7 anos) já aconteciam no Cerrado antes da chegada do ser
humano.

Há, inclusive, várias espécies de plantas que só germinam após as queimadas. Mas as queimadas
intensas, feitas a cada um ou dois anos pelos pecuaristas, são extremamente nocivas ao Cerrado.

Fogo no Cerrado

Um dos fatores ecológicos mais importantes do cerrado é o fogo. Ele pode ser gerado de diversas formas
naturais, mas a principal delas são as descargas elétricas. Os incêndios diminuem a densidade do
cerrado, prejudicando o incremento do material lenhoso e favorecendo a expansão das plantas
herbáceas.

Outra hipótese, de maior aceitação, considera o cerrado uma vegetação clímax, que não se torna uma
floresta devido às condições de clima e solo existentes, tendo o fogo um papel secundário. De acordo
com a segunda hipótese, a falta de nutrientes essenciais e a grande presença de alumínio são as
responsáveis pela fisionomia característica dos cerrados.

Fauna

Nos vários hábitats naturais, desde o campo aberto, o campo limpo, o campo sujo, campo cerrado com
formações arbóreas, o cerradão, o campo úmido, a vereda e a mata ciliar, o cerrado apresenta
diversidade em espécies. Toda esta riqueza de ambientes, com vários recursos ecológicos, abriga
comunidades de animais, com diversas espécies e uma grande abundância de indivíduos, alguns com
adaptações especializadas para explorar recursos específicos de cada um desses hábitats.

No ambiente do Cerrado são conhecidas, até o momento, 1.575 espécies animais, formando o segundo
maior conjunto animal do planeta. Cerca de 50 das 100 espécies de mamíferos (pertencentes a cerca de
67 gêneros) estão no cerrado. Apresenta também 837 espécies de aves; 150 de anfíbios, das quais 45
são endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no Distrito Federal, há 90
espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 de abelhas e vespas.

Devido à grande ação antrópica do homem e a suas atividades, o cerrado passou por grandes
modificações, alterando os diversos hábitats, e conseqüentemente apresentando espécies ameaçadas de
extinção, como o tamanduá-bandeira, o macaco, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão e o falcão-de-
peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a
lontra.

Degradação do Cerrado

Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a
interiorização da capital e a abertura de uma nova rede rodoviária, largos ecossistemas deram lugar à
pecuária e à agricultura extensiva, como a soja, arroz e ao trigo. Tais mudanças se apoiaram, sobretudo,
na implantação de novas infra-estruturas viárias e energéticas, bem como na descoberta de novas
vocações desses solos regionais, permitindo novas atividades agrárias rentáveis, em detrimento de uma
biodiversidade até então pouco alterada.

Durante as décadas de 1970 e 1980 houve um rápido deslocamento da fronteira agrícola, com base em
desmatamentos, queimadas, uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, que resultou em 67% de áreas
do Cerrado "altamente modificadas", com voçorocas, assoreamento e envenenamento dos ecossistemas.
Resta apenas 20% de área em estado conservado.

A partir da década de 1990, governos e diversos setores organizados da sociedade debatem como
conservar o que restou do Cerrado, com a finalidade de buscar tecnologias embasadas no uso adequado
dos recursos hídricos, na extração de produtos vegetais nativos, nos criadouros de animais silvestres, no
ecoturismo e outras iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e justo.

Atualmente as unidades de conservação federais no Cerrado compreendem: dez Parques Nacionais, três
Estações Ecológicas e seis Áreas de Proteção Ambiental.

Bibliografia

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./
natural/index.html&conteudo=./natural/biomas/cerrado.html

http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/
meioamb/ecossist/cerrado/apresent.htm

http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/cerrado.htm

(Copiado, na íntegra, do site http://www.coladaweb.com/ )

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