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ANTROPOLOGIA FORENSE E PATERNIDADE

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ANTROPOLOGIA FORENSE

É o ramo da medicina legal que, utilizando-se de conhecimentos da Antropologia Geral, ocupa-se


principalmente das questões relativas a IDENTIDADE e IDENTIFICAÇÃO.

IDENTIDADE: É o conjunto de caracteres próprios das pessoas, dos animais, das coisas e dos objetos.

IDENTIFICAÇÃO: é o processo através do qual se determina a identidade de uma pessoa ou coisa.


(Perito)
Na medicina legal é feito o processo de identificação, a identidade é algo próprio de cada pessoa.

IDENTIFICAR: É provar por meio técnico e/ou científico que aquela pessoa é ela e não outra.

RECONHECER: É o processo identificatório baseado no conhecimento anterior da pessoa. (Empírico)

HISTÓRICO
No código de HAMURABI já havia menções de amputações de partes do corpo como forma de
individualização.
A aplicação do FERRETE, que consistia em marcar as pessoas com ferro em brasas, sempre em locais
visíveis.

 Assinalamento sucinto ou sumário.


 Sistema dermográfico de BENTHAM.
 Sistema de ICARD.
 Sistema craniográfico de ANFOSSO.
 Sistema otomérico de FRIGÉRIO.
 Sistema oftométrico de CAPDEVILLE.
 Sistema antropométrico de BERTILLON.
 Sistema odontológico de AMOEDA.
 Sistema geométrico de MATHEIOS.
 Sistema poroscópico de LOCARD.
 Sistema dactiloscópico de VUCETICH.
Só para vcs terem o conhecimento que existem várias formas de identificar.
Não vamos falar da precisão da dactiloscopia, da questão das impressões digitais, é bem específico, não usa
nem no IML.

Métodos mais recentes


 Fotografia
 Fotografia Sinaléptica
Perguntou na aula, ninguém respondeu. Disse que cobrará o conceito na prova. Tirei a resposta da
internet: É uma fotografia comum, porém com redução de um sétimo de frente e de perfil direito,
disciplinada com exata distância focal, que permite calcular a estatura do indivíduo.
 Retrato falado
 Prosopografia
Perguntou na aula, ninguém respondeu. Disse que cobrará o conceito na prova. Tirei a resposta da
internet: É o processo de identificação pela superposição de fotografias do indivíduo tiradas em vida
sobre foto de crânio, que se procede após a determinação de uma perfeita correspondência dos pontos
ósseos e das partes moles da face, principalmente na fronte, nas órbitas, nos supercílios, no nariz e no
mento.
 Impressão genética do DNA
 Biometria

REQUISITOS TÉCNICOS E CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO


 DO MÉTODO
o Praticabilidade
o Reprodutibilidade
Fácil de repetir corretamente e de botar em prática.

 DA CARACTERÍSTICA ESCOLHIDA
o Unicidade ou Individualidade
o Imutabilidade
o Perenidade
o Classificabilidade
Ou seja, deve selecionar uma característica capaz de individualizar o individuo e que não se altere, além de ser
facilmente classificável. Sem esquecer de ser prático e facilmente reprodutível.

IDENTIDADE MÉDICO-LEGAL
 CARACTERÍSTICAS GERAIS (de um grupo de indivíduos)
o Raça
o Sexo
o Idade

PARA IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA


1. Qual a raça do(a) periciando(a)?
2. Qual seu sexo?
3. Qual sua idade?
4. Qual sua estatura?
5. Qual o seu peso?
6. Qual seu tipo sanguíneo?
7. Quais as particularidades que apresenta?
8. Qual sua forma dactoloscópica?

RAÇAS
 TIPO CAUCASIANO
 TIPO MONGÓLICO
 TIPO NEGRÓIDE
 TIPO INDIANO
 TIPO AUSTRALÓIDE
Existem características específicas para determinar as raças: forma do crânio, madíbula, fêmur...

SEXO
 Caracterizado principalmente pelas grandes diferenças encontradas;
 Na bacia dos homens e mulheres; (andróide e ginecóide)
Dá pra identificar se uma mulher é primipara ou multípara pelas lesões de passagem, ligamentos rompidos,
etc.
 No crânio;
Identifica sexo e raça.
 Em alguns fragmentos ósseos; (Mandíbula)

PARA IDENTIFICAÇÃO DO SEXO


1. O periciando é do sexo masculino?
2. É do sexo feminino?
3. Apresenta anomalia genital?
4. De que tipo?
5. Apresenta anomalia na sexualidade?
6. De que tipo?

IDADE
 APARÊNCIA (pode causar confusão)
 PELE
 PÊLOS
 GLOBO OCULAR (características específicas na conjuntiva)
 DENTES (formação e perda)

PARA DETERMINAÇÃO DA IDADE


1. Qual a idade aparente do (a) periciando (a)?
2. É menor de 14?
3. É maior de 14 e menor de 18?
4. É maior de 18 e menor de 21?
5. É maior de 21 e menor de 70?

IDENTIDADE MÉDICO-LEGAL
 CARACTERÍSTICAS PARTICULARES (Pergunta de prova: Quais as características particulares do
indivíduo? Classificar/ diferenciar físicas X psicológicas e naturais X adquiridas.)
o FÍSICAS-NATURAIS
 Peso e conformação
 Estatura
 Sinais particulares
 Malformações genéticas
 Características gerais
 Grupos sanguíneos
 Impressões papilares
 Exame do DNA
o FÍSICAS-ADQUIRIDAS
 Tatuagens
 Cicatrizes
 Sinais particulares (manchas, afundamentos, encurtamento de membro por lesão)
 Mutilações
o PSICOLÓGICAS (distúrbios de comportamento após algum evento ou doenças como
esquizofrenia)

MODELO DE QUESTÃO – PROVA

1) Após analisar as assertativas abaixo, assinale a alternativa correta:


I- Dentre as diversas provas para identificação de pessoas em cadáveres, não é de
caráter genético a pesquisa de impressões digitais. 
II- Na identificação médico-legal antropológica estudam-se a cor da pele, a estatura e a
idade. 
III- Através do exame do esqueleto de uma pessoa, o médico legista não pode
determinar ou estimar o grupo étnico a que pertence o indivíduo. 
IV- Em caso de dúvida sobre a maioridade ou menoridade de autor de um delito,
recomenda-se o exame pericial radiográfico do crânio. 
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Apenas II e IV estão corretas.
c) Todas estão corretas.
d) Apenas a II está errada.
e) Apenas I e II estão corretas.

IVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

Diz o velho brocardio latino:


Mater semper certa est, pater est quem nuptial demonstrant.
A mãe sempre é certa, pai é aquele que as núpcias demonstram.

Objetivo principal:
A perícia de investigação de paternidade busca o reconhecimento da filiação com o intuito de
determinar a identidade civil e, quase sempre, com implicações legais sucessórias.

Divisão das provas médico-legais:


 NÃO-GENÉTICAS
 Dados sobre a concepção;
 Idade do filho.
 GENÉTICAS
 Pré-Mendelianas;
 Mendelianas não sanguíneas;
 Mendelianas sanguíneas.

 NÃO-GENÉTICAS
 Dados sobre a concepção
 Duração da gestação;
 Possibilidade de coabitação;
 Possibilidade de fecundação;
 Inexistência de parto;
 Aplicação de métodos anticoncepcionais definitivos. (vasectomias)
 Idade do filho
 Para confronto com a época de coabitação;
 Para confronto com a data do parto.

NÃO-GENÉTICAS
São meramente de orientação e, no máximo, servem para direcionar o perito quando da realização
do seu trabalho. Não determinam a paternidade.

 GENÉTICAS
 Pré-Mendelianas
 Semelhanças fisonômicas;
 Caracteres adquiridos;
 Impressões maternas (captadas durante a gestação). Irritabilidade, transtorno
comportamental (?) – [24:40]

GENÉTICAS – Pré –Mendelianas


Tem interesse apenas histórico.
Confrontaçao fisionômica, o retrato falado, as impressões digitais, a cor da pele, exame
craniométrico, cranioscópico e etc., quase nada oferecem de valor prático. Não afirma paternidade.

GENÉTICAS – Mendelianas
Dessa forma, atualmente, mostram-se de valor probatório, no campo da investigação de
paternidade, apenas as provas MEDELIANAS, não sanguíneas e, principalmente, as sanguíneas.

 GENÉTICAS
 Mendelianas – Não-sanguíneas
 Exame do pavilhão auricular;
 Anomalias dos dedos;
 Características dos dentes;
 Presença de mancha mongólica;
 Hemofilia;
 Daltonismo;
 Orientação dos cabelos;
 Cor da pele.
 Exame do pavilhão auricular
 Baseia-se no exame do lóbulo da orelha dos pais e filhos. O lóbulo livre é
dominante, enquanto o preso é recessivo.
 Anomalia dos dedos
 A sindactilia ou ectrodactilia, têm caráter dominante. Assim, o filho de uma
mãe normal com alguma anomalia deve ter um pai com essa anomalia.
 Características dos dentes
 Existem algumas alterações genéticas, como a ausência de dentes, que estão
sendo estudadas.
 Presença de mancha mongólica
 Trata-se de uma mancha de conformação e coloração variável que tende a
desaparecer até os 2 anos de idade.
 A presença desta mancha exclui os genitores caucasianos puros (brancos).
 Hemofilia
 É uma doença hereditária, hemorrágica, caracterizada por um distúrbio na
coagulação do sangue, ligada ao cromossomo X, transmitido pela mulher e
que se manifesta no homem.
 Por ser comprovada a origem genética, nenhum filho de pais geneticamente
sadios pode ser hemofílico.
 Daltonismo
 Também é uma doença hereditária ligada ao sexo (cromossomo X),
caracterizada pela incapacidade de distinguir cores. A cada 100 pessoas tem 1
daltonico.
 Filhos de pais geneticamente sadios não podem ser daltônicos.
Os Daltônicos conseguem diferenciar as cores sintéticas de naturais, no exercito americano tem
batalhões com daltônicos.
 Orientação dos cabelos
 A orientação no redemoinho dos cabelos é determinada por um fator
dominante (orientação destrogira – à direita) e outro recessivo (levogira – à
esquerda).
 Cor da pele
 Acredita-se que 5 pares de genes estejam envolvidos na determinação da
tonalidade da pele humana, que vai desde o preto até o branco puro.
 Os filhos devem ter sempre uma tonalidade de pele intermediária à dos pais.

A presença de um filho mais claro ou mais escuro levanta suspeita sobre a
paternidade.
 Mendelianas – Não-sanguíneas
 Não nos autoriza afirmar paternidade, podendo, no máximo, infirmá-la em
alguns casos.
Até agora, tudo que a gente viu, permite descartar o pai, mais não afirmar.
 GENÉTICAS
 Mendelianas-Sanguíneas
 Grupos Sanguíneos
 Sistema ABO
 Fatores M e N
 Fatores Rh e Rh
 Sistema HLA
 Outros fatores
 DNA
 Grupos Sanguíneos
 SISTEMA ABO
 Karl Landsteiner – 1901
 Primeiros antígenos eritrocitários descobertos
 Aglutinogênio tipo A
 Aglutinogênio tipo B

Grupo Sanguíneo Genótipos Possíveis


A AA ou AO
B BB ou BO
AB AB
O OO

Grupo Sanguíneo dos Pais Grupos Possíveis Grupos Impossíveis


AeA A ou O B e AB
AeB AB, A, B ou O Nenhum
A e AB AB, A ou B O
AeO A ou O B e AB
BeB BeO A e AB
B e AB AB, A ou B O
BeO B ou O A e AB
AB e AB AB, A ou B O
AB e O A ou B O e AB
OeO O A, B e AB
Questão de prova: pai de tal tipo, mãe de tal tipo...pode gerar filho de qual tipo?

 SISTEMA – MN

Grupo Sanguíneo dos Pais Grupos possíveis Grupos impossíveis


MeM M N ou MN
MeN MN M ou N
M e MN MN ou M N
NeN N M ou MN
N e MN MN ou N M
MN e MN MN, M ou N Nenhum
 SISTEMA Rh e Rh
o Philip Levine et al – 1939
o Landsteiner e Weiner – 1940
o Importância médico-legal em transfusões – acidentes caracterizam
negligência médica. Especial DHRN
o Exclusão da paternidade <30%

 OUTROS (transfusões e transplantes) Mais pela questão da rejeição


o Sistema Lewis
o Sistema Duffy
o Sistema Kidd
o Sistema Kell Cellano
o Grupos Lutheran

 SISTEMA HLA (leucócitos)


o Human Leucocyte Antigen
o Importância na histocompatibilidade
o Ligados a interação de vários genes (A, B, C e D), localizados no braço curto
do par de cromossomo 6, cada um deles associado a vários alelos.
o HLA-A, HLA-B, HLA-C e HLA-D
o Exclusão de paternidade >90%
Mais próximo que chegou, dentro dos sistemas sanguíneos, de identificar a paternidade. Antes do
DNA, era o mais avançado.

 DNA
o Equipe de Alee Jeffreys, 1985
o Reação em cadeia de polimerase (PCR – Polymerase chain reaction)
o Composto por 2 fitas complementares unidas por pontes de hidrogênio
entre bases púricas (A,G) e bases pirimídicas (T,C)
o O teste de DNA permite comparar as informações genéticas do DNA da
criança com aquelas encontradas no DNA do suposto pai. Baseada numa
pequena amostra de sangue dos envolvidos (pai, mãe e filho)para que haja
99,99% de certeza do resultado.

 DNA – Como é feito?


1. As partes envolvidas na investigação (mãe, pai e filho) vão a um laboratório
onde uma pequena amostra de sangue é coletada em um papel-filtro, sem
utilização de seringa. No caso de morte de alguma das partes, pede-se a
exumação do corpo e a coleta de uma parte do organismo, em geral, um fêmur.
2. O material pode ser coletado em laboratórios diferentes. Para que não haja
confusão com troca de materiais, assim que o sangue é coletado, o papel-filtro é
etiquetado e recebe a assinatura de cada envolvido. A coleta está pronta para
ser mandada a um laboratório especializado em exames de DNA. Em Manaus
manda tudo pra fora.
3. Do papel-filtro são retirados pequenos discos do tamanho da ponta de uma
caneta. O material é levado para uma espécie de banho-maria. Através de uma
espécie de aquecimento e resfriamento faz-se com que o DNA contido na coleta
seja amplificado.
4. Após a amplificação das moléculas de DNA, o material é levado para o
seqüenciador automático, uma sofisticada máquina onde o código genético será
seqüenciado.
Passos para inclusão e exclusão de paternidade pelo DNA
1) Comparar as bandas da mãe (M), criança (C) e possíveis pais (P).
2) Identificar quais bandas da criança vieram da mãe, as bandas restantes (bandas-teste)
vieram do pai.
3) As banda-teste estão no possível pai.

MODELO DE QUESTÃO – PROVA

1) Após analisar as assertativas abaixo, assinale a alternativa correta.


I. Em pesquisa de paternidade, as provas baseadas em identificação de fatores
(antígenos) de glóbulos vermelhos são de certeza quando excluem a
paternidade. 
II. A investigação de paternidade através da comparação de antígenos de glóbulos
brancos (leucócitos) se baseia no sistema HLA. 
III. As provas de filiação representadas por vértice capilar, braquidactilia e cor dos
olhos são pré-Mendelianas.  São Mendelianas não-sanguíneas.
IV. Quer se atribuir a um homem com sangue tipo “O” a paternidade em uma
menina com sangue tipo “A”. Tal paternidade será possível somente se a mãe
for tipo “A”. A mãe pode ser AB Tb.

a) Apenas I e III estão corretas.


b) Apenas II e IV estão corretas.
c) Todas estão corretas.
d) Apenas II está errada.
e) Apenas I e II estão corretas.

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