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PARECER
Com base no artigo acima, podemos concluir que a atividade incorporadora resume-se, a
partir de em um negócio jurídico, denominado “contrato de incorporação imobiliária”, por
intermédio do qual, basicamente o incorporador, obriga-se a promover a construção do edifício
e a transferir a propriedade das unidades autônomas em que o mesmo foi dividido, cabendo à
outra parte (o candidato a proprietário ou adquirente) pagar o preço previamente ajustado.
Quanto aos requisitos para comercialização de imóveis em construção (“na planta”), o
incorporador deve observar o artigo 32 da Lei de Incorporação Imobiliária, a qual estabelece que o
incorporador somente poderá negociar sobre unidades autônomas após ter arquivado, no cartório
competente de Registro de Imóveis, os seguintes documentos:
Neste ponto, cabe ressaltar que para aferição da presença da boa-fé cumpre sempre buscar
o objetivo do contrato firmado entre o incorporador e o proprietário/cessionário do terreno.
Conforme já exposto acima, restou consignado no artigo 29 da Lei 4.591/64, que considera-
se incorporador " a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não tenha efetuado
a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a
vinculação de tais frações a unidades autônomas (vetado), em edificações a serem construídas ou
em construção sob regime condominial ou que meramente aceite proposta para efetivação de tais
transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o
caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas". Assim,
caso exista contrato de compra e venda, o mesmo foi formalizado entre os consumidores e a
incorporadora. O consulente, sjm., não integrou essa relação jurídica seja como vendedores ou
garantidor.
Neste sentido, não havendo negócio jurídico firmado entre o consulente e os consumidores
ou ainda sendo defeso ao incorporador comercializar as unidades que lhe foram entregues na
forma de pagamento pelo seu terreno, resta estampado que o consulente é parte ilegítima das
ações judiciais propostas pelos consumidores.
Pelo exposto é possível afirmar que há carência da ação, no que tange à legitimidade
passiva do consulente, vez que o mesmo não participou do negócio jurídico de comercialização e
construção da incorporação imobiliária.
Referências bibliográficas
CASTRO FILHO, Hyltom Pinto de. Breve estudo sobre a atividade de incorporação
imobiliária. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 16, n. 2790, 20 fev. 2011.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/18539>Acesso em: 23 ago. 2018.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Condomínio e Incorporações. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
1998.