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RELATÓRIO AMBIENTAL

SIMPLIFICADO
Licenciamento de atividades e empreendimentos de gerenciamento de resíduos
sólidos do município de Iguatemi

Proprietário
RAZÃO SOCIAL: Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS
CNPJ: 03.568.318/0001-61
ATIVIDADE: Unidade de processamento de resíduos sólidos
LOCALIZAÇÃO: Iguatemi – MS

Coordenação:
Msc. DIEGO LANZA LIMA
Engenheiro Ambiental / Mestre em saneamento ambiental e recursos hídricos
Nº Registro CREA: 15.555/D - MS
Contato: (67) 9211-5477 / lanzalima@gmail.com

1
SUMÁRIO

1.Informações iniciais .........................................................................................5


1.1Apresentação ............................................................................................5
1.2Justificativa ...............................................................................................6
1.3Dados gerais .............................................................................................7
1.4Caracterização da área .............................................................................9
2.Caracterização ambiental ..............................................................................12
2.1Meio físico ...............................................................................................12
2.1.1 Relevo .....................................................................................................12
2.1.2 Solo .........................................................................................................13
2.1.3 Hidrografia ...............................................................................................14
2.1.4 Clima .......................................................................................................17
2.2Meio biótico .............................................................................................18
2.2.1 Fauna ......................................................................................................18
2.2.2 Flora ........................................................................................................20
2.3Meio socioeconômico ..............................................................................23
2.3.1 Histórico ....................................................................................23
2.3.2 População e economia ..............................................................23
3.Caracterização ambiental ..............................................................................25
3.3Considerações gerais ..............................................................................25
3.3.1 Especificações técnicas ...........................................................................25
3.3.2 Características operacionais ....................................................................27
3.3.3 Memorial de cálculos ...............................................................................33
3.3.4 Área Diretamente Afetada (ADA) .............................................................35
3.3.5 Área de Influência Direta (AID).................................................................35
3.3.6 Área de Influência Indireta (AII) ................................................................36
3.3.7 Instalações...............................................................................................37
4.Diagnóstico da situação atual ........................................................................44
4.1Identificação dos impactos e das medidas mitigadoras ...........................44
4.1.1 Abordagem metodológica ........................................................................44
4.1.2 Matriz de avaliação de impactos ambientais ............................................48
4.1.3 Compensação ambiental ..........................................................................57
4.1.4 Monitoramento .........................................................................................58
4.1.5 Conclusão ................................................................................................59
5.Cronograma ..................................................................................................60
6.Responsabilidade técnica ..............................................................................61
Anexos ............................................................................................................62
Anexo I ............................................................................................................63
Plantas baixas das edificações existentes. .......................................................63
Anexo II ............................................................................................................64
Mapa da área diretamente afetada e da área de influência direta do
empreendimento. .............................................................................................64

2
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da área de localização da unidade de processamento de


resíduos sólidos de Iguatemi, MS. ....................................................................10
Figura 2 – Croqui de acesso.............................................................................10
Figura 3 – Córregos próximos à área urbana de Iguatemi, MS. ........................15
Figura 4: Mapa hidrográfico de Iguatemi, MS. ..................................................17
Figura 5 – Evolução populacional do município de Iguatemi, MS. ....................24
Figura 6 – Evolução da renda per capita do município de Iguatemi, MS. ..........24
Figura 7 – Rampa de descarregamento de resíduos sólidos. ...........................27
Figura 8 – Processo após o descarregamento dos resíduos sólidos. ...............28
Figura 9 - Processo de desidratação dos resíduos sólidos. ..............................29
Figura 10 – Esteira de catação dos resíduos sólidos. .......................................30
Figura 11 – Peneira de seleção dos resíduos sólidos. ......................................31
Figura 12 – Acondicionamento dos resíduos sólidos para reciclagem. ............31
Figura 13 – Distribuição das parcelas de resíduos sólidos. ..............................33
Figura 14 – Área diretamente afetada pelo empreendimento............................35
Figura 15 – Área de influência direta do empreendimento. ...............................36
Figura 16 – Área de influência indireta do empreendimento. ............................37
Figura 17 – Layout das instalações do empreendimento. .................................38
Figura 18 – Descrição e medidas das unidades. ..............................................39
Figura 19 – Cortes das unidades. .....................................................................40
Figura 20 – Fachadas das unidades. ................................................................41

3
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Compilação das espécies de aves que podem ocorrer na região de


entorno (fonte: wikiaves). .................................................................................19
Tabela 2 - Compilação das espécies de mamíferos terrestre e voadores que podem
ocorrer na região de entorno. ...........................................................................20
Tabela 3 - Flora representativa da região com características morfológicas e
interesse econômico.........................................................................................21
Tabela 4 – Aspectos relevantes durante a avaliação de impactos ambientais. .45
Tabela 5 – Indicadores de impacto ambiental. ..................................................46
Tabela 6 – Matriz de avaliação de impactos ambientais do manejo de resíduos
sólidos de Iguatemi, MS (parte I). .....................................................................49
Tabela 7 - Matriz de avaliação de impactos ambientais do manejo de resíduos
sólidos de Iguatemi, MS (parte II). ....................................................................54

4
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
01 INFORMAÇÕES INICIAIS
1. INFORMAÇÕES INICIAIS

1.1 Apresentação

O Relatório Ambiental Simplificado é um estudo ambiental elementar e


consiste no levantamento dos aspectos ambientais relacionados ao
desenvolvimento da atividade potencialmente causadora de médio impacto
ambiental, devendo ser apresentado como subsídio para o licenciamento ambiental,
contendo, dentre outras informações, o diagnóstico ambiental da região de inserção
da atividade, a sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais, das
medidas de controle e de mitigação com enfoque nas áreas Diretamente Afetadas
(ADA) e de Influencia Direta (AID).
A Prefeitura Municipal de Iguatemi, pondo em prática a política de boas
práticas ambientais adotada durante o atual pleito municipal busca pela obtenção
da licença de instalação e operação da unidade de processamento de resíduos
sólidos. Segundo a FUNASA, esta unidade de processamento de resíduos sólidos é
referência no Estado de Mato Grosso do Sul (IGUATEMI, 2012).

5
A unidade de processamento de resíduos sólidos (ou Unidade de
Processamento de Lixo – UPL) tem a finalidade de receber e processar os resíduos
sólidos coletados pelo município de Iguatemi, MS, proporcionando a conservação
do meio-ambiente ao evitar que dejetos reutilizáveis sejam despejados no meio
ambiente, resultando num acúmulo de resíduos que levariam meses ou anos para
sua decomposição.

1.2 Justificativa

O empreendimento se justifica em termos de sua importância no contexto


social do município em função da necessidade de tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos gerados pela população
local, que constitui um serviço público de caráter essencial e de natureza
continuada, não podendo sofrer interrupção a fim de garantir a sobrevivência dos
grupos sociais e do próprio Estado, observando-se, sobretudo, a Lei Federal nº
12.305/10. Além dessa demanda a ser atendida, a geração de empregos é um fator
relevante.
Além disso, a ausência do processamento, tratamento e destinação final
dos resíduos por curtos períodos gera proliferação de vetores causadores de
doenças, resultando em danos à saúde pública. Diante do apresentado, fica claro
ser estritamente necessário o procedimento de licenciamento ambiental da unidade
de gerenciamento de resíduos sólidos Iguatemi/MS.
O licenciamento ambiental da unidade de processamento de resíduos
sólidos, bem como das atividades envolvidas no processo, como por exemplo, o
transbordo dos resíduos sólidos, deve ser feito em concordância com a Resolução
SEMAC n. 16, de 05 de setembro de 2014 que altera a redação e revoga
dispositivos da Resolução SEMAC n. 10, de 06 de maio de 2014 que “Disciplina o
procedimento de licenciamento integrado de atividades e empreendimentos que

6
compõem o sistema municipal de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos
urbanos e dá outras providências”.

1.3 Dados gerais

Dados do empreendedor

Nome: Prefeitura Municipal de Iguatemi


Atividade: Disposição de resíduos sólidos
Representante legal: José Roberto Felipe Arcoverde (Prefeito
Municipal 2012 – 2016)
CNPJ: 03.568.318/0001-61
Endereço: Avenida Laudelino Peixoto, 871
CEP: 79.960-000 – Iguatemi/MS
Telefone: (67) 3471-1130
Contato: Wesler Silva

Dados da empresa responsável pela elaboração do projeto

Nome: L2M Engenharia


Atividade: Projetos, perícia e gestão ambiental
Representante legal: Diego Lanza Lima
CNPJ: 97.535.208/0001-47
Endereço: Rua Vasco da Gama, nº 77. Morumbi. Campo
Grande/MS. CEP 79.051-490.

Dados dos técnicos responsáveis pela elaboração do projeto

Nome: Diego Lanza Lima


CPF: 019.602.541-97
Formação Profissional: Engenheiro ambiental, mestre em saneamento
ambiental e recursos hídricos
Registro profissional: 15.555/D – MS
Endereço: Rua Vasco da Gama, nº 77. Morumbi – Campo
Grande/MS.
Telefone: (67) 9211-5477
7
Nome: Hugo Henrique de Simone Souza
CPF: 369.156.338-47
Formação Profissional: Engenheiro ambiental, mestre em meio
ambiente, águas e saneamento
Registro profissional: 80.463/D – BA
Endereço: Rua Fernão Dias, nº 347. Vilas Boas – Campo
Grande/MS.
Telefone: (67) 8100-6419

Dados dos técnicos responsáveis pela execução do projeto

Nome: Sirlei Aparecida Costa Souza


CPF: 560.284.151-20
Formação Profissional: 1. Bióloga
Registro profissional: CRBIO Nº 43067/01-D
Endereço: Av. Laudelino Peixoto, nº 871.
CEP: 79.960-000 – Iguatemi/MS
Telefone: (67) 9959-3089

Nome: Juliana Lara Ruiz


CPF: 007.955.949-25
Formação Profissional: Arquiteta
Registro profissional: CAUMS 35136-9
Endereço: Av. Laudelino Peixoto, nº 871.
CEP: 79.960-000 – Iguatemi/MS
Telefone: (67) 9838-6996

Dados gerais da propriedade

Município: Iguatemi/MS
Matrícula: Nº 260 / Livro 2-A / Fls 264 – Registro Geral
Área total: 44.250 m2
Área antropizada: 44.250 m²
Confrontantes: NORTE: chácara nº 302
SUL: chácara nº 304
LESTE E OESTE: corredores municipais

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1.4 Caracterização da área

A área localiza-se a nordeste da cidade de Iguatemi, na Rua da Reciclagem,


chácara 305, dentro do perímetro suburbano do município, a uma altitude média de
355,00 metros e com as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 23º39’58’’ S
e Longitude: 54º 33’ 16’’ W.

O acesso se dá através do corredor municipal, percorrendo cerca de 800 m


após sair da rodovia estadual MS 295 a esquerda sentido Iguatemi – Eldorado. A
distância da sede municipal até a área de disposição de resíduos sólidos é de
aproximadamente três quilômetros.

A área selecionada está em plena conformidade para a recepção de resíduos


sólidos domésticos, já que apresenta:

 Declividades inferiores a 45%;

 Distância de 300 metros de núcleos populacionais, medidos a partir do


limite da área de transbordo;

 Respeita as faixas de domínio de estradas e rodovias;

 Dispõe de vias de acesso em boas condições de tráfego ao longo de


todo o ano, inclusive no período de chuvas intensas;

 Não esta localizada em áreas alagadas ou sujeitas a inundações,


ainda que periódicas;

 Não esta localizada em áreas restringidas pelas legislações federal,


estadual ou municipal;

 Não esta localizada em Áreas de Preservação Permanente (APP),


conforme definido pela Resolução CONAMA N° 303/2002 e pela Lei
Federal Nº 4771/1965 (Novo Código Florestal).
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Figura 1 – Localização da área de localização da unidade de processamento de
resíduos sólidos de Iguatemi, MS.

A área total do terreno é de 4.750,00 m2 sendo que 1.200,00 m2 corresponde


à área construída e 3.550,00 m2 corresponde à área livre. O croqui de acesso está
ilustrado na Figura 2. A região não apresenta um volume de tráfego agravante para
o desenvolvimento da atividade.

Figura 2 – Croqui de acesso.

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11
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
02 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL
2. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

2.1 Meio físico

2.1.1 Relevo
O terreno da área de gerenciamento de resíduos sólidos do município de
Iguatemi já foi completamente antropizado, de maneira a existir algumas espécies
de vegetação remanescente em pontos isolados, sem a presença de área de
preservação permanente. A cota máxima identificada foi de 355 m e a cota mínima
de 351 m, o que faz dele um terreno plano e suave ondulado.

A área está localizada no Planalto Meridional, formado por terrenos


sedimentares recobertos parcialmente por lavas vulcânicas (basalto). Nessa porção
do relevo brasileiro, existem extensas cuestas emoldurando a bacia do Paraná.
Apresenta duas subdivisões: o planalto Arenito-Basáltico, formado por terrenos do
mesozoico (arenitos e basálticos) fortemente erodidos, e a depressão periférica,
faixa alongada e deprimida entre o planalto arenito basáltico, a oeste e o planalto
Atlântico, a leste.

12
Em relação à geologia, com base num levantamento bibliográfico,
cartográfico e a partir das plataformas informatizadas disponibilizadas pelo IMASUL,
identificou-se que a principal unidade geológica que cobre a área é a formação
Caiuá, do Grupo Bauru, de idade Cretáceo – Superior, que se constitui de
sedimentos de origem flúvio-lacustre. Estes sedimentos são constituídos por
arenitos, arenitos sílticos, arenitos argilosos, arenitos com cimento calcífero, e
conglomerados basais, de cores cinzenta e avermelhada. O aquífero Bauru
sobrejaz discordantemente aos derrames basálticos, constituindo uma formação
regional.

As características hidráulicas da formação, como permeabilidade e


transmissibilidade, são moderadas devido à presença de sílticos e de uma
cimentação calcífera em toda a formação. Esta cimentação é uma das principais
causas das baixas vazões dos poços. O aquífero é geralmente freático, todavia,
intercalações argilosas locais podem propiciar condições de artesianismo.

2.1.2 Solo
A área é constituída por solos álicos ou distróficos, bem drenados, textura
média em subsuperfície e, muitas vezes, textura arenosa na parte superficial.
Possui baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas e livres de sais tóxicos.
Os riscos de erosão, quando existentes, podem ser controlados com práticas
conservacionistas simples. As condições de relevo, profundidade, morfologia,
ausência de pedregosidade, rochosidade e boa disponibilidade do solo favorecem
as práticas agrícolas. A baixa disponibilidade de nutrientes nos solos é a maior
limitação à utilização agrícola, o que faz com que a prática seja mais onerosa em
função da necessidade de grandes quantidades de insumos.

O terreno é heterogêneo em função dos entulhos e aterrados, e por isso,


apresenta escavabilidade, espessura e capacidade de suporte variáveis. No que diz
respeito ao uso do solo, a região caracteriza-se pela presença de pastagens
cultivadas, áreas agrícolas e aglomerações urbanas, destacando-se alguns pontos
com vegetação secundária.

13
2.1.3 Hidrografia
A área está localizada na bacia do Rio Paraná e Sub-bacia do Rio Iguatemi.
O Rio Iguatemi, localizado no extremo sul do estado do Mato Grosso do Sul,
caracteriza-se como um rio de planície, com curso meandrante e extensas áreas
alagáveis. Possui cerca de 300 km de extensão, nascendo aproximadamente a
cerca de 520 m de altitude. A vegetação típica da região é o cerrado, alternando-se
com floresta estacional semidecidual. O Rio Iguatemi te sua nascente localizada no
município de Aral Moreira, fazendo limite entre os municípios de Japorã e Iguatemi.
Deságua no Rio Paraná a 226 m de altitude, cerca de 20 km acima das cachoeiras
de Sete Quedas, importante barreira biogeográfica entre o alto e médio Rio Paraná,
hoje eliminada pela represa de Itaipu.

O corpo d’água mais próximo da área de gerenciamento de resíduos


sólidos é o Córrego Sacaron, com sua nascente distante cerca de 1.000 m. O Rio
Piraí dista cerca de 3 km e o Rio Iguatemi cerca de 7,5 km.

Na região ainda existem o Rio Jogui, que é afluente do rio Iguatemi e divide
os municípios de Iguatemi e Tacuru, o Rio Maracaí, que é afluente pela margem
direita do rio Paraná e é limite entre os municípios de Iguatemi e Amambai e
Iguatemi e Itaquiraí, e o Rio Amambai, que é afluente pela margem direita do rio
Paraná e é limite entre os municípios de Naviraí e Iguatemi.

A topografia local sugere que a água subterrânea apresente orientação


segundo o sentido NE-SW, estando assim, o empreendimento inserido na micro-
bacia do Córrego Sacaron.

A bacia hidrográfica do Rio Paraná abrange 47,46% da área do Estado de


Mato Grosso do Sul. A descrição dos principais cursos d´água do município pode
ser feita da seguinte maneira:

 Rio Iguatemi: Afluente pela margem direita do rio Paraná; sua nascente se
localiza no município de Aral Moreira; limite entre os municípios de Japorã e
Iguatemi. Bacia do rio Paraná.
14
 Rio Joguí: Afluente pela margem esquerda do rio Amambaí, no município de
Aral Moreira. Bacia do rio Paraná;

 Rio Maracaí: Afluente pela margem direita do rio Paraná; no seu alto curso é
limite entre os municípios de Amambai e Iguatemi e, no seu médio curso,
entre os de Iguatemi e Itaquiraí. Bacia do rio Paraná.

 Rio Amambai: Afluente pela margem direita do rio Paraná; limite entre os
municípios de Naviraí e Iguatemi. Bacia do rio Paraná. Possui 340 km de
extensão, sendo 90 km navegáveis;

O município está inserido 54,16% na Unidade de Planejamento e


Gerenciamento (UPG) Amambai e 45,84% na Unidade de Planejamento e
Gerenciamento (UPG) Iguatemi. Além disso, alguns dos principais córregos
localizados próximos a área urbana são: Córrego Bocajá, Pirai, Sacaron e Pandui.
A Figura 3 ilustra os córregos próximos à área urbana do município de Iguatemi.

Figura 3 – Córregos próximos à área urbana de Iguatemi, MS.

15
16
A Figura 4 ilustra o Mapa Hidrográfico do município de Iguatemi.

Figura 4: Mapa hidrográfico de Iguatemi, MS.

2.1.4 Clima
O Estado de Mato Grosso do Sul está numa área de transição climática,
sofrendo a atuação de diversas massas de ar, o que implica em contrastes térmico
acentuados, tanto espacial quanto temporalmente. Na verdade, a região está numa
zona de encontro de diversas massas que atuam no território brasileiro. O Estado é
cortado pela Faixa Zonal Divisória, que corresponde a um virtual limite de atuação
das massas de ar e dos resultantes regimes pluviométricos.

A região está sob influência do clima subtropical úmido, apresentando


índice efetivo de umidade com valores anuais variando de 40 a 60 por cento. A
precipitação pluviométrica anual varia entre 1 500 a 1 700 milímetros, excedente
17
hídrico anual de 800 a 1 200 milímetros, durante cinco a seis meses e deficiência
hídrica de 350 a 500 milímetros, durante quatro meses. Sua temperatura média
anual varia entre 21º e 28º.

Com relação aos ventos, verifica-se sua incidência o ano todo, sendo o
vento predominante NE (nordeste) responsável pelo tempo bom ou estável, com
velocidade média anual de 2,1m/s (INMET/2001).

2.2 Meio biótico

2.2.1 Fauna
Embora a localização da área seja próximo ao meio urbano, deve-se
observar a ocorrência de alguns exemplares da fauna e da avifauna regional. A
Tabela 1 apresenta as espécies de aves que podem ocorrer na região do entorno.

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Tabela 1 - Compilação das espécies de aves que podem ocorrer na região de
entorno (fonte: wikiaves).
Espécie Nome Comum
Phalacrocorax brasilianus Biguá
Theristicus caudatus Curicaca
Falco femoralis Falcão-de-coleira
Knipolegus lophotes Maria-preta-de-penacho
Donacobius atricapilla Japacanim
Cariama cristata Seriema
Pteroglossus castanotis Araçari-castanho
Melanerpes candidus Pica-pau-branco
Pseudoleistes guirahuro Chopim-do-brejo
Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro
Geranoaetus albicaudatus Gavião-de-rabo-branco
Tachybaptus dominicus Mergulhão-pequeno
Gnorimopsar chopi Graúna
Progne tapera Andorinha-do-campo
Ictinia plumbea Sovi
Ammodramus humeralis Tico-tico-do-campo
Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca
Sturnella superciliaris Polícia-inglesa-do-sul
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca
Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serradora
Schistochlamys melanopis Sanhaçu-de-coleira
Alopochelidon fucata Andorinha-morena
Volatinia jacarina Tiziu
Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande
Ramphastos toco Tucanuçu

Da mesma maneira, foi realizado um levantamento das espécies de


mamíferos com ocorrência provável nos locais de disposição de resíduos sólidos,
conforme apresentado na Tabela 2.

19
Tabela 2 - Compilação das espécies de mamíferos terrestre e voadores que podem
ocorrer na região de entorno.
Espécie Ordem Nome Comum
Rattus norvegicus Rodentia Ratazana
Cavia aperea Rodentia Preá
Dasyprocta azarae Rodentia Cutia
Didelphis aurita Didelphimorphia Gambá
Didelphis albiventris Didelphimorphia Gambá
Necromys lasiurus Chiroptera Ratinho-do-cerrado
Artibeus lituratus Chiroptera Morcego
Molossus molossus Chiroptera Morcego
Miotys nigricans Chiroptera Morcego
Carollia perspicillata Chiroptera Morcego
Artibeus planirostris Chiroptera Morcego
Artibeus lituratus Chiroptera Morcego
Artibeus planirostris Chiroptera Morcego
Platyrrhinus lineatus Chiroptera Morcego
Sturnira lilium Chiroptera Morcego
Phyllostomus discolor Chiroptera Morcego
Phyllostomus hastatus Chiroptera Morcego
Cerdocyon thous Carnivora Lobinho
Euphractus sexcinctus Cingulata Tatu peba
Dasypus novemcinctus Cingulata Tatu galinha

2.2.2 Flora

A propriedade localiza-se na zona neotropical pertencente aos domínios da


região fitogeográfica do cerrado. A Tabela 3 mostra as espécies mais comuns nos
solos de cerrados, incluindo algumas características morfológicas e o interesse
econômico.

20
Tabela 3 - Flora representativa da região com características morfológicas e interesse econômico.
Nome
Nome Popular Família Caracteristica Utilidades
Científico
paineira-do- Malvaceae Pseudobombax Árvore que chega a medir 25 metros de altura, essa Aproveitamento em
cerrado, paineira- grandiflorum espécie tem tronco largo e casca saliente. paisagismo pela sua beleza.
rosa, embiriçu Melífera.
ingá, ingá-quatro- Fabaceae Inga vera Árvore de médio porte, 5 a 10 metros. Flores brancas. Árvore de grande beleza,
quinas Fruto com sementes de 2 cm cobertas por arilo branco potencial ornamental. Melífera.
comestível. Frutos comestíveis pela fauna
e pelo homem.
tatajuba, taúba Moraceae Maclura tinctoria Árvore de pequeno a médio porte, entre 7 e 12 metros Pioneira e rústica, é
de altura, com muitos espinhos. Fruto redondo, 1,5 cm, recomendada para
superfície irregular, de cor verde mesmo quando reflorestamentos. Fruto muito
maduro. procurado pela fauna.
angico-do-cerrado, Fabaceae Anadenthera Árvore de médio porte Arborização de pastos,
barbatimão, angico falcata confecção de tacos, ripas,
preto embalagens, lenha e carvão.
barbatimão- Fabaceae Stryphnodendron Árvore pequena, de tronco tortuosos e casca rugosa Especial interesse pela
verdadeiro, barba- adstringens espessa e de cor clara. indústria do couro por conter
de-timão tanino e medicinal
Jacarandá Bignoniacea Jacaranda Árvore nativa com porte de 5-10 m e tronco de 30-40 cm Interesse para extração de
cuspidifolia de diâmetro. madeira
ipê-amarelo, Bignoniacea Tabebuia aurea Árvore de tamanho média 5-10 metros, com tronco O nome popular "paratudo"
paratudo, ipê áspero e casca escura. deve-se ao fato de que os
pantaneiros mascam a casca
como remédio para problemas
no estômago, vermes, diabete
s, inflamações e febres.
jatobá-capão Fabaceae Hymenaea Árvore decídua. As árvores maiores atingem dimensões Espécie comum nas
stigonocarpa próximas de 20 m de altura e 50 cm de DAP diâmetro à formações abertas da Savana
altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade ou Cerrado lato sensu e
adulta. Campo Cerrado. Encontrada
em regeneração, em área de
pastagem de Brachiaria

21
decumbens

macaúba, macaíba, Arecaceae Acrocomia Palmeira que apresenta altura de até 15 metros, seus Do miolo do tronco se faz uma
boicaiuva, aculeata frutos são comestíveis fécula nutritiva, as folhas são
forrageiras e têm fibras têxteis
sadas para fazer redes e
linhas de pescar. A madeira é
usada em construções rurais.
Sua presença é indicativa de
solos férteis
Paineira-docerrado, Malvaceae Eriotheca As são de grande porte, decíduas. Possuem copas É uma árvore usada como
paneirinha, paineira gracilipes abertas e irregulares nos indivíduos jovens, enquanto, ornamental, com forte
nos adultos, são arredondadas e elevadas. Seus troncos interesse madereiro.
têm cor pardo-escuro.
Ipê-branco, ipê Bignoniacea Tabebuia Alcança de 7 a 16 metros de altura, com tronco medindo É uma árvore usada como
roseoalba de 40 até 50 cm de diâmetro. ornamental, nativa do cerrado
e pantanal brasileiros.
Pau Terra da Folha Vochysiacea Qualea Árvore extremamente escleromórfica (retorcida) bastante Planta melífera. Madeira
Larga, pau terra e grandiflora abundante em regiões de cerrado e cerradão. macia.

pimenta-de-macaco Annonaceae Xylopia Árvore rústica, normalmente de pequeno porte, tem uma Árvore de grande beleza,
aromatica floração característica. Seus frutos são também potencial ornamental. Melífera.
procurados pela fauna. Sua floração perdura por vários Frutos comestíveis pela fauna.
meses a partir de Novembro.
sucupira-do- Fabaceae Bowdichia É planta pioneira, nativa de terrenos secos e pobres, A madeira é usada em
cerrado, sucupira- virgilioides decídua, heliófita, xerófita. Sua dispersão é uniforme, assoalhos, portas e
açu cutiúba mas em baixa densidade, tanto em formações primárias acabamentos internos.
quanto secundárias.

22
2.3 Meio socioeconômico

2.3.1 Histórico
O povoamento da região teve início com a Colônia Militar de Iguatemi, que
foi destruída pelos espanhóis comandados por D. Agostinho Fernandes de Pinedo,
governador do Paraguai. Em 1909, por iniciativa de Francisco Fernandes Filho,
Miguel Severo do Nascimento Gonçalves, Policarpo Nogueira e Bonifácio
Fernandes, foram lançados os alicerces de uma nova povoação.

A primeira casa comercial ali edificada pertenceu ao fundador do povoado,


Francisco Fernandes Filho. Foi elevada a distrito pela Lei N.º 7161, de 14/10/1948 e
o município criado pela Lei N.º 1.951, de 11/11/1963, sendo desmembrado de
Amambai.

2.3.2 População e economia


Segundo dados do IBGE, a população no ano de 2014 era de 15.534
habitantes. O município está a uma distância de aproximadamente 464 km da
Capital. Possui área total de 2.946,677 km2 (representando 0,82% do Estado),
sendo a área urbana de 2,579 km2. A Figura 5 mostra a evolução populacional do
município entre os anos de 1991 e 2010.

23
Figura 5 – Evolução populacional do município de Iguatemi, MS.

Fonte: IBGE (2010).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do município no


ano de 2010, segundo dados do IBGE, era de 0,662. A taxa de alfabetização da
população residente neste mesmo ano era de 81%. Da mesma forma, a taxa de
população com religião católica apostólica romana, religião espírita ou religião
evangélica é de 92%.
O PIB per capita a preços concorrentes no ano de 2012 era de
R$ 18.076,00. No ano de 2012, um total de 2.546 matrículas foram realizadas no
ensino fundamental e um total de 619 matrículas foram realizadas no ensino médio.
A evolução da renda per capita entre os anos de 1991 e 2010 é ilustrada na Figura
6.
Figura 6 – Evolução da renda per capita do município de Iguatemi, MS.

24
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
03 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
3. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

3.3 Considerações gerais

3.3.1 Especificações técnicas


A unidade de processamento de resíduos sólidos de Iguatemi atende
uma população de, segundo dados do IBGE do ano de 2014, 15.534
habitantes. Embora a unidade de processamento de resíduos sólidos esteja
operando com aproximadamente 12,5 toneladas/dia de resíduos sólidos, sua
capacidade de operação (inicial) é de 15 toneladas/dia.

A área da unidade de processamento de resíduos sólidos está


localizada no perímetro suburbano do município, podendo segundo a
Legislação receber este tipo de construção sem impedimentos de Leis,
Resoluções ou Normas.

A região caracteriza-se como uma área antropizada (pastagens


cultivadas e áreas agrícolas) composta de áreas onde a vegetação nativa foi
substituída por agropecuária ou aglomerações urbanas. O entorno da área é
25
ocupado por propriedades rurais e algumas aglomerações urbanas, como por
exemplo, um acampamento do movimento do sem terra há aproximadamente
400 m.
Os procedimentos de operação da unidade de processamento de
resíduos sólidos deverão ser sistematizados para que sua eficiência seja
maximizada, assegurando seu pleno funcionamento. Tais procedimentos serão
registrados em relatórios mensais para arquivamento, propiciando uma
avaliação periódica do empreendimento, assim como o desenvolvimento de
estudos e pesquisas referentes ao desempenho das instalações que a compõe.
Os resíduos recebidos pela unidade de processamento de resíduos
sólidos são Classificados pela Lei Federal nº 12.305/10 como não perigosos,
originados das atividades domiciliares, comerciais, ou outras, e não apresentam
características que lhe atribuam periculosidade conforme critérios de
classificação da NBR 10004/04 da ABNT.
Ficam excluídos do serviço os resíduos sólidos classificados como
perigosos conforme Lei Federal 12.305/10, considerando os critérios de
classificação da NBR 10004/04 da ABNT, como por exemplo aqueles
originados nas atividades de natureza hospitalar e os provenientes de postos
de combustíveis, oficinas mecânicas de qualquer natureza, farmácias, salões
de beleza, barbearias, lojas veterinárias e similares.
O terreno da unidade de processamento de resíduos sólidos é cercado
em todo o seu perímetro e conta com um portão para permitir a passagem de
veículos e pessoas. Além disso, existe uma cerca viva plantada ao redor da
área que conta inclusive com eucaliptos em idade avançada, melhorando o
aspecto visual e os odores da região, já que funcionam como uma quebra
natural do vento.
A operação da usina não irá gerar emissões gasosas nem despejo de
efluentes nos cursos d’água. Os esgotos dos banheiros são lançados em
tanque séptico e encaminhados para sumidouro de acordo com a norma ABNT
NBR 7229/93.
Deve-se salientar que a compostagem aliada à reciclagem gera ganhos
ambientais aos municípios devido à redução de resíduos encaminhados aos

26
aterros, garantindo uma destinação adequada, promovendo o aumento de vida
útil dos aterros além da geração de emprego e renda.

3.3.2 Características operacionais


De maneira geral, na unidade de processamento de resíduos sólidos os
resíduos passam pelos processos de recuperação (compreendendo as técnicas
de reciclagem e compostagem) e transbordo (em que se trata da destinação
dos rejeitos para um aterro sanitário).

As etapas de geração e acondicionamento dos resíduos sólidos


urbanos são feitas pela própria população do município. Após a coleta dos
resíduos sólidos urbanos, o caminhão faz o descarregamento na rampa de
recepção dos resíduos, conforme ilustrado na Figura 7.

Figura 7 – Rampa de descarregamento de resíduos sólidos.

A administração da unidade de processamento de resíduos sólidos se


responsabiliza pela disponibilização dos uniformes e equipamentos de proteção
individual que são necessários para a perfeita realização dos trabalhos pelos
funcionários.

Na Figura 8 é possível visualizar o momento em que os resíduos são


descarregados e o funcionário os encaminha aos poucos para a esteira que
levará ao desagregador para retirar os resíduos de dentro de suas caixas e

27
sacolas plásticas e posteriormente ao túnel de tratamento (desidrata,
desodoriza e esteriliza parcialmente os resíduos).

Figura 8 – Processo após o descarregamento dos resíduos sólidos.

O processo de desidratação dos resíduos, além de semi-esterilizar a


massa sólida retirando totalmente o seu odor (permitindo um processo de
seleção salubre e confortável para os selecionadores), ainda elimina por
completo o chorume, que é um líquido altamente poluente do solo e dos
recursos hídricos. O processo funciona por aquecimento através da queima de
lenha, obtida dos resíduos de limpeza e poda urbana, conforme mostrado na
Figura 9.

28
Figura 9 - Processo de desidratação dos resíduos sólidos.

Com isso, o sistema de tratamento de resíduos do município de


Iguatemi dispensa a utilização de sistemas de coleta e tratamento de chorume.
Ainda assim, para garantir a drenagem do local, serão construídas canaletas
em concreto, tipo meia cana, que serão instaladas nas bordas de acesso a
Usina de Triagem com o objetivo de captar as águas pluviais e conduzi-la até
as caixas de deságue, passando por bueiros com a finalidade de transpor o
acesso viário de forma a conduzir as águas pluviais.

Durante a operação do empreendimento não deve ser permitido o


acúmulo de resíduos não segregados para o próximo dia de trabalho,
priorizando operar somente no horário de funcionamento diurno.

A origem da água utilizada para abastecimento do empreendimento é


proveniente de poço tubular profundo e, além disso, o local é provido de rede
pública de energia elétrica.

Além disso, o local dispõe de almoxarifado, provido de ferramentas,


estoque de componentes e peças de forma a garantir, com regularidade a
manutenção e reparação das máquinas (esteiras, estufa, balança, caçambas,
contêineres, veículos, etc.), sala para atendimento de pessoal e escritório para
controle e planejamento das atividades, vestiário com chuveiros e sanitários,
compatíveis com o número de empregados e separados por gênero, e

29
refeitório, para uso dos funcionários que ali trabalham, sendo que este ambiente
fechado e com telas nas janelas.

No caso dos resíduos recicláveis, estes são separados por subclasses


para acondicionamento e posterior comercialização. Ou seja, durante a
passagem dos resíduos pela esteira de catação, é realizada a triagem manual,
feita por funcionários treinados que realizam a operação com a utilização de
EPI’s, conforme mostrado na Figura 10.

Figura 10 – Esteira de catação dos resíduos sólidos.

Posteriormente, o procedimento de segregação é completado por


peneira rotativa, que separa os resíduos em função da sua granulometria após
passarem pelo picador, conforme ilustrado na Figura 11.

30
Figura 11 – Peneira de seleção dos resíduos sólidos.

Com os recicláveis separados, o processo é finalizado pela prensa


hidráulica vertical e destinação à indústria de beneficiamento. O
acondicionamento é feito em piso de concreto impermeabilizado, conforme
mostrado na Figura 12.

Figura 12 – Acondicionamento dos resíduos sólidos para reciclagem.

A comercialização de todo o material reciclável obtido no processo de


separação será de responsabilidade da empresa contratada prestadora de
serviço, a quem pertencerá os lucros provenientes da transação.
31
Após a fase de triagem e separação do material reciclável, a fração
orgânica dos resíduos sólidos segue para o pátio de compostagem onde serão
montadas as leiras. Estas serão identificadas com uma ficha de controle de
suas características, a fim de gerenciamento e monitoramento do processo para
torna-lo eficiente. As informações contidas são: data da montagem da pilha,
temperatura, período do ciclo de reviramento, comentários gerais e
observações.

Após completado o processo, o composto gerado tem grande


capacidade de melhorar a saúde do solo. A matéria orgânica compostada pode
ser utilizada para várias finalidades, dentre as quais se citam:

 Paisagismo e floricultura (plantas ornamentais, parques e jardins);

 Reflorestamento de áreas degradas;

 Matéria-prima para a fabricação de fertilizantes organo-minerais;

 Recuperação de áreas sujeitas à erosão e de solos esgotados;

 Proteção de taludes e encostas;

 Material de cobertura em áreas de mineração e aterros sanitários,


etc.

Em caso de acidentes, os funcionários devem proceder da seguinte


maneira:

 Providenciar os primeiros socorros em caso de vitimas e


encaminhá-la ao Pronto Socorro mais próximo; dependendo da
gravidade, acionar o Corpo de Bombeiros (Fone: 193) ou SAMU
(Fone: 192) para fazer o atendimento adequado;

 Todo acidente deverá ser comunicado à administração da UPL.


Em caso de vitimas, após o atendimento médico a administração
da UPL deverá ser comunicada quanto ao tratamento instituído,
tempo de afastamento e data provável de retorno ao trabalho.
Em caso de danos nos equipamentos também deverão ser
tomadas as devidas medidas para garantia do pleno
funcionamento da unidade.
32
3.3.3 Memorial de cálculos
Dados gerais:

 População (2014): 15.534 habitantes;

 Taxa de geração de resíduos sólidos: 0,8 kg/hab/dia;

 Geração de resíduos sólidos domiciliares no município: 12.427


kg/dia, o equivalente a 372,8 toneladas por mês;

 A distribuição das parcelas de resíduos sólidos é dada de acordo


com a Figura 13.

Figura 13 – Distribuição das parcelas de resíduos sólidos.

A partir destes dados, foram calculadas as quantidades de cada parcela


de resíduos sólidos, referentes aos resíduos recicláveis, resíduos orgânicos e
rejeitos.

33
PRODUÇÃO DIÁRIA DE MATÉRIA ORGÂNICA = produção diária de
resíduos × percentual de material orgânico

Produção diária de matéria orgânica = 12.427 kg/dia × 50%

Produção diária de matéria orgânica = 6.213,5 kg/dia

Produção diária de matéria orgânica = 186,4 ton/mês

PRODUÇÃO DIÁRIA DE REJEITOS = produção diária de resíduos ×


percentual de rejeitos

Produção diária de rejeitos = 12.427 kg/dia × 30%

Produção diária de rejeitos = 3.728,1 kg/dia

Produção diária de rejeitos = 111,8 ton/mês

PRODUÇÃO DIÁRIA DE RECICLÁVEIS = produção diária de resíduos ×


percentual de materiais recicláveis

Produção diária de materiais recicláveis = 12.427 kg/dia × 20%

Produção diária de materiais recicláveis = 2.485,4 kg/dia

Produção diária de materiais recicláveis = 74,6 ton/mês

Assim, considerando que o município possui 2 containers cada um com


capacidade volumétrica de 30 m3 (cada container terá capacidade para
transportar aproximadamente 10,5 toneladas, 350 kg/m3), estima-se que serão
necessárias 5,3 viagens por mês, ou seja, no máximo 6 viagens para manter o
pleno funcionamento da estação de transbordo, conforme demonstrado nos
cálculos a seguir:

Numero de viagens = geração mensal × percentual de rejeitos ÷


capacidade total dos containers

Numero de viagens = 372,8 toneladas/mês × 30% ÷ 21 toneladas


Numero de viagens = 5,3 mês

Os resíduos sólidos serão encaminhados para um aterro sanitário


particular localizado no município de Dourados, MS, a uma distância
aproximada de 230 km.
34
3.3.4 Área Diretamente Afetada (ADA)
A área diretamente afetada pelo empreendimento foi definida como
sendo a área utilizada pela unidade de processamento de resíduos sólidos, ou
seja, todo o terreno delimitado por cerca em que são desenvolvidas as
atividades de manejo dos resíduos sólidos de Iguatemi, MS, conforme mostrado
na Figura 14. O mapa georreferenciado da área diretamente afetada e da área
de influência direta está apresentado no ANEXO II.

Figura 14 – Área diretamente afetada pelo empreendimento.

3.3.5 Área de Influência Direta (AID)


Na área de influência direta ocorrem, majoritariamente, as
transformações ambientais primárias (ou diretas) decorrentes do
empreendimento. Foi definida como sendo a área do empreendimento somada
a um raio de 1.000 metros do seu entorno, conforme mostrado na Figura 15.

35
Figura 15 – Área de influência direta do empreendimento.

Basicamente, dentro da AID existem solos com cultura agrícola,


pecuária e uso residencial. O núcleo populacional mais próximo está a
aproximadamente 300m de distância do empreendimento.

3.3.6 Área de Influência Indireta (AII)


Na área de influência indireta ocorrem os processos físicos, bióticos e
antrópicos espacialmente mais abrangentes (ou regionais) com os quais o
empreendimento estabelece interações, principalmente através de efeitos
secundários (ou indiretos). Foi definida como sendo a área do empreendimento
somada a um raio de 5.000 metros do seu entorno, de maneira que todo o
município de Iguatemi fica inserido nesta área, conforme ilustrado na Figura 16.

36
Figura 16 – Área de influência indireta do empreendimento.

3.3.7 Instalações

A seguir são apresentadas as plantas da área de manejo de resíduos


sólidos urbanos de Iguatemi, MS. A Figura 17 apresenta a disposição das
edificações e dos dispositivos do sistema de manejo de resíduos sólidos do
empreendimento.

37
Figura 17 – Layout das instalações do empreendimento.

A área total do terreno é de 4.750,00 m2 sendo que 1.200,00 m2


corresponde à área construída e 3.550,00 m2 corresponde à área livre. A
descrição das edificações juntamente com as respectivas medidas é
apresentada na Figura 18. Sequencialmente, na Figura 19, são apresentados
os cortes relativos à Figura 18 e a Figura 20 ilustra as fachadas das
edificações.

38
Figura 18 – Descrição e medidas das unidades.

39
Figura 19 – Cortes das unidades.

40
Figura 20 – Fachadas das unidades.

41
Os seguintes equipamentos fazem parte da estrutura física da unidade de
processamento de resíduos sólidos:

 Desagregador
o Capacidade: 2 ton./hora;
o Descrição: retira os resíduos de dentro de suas caixas e
sacolas plásticas. O equipamento atual possui um tubo
giratório dotado de saliências que rasgam as sacolas ali
inseridas, e uma chapa helicoidal que desloca os resíduos
até a extremidade oposta.

 Túnel de tratamento
o Capacidade: 2 ton./hora;
o Descrição: desidrata, desodoriza e esteriliza parcialmente os
resíduos. Cilindro com movimento giratório construído em
aço, onde é inserido ar a altas temperaturas.

 Aquecedor
o Capacidade: 2 ton./hora;
o Descrição: produz de ar quente a ser utilizado no túnel de
tratamento. Possui paredes internas construídas com tijolos
refratários adequados para temperaturas elevadas, com
carenagem externa de aço.

 Esteira de catação
o Capacidade: 2 ton./hora;
o Descrição: esteira de correia emborrachada com lona dupla
para transporte dos resíduos para a área de segregação
manual, através do movimento de correia tracionada por
conjunto de polias e acionamento por motor elétrico com
potência de 3cv.

 Peneira rotativa
o Capacidade: 2 ton./hora;
o Descrição: equipamento cilíndrico com tela para separação
de resíduos de diferentes granulometrias, fabricado em aço
e com acionamento por motor elétrico com potência de 3cv.

 Picador
o Capacidade: 2 ton./hora;

42
o Descrição: tritura os resíduos por martelos, fabricados em
aço carbono com tratamento térmico, em alta rotação.
Sistema acionado por motor elétrico com potência de 10cv e
ligação com o eixo do triturador por polias e correias.

 Prensa hidráulica vertical


o Capacidade: 2 ton./hora;
o Função: equipamento com operação através de sistema
hidráulico para compactação dos resíduos a serem
armazenados. Força de compactação de 10 toneladas.

43
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
04 IMPACTOS AMBIENTAIS
4. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL

4.1 Identificação dos impactos e das medidas


mitigadoras

4.1.1 Abordagem metodológica


A Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986 estabelece
metodologia e parâmetros específicos para a identificação, avaliação, e análise dos
impactos ambientais, para proposição de respectivas medidas mitigadoras. O artigo
1º desta Resolução estabelece que:

“[...] considera-se impacto ambiental qualquer alteração das


propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
44
IV – as condições estéticas e sanitárias;
V – a qualidade dos recursos ambientais.”

Nesse sentido, considerou-se que a operação do empreendimento


obedecerão às normas legais em vigor estabelecidas pela legislação ambiental e
outras pertinentes, nos três níveis da administração pública, bem como levarão em
conta a concepção e definições prévias do projeto apresentado para a avaliação
ambiental.
Conforme a dimensão e o caráter do empreendimento, e com base nas
informações produzidas no diagnóstico ambiental da sua área de influência,
avaliam-se as possíveis alterações ambientais que a região sofrerá, considerando
os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos.
É com base nesse levantamento que serão propostas, sempre que
possível, as medidas mitigadoras e/ ou compensatórias para os impactos
ambientais, visando minimizar as suas consequências negativas e amplificar os
efeitos dos impactos positivos. Ou seja, as medidas mitigadoras a serem
apresentadas são ações, estratégicas preventivas ou corretivas de interferência no
meio, que visam eliminar ou minimizar os impactos ambientais. Assim, serão
identificadas as medidas mitigadoras dos impactos negativos em cada uma das
ações de operação do empreendimento.
Assim, como metodologia, procurou-se desenvolver uma matriz que
apresentasse de forma mais direta uma interação entre determinada ação do
empreendimento proposto e seus impactos sobre as diversas características de um
meio, seja ele abiótico, biótico ou antrópico.
Na matriz de indicadores para qualificação e valoração dos impactos
potenciais foram considerados os seguintes aspectos:
Tabela 4 – Aspectos relevantes durante a avaliação de impactos ambientais.
Processo do meio ambiente Aspecto considerado
Meio físico Ar, solo, água superficial, água subterrânea e
clima.
Meio biológico Flora, fauna e aspectos culturais (jurídico).
Meio sócio econômico Aspecto econômico, aspecto social, aspecto
infra-estrutura e aspecto cultural

45
As alterações ambientais identificadas foram caracterizadas, qualificadas e
valoradas por meio de indicadores de impactos potenciais. Esses indicadores serão
considerados conforme mostrado na Tabela 5.

Tabela 5 – Indicadores de impacto ambiental.


PARÂMETROS

FASE DE OCORRÊNCIA
Operação

TIPO
Quando o impacto de uma determinada ação for
POSITIVO
benéfico.
NEGATIVO Quando o impacto de uma determinada ação for adverso.
SIGNIFICADO DO PARÂMETRO DE
ATRIBUTO SÍMBOLO
AVALIAÇÃO
PEQUENA
MAGNITUDE De magnitude inexpressiva, inalterado a P
Exprime a característica ambiental considerada.
extensão do
MÉDIA
impacto, através
De magnitude expressiva, porém sem alcance
de uma valoração M
para descaracterizar a característica ambiental
gradual que se dá
considerada.
ao mesmo, a
partir de uma GRANDE
determinada ação De magnitude tal que possa levar à
G
do projeto. descaracterização da característica ambiental
considerada.
NÃO SIGNIFICATIVA
De intensidade não significativa, com
1
interferência não implicando em alteração da
IMPORTÂNCIA qualidade de vida.
Indica a
MODERADA
importância ou
Intensidade da interferência com dimensões
significância do
recuperáveis, quando adversa, ou refletindo na 2
impacto em
melhoria da qualidade de vida, quando
relação à sua
benéfica.
interferência no
meio SIGNIFICATIVA
Intensidade da interferência acarreta perda da
3
qualidade de vida, quando adversa, ou ganho,
quando benéfica.
DURAÇÃO CURTA
Indica a De duração breve, com possibilidade de 4
permanência do reversão às condições ambientais anteriores à
46
impacto. ação.
MÉDIA
Tempo médio de permanência do impacto, 5
após a ação.
LONGA
Tempo grande ou permanente, de permanência 6
do impacto, após a ação.
FORMA DE MANIFESTAÇÃO
Direta
Indireta
PERSISTENCIA DO IMPACTO
Temporário
Permanente
GRAU DE REVERSIBILIDADE
Reversível
Irreversível
ABRANGÊNCIA
ADA – Área Diretamente Afetada
AID – Área de Influência Direta
AII – Área de Influência Indireta
POSSIBILIDADE DE MITIGAÇÃO
M - Mitigável
NC – Não Corresponde
POSSIBILIDADE DE MONITORAMENTO
Mo – Monitoramento
NC – Não Corresponde
Fonte: Modificado de MOTA, Suetônio, 2002. VI-009 – PROPOSTA DE UMA MATRIZ PARA AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS AMBIENTAIS. VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Vitória - ES

A matriz proposta permite uma interação entre determinada ação de um


empreendimento e seus impactos sobre as diversas características de um meio,
contendo quadros onde são identificados e avaliados os impactos de cada atividade
sobre os meios abiótico, biótico e antrópico.

Os impactos ambientais identificados, positiva ou negativamente,


expressarão as interações esperadas para a operação do empreendimento
proposto. Para melhor compreensão da matriz são feitas as seguintes definições
sobre os impactos ambientais:

 MAGNITUDE: é a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo


ser definida como as medidas de alteração nos valores de um fator ou
parâmetro ambiental, ao longo do tempo, em termos quantitativos ou
qualitativos.

47
 IMPORTÂNCIA: é a ponderação do significado de um impacto para a
sociedade, tanto em relação ao fator ambiental afetado quanto a outros
impactos.
 DURAÇÃO: Indica a permanência do impacto.
 MANIFESTAÇÃO DIRETA: impacto gerado quando uma ação em
determinado componente (ex: solo, água) do meio afeta somente esse meio
num determinado local.
 MANIFESTAÇÃO INDIRETA: impacto gerado quando uma ação em
determinado componente do meio promove alterações atingindo outros
compartimentos desse meio numa área maior, tendo em vista a
interdependência entre os vários fatores.
 TEMPORÁRIO: quando o impacto desaparece após o encerramento de sua
causa.
 PERMANENTE: quando o impacto não desaparece após o encerramento de
sua causa.
 REVERSÍVEL: efeitos que podem ser revertidos.
 IRREVERSÍVEL: efeitos permanentes.
 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA: abrange as áreas de influência indireta
afetada pelas operações do empreendimento.
 ÁREA DE INFLUENCIA DIRETA: abrange as áreas de influência direta
afetadas pelas operações do empreendimento.
 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA: abrange a área diretamente afetada pelas
operações do empreendimento.
 MITIGÁVEL: quando há alternativas para minimizar ou eliminar os impactos
negativos por meio de programas ambientais.

4.1.2 Matriz de avaliação de impactos ambientais


A partir destas definições, é possível identificar os eventuais impactos em
função da etapa em que os mesmos ocorrem. A Tabela 6 apresenta a descrição
dos impactos ambientais juntamente com algumas características, como forma de
manifestação, persistência do impacto, grau de reversibilidade, abrangência,
possibilidade de mitigação, possibilidade de monitoramento e as ações de
mitigação.

Da mesma forma, a Tabela 7 apresenta a continuação da identificação dos


impactos ambientais, descrevendo se o impacto é positivo ou negativo e
caracterizando-o quanto à sua magnitude, importância e duração.

48
Tabela 6 – Matriz de avaliação de impactos ambientais do manejo de resíduos sólidos de Iguatemi, MS (parte I).

REVERSIBILIDADE

MONITORAMENTO
MANIFESTAÇÃO

ABRANGÊNCIA
PERSISTENCIA

MITIGAÇÃO
POSSÍVEIS AÇÕES
DESCRIÇÃO
PROCESSO DO MEIO DE MITIGAÇÃO
PROCESSO
AMBIENTE /COMPENSAÇÃO /
TECNOLÓGICO
MONITORAMENTO
T= R= Mo =
ADA M = mitigável
D = direta temporário reversível monitoramento
AID NC = não
I = indireta P= I= NC = não
AII corresponde
permanente irreversível corresponde

Geração de poeira
durante a
movimentação de
veículos pelas vias de
acesso, ainda não # Umidecimento das
Circulação de pavimentadas, que áreas expostas
1 partículas na quando ocorrendo I T R AID M NC quando necessário;
atm juntamente com # Pavimentação das
MEIO FÍSICO

ventos podem gerar vias de acesso;


incômodo aos
AR

ocupantes das
edificações mais
próximas.
Emissões de matéria
ou energia na # Realizar
atmosfera, pelo regulagem periódica
Circulação de tráfego de veículos e dos motores dos
2 D P R AII M Mo
gases na atm caminhões que caminhões para
gerará emissões de garantir bom
gases de combustão funcionamento;
na atm.

49
Poderá haver o
# Realizar
resultado de
moniotramento da
movimento vibratório
intensidade dos
(ruído) transmitido
Ruídos e ruidos gerados,
3 através de ondas, I P R AID NC Mo
vibrações buscando atender
decorrente do tráfego
os limites de ruídos
de veículos e
definidos pelo
caminhões para
CONAMA;
acesso à área.
Poderá ocorrer # Gerenciar
alteração nas corretamente os
características do procedimentos de
4 Chorume D T R ADA M NC
solo pela disposição manejo dos
inadequada de resíduos sólidos na
resíduos sólidos. área;
# Realizar
tratamento e gestão
A disposição adequada dos
inadequada dos efluentes líquidos,
efluentes líquidos, com atenção ao
geradas pelo uso dos conteúdo das
5 Elfuentes D P R ADA Nc Mo
sanitários do normas NBR/ABNT;
SOLO

empreendimento, # Realizar o
poderão contaminar moniotoramento dos
os solo. sistemas de
tratamento de
efluentes;
# Gerenciar
corretamente os
A disposição procedimentos de
inadequada dos manejo dos
Resíduos
6 resíduos sólidos D P R ADA Nc Mo resíduos sólidos na
sólidos
poderá trazer área;
prejuízos ambientais. # Promover
treinamento da
equipe de trabalho
50
Caso ocorra a
ÁGUAS SUPERFICIAIS
disposição
inadequada de # Garantir a
resíduos sólidos com operação adequada
Contaminação derramamento de da unidade e o
7 I P R AII Nc Mo
de córregos chorume, pode gerenciamento dos
ocorrer a processos
contaminação dos envolvidos;
córregos próximos ao
empreendimento.
Os aquíferos situados
próximos à superfície
podem ser
contaminados como
qualquer outro tipo de
manancial. Essa
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

contaminação, porém,
é mais lenta, em
# Garantir a
função de a
operação adequada
velocidade de
Interação físico- da unidade e o
8 movimentação das D P R ADA Nc Mo
química gerenciamento dos
águas subterrâneas
processos
ser muito pequena.
envolvidos;
Em aquíferos
situados em regiões
mais profundas, de 60
metros em diante, as
contaminações são
mais difíceis, embora
os riscos também
existam.

51
# Ampliação das
Caso não ocorra a
ações de vigilância
gestão adequada dos
sanitária controle
resíduos sólidos e a
vetorial, enfatizando
Proliferação de manutenção da
9 I P R AID M Mo a promoção à saúde
vetores ordem e limpeza da
e a identificação de
área pode ocorrer
fatores de risco para
MEIO BIÓTICO

proliferação de
população;
vetores.
FAUNA

# A compensação
pode ser realizada
em forma de suporte
Risco de
Risco de financeiro a
atropelamento devido
atropelamento entidades
10 à circulação de I P R AII Nc Nc
de animais governamentais ou
caminhões e veículos
nativos não que trabalhem
para acesso á área.
com tratamento ou
reabilitação de
animais silvestres;
Aumento da
11 arrecadação Geração de impostos. I P I AII Nc Nc
ASPECTOS ECONÔMICOS
MEIO SOCIOECONÔNICO

tributária
Emprego direto Geração de emprego
12 D P I AID Nc Nc
e indireto e renda.
# Diminuir o impacto
visual através de
O manejo dos cortina vegetal e do
resíduos sólidos gera constante
13 Impacto visual D P R ADA M Nc
um impacto visual gerenciamento dos
negativo. resíduos a fim de
evitar acúmulos em
locais indevídos;

52
Os imóveis no
entorno da área, no # Amortizar os
caso da região impactos ambientais
desenvolver uma da operação do
Desvalorização tendência empreendimento,
14 D P I AID Nc Nc
imobiliária habitacional, poderão principalmente a
sofrer uma emissão de gases
desvalorização geradores de maus
devido às emissões odores;
de maus odores.
Ocorrerão impactos
# Garantir o
sobre o município de
funcionamento
Iguatemi no sentido
Melhoria da adequado da
da diminuição da
15 qualidade de I P I AII Nc Nc unidade
quantidade de
vida compreendendo
resíduos sólidos
toda a área de
dispostos
coleta;
incorretamente.

53
Tabela 7 - Matriz de avaliação de impactos ambientais do manejo de resíduos sólidos de Iguatemi, MS (parte II).
INDICADORES PARA QUALIFICAÇÃO E VALORAÇÃO DOS IMPACTOS POTENCIAIS
ATRIBUTOS
IMPACTO POSITIVO IMPACTO NEGATIVO
PROCESSO DO MEIO
AMBIENTE MAGNITUDE IMPORTÂNCIA DURAÇÃO MAGNITUDE IMPORTÂNCIA DURAÇÃO

P M G 1 2 3 4 5 6 P M G 1 2 3 4 5 6

Circulação de
1 partículas na P 1 4
atm

Circulação de
2 M 2 6
gases na atm

Ruídos e
3 P 1 6
vibrações

4 Chorume M 2 4

54
5 Elfuentes P 1 6

Resíduos
6 M 2 6
sólidos

Contaminação
7 1 3 6
de córregos

Interação
8 1 3 6
físico-química

Proliferação de
9 1 3 6
vetores

Risco de
atropelamento
10 1 2 6
de animais
nativos

Aumento da
11 arrecadação M 3 6
tributária

55
Emprego
12 direto e G 3 6
indireto

13 Impacto visual P 1 6

Desvalorização
14 P 1 5
imobiliária

Melhoria da
15 qualidade de G 3 6
vida

0 1 2 0 0 3 0 0 3 9 3 0 5 4 3 2 1
Totais
3 12

56
Para a fase de operação do empreendimento, identificou-se um total de 15
impactos, sendo que 80% dos impactos são negativos e 20% são positivos, no
entanto 05 impactos ocorrem em decorrência indireta do empreendimento, sendo
caracterizados como de origem difusa.
Alguns dos principais impactos ambientais identificados são provocados
pelo ruído dos caminhões, bem como pelas emissões atmosféricas provenientes da
queima de combustíveis fósseis. Além disso, a dispersão de resíduos sólidos no
entorno do local bem como a contaminação do solo pelo chorume podem ser
impactos de grande magnitude diante da ausência de manutenção e cumprimento
das medidas corretas de operação.

Por isso, dentre as medidas mitigadoras, a responsabilidade e o


comprometimento dos empregados com o manuseio correto dos resíduos sólidos
deverão ser intensificados por meio de treinamento e instrução por parte da
prefeitura municipal. Já a medida mitigadora dos impactos gerados pelo uso dos
caminhões se baseia na manutenção periódica dos veículos a fim de garantir sua
operação em boas condições, evitando o desgaste dos equipamentos e com isso
garantindo a qualidade ambiental. O prazo de permanência destas medidas é de
longo prazo.

Alguns dos impactos positivos são: geração de emprego e redução dos


impactos gerados pela disposição inadequada de resíduos sólidos no município, já
que a correta operação do empreendimento garante a destinação segura dos
resíduos.

4.1.3 Compensação ambiental


A compensação ambiental foi calculada conforme previsto no Decreto
Estadual Nº 12.909, de 29 de dezembro de 2009. Para isso, foi necessária a
determinação do Grau de Impacto (GI) e do Valor de Referência (VR). O grau de
impacto do empreendimento alcançou o seguinte coeficiente: GI = 0,191.

 Componente localização (A) = 0,100


o A1: 0,000
o A2: 0,000
o A3: 0,000
57
o A4: 0,100
o A5: 0,000
 Componente Fatores ambientais (B) = 0,031
o B1: 0,000
o B2: 0,000
o B3: 0,000
o B4: 0,020
o B5: 0,001
o B6: 0,010
o B7: 0,000
 Componente Sociocultural e Econômico (C) = 0,000
o C1: 0,000
o C2: 0,000
 Componente natureza dos impactos (D) = 0,060
o Ab: 0,030
o T: 0,030

A partir daí, considerando o VR como sendo R$20.000,00 (valor do


investimento atual, considerando que já houve este cálculo para as instalações
existentes), calcula-se que a compensação ambiental é de R$3.820.

4.1.4 Monitoramento
Conforme descrito na matriz de avaliação de impactos ambientais, alguns
impactos ambientais são susceptíveis de monitoramento, para o acompanhamento
da evolução durante todo o período de funcionamento, e inclusive na fase de
desativação, se for o caso.

Destacam-se as seguintes atividades de monitoramento:

 Avaliação do desempenho dos caminhões para controle de emissões


atmosféricas provenientes da queima de combustíveis fósseis;

 Controle dos ruídos gerados no empreendimento;

 Verificação do funcionamento dos sistemas de tratamento do efluente


que atendem os sanitários instalados na área;

 Controle administrativo e operacional da unidade de manejos dos


resíduos sólidos;

 Constante verificação do terreno para controle de vetores garantindo a


saúde pública;

58
A periodicidade do monitoramento das atividades deve ser constante, de
maneira que durante o treinamento dos funcionários, estes devem ser instruídos
sobre os impactos e as medidas mitigadoras, para que possam identificar qualquer
necessidade de intervenção no processo.

4.1.5 Conclusão
Conforme descrito na matriz de avaliação de impactos ambientais, alguns
impacto A maioria dos impactos positivos deverá ocorrer no meio socioeconômico
concentrados no incremento na qualidade de vida, geração de emprego e renda
para a população. O setor público também se beneficiará com a implantação do
empreendimento, sendo que de início este benefício se voltará principalmente, no
sentido da sua adequação às exigências legais acerca da disposição de resíduos.

Conclui-se que a avaliação de impacto ambiental demonstra a


complexidade envolvida com a operação do empreendimento e os diversos fatores
que estão envolvidos. Dependo do impacto ambiental, a quantidade, a magnitude e
o grau de significância poderão aumentar. Assim, a determinação desses impactos
é de grande importância para o planejamento dos programas, projetos e métodos
de mitigação, compensação e até mesmo potencialização dos impactos positivos
decorrentes do empreendimento.

59
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
04 CRONOGRAMA
5. CRONOGRAMA
MÊS
AÇÕES
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Limpeza da área X
Infraestrutura da
estação de X X X
transbordo
Operação X X X X X X X X X X X X

Inspeção e
X X X X X X X X X X X X
acompanhamento
Manutenção dos
X X X X X X X X X X X X
equipamentos
Identificação dos
impactos X X X X X X X X X X X X
ambientais
Medidas
X X X X X X X X X X X X
mitigadoras

60
Relatório Ambiental Simplificado
Prefeitura Municipal de Iguatemi – MS

CAPÍTULO
07 RESPONSABILIDADE TÉCNICA
6. RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Coordenador:

ENG. AMB. DIEGO LANZA LIMA


MESTRE EM SANEAMENTO AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS
CREA/MS 15.555 / D

Equipe técnica:

ENG. AMB. HUGO HENRIQUE DE S. SOUZA


MESTRE EM MEIO AMBIENTE, ÁGUAS E SANEAMENTO
CREA/BA 80.463 / D
Anexos

Relação de anexos:

Anexo I – Plantas baixas das edificações existentes.

Anexo II – Mapa da área diretamente afetada e da área de influência direta do


empreendimento.
Anexo I
Plantas baixas das edificações existentes.
Anexo II
Mapa da área diretamente afetada e da área de
influência direta do empreendimento.
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