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SOMOS PARTE DA TERRA E ELA É PARTE DE NÓS

OS PRIMEIROS POVOS AMERICANOS

No período histórico ao qual arqueólogos e historiadores atribuem o nome de Idade Paleolítica (Idade da
Pedra Lascada), geógrafos apontam um fenômeno no qual a Ásia e a América se encontravam por meio
de uma faixa de terra, que hoje da lugar ao Estreito de Bening, foi por meio dessa faixa de terra que os
primeiros povos da américa – originários da Ásia Oriental (Sibéria) passaram perseguindo uma manada
de bisões no período glacial, deslocaram-se da Sibéria para o Alasca, assim dando inicio ao povoamento
da América, desmentindo a tese do autoctonismo, ou seja, de que o homem americano é originário do
próprio continente.

Os primeiros homens viviam em pequenos bandos, compostos apenas por parentes, dispunham de poucos
instrumentos, utilizando o mesmo para varias atividades. Segundo os estudos de Lewis Henry Morgan, os
primeiros homens encontravam-se no estagio cultural da selvageria.

As sociedades Mesoamérica (mais e astecas) e no Altiplano peruano (incas) , apresentaram grandes


evoluções no desenvolvimento das forças produtivas, em contra partida as comunidades da América do
Norte e América do Sul, que foram um pouco mais lentas. Com a descoberta do novo mundo, no século
XVI, os conquistadores espanhóis identificaram dois tipos de formações sociais: de um lado civilizações
(sociedades de classes), como os astecas e incas; de outro, as comunidades primitivas de caçadores ou
pescadores, relatos feito pelos espanhóis retrata bem o abismo de habilidades que existiam entre essas
formações sociais.

A primeira forma de organização sócia, foi a comunidade primitiva, inicialmente possuía uma economia
coletora, depois produtora, com isso Morgan diz que essa evolução fez com que passassem por uma
evolução cultural, que foi da Selvageria e as fazes inferior da Barbárie. O modo de produção
caracterizava-se pela propriedade coletiva dos meios de produção, todo individuo que pertencesse a
comunidade poderia utilizar da terra. O agrupamento desses indivíduos era denominado clã. A economia
advinha de ocupações da natureza, a organização social baseava-se nas relações de parentesco, havia uma
divisão natural do trabalho com atividades diferenciadas – desde a caça, aos artesanatos- praticadas
segundo o sexo. O sistema de trabalho era coletivo, baseado na cooperação simples, quem não trabalhava
não comia. Os produtos produzidos em determinado local eram consumidos nesse mesmo local, vigora
assim o regime de economia natural, com o desenvolvimento do processo de trabalho, passaram a
produzir mais, gerando um desequilíbrio na distribuição, que antes igualitária passa a ser desigual,
beneficiando uns mais outros menos. A comunidade primitiva era auto suficiente, não havendo assim
necessidade de escravos, os existentes eram prisioneiros de guerra.

Essa sociedade possuía o clã como unidade social, e as relações de parentescos representava um papel
dominante. Na América são encontrados clãs organizados pela descendência matrilinear ou patrilinear. A
organização dessas comunidades clânicas dava-se pela descendência comum e estavam unidos por
instituições sociais e religiosas, formando assim uma unidade particular, era proibido o casamento entre
membros do mesmo clã, com isso acontecia a união de clãs, formando tribos e com isso eram trazidos
novos conhecimentos e costumes culturais diferentes.

Com a elevação do nível do mar desapareceu definitivamente a faixa de terra que ligavam a Ásia à
América, depois disso nota-se a presença no continente americano dos chamados paleoíndios, nômades,
caçadores de animais, que tinham artefatos de pedra lascada mais sofisticados que os dos primeiros
homens, o que possibilitou o aumento das fontes de subsistência permitindo a caçada de mamíferos de
grande porte. Entre 8000 e 5000 a.C. as geleiras recuaram para o norte, provocando desaparecimento da
maioria dos grandes mamíferos, em algumas áreas floresceram grandes florestas, nas áreas florestais
predominavam a caça aos veados e coelhos e a coleta de milhos selvagens, abóbora e várias espécies de
sementes.
A transição da coleta para a agricultura incipiente processou-se na América entre 7000 e 4000 a.C.,
primeiramente na Mesoamérica (México), depois na Área Andina (Peru). Esse processo foi bastante
demorado, e somente a longo prazo surtiram efeitos econômicos naas organizações sociais, efeitos esse
que variaram de acordo com a sociedade e pela sua variedade de plantas ou animais criados, etc. Em
algumas áreas de solos mais secos a irrigação foi de extrema importância para essa transição. Com o
desenvolvimento da agricultura, aprendeu-se a lidar com solo, consequentemente a produzir aquilo que
era necessário para sobreviver, assim as sociedades se tornaram fixas. A partir de 3000 a.C. a cerâmica
passa a ser introduzida na produção dessas sociedades, vendo assim a necessidade de se fazer reservas de
alimentos.

Nas sociedades primitivas cabia a mulher a produção dessas cerâmicas, já nas sociedades mais avançadas,
como as de Valdívia, da costa do Equador, notava-se desenhos mais delicados, fazendo supor que
existiam especialistas para esse tipo de produção, certamente do sexo masculino. Com o surgimento de
determinados especialistas para áreas especificas, as sociedades tiveram que aumentar a produção de
suplementos, já que esses especialistas não faziam trabalhos de caça e agricultura. A terra era de
propriedade comunal, não existiam propriedades privadas, era distribuída em parcelas para que as
famílias nelas cultivassem. Em algumas comunidades de agricultores, de parentesco matrilinear, o chefe
guerreiro era eleito. Nas comunidades patriarcais, o poder do chefe tornou-se hereditário. A base
ideológica era dada pela religião. Essas formas de vida material e cultural mantiveram-se por muitos
séculos, até serem destruídas pelos conquistadores europeus.

As principais áreas de culturas americanas são: os povos árticos, as tribos subárticas, índios da Costa
Noroeste do Pacífico, Californianos e Tribos dos Vales, Grupos do Deserto Norte-Americano, Grupos das
Florestas da América do Norte, Índios da Grande Planície da América do Norte e Área Circum-Caribe.

Os povos árticos situavam-se na área cultural Ártica se estende do Alasca à Groenlândia, os esquimós
são os únicos representantes dessa região, estimasse que seja originário de 5000 a.C., predominantemente
pescadores, para eles a água é como a terra, pois é dela que tiram a maioria das coisas para sua
sobrevivência, são nômades, deslocam-se utilizando embarcações velozes, armavam suas tendas de peles
e construíam iglus. Com o passar do tempo a pesca a animais marinhos grandes se tornou uma atividade
praticada o ano inteiro, adaptaram-se a construir residências fixas de madeira. Os cães eram os animais
responsáveis por puxar os trenós, utilizavam instrumentos de pedra lascada, ossos e marfim. Organização
social simples, onde a família era o centro da vida social, a poliginia era praticada se o homem pudesse
sustentar mais de uma esposa, não havia propriedade privada , não havia diferenciação social, apenas um
chefe que exercia funções de coordenar esse grupo, porém os próprios trabalhadores organizavam a
economia.

As tribos subárticas estabeleceram-se ao sul da região Ártica e da extensa faixa de tundras, na


denominada Área do Caribu, onde viviam os algonquinos, esse grupo levava uma existência semelhante
aos esquimós. Desenvolveram a chamada Cultura de Raqueta. Organizavam-se em hordas ou bandos.

Os índios da Costa Noroeste do Pacífico, Californianos e Tribos Vales, ocupavam regiões na estreita faixa
de terra entre as Montanhas Rochosas e o Oceano Pacífico, viviam da pesca e caça de grandes animais
marinhos e terrestres, ao sul da Costa do Pacífico, praticava-se a colheita de alimentos selvagens, além da
caça e pesca. Os povos da Costa Noroeste de Pacífico trabalhavam de forma parecida com as outras
regiões, mas eram conhecidos por seus trabalhos com madeira, já que essa região tinha bastantes bosques.
A unida básica da vida social e política desses povos era a comunidade aldeã. A chefia era feita pelos
membros mais vistosos, supõe-se que havia uma diferenciação social, em termos de “riqueza” acumulada
por alguns. No interior, onde se localizaram as chamadas Tribos do Vale, a cultura permaneceu pouco
complexa, tendo-se desenvolvido a técnica da cestaria. Os grupos Californianos possuíam territórios bem
delimitados, os clãs eram totêmicos e patrilineares.
Os grupos do Deserto Norte- Americano estavam em uma ára semi-árida ao sul das Montanhas Rochosas,
em tempos remotos foram habitadas pelos Nasketmakers, mais tarde outras culturas floresceram, entre
elas destacou-se a Cultura Anasazi, representado pelos pueblos (índios das aldeias).

Os grupos das Floretas da América do Norte, a área de Florestas Orientais, era uma região coberta de
florestas contínuas. Entre os povos do Sudoeste, encontravam-se os iroquês, uqe no começo viviam a
oeste do Mississipi, posteriormente se mudaram para os Apalaches. Viviam da pesca, da caça e com um
diferencial que era a rudimentar horticultura. Viviam em aldeias, a terra pertencia a tribo, a linha de
descendência se fazia pela mulher (clãs matrilineares). Existiam a formação de fratrias, que exerciam
funções sociais, religiosas e militares. Politicamente eram eleitos chefes civis e militares.

A população dos Índios da Grande Planície da América do Norte que inicialmente eram um bando de
primitivos caçadores, receberam a introdução do cavalo por meio dos conquistadores franceses e
espanhóis, assim transformaram-se em tribos de caçadores equestres.

A área Circum-Caribe estava compreendida parte na América Central, Colômbia e Equador, uma região
rica em culturas, como o grupo chibchas, estabeleceram uma sociedade conhecedora do cultivo intensivo
da terra, técnicas de metal e cerâmica. Dividiam-se em chefias autônomas.

Com a conquistas dos colonizadores espanhóis os grupos indígenas americanos, tiveram suas identidades
roubadas, sendo forçados a trabalhos exploratório, no decorrer dos séculos a cultura desses povos se
perderam no tempo e são só lembranças de suas origens, além de terem sofrido tanto no passado, com a
saída do colonizador tem sua imagem marginalizada e travam uma batalha árdua para conservar o pouco
de terra que lhes resta.

ONDE ANTERIORMENTE NÃO HAVIA MILHO, AGORA EXISTEM GRANDES COLHEITAS

AS SOCIEDADES AGRÁRIAS

Quanto mais os espanhóis adentravam o continente mais se surpreendiam com a desenvoltura das
chamadas Altas Culturas. A Mesoamérica compreendida o México e a América Central, onde
desenvolveram-se as culturas formadoras dos maias e astecas. A Área Andina onde hoje é a região
ocupada pelo Equador, Peru e Bolívia, onde surgiu a cultura inca. Todas essas culturas são conhecidas por
terem sidos sociedades de classes, isto é, possuíam agricultura intensiva, divisão social do trabalho,
complexa organização política e administrativa, sistemas religiosos desenvolvidos e notáveis realizações
artísticas e intelectuais. Possuíam centros urbanos bem planejados e a coexistências de formas
comunitárias de produção e de propriedade da terra pelo Estado, permitindo caracterizar o modo de
produção “asiático”. Esse modo trata da mais geral evolução da sociedade sem classes para a sociedade
com classes, ou seja, estabelece o domínio do Estado como imagem suprema e a pirâmide hierárquica a
qual ele pertence. No modelo “asiático” à existência combinada de comunidades aldeãs que produzem
para o Estado e assim o mesmo controla todo o modo de produção e consequentemente a economia.

As culturas desses povos demonstram a ruptura do clã, aquela antiga sociedade que tinha como principal
laço o parentesco, passado para uma sociedade estratificada, na qual a governantes e governados.

Marcio Aprigio

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