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INSTITUTO DE QUÍMICA
RESUMO
Aletas são superfícies estendidas a partir de uma superfície de um objeto, de modo a
aumentar sua taxa de transferência de calor para o ambiente (ou vice-versa) por meio do
aumento da convecção. Existem inúmeras aplicações para elas na engenharia, como:
transformadores, motores de combustão interna, compressores, motores elétricos, trocadores
de calor, etc. O presente estudo visou estudar a transferência de calor entre uma aleta e um
fluido e determinar experimentalmente o coeficiente médio de transferência de calor h
(W/m2.K) e a quantidade de calor dissipado por convecção q (W). Verificou-se que a escolha
das aletas deve sempre considerar, além do coeficiente de dissipação de calor, o diâmetro, o
ponto de fusão da mesma, bem como a temperatura a que será exposta e sua viabilidade
econômica.
Figura 1. (a) Aleta longitudinal, com seção e perfil retangulares; (b) Aletas longitudinais, com seção e
perfil retangulares, adaptadas em um tubo; (c) Aleta longitudinal, com seção retangular e perfil trapezoidal;
(d) Aleta longitudinal, com perfil retangular e perfil parabólico; (e) Aleta radial com perfil retangular,
adaptada em um tubo; (f) Aleta radial com perfil cônico truncado, adaptada a um tubo; (g) Aleta do tipo pino
cilíndrico; (h) Aleta do tipo pino cônico truncado; (i) Aleta do tipo pino parabólico.
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
E a variável m, é então definida na Equação (6):
(6)
A Equação (5) é uma equação do segundo grau homogênea e sua solução é apresentada
na Equação (7):
(7)
● Condição de contorno 1:
Considera-se a transferência de calor por convecção na extremidade da aleta na
Equação 8:
(8)
(9)
(10)
(11)
● Condição de contorno 2:
Considera-se na Equação (12) a perda de calor na extremidade da aleta como
desprezível:
(12)
(13)
(14)
● Condição de contorno 3:
A temperatura na extremidade da aleta é especificada, assim θL=θ0 e com a solução da
Equação (7), são definidas as seguintes equações:
(15)
(16)
● Condição de contorno 4:
Aleta de comprimento infinito (L → ∞) e θ(L)=0.
Com a solução da equação diferencial (Equação 7), chega-se as seguintes equações:
(18)
(19)
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 1: Dados para Aleta 1 (Alumínio) com diâmetro de 9,56 mm, em que X
representa as distâncias das tomadas de temperatura ao longo da mesma e T representa os
valores de temperaturas para cada tomada. Os valores de ϴ (T-T∞) e ϴ0 (T0-T∞) também são
explicitados, sendo T∞ = 28°C.
X (cm) T (°C) ϴ (°C) ϴ/ϴ(-)
0 75 47 1,00
3 60 32 0,68
8 58 30 0,64
15 51 23 0,49
22,4 44 16 0,34
30 39 11 0,23
45 34 6 0,13
60 32 4 0,09
Tabela 2: Dados para Aleta 2 (Aço Inox) com diâmetro de 9,53 mm, em que X
representa as distâncias das tomadas de temperatura ao longo da mesma e T representa os
valores de temperaturas para cada tomada. Os valores de ϴ (T-T∞) e ϴ0 (T0-T∞) também são
explicitados, sendo T∞ = 28°C.
X (cm) T (°C) ϴ (°C) ϴ/ϴo (-)
0 53 25 1,00
3 46 18 0,72
8 37 9 0,36
15,1 32 4 0,16
22,4 30 2 0,08
30,2 30 2 0,08
45,2 28 0 0,00
60,2 28 0 0,00
Tabela 3: Dados para Aleta 3 (Aço Inox) com diâmetro de 15,9 mm, em que X
representa as distâncias das tomadas de temperatura ao longo da mesma e T representa os
valores de temperaturas para cada tomada. Os valores de ϴ (T-T∞) e ϴ0 (T0-T∞) também são
explicitados, sendo T∞ = 28°C.
X (cm) T (°C) ϴ (°C) ϴ/ϴo (-)
0 53 38 1,00
3 46 30 0,79
8 37 16 0,42
15,1 32 7 0,18
22,4 30 3 0,08
30,2 28 0 0,00
45,2 28 0 0,00
60,2 28 0 0,00
𝑚2 𝑘𝐴
ℎ= (21)
𝑃
0.5
𝜃⁄𝜃o
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70
X (cm)
Observando o gráfico têm-se que o valor obtido para a aleta em questão foi de m =
0,039. Desse modo através da equação (21) obteve-se um valor de aproximadamente h =
0,000745 W/m2.K sabendo que para o alumínio k = 205 W/m.K K (Engineering Toolbox,
2003).
0.50
𝜃⁄𝜃o
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
0 10 20 30 40 50 60 70
X (cm)
0.8 y = 1.1053e-0.118x
R² = 0.9996
0.7
0.6
0.5
𝜃⁄𝜃o
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0 5 10 15 20 25
X (cm)
Para esta aleta, os três últimos valores de temperatura medidos se mostraram muito
próximos da temperatura ambiente, fazendo com que os valores de ϴ e ϴ0 se mostrassem
muito próximos de zero. Logo estes três pontos foram desprezados no ajuste exponencial (já
que este ajuste não permite valores nulos).
Observando, assim, o gráfico têm-se que o valor obtido para a aleta em questão foi de
m = 0,118. Desse modo através da equação (21) obteve-se um valor aproximadamente de h =
0,000886 W/m2.K sabendo que para o aço inox k = 16 W/m.K (Engineering Toolbox, 2003).
Percebe-se que o coeficiente de correlação para os ajustes dos dados experimentais para
as aletas 1, 2 e 3 se mostraram satisfatórios e confiáveis (R2 > 0,9). De acordo com os
resultados vistos até então, percebe-se que a Aleta 3 (Aço Inox de diâmetro maior) foi a aleta
que apresentou o maior coeficiente de película (h = 0,000886 W/m2.K) seguida da Aleta 1 (h
= 0,000745 W/m2.K) (Alumínio) e por fim a Aleta 2 (h = 0,000161 W/m2.K) (Aço inox de
diâmetro igual da Aleta 1, porém menor que o diâmetro da Aleta 3). Consequentemente a
aleta que mais dissiparia calor advindo da fonte quente, seria a Aleta 3 em seguida a Aleta 1 e
por último a Aleta 2.
Para confirmar essa suposição foram realizados os cálculos dos valores de calor
dissipados por cada aleta baseados em seus respectivos coeficientes de película h conforme a
equação a seguir:
𝑞 = √ℎ. 𝑃. 𝐾. 𝐴. 𝜃0 (3)
Assim como esperado, pelos valores de q calculados, confirma-se que a aleta que mais
dissipa calor é a Aleta 3 seguida da Aleta 1 e por último a Aleta 2. Sendo as aletas de mesmo
comprimento, há três análises a serem feitas: primeiro, duas aletas de mesmo comprimento e
diâmetro, porém de materiais diferentes, terão valores diferentes de coeficiente de película e
consequentemente valores diferentes de calor dissipado.
Uma aleta com maior k (coeficiente de condutividade térmica) dissipará mais calor e
vice-versa e isso se confirma com o experimento em questão quando observamos os valores
de q para as aletas 1 e 2. Segundo, duas aletas de mesmo comprimento e do mesmo material,
porém com diâmetros diferentes, possuirão valores diferentes de coeficiente de película.
Neste caso a aleta com maior diâmetro dissipará mais calor por possuir uma área de troca
térmica maior. Isso se confirma também no experimento se analisarmos os valores de q para
as aletas 2 e 3. Terceiro e por fim, aletas com uma área superficial maior (diâmetro maior
para um mesmo comprimento) possuem maior coeficiente de película e consequentemente
dissipam mais calor conforme visto experimentalmente pela Aleta 3.
Considerando que o interesse fosse a máxima dissipação de calor pela aleta de maneira
mais viável economicamente e com maior eficiência, tendo que no mercado o material mais
barato seria o Alumínio, sendo em torno de 2x mais barato do que uma aleta de Aço Inox, a
Aleta mais viável seria a de Alumínio devido sua boa eficiência na dissipação de calor e
menor custo.
Porém para temperaturas de base quente muito altas em situações distintas, o Alumínio
não seria uma boa opção por ser menos resistente que o Aço Inox, por exemplo, que
suportam temperaturas de até 1500°C e já o Alumínio possui um ponto de fusão em torno de
660°C. Aletas têm inúmeras aplicações, sua função é essencialmente aumentar a superfície de
troca térmica entre duas fontes de temperatura diferentes (seja por convecção e condução)
visando resfriamento ou manutenção de uma temperatura desejada. Observam-se Aletas em
motores de automóveis, radiadores de automóveis, bombas, caldeiras, trocadores de calor de
inúmeros tipos e entre outros.
4. CONCLUSÃO
Tendo em vista a importância das aletas para fins de dissipação de calor em indústrias
de diversos ramos, a escolha correta do material e diâmetro da mesma é de extrema
relevância quando analisamos o custo-benefício que tal aleta pode oferecer. Nas três opções
apresentadas no experimento, obtivemos um melhor resultado com relação à dissipação de
calor, com a aleta de aço-inox de 15,9 mm de diâmetro e o resultado inferior com a aleta de
aço-inox de 9,53 mm de diâmetro, e o meio termo das três opções ficou com o alumínio de
diâmetro 9, 56 mm.
Analisando com uma visão industrial, para a escolha do material e diâmetro, deve ser
realizado um estudo a fim de entender as necessidades e exigências da indústria e a qual
temperatura essa aleta será exposta, analisando o ponto de fusão de cada material. Se uma
aleta for exposta à, no máximo, 660°C (ponto de fusão do alumino), de acordo com o
presente experimento e fundamentação teórica, pode-se afirmar que a aleta de alumino seria a
opção mais viável economicamente, observando que quanto maior o diâmetro, maior será a
dissipação de calor. Para temperaturas mais elevadas, considera-se a necessidade da
utilização de um material mais resistente, como melhor opção e com um custo mais elevado,
têm-se as aletas de aço-inox.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ENGINEERING TOOLBOX, 2003. Thermal Conductivity of common Materials
and Gases. [online] Disponível em: https://www.engineeringtoolbox.com/thermal-
conductivity-d_429.html [Acesso em 31/08/2018 às 13:46].
INCROPERA, F. P.; DEW ITT, D. P., Fundamentos de Transferência de Calor e de
Massa. 5a Edição, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro,
2003.