GORDON H. CLARK Traduzido do original inglês The Existence of God By Gordon H. Clark
Via: gordonhclark.reformed.info
Você está autorizado e incentivado a
reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
Tradução por Dione Cândido Jr.
Capa por Igor Paz Revisão por Mariana Ferreira 1
A existência de Deus é a doutrina básica da
Bíblia, sem a qual a expiação, a justificação e todo o resto não faria sentido. A crença cristã, portanto, é baseada no teísmo cristão. O teísmo cristão é, obviamente, contrário ao ateísmo e ao politeísmo, por causa daquilo que as Escrituras dizem acerca da natureza de Deus, e também se distingue do deísmo. Este último, embora possa admitir e até mesmo alegar provar a existência de Deus, nega que Deus possa controlar ou intervir diretamente na história. O deísta imagina o universo como um relógio, ou outro tipo de mecanismo, que é tão bem construído por Deus, que funciona pelas suas próprias leis e não necessita mais da atenção de Deus. Os milagres nunca acontecem; a oração é inútil; e seja lá o que “salvação” signifique, isso depende da moral de um homem. Assim, apesar do deísmo reconhecer a existência de Deus, esse Deus do design não é o Deus da Bíblia.
Uma vez que a Bíblia não demonstra a existência
de Deus, mas apenas afirma, os homens se voltaram à filosofia para se satisfazerem. Na filosofia tradicional, a ênfase recai sobre a existência de Deus ao invés de recair sobre a natureza de Deus, embora estas não 2
possam ser questões separadas no pensamento cristão.
Argumenta-se que jamais alguém tentou demonstrar a existência da Trindade — embora Agostinho tenha usado algumas analogias. É certo que o conhecimento da existência da Trindade vem somente através da revelação. Além disso, é reivindicado que não haveria qualquer sentido na pergunta “o que é Deus?” a menos que Deus realmente existisse. Portanto, muitos filósofos e teólogos, colocando a natureza de Deus em segundo plano, pensam ser possível provar ou demonstrar a existência de Deus em bases naturais ou não-revelacionais.
Também há uma visão na qual a ideia de Deus é
tida como inata ou inerente. De acordo com esta visão, não há realmente nenhuma prova da existência de Deus; a ideia não surge de alguma combinação das experiências e o homem simplesmente nasceu com tal ideia já formada. Essa visão é reforçada pela alegação de que a ideia de Deus seria um fator universal. E se todos, sem exceção, tiverem essa ideia, isso não demonstra que os homens nasceram com ela? Sobre isso, John Locke replicou que a ideia de que Deus não é um fator universal, ou, pelo menos, que ninguém poderia provar que ela é universal; e mesmo que fosse, isso não provaria que é uma ideia inata, pois esta poderia ter sido derivada das experiências que todos os homens têm, como uma visão das estrelas ou a percepção de um corpo em movimento. Do ponto de vista onde a ideia de Deus seria inata ou inerente, os 3
homens voltaram-se para as provas teístas ou
argumentos para a existência de Deus.
O Argumento Ontológico. Um pouco aliado ao tema das
ideias inatas, embora fornecendo mais uma prova para demonstração, é o argumento ontológico de Anselmo, arcebispo de Canterbury, do século XI. Este argumento tem as suas raízes em Agostinho que, no início do século V, teve como estreitamente ligado à atividade do pensar o trabalho de Deus em nossas mentes e, portanto, a sua existência. Agostinho argumentou primeiramente que o conhecimento é possível uma vez que ninguém poderia duvidar da sua própria existência. É preciso existir até mesmo para duvidar ou ficar confuso. Além disso, as leis da lógicas são certas; por exemplo, ou você está dormindo ou você está acordado. Podemos não saber se estamos dormindo ou não, mas estamos convencidos da disjunção. A matemática também é certa. Nós não julgamos se 3 x 3 pode ser 9. Nós julgamos que deve ser assim. Como as verdades da lógica e da matemática são universais e necessárias, elas não podem ter sido derivadas de qualquer experiência limitada e individual. Essas verdades são eternas e, transcendendo a mente finita, devem ser ideias da mente de Deus, e que ele mesmo é a Verdade. Assim, nós conhecemos a Deus porque as nossas mentes estão em contato com ele.
Anselmo, por volta de 1100 d.C., desenvolveu
este argumento agostiniano com uma brilhante 4
reconstrução. Por definição, Deus é aquele do qual
nada maior pode ser concebido. Nós retemos tal ideia. Até mesmo o tolo, quando diz que “não há Deus”, retém essa ideia, ou do contrário ele não poderia fazer a sua negação. Mas Deus é alguém que não poderia existir apenas na mente humana, visto que aquele que existe tanto na mente humana quanto independentemente da mente humana é maior do que aquele que existe apenas na mente humana, e como Deus é aquele do que nada maior pode ser concebido, ele deve existir também independentemente da mente humana. Na verdade, é impossível conceber a inexistência de Deus. Uma coisa que poderia falhar na existência não é tão boa como uma coisa que poderia não falhar na existência. Portanto, o que não pode ser concebido, não pode ser concebido para não existir. Por que, então, isso é tão óbvio e o tolo ainda diz que “não há Deus”? É porque, responde Anselmo, ele é estúpido e tolo!
O Argumento Cosmológico. O argumento ontológico
exposto anteriormente pressupõe uma epistemologia racionalista que não foi compartilhada por Aristóteles, Tomás de Aquino e John Locke. Esses homens consideraram que todo conhecimento seria baseado na experiência sensorial e, desse modo, se a existência de Deus deveria ser provada, a prova deveria começar com a observação de objetos físicos ao nosso redor. Um dos argumentos que está sobre base é chamado de Argumento Cosmológico. Aristóteles e Aquino (pois Aquino fez um pouco mais do que meramente repetir 5
Aristóteles) começaram com a afirmação de que é
evidente para o sentido da visão de que esta pedra, este navio, e esta chuva que cai, podem ser movimentados. Agora, nada pode se mover. Nem mesmo um animal pode se mover. Tudo o que está em movimento deve ser posto em movimento por outra coisa. Note com atenção que, assim, tudo aquilo que está em movimento é “potencial” em relação ao motor que proporciona o seu movimento. O motor é o movimento “real”. Nada pode ser potencial e real simultaneamente, e no mesmo sentido. O fogo que é atualmente quente move aquilo que é atualmente frio, mas apenas potencialmente, para que a água fique atualmente quente através desse movimento. Mas, a regressão de uma coisa potencial para outra coisa potencial não pode-se dar infinitamente. Se assim fosse, não haveria nenhum primeiro motor e, portanto, nenhum segundo motor, etc. A conclusão é de que deve-se existir um Primeiro Motor Imóvel, e que se entende que isso é Deus.
Este Argumento Cosmológico não apenas
pressupõe uma epistemologia empírica ou sensorial, mas ele também depende da teoria da física de Aristóteles, que foi exposta em maiores detalhes nos livros II-VII da sua obra Física. Apenas este resumo oferecido não poderia ser um argumento válido, a não ser que todo o silogismo em longa ligação fosse válido. A definição de movimento, atualidade e potencialidade, para não mencionar muitos itens convenientemente 6
omitidos, não poderiam ser de todo incompreensíveis,
se não o argumento seria improvável. Para não mencionar que as teorias de tempo e lugar, e as definições de movimento, potencialidade e atualidade são, de fato, circulares. Aristóteles usa movimento para definir potencialidade e, então, usa o último para definir o primeiro. Depois, Aquino usou a própria conclusão numa das premissas do argumento. A conclusão seria que deve-se existir um primeiro motor. Mas isso é exatamente o que ele assumiu para excluir uma regressão infinita. Portanto, o seu argumento é circular.
Outra objeção é ainda mais complicada, e muito
mais embaraçosa para os filósofos jesuítas contemporâneo. Tomás de Aquino teve uma grande consideração pela teologia negativa de Dionísio, o Areopagita. Este autor não foi aquele que foi convertido pelo apóstolo Paulo, mas, assim como Aquino, ele foi um místico neoplatônico do século V que copiou as longas seções de Proclus. A ideia de Dionísio seria que não podemos ter qualquer conhecimento positivo de Deus. Nós não sabemos o que Deus é, mas sim o que ele não é. Aquino pensou que esse conhecimento negativo seria o conhecimento legítimo, e ele também negou que pudéssemos ter algum conhecimento positivo de Deus. Os predicados que atribuímos a Deus, como sábio, bondoso e poderoso, não retêm o mesmo significado de quando os aplicamos aos homens. Nenhum predicado pode ser usado univocamente para Deus e o homem. 7
Contudo, Aquino diverge do puro negativismo de
Dionísio ao afirmar que há uma terceira forma de conhecimento, menos do que positiva, mais do que negativa. É a forma do conhecimento analógico. O predicado “bom”, por exemplo, não teria a mesma definição quando usada para Deus e para o homem, mas ainda há alguma similaridade ou analogia (mal definida) entre Deus sendo bom e o homem sendo bom. Entretanto, são predicados que têm significado analógico apenas. Visto que a simplicidade do ser de Deus exige que a sua essência seja idêntica à sua existência, e que até mesmo o verbo “ser” não possui o mesmo significado quando aplicado a Deus que quando aplicado a outros objetos, se é assim, então o Argumento Cosmológico é inválido. A utilização dos termos “é” ou “existe” nas premissas está num sentido — no sentido aplicável às coisas, coisas físicas em movimento —, enquanto que a utilização dos termos “é” ou “existe” na conclusão está noutro sentido diferente — um sentido que é aplicável apenas a Deus. Contudo, é claro que nenhum argumento pode ser validado a menos que os termos conservem o mesmo significado durante todo o argumento.
Karl Barth ressalta uma objeção final ao
argumento de Aquino, em cuja última frase é: “E isto é o que se entende ser Deus”. Barth afirma que este não pode ser entendido como Deus. Ele salienta o constrangimento dos teólogos romanistas na sua tentativa de passar o Primeiro Motor Aristotélico de 8
um neutro ens realissimum, ou Summun bonum, para
algo vivo, amável, e agindo em Trindade. Na verdade, podemos concluir que se o argumento cosmológico fosse válido, então o cristianismo seria falso.
O Argumento Teleológico. Nos tempos modernos,
foram feitas outras tentativas para se formular o Argumento Cosmológico sem os embaraços aristotélicos. Na maioria das vezes, o Argumento Cosmológico tem sido substituído pelo Argumento Teleológico. Esses dois são iguais no fato de que são baseados na experiência — em contraste com o Argumento Ontológico. Porém, enquanto o Argumento Cosmológico é baseado na mínima experiência desnuda da existência de uma coisa ou de outra, o Argumento Teleológico apela às complexidades, às inter-relações, as funções e o design do mundo. William Paley (1743-1805) ganhou renome por causa da sua impressionante ilustração: se alguém encontrar um relógio no litoral e examinar o seu mecanismo, será forçado a concluir que existe um designer inteligente por trás disso. Do mesmo modo, o mecanismo do universo prova a existência de Deus. Quando o recurso também é usado em relação a existência pessoal, ele não se restringe a mera conclusão de um neutro primum movens, mas, mais facilmente, afirma a existência de um Deus pessoal.
Embora as bases para o Argumento Teleológico
sejam variadas, podendo se referir a um relógio, a 9
fisiologia ocular, ou a um vegetal como um repolho, a
forma lógica é sempre a mesma. David Hume (1711- 1776) criticou a lógica do argumento, a qual Kant acrescentou um ponto a mais. Um dos argumentos de Hume seria que, se o mundo for um mecanismo como um relógio, e se o relógio precisar de um designer, ao designer também seria requerido uma causa anterior (seus pais sem dúvida), e assim por diante ad infinitum. Ao invés de se adentrar nesta regressão infinita, por que não dizermos que o princípio de ordem no mundo é imanente?
Novamente, se basearmos o nosso
conhecimento sobre Deus na experiência, e inferirmos a partir daí que Deus deve ser algo pessoal, alguma inteligência como a nossa, seria uma inferência de que Deus não é perfeito. Uma vez que cometemos erros, não podemos concluir que a nossa causa inferida não possa cometê-los também. Ou então, se ampliarmos a nossa noção sobre Deus por meio dos apelos à natureza, como tragédias, terremotos, escassez e tornados, deveríamos delegar isso à mesma causa. Talvez as imperfeições da natureza sejam uma evidência da existência de vários deuses que trabalham em propósitos cruzados, ou talvez pode ser que haja apenas um deus que anteriormente criou outros mundos ainda piores do que este, e que está melhorando a sua técnica para fazer um mundo melhor na próxima vez. 10
Parte V) que se soubéssemos a priori que Deus era infinito e bom, poderíamos explicar satisfatoriamente as falhas da natureza com base em nossa ignorância. Mas a questão que surge é: podemos provar a existência de um deus infinito e bom nas bases da experiência? A resposta sugerida no Argumento Teleológico implora à questão.
A indução, da qual depende todo argumento
empírico, requer uma apresentação de muitos casos. Acreditamos que a inflação econômica resulta nos grandes aumentos da dívida nacional porque isso aconteceu muitas vezes. Se tivéssemos observado apenas uma instância da inflação econômica nenhuma conclusão poderia ser desenhada. Nós já vimos muitos relógios e muitos relojoeiros, de modo que, se vemos outro relógio, supomos que haja um relojoeiro também. Mas, nós nunca vimos muitos mundos e muitos fabricantes de mundos. Portanto, nenhuma conclusão pode acompanhar a nossa visão deste mundo. Para dizer a verdade, nunca conseguimos ver este mundo como um todo: já vimos algumas partes dele. Nós não sabemos se realmente esse universo é um mecanismo, como um relógio. Portanto, nenhuma conclusão pode ser desenhada.
No que diz respeito à experiência, o universo
poderia ser um organismo vivo, com os seus princípios de organização dentro dele. Vemos mais árvores do 11
que relógios, e observamos que uma árvore, por meio
da sua semente, impõe ordem à próxima geração, mesmo sem ter conhecimento desta ordem. Tal propósito inconsciente é mais frequente em nossa experiência do que os efeitos racionais da disposição do homem. A experiência diária mostra que essa razão surge da geração, e nunca a geração de uma razão. Portanto, se desejamos selecionar algum modelo para o universo, um vegetal seria melhor do que uma máquina. Não existe evidências, nem argumento indutivo, apoiando a suposição de uma causa inteligente e transcendente.
Na verdade, a filosofia de Hume acaba com a
causação inteiramente. E Kant não é essencialmente diferente ao negar que a causalidade entre os fenômenos ou aparências não pode ser estendida ao numinoso, às coisas em si mesmas, ou a Deus. O único acréscimo de Kant a estas críticas é de que os argumentos Cosmológico e Teleológico pressupõem a validade do Ontológico. A experiência não fornece nenhuma informação sobre as propriedades e os atributos do Ser Supremo cuja existência o Argumento Cosmológico deseja provar. Somente por meio de um Argumento Ontológico a priori se poderia chegar a um Ser de absoluta necessidade, um realissimum ens.
O Argumento de Descartes. Retornando, então, ao
Argumento Ontológico, descobrimos que Descartes (1596-1650) reafirmou-o numa forma mais simples: 12
Deus, por definição, é o ser que possui todas as
perfeições; a existência é uma perfeição; portanto, Deus existe necessariamente; de modo que, a negação da existência de Deus seria como uma contradição, como a negação de que um triângulo tem três ângulos.
Neste argumento, Kant encontra duas falhas
principais. Primeiramente, a ideia de necessidade sempre foi ilustrada historicamente por proposições geométricas, como um triângulo ter necessariamente três ângulos. Mas Todos esses exemplos são exemplos de julgamentos necessários, não de coisas necessárias. Os ângulos são necessário para o triângulo, todavia, se ambos, o triângulos e os seus ângulos, são negados, nenhuma contradição se resulta disso. Da mesma forma, “Deus é onipotente” é um julgamento necessário para a afirmação de Deus, e negar a onipotência seria uma contradição. Mas, se alguém negar a existência de Deus, a onipotência e todos os outros os atributos desaparecem juntamente com o assunto, e nenhuma contradição se resulta disso. Consequentemente, a discussão de um Ser necessário distinto de um julgamento necessário não tem sentido algum.
A segunda falha no argumento é a afirmação
equivocada de que a existência é uma perfeição. Para se afirmar que Deus existe não é preciso adicionar um atributo extra à lista de onipotência, onisciência, onipresença, e assim por diante. A afirmação da existência de Deus é a colocação de Deus juntamente 13
com todos os seus atributos. Kant ilustra isso por meio
de cem dólares. O conteúdo do assunto e do conceito são idênticos. Cem dólares reais não contêm mais do que cem dólares concebidos. Se o conteúdo dos dólares existentes for maior do que o do conceito, o conceito não será uma representação inteira dos cem dólares. De fato, um cálculo bancário de cem dólares pode adicionar dólares conceituais a mais do que os dólares reais, porém a realidade objetiva não adiciona nenhum predicado extra ao conceito. Portanto, a premissa menor do argumento de Descartes o arruína.
Conclusão. Quando, agora, um teólogo
contemporâneo insiste no fato de que a existência de Deus pode ser demonstrável, porém não precisamente na mesma forma destes argumentos discutidos anteriormente, e que ao menos estes argumentos podem ser expostos numa forma modificada, é preciso se perguntar: onde, e em quais detalhes, suas formas foram modificadas? Até que a formulação esteja escrita em todas as suas premissas, ninguém poderá discutir isso. E quando for exposta, é bem provável que as objeções apresentadas anteriormente sejam aplicadas.
Apesar dos romanistas reivindicarem que
Paulo, o apóstolo, colocou o seu selo de aprovação sobre Aristóteles e Aquino em Romanos 1.19-20, é claro que a Bíblia não oferece os argumentos para provar a existência de Deus. Os céus, de fato, exibem a glória de Deus, mas um cientista moderno que não 14
possui uma convicção prévia de Deus veria que há
apenas uma exibição de energia nuclear.
Vale ressaltar que Lutero (um otimista) e
Calvino, que parece ter mantido Platão e Aristóteles sob pouca estima, não possuíam uma teologia natural. Calvino, no início de suas Institutas, negou que primeiramente nos conhecemos algo e, depois, inferimos daí a existência de Deus. Deus, para Calvino, é o primeiro objeto de conhecimento, e esse conhecimento não vem pela natureza, mas sim pela revelação. Quando o zelo do protestantismo começou a se esfriar, do século XVII ao XIX, a teologia natural reviveu. Isto foi particularmente verdadeiro em relação aos luteranos, mas também foi verdadeiro em relação à Igreja Reformada. Existe algum motivo para se esperar que no final do século XX vejamos um renascimento do calvinismo, uma rejeição da teologia natural, e uma adesão à revelação bíblica? 15