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CICLO DE BRAYTON

O Ciclo de Brayton é um ciclo termodinâmico no qual a adição de calor


ocorre a pressão constante, utilizado no estudo das turbinas a gás.
Ele é um ciclo ideal, uma aproximação dos processos térmicos que ocorrem
nas turbinas a gás, descrevendo variações de estado (pressão e temperatura) dos
gases. O conceito é utilizado como base didática e para análise dos ciclos reais, que
se desviam do modelo ideal, devido a limitações tecnológicas e fenômenos de
irreversibilidade, como o atrito.

Esquema básico de Brayton

Entre 1 e 2 o ar em condição ambiente passa pelo compressor, onde por


compressão adiabática e isotrópica ocorre o aumento de temperatura e consequente
aumento de entalpia. Comprimido, o ar é direcionado às câmaras, entre 2 e 3, onde
é misturado ao combustível possibilitando sua queima e seu aquecimento tendo sua
pressão constante. Ao sair da câmara de combustão, os gases, à alta pressão e
temperatura, se expandem conforme passam pela turbina, entre 3 e 4. Na medida
em que o fluido fornece o trabalho sobre as palhetas, reduzem-se a pressão e
temperatura dos seus gases, gerando-se potência mecânica. A potência extraída
através do eixo da turbina é usada para acionar o compressor. A quarta etapa
representa a transferência de calor do fluido para o ambiente em que se encontra.
Desta forma, mesmo se tratando de um ciclo aberto, parte da energia gerada pela
combustão é eliminada por forma de calor nos gases quentes fluindo como escape.
A rejeição de calor é um limite físico, intrínseco ao funcionamento de Ciclo
termodinâmico, mesmo nos casos ideais, como define a Segunda lei da
termodinâmica.

Estágios, comparação e eficiência

 De 1 a 2, tem-se uma transformação adiabática. Nesse estágio, o gás é


comprimido adiabaticamente. Assim, a partir da primeira lei da termodinâmica,
o trabalho adiabático é:

 De 2 a 3 temos uma transformação isobárica do gás. Nesse estágio, o gás


expande com mesma pressão, ao mesmo tempo em que recebe calor do
meio. O calor recebido é:

 De 3 a 4 temos uma transformação adiabática. Nesse estágio, ocorre uma


expansão adiabática. A partir da primeira lei, a energia é igual ao trabalho
adiabático.

 De 4 a 1 temos uma transformação isobárica. Nesse estágio, o gás expande


com mesma pressão, ao mesmo tempo em que perde calor para o meio. O
calor perdido é:

Assim, a partir do Ciclo do Carnot, a eficiência desse ciclo pode ser definida
como:
A pressão em 1 e 4 temos um processo isobárico, bem como em 2 e 3.
Assim P1 = P4 e P2 = P3. Como as outras partes do ciclo são adiabáticas e
reversíveis, tem-se:

Assim, T4/T3 = T1/T2 ou finalmente, T4/T1 = T3/T2. Usando essa relação, a


eficiência térmica do ciclo de Brayton é:

Ciclo ideal de Brayton:

O ciclo de Brayton ideal é composto basicamente por 4 etapas, sendo elas:


1. Uma compressão isentrópica dentro de um compressor.
2. Fornecimento de calor isobaricamente.
3. Expansão isentrópica dentro de uma turbina.
4. Perda de calor isobaricamente.
Neste ciclo o ar entra no compressor, que representa a primeira etapa, onde
o fluido é comprimido realizando uma transformação isentrópica (1 a 2). O ar
comprimido se dirige à uma câmara de combustão onde adiciona-se combustível e
este é comburido isobaricamente (2 a 3). Após a combustão os gases saem com
elevada temperatura e pressão, se expandem, passam pela turbina colidindo com as
palhetas, gerando trabalho e reduzindo sua temperatura e pressão (processo
isentrópico de 3 a 4). Parte do trabalho gerado é reaproveitado para conduzir o
compressor e o restante gera potência mecânica. A última etapa representa a
exaustão dos gases para o ambiente, desta forma, mesmo se tratando de um ciclo
aberto, parte da energia gerada pela combustão é eliminada na forma de calor pelos
gases, fluindo como escape (processo isobárico). Contudo, no ciclo de Brayton real,
temos respectivamente para as mesmas etapas: um processo adiabático, isobárico,
adiabático e por último isobárico.

Ciclo real de Brayton:


1. Processo adiabático - compressão.
2. Processo isobárico - adição de calor.
3. Processo adiabático - expansão.
4. Processo isobárico - rejeição de calor.

A determinação do rendimento ciclo-padrão pode ser obtida da seguinte


forma:

A eficiência do ciclo de Brayton ideal é , em


que é a razão de capacidade de calor.
A temperatura mais elevada no ciclo ocorre no final do processo de
combustão, e é limitada pela temperatura máxima que as pás da turbina podem
suportar. Isto também limita as relações de pressão que podem ser utilizadas no
ciclo.

Ciclo fechado de Brayton


Ciclo fechado de Brayer C compressor T turbina W alta temperatura ʍ
Temperatura baixa ~ Carga mecânica
Um ciclo fechado de Brayton circula o fluido de trabalho, o ar expelido da
turbina é reintroduzido no compressor, este ciclo utiliza um permutador de calor para
aquecer o fluido de trabalho em vez de uma câmara de Combustão interna. O ciclo
de Brayton fechado é usado, por exemplo, em turbinas a gás de ciclo fechado e
geração de energia espacial. O ciclo de Brayton, assim como os outros ciclos
apresenta dois processos isobáricos e dois isoentrópicos. Diferencia-se pelo fato de
que o fluido de trabalho, em seu ciclo, não apresenta mudança de fase (o fluido
sempre está na fase de vapor). O ciclo fechado de Brayton é o próprio ciclo ideal da
turbina a gás simples. O ciclo fechado utiliza-se de dois processos de transferência
de calor. Utiliza-se no ciclo algumas ferramentas que atuam com papéis relevantes,
como um permutador de calor para aquecer o fluido de trabalho ao invés de uma
câmera de combustão interna. O funcionamento, de forma geral, do ciclo citado
ocorre através da entrada da entrada de ar no compressor, nas condições de uma
determinada temperatura e pressão. O ciclo terá um temperatura máxima suportada
e um pressão de escape na saída do compressor. O ciclo terá, também, uma
eficiência para o compressor e também para a turbina. Após a circulação gás dentro
do ciclo, obtém-se de forma calculada o trabalho do compressor, da turbina e o
rendimento do ciclo todo. Admite-se muitas vezes, para melhor realização dos
trabalhos e dos rendimentos, que o ar comporta-se como gás perfeito e que
apresenta calor específico de valor constante e que cada processo ocorre em
regime permanente e que não apresentem variações de energia cinética ou
potencial.

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