Em dezembro de 2016 o governo apresentou uma proposta de
reforma da previdência, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287. Inicialmente, o governo pretendia criar uma regra geral de aposentadoria para todos trabalhadores, seja homem, mulher, urbano, rural, servidor público ou privado. Mas durante sua passagem pelo congresso, o governo cedeu em vários itens em relação ao texto original em busca de sua aprovação, e por promover mudanças na constituição, ela somente entra em vigor se for aprovada por no mínimo 308 deputados votação na Câmara e no Senado.
Dentre as principais mudanças da PEC estão: a idade mínima de
aposentadoria de 62 anos para mulheres, 65 anos para homens, 60 anos para professores de ambos os sexos, 55 anos para policiais e trabalhadores em condições prejudiciais à saúde; tempo mínimo de contribuição de 15 anos para o setor privado e 25 anos para o setor público; cálculo para o valor da aposentadoria de 60% para 15 anos e 100% para 40 anos.
Segundo especialistas, as novas regras não condizem com a
realidade do pais, sendo os dados utilizados pelo governo federal superficiais e “meias-verdades”. O aumento de tempo de contribuição levara para a exclusão do benefício pessoas que por ventura não possuam capacidade física para continuar trabalhando, incapazes de continuar a contribuir e alcançar o benefício. QUESTÃO 2
A justificativa do governo para a reforma previdenciária seria de que
é necessário controlar os gastos públicos primários, alegando-se que esses gastos “obrigatórios” seriam a causa do desajuste fiscal. Porém ignora-se que este tem natureza financeira, consequência dos altos juros e da inconsistência da macroeconomia.
A PEC 287 parte de uma premissa de que os gastos com a
previdência seriam insustentáveis, ela irá implodir as contas fiscais se nada for feito. Entretanto o modelo da Previdência Social é fundamentado em um modelo de arranjo constitucional que é encontrado em grande parte dos países desenvolvidos. Nesse modelo, os trabalhadores, empregadores e o Estado são os responsáveis pelo financiamento das políticas públicas que integram seus modelos. O déficit apontado pelo governo surge pois não é contabilizado a contribuição que é atribuída ao Estado para compor a receita previdenciária, sendo assim, se o modelo constitucional fosse corretamente seguido, a Seguridade Social seria sempre superavitária.
Desde 1989 críticos da Previdência Social alegam que o Brasil é um
dos poucos países onde não há idade mínima para aposentadoria. Mas a constituição prevê idade mínima de 60/65 anos mulheres e homens urbanos e 55/60 anos mulheres e homens rurais. QUESTÃO 3
O seguro desemprego é um benefício garantido pela constituição
federal aos trabalhadores demitidos sem justa causa. Ele garante uma assistência financeira de três a cinco parcelas, sendo que o valor depende do último salário do empregado, devendo o benefício ser cancelado caso o assegurado encontre outra forma de sustento.
O seguro desemprego parte do princípio de que o emprego é uma
variável que depende da economia, sendo que a solução para se eliminar o desemprego deveria vir do Estado. O benefício parte como uma compensação do Estado para o trabalhador pelo seu fracasso em suas políticas monetárias.
O benefício é de suma importância para o trabalhador, uma vez que,
afastando-o de suas atividades remuneradas sem justa causa, ficaria desamparado e economicamente instável, afetando diretamente sua vida social e financeira. O seguro desemprego garante assistência ao trabalhador e aos seus dependentes no período temporário afastado do mercado de trabalho, dando tempo para que encontre outro emprego.
Algumas exigências para ter acesso ao seguro desemprego vêm
sendo alteradas, afim de cortar despesas e aumentar a arrecadações do governo. Critérios mais rigorosos estão sendo inseridos para dificultar o acesso do trabalhador ao benefício, como: para solicitar o seguro pela primeira vez, será necessário ter pelo menos 12 meses de carteira assinada; na segunda vez será necessário pelo menos 9 meses consecutivos; e na terceira solicitação será necessário 6 meses de carteira assinada.