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Sumário

1. ESTATÍSTICAS ECONÔMICAS E SOCIAIS: INDICADORES ECONÔMICOS E


SOCIAIS........................................................................................................................................ 1

1.1 INTRODUÇÃO – NÚMERO ÍNDICE....................................................................................................1


1.2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................................................2
1.3 ÍNDICES DE LASPEYRES E PAASCHE............................................................................................... 5
1.6 ÍNDICE DE LASPEYRES MODIFICADO............................................................................................. 11
1.7 ÍNDICES ENCADEADOS................................................................................................................ 12
1.8 ÍNDICES INFLATORES E DEFLATORES ECONÔMICOS......................................................................... 13
1.9 DEFINIÇÃO, ESCOLHA E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS.............15
1.10 PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS........................................................................ 19
1.11 MEDIDAS DE DESIGUALDADE..................................................................................................... 31
1.12 INDICADORES SINTÉTICOS..........................................................................................................35
1.13 EXERCÍCIOS PROPOSTOS............................................................................................................39
1.16 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR................................................................................................. 47

3. MATERIAL COMPLEMENTAR........................................................................................ 48

i
1. Estatísticas econômicas e sociais:
indicadores econômicos e sociais

1.1 Introdução – Número índice


O que é?
É um instrumento que permite mensurar as modificações nas características de um
sistema e com isso é possível comparar as situações de um conjunto de variáveis em
épocas ou localizações diversa.

Para que serve?


Para comparar variáveis em épocas e localidades diversas. Por exemplo, serve para
comparar o custo de vida em um município durante vários anos ou comparar o custo de
vida entre vários municípios do país.
Para isso, na construção ou até mesmo na escolha de um número índice deve-se
conhecer algumas características.
• validade, objetividade e consistência;
• coerência e ser sensível a mudanças no tempo;
• se é centrado em aspectos práticos, claros e de fácil compreensão;
• facilidade de mensuração, baseado em informações facilmente
disponíveis e de baixo custo;
• relacionamento com outros indicadores, facilitando a interação
entre eles.

Para que a escolha de indicadores seja coerente com os propósitos da


avaliação, é necessário ter clareza sobre:

• O que avaliar? Como avaliar? Por quanto tempo avaliar? Por que avaliar?
• De que elementos consta a avaliação?
• De que maneira serão expostos, integrados e aplicados os resultados da
avaliação?

A clareza quanto aos aspectos acima é fundamental, pois são eles que deverão
orientar a definição quanto ao tipo de indicador recomendado. Não são raros
os casos em que deseja-se obter um indicador e, posteriormente, observa-se
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 1
que os dados coletados não retratam as expectativas. Por exemplo, na
construção de um indicador para medir o desemprego; se não houver uma
definição criteriosa do que considerar como empregado, pode-se chegar a um
indicador que não reflete a realidade do fato que deseja-se conhecer.

As etapas de construção iniciais de um número índice são:

 Escolha de uma amostra. Pois dificilmente se pode operar com todos os


elementos integrantes do fenômeno que se quer investigar. Veja o caso do
índice de preço, deve-se escolher os produtos que serão considerados.
Verificar a homogeneidade ao longo do tempo para que variações de
preço não se misturem com variações de qualidade.

 Escolha do período base ou período de referência e a determinação da


mudança de base.

 Escolha do método de cálculo, feita visando a finalidade do índice e a


disponibilidade de dados.

Como se calcula?

Para quem vai utilizar o número índice na análise de dados é importante saber como
eles foram construídos. Pois conhecendo o método de cálculo e as limitações melhor
será a interpretação do fenômeno que se deseja estudar. Nas próximas seções serão
descritos os métodos de cálculo de vários índices, tanto para mensurar o preço como a
quantidade.

1.2 Conceitos Básicos

1.2.1 - Preço relativo

É a relação ente o preço em um determinado período e o preço em um período chamado


base. O objetivo desse índice é acompanhar a evolução do preço de determinado
produto.

O índice relativo de preço de um produto é definido por:


p
I ( pt p 0 ) = t
p0
sendo:
p0 − o preço de um produto em um período 0 (ou base)
pt − o preço de um produto em um período t

Em geral, os índices são apresentados multiplicados por 100. O preço relativo de um


certo período em relação ao mesmo período é sempre 1 ou 100%. Esse fato explica a

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 2


notação freqüentemente encontrada em diversas publicações econômicas, que consiste
em escrever, por exemplo, base: 2000=100.

pt
I * ( pt p 0 ) = × 100
p0

Para exemplificar considere os dados hipotéticos apresentados na Tabela 1.1, sobre os


preços e as quantidades de dois produtos, em certa localidade, no período de 2002 a
2005.

Tabela 1.1
Dados hipotéticos sobre os preços e as quantidades vendidas de dois produtos.

O preço relativo dos dois produtos no período 2002 a 2005, tomando o ano de 2004
como base está apresentado na Tabela 1.2.

Tabela 1.2 – Preços relativos considerando o ano de 2004 como base.

O índice relativo de preço mede a evolução de preços dos produtos. O que fazer quando
queremos medir a evolução dos preços de um conjunto de produtos? Ou a evolução dos
preços dos bens e serviços?

Nas próximas duas seções apresentaremos duas formas de agregação.

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1.2.2 Índice simples de preços agregados ou índice de Bradstreet

É a relação entre a soma dos preços dos produtos no período t e a soma dos preços dos
produtos no período escolhido como base.

n n  pit 
∑ pit ∑ 
p
 pi 0
I ( pt p0 ) = = i= 1  n 
i= 1 i0
n
∑ pi 0 ∑ pi 0
i= 1 i= 1

sendo i = 1,2. , n indicando os n produtos.

Repare que o índice é a média ponderada dos preços relativos; os ponderadores são os
preços no período base.

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1 e escolhendo o ano de 2004 novamente


como base, tem-se:

Tabela 1.3 – Índice simples de preços agregados considerando o ano de 2004 como base.

1.2.3 Média aritmética dos preços relativos ou índice de Sauerbeck.

É a média aritmética simples dos preços relativos. Este é o índice de Sauerbeck.


n
 p 
∑i = 1  p it 
I ( pt p0 ) =  i0 
n

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1, escolhendo o ano de 2004 novamente


como base e aproveitando os cálculos apresentados na Tabela 1.2, tem-se:

Tabela 1.4 – Média aritmética dos preços agregados considerando o


ano de 2004 como base.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 4


Nesses dois tipos de cálculo não se leva em consideração alguns aspectos econômicos:

 É tão prioritário o preço do arroz como o do feijão?


Todos os produtos têm a mesma importância relativa!!!!!!

 Alguns produtos quando têm seus preços aumentados não deixam de ser
consumidos – bens inelásticos – enquanto para outros produtos um aumento de
preço significa uma grande redução do consumo – bens elásticos.

Como é possível aprimorar este cálculo?

Estabelecendo ponderadores para os relativos =>surgem os números índices ponderados


=> incluindo informações sobre a quantidade.

1.3 Índices de Laspeyres e Paasche

1.3.1 Índice de preço

O índice de preço de Laspeyres é a média ponderada dos relativos de preços utilizando


como fatores de ponderação os valores de cada produto no período base.

Lembre-se: o valor de um produto é obtido multiplicando sua quantidade pelo seu


preço. Na nossa notação: Vt = Pt ⋅ Qt

Desse modo, o índice ponderado de preços no período t , de acordo com Laspeyres, é:

n  pit 
∑   pi 0 qi 0
i = 1  pi 0 
I L ( pt p 0 ) = n
∑ pi 0 qi 0
i= 1
Simplificando:
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 5
n
∑ pit qi 0
I L ( pt p 0 ) = i= 1
n
∑ pi 0 qi 0
i= 1

Repare:

• O numerador é o valor da “cesta de produtos” se fossem compradas as mesmas


quantidades do ano base a preços do ano t .
• O denominador é o valor “cesta de produtos” no ano base.

Interprete esses comentários!

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1 e escolhendo o ano de 2004 novamente


como base, tem-se:

24 × 5 + 30 × 8 360
I L ( pt p 0 ) = = = 1,44 ;
18 × 5 + 20 × 8 250

ou 144,00, ou ainda crescimento dos preços de 2005 em relação a 2004 de 44%.

Os índices correspondentes aos demais anos estão apresentados na Tabela 1.5.


Tabela 1.5 – Índices de preços de Laspeyres considerando 2004 como base.

O índice de preço de Paasche é construído da seguinte forma: no lugar de


considerarmos as quantidades consumidas no ano base, q0 , consideremos as
quantidades consumidas no período t , qt .

Desse modo, o índice ponderado de preços no período t , de acordo com Paasche, é:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 6


n
∑ pit qit
I P ( pt p 0 ) = i= 1
n ,
∑ pi 0 qit
i= 1
o que é o mesmo que:
n
 pit 
∑   pi 0 qit
i = 1  pi 0 
I P ( pt p0 ) = n

∑ pi 0 qit
i= 1

É a média ponderada dos preços relativos utilizando como ponderadores a quantidade


consumida no período t a preços do ano base.

Repare:
• O numerador é o valor da “cesta de produtos” no ano base.
• O denominador é o valor “cesta de produtos” se fossem compradas as mesmas
quantidades do ano t a preços do ano base.

Interprete esses comentários!

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1 e escolhendo o ano de 2004 novamente


como base, tem-se:

24 × 6 + 30 × 7 354
I P ( p 2005 p 2004 ) = = = 1,43 ;
18 × 6 + 20 × 7 248

ou 142,74, ou ainda crescimento dos preços de 2005 em relação a 2004 de 42,74%.

Os índices correspondentes aos demais anos estão apresentados na Tabela 1.6.

Tabela 1.6 – Índices de preços de Paasche considerando 2004 como base.

Comentários:

Informações necessárias para o cálculo do índice de Laspeyres:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 7


Valor do ano base e preços do ano corrente.

Informações necessárias para o cálculo do índice de Paasche:


Valor do ano t e preços do ano base.

Interprete esses comentários!

1.3.2 Índice de quantidade

O índice relativo de quantidade de um produto é definido de forma análoga ao relativo


de preço por:
q
I (qt q 0 ) = t
q0

sendo:
q0 - a quantidade de um produto em um período 0
qt - a quantidade de um produto em um período t
Em geral os índices são apresentados multiplicados por 100.

Analogamente ao índice de preço de Laspeyres, o índice de quantidade de Laspeyres é a


média ponderada dos relativos de quantidades relativas utilizando como fatores de
ponderação os valores de cada produto no período base.

Desse modo, o índice ponderado de quantidade no período t , de acordo com Laspeyres,


é:

n  qit 
∑   pi 0 qi 0
i = 1  qi 0 
I L ( qt q 0 ) = n
∑ pi 0 qi 0
i= 1
Simplificando:

n
∑ pi 0 qit
I L ( qt q 0 ) = i= 1
n
∑ pi 0 qi 0
i= 1

Analogamente ao índice de preço de Paasche, o índice de quantidade de Paasche é a


média ponderada das quantidades relativas utilizando como ponderador pit qi 0 .

Deste modo, o índice ponderado de quantidade no período t , de acordo com Paasche, é:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 8


n  qit 
∑ 
q
 pit qi 0
I P ( qt q 0 ) = i= 1  n 
i0
,
∑ pit qi0
i= 1
o que é o mesmo que:
n
∑ pit qit
I P ( qt q 0 ) = i= 1
n
∑ pit qi 0
i= 1

O aluno deve calcular, com base nos dados da Tabela 1.1 os índices de Laspeyres e
Paasche para as quantidades.

Recomendações internacionais: SNA 93, System of National Accounts, § 16.11 e


§ 16.12

Um índice de volume é uma média de variações relativas nas quantidades de um


determinado conjunto de bens e serviços entre dois períodos temporais. As
quantidades comparadas devem ser homogêneas, enquanto as variações para os
diferentes bens e serviços devem ser ponderadas tendo em conta a sua importância
econômica medidas pelos respectivos valores num, ou noutro, ou em ambos os
períodos. O conceito de índice de volume pode ser ilustrado através de um exemplo
simples. Considerando uma atividade que produz dois modelos diferentes de
automóveis, e sendo um vendido pelo dobro do preço do outro. de um ponto de vista
econômico estamos perante dois produtos diferentes embora sejam ambos
genericamente designados como "automóveis". Assume-se que entre dois períodos
temporais:

(a) O preço de cada modelo permaneceu constante;


(b) O número total de automóveis produzidos permaneceu constante;
(c) A proporção de automóveis com o preço mais elevado passou de
50 por cento para 80 por cento.

Em conseqüência o valor da produção cresceu 20 por cento resultante da maior


proporção dos modelos de preço mais elevado. Isto representa um crescimento em
volume de 20 por cento. Como cada automóvel dos mais caros representa um valor de
produção duas vezes superior a cada automóvel dos mais baratos, uma modificação da
produção em favor dos automóveis mais caros aumenta o volume da produção embora
o número total de automóveis produzidos não se altere. O fato de o aumento de valor
ser inteiramente atribuído a um aumento em volume decorre igualmente de não se ter
verificado qualquer alteração no preço de ambos os modelos. Nestas circunstâncias , o
índice de preços permanece constante.

A expressão "crescimento em volume" é preferível a "crescimento em quantidade",


porque existe alguma ambigüidade nesta última. Argumenta-se algumas vezes que, na

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 9


situação descrita no exemplo, as quantidades não se alteram (porque o número total de
automóveis permanece constante) embora a qualidade média dos automóveis
produzidos aumente (em conseqüência do aumento da proporção dos automóveis mais
caros). Todavia, esta interpretação baseia-se numa confusão semântica, visto que a
mesma designação genérica de "automóvel" é aplicada a dois produtos que na
realidade são bastante diferentes do ponto de vista econômico. Não é legítimo
adicionar quantidades que não sejam idênticas umas às outras mesmo quando elas
podem ser medidas nas mesmas unidades físicas. Adicionar modelos de automóveis
completamente diferentes não tem um significado maior do que somar quantidades de
"produtos alimentares" diferentes, por exemplo a soma de toneladas de arroz com
toneladas de batatas ou de carne de bovino. Em geral não é possível desagregar uma
variação em volume em termos de variação de quantidade e variação de qualidade
média. A expressão "índice de quantidade" não tem significado do ponto de vista
econômico se se referir a somas de quantidades que não são comensuráveis. Todavia,
com objetivos diferentes como, por exemplo o carregamento de aviões, barcos ou
viaturas a soma das quantidades pode ser uma informação importante. De igual modo,
para fins de controlo do tráfego ou da poluição, pode ser útil conhecer o aumento do
número total de veículos produzidos ou importados, independentemente do seu preço.
Contudo estes dados não são medidos em volume do ponto de vista econômico.

1.3.3 Relação entre Laspeyres e Paasche

O índice de Paasche é maior que o de Laspeyres se os preços e quantidades tenderem a


se mover na mesma direção entre os períodos 0 e t; o índice de Laspeyres é maior se os
preços e quantidades tenderem a se mover em direções contrárias.
Definindo a correlação entre preço e quantidade como ρ temos que:

∑ ( P − P )(Q − Q)
n

Cov ( P, Q ) i i
ρ = = i= 1

∑ ( P − P ) ∑ (Q − Q)
Var ( P) Var (Q) n
2
n
2
i i
i= 1 i= 1

Pode-se observar que quando:

 ρ > 0 quando IP > IL


 ρ < 0 quando IL > IP

No nosso exemplo os índices de Laspeyres ficaram maiores do que de Paasche.

O aluno deve interpretar esse resultado com base na teoria acima.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 10


1.6 Índice de Laspeyres modificado

O índice de Laspeyres pode ser escrito da seguinte forma:

n  pit 
∑ 
p
 pi 0 qi 0
n  pit  pi 0 q i 0
I L ( pt p 0 ) = i= 1  n  ∑
i0
=   ⋅ =
n
p
i0 
∑ pi 0 qi 0 i= 1 
base de comparação
∑pi 0 qi 0
i= 1 =
i1  
base de ponderação

n  pit 
= ∑   ⋅ w0

i= 1 p
i0 
 base de ponderação
base de comparação

Uma formulação para o índice de Laspeyres modificado é construído de modo que a


base de comparação é móvel enquanto que a base de ponderação continua fixa no
tempo.

n  pi ,t  pi 0 qi 0
I L mod ( pt p0 ) = ∑   ⋅ =
 p  n
 
i= 1 i

,t − 1
base de comparação
∑ pi 0 qi 0
=
i1  
base de ponderação
n  pi ,t 
= ∑ 
 p


⋅ w0

i= 1  i

,t −

1 base de ponderação
base de comparação

Esse índice é recomendado pelo Manual das Nações Unidas que rege a metodologia das
Contas Nacionais. O Sistema de Contas Nacionais brasileiro segue, no cálculo de suas
contas a preços constantes, as recomendações internacionais divulgadas no manual
System of National Accounts - SNA publicado em 1993. Estas recomendações indicam
a construção de contas a preços do ano imediatamente anterior mudando a
recomendação de que se construíssem as séries de contas a preços de um ano fixo.

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1 e utilizando o ano 2004 como base, a série
de índices de preços de Laspeyres modificado é:

Como temos dois produtos precisamos calcular: w1,0 e w2,0

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 11


p10 q10 18 x5 90
w1,0 = = =
n 18 x5 + 20 x8 250
∑ pi 0 q i 0 e
=
i1  
base de ponderação

p 20 q 20 20 x8 160
w2 , 0 = = =
n 18 x5 + 20 x8 250
∑ pi 0 qi 0
=
i1  
base de ponderação

Na Tabela 1.11 apresenta-se os cálculos para os diversos anos do índice de Laspeyres


modificado.

Tabela 1.11 – Índices de preços de Laspeyres modificado.

1.7 Índices Encadeados

Na seção anterior vimos que o índice de Laspeyres modificado é construído com a base
de comparação alterada período a período. Deste modo temos uma série de índices base
móvel e estes índices precisam ser encadeados para que se torne possível encontrar a
variação correspondente a vários períodos. Na realidade qualquer um dos índices
apresentados anteriormente podem ser construído com a base móvel. De todo modo, os
índices construídos desse modo precisam ser encadeados.

Construção de uma série encadeada:

1º passo: Construção dos índices em elos – índice base móvel utilizando, por exemplo, a
formulação de Laspeyres modificado.

I 0,1 ; I1, 2 ; I t − 1,t


2º passo: Construção de um índice em cadeia com objetivo de fixar um período como
base. Aqui o critério da circularidade, que será estudado na seção 2.9, é importante.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 12


t
IC = Π Ij
j= 1
De modo que:
I 0,1 = I 0,1
I 0, 2 = I 0,1 ⋅ I1, 2
I 0,3 = I 0,1 ⋅ I1, 2 ⋅ I 2,3

I 0,t = I 0,1 ⋅ I1, 2 ⋅ I 2,3 ⋅  ⋅ I t − 1,t

Os índices construídos por encadeamento somente coincidem com os índices de base


fixa quando a fórmula utilizada satisfaz a propriedade circular.

O encadeamento é obtido fazendo o ano de 2004 igual a 100 (ano definido como base).
Para obter os índices dos anos anteriores basta dividir pelo indicador base móvel
calculado com a formulação Laspeyres modificado e para obter os índices dos anos
futuros basta multiplicar os índices base móvel.

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1, utilizando o ano 2004 como base e a série
de índices de preços de Laspeyres modificado apresentado na Tabela 1.11 tem-se:

Tabela 1.12 – Série encadeada dos índices de preços de


Laspeyres modificado considerando o ano de 2004 como base.

1.8 Índices inflatores e deflatores econômicos

1.8.1 Índice de valor

É interessante verificar que o índice de preço de Laspeyres multiplicado pelo índice de


quantidade de Paasche produz o índice de valor:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 13


n n n
∑ pit qi 0 ∑ pit qit ∑ pit qit
i= 1 i= 1 i= 1
=
n × n n
∑ pi 0 qi 0 ∑ pit qi 0 ∑ p i 0 qi 0
i= 
 1   i =
 1   =
i1  
I L ( pt q0 ) I P ( qt q0 ) Variação em valor

Analogamente, o produto do índice de quantidade de Laspeyres com o índice de preço


de Paasche produz o índice de valor.

1.8.2 Deflator

O que é o deflator da economia?


- É o índice de preço.

Para que serve?


- Para uniformizar unidades de medidas permitindo comparar moeda em épocas
distintas.

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1.

O gasto em 2004 foi de R$ 250,00

Valor2004 = 18 × 5 + 20 × 8 = 90 + 160 = 250

e o gasto em 2005 foi de R$ 354,00.

Valor2005 = 24 × 6 + 30 × 7 = 144 + 210 = 354

Como o índice de preço de Laspeyres de 2005 em relação à 2004 foi de 144, ou seja, os
preços ficaram 44% maiores em 2005 em relação à 2004. Logo,

354
o valor de 2005 a preços de 2004 é: = 245,83 ; isto é R$245,83.
1,44

1.8.3 Interpretação Econômica

Valor nominal ou valor corrente é o valor do bem ou serviço no ano.

O valor para o ano t é: Vt = Pt ⋅ Qt

Valor constante é o valor do ano t a preços do ano t − 1 .

O valor do produto no ano t a preços do ano t − 1 : Vt / t − 1 = Pt − 1 ⋅ Qt


Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 14
Valor nominal ou valor corrente no ano anterior é:

Vt − 1 = Pt − 1 ⋅ Qt − 1

Passando do período 0 para o período t

Seja o valor nominal em 0, V0 = P0 ⋅ Q0 . Multiplicando o valor na época 0 pelo índice


de quantidade do período de 0 a t , I Q (0,t ) , obtém-se o valor constante em t que é o
valor do ano considerando os preços praticados no ano 0. Vt / 0 = P0 Qt .
Multiplicando o valor constante na época t pelo índice de preço no período de 0 a t ,
I P (0,t ) , obtém-se o valor corrente em t . Vt = Pt Qt

Exemplificando com os dados da Tabela 1.1 e utilizando os índices de preços de


Laspeyres modificado calculados na Tabela 1.12, tem-se:

Tabela 1.13 – Valor corrente e valor constante.

O valor do ano t a preços do ano anterior, t − 1 , valor constante, foi obtido por
deflação. Dividiu-se o valor corrente do ano t pelos índices de preços obtidos com a
formulação de Laspeyres modificado. Observa-se que os índices de quantidade foram
obtidos de forma implícita.

1.9 Definição, escolha e avaliação da qualidade de


indicadores econômicos e sociais

1.9.1 Propriedades desejáveis dos números índices

1. Identidade
I t ,t = 1
O número índice deve ser sempre igual à unidade quando a época t for o próprio
período base.
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 15
2. Reversibilidade no tempo
1
I s ,r =
I r ,s
Em termos práticos esta propriedade eqüivale à afirmação de que se, por exemplo,
houve um acréscimo de 25% ente os períodos r e s ; haverá uma queda de 20% entre
os períodos s e t .

3. Circularidade ou encadeamento

I1,3 = I1, 2 ⋅ I 2,3


Em termos práticos esta propriedade eqüivale à afirmação de que, se houve
acréscimo de preços (ou quantidades) nas épocas intermediárias, o acréscimo de
todo o período pode ser obtido multiplicando os acréscimos intermediários. Quando
este critério é satisfeito a mudança de base é simples.

4. Decomposição das causas

V0,t = P0,t ⋅ Q0,t


Esta propriedade eqüivale à afirmação de que se os valores aumentaram, por
exemplo, 56%, e se a variação de preços revelar um crescimento de 30%, o número
índice de quantidade deverá acusar um crescimento de 20%.

Os relativos de preços (ou quantidades) possuem todas essas propriedades.

Exemplo:

pt
1. =1
pt
−1
p  p 
2. I ( p 2 p1 ) = 2 =  1  = [ I ( p1 p 2 ) ] − 1
p1  p 2 
p p p
3. I ( p3 p1 ) = 3 = 2 ⋅ 3 = [ I ( p 2 p1 ) ⋅ I ( p3 p 2 ) ]
p1 p1 p 2
p q v
4. I ( p 2 p1 ) I ( q 2 q1 ) = 2 ⋅ 2 = 2 = I ( v 2 v1 )
p1 q1 v1

Já com os índices agregados não acontece a mesma coisa.

A Tabela 1.14 mostra como cada índice agregado se comporta face às propriedades
desejáveis.

Tabela 1.14 – Propriedades dos índices ponderados.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 16


O aluno deve testar as propriedades que cada índice possui.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 17


1.9.2 Base fixa ou Base Móvel? O que é melhor?

A Tabela 1.15 apresenta as vantagens e desvantagens dos dois procedimentos.

Tabela 1.15 – Vantagens e desvantagens dos índices base fixa e base móvel.

1.9.3 Mudança de base

A mudança de base é realizada dividindo-se cada índice da série original pelo número
índice correspondente à nova época base. Este método só é válido para os índices que
satisfazem à propriedade circular.

Exemplificando com os dados apresentados na Tabela 1.16.

Tabela 1.16 – Série base fixa 2000 = 100.

O procedimento utilizado para alterar o período base é dividir toda a série pelo índice
respectivo do novo ano base.

Suponha que o novo ano base será 2004. Então precisamos dividir todos os índices
acima por 120, que era o índice correspondente ao ano 2004. Desse modo tem-se:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 18


Tabela 1.17 – Série base fixa 2004 = 100.

Este mesmo procedimento é utilizado quando queremos conjugar duas séries de


números índices com ano base diferente em uma única série.

1.10 Principais indicadores econômicos e sociais

1.10.1 O índice de custo de vida

Como o próprio nome diz, este índice serve para medir o quanto as variações de preços
dos bens e serviços consumidos afetam o orçamento de uma família.

Ele é calculado fazendo uma média ponderada dos relativos de preços desses bens e
serviços. O fator de ponderação desta média é a proporção (θ i ) das despesas com cada
um dos produtos consumidos em relação às despesas totais de uma família.

O índice de custo de vida de um dado mês 1 em relação ao mês anterior 0 é dado por:

n
pi1
I CV ( p1 / p0 ) = ∑
i= 1 pi 0
θi
n
sendo: ∑
i= 1
θi =1

Como são obtidos os pesos θ i ?

Os fatores de ponderação θ i são obtidos através de uma pesquisa de orçamentos


familiares. Determina-se a população de famílias cujo custo de vida estamos
interessados em medir. É selecionada uma amostra de famílias e, para cada uma das
famílias selecionadas, são registradas todas as despesas com bens (alimentos, vestuário,
medicamentos, material escolar, artigos de limpeza etc.) e serviços (médico, educação
transportes, aluguel etc.) realizadas durante um certo período.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 19


Cada θ i é calculado dividindo-se o a média de todos os valores gastos com determinado
produto pelo valor médio das despesas totais por família. Deste modo θ i é o peso e
reflete importância relativa de cada produto no consumo familiar e, é claro, irá depender
da renda familiar.

Por isso que as despesas com alimentação têm peso grande no orçamento das famílias
mais carentes. Nestes casos o denominador está praticamente todo comprometido com
este tipo de gasto.

A introdução de novos produtos na cesta − por exemplo, há 10 anos despesas com


telefonia celular eram praticamente nulas − e a exclusão de alguns produtos, como o
gasto com disco de vinil, é dinâmica, esta pesquisa de orçamentos familiares deve ser
refeita periodicamente, para que os pesos, θ i , sejam sempre atualizados.

Os índices de custo de vida que estão no mercado e que utilizaram a pesquisa de


orçamentos familiares feita pelo IBGE, POF, utilizam esta ponderação com base nos
anos de 1995/1996. Até o fim deste ano o IBGE divulga a nova POF com base nas
despesas familiares dos anos de 2002/2003. Cada vez que uma nova POF é divulgada,
os ponderadores dos índices são atualizados.

No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publica mensalmente, na revista


Conjuntura Econômica, índices de custo de vida para várias capitais do país. O DIEESE
− Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos − publica o
índice de custo de vida da família assalariada, para três estratos de renda, para São
Paulo.

Exemplificando, se as despesas com determinado remédio representam, em média, 5%


do orçamento doméstico (θ i = 0, 05) , e o preço desse remédio sofre um acréscimo de
p1
20% ( = 0, 2) , o índice de custo de vida apresentará um acréscimo, mantidos
p0
constantes os preços dos outros itens do orçamento familiar, de: 0,05 X 0,2 = 0,01, ou
seja crescimento de 1% dos preços desta família.

1.10.2 Principais índices/indicadores econômicos e sociais

Contas Nacionais Trimestrais


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/defaultcnt.shtm
Acesso em 10/10/2008

Apresenta os valores correntes e os índices de volume (1995=100) trimestralmente para


o Produto Interno Bruto a preços de mercado, impostos sobre produtos, valor
adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de
capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços. São
calculadas duas séries de números-índices: a com base no ano anterior e a encadeada
com referência em 2000 (1995 = 100). A série encadeada é ajustada sazonalmente pelo

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 20


X12-ARIMA possibilitando o cálculo das taxas de variação em relação ao trimestre
imediatamente anterior.
No IBGE, a pesquisa foi iniciada em 1988 e reestruturada a partir de 1998, quando os
seus resultados foram integrados ao Sistema de Contas Nacionais, de periodicidade
anual.
Em 2007, continuando a compatibilidade com o Sistema anual, as Contas Nacionais
Trimestrais também foram reformuladas, passando para a referência 2000.
As ponderações anuais são obtidas a partir deste novo sistema de contas.

Periodicidade: Trimestral
Abrangência geográfica: Brasil

Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF – POF 1995-1996


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/default.shtm
Acesso em 08/10/2008

A Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF é uma pesquisa domiciliar por


amostragem, que investiga informações sobre características de domicílios, famílias,
moradores e principalmente seus respectivos orçamentos, isto é, suas despesas e
recebimentos.
A pesquisa busca mensurar, a partir de amostras representativas de uma determinada
população, a estrutura de gastos (despesas), os recebimentos (receitas) e as poupanças
desta população.
Tais informações sobre as unidades familiares permitem estudar inúmeros e importantes
aspectos da economia nacional e como exemplos podemos citar a composição dos
gastos familiares, disparidades regionais e entre áreas urbanas, e a dimensão do
mercado para grupos de produtos e serviços.
Além disso, a pesquisa permite obter informações que se direcionam a resultados de
quantidades de alimentos e bebidas adquiridas com dispêndio - gasto monetário - para
consumo domiciliar.
Entre os objetivos da pesquisa, podemos destacar sua utilização na atualização das
estruturas de ponderações dos índices de preços ao consumidor, produzidos pelo IBGE
e outras instituições.
Os dados também podem ser utilizados para traçar perfis de consumo das famílias,
atender demandas relacionadas ao cálculo do Produto Interno Bruto no que diz respeito
ao consumo das famílias e diversos estudos relacionados ao planejamento econômico e
social e aos aspectos nutricionais da população.
Sua realização teve a duração de 12 meses de coleta no campo.
Assim, o levantamento dos dados contempla todas as épocas do ano, permitindo que os
resultados reflitam um padrão médio anual.
A abrangência geográfica da POF compreendeu os domicílios particulares permanentes,
localizados no perímetro urbano, das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre,
além do Distrito Federal e o município de Goiânia. No total das áreas foram
selecionados e visitados 19.816 domicílios sendo que, para cada uma das onze áreas, o
número de domicílios variou entre 1.177 e 2.398, de acordo com a menor ou maior
dispersão da renda, que foi a variável básica para a seleção da amostra.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 21


Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002-2003
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002analise/def
ault.shtm
Acesso em 08/10/2008

A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 teve por objetivo fornecer


informações sobre a composição dos orçamentos domésticos, a partir da investigação
dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos,
segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou também a
auto percepção das condições de vida da população brasileira.
Dando prosseguimento à divulgação das informações da pesquisa, o IBGE apresenta,
nesta publicação, os resultados referentes às quantidades de alimentos e bebidas
adquiridas por ano pelas famílias para consumo no domicílio, por diferentes
detalhamentos geográficos, classes de rendimentos e formas de aquisição, que
constituem valioso referencial para o desenvolvimento de estudos sobre pobreza,
segurança alimentar e nutricional, disponibilidade de alimentos para consumo, entre
outros. São apresentados, ainda, os conceitos e definições das variáveis investigadas
pela pesquisa, os procedimentos utilizados na coleta e tratamento das informações, bem
como a descrição do modelo metodológico aplicado para cálculo das estimativas das
quantidades adquiridas per capita.

Pesquisa Mensal de Emprego


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/de
fault.shtm
Acesso em 09/09/2008

Produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem avaliar as


flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, do mercado de trabalho, nas suas
áreas de abrangência, constituindo um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura
econômica sobre esse mercado, além de atender a outras necessidades importantes para
o planejamento socioeconômico do País. Abrange informações referentes à condição de
atividade, condição de ocupação, rendimento médio nominal e real, posição na
ocupação, posse de carteira de trabalho assinada, entre outras, tendo como unidade de
coleta os domicílios.
A pesquisa foi iniciada em 1980, sendo submetida a uma revisão completa em 1982 e
duas parciais, de vulto, em 1988 e 1993, por meio das quais foram realizados
ajustamentos restritos somente ao plano de amostragem. Em 2001, passou por um
amplo processo de revisão metodológica visando não só à captação mais abrangente das
características de trabalho e das formas de inserção da mão-de-obra no mercado
produtivo, como também à atualização da cobertura temática da pesquisa e sua
adequação às mais recentes recomendações da Organização Internacional do Trabalho –
OIT.
As principais alterações metodológicas introduzidas nesta revisão referem-se à
implementação de mudanças conceituais no tema trabalho; ampliação da investigação
com vistas ao melhor conhecimento da população ocupada e da população à procura de
trabalho, entendendo-se como tal a tomada de providências efetivas para consegui-lo,
tais como: contato estabelecido com empregadores, prestação de concurso, inscrição em

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 22


concurso, consulta a agência de emprego, sindicato ou órgão similar, entre outras; além
de alterações nos instrumentos e nos procedimentos de coleta, ressaltando-se, neste
caso, a introdução da coleta eletrônica, bem como alterações no processo de expansão
da amostra. A revisão tornou possível o aprofundamento da investigação e a agregação
de alguns aspectos adicionais, permitindo estudos acerca de temas específicos, que
contemplam características demográficas, sociais e econômicas do mercado de trabalho.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimes/default.shtm
Acesso em 09/09/2008.

A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário produz indicadores de curto prazo


relativos ao comportamento do emprego e dos salários nas atividades industriais, sobre
pessoal ocupado assalariado, admissões, desligamentos, número de horas pagas e valor
da folha de pagamento em termos nominais (valores correntes) e reais (deflacionados
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA), tendo como unidade de
coleta as empresas que possuem unidades locais registradas no Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica - CNPJ, e reconhecidas como industriais pelo Cadastro Central de
Empresas do IBGE.
A pesquisa foi iniciada em 1968 com o nome de Pesquisa Industrial Mensal – Dados
Gerais. Em 1997, passou a ser denominada Pesquisa Industrial Mensal - Emprego,
Salários e Valor da Produção. A partir de 2001 a pesquisa foi reformulada, deixando de
levantar informações relativas ao valor da produção industrial e passando a ser
denominada Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Brasil, regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul,
Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Pesquisa Mensal de Comércio


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/comercio/pmc/default.shtm
Acesso em 09/09/2008.

A Pesquisa Mensal de Comércio produz indicadores que permitem acompanhar o


comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta
de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e
cuja atividade principal é o comércio varejista. A pesquisa foi iniciada em janeiro de
1995, apenas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, produzindo indicadores de
faturamento real e nominal, pessoal ocupado e salários e outras remunerações. A partir
de 1997, a pesquisa foi expandida para as Regiões Metropolitanas de Recife e Salvador.
A versão da pesquisa com abrangência nacional teve início no ano 2000, produzindo
indicadores de volume e nominal, desagregados em cinco grupos de atividades, para o
Brasil e os Estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Para as demais unidades da federação, são divulgados indicadores para o comércio

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 23


varejista, sem desagregação. A partir de janeiro de 2004 iniciou-se a série da pesquisa,
com base 2003=100. O segmento "Demais artigos de uso pessoal e doméstico" foi
desagregado, iniciando a série de indicadores para os segmentos de "Artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos", "Equipamentos e
materiais para escritório, informática e comunicação", "Livros, jornais, revistas e
papelaria" e "Outros artigos de uso pessoal e doméstico". A série 2003=100 expande a
abrangência dos indicadores incluindo o comércio de material de construção e dá inicio
a série de índices do Comércio Varejista Ampliado, que agrega, aos índices do varejo,
as atividades "Veículos, motocicletas, partes e peças" e "Material de construção", que
incluem o ramo atacadista.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Brasil e Unidades da Federação

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA e Índice Nacional de


Preços ao Consumidor - INPC
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm
Acesso em 09/09/2008.

O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e


sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços
públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). O período de coleta
do INPC e do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. A
população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 6 (seis) salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em
sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões; a do IPCA abrange as
famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)
salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas
urbanas das regiões. Também são produzidos indexadores com objetivos específicos,
como é o caso atualmente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial
- IPCA-E. A partir do mês de maio de 2000, passou a disponibilizar através da Internet
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15. Outros índices
foram divulgados nos seguintes períodos: Índice de Preços ao Consumidor - IPC (março
de 1986 a fevereiro de 1991); Índice de Reajuste de Valores Fiscais - IRVF (junho de
1990 a janeiro de 1991); Índice da Cesta Básica - ICB (agosto de 1990 a janeiro de
1991); Índice de Reajuste do Salário-Mínimo - IRSM (janeiro de 1992 a junho de
1994); Índice Nacional de Preços ao Consumidor Especial - INPC-E (novembro de
1992 a junho de 1994); Índice de Preços ao Consumidor série r - IPC-r (julho de 1994 a
junho de 1995). A pesquisa foi iniciada em 1979.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e
município de Goiânia

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipcae/default.shtm
Acesso em 09/09/2008.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 24


O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção
contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de
coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de
serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio).
O período de coleta do IPCA-E estende-se, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia
15 do mês de referência
A população-objetivo do IPCA-E abrange as famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a
fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões.
Também são produzidos o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC e o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. A partir do mês de maio de 2000,
passou a disponibilizar através da Internet o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo-15 - IPCA-15.
Outros índices foram divulgados nos seguintes períodos: Índice de Preços ao
Consumidor - IPC (março de 1986 a fevereiro de 1991); Índice de Reajuste de Valores
Fiscais - IRVF (junho de 1990 a janeiro de 1991); Índice da Cesta Básica - ICB (agosto
de 1990 a janeiro de 1991); Índice de Reajuste do Salário-Mínimo - IRSM (janeiro de
1992 a junho de 1994); Índice Nacional de Preços ao Consumidor Especial - INPC-E
(novembro de 1992 a junho de 1994); Índice de Preços ao Consumidor série r - IPC-r
(julho de 1994 a junho de 1995).
A produção do IPCA-E foi iniciada em 1991.
Periodicidade: Trimestral
Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e
município de Goiânia

Índice Nacional de Preços ao Consumidor - IPCA-15


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipca15/defaultipca15.shtm
Acesso em 09/09/2008.

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor-SNIPC efetua a produção


contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de
coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de
serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio).
A partir do mês de maio de 2000, passou a disponibilizar através da Internet o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15, cujo período de coleta de
preços situa-se, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência.
A população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a
fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões.
Também são produzidos o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC e o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, e indexadores com objetivos
específicos, como é o caso atualmente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo Especial- IPCA-E. O IPCA-15 coincide com as parcelas mensais do IPCA-E
que é publicado com periodicidade trimestral.
Outros índices foram divulgados nos seguintes períodos: Índice de Preços ao
Consumidor - IPC (março de 1986 a fevereiro de 1991); Índice de Reajuste de Valores
Fiscais - IRVF (junho de 1990 a janeiro de 1991); Índice da Cesta Básica - ICB (agosto

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 25


de 1990 a janeiro de 1991); Índice de Reajuste do Salário-Mínimo - IRSM (janeiro de
1992 a junho de 1994); Índice Nacional de Preços ao Consumidor Especial - INPC-E
(novembro de 1992 a junho de 1994); Índice de Preços ao Consumidor série r - IPC-r
(julho de 1994 a junho de 1995).
A publicação do IPCA-15 foi iniciada em 2000.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e
município de Goiânia.

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/sinapi/default.shtm
Acesso em 09/09/2008.

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil-SINAPI


efetua a produção de custos e índices da construção civil, a partir do levantamento de
preços de materiais e salários pagos na construção civil, para o setor habitação. A partir
de 1997 ocorreu a ampliação do Sistema, que passou a abranger o setor de saneamento e
infra-estrutura. Tem como unidade de coleta os fornecedores de materiais de construção
e empresas construtoras do setor. Para os dados sobre saneamento e infra-estrutura estão
disponíveis somente os relativos a preços. A pesquisa foi iniciada em 1969 para o setor
de habitação e em 1997, para o de saneamento e infra-estrutura.
Periodicidade: Mensal
Abrangência geográfica: Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação.

Censos Demográficos
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/default_censo_2000.shtm
Acesso em 09/09/2008.

Os censos populacionais produzem informações imprescindíveis para a definição de


políticas públicas e a tomada de decisões de investimento, sejam eles provenientes da
iniciativa privada ou de qualquer nível de governo, e constituem a única fonte de
referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes
internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades
dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados.
A realização de um levantamento como o Censo Demográfico 2000 representa o desafio
mais importante para um instituto de estatística, sobretudo em um país de dimensões
continentais como o Brasil, com 8 514 215,3 km2, composto por 27 Unidades da
Federação e 5 507 municípios existentes na data de referência da pesquisa, abrangendo
um total de 54 265 618 de domicílios pesquisados.
Para garantir a confiabilidade de seus resultados e alcançar os melhores níveis de
qualidade e transparência em todas as etapas de execução do Censo 2000, foram
utilizadas modernas tecnologias, como o mapeamento digital dos municípios com mais
de 25 mil habitantes, escaneamento e leitura ótica dos questionários, controles gerencial
e operacional via Internet, entre outras inovações tecnológicas que possibilitaram aos
usuários dos dados censitários e à sociedade, em geral, o acompanhamento de cada
etapa da operação e o acesso aos resultados em curto prazo, por meio das mais
modernas mídias de comunicação e disseminação de informações.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 26


No âmbito internacional, a realização do Censo 2000 significou, ainda, a consolidação
dos laços estatísticos entre os países do Mercosul Ampliado, que inclui os membros do
Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - além de Bolívia e Chile, tendo como
objetivo a padronização de conceitos e classificações visando homogeneizar e fortalecer
os sistemas estatísticos nacionais e criar uma base de dados comum aos censos dos seis
países.
A divulgação do Censo 2000 procurou levar a cada segmento de usuários as mídias
mais apropriadas - publicações impressas, Internet e arquivos digitais - fazendo uso de
maneira intensiva de modernas tecnologias, e seus resultados revelam as principais
características demográficas e socieconômicas da população brasileira no início do novo
milênio.
Periodicidade: Decenal
Abrangência geográfica: Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e
Municípios.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2006/defa
ult.shtm
Acesso em 09/09/2008.

Apresenta às características gerais da população, migração, educação, trabalho, famílias,


domicílios e rendimento.
Periodicidade: Anual
Abrangência geográfica: Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação.

Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária – AMS


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/ams/2005/default.sh
tm
Acesso em 09/09/2008.

A Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária investiga todos os estabelecimentos de


saúde existentes no País que prestam assistência à saúde individual ou coletiva, públicos
ou privados, com ou sem fins lucrativos, em regime ambulatorial ou de internação,
incluindo aqueles que realizam exclusivamente serviços de apoio à diagnose e terapia e
controle regular de zoonoses, com o objetivo básico de revelar o perfil da capacidade
instalada e da oferta de serviços de saúde no Brasil.
Disponibiliza dados relativos ao número de estabelecimentos de saúde, por esfera
administrativa, condição de funcionamento, categoria e tipo de atendimento; serviços
oferecidos por modalidade de agente financiador (SUS, particular e convênio); pessoal
ocupado; leitos existentes nos estabelecimentos com internação; volume de internações;
além de informações sobre os equipamentos médico-hospitalares em condições de uso
nos estabelecimentos investigados, segundo as Grandes Regiões, Unidades da
Federação e Municípios das Capitais. Permite, também, conhecer a evolução dos
estabelecimentos de saúde e dos leitos existentes no País, no período de 1976 - data de
início dos primeiros resultados sob a responsabilidade do IBGE - a 2005.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 27


Censo Escolar - Sinopse estatística da educação básica
http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7B4B04844B-CEEB-4409-A421-
B5CE4603A6D4%7D_01.pdf
Acesso em 09/09/2008.

O Censo Escolar é uma pesquisa declaratória realizada anualmente, mediante


questionário próprio nos estabelecimentos escolares da educação básica, sejam eles
públicos ou privados. Os dados estatísticos levantados pelo Censo Escolar referem-se às
diferentes etapas e modalidades da educação básica, a saber:
educação infantil, ensinos fundamental e médio, educação especial, educação
profissional, educação de jovens e adultos e educação profissional de nível técnico.
Participam do levantamento dos dados as escolas que são a unidade básica de
informação e as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, responsáveis pelas
etapas de coleta, digitação e tabulação dos dados.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por
intermédio de sua Diretoria de Estatísticas da Educação Básica (Deeb), coordena todo o
processo de operacionalização do Censo Escolar em conjunto com os demais atores
envolvidos, consolidando os resultados finais com vista à sua publicação no Diário
Oficial da União e à divulgação das informações estatísticas.

Índices Gerais de Preços – IGPs


http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_IGP_DI_10_M.asp
Acesso em 15/10/2008.

O mês de novembro de 1947 representou um marco importante na divulgação de


indicadores de preços no Brasil. Naquela data publicou-se, ainda em forma de "boletim
mensal", o primeiro número de Conjuntura Econômica, que iniciou a divulgação de
indicadores e estudos econômicos produzidos pelo Núcleo de Economia (mais tarde,
Instituto Brasileiro de Economia). No primeiro número de Conjuntura Econômica foram
publicados os índices de preços de títulos públicos e ações, preços por atacado, preços
de gêneros alimentícios no varejo e custo de vida, além do índice geral de preços que
serviria como deflator do índice de negócios, todos com retroação a janeiro de 1944.
Até 1949 o índice geral de preços era calculado como média do índice de preços por
atacado e índice de custo de vida no Rio de Janeiro. A partir de 1950 passou a contar
com mais um componente: o índice de custo da construção no Rio de Janeiro.
A escolha dos três componentes da "coluna 2" se deve ao fato dessas três atividades
(comercialização atacadista, preços de varejo e construção civil) representarem o
conjunto de operações realizadas no País. A ponderação representa a importância
relativa de cada tipo de operação na formação da despesa interna bruta: produção,
transporte e comercialização de bens de consumo e de produção (representados pelo
IPA): 60%; valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo
(representados pelo índice do custo de vida): 30%; e valor adicionado pela indústria da
construção civil: 10%.
Até 1969, a Revista Conjuntura Econômica publicou um grupo de índices cuja
denominação era EVOLUÇÃO DOS NEGÓCIOS. Esse grupo era composto por três
índices:
COL. 1 - VALOR DOS NEGÓCIOS: média simples dos índices de venda e cheques
compensados;

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 28


COL. 2 - PREÇOS: média ponderada dos Índices de Preços por Atacado (peso 6), Custo
de Vida na Guanabara (peso 3) e, a partir de 1950, Custo da Construção na Guanabara
(peso 1); e
COL 3 - VALOR REAL DOS NEGÓCIOS: valor dos negócios deflacionados pelos
preços.
As colunas 1 e 3 deixaram de ser publicadas em abril de 1968. A coluna 2 (PREÇOS)
mudou sua denominação para Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-
DI) em novembro de 1969.
Quando se introduziu a correção monetária no Brasil, esse índice (COL. 2) passou a ser
usado para correção de um conjunto de operações, sobretudo para correção de valores
de contratos de obras públicas. Nas várias modificações de diagramação de Conjuntura,
o IBRE viu-se obrigado a manter inclusive esse índice situado na mesma posição nas
tabelas de apresentação, pois o uso do índice se tornou de tal forma difundido e
popularizado que a maioria dos contratos e portarias passou a se referir apenas à coluna
em que era, e ainda é, publicado - coluna 2 - sem mencionar sequer seu nome.
Entretanto, o IGP-DI não foi usado como indexador oficial do cálculo da correção
monetária nos primórdios de seu lançamento. Por falta de um critério legal, o primeiro
reajuste da correção monetária, no primeiro trimestre de 1965, foi efetuado com base no
Índice de Preços por Atacado (IPA) da FGV com uma defasagem média de dois
trimestres sobre o mês de referência.
Somente entre março e junho de 1983 com a resolução nº 802 do Banco Central ficou
decidido que seria promovida a igualdade entre as correções monetárias e cambial e a
taxa de inflação medida pelo IGP-DI.
Após julho de 1983, resolução nº 841 de 28-06-83 do Banco Central, determinou-se que
seria utilizado o IGP-DI expurgado (IGP-DI, COL. 2-A) que não levava em conta
choques de oferta nem aumento de preços dos produtos que tinham perdido seus
subsídios (naquele ano, petróleo e trigo).
Em dezembro de 1984 o Governo Brasileiro enviou carta de intenções ao FMI na qual
ficou estabelecido que a correção monetária seria igual ou maior do que o IGP-DI
expurgado.
Em 1985, a pedido do mercado financeiro, o cálculo da correção monetária baseou-se
na média geométrica das três últimas variações do IGP-DI, o que permitia o
conhecimento antecipado da correção monetária. Esta nova sistemática durou até
novembro de 1985 quando a Resolução nº 1062 do Conselho Monetário Nacional
unificou as bases de reajuste de remuneração do capital e do trabalho, substituindo o
IGP-DI pelo IPCA do IBGE. O IGP-DI deixou de ser o indexador oficial da economia
brasileira. Mesmo assim, por ser um indicador genérico de uso múltiplo, continuou
sendo utilizado na atualização de diferentes operações financeiras, especialmente em
reajustes contratuais.
A outra versão do IGP denominada Índice Geral de Preços - Oferta Global (IGP-OG)
origina-se de média ponderada do IPA-OG (60%), IPC (30%) e INCC (10%). Esse
indicador passou a ser calculado em 1969 quando efetuou-se um conjunto de
modificações no IPA tanto a nível de ponderações quanto de metodologia. Recebeu essa
denominação por refletir a evolução de preços do total de transações realizadas no País,
seja de produtos para uso interno, seja para exportação.

Em decorrência das constantes mudanças ocorridas nos indicadores da correção


monetária e da inflação oficial, um grupo de entidades de classe do setor financeiro,

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 29


liderado pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras celebrou contrato de
prestação de serviços com a Fundação Getulio Vargas, em maio de 1989, para criação
de um novo índice que fosse de absoluta credibilidade e estivesse livre das intervenções
do governo. Dessa forma surgiu o novo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).
Esse índice origina-se de média ponderada do IPA-M (60%), do IPC-M (30%) e do
INCC-M (10%). A coleta de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior ao de
referência e o dia 20 do mês de referência. A cada mês de referência apura-se o índice
três vezes: os resultados das duas primeiras apurações são considerados valores parciais
(prévias), a última é o resultado definitivo do mês.
No dia 17 de setembro de 1993, também por solicitação do mercado financeiro, o IBRE
divulgou pela primeira vez o Índice Geral de Preços versão 10 (IGP-10). O IGP-10
mede a evolução de preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior ao
de referência e o dia 10 do mês de referência. Semelhança do IGP-DI e IGP-M é
composto por 60% do IPA-10, 30% do IPC-10 e 10% do INCC-10.

Índice de Preços no Atacado -IPA


http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_ipa.asp
Acesso em 09/09/2008.

O Índice de Preços por Atacado é calculado em três versões: IPA-10, IPA-M e IPA-DI.
Têm em comum a mesma amostra de produtos, a mesma estrutura básica de pesos e o
mesmo sistema de cálculo. Diferem apenas na adoção do período de pesquisa de preços.
No IPA-DI a pesquisa mensal é realizada no intervalo de tempo que vai do primeiro ao
último dia do mês de referência 't'; no IPA-M, do dia 21 do mês 't-1' ao dia 20 do mês 't';
e no IPA-10, do dia 11 do mês imediatamente anterior ao de referência 't-1' ao dia 10 do
mês 't'. Cabe acrescentar que o IPA-DI foi criado em 1947 por iniciativa particular da
FGV. Sua série histórica retroage a 1944. O IPA-M começou a ser calculado em junho
de 1989. E, em agosto de 1993 teve início a série de índices IPA-10.

Índice de Preços ao Consumidor – IPC


http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_ipc.asp
Acesso em 09/09/2008.

A cesta básica dos IPC's é constituída por produtos que são pesquisados em 2500
estabelecimentos totalizando 180.000 mil cotações mensais, aproximadamente.
A sistemática de coleta de preços do IPC é decendial e compreende dois segmentos de
pesquisa: no primeiro, levantam-se preços de produtos que representam os grupamentos
alimentação no domicílio, artigos de limpeza e higiene, além do setor serviços. Essa
tarefa é realizada por donas de casa, especialmente treinadas para este fim. Trata-se de
um trabalho que se repete, sistematicamente, a cada dez dias, nos mesmos
estabelecimentos, conforme calendário prévio; no segundo segmento, pesquisam-se os
demais grupos de bens e serviços constitutivos da cesta básica. Essa tarefa é realizada
por funcionários do IBRE, através de uma única consulta mensal aos estabelecimentos
informantes, estrategicamente distribuídos nos três decêndios.

Índice Nacional da Construção Civil – INCC


http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_incc.asp
Acesso em 09/09/2008.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 30


Os itens investigados nessa pesquisa referem-se a construções de boa qualidade mas
sem luxo, já que o objetivo é o cálculo de índices que reflitam evoluções de custos de
construção para um mercado compatível com a realidade econômica brasileira.
O custo da mão-de-obra está segmentado em salários e encargos sociais. A coleta de
informações, no que se refere a preços e salários, é feita uma vez por mês junto a
fabricantes, atacadistas e construtoras. A pesquisa investiga 51 tipos de materiais e
serviços, além de 16 categorias de mão-de-obra relevantes. São pesquisados
mensalmente 3500 informantes, em 12 municípios, que fornecem cerca de 20.000
cotações mensais.

Índice de Desenvolvimento Humano - IDH


http://www.pnud.org.br/idh/
Acesso em 25/09/2008

O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um


contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita,
que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub
ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio
Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do
desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é
uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo
para se viver".
Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da
moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a
longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de
expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo
e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB
per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de
custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice,
que varia de zero a um.
Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1990, o índice foi recalculado para os
anos anteriores, a partir de 1975. Aos poucos, o IDH tornou-se referência mundial. É
um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e,
no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administrações Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), que pode ser consultado no Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil, um banco de dados eletrônico com informações
sócio-econômicas sobre os 5.507 municípios do país, os 26 Estados e o Distrito Federal.

1.11 Medidas de desigualdade

Essas medidas servem para medir o grau de desigualdade de qualquer distribuição


estatística mas é comumente utilizada na análise da distribuição de renda. Entretanto
pode-se medir o grau de desigualdade da distribuição da população urbana e rural de um
país e da distribuição da posse da terra em uma determinada região entre outras.
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 31
Existe uma grande relação entre medidas de dispersão relativa e medidas de
desigualdades, como é o caso do coeficiente de variação (CV), que é calculado pela
razão entre o desvio padrão e a média.

σ
CV =
µ
sendo σ o desvio padrão e µ a média populacional.

1.11.1 Curva de Lorenz

Seja p a proporção acumulada da população até certo estrato e seja φ a proporção


acumulada da renda correspondente ao mesmo estrato populacional. É claro que se a
medida que a proporção acumulada da população aumentasse, a proporção acumulada
da renda aumentasse da mesma forma então a renda estaria eqüitativamente distribuída,
isto é, a distribuição de freqüências relativas acumuladas seguiria a linha dos 45 graus e
teríamos um gráfico como o ilustrado a seguir.

Gráfico 1.1 – Curva de Lorenz – situação de perfeita igualdade

A área hachuriada é a metade da área do quadrado de lado 1 e portanto vale 50%. Essa
“curva“ é chamada de curva de Lorenz e nesse caso reflete a situação de perfeita
igualdade, ou seja, teríamos uma distribuição extremamente homogênea da renda entre
a população.
Evidentemente que nas economias reais o que acontece é que geralmente, 1% da
população se apropria de menos de 1% da renda. obtendo-se assim a designada curva de

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 32


Lorenz. Portanto, quanto mais afastada da linha dos 45 graus estiver a distribuição do
rendimento, maior será a desigualdade, ou menor será a equidade.

Gráfico 1.2 – Curva de Lorenz – situação típica de desigualdade

A situação que evidencia o máximo da desigualdade é quando apenas um indivíduo se


apropria de 100% da renda. Nessa caso a curva de Lorenz se confunde com a poligonal
ABC.

Quanto mais a curva de Lorenz se afastar da linha dos 45 graus maior será a
desigualdade.

1.11.2 Índice de Gini

O índice de Gini é por definição a relação entre a área de desigualdade indicada por α e
a área do triângulo ACB.

α
G= = 2α
0,5

Como 0 < α < 0,5 então 0 < G < 1 , 0, significa uma distribuição do rendimento
eqüitativa e 1 uma distribuição do rendimento com máxima desigualdade.

Cálculo de Gini para uma distribuição discreta

O gráfico 2.3 ilustra a poligonal de Lorenz para uma população de tamanho 8 cujos
valores são: { 3, 2, 2, 3, 4, 5, 1,2} .

Gráfico 1.3 – Poligonal de Lorenz – situação de uma distribuição discreta

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 33


Seja β a área compreendida entre a curva ou poligonal de Lorenz e o eixo das abscissas.

Desse modo tem-se que:

α
G= = 2α = 2( 0,5 − β ) = 1 − 2 β
0,5

A área de β pode ser obtida considerando a área de n trapézios (considerando o


triângulo retângulo com cateto igual a 1 n e com vértices na origem e φ 1 como um
trapézio cuja base menor é igual a zero).

1  φ i + φ i− 1 
Então a área do i-ésimo trapézio é obtida fazendo: S i =  .
n 2 

Repare que as bases menores e maiores desses trapézios correspondem a proporção


acumulada da variável X até o i-ésimo elemento (é óbvio que a variável aleatória
discreta X i , i = 1,2,  , n , deve estar em ordem crescente). Se X representa a renda
individual e se X i ≤ X i + 1 então, φ i representa a fração da renda total apropriada pelos
indivíduos com renda inferior ou igual a X i .
i


j= 1
Xj
A proporção acumulada de X , até o i-ésimo elemento, é: φ i = n .

j= 1
Xj

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 34


Logo, a área de β é obtida somando S i , para i = 1,2, , n e sendo φ 0 = 0 .

De modo que:

 1 n  φ + φ i− 1   1 n 
G = 1 − 2β = 1 − 2  ∑  i   = 1 −  ∑ (φ i + φ i− 1 ) 
 n i= 1  2   n i= 1 

Exemplificando o cálculo do índice de Gini com os dados que serviram para construir o
gráfico 1.3, tem-se:

Tabela 1.18 – Cálculo do índice de Gini

1.12 Indicadores sintéticos

1.12.1 Índice de desenvolvimento humano - IDH

Esse índice foi construído com o objetivo de sintetizar diversos índices de


desenvolvimento humano em um só índice, isto é, mede os progressos registrados , em
média, num determinado país, em três dimensões básicas de desenvolvimento humano:

 Uma vida longa e saudável que é medida através da esperança de vida ao nascer.
 Nível de conhecimento, medido através da taxa de alfabetização de adultos
(com ponderação de 2 3 e da taxa de escolaridade bruta combinada do ensino
básico, secundário e superior (com ponderação de 1 3 ).
 Um nível de vida digno, medido através do PIB per capita ajustado pela
paridade do poder de compra em dólares).

Para cada uma das dimensões, calcula-se o índice do seguinte modo:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 35


valor efetivo - valor mínimo
Di =
valor máximo - valor mínimo

Tabela 1.23 Balizas para o cálculo do IDH

A seguir apresenta-se, em detalhe, o processo de construção desse indicador:

1. Cálculo do índice da esperança de vida

Esse índice mede os progressos relativos de um país em termos de esperança de


vida ao nascer.
valor efetivo - 25
D1 =
85 - 25

2. Cálculo do índice do grau de instrução

Esse índice mede os progressos relativos de um país tanto quanto à alfabetização


de adultos como à escolarização bruta combinada do ensino básico, secundário e
superior. Em primeiro lugar são calculados os índices da alfabetização de adultos e da
escolaridade bruta combinada. Posteriormente, esses índices são ponderados de modo a
se obter o índice do grau de instrução, sendo atribuído uma ponderação de 2/3 à
alfabetização de adultos e de um terço à escolaridade combinada.

valor efetivo - 0
 Taxa de alfabetização de adultos: D2 A =
99 - 0
valor efetivo - 0
 Taxa de escolaridade bruta: D2 B =
100 - 0
2 1
 Índice do grau de instrução: D2 = D2 A + D2 B
3 3

3. Cálculo do índice do PIB

O índice do PIB é calculado com base no PIB per capita ajustado (PPC em dólares).
No IDH, o rendimento entra como substituto de todas as dimensões do desenvolvimento
humano não refletidas nos índices acima. Utiliza-se o logaritmo do rendimento.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 36


log( valor efetivo) - log(100 )
D3 =
log( 40.000 ) - log(100 )

4. Cálculo do IDH

Ele corresponderá a média simples das três dimensões.

1
IDH = ( D1 + D2 + D3 )
3

1.12.2 Índice de pobreza - IPH

Índice de pobreza humana – IPH-1 – para países em desenvolvimento

Esse índice foi construído com o objetivo de sintetizar diversos índices de pobreza
humana em um só índice, isto é, mede o grau de privação registrados , em média, num
determinado país, em três dimensões básicas de privação humana:

 Uma vida longa e saudável - grau de vulnerabilidade à morte numa idade


relativamente prematura, medido através da probabilidade ao nascer não viver
até os 40 anos (vezes 100).
 Nível de conhecimento – exclusão do mundo da leitura e das comunicações,
medido através da taxa de alfabetização de adultos.
 Um nível de vida digno – falta de acesso a meios econômicos de subsistência,
medida através da média não ponderada de dois indicadores, a porcentagem da
população sem acesso sustentável a um recurso de água em melhores condições
de consumo e a porcentagem de crianças com baixo peso em função da idade.

A seguir apresenta-se o processo de construção desse indicador:

1. Medida do grau de privação de um nível de vida digno

É medido através de uma média não ponderada de dois outros indicadores: a


porcentagem da população sem acesso sustentável a um recurso de água em melhores
condições de consumo e a porcentagem de crianças com baixo peso em função da idade
1
P3 = ( população sem acesso a um recurso de água e melhores condições de consumo )
2
1
+ ( crianças com baixo peso em função da idade )
2

2. Cálculo do IPH

A fórmula para o cálculo do IPH-1 é: .

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 37


[( )]
1
1 α
IPH 1 = P1 + P2α + P3α α
3
sendo: P1 = Probabilidade à nascença de não viver até aos 40 anos (vezes 100) e
P2 = Taxa de analfabetismo de adultos
P3 = Média não ponderada da população sem acesso sustentável a uma fonte de
água melhorada e das crianças com baixo peso para a idade.

Utiliza-se α = 3 com objetivo de atribuir maior peso à dimensão onde houver maior
privação.

Índice de pobreza humana – IPH-2 – para países em selecionados da OCDE

Esse índice foi construído com o mesmo objetivo que o IPH-1 e também contempla a
exclusão social. Assim o IPH-2 mede o grau de privação registrados , em média, num
determinado país, em quatro dimensões básicas de privação humana:

 Uma vida longa e saudável - grau de vulnerabilidade à morte numa idade


relativamente prematura, medido através da probabilidade ao nascer não viver
até os 60 anos(vezes 100).
 Nível de conhecimento – exclusão do mundo da leitura e das comunicações,
medido através dos adultos funcionalmente analfabetos.
 Um nível de vida digno – falta de acesso a meios econômicos de subsistência,
medida através da porcentagem de pessoas que vivem abaixo do limiar de
pobreza por falta de rendimento (50% do rendimento disponível familiar médio
ajustado).
 Exclusão social – medida através da taxa de desemprego de longa duração (12
meses ou mais).

Cálculo do IPH

A fórmula para o cálculo do IPH-2 é: .

[( )]
1
1 α
IPH 2 = P1 + P2α + P3α + P4α α
4

sendo: P1 = Probabilidade à nascença de não viver até aos 60 anos (vezes 100) e
P2 = Adultos funcionalmente analfabetos
P3 = Porcentagem da população abaixo do limiar da pobreza por falta de
rendimento (50% do rendimento disponível familiar médio ajustado)
P4 = Taxa de desemprego de longa duração (12 meses ou mais).

Utiliza-se α = 3 com objetivo de atribuir maior peso à dimensão onde houver maior
privação.
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 38
1.13 Exercícios propostos

1.13.1
Interprete o valor dos seguintes números índices de preços (registrados em relação ao
ano anterior), indicando se houve aumento ou diminuição dos preços, e de quanto foi :
a. 102,34
b. 92,35
c. 84,56
d. 123,57
e. 156,00

1.13.2
Você é proprietário de uma padaria, e deseja comparar vendas e preços de 2005 com as
vendas e preços de 1998 (primeira semana de maio), logo após a aquisição do
estabelecimento. Os produtos escolhidos, e seus respectivos preços e quantidades
vendidas, estão na tabela a seguir.

a. Calcule o índice de preços de Laspeyres, tomando como base 1998. Interprete o


resultado, indicando se houve aumento, estagnação ou redução.

b. Calcule o índice de quantidade de Laspeyres, tomando como base 1998. Interprete o


resultado, indicando se houve aumento, estagnação ou redução.

c. Com base nos resultados dos itens a e b, qual é o seu diagnóstico sobre a padaria de
1998 a 2005: melhorou, piorou, estagnou? JUSTIFIQUE sua resposta.

d. Calcule o índice de preços de Paasche tomando como base 1998. Interprete os


resultados e identifique se houve aumento, redução ou estagnação, de um ano para
outro.

e. Compare os resultados obtidos nos itens a e d. Explique as diferenças encontradas.

1.13.3

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 39


Uma revendedora de automóveis está avaliando os preços e quantidades vendidas de um
modelo popular, com um pacote básico de opcionais. Os valores estão na tabela a
seguir:

a. Tomando o ano de 1999 como base calcule os índices simples de preço, quantidade e
valor para os dados da tabela acima. Interprete os resultados e identifique se houve
aumento, redução ou estagnação.

b. Com base nos resultados obtidos no item a calcule os índices base móvel preço,
quantidade e valor. Interprete os resultados e identifique se houve aumento, redução ou
estagnação, de um ano para outro.

1.13.4
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE efetua a produção contínua e
sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços
públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio).
O período de coleta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC e do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30
do mês de referência.
A população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais
compreendidos entre 1 (hum) e 6 (seis) salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em
sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões; a do IPCA abrange as
famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta)
salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas
urbanas das regiões.
Os valores do IPCA para o 1º semestre de 2006 estão apresentados na tabela a seguir.

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 40


IPCA-percentual no mês por geral, grupo, subgrupo, item e
subitem
Brasil
Variável = IPCA - Percentual no mês (Percentual)
Geral, grupo, subgrupo, item e subitem = Índice geral
Mês
janeiro fevereiro março maio junho
abril 2006
2006 2006 2006 2006 2006
0,59 0,41 0,43 0,21 0,1 -0,21

a. Qual é a inflação acumulada para o primeiro semestre de 2006?

b. Você pode afirmar que se a inflação acumulada no item a for de x%, a queda no
poder aquisitivo da população assalariada será de x%? Se você discorda, determine a
queda do poder aquisitivo da população de assalariados.

c. A meta de inflação para o ano de 2006 é de 4,5% (Resolução 3210 – Banco Central
do Brasil). Para poder cumprir a meta, qual a taxa máxima de inflação acumulada para o
próximo semestre?

d. Em maio de 2006, o salário mínimo nacional passou a ser R$ 350,00, anteriormente o


salário mínimo era de R$ 300,00. Considerando que a inflação de maio de 2005 a abril
de 2006 foi de 4,63%, qual foi o aumento real no salário-mínimo?

2.13.5
Determine o crescimento real da economia e o índice de preço acumulado no período.
Indique também o ano com maior crescimento econômico e o ano com o maior deflator.

2.13.6
Os salários dos empregados da empresa "Luanda Sonho Ltda" decresceram 15 %
entretanto a número total de empregados aumentou em 17 %. Qual a variação
percentual da folha de pagamentos desta empresa ?

2.13.7
Um índice de preços é formado pelos produtos "a" e "b". Se o preço do produto "a"
aumenta 312% e o preço do produto "b" permanece inalterado, consequentemente o
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 41
índice de preço sobe 5,8%. Qual será a ponderação em percentual do produto "a" dentro
deste índice de preços ?

2.13.8
O índice da tabela abaixo foi calculado com base móvel:

anos 2001 2002 2003 2004


índices 110 112 115 125

a. Qual o índice de 2004 com base em 2002?


b. Qual o índice de 2003 com base em 2004?
c. Qual o índice de 2004 com base em 2000?
d. Qual o índice de 2000 com base em 2002?

2.13.9
Calcule o reajuste em % para o salário mínimo baseado na variação nos últimos 6 meses
do índice de preços abaixo:

2.13.10
Para uma taxa de inflação de 25% qual a perda percentual do poder aquisitivo da
moeda ?

2.13.11
Uma população é constituída por 9 pessoas cujas rendas ( X i ) são:

1, 1, 1, 1, 2, 2, 4, 8 e 16.

Determine o índice de Gini

Soluções dos exercícios propostos


1.13.1
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 42
Basta subtrair 100 do valor do índice para identificar a variação em relação ao ano
anterior:
a. Aumento de 2,34%
b. Redução de 7,65%
c. Redução de 15,44%
d. Aumento de 23,57%
e. Aumento de 56,00%

1.13.2

a. São usadas as quantidades de 1998 para ponderar os preços:

L =
( 0,075 × 800) + ( 0,150 × 570) + (1,010 × 354) + ( 0,220 × 428) + (1,050 × 385) + (1,600 × 116) × 100 = 167,764
1998 , 2005 P
( 0,050 × 800) + ( 0,120 × 570) + ( 0,670 × 354) + ( 0,080 × 428) + ( 0,550 × 385) + (1,000 × 116)

Houve um aumento de 67,764% nos preços da padaria de 1998 a 2005.

b. São usados os preços de 1998 para ponderar as quantidades:


(1058 × 0,050) + ( 612 × 0,120) + ( 372 × 0,670) + ( 459 × 0,080) + ( 415 × 0,550) + (110 × 1,000) × 100 = 106,074
L1998 , 2005 Q
=
( 800 × 0,050) + ( 570 × 0,120) + ( 354 × 0,670) + ( 428 × 0,080) + ( 385 × 0,550) + (116 × 1,000) .

Houve um aumento de 6,074% nas quantidades vendidas pela padaria de 1998 a


2005.

c. Pode-se dizer que a padaria teve crescimento nas vendas de 1998 a 2005. Seus
índices de quantidade mostram crescimento: crescimento geral, moderado, de
6,074%. O pão francês chegou a aumentar 32% e o único produto que apresentou
redução foi o brioche.

d. Para calcular o índice de Paasche utilizam-se as quantidades de 2005 para ponderar


tanto o numerador quanto o denominador:

L =
(1058 × 0,075) + ( 612 × 0,150) + ( 372 × 1,010) + ( 459 × 0,220) + ( 415 × 1,050) + (110 × 1,600) × 100 = 167,824
2005 ,1998 P
(1058 × 0,050) + ( 612 × 0,120) + ( 372 × 0,670) + ( 459 × 0,080) + ( 415 × 0,550) + (110 × 1,000)

Ocorreu um aumento nos preços de 67,824%

e. As diferenças entre os dois índices foram bem pequenas, embora o de Paasche


(67,824)% seja mais elevado Laspeyres (67,764%). As pequenas diferenças
provavelmente se devem ao fato de que alguns produtos praticamente não tiveram
mudanças nas quantidades, ou aumentaram muito pouco, ou mesmo tiveram as
quantidades reduzidas.

1.13.3
a.
Utilizando o procedimento explicitado na tabela abaixo
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 43
vamos obter os seguintes índices, tendo o ano de 1999 como base:

Observa-se aumento nos três tipos de índice, sendo o mínimo no de quantidades (25%)
e o máximo no de valores (101,47%).

b.
Para obter os índices base móvel basta dividir o índice de um período pelo do período
imediatamente anterior utilizando o procedimento explicitado na tabela abaixo:

Os resultados são expressos na tabela a seguir:

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 44


Os índices revelam que os preços sempre aumentaram de um ano para o outro, mas com
reajustes menores em três períodos (em relação aos anos anteriores): de 2000 para 2001
(índice de 2001), de 2002 para 2003 (índice de 2003) e de 2004 para 2005 (índice de
2005). As quantidades e os valores sofreram quedas consideráveis de 2002 para 2003
(índices de 2003), de mais de 20%.

1.13.4
a. Conforme cálculos a seguir a inflação acumulada foi de 1,54%

b. Não.
 
 1 
A queda do poder de compra é determinado pela expressão: 1 −  .
 x 
 1+ 
 100 

 1,045 
c.  − 1 * 100 = 2,92%
 1,0154 

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 45


350
d. Variação do salário-mínimo: = 1,166667
300
1,166667
Aumento real: = 1,115006 . O aumento real foi de 11,5%
1 + 0,0463

1.13.5

A variação nominal da economia foi de 75,9% sendo que os preços foram responsáveis
por 57,9% da variação e a variação real foi de 11,4%.

O ano de 2004 foi o que obteve o maior crescimento econômico enquanto o ano de
2003 foi responsável pelo mais alto deflator da economia no período.

1.13.6
folha de pagamentos = salários x número de empregados
salários decresceram 15% = (-15/100)+1 = 0,85

n º de empregados aumentou 17% = (17/100)+1 = 1,17

variação na folha de pagamentos = 0,85 x 1,17 = 0,9945

Ou seja, a folha de pagamentos decresceu -0,55%

1.13.7
312% = (312/100) + 1 = 4,12
5,8% = (5,8/100) + 1 = 1,058
Sendo Y = peso de A
1,058 = (4,12 x Y) + (1,0 x (1-Y))
1,058 = 4,12Y + 1 - Y
Y = 0,058 / 3,12
Y = 0,0186
1,86 %

1.13.8
a. 115 x 125 / 100 = 143,75
b. (100 / 125) x 100 = 80,00
Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 46
c. 110 x 112 / 100 = 123,2 123,2 x 115 / 100 = 141,68 141,68 x 125 / 100 = 177,10
d. (100 / 112) x 100 = 89,29 (89,29 / 110) x 100 = 81,17

1.13.9
O procedimento é simples, basta dividir o número índice de abr/97 pelo número índice
de out/96: 1345,0 / 1250,0 = 1,0760 ou 7,60% de aumento.

1.13.10
1 / 1,25 = 0,80 ; ou seja queda de -20 %

1.13.11
G=44/81.

1.16 Bibliografia complementar


BOYLE, Stanley. Industrial organization: an empirical approach. New York: Holt,
Rineheart and Winston, 1972 (apud Brumer, 1981).

BRAGA, Helson e MASCOLO, João. Mensuração da concentração industrial no


Brasil. In: Pesquisa e planejamento econômico. Rio de Janeiro. N. 12 (2), P. 399-
454, ago.1982.

LEITE, A.L.S e Santana, E.A, Índices de concentração na indústria de papel e


celulose, Campus Universitário - Trindade - Florianópolis-SC.

RESENDE, Marcelo, Medidas de concentração industrial: uma resenha, Análise


econômica ano 11 março e setembro/94 p. 24-33

SCHERER, F.M. & ROSS, David. Industrial market structure and economic
performance. 3 ed. Boston: Houghton Mifflin Company, 1990.

SEN, A . K., “Poverty: an ordinal approach to measurement”, Econométrica, 44(2),


pp. 219-31, Março 1976.

THEIL, H., Economics and information theory. Amsterdam: North-Holland, 1967.

RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 2007/2008


http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh/rdh20072008/hdr_20072008_pt_complete.pdf
acessado em 10/10/2008

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 47


3. Material Complementar
Cópia das transparências

Análise de Dados Agregados: Indicadores, índices e escalas 48

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