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AS LÍNGUAS ORIGINAIS

A ESCRITA E AS LÍNGUAS ORIGINAIS

Todos os Livros da Bíblia foram escritos originalmente à mão,


sendo chamados, portanto, de manuscritos.

[1] – ESCRITA

[a] – UNCIAL – é o manuscrito que contém apenas maiúsculas.


[b] – CURSIVO – é o manuscrito que contém apenas minúsculas.

[2] – AS LÍNGUAS ORIGINAIS

[a] – Antigo Testamento.

HEBRAICO

É a língua pertencente ao grupo ocidental dos idiomas semíticos


(o termo semítico é oriundo do nome de Sem, o filho mais velho de
Noé). Quase a totalidade do Antigo Testamento foi escrito em
hebraico.

ARAMAICO

É parecido com o hebraico, mas não é derivado dele. A forma de


escrita é a mesma, pois o aramaico tem aproximadamente as
mesmas características fonológicas. A Bíblia nos mostra (2 Reis
18:26), no tempo de Senaqueribe (705 – 681 a.C.), que o aramaico
era um idioma diplomático. Algumas porções do Antigo
Testamento foram escritas em aramaico – Daniel 2:4; 7:28; Esdras
4:8; 6:18; 7:12 – 26; Jeremias 10:11 e duas palavras em Gênesis
31:47.

[b] – Novo Testamento.

HEBRAICO

Alguns estudiosos acham que, originalmente, o Evangelho de


Mateus tenha sido escrito em hebraico no seu todo ou apenas as
“LOGIAS” (ensinamentos – Sermão no Monte), de Jesus.

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O QUE DIZEM OS ESTUDIOSOS?

Vejamos o que tem a dizer os eruditos:

“O evangelho de Mateus ocupa o primeiro lugar em todas as


testemunhas existentes do texto dos quatro evangelhos e em
todas as listas antigas dos livros canônicos do Novo Testamento.
Isto reflete sem dúvida, não só a importância dada a este
evangelho na igreja primitiva, mas também a crença firmemente
estabelecida, embora não possa ser datada como anterior a
Papias, bispo de Hierapolis, na metade do segundo século, de que
o evangelho canônico era uma tradução grega de um documento
anterior escrito em hebraico (ou seja, aramaico) pelo apostolo
Mateus [...]” – (Mateus Introdução e Comentário – R.V.G Tasker,
página 8).

O comentarista deixa bem claro que foi somente a partir de Papias,


que começou a divulgar tal tradição. Prosseguindo ele diz:

“A maioria dos especialistas modernos acha muito difícil crer que


nosso evangelho de Mateus seja uma tradução de um documento
aramaico por trazer marcas de uma composição grega original” –
(ibidem, página 11).

O conhecido “Comentário Bíblico Moody”, revela:

“Muitos explicaram a declaração de Papias, dizendo que se referia


a uma forma original do aramaico do qual se traduziu o nosso
evangelho grego. Mas o nosso texto grego não tem as marcas de
uma tradução, e a ausência de qualquer traço de um original
aramaico lança pesadas dúvidas sobre tal hipótese. Goodspeed
argumenta detalhadamente que seria contrário à prática grega dar
uma tradução grega o nome do autor do original aramaico, pois os
gregos apenas se preocupavam com aquele que passava a obra
para o grego. Como exemplos (ele cita o evangelho de Pedro) e o
Antigo Testamento grego, que foi denominado Septuaginta (os
setenta) –, segundo seus tradutores, não segundo seus autores
Hebreus (E.J Goodspeed, Matthew Apostle and Evangelist,

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página 105, 106)” – (Comentário Bíblico Moody volume 4,
página 1).

Sobre o evangelho de Mateus Robert H. Goundry argumenta


que:

“[...] não parece ser uma tradução feita de um original semítico [...].
Por exemplo, por que teria Mateus fornecido tanto o original
semítico como sua tradução grega de alguns poucos vocábulos
como “Emanuel” [...], se o evangelho inteiro tivesse sido tradução
do hebraico ou aramaico?”. Então ele passa a sugerir uma outra
alternativa para entender o que Papias queria dizer.

“Alguns estudiosos tem pensado que Papias se reportara apenas


a uma série de textos de prova messiânicos em hebraico ou
aramaico, coligidos por Mateus e posteriormente incorporados em
seu evangelho, tendo sido traduzidos para o grego; ou ainda que
Papias aludira a uma anterior edição semítica de Mateus, mas não
diretamente ligada à nossa edição grega. Sem embargo, há ainda
uma outra maneira de entender a questão, a saber, que Papias
mencionara nosso atual evangelho de Mateus, em grego, embora
escrito no estilo hebraico (e não no idioma propriamente dito),
nesse caso inexiste qualquer tradução de Mateus feita com base
em um original semítico” – (Panorama do Novo Testamento,
página 91).

Ainda um famoso dicionário Bíblico acrescenta:

“Qualquer que seja o valor da tradição a este respeito, isto é, que


Mateus escreveu em hebraico, o evangelho em grego que
possuímos, é dele; era muito competente para escrevê-lo, uma vez
que as maiores partes dos discursos de Jesus e de seus milagres
foram por ele (Mateus) testemunhados” – (Dicionário Bíblico
John D. Davis, página 385).
Certa fonte católica é da mesma opinião, e corrobora ao dizer:

“Contudo há sérias dificuldades em relação à hipótese de que


Mateus tenha sido escrito em aramaico. Ele não tem as
características de uma tradução, e sobre tudo, é difícil retraduzí-lo
para o aramaico. O evangelho apresenta alguns jogos de palavras

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(6:16; 21:41; 24:30) que são só possíveis em grego” – (Dicionário
Bíblico John L. Mackenzie, página 588).

Junta-se a todos estes testemunhos, a incrível descoberta do


papiro de Magdalen em 1901 pelo Reverendo Charles B. Huleat, e
redatado em 1994 pelo Dr. Casten Peter Thiede, uma das maiores
autoridades em manuscritos antigos. Sem dúvidas esta descoberta
foi a mais importante para o mundo cristão depois da descoberta
dos rolos do mar morto.

Mas o que é o papiro de Magdalen?

São fragmentos do evangelho de Mateus do I século, datado


atualmente para 66 A.D, tudo indica que esse evangelho era uma
cópia em códice do original grego.

Diz o Dr. Casten:

“[...] o evangelho segundo São Mateus completo também já


circulava e em formato de códice naquela época. Possivelmente,
teria sido lido e manuseado por alguma testemunha ocular da
crucificação” – (Testemunha Ocular de Jesus, página 222).

Essa descoberta mostra que o evangelho de Mateus, escrito em


grego, como é o caso do Papiro de Magdalen, circulava entre os
cristãos primitivos contemporâneos do apóstolo. Certamente que
se Mateus tivesse tão grande apreço pelo nome ou pela pronuncia
“Yehôshuah”, teria logicamente, contestado essa cópia de seu
evangelho, pois segundo consta, esse papiro não traz o nome
hebraico do Messias, mas sim, “KYRIOS”. Os fragmentos deste
evangelho trás o que os estudiosos chamam de nomina sacra. São
abreviações para nomes sagrados, por exemplo, “Kuryos – KY”,
“Iesus – IS”, etc. Fica provada mais uma vez a incoerência dos
argumentos deste grupo que odeia o nome “Jesus”.

GREGO KOINÊ

É o grego popular, comum. Língua franca das terras do Oriente


próximo e do Mediterrâneo nos tempos dos romanos. Sendo uma
língua flexível e harmoniosa, era falada e compreendida por quase

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todos. Os Livros do Novo Testamento foram escritos em sua
totalidade, no idioma grego, salvo algumas palavras de influência
hebraica e aramaica.

Paz e graça.
Pr. Me. Plínio Sousa.

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