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• Elementos objetivos:
A) Induzimento (moral)
B) Instigação (moral)
C) Auxílio (material) - O auxílio deverá ser sempre acessório.
Obs: “ Deixa de haver participação em suicídio quando o auxílio intervém diretamente
nos atos executórios, caso em que o agente colaborador responderá por homicídio.”
(CUNHA,2017, p.88)
Divergência -Omisso/comissivo?
• Motivos egoísticos
• Vítima “menor”: de um modo geral, a doutrina entende que aquela que possui 14 anos ou
mais e menos de 18. (NUCCI e BITENCOURT)
RESUMO:
-> menos de 14: homicídio
-> 14 anos ou mais e menos de 18: participação em suicídio com causa de aumento de pena
-> a partir de 18 anos: participação em suicídio
Porém, diante da indeterminação do texto, alguns autores afirmam que o prudente seria
analisar cada caso concreto (SANCHES).
Questões especiais
• Greve de fome;
• Roleta russa ou pacto de suicídio: responde por homicídio quem praticar o ato
executivo contra terceiro. Ex: Manuela e Manuel “divertem-se” com a prática de
roleta russa. Vejamos as hipóteses de resultado:
a) Cada um atira em direção à própria cabeça: havendo sobrevivente, responde pelo
delito do art. 122.
b) Apenas um deles é responsável por acionar o gatilho (ato executório): o
sobrevivente responde por homicídio (121) se for quem aciona o gatilho ou
responde pelo 122, se não for o que aciona o gatilho.
Classificação
• Comum
• Material (Nelson Hungria entendia que era crime formal, mas esse entendimento não mais predomina)
• Comissivo e, excepcionalmente, omissivo.
• Delito de dano
• Instantâneo
• Doloso
• Plurissubsistente
Infanticídio
• Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, próprio filho, durante
o parto ou logo após: Pena – detenção de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Infanticídio
• Julgados: “ O simples fato de matar a filha, logo após o parto, não autoriza dizer
que foi soba influência do estado puerperal. Necessário que haja provas de que a
recorrente estivesse sob forte perturbação psíquica e hormonal, sendo incapaz de
discernir e de se autodeterminar, sem forças para inibir o seu animus necandi.
Contudo, havendo documentos médicos que ateste a higidez mental da acusada
deve-se deixar a cargo do Conselho de Sentença decidir se a vítima agiu ou não sob
influência do estado puerperal, eventualmente desclassificando o crime de homicídio
para o delito de infanticídio e, caso prevaleça a tese acusatória, também a questão
relativa às qualificadoras deve ser submetida à apreciação do Tribunal do Juri.” (TJMG,
2016).
Elementos do tipo
• Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de
1/3 ( um terço), se, em consequência do aborto ou do meios empregados
para provoca-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas se por causa dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Causas de aumento de pena (para os artigos
125 e 126)
• 1/3 – se houver lesão corporal grave na gestante.
• Duplicadas – se houver morte da gestante
- NOS DOIS CASOS HÁ A FIGURA DO PRETERDOLOSO.
• Atenção: as causas de aumento de pena incidem se o agente não tem dolo
sobre o resultado. Porém, se o agente quer (dolo direito) ou ao menos
assume o risco de (dolo eventual) produzir as lesões ou a morte, o caso é de
concurso formal.
Questão discutível:
• O que ocorre se, ao final da conduta, morrer a gestante, mas não morrer o feto?
TENTADO CONSUMADO
Prado; Capez: responde pelo aborto majorado consumado, assim como no latrocínio.
Mirabete, Hungria, Fragoso: responde pelo aborto qualificado tentado. (resposta comumente
dada).
Questões importantes
• Previsto no II
Configura-se quando presente:
A) Que o aborto seja praticado por médico;
B) Que a gravidez seja resultante de estupro
C) Prévio consentimento da gestante ou seu representante legal;
Deisistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
• O caso da gestante.
• Questão de grande relevância atual que vem, inclusive, com disposições no projeto do novo Código Penal,
onde o abortamento passa a ser conduta não criminosa, desde que praticado até a 12ª semana de gravidez.
• A discussões ainda sobre o que se chamou de aborto eugênico, isto é, a eliminação do feto completamente
inviável. O STF decidiu, na ADPF 54, que a interrupção da gravidez de feto anencéfalo não se enquadraria
no tipo de aborto, em nenhuma de suas modalidades.
“O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação para declarar a
inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é
conduta tipificada nos artigos 124, 126, 128, incisos I e II, todos do Código Penal, contra os votos dos
Senhores Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello que, julgando-a procedente, acrescentavam condições de
diagnóstico de anencefalia especificadas pelo Ministro Celso de Mello; e contra os votos dos Senhores
Ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso (Presidente), que a julgavam improcedente. Ausentes,
justificadamente, os Senhores Ministros Joaquim Barbosa e Dias Toffoli” Plenário, 12.04.2012
Lesão Corporal
• É aquela definida por exclusão. Se não sobrevierem os resultados qualificadores dos parágrafos
1° , 2° e 3°, a lesão é leve.
• Não se confunde com a contravenção de ‘vias de fato’. Artigo 21 do Decreto Lei 3688 de 1941:
“Praticar vias de fato contra alguém: Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, se o fato não constitui crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço até a
metade se a vítima é maior de 60(sessenta) anos”.
• Os simples eritemas e a dor não são considerados lesões leves.
• Tentativa: seria possível do ponto de vista teórico, mas fica difícil de observar na prática.
• Lesão corporal leve e princípio da insignificância necessidade de proporcionalidade entre
conduta que se pretende punir e a drasticidade da intervenção estatal.
Lesão Corporal
II- Perigo de vida: a vida da vítima deve ter passado por efetivo
perigo. A probabilidade de morte é real. (obs: claro que se o
desejo do agente era matar, mas não conseguiu, responde por
homicídio tentado).
Lesões graves (§1°)
III- Debilidade permanente de membro, sentido ou função: debilidade é a redução da
capacidade funcional. Permanente é a que não desaparece com o decorrer do tempo.
ATENÇÃO: o fato de haver tratamento reabilitador não descaracteriza a lesão grave.
• Membros: apêndices de corpo
• Sentidos: funções perceptivas do mundo exterior
• Função: atividade desempenhada por vários órgãos: respiratória, digestiva, circulatória,
secretora, locomotora, reprodutora
• Órgão: parte do corpo humano que tem determinada função
IV – Aceleração de parto:
Antecipação do nascimento. É necessário que o feto nasça com vida, pois, do contrário,
responde o agente por aborto.
É necessário ter conhecimento da gravidez.
Lesões gravíssimas (§2°)
• No caso das lesões leves, o juiz pode substituir e pena de detenção pela de
multa:
- Se ocorrer quaisquer das causas de diminuição de pena previstas no § 4°
(relevante valor social ou moral do motivo e reação imediata a injusta
provocação da vítima)
- Se as lesões são recíprocas
Violência doméstica
Apesar de referir a violência, o tipo se restringe à lesão corporal.
“§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei nº 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.”
Violência doméstica
• LESÃO LEVE: aplica-se o § 9º
• LESÃO GRAVE OU GRAVÍSSIMA: aplica-se o § 10º
• Sujeito ativo e passivo: possuem relação de parentesco e/ou de coabitação.
• Sujeito passivo: no caso da primeira parte do § 9: cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou
irmão. No caso da segunda parte, qualquer pessoa, desde que haja relação de coabitação ou hospitalidade.
• LESÃO LEVE PRATICADA CONTRA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ÂMBITO DOMÉSTICO - § 9º
• LESÃO GRAVE OU GRAVÍSSIMA CONTRA DEFICIENTE NO CONTEXTO DOMÉSTICO?
“§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.”
Violência doméstica
• Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a ação
direta para, dando interpretação conforme aos artigos 12, inciso I, e 16, ambos da Lei nº
11.340/2006, assentar a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de
lesão, pouco importando a extensão desta, praticado contra a mulher no ambiente
doméstico, contra o voto do Senhor Ministro Cezar Peluso (Presidente). Falaram, pelo
Ministério Público Federal (ADI 4424), o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador-
Geral da República; pela Advocacia-Geral da União, a Dra. Grace Maria Fernandes
Mendonça, Secretária-Geral de Contencioso; pelo interessado (ADC 19), Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil, o Dr. Ophir Cavalcante Júnior e, pelo interessado (ADI
4424), Congresso Nacional, o Dr. Alberto Cascais, Advogado-Geral do Senado. Plenário,
09.02.2012.