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Deus me ama, mas ele não merece o meu amor

Mal 3:13-18

A soberba é um dos traços da malignidade do homem que mais me apavora. Creio


que apavorava também o salmista, por isso escreveu: “Da soberba guarda o teu servo,
que ela não me domine” (Sl 19.13). Porque o coração de Eva e Adão se encheu de soberba,
todos nós colhemos hoje os resultados da Queda (Gn 3.1-24). A rebeldia contra Deus é
uma das maneiras como a soberba humana se manifesta. Por causa desta rebeldia, Deus
confrontou Israel nos dias de Malaquias. Apesar de Deus convidar o povo ao
arrependimento, dando provas de seu amor e fidelidade, Israel parecia não considerar o
Senhor alguém que merecesse o seu amor.
Por isso, Israel é acusado por Deus de ser duro em suas palavras contra Ele (v.13).
Aprendemos com as Escrituras que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 13.34).
O coração de Israel estava cheio de soberba e rebeldia. Eles eram incapazes de
reconhecer os seus próprios erros e pecados. A atitude debochada e inconsequente ao
dizer – “Que temos falado contra ti”? – expressava o nível de maldade que imperava no
coração da nação.
O próprio Deus conhecia as palavras ímpias que o povo tinha em seu coração
(v.14,15). Israel falava de si como um povo devoto e quebrantado. Como se houvesse sido
uma nação que vivera de maneira adequada a aliança com o Senhor, conforme os
preceitos da Lei (cf. Ml 3.7). E, apesar dessa fidelidade, Deus foi mal e cruel, abençoando
os ímpios e inocentando os culpados (cf. Ml 2.17; Sl 73.1-28). Em resumo, em sua soberba,
Israel disse: “É inútil servir a Deus” (Ml 3.14).
Em contrapartida, o Senhor revela as palavras que estavam no coração dos justos
em Israel (v.16). Estes foram chamados de “tementes” (cf. Sl 25.14; Pv 1.7). Em Israel, eles
eram o “remanescente fiel” que receberia o cuidado e as bênçãos de Yahweh (Is 10.20-
23 cf. Rm 9.6-8). Estes declaram que Deus ouve atentamente aquilo que é dito pelos
homens e que escreve em um livro os feitos de todos. Mas, de um modo especial, tais
escritos visam os que “temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome”.
Para estes há uma promessa (v.17,18). Deus cumprirá na vida deles a bênção da
aliança e fará deles seu “particular tesouro” (cf. Ex 19.5,6). Outro elemento da promessa
é que haveria de vir sobre a terra “um dia preparado”, o “dia do Senhor” (cf. Is 12.12;
13.6; Jl 2.11). Esse dia é chamado de o “Dia da Vingança” (cf. Is 34.8; 61.2; 62.4), pois nele
o Senhor executará o juízo e a justiça, separando o justo do injusto, evidenciando suas
obras e mostrando neles o seu próprio poder (cf. Mt 25.31-46; 2 Pe 3.1-13; Ap 20.7-15).
À semelhança de Israel, somos chamados ao quebrantamento sincero e à
obediência santa ao Senhor, a fim de sermos contados entre os justos e os tementes a
Deus. Vivemos de modo digno da vocação a que fomos chamados (cf. Ef 4.1), para que
recebamos a coroa da glória (Tg 1.12;1 Pe 5.4; Ap 2.10).

Gladston Cunha

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