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CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
ELETRÔNICA INDUSTRIAL
PROF: MÁRCIO ZAMBOTI FORTES
II.1 – INTRODUÇÃO
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análogo elétrico de um dispositivo, que é montado em um dissipador de calor pode ser o
circuito da figura 2.1. A temperatura na junção de um dispositivo TJ é dado por :
TJ = PA (RJC + RS + RSA )
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Figura 2.2 – Curvas características de resistência térmica
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Em aplicações de potência elevada, os dispositivos são mais efetivamente resfriados
por líquidos, normalmente óleo ou água. O resfriamento com água é muito eficiente e
aproximadamente três vezes mais eficaz que o resfriamento com óleo. Entretanto, é
necessário utilizar água destilada para minimizar a corrosão e anticongelante para evitar o
congelamento. O óleo é inflamável. O resfriamento com óleo, que pode ser restrito a
algumas aplicações, fornece boa isolação e elimina os problemas de corrosão e
congelamento. Os dissipadores de calor com trocadores de calor resfriados com liquido são
comercialmente disponíveis.
A impedância térmica de um dispositivo de potência é muito pequena; como
resultado, a temperatura da junção do dispositivo varia com a perda instantânea de
potência. A temperatura instantânea da junção tem sempre de ser mantida menor que o
valor aceitável. Uma plotagem da impedância térmica transitória em função da duração de
um pulso de onda quadrada é fornecida pelos fabricantes de dispositivos como um dos
dados de catalogo. A partir do conhecimento da forma de onda de corrente através de um
dispositivo, uma plotagem das perdas de potência em função do tempo pode ser
determinada e então as características de impedância transitória podem ser utilizadas para
calcular as variações da temperatura com o tempo. Se o resfriamento falhar em sistemas
práticos, a elevação de temperatura dos dissipadores normalmente será utilizada para
desligar os conversores de potência, em especial nas aplicações de potência muito elevada.
A resposta a um degrau de um sistema de primeira ordem pode ser aplicada para
expressar a impedância térmica transitória. Se Z0 for a impedância térmica de regime
permanente da junção para o encapsulamento, a impedância térmica instantânea poderá ser
expressa por :
Z (t) = Z0 ( 1 – e-t/th)
Onde th é a constante de tempo térmica do dispositivo. Se a perda de potência for Pd, a
elevação de temperatura instantânea da junção acima da temperatura do encapsulamento
será
Tj = Pd Z(t)
Se a perda de energia tiver uma forma pulsada, como mostrado na figura 2.4 , a
equação acima poderá ser aplicada para plotar as respostas a degraus da temperatura da
junção, Tj (t). Se tn for a duração do n-ésimo pulso de potência , as impedâncias térmicas
correspondentes no inicio e fim do n-ésimo pulso serão Z 0 = Z (t=0) = 0 e Z n = Z (t=tn),
respectivamente. A impedância térmica Zn = Z (t=tn) correspondente duração de tn pode ser
encontrada a partir das curvas características da imped6ancia térmica transitória. Se P 1, P2,
P3, ... forem os pulsos de potência, com P2 = P4 = ... = 0, a temperatura da junção ao final do
m-ésimo pulso poderá ser Expressa como
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Figura 2.4 – Temperatura da junção para pulsos retangulares de potência
A temperatura da junção ao final do m-ésimo pulso pode ser encontrada a partir de:
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Tj (t) = Tj0 + P1Z1 – Z2(P2 – P1 ) + Z3 (P3 – P2 ) + …
Z (t = t1 ) = Z1 = Z3 = Z5 = 0,035 C/W
Z (t = t2 ) = Z2 = Z4 = Z6 = 0,025 C/W
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TJ ( t = 3 ms) = 50 – Z4P3 = 50 - 0,025 x 1200 = 20 C
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Figura 2.6 – Redes snubber’s típicas
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Durante a passagem ao estado de condução, as equações de tensão e
corrente podem ser aproximadas por:
400 110
v (t ) 400 x10 6 i (t ) x10 6
5 5
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A energia convertida em calor durante o chaveamento do estado de bloqueio no
sentido direto para o estado de condução, é a área sob a curva de potência, sendo calculada
pela integral da equação de P (t) resultando em 37 mJ.
Assumindo a mesma transição linear durante o intervalo de comutação, teremos o
mesmo pico de 11 kW, embora a energia aumente para 587 mJ, em função do maior valor
do intervalo de comutação.
Suponhamos que se desejasse calcular a potência média dissipada no dispositivo.
Vamos supor que o mesmo opere em 60 Hz com um ciclo de trabalho de 50%, ou seja, um
ângulo de condução de 180 , ou ainda, tempos de condução de bloqueio iguais.
A figura 2.8 ilustra melhor esta condição.
OBS: Esta tensão é entre anodo-catodo e não da fonte que alimenta o circuito
A potência média pode ser calculada somando-se a energia total convertida durante
um período e dividindo-se o resultado pela duração do período. Resumimos abaixo o
cálculo da potência dissipada.
2,3 J
Potênciamediadissipada 140W
16,6ms
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Para baixas freqüências, o tempo de chaveamento é muito pequeno em comparação
com o período total e a potência média é determinada principalmente pela dissipação no
estado de condução.
Em freqüências mais elevadas a dissipação no chaveamento, que é constante, passa
a ser um fator dominante, impondo-se um limite à máxima freqüência de operação.
No que se falou até o momento sobre dissipação de potência, não se mencionou
dissipação de disparo (gatilho). Isto se deve ao fato deste componente de dissipação ser,
normalmente de ordem de grandeza desprezível perto das dissipações em condução e no
chaveamento.
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Existem também curvas baseadas em forma de onda retangulares. As figuras 2.10 a
e b ilustram duas curvas características de potência média.
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Solução :
Para os casos a) e B) vamos desenvolver literalmente o cálculo do valor médio da
corrente, necessário para se utilizar as curvas.
O valor médio é definido como :
T
1
I0
T f (t )dt
O
No caso, a função f(t) é iA (t), e como temos o eixo multiplicado por , a expressão
do valor médio se modifica para :
2
1
I0
2 i
0
A (t ) d ( t )
Im
I0 cos w I m cos cos
2 2
2
1 1
I 0 I m i A (t )d (t ) I sen d (t )
I 0 2 10 cos 2
M
2
Assim teremos :
100 1
I0 1 23,87 A
2 2
Observe que foi utilizada a curva de 120 e não a de 60 porque as curvas são
parametrizadas pelo ângulo de condução e não pelo ângulo de disparo.
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Im
I0 1 1 I m 150 47,74
2
b) Para = o
c)
8 x10 3
1 100
I0
20 x10 3 0
100.dt
20.10 3
.8 x10 3
Para consultar a figura b), devemos inicialmente descobrir qual o ângulo associado.
Mediante uma regra de três simples, calculamos o ângulo de condução :
180 - 10 ms
- 8 ms
180 x8
144
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Da figura b) avaliamos para = 144 e IT(AV) = 40 A, PAV = 62 W
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Figura 2.11 – Curva típica para dissipador
Exemplo 4: Um tiristor tem uma resistência térmica de 1,2 C/W, estando montado
em um dissipador de 2 C/W. Calcule a dissipação máxima de potência se a temperatura de
junção não deve exceder a 125 C e a temperatura ambiente é de 40C.
Solução :
Assumiremos como resistência térmica do tiristor 1,2 C/W, incluindo RJC e RCS .
Assim, teremos:
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TJ – TA = P (RJC + RCS + RSA)
125 – 40 = P (1,2 + 2)
P = 26,6 W
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