UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNAS HUMANAS-CFCH

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
DISCENTE: LEANDRO JANUÁRIO RODRIGUES DE SANTANA
DOCENTE: SERGIO RAMOS
DISCIPLINA: ESTÁGIO CURRÍCULAR SUPERVISONADO DE FILOSOFIA
IV.

Demos início ao Estágio Curricular Supervisionado de Filosofia na Escola

Polivalente de Abreu e Lima, no dia 22/08/2017 ás 19 horas em ponto iniciando com
uma abordagem frente à Coordenadora pedagógica a senhora Telma, onde estivemos
relatando-a o nosso interesse em desenvolver nosso estágio curricular ali naquela escola.
Nós iniciamos como de costume, uma observação em todo perímetro da escola, sua
localização no centro da cidade de Abreu e Lima, sua capacidade de salas que chega ao
todo entre vinte e vinte e cinco, sua história na cidade, sua banda fanfarra que é uma das
melhores do nosso Estado e por fim seu funcionamento no horário da noite, turno no
qual nós escolhemos para trabalhar com as séries de EJA e Ensino Médio Regular.
No dia 25/08/2017, nós nos reunimos mais uma vez com coordenadora Telma
para realizar uma vivência na escola, pois achamos importantes estas duas etapas
iniciais no estágio, onde estivemos conversando com alguns colegas que atuam naquele
lugar como professores da casa, onde podemos observar e vivenciar o ritmo didático e
pedagógico dos docentes. Nosso segundo passa neste dia foi conhecer os possíveis
colegas que poderíamos trabalhar durante o estágio, mas também as series e facha
etárias diversas que observamos durante todo este dia em que estive atuando na escola,
onde procuramos passar nas salas em que estes professores lecionavam as aulas de
filosofia, nas salas de aula pude perceber uma variedade de assuntos e temas para serem
trabalhados com os discentes.
Dai nosso primeiro passo foi nos reunirmos com os professores para decidirmos
como ficariam as aulas de filosofia, nos EJAS e Ensino Médio Regular, escolhemos o
primeiro dia da semana em que eu poderia atuar em sala de aula, sendo a terça-feira
melhor porque estávamos em casa sem aula na Universidade e ai poderia iniciar este dia
com professora Vanja Nestor e na sexta também para completar a carga horaria, com
mais oportunidade de horário, pois na terça só havia apenas duas aulas para ministrar,
por isso decidimos eu a coordenadora e a professora chegarmos também nas sextas-
feiras.
Na semana seguinte, nós iniciamos em sala de aula no terceiro ano, no dia
29/08/2017, onde fomos apresentados às turmas de primeiro, segundo e terceiros anos,
para conhecermos com mais detalhe onde nós atuaríamos com as intervenções de plano
de aula, aula e avaliação. O assunto escolhido para darmos início, foi o Contexto
Político da Grécia Antiga, onde nós tratamos sobre sua organização política, sobre as
condições geográficas e econômicas, pois sabemos que suas cidades eram divididas por
pequenas unidades econômicas, sendo assim não capazes de criar grandes sistemas
políticos maiores. Também tratamos sobre o desenvolvimento político e social da
Grécia que foi acompanhado pelo crescimento e formação e estabelecimento das
Cidades-Estados dizendo ser esta a grande e principal característica, mas também
falamos que esta característica não foi homogenia nas demais cidades gregas.
Continuamos falando sobre o contexto político grego, mas fazendo uma relação
com o nosso contexto atual de nossa política, onde vivemos um momento de reflexão
sobre as estruturas de nossa sociedade, mas realizando um link sempre com o mundo
antigo. O assunto sobre Ética também foi abordado como tema dentro do conceito de
Política, uma vez que não dá para deixar de abordar tal temática dentro do assunto sobre
a vida em comunidade, a ética foi discutida sob o ângulo da honestidade, sobre o agir
correto diante das necessidades da Pólis moderna etc. tal, mas falamos que ninguém
nasce moral, mas vai se constituindo como moral durante sua formação individual e
coletiva. O texto base para esta discussão foi o livro Filosofando: introdução à filosofia
de: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, das páginas: 222 a
231.
Próximo passo foi também realizarmos uma intervenção, ou seja, aula em uma
sala de EJA, o EJA III C, isto é, um terceiro ano para jovens e adultos que estão fora da
faixa etária, sobre o tema da Teoria do Conhecimento. Tratamos de realizar uma
pequena introdução sem texto ou livro, sobre alguns conceitos e desenvolvimentos na
Filosofia desta área do saber científico. Nossas aulas sobre a apreensão do
conhecimento se deu sob o título: Saber o Mundo - o Homem que Sabe. Onde nós
elaboramos um pequeno texto com as perguntas sobre: O que é Teoria do
Conhecimento? O que é Conhecimento? O que é sujeito e objeto do conhecimento e
quais as suas funções? Também dentro desta mesma chave histórica mostramos
algumas escolas filosóficas que discutiram este tema no pensamento Ocidental, como
algumas possibilidades do conhecimento, as escolas do: Ceticismo, Empirismos,
Racionalismo e Materialismo Dialético. Também falamos um pouco sobre o que é o
conhecimento escolar e o que isto significava para eles, e falamos que o conhecimento
escolar que ali está sendo repassado eram fragmentações de Teorias produzidas no
âmbito acadêmico que se fragmentava em várias disciplinas, com uma transposição
didática para eles compreenderem o que se é produzido no mundo da Universidade, um
saber voltado para as necessidades tecnológicas e formação humanística.
A segunda parte do assunto foi à apresentação da teoria das quatro causas em
Aristóteles. Aonde nós retiramos algumas páginas da Metafísica aristotélica para
discutirmos sobre a apreensão das coisas no mundo sensível ou concreto, onde os
sentidos para o estagirita não são corrompido, mas via de apreensão para a primeira
causa do conhecer, ou seja, os sentidos ou sensação, a memória, a experiência, a técnica
ou arte e finalmente a teoria ou episteme sempre mostrando o contraponto entre a doxa
e episteme, mostrando que há a opinião do senso comum e a opinião oriunda de um
saber sofisticado.
Terminada esta primeira parte das intervenções em sala de aula, nós
conversamos com a professora Vanja sobre como seria as aulas da última unidade, uma
vez que nós chegamos no meio do assunto do terceiro trimestre das aulas e assim
ficando de fora de algumas aulas que ocorreram no EJA III C, mas contornado pela
oportunidade de elaboramos o segundo assunto desta unidade como relatamos acima, o
assunto sobre a Teoria do conhecimento.
A docente Vanja Nestor nos pediu para elaboramos uma aula em um EJA, no dia
10/10/2017, por nome: EJA II C, onde ficamos encarregados de elaborar um plano de
aula e aplicá-lo nesta sala. O assunto escolhido pela professora foi sobre a felicidade, na
qual nós também poderíamos dentro deste tema fazermos um link sobre a questão do
corpo, pois sabemos que em nossa sociedade globalizada pelo capitalismo, em que
pessoas desesperadamente buscam um corpo sarado e perfeito para efeitos estéticos de
mídia entre os seus em círculos sociais.
Começamos pelo o que significa ser feliz em nosso tempo, mostrando uma
sociedade de consumo em que pessoas são bombardeadas pela mídia na busca pelo
prazer, felicidade e laser, mas também ligada a algo material como o dinheiro, que lhes
proporcionem certo status social e influência no relacionamento entre indivíduos.
Discorrendo ainda sobre o conceito, falamos sobre o nosso principal objetivo, em que a
felicidade para os dias hodiernos seria uma total ausência de sofrimento, assim estaria
ligada ou constituída a um estado total de ataraxia um termo grego que designava o
estado da alma que nada sofreria incomodo algum ou perturbação. Claro que a ataraxia
grega tinha um propósito bem mais superior do que esta relatada acima de nossa
sociedade, a nossa felicidade tem sido mostrada de diversas formas, ou seja, em que
famosos são retratados com sorrisos no rosto sempre bem acompanhados de mulheres
ou de homens bonitos, que correspondem a um status de felicidade.
Dentro do tema felicidade, nós tratamos como título de nossa intervenção a
seguinte frase: A Prática de Ser Feliz, esta prática estaria fundamentada assim nós
elencamos em três características a primeira delas seria o Sentimento de Satisfação, em
relação ao modo vida que levamos, na possibilidade de nos alegrarmos uns com os
outros e mostrando aos discentes do EJA II C, que a felicidade não é um estado
permanente, e isto é provado pela nossa experiência ou prática na nossa vida.
Demos sequência no assunto no dia 17/10/2017, demonstrando as outras duas
características da felicidade, afirmando que o sentimento de satisfação será insuficiente
para explicar a felicidade, pois há situações em nossas vidas que deparamos com coisas
Conflitantes, e aqui nós falamos sobre esta segunda característica no caminho a
felicidade. Na terceira e última das características, nós mostramos a Autonomia da
Decisão, onde pontuamos se nós não formos livres acabamos presos a opiniões de
outras pessoas, influências externas e teremos nossa vida engessada pelo padrão da
sociedade, coisa que Nietzsche já no século (XIX), chamou de “felicidade de rebanho”.
Acabando por frustrarmos nossos sonhos, desejos, vivendo oprimido por um padrão que
enrijece nossas vidas.
Para que aja uma mudança, será necessária uma Reflexão sobre os nossos tipos
de desejos que temos em nossa vida e vida e m grupo, dando sentido nós mesmos a
projetos que idealizamos e dando sentido as nossas decisões.
Dentro ainda desta chave sobre a felicidade, nós nos propormos a falar também
um pouco sobre os tipos de amor e um pouco sob o olhar do corpo. Na qual também
este assunto é de extrema importância para a discussão da felicidade, uma vez que há
dois anos vimos um caso estarrecedor de um jovem na faixa dos vinte anos, querendo se
parecer com um boneco, isto é ainda uma discussão sobre o fetichismo tão bem
colocado por Marx no século (XIX), constatando o trabalho alienado, Marx verifica na
sociedade uma cisão na produção de mercadorias ou produto, manifesta ruptura entre o
produto e produtor; e o mundo da mercadoria ou do produto passa a impor suas
exigências e valores ao mundo do produtor. Quanto mais se produz mercadorias, mais
os homens se tornam objeto daquilo que ele cria, ou seja, ocorre uma desvalorização do
sujeito passando a mercadoria ser mais valorizada em uma razão direta do produto.
Passamos para o dia 27/10/2017, fechando o assunto com o tema Ética da
Felicidade, onde podemos realizar um papo mais descontraído com o EJA II C, agora já
munidos de alguns pontos discutidos durante a unidade podemos agora colher o que se
plantou, desenvolvemos mais alguns pontos da discussão sobre a felicidade em
sociedade e fechamos com os estudantes e a professora Vanja, uma revisão para o dia
14/11/2017, pois percebemos que sobrou um dia a mais e resolvemos em decisão
unanime dar esta revisão que foi bastante proveitosa para aplicação das provas finais do
ano letivo.
Em seguida, a professora Vanja Nestor me pediu gentilmente para substituí-la no
dia 14/11/2017, onde ficaríamos responsável por monitorar o EJA III C, pois esta turma
estaria por apresentar um trabalho para o complemento da carga horária deles, instituído
pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, decidimos ajudar, pois a mesma
nos ajudou e me auxiliou durante o semestre, então decidimos retribuir o favor
ajudando-a.
Estes foram às atividades desenvolvidas por mim, durante todo o semestre de
2017.2, na Escola Polivalente de Abreu e Lima, dirigida pela também gentil diretora, a
prezada senhora Maria Teresa Gabriel Martins que me acompanhou e orientou-me sobre
os diversos assuntos burocrático da escola, me esclarecendo as dúvidas das vivências da
sala de aula.