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Neste artigo, vamos falar sobre o controle PID e como utilizar ele em aplicações que
exigem um controle mais preciso. Inicialmente, você vai entender o significado das
letras PID (Proportional, Integral, Derivativo) e para explicar vamos iniciar com um exemplo
bem simples para melhor compreensão. Posteriormente, iremos adentrar um pouco mais a
fundo no significado de cada um dos termos e no final faremos um exemplo prático para
memorizarmos os conceitos aqui colocados.
Vamos supor que você está dirigindo pela estrada e tentando manter uma distância
definida atrás do carro que está na sua frente, mensurada aqui como distância X.
1 – P é para Proporcional
3 – D é Derivativo
Se o carro estiver parado e ao sair quisermos atingir uma velocidade de 80 km/h, podemos
pressionar o pedal do acelerador de forma que a velocidade do veículo aumente a uma
velocidade próxima do objetivo de 80 km/h que poderia ser de 75 km/h. Quando chegamos
nos 75km/h, começamos a aliviar o pedal do acelerador para evitar que o veículo vá além
dos 80km/h. Este alívio no pedal do acelerador pode ser diretamente comparado com a
entrada da banda proporcional ou da banda em relação à velocidade requerida. Veja que
se não olharmos para o velocímetro, certamente conduziremos o carro a uma velocidade
que não é a nossa velocidade desejada e teremos um erro (para cima ou para baixo).
Falamos aqui do proporcional.
Observe pela Figura 5 como é importante fechar o loop de realimentação. Veja que se
reMOVermos o loop do feedback (olho do motorista no velocímetro), estaremos
entrando em “controle de loop aberto” e neste caso teremos que controlar a posição do
carro com os olhos fechados! Isso obviamente é impossível mas felizmente, estamos sob
“controle de loop fechado” utilizando nossos olhos para o feedback de posição.
A maioria dos sistemas de controle funcional de forma análoga ao exemplo acima. Assim,
em um sistema de controle de temperatura industrial por exemplo, o controlador de
temperatura toma os sinais PV (valor real que pode ser coletado por um sensor de
temperatura termopar) e SP (Setpoint ou valor desejado inserido diretamente no
controlador) e então coloca estes sinais em uma caixa preta que calcula qual deve ser a
saída do controlador. Essa saída do controlador é enviada então para um atuador que
se MOVe para realmente controlar o processo. O atuador poderia ser um drive que dosa a
energia na resistência que por sua vez aquece um forno industrial.
Estamos interessados aqui no que esta caixa preta realmente faz e quais são os cálculos
proporcional, integral e derivativo que a partir da medição do valor PV, são aplicados de
forma com que o sistema atue para que o valor chegue no Setpoint. Estes cálculos,
chamados de “Modos de Controle” que incluem:
• Proporcional (P)
• Integral (I)
• Derivativo (D)
Para evoluir no nosso entendimento, vamos ver abaixo uma forma simplificada de como o
controle PID atua em um sistema de controle de temperatura. Veja que o diagrama de
blocos neste caso é exatamente o da Figura 5 que utilizamos para representar a
velocidade do veículo. No entanto, detalhamos um pouco mais o bloco de controle PID.
P – Às vezes utilizado;
5.1 – Derivativo
Entre na sala de controle de uma planta de processo e pergunte ao operador:
“Qual é o derivativo da pressão do reator 4?”
E a resposta será tipicamente:
“Não entendi a sua pergunta!”
No entanto se você entrar na sala e perguntar:
“Qual é a taxa de mudança da pressão do reator 4?”
Neste caso, o operador irá examinar o gráfico de tendência da pressão e dizer algo como:
“Cerca de 5 PSI a cada 10 minutos”
Para obter esta resposta o operador apenas olhou o gráfico de pressão e verificou que ela
oscilou em 5PSI no período de 10 minutos. Assim, o derivado é apenas um termo
matemático que significa taxa de mudança. Isso é tudo que há para ele.
5.2 – Integral
Não é de se admirar que tantas pessoas possuem medo do conceito de integrais e
integração, quando nos deparamos com esta definição extraída do Wikipedia:
O que!?!? Se você entendeu sem nunca ter estudado cálculo, então é uma pessoa muito
esperta. No entanto, ao resumir o conceito de integral, teremos:
No gráfico, a linha verde é a temperatura, os círculos vermelhos são onde seu sistema de
controle tem amostrado a temperatura e a área cinza é o integral do sinal da temperatura.
A integral é o somatório dos valores de 5 temperaturas durante o período de tempo em
que você está interessado em integrar. Em termos numéricos é a soma das áreas de cada
um dos retângulos cinzas:
A unidade curiosa (Cs ou graus Celsius x segundos) é somente porque temos que
multiplicar uma temperatura por um tempo, mas não se preocupe com isso pois neste as
unidades não são importantes.
Como você provavelmente pode observar a integral acaba por ser a área sob a curva e
quando temos sistemas do mundo real, nós realmente conseguimos obter uma
aproximação para a área sob a curva utilizando o método mostrado no exemplo da Figura
8. Neste caso é mais simples de ver e entender e não precisamos realizar nenhum cálculo
complexo..
5.4 – O controlador P + I
Se colocarmos a ação proporcional e integral juntas, obteremos o controlador PI e o
diagrama abaixo mostra como o algoritmo em um controlador PI é calculado.
O que fica complicado quando você aplica uma ação Integral é que esta ação realmente
estragará seu processo a menos que você saiba exatamente o quanto de ação Integral
deverá aplicar.
Uma boa técnica de ajuste PID pode te ajudar a saber exatamente o quanto de Integral se
aplicará a um processo específico e veremos isso no final deste artigo. No entanto, como a
ação integral pode ser ajustada em um primeiro momento?
E o ponto importante a notar é que quanto maior for a ação integral, mais rápido ele vai ter
esse valor de 20%. Ou seja, levará menos minutos para chegar lá e então o valor de
“minutos por repetição” será menor.
Em outras palavras, quanto menor o “minutos por repetição”, maior a ação integral.
Para tornar as coisas um pouco mais intuitivas, muitos controladores usam uma unidade
alternativa de “repetições por minuto”, que é obviamente o inverso de “minutos por
repetição”. A coisa agradável sobre “repetições por minuto” é que quanto maior ela é,
maior será a ação resultante da Integral.
Adicionando a ação derivativa pode permitir que você tenha maiores ganhos de P e I e
ainda manter o loop estável, dando-lhe uma resposta mais rápida e melhor desempenho
de loop. Se você pensar nisso, a ação Derivativa pode melhorar a ação do controlador
porque ela prediz o que ainda está por acontecer ao projetar a taxa atual de mudança para
o futuro. Isto significa que não está sendo contabilizado o valor medido atual, mas sim um
valor de medição futuro.
As unidades usadas para a ação derivada descrevem até que ponto você deseja olhar
para o futuro. Exemplo: se a ação derivada for de 20 segundos, o termo derivativo
projetará a taxa de variação atual para o futuro em 20 segundos. O grande problema com
o controle utilizando o D é que se você tem ruído em seu sinal (que se parece com um
monte de picos com lados íngremes) isso sobrecarrega totalmente o algoritmo pois
quando ele verifica a inclinação do pico de ruído. logo ele “pensa” que o processo está
mudando rapidamente, sobrecarregando a ação D fazendo a sua saída de controle saltar
por todo o lugar, estragando o controle.
Claro que você pode tentar filtrar o ruído, mas o meu conselho é que, a menos que o
controle PI seja realmente lento, não se preocupe com a ação D.
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Veja que na planilha temos 2 funções transferência (a do controlador e a do processo).
Para o controlador, vamos ter que determinar os parâmetros Proporcional (C), Integral (Is)
e Derivativo (Ds). Já para o processo seguimos a seguinte regra:
1. Ganho do Processo (K) – a relação entre a variação da variável de processo com relação
entre a variação da variável manipulada;
2. Constante de tempo (T) – mede a velocidade de resposta:
3. Tempo morto (L) – tempo entre a MOVimentação da variável manipulada e o início da
resposta do processo;
Uma das maneiras mais comuns de obter esses parâmetros é fazendo um teste passo a
passo. Como falei anteriormente, tenha em mente que cada processo possui diferenças
de parâmetros e o intuito aqui não é demonstrar como fazer este teste. Apenas vamos
considerar alguns parâmetros de processos comuns para realmente focar no que interessa
que é o PID, pois na prática dificilmente você terá estes parâmetros e terá que testar o PID
sem eles como faremos após esta etapa independentemente de qual processo for o seu.
Em um processo químico, os loops são freqüentemente mais rápidos, com ganhos (K)
variando de 1 a 10, constante de tempo (T) variando de alguns segundos a alguns minutos
e alguns segundos de tempo morto (L). Loops de temperatura por outro lado são
geralmente muito mais lentos, com tempo morto e de resposta no intervalo de alguns
minutos.
• P = 2,0 * Xosc
• I = 1.5 * tosc
• D=I/5
Os valores obtidos com as fórmulas acima resultam em uma resposta ligeiramente mais
amortecida e conseqüentemente todos os valores podem ser reduzidos ligeiramente para
dar um Loop mais responsivo.
No exemplo então, utilizei os valores de processo (K=2, T=10 e L=15) e zerei os termos I e
D. Após isso, fui chutando um valor pequeno de C (0,1 ; 0,2: 0,3, etc….). Em 0,3 você
pode perceber que já conseguimos ter uma pequena oscilação para analisar. Assim,
consegui obter um valor próximo para a amplitude e período.
Abaixo, estão os valores obtidos a partir da análise do gráfico (Xosc e Tosc) e os valores
calculados (P e I):
• Xosc = 0,05
• Tosc = 50
• P = 2*Xosc = 0,1
• I = 1,5*50 = 75
Com os valores obtidos, então agora podemos ajustar o C e o I. Veja que o resultado foi
um controle muito próximo do que precisamos e como na maioria dos casos, nem
precisamos utilizar o D.