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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ATITUDES DOS PROFISSIONAIS


FARMACÊUTICOS (RT) E BALCONISTAS DE DROGARIAS SOBRE A
INTERCAMBIALIDADE E DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

RIBEIRO,Sibele Cristina (Unitri, sibelecristinaribeiro@yahoo.com.br)

RESUMO

Existem atualmente no mercado farmacêutico três modalidades de medicamentos,


os genéricos, similares e de referência. O profissional farmacêutico e o balconista
são as pessoas diretamente envolvidas com a dispensação de medicamentos,
sendo o farmacêutico o único autorizado a realizar a intercambialidade. O objetivo
desse trabalho foi avaliar o nível de conhecimento e atitudes dos profissionais
farmacêuticos e balconistas de drogarias sobre a intercambialidade e dispensação
de medicamentos genéricos, similares e de referência, verificando assim a influência
destes conhecimentos na conduta junto ao cliente. Para isso, realizou-se uma
pesquisa com coleta de dados por aplicação de questionário semi-estruturado,
avaliando os conhecimentos e atitudes de 53 farmacêuticos e 53 balconistas de
drogarias da cidade de Uberlândia – MG. Mais de 80% dos dois grupos
entrevistados demonstraram saber o conceito sobre intercambialidade de
medicamentos e mais de 70% afirmaram que é possível a troca entre medicamento
genérico e referência. Ainda, mais de 70% dos farmacêuticos e balconistas,
ressaltaram atender a solicitação de troca de medicamento similar por outro
medicamento a pedido do comprador em contraposição à norma vigente. Os
resultados mostram, de um modo geral, que tanto farmacêuticos quanto balconistas
apresentam atitudes positivas, em relação à intercambialidade e dispensação de
medicamentos. Em relação ao nível de conhecimento, conclui-se que independente
do tempo de atuação e experiência profissional, farmacêuticos e balconistas
necessitam ainda de atualização a respeito das leis e implantações de normas que
visam à promoção da saúde.
Palavras-chave: Intercambialidade, Dispensação, Medicamentos.
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INTRODUÇÃO

O medicamento é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou


elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico
(BRASIL, 2004a). O mercado farmacêutico nacional além dos medicamentos
genéricos, conta com outras duas modalidades de medicamentos: os medicamentos
de referência e os similares (MONTEIRO et al., 2005).
Medicamento de Referência refere-se ao produto inovador registrado no
órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja
eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão
federal competente, por ocasião do registro (BRASIL, 1999a).
Medicamento Genérico é o medicamento semelhante a um produto de
referência ou inovador, que pretende ser com este intercambiável, geralmente
produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos
de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado
pela Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua ausência, pela Denominação
Comum Internacional (DCI) (BRASIL, 1999a). A comprovação de eficácia e
segurança do medicamento genérico se dá pela comparação de equivalência
terapêutica com o medicamento de referência, por meio de testes de equivalência
farmacêutica (teste “in vitro”) e estudo de bioequivalência (teste “in vivo”) validados
(MASTROIANNI; LUCCHETTA, 2011).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL, 1999a), define
como Medicamento Similar aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios
ativos, apresenta à mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração,
posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de
referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo
diferir em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de
validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser
identificado por nome comercial ou marca. Conforme Araujo et al. (2010), existem no
mercado brasileiro dois tipos de medicamentos similares, aqueles que ainda estão
no processo de adequação, que ocorre por ocasião da renovação do registro
sanitário e aqueles que já estão de acordo com a nova legislação. Segundo
Storpirtis (2008, apud ARAUJO et al., 2010), estima-se que até 2014 todos os
fabricantes de medicamentos similares já terão atendido aos critérios de adequação.
Para Caravante Júnior (2002), o medicamento similar é uma opção de
comercialização definida estrategicamente pela empresa produtora e não pode ser
utilizada para gerar confusão nos profissionais de saúde e nos pacientes. O
medicamento similar não pode ser substituído por nenhuma outra categoria. A
escolha da marca exige prescrição definida pelo profissional responsável, e o
farmacêutico não pode intercambiá-lo, como se faz entre genéricos e referência.
De acordo com ANVISA (ANVISA, 2002), intercambialidade significa a
possibilidade de troca de um medicamento por outro, obtendo exatamente o mesmo
resultado terapêutico. A intercambialidade é prevista em lei apenas para o
medicamento genérico bioequivalente ao medicamento de referência, exigindo-se
ainda, sua comercialização com o nome genérico de acordo com a DCB ou, na sua
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falta com a DCI. Não sendo permitida a intercambialidade entre medicamento similar
com medicamento de referência e similar com medicamento genérico, ANVISA
(BRASIL, 1999a; BRASIL, 2007).
Conforme ANVISA (BRASIL, 2007), é permitido ao farmacêutico à
substituição do medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente,
salvo restrições expressas pelo profissional prescritor. Nesses casos, o profissional
farmacêutico deverá indicar a substituição realizada na prescrição, colocar seu
carimbo e seu nome e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia
(CRF), datar e assinar. Se o prescritor decidir pela não-intercambialidade de sua
prescrição, a manifestação deverá ser efetuada por item prescrito, de forma clara,
legível e inequívoca, devendo ser feita de próprio punho, não sendo permitidas
outras formas de impressão.
Os medicamentos são elementos importantes na recuperação e promoção da
saúde (RIBEIRO, 2011). Entretanto o uso adequado dos medicamentos não
depende apenas de uma prescrição de qualidade, mas é também fruto de
dispensação responsável (PEPE; CASTRO, 2000).
A dispensação faz parte do processo de atenção à saúde e deve ser
considerada como uma ação integrada do farmacêutico com os outros profissionais
da saúde (GALATO et al., 2008). Conforme Sabino e Cardoso (2010) cabem ao
farmacêutico a responsabilidade de treinar os demais funcionários das
drogarias/farmácias para que o façam corretamente, ou seja, promover treinamento
inicial e contínuo dos funcionários para a adequação da execução de suas
atividades (BRASIL, 1999b).
O profissional farmacêutico tem um papel fundamental na utilização de
medicamentos pelos usuários, logo, é um profissional diretamente envolvido na
política do uso racional de medicamentos (MASTROIANNI; LUCCHETTA, 2011). O
farmacêutico deve ser o principal conhecedor no que tange aos medicamentos,
precisando estar muito bem atualizado e instruído para proceder à intercambialidade
ou substituição dos medicamentos de referência por genéricos, com eficiência e
credibilidade (SANTANA; LYRA; NEVES, 2003).
Muitos estabelecimentos executam, cotidianamente, uma série de ações
ilegais e imorais, entre elas a prática de bonificação de medicamentos realizada
pelas indústrias farmacêuticas, a venda de medicamentos sem a devida prescrição,
a “empurroterapia”, e a intercambialidade não respaldada na lei realizada pelas
drogarias (BRASIL, 2000; BARBERATO-FILHO; LOPES, 2007). Assim, a
intercambialidade por medicamentos similares pode ser influenciada por balconistas
e/ou donos de farmácia que recebem bonificação pela venda dos produtos de
algumas indústrias (RUMEL; NISHIOKA; DOS SANTOS, 2006). Atitude essa que
também pode ser explicada pela ampla variação da margem de lucro e do preço
máximo ao consumidor nos medicamentos de referência, genéricos e similares, que
estimula a intercambialidade ilegal de medicamentos (BARBERATO-FILHO; LOPES,
2007). Hernandez e Oliveira Júnior (2006), relatam que balconistas e farmacêuticos
exercem uma forte influência sobre os consumidores de medicamentos, às vezes
maior que a influência dos próprios médicos. Uma iniciativa do governo na busca de
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interferir nos diversos aspectos da intercambialidade foi a implantação dos


medicamentos genéricos.
A implantação da política de genéricos no Brasil tem por objetivo reduzir
significativamente os custos da terapia farmacológica através dos medicamentos
genéricos, possibilitando acesso de maior parcela da população aos tratamentos.
Desta maneira os consumidores passaram a contar com a oportunidade de comprar
medicamentos a preços mais acessíveis, com garantia de qualidade, segurança,
eficácia e intercambialidade com os medicamentos de referência (ARAUJO et al.,
2010). Entretanto, a intercambialidade ilegal se contrapõe a essa possibilidade ao
limitar a escolha do paciente.
O maior conhecimento dos profissionais ligados à prescrição e à dispensação
acerca das categorias de medicamentos existentes e da política de
intercambialidade ampliaria o acesso à melhor opção e o uso racional do
medicamento, que inclui o cumprimento das necessidades terapêuticas com o
menor custo, além da prescrição apropriada, dispensação em condições adequadas,
o consumo nas doses e pelo período de tempo indicado (ALBUQUERQUE;
TAVARES, 2011). Assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar o nível de
conhecimento e atitudes dos profissionais farmacêuticos (RT) e balconistas de
drogaria sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos,
similares e de referência, verificando a influência destes conhecimentos na conduta
junto ao paciente.

METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa com 53 profissionais farmacêuticos (RT) e 53
balconistas de drogarias na cidade de Uberlândia – MG.
Os estabelecimentos escolhidos para aplicação do questionário foram obtidos
por meio do Cadastro Sanitário de Uberlândia, que descreve todos os nomes de
estabelecimentos de drogarias em atividade regular no município segundo a
Vigilância Sanitária de Uberlândia - MG. O tamanho da amostra foi definido baseado
no documento da Organização Mundial de Saúde (OMS) - How to investigate drug
use in health facilities (OMS, 1993), que define técnicas de sorteio para seleção de
estabelecimentos. No mês de Julho de 2012 havia 264 estabelecimentos de
drogarias na Vigilância Sanitária de Uberlândia - MG. Todas as drogarias foram
numeradas e sortearam-se 20% do total, o correspondente a 53 drogarias.
Realizou-se a coleta de dados por meio da aplicação de questionário semi-
estruturado (Apêndice A), desenvolvido pela própria pesquisadora, contemplando
três categorias: dados do entrevistado, avaliação do conhecimento com 10
questões, e avaliação das atitudes com 10 questões. Para cada item do questionário
referente ao conhecimento e atitudes, aplicou-se a pontuação de 1,0 ponto, de forma
que a soma das respostas corretas fossem enquadradas em Satisfatórias,
Regulares e Insatisfatórias, conforme a quantidade de acertos, semelhante à
metodologia proposta por Mastroianni e Lucchetta (2010), (Apêndice B).
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O questionário foi aplicado ao farmacêutico (RT) e balconista que se


encontravam no estabelecimento no momento da visita. Caso o farmacêutico RT
não estivesse presente em 3 visitas consecutivas, o estabelecimento era excluído da
pesquisa e um novo estabelecimento era sorteado aleatoriamente. Nas drogarias
onde se encontravam mais de um balconista, apenas um deveria ser solicitado a
responder o questionário.
Todos os entrevistados tiveram participação voluntária no estudo, com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Declarado (Apêndice C), tendo sua
identidade preservada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistados 53 farmacêuticos e 53 balconistas, respondendo a
questões sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos,
similares e de referência. Dentre os farmacêuticos que participaram da pesquisa,
somente 30,1% são proprietários dos estabelecimentos e ao mesmo tempo
Responsáveis Técnicos (RT). No que se refere ao sexo, houve prevalência do sexo
feminino entre os farmacêuticos com 60,3% de mulheres, e prevalência do sexo
masculino entre os balconistas com 69,8% de homens, conforme a Tabela 1.

Tabela 1- Informações sobre os dados dos entrevistados.


Dados dos Farmacêutico Balconista
Entrevistados
n (53) % n (53) %
Feminino 32 60,3 16 30,1
Sexo Masculino 21 39,6 37 69,8
Menor que 20 anos 0 0 2 3,7
20 a 29 anos 17 32 20 37,7
30 a 39 anos 19 35,8 11 20,7
Idade 40 a 49 anos 04 7,5 5 9,4
50 a 59 anos 02 3,7 3 5,6
Acima de 60 anos 01 1,8 0 0
Não responderam 10 18,8 12 22,6
Graduação 41 77,3 - -
Especialização 11 20,7 - -
Mestrado 1 1,8 - -
Nível de Escolaridade Doutorado 0 0 - -
Ensino Fundamental - - 3 5,6
2º Grau Completo - - 22 41,5
Continua
6

Continuação

Tabela 1- Informações sobre os dados dos entrevistados.


Dados dos Farmacêutico Balconista
Entrevistados
n (53) % n (53) %
2º Grau Incompleto - - 5 9,4
Técnico Completo - - 2 3,7
Nível de Escolaridade Técnico Incompleto - - 1 1,8
3º Grau Completo - - 7 13,2
3º Grau Incompleto - 13 24,5
Até 1 ano 10 18,8 7 13,2
De 1 a 3 anos 12 22,6 10 18,8
Tempo de Atuação De 3 a 5 anos 10 18,8 9 16,9
em Drogaria De 5 a 10 anos 12 22,6 6 11,3
Acima de 10 anos 9 16,9 21 39,6

Referente à formação acadêmica, 92,4% dos farmacêuticos se formaram em


instituição particular e 7,5% em instituição pública, sendo que 77,3% apresentam
somente nível de graduação e 20,7% citaram especialização em áreas como
análises clínicas, homeopatia, manipulação e farmácia industrial (Tabela 1). Foi
observado que entre as especializações referidas nenhuma ocorreu na área de
atuação em drogaria. Ao se verificar o tempo de formado, encontrou-se que 52,8%
se graduaram entre 1 e 5 anos e 47,1% há mais de 5 anos. Em relação aos
balconistas, 41,5% concluíram o 2° grau, sem dar continuidade aos estudos
enquanto 37,7% estão cursando ou já terminaram o 3° grau (Tabela 1).
Quando questionado aos balconistas sobre a realização de cursos na área
farmacêutica, 73,5% responderam ter realizado curso de aplicação de injetáveis e
49% realizaram curso de atendimento ao público, além de outros cursos, conforme
Figura 1.
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Realização de Cursos - Balconistas

Não realizou cursos 15,00%

Vendas e Marketing 37,70%

Atendimento ao público 49,00%

Uso Racional de Medicamentos 15,00%

73,50%
Aplicação de Injetáveis

Figura 1 – Respostas dos balconistas referentes à informação sobre a


realização de cursos na área farmacêutica.
Ao avaliar o nível de conhecimento dos farmacêuticos e balconistas sobre
intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos, similares e de
referência, observou-se que 54,7% dos farmacêuticos apresentaram nível regular (4
a 7 questões acertadas), situação essa não diferente dos balconistas que
apresentaram 58,4%. Para o nível satisfatório (8 a 10 questões acertadas), os
farmacêuticos sobressaíram com 41,0% em relação aos 32,0% dos balconistas
(Figura 2). Seria esperado que o nível de conhecimento de farmacêuticos em
relação à intercambialidade fosse maior, uma vez que manter-se atualizado quanto
às informações e exposições legais da profissão são obrigações éticas do
profissional farmacêutico (BRASIL, 2004b).

Nível de Conhecimento
70,00%
58,40%
60,00%
54,70%
50,00%
41,50%
40,00%
32,00%
30,00% Farmacêuticos

20,00% Balconistas
9,40%
10,00%
3,70%
0,00%
1a3 4a7 8 a 10
Insatisfatório Regular Satisfatório

Figura 2 – Avaliação do nível de conhecimento de farmacêuticos e balconistas


em relação à intercambialidade e dispensação de medicamentos.
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A frequência de acertos das respostas dos farmacêuticos e balconistas


relacionadas ao seu conhecimento sobre intercambialidade e dispensação de
medicamentos genéricos, similares e de referência encontram-se descritas na
Tabela 2.

Tabela 2 – Comparação entre o nível de acertos de farmacêuticos e balconistas


em relação ao conhecimento sobre intercambialidade e dispensação de
medicamentos.
Farmacêuticos Balconistas
Conceitos relativos à intercambialidade e Acertos Acertos
dispensação de medicamentos n (%) n (%)
Conceito sobre intercambialidade de medicamentos 46 (86,7) 47 (88,6)
Intercambialidade entre medicamentos de referência e 50 (94,3) 50 (94,3)
genéricos
Dispensação e intercambialidade de medicamentos 39 (73,5) 41 (77,3)
genéricos
Substituição do medicamento similar por medicamento 23 (43,3) 16 (30,1)
referência
Profissional capacitado a realizar a intercambialidade 36 (67,9) 19 (35,8)
de medicamentos
Procedimento burocrático no ato da dispensação com 36 (67,9) 31 (58,4)
intercambialidade
Informações na prescrição quanto à restrição a 40 (75,4) 34 (64,1)
intercambialidade
Definição de medicamento genérico 38 (71,6) 30 (56,6)
O intuito da implantação dos medicamentos genéricos 11 (20,7) 11 (20,7)
no mercado
Diferença entre medicamento referência e medicamento 38 (71,6) 33 (62,2)
similar

Em relação ao conceito sobre intercambialidade de medicamentos, não houve


diferença significativa entre a proporção de respostas corretas dos farmacêuticos
(86,7%) e balconistas (88,6%). Quando questionados sobre a possibilidade de
intercambialidade entre medicamentos de referência e genéricos, tanto
farmacêuticos como balconistas demonstraram o mesmo nível de conhecimento com
94,3% de acertos, concordando que é possível esse tipo de intercambialidade.
Ao serem questionados sobre o conhecimento relativo à possibilidade de
intercambialidade quando a prescrição contiver nome genérico, 73,5% dos
farmacêuticos e 77,3% dos balconistas consideraram correta a afirmação de que a
única troca possível deve ser entre genérico e referência. Mas ao questionar sobre a
substituição do medicamento similar por um medicamento referência, 56,6% dos
farmacêuticos e 69,8% dos balconistas também afirmaram estar correta essa
afirmação.
Ao referir-se sobre o profissional capacitado a realizar a intercambialidade de
medicamentos, 64,1% dos balconistas afirmaram que a intercambialidade não é uma
ação a ser realizada somente pelo farmacêutico. Em relação aos farmacêuticos,
67,9% acertaram em concordar que a intercambialidade pode ser realizada somente
por farmacêuticos, sendo que o mesmo deverá indicar a substituição realizada na
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prescrição, colocar seu carimbo, seu nome e número de inscrição (CRF), datar e
assinar.
Levando em consideração a proposição da pergunta onde a denominação de
medicamentos genéricos foi descrita como um medicamento inovador, novo no
mercado, 71,6% dos farmacêuticos e 56,6% dos balconistas discordaram da
afirmação, reiterando que a maioria dos entrevistados tem a percepção de que essa
classe de medicamento é uma cópia do medicamento de referência
Quando levantada a questão sobre o intuito da implantação dos
medicamentos genéricos no mercado, 79,2% tanto de farmacêuticos quanto
balconistas responderam incorretamente, afirmando que os medicamentos
genéricos vêm disponibilizar ao paciente uma opção a mais na compra de
medicamentos.
No que diz respeito aos medicamentos similares e sua diferença com
medicamentos de referência, farmacêuticos obtiveram melhor resultado em
comparação aos balconistas, sendo que 71,6% dos farmacêuticos e 63,2% dos
balconistas acertaram em considerar que os medicamentos similares diferenciam-se
dos medicamentos referência por não apresentarem testes de bioequivalência. Ao
contrário do observado por Mastroianni e Lucchetta (2010), onde 48% dos
farmacêuticos definiram erroneamente medicamento similar, além de afirmarem ser
um medicamento sem registro ou com teste de bioequivalência.
Ao avaliar o nível das atitudes dos farmacêuticos e balconistas sobre
intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos, similares e de
referência, observou-se que 54,7% dos farmacêuticos apresentaram nível
satisfatório (8 a 10 questões acertadas), sendo que entre os balconistas 66% das
respostas foram classificadas no nível satisfatório (Figura 3).

Comparação nível de conhecimento e atitudes

66,00%
Satisfatório
Atitudes

54,70%

Regular 30,10%
45,20%
Balconistas
Conhecimento

Satisfatório 32,00%
41,50% Farmacêuticos

Regular 58,40%
54,70%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%

Figura 3 – Comparação entre o nível de conhecimento e atitudes dos


farmacêuticos e balconistas em relação à intercambialidade e dispensação de
medicamentos.
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Quando questionados sobre a realização de troca/intercambialidade de


medicamentos prescritos, 86,7% dos farmacêuticos e 77,3% dos balconistas
afirmaram já ter realizado em algum momento (Figura 4), sendo que tanto
farmacêuticos quanto balconistas que informaram essa troca, citaram que esta foi
feita entre medicamentos com o mesmo princípio ativo.

Realização de troca de medicamentos prescritos


100,00%
86,70%
90,00%
77,30%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00% Sim
40,00%
Não
30,00%
20,70%
20,00%
7,50%
10,00%
0,00%
Farmacêuticos Balconistas

Figura 4 – Situação da realização de troca de medicamentos prescritos por


farmacêuticos e balconistas.

Em relação à possibilidade de atender a solicitação de troca de medicamento


similar por outro medicamento a pedido do comprador, 75,4% dos farmacêuticos e
balconistas afirmaram atender esse tipo de solicitação.
Ao serem questionados sobre a substituição correta para dispensação de
Diclofenaco de Potássio 50mg com 20 drágeas, somente 17,0% dos farmacêuticos e
20,8% dos balconistas erraram a questão. Situação não muito diferente encontrada
em relação à substituição correta para Novalgina 500mg/ml gts 20 ml, onde 9,5%
dos farmacêuticos e 15,1% dos balconistas erraram a resposta.

Tabela 3 – Comparação entre o nível de acerto das atitudes de farmacêuticos e


balconistas sobre intercambialidade e dispensação de medicamentos.
Farmacêuticos Balconistas
Situações relacionadas à intercambialidade Acertos Acertos
e dispensação de medicamentos n (%) n (%)
Similares são medicamentos dispensados como 49 (92,4) 51 (96,2)
bonificados

Continua
11

Continuação

Tabela 3 – Comparação entre o nível de acerto das atitudes de farmacêuticos e


balconistas sobre intercambialidade e dispensação de medicamentos.
Farmacêuticos Balconistas
Situações relacionadas à intercambialidade Acertos Acertos
e dispensação de medicamentos n (%) n (%)
Similares são medicamentos que apresentam maior 37 (69,8) 41 (77,3)
comissão
Nenhum medicamento deve ser dispensado na ausência
do medicamento referência e seu genérico 15 (28,3) 18 (33,9)
correspondente
Solicitação de troca de medicamento similar por outro
medicamento a pedido do comprador não deve ser 13 (24,5) 13 (24,5)
atendida
Substituição correta para dispensação de Diclofenaco de 44 (83,0) 42 (79,2)
Potássio 50mg com 20 drágeas
Substituição correta para a dispensação de Novalgina 48 (90,5) 45 (84,9)
500mg/ml gts 20 ml

Para os medicamentos que apresentam maior comissão para o vendedor,


69,8% dos farmacêuticos e 77,3% dos balconistas assinalaram ser o medicamento
similar. Conforme Fernandes et al. (2011), o lucro de indústrias, distribuidoras e
drogarias com os medicamentos similares tende a ser maior do que com genéricos.
Barberato-Filho e Lopes (2007) reafirmam a existência da bonificação, observada
correntemente nos denominados similares B com margem de lucro variante entre
147-236%, enquanto que nos denominados similares A, fica em torno de 44-57%.
Ao serem questionados sobre a prioridade na escolha do medicamento a ser
dispensado sem prescrição, houve diferenças entre farmacêuticos e balconistas,
sendo que 43,3% dos farmacêuticos marcaram que a escolha depende do
medicamento e 41,5% dos balconistas escolhem em primeiro lugar a dispensação
de medicamentos genéricos (Figura 6).
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Primeira escolha para dispensação sem


prescrição
Balconistas Farmacêuticos

Qualquer medicamento 3,70%


5,60%

Depende do medicamento 32,00%


43,30%

Medicamento similar 15,00%


13,20%

Medicamento genérico 41,50%


33,90%

Medicamento referência 7,50%


3,70%

Figura 6 – Relação da primeira escolha de farmacêuticos e balconistas na


dispensação de medicamentos sem prescrição.

Quando perguntado ao farmacêutico e balconista sobre receber uma


prescrição de medicamento referência e na falta do medicamento referência ou
genérico correspondente, qual medicamento seria dispensado, somente 28,3% dos
farmacêuticos e 33,9% dos balconistas, acertaram a questão concordando que
nenhum medicamento poderia ser dispensado nessa situação (Tabela 3).

DISCUSSÃO

Ao analisar o tempo de atuação em drogarias (Tabela 1), 60,2% dos


farmacêuticos apresentaram até 5 anos de atuação e 39,6% dos balconistas acima
de 10 anos. Sabino e Cardoso (2010) constataram em pesquisa que 85% dos
balconistas entrevistados possuíam mais de dez anos de profissão. Embora a
dispensação de medicamentos não exija formação técnica específica, o grau de
conhecimento adquirido nesta atribuição pode ser um fator que contribua para a
permanência do balconista neste cargo por longo tempo.
Quanto à realização de cursos na área farmacêutica, 73,5% dos balconistas
responderam ter realizado curso de aplicação de injetáveis (Figura 1), o que difere
do encontrado por Sabino e Cardoso (2010), onde se relata que entre os 16
balconistas que aplicavam injetáveis, a maioria (69%) não possuía cursos
específicos de capacitação. Ainda quanto à capacitação dos balconistas, foi
observado que 49% deles realizaram curso de atendimento ao público, além de
outros cursos. Esses resultados indicam existir preocupação dos balconistas em
relação ao atendimento e à conquista de clientes, o que pode gerar aumento de
vendas e maior comissão.
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Referindo-se sobre a possibilidade de intercambialidade entre medicamentos


de referência e genéricos, tanto farmacêuticos como balconistas concordaram com
94% de acertos, que é possível esse tipo de intercambialidade. Resultado
expressivo também foi encontrado por Silva (2002), verificando que 70% dos seus
entrevistados farmacêuticos sabem da possibilidade de intercambialidade entre
medicamentos genéricos e de referência.

Ao serem questionados sobre o conhecimento relativo à possibilidade de


intercambialidade quando a prescrição contiver nome genérico, 73,5% dos
farmacêuticos e 77,3% dos balconistas consideraram correta a afirmação de que a
única troca possível deve ser entre genérico e referência. Tal resultado contradiz a
afirmação de outra questão em que 56,6% dos farmacêuticos e 69,8% dos
balconistas afirmaram que é correta a substituição do medicamento similar por um
medicamento de referência. Resultados esses que diferem do encontrado no interior
de São Paulo por Mastroianni e Lucchetta (2010), onde somente 13,3% dos
farmacêuticos afirmaram ser possível a intercambialidade entre medicamento similar
e referência. Tal fato indica uma confusão por parte dos profissionais responsáveis e
atendentes em relação à intercambialidade, uma vez que, conforme ANVISA
(BRASIL, 1999a ; BRASIL, 2007), a intercambialidade é prevista em lei apenas para
o medicamento genérico bioequivalente ao medicamento de referência. As normas
relativas à intercambialidade proíbem troca entre medicamento similar e o
medicamento de referência e entre similar e medicamento genérico.
Em relação ao intuito da implantação dos medicamentos genéricos no
mercado, 79,2% tanto de farmacêuticos quanto balconistas responderam que os
medicamentos genéricos vêm disponibilizar ao paciente uma opção a mais na
compra de medicamentos. Sabe-se que o medicamento genérico deve assegurar a
oferta de medicamentos de qualidade e baixo custo no mercado e de fomentar o
acesso da população a esses medicamentos (BRASIL, 1999a ; QUENTAL et al.,
2008). Esses resultados apontam não só para a necessidade de melhora na
divulgação dos medicamentos genéricos, mas principalmente para a falta de
interesse dos profissionais da saúde em relação aos medicamentos genéricos e
seus objetivos no mercado. Os farmacêuticos como responsáveis pelo
esclarecimento popular quanto ao uso dos medicamentos, deveriam ter informação
a respeito das categorias de medicamentos, seu papel social e as possibilidades de
intercambialidade. De acordo com Fernandes, Coutinho e Do Valle (2011), é
importante a participação do farmacêutico na prestação de informações acerca do
medicamento genérico devido à questão de intercambialidade do mesmo. Em Faria
e Tavares-Neto (2006), médicos e farmacêuticos foram citados como as principais
fontes de informação de medicamentos genéricos, por apenas 12,9% e 4,6% de
cada um dos grupos, respectivamente. Para Rocha, Barros e Silva (2007), apenas
15% dos entrevistados disseram obter informações sobre medicamentos genéricos
através dos balconistas. Os dados apresentados e a bibliografia sobre o assunto
revelam que a preparação tanto de farmacêuticos quanto dos balconistas no sentido
de esclarecer a população sobre as informações básicas referentes aos
medicamentos é insuficiente, o que de fato interfere no Uso Racional de
Medicamentos (URM) pela população.
14

Referente ao profissional capacitado a realizar a intercambialidade de


medicamentos, 64,1% dos balconistas afirmaram que a intercambialidade não é uma
ação a ser realizada somente pelo farmacêutico, o que pode ser indício de que
praticam essa troca em sua rotina de trabalho. Em relação aos farmacêuticos, 67,9%
acertaram em concordar que a intercambialidade pode ser realizada somente por
farmacêuticos. O trabalho realizado por Santana, Lyra e Neves (2003) difere dos
resultados aqui encontrados, onde em sua pesquisa foi constatado que 77% dos
profissionais farmacêuticos não sabiam de seu papel na intercambialidade de
medicamentos.
Embora balconistas com 66% de acertos, tenham se saído melhor na
classificação das atitudes quando comparados aos farmacêuticos com 57% de
acertos (Figura 3), não justifica estarem aptos a exercerem a intercambialidade de
medicamentos. Em relação aos conhecimentos, os resultados dos balconistas (32%
satisfatório) foram piores que os dos farmacêuticos (41,5% satisfatório), o que
representa uma contradição, pois a prática adequada é geralmente decorrente do
conhecimento, e o nível de conhecimento dos balconistas mostra-se
destacadamente discrepante às atitudes.
Quando questionados sobre a realização de troca/intercambialidade de
medicamentos prescritos, tanto farmacêuticos como balconistas afirmaram já ter
realizado em algum momento (Figura 4). Conforme Barberato-Filho e Lopes (2007) o
que estimula a intercambialidade ilegal de medicamentos é a ampla variação da
margem de lucro e do preço máximo ao consumidor nos medicamentos de
referência, genéricos e similares. Hernandez e Oliveira Júnior (2006) afirmam que os
maiores influenciadores da troca de medicamentos são os balconistas ou os
farmacêuticos seguidos pelo próprio médico.
Mais de 90% dos farmacêuticos e balconistas afirmaram ser o medicamento
similar dispensado como medicamento bonificado. De acordo com Barberato-Filho e
Lopes (2007), os medicamentos similares bonificados geralmente são
comercializados de maneira ilegal, utilizando práticas como a intercambialidade com
medicamentos de referência ou mesmo genéricos, pela “empurroterapia” e pela
automedicação. Situação também reconhecida por Barros (1997), que encontrou
explicação para o aumento nas vendas e comissões, por detecção de uma
estratégia sui generis, conhecida como empurroterapia, que consiste em vender o
máximo possível de produtos bonificados. O que se entende é que a
intercambialidade ilegal está diretamente relacionada com a prática da venda de
medicamentos bonificados e ligada a empurroterapia, visando maior lucro/comissão
ao vendedor e em prejuízo da prática do Uso Racional de Medicamentos (URM).
Em relação à prioridade na escolha do medicamento a ser dispensado sem
prescrição, 43,3% dos farmacêuticos marcaram que a escolha depende do
medicamento e 41,5% dos balconistas escolhem em primeiro lugar a dispensação
de medicamentos genéricos (Figura 6). Embora os balconistas não tenham
demonstrado ser bons conhecedores da definição de medicamentos genéricos e do
intuito da implantação destes no mercado, este resultado indica serem eles os que
tendem a dispensar mais medicamentos genéricos quando não há prescrição. Esse
fato confirma o exposto por Fernandes et al. (2011), que descrevem que a
15

introdução da política de medicamentos genéricos está mudando o panorama da


venda de medicamentos similares.
Diante da possibilidade de atender a solicitação de troca de medicamento
similar por outro medicamento a pedido do comprador, 75,4% dos farmacêuticos e
balconistas afirmaram atender esse tipo de solicitação. Portanto, fica evidente que
tanto farmacêuticos quanto balconistas em sua grande maioria realizam a
intercambialidade ilegal entre medicamento similar com genéricos ou referência.
Para Rumel, Nishioka e Dos Santos (2000), a intercambialidade com medicamentos
similares é influenciada por balconistas e/ ou donos de drogarias que recebem
bonificação pela venda dos produtos de algumas indústrias.
Ao analisar a situação em receber uma prescrição de medicamento referência
e na falta do medicamento referência ou genérico correspondente, qual
medicamento seria dispensado, somente 28,3% dos farmacêuticos e 33,9% dos
balconistas, acertaram a questão (Tabela 3). Rumel, Nishioka e Dos Santos (2000),
revelam que, na prática, medicamentos similares também acabam sendo
intercambiáveis com genéricos ou novos prescritos, em desrespeito ao prescritor e
às normas regulatórias vigentes. Para Mastroianni e Lucchetta (2010), a falta de
conhecimento do farmacêutico quanto ao tipo de medicamento pode comprometer o
acesso ao medicamento e o cumprimento da terapêutica por dispensação incorreta
e ser possível o oferecimento de um medicamento de maior custo ao usuário.
Conforme Organização Pan-Americana de Saúde (2007), a população precisa
ser orientada a recorrer ao farmacêutico para monitorização sobre os medicamentos
e seu uso racional, o que demonstra que o farmacêutico é parte integrante e
fundamental na cadeia de profissionais envolvidos ao URM.
O profissional farmacêutico, devendo ser o maior conhecedor da área de
medicamentos, por estar diretamente envolvido em todas as etapas do processo,
desde o preparo ou fabricação até dispensação seguida de orientação e em alguns
casos o acompanhamento farmacoterapêutico, deveria estar mais comprometido
com a promoção de Uso Racional de Medicamentos (URM). Mota et al. (2008)
descrevem que a prática do URM envolve a apropriação de conhecimentos e
mudanças de conduta de diversos agentes sendo alguns deles os farmacêuticos,
balconistas e pacientes.

CONCLUSÃO

Os resultados mostram, de um modo geral, que tanto farmacêuticos quanto


balconistas apresentam atitudes positivas, em relação à intercambialidade e
dispensação de medicamentos. Entretanto foram levantadas práticas não indicadas,
usuais na troca de medicamento realizadas por estes profissionais. Em relação ao
nível de conhecimento, conclui-se que farmacêuticos e balconistas independente do
tempo de atuação e experiência profissional, necessitam ainda de atualização a
respeito das leis e implantações de normas que visam à promoção da saúde. As
condutas desses profissionais devem ser norteadas pela aplicação legal das normas
16

de intercambialidade, em favor do paciente, na busca do melhor tratamento pelo


menor custo.
Através desse trabalho foi possível detectar que o balconista exerce uma
influência sobre a escolha do medicamento no momento da dispensação. Desta
maneira, um treinamento adequado ao balconista e a supervisão direta do
farmacêutico sobre a prática da dispensação podem garantir as escolhas adequadas
em relação às necessidades do cliente/paciente.
17

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21

APÊNDICE – A - Questionário
Avaliação do conhecimento e atitudes de profissionais farmacêuticos (RT) e balconistas de
drogarias sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos similares, genéricos e de
referência.

DADOS DO ENTREVISTADO

* Profissão: * Profissão:
( )Farmacêutico RT. ( ) Balconista de Drogaria
( )Farmacêutico RT e Proprietário

* Idade: _________________ * Idade:________________

* Formação Acadêmica: * Escolaridade:


( ) Particular ( ) Pública ( ) Ensino Fundamental
( ) 2º Grau Completo ( ) 2º Grau incompleto
( ) 3º Grau Completo ( ) 3º Grau Incompleto
* Tempo de formado: ( ) Curso Técnico Completo.
( ) Até 1 ano. Qual Curso? __________________________
( ) De 1 a 3 anos.
( ) De 3 a 5 anos. ( ) Curso Técnico Incompleto.
( ) De 5 a 10 anos. Qual curso? ___________________________
( ) Acima de 10 anos.

* Tempo de atuação como Balconista de


* Grau de Escolaridade: Drogaria:
( ) Graduação. ( ) Até 1 ano.
( ) Lato Sensu – Especialização. ( ) De 1 a 3 anos.
Qual Área: _________________________ ( ) De 3 a 5 anos.
( ) De 5 a 10 anos.
( ) Stricto Sensu – Mestrado. ( ) Acima de 10 anos.
Qual Área: _________________________

( ) Stricto Sensu – Doutorado. * Já fez algum curso na área de farmácia ou


Qual Área: _________________________ de vendas?
( ) Aplicação de Injetáveis.
( ) Uso racional de medicamentos.
* Tempo de atuação como Farmacêutico ( ) Atendimento ao público.
(RT): ( ) Vendas e marketing.
( ) Até 1 ano. ( ) Outros. Qual? _____________________
( ) De 1 a 3 anos.
( ) De 3 a 5 anos.
( ) De 5 a 10 anos.
( ) Acima de 10 anos.
22

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Para as questões abaixo assinale apenas uma alternativa.

1) A Intercambialidade de medicamentos é conhecida como a possibilidade de troca de um


medicamento por outro, obtendo exatamente o mesmo resultado terapêutico.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

2) Medicamentos de referência podem ser intercambiáveis com medicamentos genéricos.


( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

3) Prescrição feita por denominação genérica, a dispensação será permitida apenas para
medicamento genérico ou seu respectivo medicamento de referência.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

4) No ato da dispensação do medicamento similar, o mesmo poderá ser substituído por


medicamento de referência.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

5) A intercambialidade de medicamentos na drogaria pode ser realizada somente por


farmacêutico.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

6) Nos casos da realização da intercambialidade o profissional atendente deverá indicar a


substituição realizada na prescrição, colocar seu carimbo e seu nome e número de inscrição
do Conselho Regional de Farmácia (CRF), datar e assinar.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

7) A restrição à substituição do medicamento prescrito por outro, deve ocorrer quando


houver manifestação na prescrição sendo apresentada por item prescrito, de forma clara,
legível e inequívoca, devendo ser feita de próprio punho.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

8) Medicamento genérico é considerado um medicamento inovador, novo no mercado.


( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

9) O intuito da implantação dos medicamentos genéricos no mercado é disponibilizar ao


paciente uma opção a mais na compra de medicamentos.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço

10) Os medicamentos similares diferenciam-se dos medicamentos de referência devido os


medicamentos similares não apresentarem testes de biodisponibilidade e bioequivalência.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço
23

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES


Para as questões abaixo assinale apenas uma alternativa.

11) São dispensados como medicamentos “bonificados” os:


( ) Medicamentos de referência ( ) Medicamentos genéricos ( ) Não sei
( ) Medicamentos similares ( ) Outros medicamentos

12) Quais medicamentos dispensados apresentam maior comissão para o vendedor?


( ) Medicamentos de referência ( ) Medicamentos genéricos ( ) Não sei
( ) Medicamentos similares ( ) Depende do medicamento

13) Você já realizou alguma troca de medicamentos prescritos?


( ) Sim ( ) Não

14) A última troca realizada por você abrangeu:


( ) Medicamentos com o mesmo principio ativo.
( ) Medicamentos com princípios ativos diferentes.
( ) Não realizei intercambialidade.

15) A prescrição da última troca realizada por você provinha de:


( ) Prescrição digitada, sem ressalvo a não intercambialidade.
( ) Prescrição digitada com ressalvo a não intercambialidade.
( ) Prescrição de próprio punho, sem ressalvo a não intercambialidade.
( ) Prescrição de próprio punho, com ressalvo a não intercambialidade.
( ) Não realizei intercambialidade.

16) No ato da dispensação sem prescrição, você escolhe em primeiro lugar:


( ) Medicamento de referência ( ) Medicamento similar ( ) Qualquer um
( ) Medicamento genérico ( ) Depende do medicamento

17) Em caso de receber uma prescrição de medicamento referência e na falta do


medicamento referência ou genérico correspondente, qual medicamento você dispensaria:
( ) Medicamento com outro principio ativo ( ) Medicamento similar
( ) Qualquer medicamento com o mesmo princípio ativo ( ) Nenhum medicamento

18) Você já atendeu a solicitação de troca de medicamento similar por outro medicamento a
pedido do comprador?
( ) Sim ( ) Não

19) Dentre os medicamentos abaixo, escolha qual a substituição correta para dispensação da
prescrição de “Diclofenaco de Potássio” 50 mg com 20 drágeas :
( ) Cinaflan 50 mg com 20 drágeas. ( ) Cataflan 50 mg com 20 drágeas.
( ) Neotaflan 50 mg com 20 drágeas. ( ) Doriflan 50 mg com 20 drágeas.

20) Dentre os medicamentos abaixo, escolha qual a substituição correta para dispensação da
prescrição da “Novalgina” 500 mg/ml gts 20 ml:
( ) Anador 500 mg/ml gts 20 ml. ( ) Diprin 500 mg/ml gts 20 ml.
( ) Dipirona sódica 500 mg/ml gts 20 ml. ( ) Magnopyrol 500 mg/ml gts 20 ml.
24

APÊNDICE - B – Tabela de Avaliação

Tabela – Nível de satisfação na avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais


farmacêuticos (RT) e balconistas, sobre a dispensação e intercambialidade de medicamentos
genéricos, similares e de referência.

Avaliação do Conhecimento Avaliação das Atitudes


Pontuação Pontuação
Satisfatório 8 a 10 Satisfatório 8 a 10
Regular 4a7 Regular 4a7
Insatisfatório 0a3 Insatisfatório 0a3
25

APÊNDICE – C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E DECLARADO

1) Confirmo por meio deste que a aluna Andréia de Ávila Peixoto do Curso de Farmácia
– UNITRI convidou-me a participar do trabalho de Conclusão de Curso intitulado:
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ATITUDES DOS PROFISSIONAIS
FARMACÊUTICOS E BALCONISTAS DE DROGARIAS SOBRE A
DISPENSAÇÃO E INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS,
SIMILARES E DE REFERÊNCIA. Estou informado(a) de que não haverá nenhum
procedimento evasivo durante o estudo.
2) Eu, _____________________________________________________, concordo em participar
deste estudo que será realizado através de aplicação de um questionário, onde responderei de
acordo com o meu conhecimento, já estando esclarecido(a) de qualquer informação coletada a
meu respeito ficará a disposição se necessário, das autoridades regulamentadoras, esta informação
será mantida em sigilo e se os resultados forem publicados, eu não serei identificada. E que posso
me recusar a participar deste estudo ou que posso abandoná-lo a qualquer momento.
3) Estou informado(a) que o objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento sobre a dispensação e
intercambialidade de medicamentos genéricos, similares e de referência.
4) Concordo que este trabalho é importante para avaliar o conhecimento dos profissionais
envolvidos na dispensação e intercambialidade de medicamentos.
5) Estou informado(a) de que todas as informações a mim fornecidas por meio deste formulário de
consentimento informado estão de acordo com as regulamentações locais.
6) Informo que tenho uma cópia deste formulário, o qual foi assinado em duas vias idênticas, e que
o nome da pesquisadora é Andréia de Ávila Peixoto e seu respectivo telefone é: (34) 8828-9053,
sendo que posso entrar em contato a qualquer momento.
7) Confirmo por meio deste que concordo em participar deste estudo de maneira inteiramente
voluntária.
Uberlândia, _____ de _____________________ 2012.
__________________________________________________
Assinatura do Voluntário
_____________________________________________
Assinatura do Pesquisador

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