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RESUMO
INTRODUÇÃO
falta com a DCI. Não sendo permitida a intercambialidade entre medicamento similar
com medicamento de referência e similar com medicamento genérico, ANVISA
(BRASIL, 1999a; BRASIL, 2007).
Conforme ANVISA (BRASIL, 2007), é permitido ao farmacêutico à
substituição do medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente,
salvo restrições expressas pelo profissional prescritor. Nesses casos, o profissional
farmacêutico deverá indicar a substituição realizada na prescrição, colocar seu
carimbo e seu nome e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia
(CRF), datar e assinar. Se o prescritor decidir pela não-intercambialidade de sua
prescrição, a manifestação deverá ser efetuada por item prescrito, de forma clara,
legível e inequívoca, devendo ser feita de próprio punho, não sendo permitidas
outras formas de impressão.
Os medicamentos são elementos importantes na recuperação e promoção da
saúde (RIBEIRO, 2011). Entretanto o uso adequado dos medicamentos não
depende apenas de uma prescrição de qualidade, mas é também fruto de
dispensação responsável (PEPE; CASTRO, 2000).
A dispensação faz parte do processo de atenção à saúde e deve ser
considerada como uma ação integrada do farmacêutico com os outros profissionais
da saúde (GALATO et al., 2008). Conforme Sabino e Cardoso (2010) cabem ao
farmacêutico a responsabilidade de treinar os demais funcionários das
drogarias/farmácias para que o façam corretamente, ou seja, promover treinamento
inicial e contínuo dos funcionários para a adequação da execução de suas
atividades (BRASIL, 1999b).
O profissional farmacêutico tem um papel fundamental na utilização de
medicamentos pelos usuários, logo, é um profissional diretamente envolvido na
política do uso racional de medicamentos (MASTROIANNI; LUCCHETTA, 2011). O
farmacêutico deve ser o principal conhecedor no que tange aos medicamentos,
precisando estar muito bem atualizado e instruído para proceder à intercambialidade
ou substituição dos medicamentos de referência por genéricos, com eficiência e
credibilidade (SANTANA; LYRA; NEVES, 2003).
Muitos estabelecimentos executam, cotidianamente, uma série de ações
ilegais e imorais, entre elas a prática de bonificação de medicamentos realizada
pelas indústrias farmacêuticas, a venda de medicamentos sem a devida prescrição,
a “empurroterapia”, e a intercambialidade não respaldada na lei realizada pelas
drogarias (BRASIL, 2000; BARBERATO-FILHO; LOPES, 2007). Assim, a
intercambialidade por medicamentos similares pode ser influenciada por balconistas
e/ou donos de farmácia que recebem bonificação pela venda dos produtos de
algumas indústrias (RUMEL; NISHIOKA; DOS SANTOS, 2006). Atitude essa que
também pode ser explicada pela ampla variação da margem de lucro e do preço
máximo ao consumidor nos medicamentos de referência, genéricos e similares, que
estimula a intercambialidade ilegal de medicamentos (BARBERATO-FILHO; LOPES,
2007). Hernandez e Oliveira Júnior (2006), relatam que balconistas e farmacêuticos
exercem uma forte influência sobre os consumidores de medicamentos, às vezes
maior que a influência dos próprios médicos. Uma iniciativa do governo na busca de
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METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa com 53 profissionais farmacêuticos (RT) e 53
balconistas de drogarias na cidade de Uberlândia – MG.
Os estabelecimentos escolhidos para aplicação do questionário foram obtidos
por meio do Cadastro Sanitário de Uberlândia, que descreve todos os nomes de
estabelecimentos de drogarias em atividade regular no município segundo a
Vigilância Sanitária de Uberlândia - MG. O tamanho da amostra foi definido baseado
no documento da Organização Mundial de Saúde (OMS) - How to investigate drug
use in health facilities (OMS, 1993), que define técnicas de sorteio para seleção de
estabelecimentos. No mês de Julho de 2012 havia 264 estabelecimentos de
drogarias na Vigilância Sanitária de Uberlândia - MG. Todas as drogarias foram
numeradas e sortearam-se 20% do total, o correspondente a 53 drogarias.
Realizou-se a coleta de dados por meio da aplicação de questionário semi-
estruturado (Apêndice A), desenvolvido pela própria pesquisadora, contemplando
três categorias: dados do entrevistado, avaliação do conhecimento com 10
questões, e avaliação das atitudes com 10 questões. Para cada item do questionário
referente ao conhecimento e atitudes, aplicou-se a pontuação de 1,0 ponto, de forma
que a soma das respostas corretas fossem enquadradas em Satisfatórias,
Regulares e Insatisfatórias, conforme a quantidade de acertos, semelhante à
metodologia proposta por Mastroianni e Lucchetta (2010), (Apêndice B).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistados 53 farmacêuticos e 53 balconistas, respondendo a
questões sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos,
similares e de referência. Dentre os farmacêuticos que participaram da pesquisa,
somente 30,1% são proprietários dos estabelecimentos e ao mesmo tempo
Responsáveis Técnicos (RT). No que se refere ao sexo, houve prevalência do sexo
feminino entre os farmacêuticos com 60,3% de mulheres, e prevalência do sexo
masculino entre os balconistas com 69,8% de homens, conforme a Tabela 1.
Continuação
73,50%
Aplicação de Injetáveis
Nível de Conhecimento
70,00%
58,40%
60,00%
54,70%
50,00%
41,50%
40,00%
32,00%
30,00% Farmacêuticos
20,00% Balconistas
9,40%
10,00%
3,70%
0,00%
1a3 4a7 8 a 10
Insatisfatório Regular Satisfatório
prescrição, colocar seu carimbo, seu nome e número de inscrição (CRF), datar e
assinar.
Levando em consideração a proposição da pergunta onde a denominação de
medicamentos genéricos foi descrita como um medicamento inovador, novo no
mercado, 71,6% dos farmacêuticos e 56,6% dos balconistas discordaram da
afirmação, reiterando que a maioria dos entrevistados tem a percepção de que essa
classe de medicamento é uma cópia do medicamento de referência
Quando levantada a questão sobre o intuito da implantação dos
medicamentos genéricos no mercado, 79,2% tanto de farmacêuticos quanto
balconistas responderam incorretamente, afirmando que os medicamentos
genéricos vêm disponibilizar ao paciente uma opção a mais na compra de
medicamentos.
No que diz respeito aos medicamentos similares e sua diferença com
medicamentos de referência, farmacêuticos obtiveram melhor resultado em
comparação aos balconistas, sendo que 71,6% dos farmacêuticos e 63,2% dos
balconistas acertaram em considerar que os medicamentos similares diferenciam-se
dos medicamentos referência por não apresentarem testes de bioequivalência. Ao
contrário do observado por Mastroianni e Lucchetta (2010), onde 48% dos
farmacêuticos definiram erroneamente medicamento similar, além de afirmarem ser
um medicamento sem registro ou com teste de bioequivalência.
Ao avaliar o nível das atitudes dos farmacêuticos e balconistas sobre
intercambialidade e dispensação de medicamentos genéricos, similares e de
referência, observou-se que 54,7% dos farmacêuticos apresentaram nível
satisfatório (8 a 10 questões acertadas), sendo que entre os balconistas 66% das
respostas foram classificadas no nível satisfatório (Figura 3).
66,00%
Satisfatório
Atitudes
54,70%
Regular 30,10%
45,20%
Balconistas
Conhecimento
Satisfatório 32,00%
41,50% Farmacêuticos
Regular 58,40%
54,70%
Continua
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Continuação
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
WHO. How to investigate drug use in helth facilities; selected drug use indicators.
Geneva: World Health Organization (WHO), 1993:87p. (DAP Research Seres; 7/
WHO/DAP/93.1).
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APÊNDICE – A - Questionário
Avaliação do conhecimento e atitudes de profissionais farmacêuticos (RT) e balconistas de
drogarias sobre a intercambialidade e dispensação de medicamentos similares, genéricos e de
referência.
DADOS DO ENTREVISTADO
* Profissão: * Profissão:
( )Farmacêutico RT. ( ) Balconista de Drogaria
( )Farmacêutico RT e Proprietário
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Para as questões abaixo assinale apenas uma alternativa.
3) Prescrição feita por denominação genérica, a dispensação será permitida apenas para
medicamento genérico ou seu respectivo medicamento de referência.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Desconheço
18) Você já atendeu a solicitação de troca de medicamento similar por outro medicamento a
pedido do comprador?
( ) Sim ( ) Não
19) Dentre os medicamentos abaixo, escolha qual a substituição correta para dispensação da
prescrição de “Diclofenaco de Potássio” 50 mg com 20 drágeas :
( ) Cinaflan 50 mg com 20 drágeas. ( ) Cataflan 50 mg com 20 drágeas.
( ) Neotaflan 50 mg com 20 drágeas. ( ) Doriflan 50 mg com 20 drágeas.
20) Dentre os medicamentos abaixo, escolha qual a substituição correta para dispensação da
prescrição da “Novalgina” 500 mg/ml gts 20 ml:
( ) Anador 500 mg/ml gts 20 ml. ( ) Diprin 500 mg/ml gts 20 ml.
( ) Dipirona sódica 500 mg/ml gts 20 ml. ( ) Magnopyrol 500 mg/ml gts 20 ml.
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APÊNDICE – C
1) Confirmo por meio deste que a aluna Andréia de Ávila Peixoto do Curso de Farmácia
– UNITRI convidou-me a participar do trabalho de Conclusão de Curso intitulado:
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ATITUDES DOS PROFISSIONAIS
FARMACÊUTICOS E BALCONISTAS DE DROGARIAS SOBRE A
DISPENSAÇÃO E INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS,
SIMILARES E DE REFERÊNCIA. Estou informado(a) de que não haverá nenhum
procedimento evasivo durante o estudo.
2) Eu, _____________________________________________________, concordo em participar
deste estudo que será realizado através de aplicação de um questionário, onde responderei de
acordo com o meu conhecimento, já estando esclarecido(a) de qualquer informação coletada a
meu respeito ficará a disposição se necessário, das autoridades regulamentadoras, esta informação
será mantida em sigilo e se os resultados forem publicados, eu não serei identificada. E que posso
me recusar a participar deste estudo ou que posso abandoná-lo a qualquer momento.
3) Estou informado(a) que o objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento sobre a dispensação e
intercambialidade de medicamentos genéricos, similares e de referência.
4) Concordo que este trabalho é importante para avaliar o conhecimento dos profissionais
envolvidos na dispensação e intercambialidade de medicamentos.
5) Estou informado(a) de que todas as informações a mim fornecidas por meio deste formulário de
consentimento informado estão de acordo com as regulamentações locais.
6) Informo que tenho uma cópia deste formulário, o qual foi assinado em duas vias idênticas, e que
o nome da pesquisadora é Andréia de Ávila Peixoto e seu respectivo telefone é: (34) 8828-9053,
sendo que posso entrar em contato a qualquer momento.
7) Confirmo por meio deste que concordo em participar deste estudo de maneira inteiramente
voluntária.
Uberlândia, _____ de _____________________ 2012.
__________________________________________________
Assinatura do Voluntário
_____________________________________________
Assinatura do Pesquisador