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História do Direito

Prof. Hermison Victor


AULA INAUGURAL – Noções
Introdutórias – História do Direito
Apresentação
Prof. Hermison Victor
Apresentação da Ementa
 Gênese e desenvolvimento social do
Direito ao longo da História.
 O Direito Romano.
 O Direito Medieval V – XV (Direito Medieval = Direito
Feudal/Direito Canônico).
 A formação do Estado Moderno. (surgiu a partir
da fragmentação do sistema feudal).
 O Direito da modernidade (século XV) aos
nossos dias.
 Aspectos relevantes da História do Direito
Luso-brasileiro.
Bibliografia
 WOLKMER, Antonio Carlos (org).
Fundamentos de História do
Direito. 9ª.ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2015.
DAVID, René. Os Grandes Sistemas
do Direito Contemporâneo. São
Paulo: Martins Fontes, 2014.
PALMA, Rodrigo Freitas. História
do Direito. 5.ed. São Paulo: Saraiva,
2015.
Forma avaliativa
 N1 
 70% Prova (7q. Obj. e 5 disc.)
 30% Livre

 Resenha Crítica (0,5 + 0,5 + 0,5);


Seminário 1,5
N2 
 60% Prova (7q. Obj. e 5 disc.)
 20% Faculdade

 20% Livre

Resenha Crítica (0,5 + 0,5)


Seminário 1,0
Método - Aulas
Exposição do conteúdo.
 Organização:
Em tópicos;
Ordem cronológica;
Final do tópico  resumo do que
foi ministrado.
Método - Aulas
 Indicação de texto  p/ resenha crítica.
 Debates em sala de aula após a entrega da
resenha crítica.
 Todos devem participar.

 Resenha crítica
 Uma lauda;
 Resumo informativo sobre o tema +
opinião.
 Vedação de cópias – internet.
 Texto digital  entregue ao prof. e enviado
por e-mail.
Observações
Abordagem de conceitos
elementares.
Obs.: níveis de conhecimentos diferentes.
O que se estuda em uma faculdade?
 Professor: mostra o caminho.
 Aluno (alumnus, alumni) Alimentando de Conhecimento.
Diferença entre o estudo da História
e História do Direito.
Roteiro
Conceitos Básicos;
Evolução – Sistema jurídico;
Pré-história;
Impacto da Escrita no Direito.
1. Conceitos Básicos
1.1. O que é Direito?
1.2. O que é História do Direito?
1.3. Qual objeto de estudo da História do
Direito?
1.4. Qual a importância de se estudar
História do Direito?
1.1. O que é Direito?
A palavra direito se origina do
latim directum, que significa o que está
conforme à regra. Vem dos romanos
antigos e é a soma da palavra DIS
(muito) + RECTUM (reto, justo, certo).
Trata-se de um conjunto de regras
obrigatórias que garante a convivência
social, que regula a conduta do homem
na sociedade, que coloca um mínimo de
regra ou de norma a ser seguida pela
sociedade.
1.2. O que é História do
Direito?
uma ciência que pesquisa e estuda o
significado dos processos de
alteração das estruturas jurídicas,
penetrando e convivendo com as
naturais modificações de ordem política,
econômica e cultural de uma sociedade
ao longo do tempo.
1.3. Qual objeto de estudo
da História do Direito?
A História do Direito tem como objeto de
estudo o próprio direito.
Tendo o historiador do direito o papel de
relatar, descrever e comentar
sobre:
• O que efetivamente vigorou como
direito.
• E quais foram as contribuições para os
dias atuais.
1.4. Qual a importância de se
estudar História do Direito?
José Fábio Rodrigues Maciel e Renan Aguiar (2007, p.
22):
“A função precípua da história do direito na formação
dos bacharéis encontra-se na desnaturalização da
permanência ou evolução, em fazer o jurista
observar que o direito relaciona-se com o seu
tempo e contexto (social, político, moral) e que o
direito contemporâneo não é uma nova versão do
direito romano ou uma evolução do direito medieval,
mas sim fruto de um complexo de relações
presentes na sociedade e que progride a par das
forças indutoras capazes de modificá-lo, transformá-
lo, revolucioná-lo.”
Resumo dos conceitos básicos
• Direito Conjunto de regras que
garante e regula a vida em sociedade.
• História do Direito Estuda proc. de
alteração.
• Objeto(História do Direito) o próprio Direito.
• Importância do estudo(História do Direito) 
Entender  que o Direito é fruto de relações complexas
presentes na sociedade. Progride/ transforma/ revoluciona.
Evolução – Sistema jurídico
• Períodos
• Período Irracional;
• Período Consuetudinário;
• Período da Legislação Escrita.
 Período Irracional
Período marcado por ausência de
norma regulamentando condutas,
impunha às partes o julgo divino
submetendo-as ao recurso indigesto
das ordálias.
 Período Irracional
Ordálias  Sistema de prova, pautado
em uma aprovação que dependia de uma
revelação divina.
O acusado era submetido a uma aprovação
a fim de provar sua inocência ou sua
culpa.
Ex.:
• Lançado no rio amarrado a pedras. Se sobrevivesse,
era inocente.
• Tinha sua mão enfiada em um caldeirão fervendo. Se
fosse queimado era culpado.
 Período Irracional
Ordálias  Sistema de prova
O sistema dependia de uma proteção
divina.
Transferência de responsabilidade pelas
atrocidades cometidas.
Geralmente, não existia inocência pautada
nesse tipo de sistema.
 Período Irracional
Ordálias  Sistema de prova, pautado
em uma aprovação que dependia de uma
revelação divina.
Exemplos: Daniel na cova dos leões, lançado pelo
Rei, e não foi consumido pelas feras.
 Período Irracional
Ordálias 
Exemplos:
Período Irracional
Ordálias  as partes envolvidas no
conflito se entregavam a duras provas,
tais como:
• Marcação com ferro em brasa;
• Banhos de água fervente e outros.
Sempre esperando que a intervenção
divina apontasse a parte que tinha
razão e seria poupada do escárnio.
Período Irracional
Características do período irracional
• Justiça divina;
• Insegurança jurídica;
• Ausência de julgador externo.
Período Consuetudinário
A “justiça” ganha foros de autonomia e, o
que lastreia a relação entre os homens
passam a ser os costumes não escritos.
Período Consuetudinário
Costumes - prática reiterada e
constante de determinados atos que
acaba por gerar a mentalização de que
tais atos sejam essenciais para o bem da
coletividade.

Comportamento reiterado e constate +


ideia de obrigatoriedade;
Período Consuetudinário
Características fundamentais:
• Homem solucionar seus conflitos;
• Insegurança jurídica.
Período da Legislação Escrita
É o sistema de leis escritas, o
positivismo que garante à maioria dos
povos da atualidade maior segurança
jurídica ao regulamentar as ações
humanas, até mesmo limitando-as.
Período da Legislação Escrita
Características:
• Evolução do Direito
• Segurança jurídica, mas comprometida;
• Evolução Social.
• Não consegue regulamentar todas as
situações da vida em sociedade.
Resumo dos Períodos –
Evolução - Sistema jurídico
• Períodos
• Período Irracional  ausência de escrito/julgamento
divino (ordálias).

• Consuetudinário  ausência de escrito/ prevalência dos


costumes.

• Período da Legislação Escrita  positivação/


segurança jurídica.
História do Direito
Prof. Hermison Victor
AULA 02 – Pré-história e o Impacto da
Escrita
Linha do Tempo
Pré-história  não há escrita
4000 a.c.  surgimento da escrita
 3– Pré-história
Povos sem escrita;
Na Pré-história surge o Direito?
É com a fala que o sistema de
regramento pode ter sido criado.
(Surgimento do Direito – Necessidade de comunicação).
3 – Pré-história
Exemplos de achados que possivelmente
poderiam ter relações com o
surgimento do Direito.
• Pinturas Rupestres;
• Regras de organização;
3 – Pré-história
• Sepulturas;
• Sentimento religioso;
• Respeito aos mortos.
3 – Pré-história
• Regras de espaço e de divisão de
tarefas;
• Regras familiares.
 3 – Pré-história
Tribos isoladas sem interação;
• Fontes do Direito na Pré-história.
• Costumes (transmitido diretamente e por gerações);
• Precedentes (julgamento de situações concretas,
desenvolvido pelo chefe tribal).
• Julgamento pelos chefes de família  utilizavam das mesmas
soluções costumeiras já consolidadas.
• Precedente: conceito atual (decisão isolada + fundamentação -
regra).
3.1 – Pré-história - Direito
Penal dos Povos sem escrita
Direito Penal  a camada mais remota do Direito.
• Três etapas das vinganças:
• Vingança divina;
• Vingança privada; e
• Vingança pública.
3.1.1. – Pré-história - Direito Penal dos
4. 1.1
Povos semVingança Divina
escrita – vingança divina
Os parâmetros comportamentais
deveriam seguir necessariamente
aspectos religiosos.
O temor religioso pautava a conduta
dos homens.
Totens e tabus  sagrados/ limitadores
de condutas.
3.1.1. – Pré-história - Direito Penal dos
4.1.1
Povos semVingança Divina
escrita – vingança divina
Ex. de penas:
Açoites;

Pena de morte  para violações graves


a fim de purificar o indivíduo e o grupo.
Pena de perda da paz  deixava de ter
a proteção social – poderia sofrer ofensas/agressões
(não teria direito/paz resguardada) por ter violado a divindade.
3.1.2. – Pré-história - Direito Penal dos
4.1.2
Povos semVingança Privada
escrita – vingança privada
Não se refere em vingança entre
pessoas.
Mas entre grupos. (Extermínio de grupos em conflitos).
3.1.3 – Pré-história - Direito Penal dos
4.1.3
Povos semVingança Pública
escrita – vingança pública
• Houve certa evolução do direito;
• Mas as penas permaneciam cruéis e
bárbaras.
• Carrasco - terceira pessoa em nome da
sociedade (grupo social) para impor as penas.
3.1.3 – Pré-história - Direito Penal dos
4.1.3
Povos semVingança Pública
escrita – vingança pública
Ex.: de sanções (penas):

• Esquartejamento;
• Amputações;
• Forca;
• Decapitações;
• Castigos corporais;
• Crucificação; e
• Empalamento.
4.1.3 Vingança
Resumo Pública
- Pré-história
• Povos sem escrita;
• Quando surge o direito? com a
comunicação.
• Fontes do Direito  Costumes e
precedentes.
• Direito penal dos povos sem escrita
 etapas das vinganças:
• Vingança divina  normas divinas;
• Vingança privada  vingança entre grupos.
• Vingança pública  terceiro (Estado).
 4. Impacto da Escrita
Início: 4000 a.C.
Onde: Mesopotâmia.

Roteiro
4.1. Primeira Lei escrita – Ur-Nammu
4.2. Código de Eshnunna - 1930 a.c.
4.3. Código de Hamurabi - 1772 a.C.
4.3.1. Lei de Talião.
 4. Impacto da Escrita
Qual é a importância da escrita?
• Transmissão de pensamento.
• Permanência no tempo.
4. Impacto da Escrita
Fixação de nômades;
Relações entre tribos/grupos sociais;
Região da Mesopotâmia;
 4. Impacto da Escrita
Região da Mesopotâmia;

Técnica de gravação de símbolos;


Técnica cuneiformes (primeira forma de escrita conhecida)
 4.1. Primeira lei Escrita
Código de Ur-Nammu
 4.1. Primeira lei Escrita
Código de Ur-Nammu

Principais contribuições:
• Possibilidade de conversão de penais
corporais em penas pecuniárias.
• Havia uma noção de gradação de
penas.
4.1. Primeira lei Escrita
Código de Ur-Nammu
Dispositivos do Código:
Se um homem comete assassinato, deve ser morto;
Se um homem comete roubo, deve ser assassinado;
Se um homem viola o direito de outro de deflorar sua mulher, ele
poderá matar o violentador.
Se a esposa de um homem o abandona e dorme com outro, ela deve
ser escravizada e ele libertado.
Se um homem deflora, à força, a escrava de outro, deve pagar 5
moedas de prata.
Se um homem, com um soco, arranca o dente de outro, pagará 2
moedas de prata.
Se um homem se divorcia de sua primeira esposa, pagará a ela uma
moeda de prata.
Se um homem arranca o pé de outro, pagará 10 moedas de prata.
Se um homem sequestrar alguém, pagará 15 moedas de ouro.
 4.1. Primeira lei Escrita
Características do Código de Ur-
Nammu
• Técnica mínima de proporcionalidade
entre as penas.
• Gradação entre as penas.
• Distinção de gravidade entre os delitos.
• Mas não houve o abandono da
barbaridade.
 4.2. Código de Eshnunna - 1930
a.c.
Código de Eshnunna
 4.2. Código de Eshnunna - 1930
a.c.
Código de Eshnunna
Nele havia cerca de 60 normas
escritas. (Direito Penal e Civil)
• Contribuições do Código de
Eshnunna:
• Direito de família (contratos de casamento) e
responsabilidade Civil
4.2. Código de Eshnunna - 1930 a.c.
Alguns dispositivos do Código de Eshnunna

5. Se um barqueiro é negligente e deixa afundar o barco, ele responderá


por tudo aquilo que deixou afundar.
22. Se um cidadão que não tem o menor crédito sobre outro conserva, no
entanto, como penhor, o escravo desse cidadão, o proprietário do escravo
prestará juramento diante de deus: "Tu não tens o menor crédito sobre
mim"; então o dinheiro correspondente ao valor do escravo deverá ser
pago por aquele que com ele está.
27. Se um homem toma por mulher a filha de um cidadão sem
pedir consentimento dos pais da moça, e não concluiu um
contrato de comunhão e casamento com eles, a mulher não será
sua esposa legítima, mesmo que ela habite um ano na sua casa.
36. Se um cidadão dá os seus bens em depósito a um estalajadeiro, e se a
parede da casa não está furada, o batente da porta não está partido, a
janela não está arrancada, e se os bens que ele deu em depósito se
perdem, o estalajadeiro deve indenizá-lo.
56. Se um cão for considerado perigoso, e se as autoridades da Porta
preveniram o proprietário do animal, mas o cachorro morder um cidadão
causando a morte deste, o proprietário do cão deve pagar dois terços de
uma mina de prata.
 4.3. Código de Hamurabi -
1726 a.C.
Código de Hamurabi
• Legados do Código de Hamurabi:
• Publicidade;
• Norma escrita (Segurança Jurídica);
• Tratamento isonômico entre classes.
 4.3. Código de Hamurabi.
Código de Hamurabi
Influência do Código de Hamurabi:
• Responsabilidade Civil;
• Adoção;
• Prática de Crimes;
• Erros médicos;
• Princípio da publicidade (permanência visíveis para todos os
cidadãos)
 4.3. Código de Hamurabi.
Código de Hamurabi
Influência do Código de Hamurabi:
Responsabilidade Civil
Erro médico
218º - Se um médico trata alguém de uma grave ferida com a lanceta
de bronze e o mata ou lhe abre uma incisão com a lanceta de
bronze e o olho fica perdido, se lhe deverão cortar as mãos.
Construtor
233º - Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não a leva
ao fim, se as paredes são viciosas, o arquiteto deverá à sua
custa consolidar as paredes.
 4.3. Código de Hamurabi.
Código de Hamurabi
Influência do Código de Hamurabi:
Direito de Família
• Adoção
185º - Se alguém dá seu nome a uma criança e a cria como
filho, este adotado não poderá mais ser reclamado.
• Divórcio
Divórcio requerido pelo marido - poderia repudiar a mulher
por qualquer motivo, principalmente quando deixava de
exercer os deveres de esposa e dona de casa.
Divórcio requerido pela mulher – poderia repudiar por mal
conduta do outro, mas a mulher necessariamente deveria ter
uma conduta ilibada (reta).
 4.3. Código de Hamurabi.
Código de Hamurabi
Influência do Código de Hamurabi:
Direito de Família
Adultério
Somente a mulher cometeria adultério.
Homem que se envolvia com mulher casada, era apenas
partícipe.
Pena: amarravam (a mulher adúltera e o partícipe)
lançavam os dois na água (pena de morte)
Se a mulher solteira se relacionasse com o homem, não
haveria adultério. (Concubinato era admitido).
 4.3.1. Código de Hamurabi –
Aspectos Penais - Lei de Talião.
Primeiras formas estabelecidas pela sociedade para
se determinar as penas por delitos praticados.
• Não é uma lei propriamente dita.
• A Lei de Talião era uma ideia (forma de determinar as
penas).

• Pena  de igual intensidade ao mal causado.


 4.3.1. Código de Hamurabi –
Aspectos Penais - Lei de Talião.
Código de Hamurabi que ilustra aspectos
penais da lei de Talião.
Ex.:
196º - Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe
deverá arrancar o olho.
229º - Se um arquiteto constrói para alguém e não o
faz solidamente e a casa que ele construiu cai e fere
de morte o proprietário, esse arquiteto deverá ser
morto.
Resumo do impacto da escrita
• 4.1. Primeira Lei escrita;  2100 a.C. 
proporcionalidade entre penas/ gradação entre
penas/ ñ abandono da barbaridade.
• 4.2. Código de Eshnunna - 1930 a.C.  Direito
Penal e Direito Civil (família e resp. Civil)
• 4.3. Código de Hamurabi. 1726 a.C. 
Responsabilidade Civil / adoção / Prática de Crimes / Erros médicos /
Princípio da publicidade;
• Lei de Talião.  “Olho por olho, dente por dente”.
História do Direito
Prof. Hermison Victor
AULA 03 – Grécia Antiga
5. Grécia Antiga
Grécia Antiga
• Não era um país;
• Composta por inúmeras cidades-estado
(poleis) independentes (regidas por um ordenamento
jurídico próprio – soberania).
• Com Deuses e hábitos em comum.
• Terreno acidentado  gerava pequenos vales
com peculiaridades próprias.
• Buscaram a proximidade do litoral.
• Tradição náutica entre os Gregos.
5.1. Grécia Antiga – O problema da
exiguidade das fontes.
• Dificuldades:
• O Direito nas cidades-estado da Grécia
antiga foi pouco estudado no Brasil.
• Existem muitas lacunas sobre o tema.

• Oportunidades:
• Achados arqueológicos.

• Recorre-se a critérios filosóficos para


reconstruir esse quebra-cabeças.
• Obra importante (A Política - Aristóteles).
 5.2. Grécia Antiga – o berço da
filosofia
• Legado de pensadores gregos
(Sócrates/Platão/Aristóteles) se tornaram
referência intelectual.
• Obs.: o que é a Teoria da Régua Lésbica Aristotélica ou
da Régua de Lesbos?  Aristóteles comparava a tarefa de
um juiz ao realizar o julgamento por equidade à Régua de
Lesbos.
• No campo da política, Atenas foi a responsável
imediata por ter presenteado o mundo com a
democracia.
• A inquietação pelo saber marcou o espírito dessa
civilização.
 5.3. Grécia Antiga – Direito Grego
• Direito  “dikáion”  A palavra Grega que se
aproximava da ideia de direito.
• Justiça  “diakaiosúne”, etimologicamente
associada a  Justiça;
Os Gregos não foram grandes juristas (em
elaboração de Leis).
Não se preocuparam em critérios para estabelecer
o direito como uma ciência, mas se
preocuparam em difundir uma noção de
justiça.
Entendiam que o Direito deveria fazer parte da
educação de todos os cidadãos.
 5.3. Grécia Antiga – Direito Grego
As profissões jurídicas (promotores,
juristas, advogados) não eram vistas
com bons olhos. Isso seria um
subterfúgio à prática da justiça.
A noção de Direito deveria ser uma
consequência natural de justiça
presente na consciência coletiva.
 5.3. Grécia Antiga – Direito Grego -
Características
Trata-se de um direito:
• Consuetudinário;
• Ritualístico;
• Fundado no culto aos
antepassados;
• Desenvolvido no seio da própria
família.
 5.3.1. Direito Grego – Ações
Públicas e Privadas - Conceito
AÇÕES PRIVADAS (diké) AÇÕES PÚBLICAS (Graphé)
• A ação privada era um • A ação pública podia ser
debate judiciária entre iniciada por qualquer
dois ou mais litigantes cidadão que se
reivindicando um direito considerasse prejudicado
ou contestando uma pelo Estado, por exemplo,
ação, e somente as por ação corrupta de
partes envolvidas podiam funcionário público.
dar início à ação.
 5.3.1. Direito Grego – Ações
Públicas e Privadas - Exemplos
AÇÕES PRIVADAS AÇÕES PÚBLICAS
• Assassinato (diké phonou); • Contra o oficial que se recusa a
prestar contas (graphé alogiou);
• Perjúrio (diké
pseudomartyrion) • Por impiedade (graphé asebeias);
• Contra oficial que aceita suborno
• Propriedade (diké blabes);
(graphé doron);
• Assalto (diké aikias); • Contra estrangeiro pretendendo
• Violência sexual (diké biaion); ser cidadão (graphé xenias);
• Ilegalidade (diké • Contra o que propões decreto
paranomon); ilegal (graphé paranomon);
• Roubo (diké klopes) • Por registrar falsamente alguém
como devedor do Estado (graphé
pseudengraphes).
 5.3.1. Direito Grego – Noção de
Constitucionalismo
Atenas  florescimento de uma noção
preliminar de constitucionalismo.
• Por meio de suas Ações Públicas.

• “Graphés”  Ações Públicas;

• “Graphé paranomón”  ação que


questionava a validade dos atos
normativos (antecedente mais remoto do
controle de constitucionalidade).
 5.3.2. Direito Grego – Direito
Natural
Os Gregos desenvolveram também a consciência da
existência de uma lei eterna, imutável, a reger
o homem indistintamente.
Ideia embrionária do que convencionamos chamar hoje
de “Direito Natural”.

O que é direito Natural?

O direito natural, ou jus naturalismo  é a Teoria


Jurídica que acredita no direito universal, natural,
não humano, mas uma lei da natureza, anterior ao
Estado.
5.3.2. Direito Grego – Direito Natural
Crimes Naturais  condutas que são
incriminadas, em regras, independentemente de
condições de tempo e lugar, do momento
histórico ou do ordenamento jurídico
(furto/roubo/estupro).
Crimes de plástico  condutas que são incriminadas
apenas em determinadas condições de tempo e
lugar, refletindo o estágio em que a sociedade se
encontra. (Crimes contra a ordem tributária,
econômica/ crimes cibernéticos etc.).
Obs.: Concurso - prova (MP/MS);
5.3.4. Direito Grego – Forma de
transmissão
• Gregos - domínio da leitura e a escrita.

• A literatura jurídica passou a ser uma fonte de


instrução e prazer.

• Recitais de normas jurídicas de forma


poética.
5.3.4. Direito Grego – Forma e fontes
• Fonte principal do Direito Grego
• “Nomos”  regra ou leis transmitidas por
costumes. (Não constituíam codificações).
“O costume de aprender de cor”

Nomorreia (“nomos” (norma ou lei) + “rhoea” (fluxo contínuo))


Penal proliferação de normas penais como
mecanismo de controle social por parte do
Poder Público, visando atender a
interesses políticos. (Direito Penal
Simbólico).
Pan-penalismo/monomania/neopunitivismo e hipertrofia penal
 5.3.5. Direito Grego – Magistrados
e Árbitros
Figuras importantes:
• Magistrados (eram sorteados entre candidatos eleitos).
• Período de 1 (um) ano p/ exercer atividade inerente à
Adm. da Justiça. (Evitar perpetuação no poder).
• Árbitros (julgadores privados, escolhidos pelas
partes para solucionar seus conflitos).
• “Lógrafos” ou “Logógrafos”  técnicas
propriamente jurídicas/redator de discursos
forenses: pedidos, defesas etc. “Eram escritores profissionais de
discursos forenses. Os logógrafos escreviam para seus clientes um discurso que este último
deveria recitar como se fosse de sua autoria.”
5.3.3. Direito Grego – Atividade
legislativa
A atividade legislativa é mais intensificada após o
século VII a.C.

Principais Legisladores:
• Atenas  Drácon, Sólon e Péricles.
• Esparta  Licurgo.
 5.3.6. Direito Grego – Leis de
Drácon
Legados dos Gregos
Leis de Drácon (620 anos A.c.) – Legislação mais
antiga da Grécia - Antiga.
Conceito: Drácon (expressão draconiana) –
extremamente dura.
Publicidade – havia determinação que as leis
de Drácon fossem gravadas em pedras de mármore e
afixadas em locais públicos.
Recurso obrigatório aos Tribunais– quando
clãs brigavam entre si. (Busca da justiça mais
apurada).
 5.3.7. Direito Grego - Sólon
Sólon  legislador/jurista e poeta
Um dos sete sábios da Grécia Antiga.

• História de Sólon
• Era um Nobre;
• Faliu, reergueu-se  habilidade comercial apurada
 preocupava-se com os devedores.
• Por isso, entendeu que o direito não poderia ser severo
com os devedores.

“A justiça é como uma teia de aranha: Retém os insetos


pequenos enquanto os grandes transpassam a teia e
ficam livres”.
Sólon – 638 a.C. – 558 a.C.
 5.3.7. Direito Grego - Sólon
• Instaurou a igualdade civil.
• Proibiu a hipoteca de terras;
• Escravidão por endividamento.

No período de Sólon:
• Justiça estava nas mãos dos cidadãos (o Direito
deveria estar disperso na noção coletiva de justiça).
• Não poderia ser atribuída tão somente aos operadores
técnicos.
 5.3.7. Direito Grego - Sólon
Boulé (órgão) = Conselho ou Senado.
Estabeleceu as bases do primeiro Conselho
(Boulé) – Assembleia restrita que se encarregava de
tratar de assuntos da cidade.
 5.3.7. Direito Grego - Sólon
Contribuições de Sólon ao Direito
• Estabeleceu a noção de Democracia;
• Demokratía - Demos (povo) + Kratos (poder)
• Estabeleceu uma legislação igualitária;
• Estimulou a distribuição de riquezas;
• Estimulou a ideia de reforma agrária.
• Proibiu a escravidão por dívida;
• Estimulou o desenvolvimento econômico de Atenas –
Leis que unificavam sistemas de pesos e
medidas.
• Reformou o sistema monetário.
5.3.8. Direito Grego – Tribunais
Em Atenas havia um sofisticadíssimo modelo de
organização judiciária.
Areópago  “o mais antigo tribunal de Atenas: de
acordo com a lenda, foi instituído pela deusa Atena,
por ocasião do julgamento de Orestes.”
• Características:
• Atribuições mal definidas;
• Atribuições amplas;
• Foi transformado posteriormente em uma corte de justiça e
conselho político.
• No sec. IV somente julgava casos de homicídios com
premeditação, de incêndio e de envenenamento.
• Atividades até a era Cristã;
5.3.8. Direito Grego – Tribunais
• Tribunal de Heliastas;
• Características
• A mais democrática corte de Atenas
• Julgamento através de JÚRI POPULAR.
• 6.000 cidadãos;
• Escolhido por sorte;
• +30 anos;
• Exerciam importantes funções.
• Outras duas cortes
• “Xenicon Dikasterion”  julgamento em que uma
das partes era estrangeira.
• Nautodikai  espécie de tribunal marítimo.
História do Direito
Prof. Hermison Victor
AULA 04 – Grécia Antiga – Parte 2
5.3.09. Direito Grego – Princípio da
Legalidade
Final do sec. VIII a.C. a oralidade começa
a ser abandonada e as leis escritas
passam a ser registradas em pedras.
• Desenvolvendo os seguintes Efeitos:
• Comunidade ganha estabilidade;
• Afastando-se de julgamentos arbitrários;
• Afasta de decisões inconsistentes.
“AS AUTORIDADES NÃO TÊM PERMISSÃO PARA USAR UMA LEI NÃO ESCRITA,
EM CASO ALGUM. NENHUM DECRETO DO CONSELHO OU DA ASSEMBLEIA DEVE
PREVALECER SOBRE UMA LEI. NÃO É PERMITIDO FAZER UMA LEI PARA UM
INDIVÍDUO SE ELA NÃO SE ESTENDER A TODOS OS CIDADÃOS ATENIENSES E
SE NÃO FOR VOTADA POR SEIS MIL PESSOAS, POR VOTO SECRETO”.
5.3.10. Direito Grego – Ideais
Ambientais
Com a escrita, foi possível constatar algumas
preocupações governamentais com o bem-
estar e Direito Ambiental.

Cerca de 440-439 a.C.

“(...)NÃO É PERMITIDO AUTORIZAR QUE PELES APRODREÇAM NO RIO


ILISSOS ACIMA DO TEMPLO DE HERACLES; NINGUÉM TEM
PERMISSÃO PARA CURTIR PELES OU JUGAR LIXO NO RIO”
5.3.10. Direito Grego – Ideais
Ambientais
Legislação com teor ambientalista (meados do século IV
a.C.)

“QUEM QUER QUE DESPOJE UMA OLIVEIRA EM ATENAS, NÃO SENDO POR
ALGUM PROPÓSITO RELIGIOSO DO POVO ATENIENSE OU DE SEUS
DEMOS, OU PARA USO PRÓPRIO ATÉ O LIMITE DE DUAS POR ANO, OU
COM VISTA A ATENDER AS NECESSIDADES DE UMA PESSOA FALECIDA,
SERÁ DEVEDOR AO TESOURO DE CEM DRACMAS POR CADA OLIVEIRA, E
UM DECIMO DESSA QUANTIA CABERÁ À DEUSA.”
5.3.10. Direito Grego – ideal de
recompensa
Ao delator de crime ambiental:
Ao denunciante do ato de degradação:

“TAMBÉM DEVERÁ PAGAR CEM DRACMAS POR CADA OLIVEIRA AO


DENUNCIANTE. E AS ACUSAÇÕES RELATIVAS A ESTA MATÉRIA SERÃO
LEVADAS AOS ARCONTES, DE ACORDO COM A INSTÂNCIA PERTINENTE. E
O DENUNCIANTE DEVERÁ PAGAR OS EMOLUMENTOS QUE LHE
CORRESPONDEM. E QUANDO UMA PESSOA FOR CONSIDERADA CULPADA,
OS MAGISTRADOS AOS QUAIS FOI LEVADA A QUESTÃO DEVEM
INFORMAR POR ESCRITO AOS COLETORES (PRÁKTORES) O MONTANTE
DEVIDO AO TESOURO PÚBLICO E O DEVIDO AO TESOURO DA DEUSA. SE
NÃO O FIZEREM, SOBRE ELES RECAIRÁ O DÉBITO.”
5.3.11. Direito Grego – Direito Civil
• Duas regras de Direito Sucessório:

• “COM EXCEÇÃO DAQUELES QUE FORAM ADOTADOS QUANDO


SÓLON ASSUMIU SUA MAGISTRATURA, E, QUE, PORTANTO,
FICARA, INAPTOS PARA RECLAMAR UMA HERANÇA OU
RENUNCIAR A ELA, QUALQUER HOMEM TERÁ DIREITO DE
DISPOR DE SUA PROPRIEDADE POR VIA DE
TESTAMENTO E DE ACORDO COM SEUS DESEJOS, SE
NÃO TIVER FILHOS LEGÍTIMOS DO SEXO MASCULINO, A
MENOS QUE SUA MENTE TENHA SIDO INCAPACITADA POR
LOUCURAM VELHICE, DROGAS OU DOENÇA, OU A MENOS QUE
ELE ESTEJA SOB A INFLUÊNCIA DE UMA MULHER, OU SOB
COAÇÃO, OU TENHA SIDO PRIVADO DE SUA LIBERDADE”.
5.3.11. Direito Grego – Direito Civil
• Duas regras de Direito Sucessório:
• “SE ALGUÉM MORRE SEM TESTAR, E SE TIVER DEIXADO FILHAS, VAI
PARA ELAS SUA PROPRIEDADE; SE NÃO, FORÃO JUS À PROPRIEDADE
OS QUE SE SEGUEM: IRMÃOS QUE SEJAM FILHOS DO MESMO PAI E
FILHOS LEGÍTIMOS DE IRMÃOS TERÃO A PARTE CORRESPONDENTE A
SEU PAI. SE NÃO HÁ QUAISQUER IRMÃOS OU FILHOS DE
IRMÃOS(....), SEUS DESCENDENTES HERDARÃO DO MESMO JEITO. OS
(PARENTES) DO SEXO MASCULINO E SEUS DESCENDENTES
MASCULINOS TERÃO A PRECEDÊNCIA, QUER SEJA DA MESMA
PARENTELA, QUER O PARENTESCO SEJA MAIS REMOTO. E SE NÃO HÁ
CONSANGUÍNEOS DO LADO DO PAI, ATÉ O GRAU DE FILHOS DE
PRIMOS, OS PARENTES DO LADO MATERNO HERDARÁ O MAIS
PRÓXIMO APARENTADO DO LADO PATERNO. NENHUM FILHO
ILEGÍTIMO, DE UM OU OUTRO SEXO, TERÁ DIREITOS SAGRADOS OU
SECULARES DE PARENTESCO, A CONTAR DO ARCONTADO DE
EUCLIDES.” (403-2 a.C.)
5.3.12. Direito Penal da Grécia Antiga
• Distinção entre homicídio Doloso e
homicídio culposo.
• Dúvida quanto à pena aplicada ao
primeiro caso.
• Pena de banimento ao segundo.
5.3.12. Direito Penal da Grécia Antiga
• Adultério era considerado crime em
Atenas (sec. V a.C.)

• “E ÀQUELE QUE PEGA UM FLAGRANTE O ADÚLTERO, NÃO LHE É


LÍCITO CONTINUAR VIVENDO COM SUA MULHER; SE O FIZER SERÁ
PRIVADO DE SEUS DIREITOS CIVIS. E À MULHER QUE COMETEU
ADULTÉRIO NÃO É DADO ASSISTIR AO SACRIFÍCIO PÚBLICO; SE O
FIZER, PODERÁ SOFRER QUALQUER CASTIGO, COM EXCEÇÃO DA
MORTE, E QUEM LHE APLICAR O CASTIGO NÃO SOFRERÁ QUALQUER
PUNIÇÃO.”
5.3.12. Direito Penal da Grécia Antiga
• Restrição de Direitos civis a todos aqueles que se
prostituíam.
• “SE QUALQUER ATENIENSE SE PROSTITUIR, NÃO TERÁ PERMISSÃO PARA
SE TORNAR UM DOS NOVE ARCONTES, PARA EXERCER QUALQUER
SACERDÓCIO, PARA ATUAR COMO ADVOGADO DO POVO OU EXERCER
QUALQUER OFÍCIO, EM ATENAS OU OUTRO LUGAR, POR SORTEIO OU
VOTAÇÃO; NÃO TERÁ PERMISSÃO PARA SER ENVIADO COMO ARAUTO,
PARA FAZER QUALQUER PROPOSTA NA ASSEMBLEIA DOS CIDADÃOS E EM
SACRIFÍCIOS PÚBLICOS, PARA USAR FLORÃO, QUANDO TODOS USAREM
PARA ENTRAR EM LOCAL DE REUNIÃO PURIFICADO PARA A ASSEMBLEIA.
QUALQUER PESSOA QUE, TENDO SIDO CONDENADA POR PROSTITUIÇÃO,
DESOBEDECER A QUALQUER DESSAS PROIBIÇÕES, SERÁ CONDENADA À
MORTE”.
Aquele que alguma vez já havia se prostituído
estava impedido de exercer diversas funções
públicas e religiosas.
5.3.12. Direito Penal da Grécia Antiga
• Características gerais:

• As penas ainda se inspiravam a preceitos


religiosos.
• Passaram a ser menos cruéis e mais
humanas.
• Havia a possibilidade de se perdoar um culpado
de um crime, quando a punição viesse a
prejudicar seus herdeiros.
5.3.13. Direito Internacional na Grécia
Antiga
Espécie embrionária de Direito
Internacional:

O estado de guerra quase sempre permanente entre os gregos


(especialmente a partir do sec. IV) viabilizou a celebração de
tratados internacionais que tinham diversos objetos.

• Pactos contendo interessantes cláusulas de não agressão


entre cidades-estado da importância de Atenas e Esparta.
5.3.13. Direito Internacional na Grécia
Antiga
Espécie embrionária de Direito
Internacional:

• A existência de uma espécie de “embaixadores”.

• “Anfictionias”  entidades confederadas norteadas por


interesses políticos e religiosos comuns, e defesa mútua.

• Modelos embrionários representativos das modernas


organizações internacionais.
• Ex.: Liga do Peloponeso (550 a.C.), liderada por Esparta. Liga de Delos
(478-477)  Atenas, Liga de Beócia (sec. VI a.C.)/ Liga de Corinto
(338 a.C.).
Resumo Direito Grego
• Preocupava em difundir uma noção de
justiça.
• Forma e fontes  escrito/recitais/ “Nomos” (regra ou leis
transmitidas por costumes).
• Magistrados  exerciam atividades inerentes à Adm. da Justiça.
• Árbitros  julgadores privados;
• Leis de Drácon  Publicidade / recurso
obrigatório (litígio - clãs).
• Sólon  Estabeleceu a Democracia;
• Direito Penal da Grécia Antiga  preceitos
religiosos / menos cruéis.
História do Direito
Prof. Hermison Victor
AULA 05 – Império Romano
5.2. Sociedade Romana
Organização social primitiva.

Possuía características rurais.

• Períodos (forma de Gover.)- Império Romano


• Realeza (monarquia) (753-509 a.C.);
• República (507-27 a.C.);
• Império (27 a.C. – 476 d.C.).
5.2.1. Sociedade Romana – Período
Realeza
Realeza (Reis eleitos em assembleias) –
vitalícios; gestão não hereditária.
• Rei  controlava os aspectos
religiosos / administrativos / justiça (ñ
há recurso).
5.2.1. Sociedade Romana – Período
Realeza
Senado (em latim: “senatus”) –
vitalícios - "conselhos de anciãos“ 
aconselhar o Rei.
5.2.2. Sociedade Romana – Período
República
 República (do latim ”res” “publica”,
"coisa pública").

 República em Roma pulverizar o


poder do executivo p/ evitar sua
concentração das mãos do governante.

 (Característica: Temporariedade de
gestão).
5.2.2. Sociedade Romana – Período
República
Senado  passou a adquirir
relevância por perdurar mais
tempo no cargo.
5.2.2. Sociedade Romana – Período
República
 Magistrados - não eram os julgadores,
mas exerciam a adm. da justiça.
 Ordinários – administração urbana; justiça,
estabeleciam limites do litígio; instruíam as
partes em relação aos procedimentos que
seriam adotados.
 5.2.2. Sociedade Romana –
Período República (500 anos)
 Censores (oficiais da Roma Antiga)
 Garantiam a "moralidade pública“;
 supervisionavam certos aspectos
das finanças governamentais;
 Responsáveis pelo senso –
declaração de patrimônio,
composição de família;
 (realizados periodicamente a cada
5 anos).
5.2.3. Sociedade Romana – Período
Império
Marcado pelo fortalecimento do
imperador;
Enfraquecimento dos magistrados e
senadores.
5.3. Direito Romano
Estuda um conjunto de regras e normas
que estiveram em vigor em Roma desde
a fundação VIII a.C. até o sec. VI.
5.3. Direito Romano
Aspectos estudados no Direito Romano
Influência no Direito;
Legados.
Aspectos do Direito Romano (pilares –
ideais)
• Viver honestamente;
• Dar a cada um o que é seu;
• Não lesar a outrem.
5.3.1. Direito Romano - Períodos
Períodos do Direito Romano
• Período Arcaico;
• Período Clássico;
• Período Pós-clássico.
5.3.1.1. Direito Romano – Período
Arcaico
• Família era o centro de tudo.
• Os cidadãos  membros de unidade familiar, antes
de integrarem a sociedade de indivíduos.
• Recém-nascidos recebidos (na família) por decisão do
chefe da unidade familiar.
Ex.: Aborto, enjeitamento de criança, infanticídio.
 5.3.1.1. Direito Romano – Período
Arcaico
Legado mais importante:

Leis das 12 tábuas


• Igualdade jurídica (igualdade perante a Lei).
Diferente da Igualdade civil (Grécia);
• A Terra se tornou alienável;
• Reconhecimento do Direito de vizinhança.
(invasão de galhos/ colher frutos).
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser
cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde
caíram, se este for de propriedade particular.
5.3.1.2. Direito Romano – Período
Clássico
Direito Romano  auge
Direito privado  desvinculação de preceitos
religiosos (direito laico)
Divisão entre Direito Público e Privado.
Produção intensa de normas.
Transição de Direito costumeiro  Direito
escrito (positivo).
5.3.1.2. Direito Romano – Período
Clássico – figuras importantes
• Magistrado
• Pretores  responsáveis pela administração
da justiça;
 5.3.1.2. Direito Romano – Período
Clássico
Atividade mais marcante do Período Clássico.
Jurisconsulto (ou jurisprudentes)  Técnicos
estudiosos responsáveis pela sistematização
(estudo aprofundado do Direito).
Forma como os atos deveriam ser praticados
(“agere”).
Produção de Jurisprudência -->fonte do direito
relacionada ao procedimento a ser adotado
pelo magistrado ou pelas partes.

Hoje Jurisprudência  reiteração de decisões no


mesmo sentido.
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Imperador Justiniano I

Conservou o trabalho dos Jurisconsultos.


Consolidou a norma denominada Corpus
Juris Civilis;
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Consolidou uma norma denominada
Corpus Juris Civilis;
Contribuições atuais:
 Princípios da especialidade de
Leis.

LINDB 2º, § 2o A lei nova, que estabeleça


disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Corpus Juris Civilis
Contribuições atuais
 Litispendência e a coisa julada.
Institutos que buscam evitar demandas/ processos
idênticos envolvendo  as mesmas partes/ causa de
pedir/ mesmo pedido.

Atualmente: CPC - Art. 337 - § 1o Verifica-se a


litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz
ação anteriormente ajuizada.
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Corpus Juris Civilis
Contribuições atuais
 Conceito de Casa e Domicílio
Havia preocupação com a proteção da casa, como um
asilo inviolável, intransponível e que merecia proteção
estatal.

Atualmente: CF - Art. 5º - XI - a casa é asilo inviolável do


indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Corpus Juris Civilis
Contribuições atuais
 Aspectos inerente à boa-fé e confiança

CC. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim


na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé.
CDC - Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido
a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao
dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
 5.3.1.3. Direito Romano – Período
Pós-clássico (Diocleciano – Justiniano I)
Contribuições do Corpus Juris Civilis
 Princípio da Boa-fé;
 Testamento;
 Tutela (representação menor – “tutinho”)
 Curatela (18 ou + com incapacidade);
 Princípios da especialidade de Leis;
 Conceito de casa;
 Domicílio (relação jurídica da pessoa com o local para efeitos legais).
 Residência (relação de permanência física da pessoa em determinada
localidade).
 Casa (qualquer compartimento habitado, não aberto ao público – § 4º, CP)
5.3.2. Direito Romano – Direito Penal
No início não havia limites de punição –
período das vinganças.
Influência da Lei de Talião
• Legados do Direito Penal Romano
• Princípios da (in)transcendência;

• “In dubio pro reo”;

• Legítima defesa “o que cada um fez pra proteger o


próprio corpo julga-se que haja feito com todo o direito”.
• Falso Testemunho – destaque na
proteção;
5.3.2. Direito Romano – Direito Penal
Direito Penal Público Direito Penal Privado
Julgamento de atribuição Julgamento de crimes
exclusiva do Estado. particulares eram confiado
aos próprios
Pena: Capital (pena de morte) particulares.

O Estado apenas balizava as


penas, sem julgar esses
casos.
5.3.2. Direito Romano – Direito Penal
Ao final da República Romana
Publicadas as leges Corneliae e Juliae
• Princípio da Reserva Legal
(Necessidade de Lei que defina conduta e
pena).
Resumo
• Períodos - Sociedade Romana
• Realeza;
• República;
• Império.
• Períodos do Direito Romano
• Período Arcaico;
• Período Clássico;
• Período Pós-clássico.
• Direito Romano - Direito Penal

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