You are on page 1of 17

Anotações das aulas

O lógos e os sofistas
● Para os Pré-Socráticos, o Lógos estava ligado à ordem da natureza; para os
sofistas, o lógos passou a estar ligado à inteligência humana, a razão humana, ao
argumento!
○ Com os sofistas, o lógos passa a adentrar os discursos
● Como em Atenas da época era muito importante se fazer entender, convencer os
demais (vida política), o lógos e os sofistas ganharam muita força.
○ Sofistas = professores de comunicação, advogados,
consultores/preparadores políticos
○ Sofistas = adeptos do relativismo​; para eles ​não importa de onde vem o
conhecimento​, já que para os sofistas tal coisa é adquirida ao longo do
tempo; acreditam no empirismo, na experiência; o corpo nasce como uma
tábula rasa, sem conhecimento prévio dentro do corpo, como John Locke
veio a dizer!
■ Relativismo = verdades que podem variar no tempo e no espaço;
verdades são construídas
● Sophós = sábio religioso
● Philosophós = pretendente
● Sophistas = sábios práticos
● Deslocamento do eixo filosófico
○ "De onde viemos?" (Cosmos/Universo) ​→ "Como devo agir?" (Homem)
● Sofistas influenciaram o surgimento da democracia grega e foram estimulados,
influenciados por ela.
● Estava se tornando cada vez mais importante não só a coragem guerreira, mas
também a capacidade de argumentação/convencimento.
Protágoras
● Dois pontos chave dos sofistas: relativismo e humanismo (autonomia humana,
homem como referência).
● "O homem é a medida de todas as coisas"
○ Ser/não ser = "Tal como cada coisa aparece para mim, tal ela é para mim;
tal como aparece para ti, tal é para ti."
○ Homem passou a ser o critério de todas as coisas; ganhou centralidade;
indivíduo
○ A afirmação do ser ou do não-ser reafirma o relativismo; ​não há verdade
única e absoluta, mas sim para cada grupo de homens.
○ Os sofistas ensinam uma técnica e, como tal é neutra, só será positiva ou
negativa dependendo da aplicação que derem a ela, ou seja, depende de
quem possui a técnica, e não da técnica em si.
○ Os sofistas nunca defenderão uma ética/moral universal, pois todos são
relativistas.
○ Falar bem = artigo de luxo, dessa forma sofistas cobravam caro pelo
ensinamento.
○ Não existe verdade absoluta, mas sim adequadas
● Oratória = aperfeiçoamento oral, vocal, dicção
● Retórica = seleção de argumento e organização
● Gramática = importante para produzir uma boa cadência vocal, regras da língua
● Isegoria = livre voz ativa aos cidadãos
● Isonomia = direitos iguais a todos os cidadãos
● Antilógos = contradição ou confronto em ideias e argumentações; oposição
incoerente entre ideias ou sentenças de um mesmo discurso; sobre qualquer tema é
possível dizer e contradizer! Antilógos é o contra-argumento!
○ Contra-argumentação = achar e expor falhas no argumento do seu
oponente!
● Ética = parte do indivíduo; respostas do indivíduo frente a dilemas
○ Se uma lei é boa para um povo, não é necessariamente boa para o mundo
do todo (Ex de Relativismo)
● Leis
○ Envelhecem, e é a partir do exercício e pensamento ético (individual) que
elas são contestadas, rejeitadas e atualizadas.
○ A moral de um grupo é algo cristalizada e é a ética do indivíduo que
levaria a contestação daquela = mudança
● Verdades, Bem e Mal não existem porque tudo tem validade, depende do tempo e
do lugar.
● Relativismo
○ O homem individual é o critério para discriminar o ser e o não-ser; não
existe um critério absoluto!
● Pragmatismo
○ Não existe um bem absoluto; necessário identificar o que é mais útil, mais
oportuno.
● Kairós = tempo oportuno
○ As oportunidades não voltam, é preciso aproveitá-las quando elas surgem
○ Tempo de política
○ Argumentos têm momentos certos
● Chrónos = tempo
○ Cronológico x Crônico
Górgias
● Fases da conclusão de que o Não-ser existe
○ O Não-ser que existe
○ Na maior parte das vezes o que é pensado não é real fora de si
○ Mesmo se o ser, o real existe, ele seria inexpressível, incompreensível
○ Tudo que é real é criado; a realidade só se manifesta a partir das palavras,
a partir do discurso, a partir da comunicação
○ A realidade se manifesta a partir do momento que algo é realizado a partir
do conhecimento, da palavra passada de um para o outro; por meio da
mobilização afetiva (Páthos), as pessoas agem, tem certas atitudes, pensam
e se mobilizam.
○ Relação Páthos x Catarse
● Tudo o que se diz sobre o Ser se contradiz, o que leva a concluir que o ser é nada;
● Todo real é criado, não existe realidade em si; tudo que ganha existência é
construído, produzido pelo homem
● Nihil – nada (crença no nada) - Niilismo
○ Não existe o ser, isto é, nada existe, já que nenhuma verdade absoluta
existe
○ Mesmo que existisse o ser, ele não seria compreensível
○ Mesmo admitindo que ele fosse compreensível, ele não seria comunicável
nem explicável aos outros
○ Tudo é falso, apenas o não-ser existe
○ Chega ao pensamento de que nada existe a partir da contraposição do
pensamento de diversos filósofos do ser; não há um consenso, logo as
diferentes especulações se anulam mutuamente.
● Crítica relacionada ao ser – verdade absoluta não existe
● Ser: uma verdade que seja única, universal e que não se altere
● "Mesmo que o ser existisse, o ser permaneceria incognoscível"
○ Nem tudo que se pensa existe; é possível pensar o inexistente
○ Se o pensado não existe, o ser não é pensado
○ Ser permaneceria incognoscível porque as coisas mudam, não seria
possível pensar em algo estático verdadeiro
● "Mesmo que fosse pensável, o ser permaneceria inexprimível"
○ As coisas não são palavras e ninguém consegue pensar uma coisa idêntica
à que pensa o outro
○ Não se consegue expressar em palavras um som ou uma cor
● Ética da Situação
○ Os deveres variam segundo o momento, a idade, a característica social. A
mesma ação pode ser boa ou má segundo quem é o seu sujeito.
○ Há uma virtude relativa a cada ação, a cada idade, a cada obra, para cada
um de nós.
● Lógos
○ Como a palavra é autônoma, ela passa a ser a portadora do não-ser
■ Górgias descobre o aspecto da palavra pelo qual esta é portadora de
sugestões, persuasões e crenças. E a retórica é exatamente a arte
que sabe explorar até o fundo este aspecto da palavra; Dessa forma
pode ser chamada de arte da persuasão
■ Persuasão não está ligada a qualquer conhecimento de verdades
inatingíveis, mas está ligada à pura crença
○ Pode ser entendido como compreensão, clareza;
○ Produzir um lógos nos demais é fazê-los entender a mensagem que se
passa
○ Nada fora desse lógos discursivo existe, ou seja, só existe realidade a partir
das palavras, só se manifesta retoricamente
● A Retórica e a onipotência da palavra – capaz de produzir qualquer realidade e
mobilizar pessoas
○ Retórica = a arte da persuasão - ligada a crenças (e não a verdades
inatingíveis)
○ Forte ligação com a política
○ Orador = seu trabalho é mobilizar as pessoas acerca do que se quer;
produzir um encantamento com a fala
○ Orador eficaz = é aquele que produz o falso na cabeça dos demais
○ Precisa se ter uma competência extraordinária para ser um ótimo orador,
para produzir realidade em outras pessoas ou até para persuadir outros
indivíduos.
● A Palavra e o engano poético
○ A arte, assim com a retórica, não visa ao verdadeiro, mas à noção dos
sentimentos; enquanto ​a retórica persegue fins práticos, visando gerar
persuasão e crenças em relação a questões éticas, sociais e políticas​, a arte
persegue fins além de praticamente desinteressados.
Crítica aos Sofistas
● Para os sofistas, os direitos naturais não existem, as cidades são montadas em
criações exclusivamente humanas, logo só existiriam os direitos positivos
(colocados pelo homem):
○ Convencionalismo
○ Humanismo
● Crítica socrática:
○ Sofistas só estariam interessados nas opiniões e na forma como elas são
expostas, ao invés de se preocuparem com a apreensão do conhecimento; a
verdade, o conhecimento está num nível superior às das opiniões
● Crítica platônica:
○ Está no meio do caminho entre a democracia e a tirania; defende uma
aristocracia do saber, ou seja, quem sabe mais deve governar, isto é, os
filósofos deveriam ocupar os cargos mais elevados
Sócrates - Texto
● Não há como discutir a origem do mundo, já que o mesmo não foi testemunha,
não estava lá para ver o que aconteceu; Sócrates não possui referência para
argumentar caso o mundo veio de um, dois ou mais elementos
● Não possui o domínio sobre o nascer das coisas, apenas sobre o seu
comportamento
● Rejeitava a especulação sobre a natureza por ela ser:
○ Dogmática: as especulações sobre a origem da natureza não eram sujeitas
a nenhum controle experimental e sem nenhuma prova.
■ Uma característica essencial de Sócrates é seu claro senso do que
podemos e do que não podemos conhecer, bem como do perigo de
aspirar a um conhecimento cujas bases nunca foram examinadas
○ Inútil: refere-se à inutilidade daquilo que não fosse a principal e ​verdadeira
preocupação humana: o conhecimento de si mesmo e a maneira correta de
viver.
■ Se não consigo conhecer os inícios da vida no passado não
registrado, eu posso conhecer os fins da vida aqui e agora.
● A partir dessa rejeição da especulação, Sócrates se afasta da ciência física da
época, a qual assumiu uma forma de cosmogonia, ou seja, ciência que tinha como
objetivo a investigação de como o mundo veio a ser o que é e de investigar qual é
a verdadeira natureza dessa substância material de que as coisas consistem.
● Sócrates não se considerava à altura da tarefa de transformar a ciência da
Natureza. Ele só preparou o caminho concentrando a atenção na vida humana, um
campo em que a questão dos fins em função dos quais devemos viver é suprema.
● Qual a finalidade da vida?
○ Vivemos dia após dia arquitetando meios para atingir fins estabelecidos,
sem nos perguntarmos se vale a pena viver para atingir esses fins.
○ Sócrates perguntava quais dos fins que buscamos são real e
intrinsecamente valiosos, e não apenas meios de obter algo que
acreditamos valioso.
○ Felicidade humana surge como um fim comum, ao qual outros fins
estariam subordinados.
● Humanidade era classificada em três tipos:
○ Identificação da felicidade com prazer
○ Identificação da felicidade com o sucesso social, com a honra, com a fama
○ Identificação da felicidade com o conhecimento, com a sabedoria
● Felicidade para Sócrates​:
○ Deveria ser encontrada na perfeição da alma, ou seja, tornando a alma tão
boa quanto possível! ​Os outros objetivos desejados não possuíam nenhum
valor em si mesmo, só seriam meios para atingir a perfeição da alma!
○ Perfeição da alma = Perfeição espiritual
○ Ao deixar de lado as especulações sobre a origem e a constituição do
mundo, Sócrates queria mostrar que mesmo que esse conhecimento
pudesse ser obtido, ele não lançaria luz sobre a natureza da perfeição
espiritual
○ Fazia-se necessário um novo tipo de conhecimento para se atingir tal
perfeição espiritual:
■ Autoconhecimento: o reconhecimento da alma em cada um de nós,
cuja perfeição é o verdadeiro objetivo da vida
■ Moralidade espiritual ocupando o espaço da moralidade corrente,
baseada na submissão social
■ Alma sempre busca o bem
○ Método socrático
■ Intriga os jovens de modo que eles possam ver como sabem pouco
e se preparar para a busca da verdade em sua companhia
■ Sócrates sempre trata o outro participante da conversa como aliado,
nunca como oponente
○ Indivíduo pode aceitar uma autoridade externa, tratando-a como
responsável pelo que lhe diz para fazer, mas o próprio indivíduo continua
responsável por sua escolha original de uma autoridade a ser obedecida
○ Indivíduo, se deve ser um homem completo, deve tornar-se moralmente
autônomo e controlar sua própria vida
○ Toda alma humana possui o poder necessário de revelação imediata ou
percepção do bem e do mal
○ Educação = abrir os olhos da alma, clareando sua visão pelo afastamento
do orgulho do conhecimento, que, na verdade, não passa de uma opinião
de segunda mão

Sócrates - Anotações caderno/sala de aula


● Principal oposição aos sofistas:
○ Absolutismo moral (Sócrates) x Relativismo moral (sofistas)
● Busca por uma definição universal, absoluta e eterna;
● Defende uma verdade moral universal – o que é padrão para o comportamento de
uma pessoa é padrão para o comportamento de todas.
○ Ciência moral: Absoluto, Universal e Eterno
● Para um comportamento ser ético, ele precisa beneficiar mais de uma pessoa,
alguém além da pessoa que executa a ação
● Conceitos morais:
○ Justiça
○ Felicidade
○ Lealdade
● Não vê a Verdade como vindo do homem (humanismo – sofistas), mas como
existente por si só, ninguém a criou
○ Inatismo – todas as ideias nascem conosco
○ Uma vida não investigada não é vivida, ou seja, seu objetivo é chegar
nessas verdades ocultas, que já nascem com as pessoas
○ Todas as verdades estão dentro dos homens, porém não é relativista porque
seria exatamente a mesma verdade dentro de cada homem
○ As ideias estão dentro de nós, precisamos nos conhecer, fazê-las brotar de
nós
○ Todos nas nascem com os conceitos morais, porém poucos os alcançam
● 2 fases do conhecimento:
○ "Só sei que nada sei"
○ "Conhece-te a ti mesmo" - o autoconhecimento é a base da sabedoria
○ Primeira: admissão da ignorância - "só sei que nada sei"; fase da refutação
○ Segunda: dialética - necessária duas pessoas ignorantes nessa fase; fase da
oposição, do avanço no tema
■ Uso da dialética para se chegar à maiêutica (porto de ideias) -
encontro da pessoa com verdades absolutas, certezas
■ Essas verdades não são ensinadas; Sócrates apenas ajudava a
própria pessoa nesse desenvolvimento e encontro pessoal com as
verdades
● Dialética de Protágoras x Dialética de Sócrates
○ Sócrates - sempre haverá um ponto final para o qual a dialética convergirá
○ Protágoras - não há ponto final, é uma progressão infinita
● As 3 fases para Sócrates:
○ Existência da moral coletiva ateniense
○ Questionamentos da moral existente pela ética socrática
■ Ética socrática - tem um caráter dedutivo, da teoria à prática (do
geral para o individual)
○ Universalização da ética socrática (até se tornar a nova moral)
● Pergunta de Sócrates:
○ "O que é justo?"
○ "Nem tudo que é legal é justo"
● Conhecimento interior
○ Método de introspecção - conhecer a própria alma, para isso é necessária
uma outra pessoa, para ser um espelho para nós (método indireto da
auto-observação)
○ Primeiro resultado – douta ignorância (consciência dos problemas)
■ Primeiro passo para a sabedoria é assumir que não se sabe nada
(ignorância)
■ Para tal utiliza-se a refutação, seguido pelo processo dialético que
culminará com a maiêutica
● Dialética = tipo de diálogo para Sócrates
○ Características principais
■ Precisa de divergências de visões, já que é impossível começar um
debate de opiniões sem divergências
● Quando as duas pessoas, que participam do debate,
admitem que não sabem, começa-se o diálogo
● Sua oposição te liberta de falsos dogmas
○ Avanço no tema, progresso
● Duplo aspecto da Ironia: a refutação e a maiêutica
○ Refutação = Ironia
■ Função de libertação do espírito
● Ninguém jamais queria aprender aquilo em que se cria já
sóbrio, logo é necessário libertar-se dos falsos saberes
■ Dúvida Metódica
● A consciência da ignorância estimula a busca por
conhecimento
● Uma pessoa que duvida leva as outras a também duvidarem
○ Maiêutica - "porto de ideias"
■ Quem conduz a maiêutica não dará luz às ideias, irá apenas
conduzir o processo
● Analogia: assim como as parteiras não estão dando à luz a
bebês, só a mulher grávida, ou seja, elas só auxiliam no
processo
■ Incapacidade de conhecer os conceitos por conta própria
■ Sócrates não ensina nada, ele apenas interroga o outro, levando-o a
chegar aos conceitos por si só, com o que já havia dentro dele
■ Prepara-se e delineia-se assim a teoria platônica da reminiscência:
conhecer é recordar, isto é, reconhecer o que a alma tem em si por
tê-lo contemplado antes de vir habitar o corpo.
● Alma x Corpo
○ O ideal não seria negar e ignorar o corpo, mas que a alma guiasse,
controlasse o corpo. A alma deveria controlar, adestrar o corpo (mas não
negar o corpo).
○ Alma = razão, virtude
○ Corpo = opinião, desejo, vício
○ Corpo deveria ser um reflexo da condição da alma
○ Corpo é onde possivelmente ficam os vícios, enquanto a alma abriga as
virtudes.
● Daemon
○ É o espírito que desperta em nós perguntas, mas que dá certeza de que
encontraremos conceitos verdadeiros, na hora da maiêutica.
○ Caráter racional
○ Espírito interior que nos desperta à crítica
○ Quanto maior a presença da filosofia na vida de alguém, maior a
manifestação do Daemon

Dia 20/08/2018
Platão
● Diferença entre Sócrates e Platão: aspecto menos acadêmico de Sócrates, pensador
das ruas;
● Platão: quis deixar um registro para não perder a memória Socrática;
● Platão: cria uma espécie de modelo de sábio e por isso, sai das ruas e funda sua
escola, a Academia (saber superior, de alto nível);
● O teórico precisa comandar o prático; a prática sem a teoria que a apoia é uma prática
cega, sem gabarito crítico;
● Ética e moral: mesma coisa para Sócrates e Platão;
● A tendência é a moral ser mais teórica e a ética mais prática;
● Contemplar: ver sem querer modificar, a perfeição já é tamanha que não há
necessidade de mudança;
● Contemplação das verdades: existe antes e depois de nós; ela está em mim, mas não é
minha;
● Théos: divino;
● A matemática, segundo Platão, é preparatória para a dialética (as ideias universais
terão formas geométricas);
● Platão: deseja produzir nas suas escolas os futuros governantes de Atenas, para que
não ocorra a mesma injustiça que houve com Sócrates;
● Ideia platônica: fundar uma nova aristocracia (pode ser ligada ao dinheiro –
plutocracia – ou ao sangue); ele busca selecionar os melhores, pelo saber, que consiste
na meritocracia ("aristocracia do saber");
● Pensa a cidade como um organismo: todos os membros do corpo são
importantes,assim como o bom funcionamento de todas as classes sociais é necessário
para o bom funcionamento da cidade;
● Para Platão, os artistas são "copiadores da cópia";
● Ideia: forma perfeita;
● Problema da arte: cria realidade com nenhum vínculo com o que ocorre desde sempre;
● A arte combina e produz ideias que não existiam; Platão não poderia concordar com
essa independência do artista;

Ideia (​grau mais importante​) Forma perfeita

Cópia Mimesis da ideia

Simulacro (cópia de cópia) Imagem sem correspondência com a


ideia

● Demagogia: discurso sem compromisso com a verdade;


● Aspecto perigoso da arte: pode ser viciante, adere ao falso (o artista fala de coisas que
não conhece); simulacro, cópia sem referência;
● Coragem: ideia passional; varia entre ser racional e irada;

Trabalho A1
1) Assistir ao filme "Doze homens e uma sentença"
2) Ler detalhadamente os textos que tratam dos sofistas e Sócrates
3) Ligar o personagem nº8 (terno branco), protagonista do filme, aos sofistas e a
Sócrates
Data de entrega: 12/09

22/08/2018
Platão
● Teoria da participação (Platão): tudo que se encontra no mundo material irá participar
mais ou menos da perfeição que aquilo possui; tudo que se encontra no mundo
material tem um correspondente perfeito no mundo das ideias;
● Sócrates: perfeição ligada a todo e qualquer objeto;
● Ideias materiais (Platão): ideia seria uma espécie de perfeição máxima, tudo que
aparece aqui tem um correspondente perfeito como ideia;
● Objetivo da filosofia para Platão: salvação da alma; formar políticos-filósofos para
governar Atenas (reformá-la);
● Ideias materiais: não são discutíveis; não gera problemas, discussões; por isso são
inferiores, apesar de serem perfeitas no mundo inteligível;
● Quanto maior o poder da ideia de transformar uma cidade, maior a sua importância;
exemplo da ideia de justiça;

filósofos (​alma de ouro​) ideias racionais

guardiões (​alma de prata​) ideias passionais

artesãos (​alma de bronze​) ideias materiais


● Guardiões: alma de prata (irascível): o problema é de que forma a coragem está sendo
utilizada, já que pode ser extremamente nociva;
● Coragem: "ideia que vem do coração", logo, para Platão é inferior ao que seria
advindo do cérebro, relacionado a racionalidade;
● Falta de calma no guardião: componente de ignorância, sabe apenas de algumas
coisas, precisa ser guiado; não tem capacidade de se auto-governar; quem opera, não
pensa;
● Coragem, lealdade e amor: ideias passionais;
● Metafísica: está fora da física e governa o mundo físico;
● Ideias racionais (alma de ouro): inclui os conceitos morais, como justiça, virtude e
amizade;
● Topo da pirâmide​: filósofo-rei;
● Quanto menos física uma ideia, segundo a concepção de Platão, maior sua
importância;
● Bem: síntese de todas as ideias; quem conhece o bem, o executa;
● Bem (assim como todo conceito moral): ​universal​, ​absoluto​ e ​eterno​;
● O fundamental para uma pessoa ser boa é conhecer primeiro o bem; o bem está
inclusive acima do belo; o bem é onde a filosofia pode alcançar seu fim máximo;
● Conhecer é mais importante do que praticar, por isso que a política é inferior à própria
filosofia;
● A utopia para Platão: lugar a ser buscado; difícil, não existe no momento, mas dá para
se alcançar;
● Teoria da alma:
● Alma: abriga todas as ideias; em certo momento uniram-se aos corpos, que nublaram
o acesso a ideias; o esforço é voltar a ver as ideias, que é a função da filosofia, buscar
ver o que já foi visto;
● As ideias estão na alma, mas precisam ser vistas de fora;
● Para Platão, a alma passa de um corpo a outro com a morte; mas, para as almas
purificadas, há um lugar reservado;

03/09/2018
Aristóteles
● Intenção: o finalismo aristotélico vale para todos os aspectos;
● Excelência intelectual (saber, inteligência) ​x​ Excelência moral (amabilidade)
● O filósofo, para Platão, é a pessoa mais capacitada para governar;
● Inatismo (todo saber nasce conosco) ​x Empirismo (antes da experiência não há
conhecimento – tábula rasa, de experiência (empírica) a episteme (ciência) );
● "We need to talk about Kevin"
● Aristóteles é um empirista; assim, quando alguém fala que uma pessoa nasceu para
ser criminosa, não possui nenhuma ligação com Aristóteles;
● Quantidade de dinheiro: não é um fim último;
● Finalidades subordinadas: saúde, trabalho, riqueza, honrarias etc. → Felicidade
(finalidade última);
● 3 tipos de vida: do prazer, política (mais instável) e contemplativa (repouso =
perfeição, fim último – último estágio);
● Ética​ da cidade: plano das leis e das obrigações;


● Ética individual = liberdade;

05/09/2018
Nicolau Maquiavel

● Aspecto cético, pessimismo – bastante presente em Maquiavel;


● Renascimento: une habilidades teóricas com as manuais;
● Contexto: bens da Igreja não taxados; refutação, por Dante, de que o Papa é o Sol e o
imperador a Lua; anticlericalismo italiano – humanismo e livre pensamento; crises
dentro do catolicismo; possibilidade de aceitação do tiranicídio (Nicolau d'Oresme);
● Historicamente, o homem, apesar de não ser mau por natureza, é interesseiro, volúvel,
inconstante – essa concepção ficou conhecida como idealismo político;
● Idealista = pessoa descontente com aquilo que tem e planeja aquilo que ela quer;
● Maquiavel fortalece a ação e a prática; além disso, reitera que é preciso aperfeiçoar a
prática com as teorias;
● Virtù (coragem para fazer o que é necessário) x Virtus (moral cristã – bem, sumo
bem)
● A virtù te prepara para o pior, com a antecipação de cenários;
● Maquiavel se opõe a Aristóteles por conta de seu radicalismo, diferentemente do
grego, que ficava na justa-medida/medianismo;
● Busca uma autonomia do Estado com relação à Igreja, já que os critérios da Igreja não
funcionariam;
● "É melhor ser temido do que amado." Ao desejar ser amado, não se faz o que deve ser
feito;
● O ódio é ingovernável, mais até mesmo do que o desejo do príncipe de ser amado;
● Ódio – ataque aos bens/corrupção da família (prima noctae);
● Governante memorável ​x​ Governante tirano
● Maquiavel: homem de seu tempo e de todos os tempos – clássico permanente e
presente;
● Aspectos da modernidade nascente: importância do indivíduo, preocupação com a
ação e retorno à Antiguidade;
● Sua defesa da República motivou sua expulsão de Florença;
● A ação não pode ser moderada, tem que ser extrema, como se estivesse em guerra o
tempo todo;
12/09/2018
Aula de revisão
● Relação entre alma e corpo (Sócrates): a alma equivale a inteligência e aquilo que
leva a algum tipo de vício é o corpo; o corpo deve ser obediente a alma;
● Maquiavel rejeita os fundamentos cristãos como critério para a ação do príncipe;
● Virtus (virtude cristã – bem) ​x Virtù (coragem para fazer o que é necessário – bom e
útil);
● Kairós: momento/tempo oportuno, aproveitar o momento, manter a razão e agir
rapidamente (plano de contingência);
● Para Maquiavel, a ação política não depende de calma, portanto é preciso lidar com os
momentos em que as decisões são instantâneas e árduas;
● Fortuna (Maquiavel): significa sorte, pode ser boa sorte ou má-sorte (possui duas
cabeças);
● A importância da preparação mostra-se nos momentos de má-sorte; o acaso não
deveria nos surpreender;

You might also like