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As palavras "versões" e "traduções" significam a mesma coisa.

Veja também Versões no Dicionário Davis

I. VERSÕES DO ANTIGO TESTAMENTO

1. SEPTUAGINTA (LXX)

Esta é uma tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego. Foi feita
em Alexandria, entre os séculos III e I a.C., por diversos tradutores.

2. LATIM ANTIGO.

Esta denominação é para distinguir dos manuscritos posteriores, como os da Vulgata.


Estes manuscritos já existiam ao final do II séc. d..C. Suas traduções são da LXX e
chegaram até nós muito fragmentadas.

3. VULGATA LATINA.

Feita ao final do séc. IV d.C., por Jerônimo. Ele fez três traduções do livro de Salmos,
sendo que a segunda é que foi adotada. Sua tradução do Antigo Testamento, a princípio,
deixou de lado os livros apócrifos, por não desejar que os mesmos fossem incluídos em
sua versão, embora já houvesse traduzido os livros de Judite e Tobias. Ao final, estes
livros foram adicionados, fazendo parte da Vulgata. Esta foi a Bíblia oficial durante
toda a idade média, na Europa ocidental. Existem cerca de oito mil manuscritos da
Vulgata.

4. SIRÍACO PESHITTA.

Foi traduzida do hebraico, no II século d.C. e era o texto padrão dos cristãos sírios.
Posteriormente houve uma revisão, pela LXX.

5. HEXAPLA SIRÍACA.

Foi traduzida com base na LXX de Orígines, pelo bispo de Tela, em 617 d.C. Este
manuscrito foi bastante estudado no exame da LXX, em virtude de ter preservado as
notas críticas do original grego de Orígines.

6. COPTA (egípcio).

São quatro as versões do Antigo Testamento nesta língua. A saídica ou tebaica foi
preparada no século II d.C., no sul do Egito, com base na LXX. No século IV d.C., no
norte do Egito, foi preparada a versão boárica ou menfítica. Com poucos fragmentos,
conhece-se também as versões fayúmica e akhmímica.

7. VERSÕES MENORE

Foram traduzidas para o gótico, etíope e o armênio, no século IV d.C.

II - VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO


1. LATIM ANTIGO.

Foi produzida no fim do século II, d.C., provavelmente na África. Existe a forma
africana e européia. A européia, ou itálica, serviu como uma das bases da Vulgata de
Jerônimo, quanto ao Novo Testamento. A africana foi usada por Cipriano. A versão em
Latim Antigo é importante testemunho do tipo de texto anterior ao Textus Receptus.

2. DIATESSARON.

Preparada em grego cerca de 160 d.C. e traduzida para o siríaco. Trata-se de uma
harmonia dos evangelhos de autoria de Taciano.

3. SIRÍACO ANTIGO.

Traz este nome para não ser confundida com a versão Peshitta posterior, que era a
versão popular em siríaco. Essa versão existe nos manuscritos sinaítico e curetoniano.

4. PESHITTA.

É uma tradução para o siríaco, do fim do século IV d.C. Seu cânon é composto por
apenas 22 livros, não trazendo II Pedro, e III João, Judas e Apocalipse.

5. COPTA.

São conhecidas cinco versões do Novo Testamento em copta ou egípcio. A versão


saídica é a mais antiga e apareceu no sul do Egito no século II d.C. Do norte do Egito
veio à versão boárica e tornou-se a versão dominante, pois é representada por um
número maior de manuscritos. As outras versões são a fayúmica, a akhmímica e a do
Egito Médio.

6. ARMÊNIA.

É do final do século V d.C. e tem sua base numa fonte cujo texto tinha similaridade com
os manuscritos gregos Theta, 565 e 700. Afasta-se muito dos melhores manuscritos
gregos, aproximando-se do Textus Receptus. Há 1.244 cópias dessa versão.

7. GEÓRGIA.

Seu manuscrito mais antigo é o Adysh, de 897 d.C. É possível que essa tradução tenha
sua origem do texto armênio. Era a Bíblia da Geórgia.

8. VULGATA LATINA.

Preparada por Jerônimo, ao final do século V, é uma revisão dos manuscritos mais
antigos. Tornou-se o texto latino do Novo Testamento. A partir do Concílio de Trento,
1546, é considerado o texto oficial da Igreja Católica Romana. Cerca de oito mil
manuscritos da Vulgata apresentam uma mistura de tipos textuais, visto suas adições,
exclusões e contaminações, feitas por muitos escribas através dos séculos.

9. VERSÕES SECUNDÁRIAS.

Destacamos a gótica, etíope, eslavônica, árabe e persa.


10. VERSÕES MODERNAS.

Mesmo antes da Reforma protestante houve muitas traduções da Bíblia para as diversas
línguas faladas. Em 1382, com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na
Vulgata Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400 surgiram
porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM PORTUGUÊS). Mas
somente com a Reforma protestante é que a Bíblia começou a ser traduzida para o
inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, português e outras línguas européias. Para
obter-se uma obra, para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores
procuravam produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o
significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e começaram a surgir
traduções mais fieis ao texto original, sem preocupação com economia de palavras.
Destas novas traduções destacamos a Amplified New Testament, da Zondervan
Publishing House; The New Testament de Charles B. Williams e The New Testament,
an Expanded Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se
importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do hebraico e grego.
A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia de Tyndale, sob a encomenda
do Rei Tiago, surgiu em 1611 e popularizou-se entre os países de língua inglesa. The
American Standard Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo
uma espécie de revisão da versão do Rei Tiago.

A partir de 1804, com a British and Foreign Bible Society surgiram às modernas
Sociedades Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.

III - A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

1. Traduções parciais.

D. Diniz (1279-1325), rei de Portugal, traduziu da Vulgata os primeiros vinte capítulos


do livro de Gênesis.

O rei D. João I (1385-1433) ordenou que houvesse uma tradução para o português.
Alguns padres católicos, a partir da Vulgata, traduziram os evangelhos, Atos e as
epístolas de Paulo. O próprio rei traduziu o livro de Salmos. Com esses livros
publicaram a obra.

Mais tarde foram preparadas outras traduções de porções bíblicas: os evangelhos, que a
infanta Dona Filipa, neta do rei D. João I, traduziu do francês; o evangelho de Mateus e
porções dos outros evangelhos, da Vulgata, pelo frei Bernardo de Alcobaça; os
evangelhos e as epístolas, pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria; uma harmonia
dos evangelhos, por Valentim Fernandes, em 1495; em 1505, por ordem da rainha
Leonora, foram publicados o livro de Atos e as epístolas gerais.

Outras traduções realizadas em Portugal foram: os quatro evangelhos, traduzidos pelo


padre jesuíta Luiz Brandão; e, no início do século XIX, os evangelhos de Mateus e
Marcos, pelo padre Antonio Ribeiro dos Santos.

Salienta-se que a dificuldade em se traduzir para os diversos idiomas era a oposição da


Igreja Católica Romana que, ao longo dos séculos, fez implacável perseguição a estas
obras, amaldiçoando quem conservasse traduções da Bíblia em "idioma vulgar", como
diziam. Por isso, também de muitas traduções escaparam somente um dois exemplares.
2. Traduções completas.

2.1 Tradução por João Ferreira de Almeida.

Por conhecer o hebraico e o grego, usou os mss. dessas línguas para sua tradução.
Quando iniciou o empreendimento era pastor protestante. Almeida utilizou-se do Textus
Receptus, que representa os mss. do grupo bizantino, possivelmente o mais fraco entre
os mss. gregos. Primeiramente traduziu e editou o N.T. publicado em 1681, em
Amsterdã, Holanda. Essa tradução apresentava muitos erros. Almeida mesmo fez uma
lista de dois mil erros. Muitos desses erros foram feitos pela comissão holandesa, que
procurou harmonizar a tradução de Almeida com a versão holandesa de 1637. A
dificuldade de Almeida é que não havia papiro algum e os unciais (mss em letras
maiúsculas) eram poucos. Esta a razão porque teve que lançar mão de fontes inferiores.
Ele utilizou-se da edição de Elzevir do Textus Receptus, de 1633. As edições mais
modernas muito progrediram na tradução. Com base nesta tradução foram lançadas a
Revista e Atualizada, A Edição Revista e Atualizada e a Versão Revisada de acordo
com os melhores textos em Hebraico e Grego, a versão que apresentamos neste
programa, como a mais indicada para estudos.

2.2 Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo.

Teve como base a Vulgata Latina. Em 1896 fez sua primeira tradução em colunas
paralelas da Vulgata e de sua tradução para o português. Essa tradução foi usada pela
Igreja de Roma. Por ter sido utilizada a Vulgata como base, tem a desvantagem de não
representar o melhor texto do N.T. que conhecemos pelos mss. unciais mais antigos e
pelos papiros.

2.3 A Bíblia de Rahmeyer.

Manuscrito do comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa, e


traduziu em meados do século XVIII. Este manuscrito se encontra na Biblioteca do
Senado de Hamburgo, Alemanha.

3. A Bíblia no Brasil. Traduções parciais

3.1 No Brasil, a primeira tradução, somente do Novo Testamento, foi feita por frei
Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, traduzida da Vulgata e somente do N.T. Foi
publicada em São Luiz do Maranhão. Esta obra teve forte impacto por trazer em seu
prefácio acusações contra as "bíblias protestantes", que estariam "falsificadas" e
falavam "contra Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom”.

3.2 Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de Almeida. Esta edição foi revista
por José Manoel Garcia, pelo pastor M.P.B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre
Blackford, agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil. Esta obra foi lançada em
1879 pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.

3.3 Harpa de Israel, título dado à tradução do Livro dos Salmos, em 1898, por F.R. dos
Santos Saraiva.

3.4 O Evangelho de Mateus, traduzida do grego em 1909 pelo padre Santana.

3.5 O Livro de Jó, publicado em 1912 por Basílio Teles.


3.6 O Novo Testamento, traduzido da Vulgata Latina por J. L. Assunção, em 1917.

3.7 O Livro de Amós, traduzido do idioma etíope por Esteves Pereira, em 1917.

3.8 O Novo Testamento e o Livro dos Salmos, baseados na Vulgata, em 1923, por J.
Basílio Pereira.

3.9 Lei de Moisés (O Pentateuco) preparada em hebraico e português, pelo rabino Meir
Masiah Melamed. Não há indicação de data.

3.10 Tradução do Padre Humberto Rodhen. Foi o primeiro católico a fazer uma
tradução diretamente do grego. Traduziu o N.T. que foi publicado pela Cruzada de Boa
Imprensa em 1930. Tal como Almeida utilizou-se de textos inferiores, por isso, sofreu
severa crítica.

3.11 Nova Versão Internacional. Lançada em 1993 pela Sociedade Bíblica


Internacional.

4. A Bíblia no Brasil. Traduções completas

4.1 Tradução Brasileira. Iniciada em 1902 e concluída em 1917, sob a direção do Dr. H.
C. Tucker. A comissão tradutora utilizou-se de mss. melhores do que os de Almeida.
Entretanto, nunca foi muito popular.

4.2 Tradução do Padre Matos Soares. Foi baseada na Vulgata. É de 1930, e em 1932
recebeu apoio papal. É muito popular entre os católicos.

4.3 Revisão da tradução de Almeida (Edição Revista e Atualizada). O trabalho de


revisão iniciou-se em 1945, por uma Comissão formada pela Sociedade Bíblica do
Brasil. A linguagem foi muito melhorada, até porque foram usados mss. gregos dos
melhores.

4.4 Tradução pelos monges Meredsous (1959) (Bélgica). Editada pela Editora Ave
Maria e traduzida do hebraico e grego para o francês e em seguida para o português por
uma equipe do Centro Bíblico de São Paulo sob a supervisão do Frei João José Pedreira
de Castro.

4.5 Revisão da tradução de Almeida (Imprensa Bíblica Brasileira). Foi publicada em


1967. Esta revisão segue os melhores manuscritos e, por isso, foi bem acolhida pelos
estudiosos da Bíblia. É também a tradução que apresentamos nesta obra.

4.6 A Bíblia de Jerusalém editada no Brasil em 1981 por Edições Paulinas, traduzida
pelos padres dominicanos da Escola Bíblica de Jerusalém, incluindo alguns exegetas
protestantes. A edição brasileira foi feita sob a coordenação de Ludovico Garmus e
editada pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro.

4.7 A Bíblia na Linguagem de Hoje (Novo Testamento). Publicada em 1988 pela United
Bible Societies, através de seu ramo brasileiro e baseia-se na segunda edição do texto
grego dessa sociedade. A intenção da United Bible Societies foi de publicar em vários
idiomas, Novos Testamentos em conformidade com a linguagem comum e corrente.
4.8 Edição Contemporânea da Tradução de Almeida foi editada em 1990 pela Editora
Vida. Essa edição eliminou arcaísmos do texto de Almeida.

MANUSCRITOS GREGOS

O N.T. tem registros manuscritos de diversas formas e que serviram como testemunhos
sobre seu texto.

1. OS PAPIROS.

Embora pelo século IV em quase todo o mundo já era utilizado o pergaminho, o papiro
ainda era o instrumento principal de escrita dos livros bíblicos. Para essa finalidade o
papiro foi usado entre os séculos I e VII. Há 76 papiros que contém quase 80% do texto
do N. T.

2. OS UNCIAIS.

Os 252 manuscritos que levam este nome foram escritos em pergaminhos entre os
séculos IV a IX. Foram escritos com letras maiúsculas.

2.1 CÓDICES BÍBLICOS EM MANUSCRITOS UNCIAIS

A. CODEX ALEXANDRINUS. Contém a Bíblia toda. Foi escrito em grego no século


V d.C. Encontra-se no Museu Britânico. Embora muito bem conservado, apresenta
algumas lacunas em Gênesis, I Reis, Salmos, Mateus, João e I Coríntios. O AT é da
LXX, com algumas variações do tipo de texto. Os evangelhos seguem o texto bizantino,
o restante do NT o alexandrino.

B. CODEX VATICANUS. Este manuscrito, do século IV d.C., que também abrange


toda a Bíblia encontra-se na Biblioteca do Vaticano. Apresenta algumas lacunas: Os 45
capítulos iniciais de Gênesis, parte de II Reis, alguns Salmos, final da epístola aos
Hebreus e o Apocalipse. O AT é da LXX. O NT é alexandrino.

C. CÓDEX EPHRAEMI SIRY RESCRIPTUS. Manuscrito da Bíblia toda, do século V


d.C., e que está guardado na Bibliothèque Nationale de Paris. É chamado de "rescriptus"
porque o texto original foi apagado, embora tenha ficado vestígios leves, e o material
reutilizado no século XII para anotar as obras de Efraem, o sírio. Duzentos e oito
páginas foram usadas para este fim e são as páginas que chegaram até nós. O texto
bíblico foi restaurado por métodos modernos de recuperação. Estas páginas contém
parte do livro de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico,
Cantares e quase todo o Novo Testamento, com exceção de II Tessalonicenses e II João

D. CÓDEX D OU DE BEZAE. Este manuscrito, do século V ou VI d.C., foi escrito nas


língua grega, lado esquerdo e latina, lado direito. Contém os quatro evangelhos; Atos,
com algumas lacunas; e uma parte de I João.

I. CODEX WASHINGTONIANUS II. É um manuscrito do século VII d.C., que se


encontra na Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém
partes das epístolas de Paulo, e a carta aos Hebreus depois de II Tessalonicenses.
L. CODEX REGIUS. Manuscrito do século VIII d.C. que está na Biblioteca Nacional
de Paris. Neste o evangelho de Marcos termina no final de 16:9. Em seguida apresenta
dois finais alternativos deste evangelho.

W. CODEX WASHINGTONIANUS I. Foi produzido no século IV ou V d.C. e também


pertence à Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém os
quatro evangelhos, na ordem ocidental: Mateus, João, Lucas e Marcos. Foi copiado de
outros manuscritos, pois apresenta diversos tipos de textos. Apresenta dois finais para o
evangelho de Marcos.

ALEPH: CODEX SINAITICUS. O achado deste manuscrito envolve um drama vivido


por Tischendorf, que o encontrou. Em 1844 Constantino Tischendorf trabalhava na
biblioteca do mosteiro de Santa Catarina, na península do Sinai, e notou uma cesta cheia
de páginas soltas de manuscritos. Ficou eufórico quando notou que acabara de encontrar
um dos mais antigos manuscritos bíblicos na língua grega. Tirou 43 páginas, que
atendendo seu pedido foram-lhe dadas. Outro bibliotecário alertou que duas cestas
contendo o mesmo tipo de material fora consumido na fornalha do mosteiro, para
aquecer os monges. Entretanto, cerca de oitenta páginas do AT ainda existiam. Não
conseguiu ir mais longe em sua busca, porque ao observar seu entusiasmo, os monges
suspeitaram e deixaram de cooperar. Tischendorf voltou à Europa com suas 43 páginas.
Em 1854 retornou ao mosteiro, mas não foi desta vez que os monges concordaram em
falar sobre o restante das páginas de sua descoberta. Mas, em 1859, voltando novamente
ao mosteiro, sob o patrocínio do Czar Alexandre II, patrono da igreja grega. Assim
mesmo os monges não quiseram discutir sobre seu achado. Entretanto, um dos monges,
inocentemente falou de uma cópia da Septuaginta que possuía e teria prazer em mostrar-
lhe. Para surpresa de Tishendorf, o manuscrito era o mesmo do qual ele encontrara as 43
páginas. Continha o NT completo e parte do AT. Debalde Tischendorf tentou convencer
o monge em presenteá-lo ao Czar russo. Mas o czar ofereceu um presente ao mosteiro,
de acordo com costumes orientais, e levou o manuscrito (livrando-o do risco de aquecer
a fornalha dos monges). Em 1933 o Museu Britânico adquiriu o manuscrito, onde se
encontram até hoje. O manuscrito contém parte dos livros de Gênesis, Números, I
Crônicas, II Esdras, os livros poéticos, Ester, Tobias, Judite e os livros proféticos, com
exceção de Oséias, Amós, Miquéias, Ezequiel e Daniel. Estão ali incluídos também I e
IV Macabeus. O NT está completo. As epístolas de Barnabé e uma porção do Pastor de
Hermas também estão no manuscrito. O Texto assemelha-se ao Vaticanus e ao
Alexandrinus.

THETA: CODEX KORIDETHIANUS. Texto bizantino, do século IX d.C.

PI: CODEX PETROPOLITANUS. Manuscrito do século IX d.C.

3. OS MINÚSCULOS.

São 2.646 escritos em pergaminhos entre os séculos IX e XV, em letras minúsculas.

4. OS LECIONÁRIOS.

1997 pergaminhos levam este nome. Trazem textos selecionados para serem lidos nas
igrejas. Foram escritos nas mesmas datas dos unciais e minúsculos.

5. AS OSTRACAS.
Trechos do N.T. foram escritos em pedaços de cerâmica. Temos 25 exemplares, que
contém breves porções do N.T.

Estas informações foram colhidas do “Dicionário J.Davis”.

VERSÕES

Tradução da Bíblia, ou de alguns de seus livros, para línguas vernáculas, para uso das
pessoas pouco versadas nas línguas originais, ou que as ignoram completamente.

As versões são imediatas ou mediatas, segundo são feitas diretamente do texto original,
ou por meio de outras traduções. Existem quatro versões do Antigo Testamento, feitas
imediatamente sobre o original: A versão dos Setenta, os Targuns de Onkelos e de
Jônatas bem Uzziel, a Pishito Siríaca e a Vulgata Latina. A importância destas versões
deriva-se de terem sido feitas antes que o texto hebreu recebesse as vogais massoréticas.

O Pentateuco Samaritano não é propriamente uma versão, é o texto hebreu escrito em


Samaritano ou com os velhos caracteres hebraicos, com várias divergências do texto
hebreu dos massoretas. A versão samaritana do Pentateuco é tradução do texto
divergente para o dialeto samaritano. Ver Pentateuco Samaritano.

I. Antigas versões do Antigo Testamento feitas para uso dos judeus.

1. A Versão dos Setenta.

A mais célebre versão das Escrituras do Antigo Testamento hebreu e a mais antiga e a
mais completa que se conhece, é a dos Setenta. Deriva este nome, figurado pelos
algarismos romanos LXX, por haver sido feita por setenta tradutores que a ela se
entregaram, no tempo de Ptolomeu Filadelfo entre 285 e 247. A. C. Um sacerdote
judaico de nome Aristóbulo, residente em Alexandria, no reinado de Ptolomeu
Filometor, 181-146, A. C. referido em 2 Mac 1: 10, e citado por Clemente de
Alexandria e por Euzébio, diz que, quando as partes originais referentes à história dos
hebreus haviam sido vertidas para o grego, já os livros da Lei estavam traduzidos para
esta língua sob a direção de Demétrio Falero no reinado de Ptolomeu Filadelfo. A
mesma tradução, consideravelmente embelezada, se lê em uma carta escrita por Aristeas
a seu irmão, tida como espúria pelos modernos doutores. A mesma história de Aristeas,
repete-a Josefo com ligeiras alterações, que de certo a tinha diante dos olhos. Diz ele
que Demétrios Falero, bibliotecário de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 283-247 A. C.
desejou adicionar à sua biblioteca de 200.000 volumes um exemplar dos livros da lei
dos hebreus, traduzidos para a língua grega, a fim de serem mais bem entendidos. O rei
consentiu nisso e pediu a Eleazar, sumo sacerdote em Jerusalém, que lhe mandasse
setenta e dois intérpretes peritos, homens de idade madura, seis de cada tribo, para
fazerem a tradução. Estes setenta e dois doutores chegaram a Alexandria levando
consigo a lei, escrita com letras de ouro em rolos de pergaminho. Foram gentilmente
recebidos e os aboletaram em uma solitária habitação na ilha de Faros, situada no porto
de Alexandria, onde transcreveram a lei e a interpretaram em setenta e dois dias, Antig.
12:2, 1-13; cont. Apiom 2:4.

Estas antigas informações acerca da origem da versão grega são muitas valiosas, se bem
que não se possa depositar em seus pormenores absoluta confiança, e bem assim quanto
ao escopo da obra. É admissível, não obstante, que a Versão dos Setenta teve sua
origem no Egito, que o Pentateuco foi traduzido para a língua grega no tempo de
Ptolomeu Filadelfo; que os demais livros foram gradualmente traduzidos e a obra
terminada no ano 150 a.C. Jesus, filho de Siraque, no ano 132 a.C. (Prólogo ao Ecclus),
refere-se a uma versão grega da lei dos profetas e de outros livros. É provável que a
obra tenha sido revista no período dos Macabeus. A versão é obra de muitos tradutores,
como se vê pela diferença de estilo e de método. Em várias partes existem notáveis
desigualdades e muitas incorporações. A tradução do Pentateuco, exceto lugares
poéticos, Gn cap. 49; Dt caps 22 e 23, é a melhor parte da obra, e o todo revela uma
tradução fiel, se bem que não é literal. Os tradutores dos Provérbios e de Jó mostram-se
peritos no estilo, mas pouco proficientes em hebraico, que em alguns lugares traduziram
um pouco arbitrariamente. Fizeram a tradução dos Provérbios sobre um texto hebreu,
muito diferente do atual texto massorético. O sentido geral dos Salmos é muito bem
reproduzido. O Eclesiastes está servilmente traduzido. A tradução dos profetas é de
caráter muito desigual; a de Amós e Ezequiel é sofrível; a de Isaías deixa muito a
desejar; a de Jeremias parece ter sido feita sobre outro texto que não o massorético. De
todos os livros do Antigo Testamento, o de Daniel é o mais pobremente traduzido, de
modo que os antigos doutores, a começar por Ireneu e Hipólito, substituíram-no pela
versão de Teodócio.

Cristo e os seus apóstolos serviam-se freqüentemente da Versão dos Setenta. Citando o


Antigo Testamento, faziam-no literalmente, ou de memória, sem alteração essencial; em
outros casos, cingiam-se ao texto hebreu. Existem cerca de 350 citações do Antigo
Testamento, nos evangelhos, nas epístolas e nos Atos, e somente se encontram umas 50
diferenças materiais da versão grega. O eunuco que Filipe encontrou lendo as Escrituras
servia-se do texto grego, At 8: 30-33.

Fizeram-se três principais revisões dos Setenta: uma no ano 236 A. D. e duas outras,
antes do ano 311. A de Orígenes na Palestina, a de Luciano na Ásia Menor e em
Constantinopla, e a de Hesíquios no Egito. O manuscrito dos Setenta que existe no
Vaticano considera-se o mais perfeito, de acordo com o texto original; presume-se que
seja a reprodução do mesmo texto de que se serviu Orígenes e que aparece na quinta
coluna da sua Hexapla. A revisão de Luciano foi editada em parte por Lagarde e por
Oesterley. Luciano era presbítero de Antioquia e morreu mártir em Nicomédia no ano
311, ou 312. Deu à luz o texto revisto dos Setenta, baseado na comparação do texto
grego comum, com o texto hebreu, considerado bom, porém diferente do massorético.
Hesíquios era bispo no Egito e sofreu o martírio no ano 310 ou 311; o seu trabalho
perdeu-se. Existe, contudo, um códice, assinalado pela letra Q, depositado na biblioteca
do Vaticano contendo os profetas que lhe é atribuído.

2. Outras versões gregas menores.

Depois da destruição de Jerusalém no ano 70, a versão dos Setenta perdeu muito do seu
valor entre os judeus, em parte em conseqüência do modo por que os cristãos a usavam
para fundamentar as doutrinas de Cristo, e em parte, porque o seu estilo era falho de
elegância. Por causa disto, os judeus fizeram três versões dos livros canônicos do
Antigo Testamento, no segundo século:

(I) A tradução de Áqüila, natural do Ponto e prosélito do judaísmo, viveu no tempo do


imperador Adriano, e tentou fazer uma versão literal das Escrituras hebraicas, com o
fim de contrariar o emprego que os cristãos faziam dos Setenta para fundamentar as
suas doutrinas. A tradução era tão servilmente liberal, que em muitos casos se tornava
obscura aos leitores que não conheciam bem o hebreu como o grego.

(II) A revisão dos Setenta por Teodócio, judeu prosélito, natural de Éfeso, segundo
Ireneu, e segundo Euzébio, um ebionita que acreditava na missão do Messias, mas não
na divindade de Cristo. Viveu no ano 160, porque dele faz menção Justino Mártir. Na
revisão que fez dos Setenta, serviu-se tanto da tradução elegante, porém, perifrástica
feita por Símaco, samaritano ebionita. Orígenes arranjou o texto hebreu em quatro
versões diferentes, em seis colunas paralelas para efeito de estudo comparativo. Na
primeira coluna vinha o texto hebreu; na segunda, o texto hebreu em caracteres gregos;
na terceira, a versão de Áqüila; na quarta, a de Símaco; na quinta, a dos Setenta; e na
sexta, a revisão de Teodócio. Em virtude destas seis colunas tomou o nome de Hexapla.
Na coluna destinada ao texto dos Setenta, marcava com um sinal palavras que não
encontrava no texto hebreu. Emendava o texto grego, suprindo as palavras do texto
hebraico que lhe faltavam, assinalando-as por um asterisco. Conservou a mesma grafia
hebraica para os nomes próprios.

Orígenes preparou uma edição de menor formato, contendo as últimas quatro colunas,
que se ficou chamando Tétrapla.

Estas duas obras foram depositadas na biblioteca fundada por Panfilo, discípulo de
Orígenes em Cesaréia. S. Jerônimo as consultou no quarto século e ainda existiam no
século sexto. Parece que desapareceram, quando os maometanos invadiram a cidade em
639. Alguns fragmentos da grande obra de Orígenes ainda se conservam nas citações
que dela fizeram os santos padres. A coluna dos Setenta foi dada à luz por Panfilo e
Euzébio, e vertida para o siríaco por Paulo, bispo de Tela em 617-18. Orígenes adotou
método infeliz, comparando o texto dos Setenta com o texto hebreu do seu tempo. Uma
vez que o desideratum dos sábios é restaurar o texto grego como o deixaram as mãos
dos tradutores, porque esse texto iria lançar luz sobre o texto hebreu por eles usado?

Ainda mais, os sinais e asteriscos que ele usou, foram muitas vezes negligenciados
pelos copistas e talvez mesmo os tivessem empregado sem a devida cautela, de modo
que os acréscimos feitos à versão dos Setenta e às porções dela que não encontrou no
texto hebreu, nunca mais se puderam descobrir.

3. Targuns.

Quando os judeus voltaram do cativeiro de Babilônia, o idioma hebreu de seus


antepassados deixou de ser a linguagem ordinária do povo. O aramaico, ou pseudo
caldaico, tomou o seu lugar. Em breve foi necessário que a leitura das Escrituras feitas
em público fosse oralmente explicada pelo leitor, ou por seu assistente, a fim de que o
povo a pudesse compreender. O costume de explicar as palavras e frases obscuras
quando se liam nas Escrituras em público, já estava em voga no tempo de Esdras, Ne 8:
8. Esta passagem tem sido citada como prova evidente de que as palavras que se liam
precisavam de tradução. Isto, porém, diz mais do que a letra afirma, dependendo de uma
resposta à pergunta: Teria os hebreus adotado outra língua durante o exílio? O Targum
oral, isto é, a interpretação ou tradução, que se tornou necessária, foi a princípio uma
simples paráfrase em aramaico. Mas eventualmente foi elaborado, e a fim de dar-lhe
forma definitiva e servir de padrão autorizado para ensino do povo, e por isso
reduziram-no a escrito. Estes Targuns são de grande auxílio para se determinar o texto
como era lido nas sinagogas antigas e para ter-se o sentido que os judeus davam às
passagens difíceis. Os Targuns principais eram os de Onkelos sobre o Pentateuco e o de
Jônatas ben Uzziel sobre os profetas. Segundo o Talmude, Onkelos era amigo de
Gamaliel e companheiro de Paulo nos estudos, e, portanto, viveu pelo ano 70. O seu
Targum deveria antedatar o princípio do segundo século; mas geralmente se diz que
pertence a data posterior, isto é, ao princípio do segundo século. É um Targum
puramente literal. O de Jônatas Uzziel é, pelo contrário, perifrástico e deve ser de data
posterior. Os Targuns sobre o Hagiógrafo datam do undécimo século.

II . Versões antigas de uma parte ou do todo da Bíblia, destinadas principalmente aos cristãos.

1. Versões siríacas do Novo Testamento

(I) Antiga versão siríaca do Novo Testamento, representada pelos evangelhos


descobertos por Mrs. Lewis no Conselho de Santa Catarina do Monte Sinai em 1892, e
pelos fragmentos intimamente relacionados com eles, descobertos por Cureton na Síria,
em um convento do deserto da Nitria, em 1841-43.

(II) A Pesito, que significa simples ou vulgata. O Antigo Testamento foi tirado
diretamente do hebreu, e principalmente destinado à instrução dos prosélitos hebreus do
primeiro século. O Novo Testamento é uma revisão do antigo siríaco, com o fim de o
pôr em maior harmonia com o texto grego e melhorar a sua dicção e estilo. A Pesito,
parece, já estava em circulação no segundo século. Em virtude de sua elegância
denominam-na rainha das versões.

(III) Versão Filoxênia do Novo Testamento. Deram-lhe este nome porque foi traduzida
no ano 508 por Filoxeno, bispo de Hierápolis, na Ásia Menor.

(IV) Versão do Novo Testamento, siríaca da Palestina ou de Jerusalém; ainda pouco


conhecida, mas que promete ser de grande valor crítico.

2. Versões latinas.

(I) A antiga versão latina ou africana do norte. Pelo fim do segundo século entrou em
circulação ao norte da África uma versão latina das Santas Escrituras. Faziam uso dela
Tertuliano que morreu no ano 220, Cipriano e o grande Agostinho. O Antigo
Testamento não foi vertido diretamente do hebreu, e sim baseado no texto grego.

(II) A versão Ítala ou Italiana. Diz Santo Agostinho que existia uma tradução do Novo
Testamento que alguém havia feito com grande conhecimento da língua grega. A versão
africana tinha uma linguagem provinciana que desagradava ao ouvido dos romanos que
falavam o latim de Roma. No quarto século, pois, fez-se uma revisão do texto africano
na Itália, e por este motivo se ficou chamando Ítala.

(III) A Vulgata. À publicação da versão italiana, seguiram-se várias revisões do que


resultou grande confusão de textos, até que, afinal, no ano 383, um padre cristão de
nome Jerônimo ou Hieronymo, 329, ou de 381 a 420, o mais sábio de seu tempo, e
homem dotado de grande piedade e valor moral, a pedido de Damasco, bispo de Roma,
empreendeu uma revisão do Novo Testamento latino. Comparou os evangelhos com o
original grego, removeu as interpolações e corrigiu muitos erros graves. Reviu também
duas versões latinas dos Salmos, comparando-as com os Setenta. Estas revisões têm o
nome de versões romanas e galicanas dos Salmos, porque foram introduzidas em Roma
e na Gália respectivamente. Jerônimo então se dispôs a fazer uma revisão da Bíblia
inteira. Em 387, instalou-se em um mosteiro de Belém, onde começou e terminou a sua
obra, baseando-se no texto da Hexapla de Orígenes. Porém, ultimamente fez uma versão
diretamente do hebraico, referindo-se constantemente às versões gregas, com especial
preferência à de Símacus. Quando moço, dedicou-se ao estudo do hebreu. Depois de
transferir-se para Belém, aperfeiçoou-se neste estudo com o auxílio de mestres judaicos.
Os quatro livros dos Reis, prefaciados pelo famoso Prologus galleatus, dando uma
notícia do cânon hebreu, saíram à luz no ano 392; a obra inteira completou-se no ano
405. Os homens de seu tempo não lhe deram o valor merecido, nem reconheceram o
grande serviço que lhes havia prestado o eminente padre, cujo temperamento não era
dos mais tolerantes; retribuiu com o maior desprezo as agressões da ignorância. Com o
decorrer do tempo, a sua obra, que não era feita para uma geração, e sim para os séculos
futuros, tem merecido a consagração devida. A Vulgata passou a ser a Bíblia da igreja
do ocidente na Idade Média, e, não obstante as traduções em vernáculos, ainda é a
Bíblia da Igreja Católica Romana. Por ordem do imperador Carlos Magno, no ano 802,
Alcuíno passou-a em revista. A Vulgata Latina foi a primeira obra impressa logo depois
da invenção da tipografia, saindo à luz no ano de 1455. No ano de 1546, a oito de abril,
resolveu o Concílio de Trento que se fizesse nova revisão do texto. Os encarregados
desta revisão, demoraram-se em fazê-la, até que finalmente, um pontífice de vontade
férrea, o papa Xisto V, meteu mãos à obra, tomando parte pessoal no seu acabamento. A
nova revisão saiu publicada em 1590. Outra edição veio à luz sob os auspícios do papa
Clemente VIII em 1592; muito melhorada, sem contudo prejudicar a edição Sixtina.
Ambas continuam em uso. O texto Clementino, do Antigo Testamento, juntamente com
algumas variantes do códice Amiantinus, foi editado por Heyse e Tischendorf. Muitos
termos técnicos usados na teologia, saíram da Vulgata, como, por exemplo, as palavras
sacramento, justificação e santificação, provenientes do latim sacramentum, justificatio
e sanctificatio.

3. Versões Cópticas do Novo Testamento.

Aparecem principalmente em dois dialetos: o menfítico e o tebaico. Supõe-se que a


versão menfítica data do fim do segundo século. É muito fiel e conserva o melhor texto
corrente entre os padres de Alexandria, isenta das corrupções prevalecentes no segundo
século. A versão tebaica é mais tardia e menos fiel ao original.

4. Versão Etíope da Bíblia

Feita em alguma época, entre o século quarto e o sexto; é o mais antigo monumento da
literatura etíope, bem como a pedra angular de seus fundamentos. Os que a traduziram
não eram muito familiarizados com o grego, nem possuíam erudição; não obstante, é
tradução fiel. O Antigo Testamento foi vertido dos Setenta, e, portanto, vem auxiliar a
verificação do texto grego.

5. A Versão Gótica

Feita na última metade do quarto século pelo bispo Ulfilas, compreendendo toda a
Bíblia, excetuando os quatro livros dos Reis, que o bispo omitiu, por julgar que a
narração das guerras e do combate à idolatria seria de mau efeito nas mãos dos godos.
Desta versão, existe a maior parte do Novo Testamento e algumas porções do Antigo
Testamento. A tradução é muito fiel e esmerada.
6. Versões Árabes.

As que existem são antigas, e não merecem importância, sob o ponto de vista crítico.

III Versões Inglesas.

1. Antigas Versões.

Nos tempos dos anglo-saxônios fizeram-se traduções em vernáculo de algumas partes


das Escrituras, como os Salmos, os dez mandamentos e partes do Novo Testamento. Em
conseqüência das alterações de linguagem, por causa da conquista normanda, alguns
livros da Bíblia, especialmente os evangelhos, foram vertidos para o idioma nacional.
Não houve nenhuma tentativa de uma versão integral.

2. A Bíblia de Wycliffe e de Purvey.

A primeira aparece entre 1382 e 83; e a segunda em 1388. A primeira saiu em


linguagem robusta e tersa, mas de pouco polimento; é atribuída a Wycliffe. A segunda
em estilo mais primoroso saiu das mãos de Purvey, porque Wycliffe, nascido e 1324,
havia falecido a 31 de dezembro de 1384. A versão mais conhecida é a de Purvey.
Ambas as versões foram tiradas da Vulgata Latina. A Versão de Wycliffe foi a primeira
que se fez para o inglês moderno e serviu-lhe de modelo; também exerceu grande
influência na vida nacional. A princípio circulava em manuscritos; e só foi impressa em
1848.

3. Pelo ano 1526, chegou à Inglaterra uma tradução do Novo Testamento,

segundo o original grego, obra do reformador William Tyndale, que havia fugido da sua
pátria para escapar às perseguições. Foi publicada em Worms. Esta versão obedecia à
versão grega feita por Erasmo e publicada em 1519, e sob consulta da edição de 1522.
Tyndale fez tradução diretamente do grego, auxiliando-se ao mesmo tempo, do Novo
Testamento de Lutero e da Vulgata. A sua obra sofreu grande oposição dos altos
dignitários da igreja dominante, mas o povo a recebeu alegremente. O livro estava cheio
de pestilentes erros e foi queimado na praça pública. Em 1530 e 1534, publicou uma
tradução do Pentateuco, e em 1531, uma do livro de Jonas, ambas feitas diretamente do
hebreu com o auxílio da Bíblia de Lutero e da Vulgata. Em 1534 publicou em Antuérpia
mais uma edição do Novo Testamento. É fora de dúvida que ele traduziu outros livros
do Antigo Testamento, além dos já mencionados, provavelmente até ao fim dos livros
das Crônicas e alguns livros proféticos, porém não chegou a publicá-los em vida. Foi
preso a 23 ou 24 de maio de 1535, em Antuérpia, onde se havia estabelecido, e a 6 de
outubro de 1536 foi, primeiramente, estrangulado e depois queimado como herético.
Mas a sua obra permaneceu. Fixou os moldes da tradução da Bíblia; a sua dicção e o seu
estilo vivem na versão inglesa, à qual emprestam beleza literária e rigidez de feição.

4. A Bíblia de Coverdale.

Esta obra foi publicada em 1535, sem indicar o nome do impressor, nem o lugar de sua
procedência. Provavelmente foi em Zurique, que reclama essa honra, mas é bem
possível que fossem Frankfurt ou em Colônia. É a primeira Bíblia completa que se
publicou em inglês. O Novo Testamento e a maior parte do Antigo, são visivelmente da
versão de Tyndale. Somente a parte compreendida desde Jó a Malaquias foi traduzida
independentemente por Miles Coverdale, servindo-se, não do original hebraico, e sim
de uma Bíblia alemã impressa em Zurique entre 1527 e 29. A versão dos Salmos,
virtualmente imutável, ainda figura no livro do ritual da Igreja de Inglaterra.

5. A Bíblia de Matheus.

O nome de Tomás Mateus é pseudônimo adotado por John Rogers, sucessor de


Tyndale, como capelão servindo aos negociantes ingleses que moravam em Antuérpia e
que foi o primeiro mártir das perseguições de Maria Tudor. Em 1537 imprimiu uma
edição da Bíblia, cremos que na mesma cidade de Antuérpia. Continha o texto de
Tyndale. Os livros não contidos na versão de Tyndale, ele os tirou da de Covarde. Era
acompanhada de audaciosas anotações; contudo foi a primeira Bíblia licenciada pelas
autoridades públicas.

6. A Bíblia de Taverner,

publicada no ano de 1539, destinada a contrapor-se à influência da Bíblia de Mathews e


principalmente às suas atrevidas anotações.

7. A Grande Bíblia,

também chamada a Bíblia de Cranmer. O primeiro nome justificava-se pelo seu


tamanho: cada página media 13 ¼ por 7 ½ polegadas, e o segundo nome vinha-lhe de
ter sido Cranmer quem escreveu a introdução. Esta Bíblia foi empreendida por sugestão
de Cromwell, e representa a revisão do texto da Bíblia de Mathews. Veio à luz em
1539-41. Teve caloroso acolhimento. Esgotaram-se logo sete edições.

8. A Bíblia de Genebra.

Resultou dos esforços de três exilados refugiados em Genebra, durante as perseguições


de Maria a Sangüinária. Foram eles Whittingham, Gilby e Sampson, que a traduziram
cotejando a Grande Bíblia. O Novo Testamento apareceu em 1557 e a Bíblia inteira em
1560. Estas duas edições foram as primeiras que apareceram divididas em versículos.
Os tradutores serviram-se da colaboração dos mais ilustres teólogos daquele tempo. Era
um volume manual de tamanho do in quarto pequeno. O povo a recebeu com grande
entusiasmo, especialmente as pessoas que tendiam para os Puritanos. Durante setenta e
cinco anos esteve em uso na Inglaterra. Era acompanhada de notas, que lhe serviam de
bom comentário juntamente com algumas exposições práticas e doutrinais. Foi a
primeira Bíblia impressa na Escócia.

9. A Bíblia dos Bispos.

A popularidade da Bíblia de Genebra não agradou aos bispos, que em 1568 publicaram
a sua Bíblia, vasada nos moldes da de Genebra, e dividida em capítulos e versículos.
Em 1571, o Sínodo aprovou-a e mandou que fosse posta em todas as igrejas.

10. A Bíblia de Reims e de Douay.

Esta é a versão autorizada pela Igreja Católica Romana para o povo inglês. Foi
traduzida da Vulgata. O Novo Testamento saiu à luz em Reims no ano de 1582, e o
Antigo Testamento, em Douay em 1609-10. Contém comentários de elevada
controvérsia. O estilo tinha o sabor latino, pondo em curso muitas palavras deste
idioma, entre as quais se contam: impenitente, propiciação, remissão, etc.
11. Versão Autorizada.

O Dr. Reynolds, presidente do Colégio Corpus Christi de Oxford, propôs na


Conferência de Hampton, a 16 e 18 de janeiro de 1604, durante a discussão entre
anglicanos e puritanos, que se fizesse uma versão autorizada da Bíblia. O rei Tiago I,
muito conhecido pelo interesse que mostrava por assuntos teológicos, acolheu entre
outras coisas "que se fizesse uma tradução da Bíblia, diretamente do hebraico e do
grego, para ser impressa e publicada sem notas marginais, destinada a ser lida em todas
as igrejas da Inglaterra por ocasião do culto divino”.O rei nomeou cinqüenta e quatro
tradutores, mas somente quarenta e sete tomaram parte neste serviço. Esta comissão
dividia-se em seis grupos: dois funcionavam em Westminster, dois em Oxford, e dois
em Cambridge. Concluíram o trabalho em 1611, acompanhado de uma dedicatória ao
rei Tiago. Não foi realmente nova tradução, merece antes o nome de revisão. É
endereçada a todos os cristãos que falam a língua inglesa, e está atualmente em uso.

12. A Versão Revista.

A Versão da antiga Bíblia já tinha um curso de mais de dois séculos e meio. A


descoberta de novos manuscritos e o estudo cuidadoso dos textos revelaram a existência
de erros em o Novo Testamento grego que serviu para a versão inglesa. Tendo-se obtido
um texto mais perfeito, além de ter havido grandes progressos no estudo do grego e do
hebraico, durante o mesmo período, em fevereiro de 1870, em reunião havia em
Canterbury, resolveu-se rever a antiga versão. Formaram-se duas comissões, uma para o
Novo Testamento e outra para o Antigo. A do Antigo Testamento compunha-se de vinte
e sete membros, e a do Novo Testamento, também de vinte e sete membros. A maior
parte do tempo funcionou só com vinte e quatro. Dois terços pertenciam à igreja de
Inglaterra. Havia mais duas comissões na América cooperando neste trabalho,
compostas, uma de catorze membros para o Antigo Testamento e outra de treze para o
Novo, representando diferentes igrejas protestantes. A revisão começou a 2 de junho de
1870. Na revisão do Novo Testamento gastaram-se dez anos e meio, e saiu à luz em
maio de 1881. A revisão do Antigo Testamento começou a 30 de junho de 1870 e
terminou catorze anos depois, a 20 de junho de 1884. A Versão Revista Americana e a
Versão Revista de 1881 foram novamente editadas no Novo Testamento em 1900 e o
Antigo em 1901.

A edição americana incorporou no texto as variantes e traduções preferidas pelas duas


comissões, adiciona referências às passagens ilustrativas paralelas, fornece indicações
para os tópicos de cada página, muda o número dos vv. da margem para o texto,
substitui o nome de Jeová pelo de Senhor e Deus, onde ele existe no original, aumenta o
número de mudanças por amor aos eufemismos. A Versão Revista é inferior à Versão
Autorizada na felicidade da expressão, e as sentenças são menos perfeitas no seu ritmo e
na sua cadência. Como trabalho científico, é muito superior à Antiga Versão,
especialmente nas partes poéticas e proféticas do Antigo Testamento, e nas epístolas do
Antigo Testamento, e nas epístolas do Novo em que o sentido se tornou mais claro. A
ortografia dos nomes próprios foi grandemente melhorada.

IV. Versões em português.

Entre os antigos monumentos da língua portuguesa, encontram-se alguns fragmentos da


História Sagrada. Foi, porém, a rainha D. Leonor, mulher de D. João II, quem fez
imprimir em 1495, a expensas suas, a versão portuguesa da "Vida de Cristo", obra
escrita em latim por Ludolto ou Lentolfo da Saxônia, na qual completa o evangelho de
S. Matheus, com interpolações das passagens dos de S. Marcos, S. Lucas e S. João que
não correspondem às daquele. Em 1505 a rainha D. Leonor mandou ainda imprimir os
Atos e as epístolas de Tiago, Pedro, João e Judas, traduzidas anteriormente por frei
Bernardo Brivega.

Limitando-nos a mencionar as traduções dos evangelhos e epístolas em um antigo


missal, por Gonçalo Garcia, a de frei Francisco de Jesus Maria Sarmento, paráfrase em
quarenta e quatro volumes publicados em 1777, a de A. L. Blackord, que em 1879,
publicou no Rito de janeiro o Novo Testamento completo, vertido do grego, e ainda
outras, tratamos aqui das principais versões em uso:

1. Almeida.

João Ferreira de Almeida, nascido em 1628, em Torre de Tavares, Portugal, emigrou


para a Holanda, donde foi para Java em 1641. Ali uniu-se à igreja reformada
portuguesa. Em 1642, traduziu do espanhol para o português um resumo dos evangelhos
e das epístolas. Iniciou a tradução da Bíblia pelo Novo Testamento, logo depois de sua
ordenação a 16 de outubro de 1656. O Novo Testamento, vertido do grego, foi
concluído em 1670, sendo impresso em Amsterdão em 1681. Almeida faleceu a 6 de
agosto de 1691, deixando o Antigo Testamento vertido do hebraico até os últimos
versículos da profecia de Ezequiel. Alguns missionários do Tranquebar, a expensas de
Teodoro Van Cloon, governador geral da Índia holandesa, cotejaram a tradução de
Almeida pelo hebraico, e completaram a obra. O mais ilustre dos continuadores desse
trabalho foi Nicolau Dal. Teodósio Walther que traduziu o livro de Daniel.

Em 1819, a Sociedade Bíblia Britânica começou a publicar o texto de Almeida em um


volume completo. O texto de Almeida ressente-se, desde a edição de 1681, das
imperfeições de revisão. Em 1894 e em 1925 fizeram-se revisões gerais no todo ou em
parte que lhe mudaram bastante a forma ortográfica. Essas manipulações sucessivas de
certa forma desfiguraram o texto primitivo, do qual disse Teófilo Braga:

"É esta tradução o maior e mais importante documento para se estudar o estado da
língua portuguesa no século XVII; o padre João Ferreira de Almeida, pregador do
Evangelho em Batávia, pela sua longa residência no estrangeiro escapou incólume à
retórica dos seiscentistas; a sua origem popular e a sua comunicação com o povo
levaram-no a empregar formas vulgatas que nenhum escritor cultista do seu tempo
ousaria escrever. Muitas vezes o esquecimento das palavras usuais portuguesas leva-o a
recordar termos equivalentes, e é esta uma das causas da riqueza do seu vocabulário.
Além disto, a tradução completa da Bíblia presta-se a um severo estudo comparativo
com as traduções do século XIV, e com a tradução do padre Figueiredo, do século
XVIII. É um magnífico monumento literário”.

2. Figueiredo.

O padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1725-1797, da congregação do Oratório,


deputado da real Mesa Censória, sócio da Academia Real das Ciências, um dos maiores
latinistas de seu tempo, escritor elegante e primoroso, traduziu a Bíblia da Vulgata,
saindo à luz o Novo Testamento em 1778, em seis volumes. O Antigo Testamento veio
seguidamente em 17 volumes entre 1783 e 1790. A edição de 1819, em sete volumes, é
considerada o padrão, havendo sido retocada na tradução e notas. É o texto autorizado
pela Igreja Romana.

Em 1821, a Sociedade Bíblica Britânica publicou o texto de Figueiredo em um só


volume. Na edição de 1828 suprimiram-se os livros apócrifos, e um exemplar enviado
em 1842 pela alfândega de Angra do Heroísmo, Açores, ao governo português, foi
examinado pelo arcebispo D. Francisco de S. Luís, posteriormente cardeal Saraiva, que
deu parecer favorável ao livro.

3. Tradução Brasileira.

Em 1902 a Sociedade Bíblica Americana e a Sociedade Bíblica Britânica nomearam


uma comissão composta dos Revs. William Cabell Brown, depois bispo de Minnesota,
J. R. Smith, J. M. Kyle, A. B. Trajano, E. C. Pereira e Hipólito de Oliveira Campos,
para do hebraico e grego tirarem ema versão que acompanhasse mais de perto o
original, servindo-se dos textos resultantes do cotejo dos manuscritos estudados pela
crítica científica.

Saiu a lume o Novo Testamento completo em 1910 e a Bíblia toda em 1917.

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