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DE NOVA FRIBURGO – RJ
Dos Fatos
Ocorre que a viagem, que era para ser um sonho realizado, tornou-se um pesadelo com
os problemas que vieram a seguir.
Nos traslados de Paris para Lisboa, Lisboa para Londres e por fim Londres para
Amsterdam foi cobrado uma taxa de bagagem, na qual não fora informado ao autor,
tendo mesmo dispendido do valor de 200,00 Euros nos dois primeiros translados
anteriormente citados, o que totaliza 400,00 Euros, o que em valores nacionais
corrigidos totalizam R$ 1.910,91 (Dois mil, oitocentos e oitenta e seis reais e nove
centavos), conforme o câmbio de atual de R$ 4,81 (quatro reais e oitenta e um
centavos) o Euro. Sendo o ultimo traslado – Londres x Amsterdam – a cobrança de 83,
96 Libras Esterlina, que convertido para Reais totaliza R$ 493,61 (quatrocentos e
noventa e três reais e sessenta e um centavos).
Como se não bastasse o autor não ter sido informado sobre as taxas de bagagens, sendo
que a própria empresa ré admite o erro, conforme se verifica nos e-mails anexados aos
autos, a empresa ainda cometeu outro erro absurdo, inaceitável.
O autor com sua família e cia, ao chegarem no destino Amsterdam uma outra
“desagradável surpresa” veio a ocorrer. A empresa ré havia dado entrada no hotel que
ficariam para o dia 26/08/2018, EXATAMENTE O DIA DE RETORNO AO
BRASIL, conforme consta da confirmação da viagem acostada aos autos.
Cabe ressaltar que o reclamante chegou ao referido destino acima citado no dia
23/08/2018, às 21:25, do horário local e por este novo equívoco, estiveram que aguardar
por aproximadamente 3 (três) horas no saguão do hotel, sendo este fato agravado pois o
autor não domina o idioma holandês, tendo sido posteriormente encaminha para outro
hotel na qual foi compelido a pagar uma taxa de hospedagem no valor de 68 Euros, que
convertido totaliza R$ 324,85 (trezentos e vinte quatro reais e oitenta e cinco
centavos)
Por fim, o autor ainda teve como revés os localizadores de voo com exceção dos
localizadores da empresa Alitália. No entanto os demais foram resolvidos através de
“chat” on-line, o que ocasionou dificuldades de fazer o check-in, sendo que alguns só
foram possíveis dentro do aeroporto. Todos esses fatos ocorridos em outros países, o
que demonstra que todo o ocorrido NÃO FOI MERO ABORRECIMENTO.
Houve também o gasto de 89,20 Libras Esterlina, referente ao serviço de transporte por
aplicativo para trasladar até o aeroporto e Londres e que convertido o valor totaliza R$
482,91 (quatrocentos e oitenta e dois reais e noventa e um centavos)
O autor tentou resolver administrativamente diversas vezes via e-mail, e via chat,
(Protocolo de atendimento: #20924367), no entanto todas as tentativas foram
infrutíferas. Conforme consta dos protocolos nº 1265458 e 1265457. Não possuindo
assim alternativa senão resolver pela via judicial.
Dos Direitos
Toda prestação de serviço deve ser eficiente, entendendo assim que o serviço quando
contratado deve ser claro quanto aos ônus, o que definitivamente não ocorreu.
Tal fato comprova cabalmente que a empresa ré praticou ato ilícito, devendo, desta
forma, reparar o dano ocasionado. Assim reza o artigo 927 do código civil.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
De tal sorte que o autor contratou o referido pacote de viagem pelo valor R$ ...
Da Responsabilidade Objetiva
Conforme exposto acima, a necessidade de reparação é clara, mas a sua
responsabilização é diferenciada. Trata-se da chamada responsabilidade objetiva,
descrita no artigo 927 parágrafo único, que dispõe que haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem. Isto significa que haverá a responsabilização pelo
dano, mesmo que não haja culpa, nos casos previstos em lei.
Dispõe que há o dever de reparação, independente de culpa, quando o dano for causado
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Assim, está clara a responsabilidade da empresa requerida, pois, por óbvio defeito em
sua prestação de serviço, colocando funcionário despreparado para atender o público
adequadamente.
Desta forma, não há dúvidas quanto o direito de ser ressarcido pelos danos materiais
causados pela empresa ré.
Importante ressaltar que o ocorrido não foi caso de mero aborrecimento, em que por
diversas sentenças, se verifica a dispensabilidade de tal dano.
Ocorre que o autor foi surpreendido com um erro grave ocorrido em país estrangeiro,
estando como responsável de duas menores de idade conforme se depreende dos fatos.
Além de todo transtorno vivenciado pelo autor, o mesmo ainda possuía a dificuldade de
idiomas, para, no próprio local, tentar resolver problemas ocasionados pela negligência
da ré. Aponta Clayton Reis que:
Importante lembrar que a viagem em família, fato este considerável, e um sonho a ser
realizado, por vezes raro, em relação à realidade financeira, foram sumariamente
assolados pelo descaso da empresa reclamada.
Portanto, não restam dúvidas que houve danos à dignidade do autor, devendo o
mesmo ser indenizado substancialmente pelos fatos ocorridos.
Do pedido:
a citação da empresa ré, para que responda aos termos da presente ação, contestando-
a, caso queira, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato
Que seja ressarcido o valor de R$ 20.556,00 (vinte mil, quinhentos e cinquenta e seis
reais) referentes ao pacote contratado, além dos gastos citados que não foram
informados pela reclamada no valor de R$ 3.212,28 (três mil duzentos e doze reais e
vinte oito centavos). Totalizando R$ 23.768,28 (vinte e três mil e setecentos e sessenta
e oito reais e vinte oito centavos)
Que empresa reclamada seja condenada a indenizar os danos morais ocorridos durante a
viagem.
Requer ainda seja deferida a gratuidade da justiça, nos termos da Lei 1060/50.
Dá-se a causa o valor de R$ 33.400,00 (trinta e três mil e quatrocentos reais).
Nesses termos,