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Lição 12 - Os pães da Proposição

Levítico 24.5-9.

INTRODUÇÃO

Os pães da proposição ficavam num dos lugares mais nobres e reservados do Tabernáculo. Ali,
em frente ao candelabro de ouro, eram iluminados durante toda a noite. A simbologia é
claramente cristológica: a luz do Evangelho mostra ao pecador faminto que somente Cristo pode
saciar-nos plenamente. Nesta lição, veremos como Deus foi didático a Israel ao mostrar-lhe a
suficiência de sua Palavra nos pães da proposição.

I. OS PÃES DA PROPOSIÇÃO

A fim de que os pães da proposição fossem introduzidos no tabernáculo, Deus ordenou o fabrico
de uma mesa especial. Quanto aos pães, deveriam estes ser preparados de acordo com uma
receita bastante específica.

ETIM lat . propositĭo,ōnis, rad. de proposĭtum, supn. de proponĕre 'expor à vista'

A mesa dos pães.

A mesa que receberia os pães da proposição, feita de madeira de acácia, tinha essas medidas:
dois côvados de cumprimento (90 centímetros), um côvado de largura (45 centímetros) e sua
altura, um côvado e meio (70 centímetros) (Êx 25.23-30). A mesa, toda revestida de ouro fino,
recebeu adornos da altura de quatro dedos, bastante apropriados para conter os pães sagrados.
Suas argolas serviam para transportá-la. A madeira de acácia, por ser medicinal, evitava fungos
e parasitas que poderiam contaminar os pães sagrados.

Lugar Santo, onde haviam três das sete peças de móveis feitas para o tabernáculo: o Candelabro
(Êx. 37:17:23), a Mesa dos Pães (Êx. 37:10-16) e o Altar do Incenso (Êx. 30:1-8). Na mesa eram
postos os pães da proposição, em número de doze (um para cada uma das doze tribos), que eram
apresentados quentes cada sábado (Êx 25.30).

Dentre as três peças do Lugar Santo, a mesa da proposição, chamada também a mesa de
madeira de acácia (Ex 25.23; 37.10), a mesa pura (2Cr 13.11), a mesa do Senhor (Ml 1.12) ou
simplesmente, a mesa (Hb 9.2).

Os pães da proposição.

Os pães da proposição eram preparados todos os sábados pelos coatitas (1Cr 9.32). Em sua
composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Ou seja, a parte mais fina e nobre deste
produto. Depois de cozidos, eram postos em duas fileiras sobre a mesa, sendo entremeados por
incenso (Lv 24.6,7). Doze pães, um para cada tribo de Israel.

“Estes pães têm o nome 'Hapanim' (faces) derivado do fato de que possuem "duas faces". Eram
moldados em forma de uma matsá grossa e quadrada, com ambos extremos dobradas para
cima... D'us ordenou: "Que haja pães sobre a mesa constantemente!" A mesa nunca podia ficar
vazia. Por conseguinte, os pães novos eram colocados antes dos velhos serem retirados. (Os pães
permaneciam sobre a mesa mesmo quando a nação de Israel viajava.)”(CHABAD)
O Dicionário Strong’s diz que “O pão da proposição significa literalmente “as faces
apresentadas”” (# 6440). Este “pão sagrado” (1Sm 21.4-6) e “pão contínuo” (Nm 4.7) significa a
aceitação de Deus por todos que comem e deleitam-se com Cristo (Jo 6.31-40; 10.9). O pecador
arrependido que confia pela fé na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte como a sua vitória
pode com “rosto descoberto” entrar e sair e achar pastagens (Jo 10.9,10; 2Co 3.18). Graças a
Deus pela aberta comunhão com Deus por Jesus Cristo.

A simbologia dos pães.

Os pães da proposição simbolizavam a presença sempre providencial de Deus no meio de seu


povo (Jr 32.38).

Desta forma, os israelitas deveriam saber que o homem não vive só de pão, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4). Quanto ao pão estar acompanhado de incenso,
significa isso que a presença do Senhor sempre vem acompanhada pelas orações dos santos (Ap
5.8; 8.3,4). Os pães da proposição, ou da presença, representam ainda a Palavra de Deus, que,
através do Evangelho, alimenta o mundo faminto (Jo 1.1).

Pão – “A alimentação da maioria dos hebreus era simples. Pão, azeitonas, queijo, frutas e
vegetais formavam a dieta fixa. Carne só era comida em raras ocasiões. O pão era um alimento
tão básico que se tornou sinônimo da própria vida. ‘Comer pão’ equivalia a ‘fazer uma refeição’.
Os egípcios não podiam ‘comer pão’ com os hebreus (Gn 43.31,32). ‘Dá-nos cada dia o nosso pão
cotidiano’ (Lc 11.3) era uma oração para a provisão diária do alimento. O pão era algo tão básico
que Jesus se referiu a si mesmo como o ‘Pão da vida’ (Jo 6.35).

O pão parece ter sido sempre partido, e nunca cortado com uma faca, o que fez surgir a frase
‘partir o pão’, usada em Atos 20.7 para descrever o serviço de comunhão (GOWER, Ralph. Novo
Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed. Rio de Janeiro, 2012, pp. 47,48,52).

Para Israel - Mas a própria presença do pão na tenda de reunião também foi projetada para
lembrar ao povo de Deus que Deus havia providenciado seu pão de cada dia, que Deus havia
providenciado todas as suas necessidades. E assim, o significado prático e espiritual deste pão
de presença, este pão de presença na tenda de reunião, foi o primeiro a nos lembrar que Deus
providenciou todas as nossas necessidades, e o povo de Deus deveria lembrar em todos os
momentos que havia pão na presença do Senhor, e a lembrança do pão na presença do Senhor
era, então, para lembrá-los de que tudo que eles haviam sido fornecidos a eles pelo Senhor: que
o pão deles - e pensar neles especialmente no deserto quando ainda estavam comendo o maná
- que o maná tinha sido fornecido pela mão de Deus a eles para a alimentação deles.

Mas ainda mais abençoado, a lembrança de que aquele pão ... você se lembra, havia doze pães,
significando todo o povo de Deus, todas as doze tribos de Israel ... que em si era um número
espiritual, porque se você quisesse para ser técnico, havia doze tribos e meia, ou treze tribos,
mas você queria numerá-las. Mas doze era a imagem da plenitude do povo de Deus, da plenitude
de Israel, e eles podiam lembrar que havia doze pães ali, novamente simbolizando como os
sacerdotes tomavam parte daqueles pães que as ofertas do povo de Deus haviam sido
consideradas santas em Sua visão, e que todo o povo de Deus era capaz de comungar com ele.
II. A PALAVRA DE DEUS, O PÃO DA VIDA

O povo de Israel, desde o início de sua história, sempre teve uma convivência cerimonial e
tipológica com o pão (Gn 14.18-20). Quer no tabernáculo quer fora do tabernáculo, o pão
sempre simbolizou a presença de Deus entre o seu povo.

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.

E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;

E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o
dízimo de tudo. Gênesis 14:18-20

A Palavra de Deus é vida.

Durante a peregrinação de Israel no Sinai, os israelitas conscientizaram-se de que nem só de pão


vive o homem, mas da Palavra de Deus (Dt 8.3).

E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem
teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo
o que sai da boca do Senhor viverá o homem. Deuteronômio 8:3

Durante 40 anos, Deus os sustentou com o maná, o pão que descia dos céus, a cada manhã (Êx
16.31-35). Portanto, a presença divina era perceptível tanto no lugar Santo do Tabernáculo
quanto no arraial. Todos sabiam que, apesar das asperezas do deserto, o Senhor jamais os
abandonaria naquela árdua caminhada.

A Palavra de Deus é o nosso sustento diário.

Além do pão, Deus proporcionava cotidianamente ao seu povo água, direção, proteção e
iluminação (Êx 13.21; 15.22-27; 17.1-16). Por conseguinte, os israelitas eram sustentados,
orientados e protegidos pelo Senhor a cada dia. À semelhança de Davi, eles podiam declarar que
o Senhor era o seu pastor; nada lhes faltava (Sl 23.1).

A Palavra de Deus é o nosso sustento específico.

Na mesa do Tabernáculo, havia, como já vimos, doze pães distribuídos em duas fileiras, sendo
um pão para cada tribo de Israel (Lv 24.6). Entre as fileiras de pães, o incenso (Lv 24.7). O que
isso significa? Antes de tudo, que Deus alimenta o seu povo tanto coletiva quanto
individualmente. Ele conhece perfeitamente nossas necessidades (Sl 103.14; Mt 6.8). O que
podemos inferir desta lição? Deus tem uma comida personalizada para mim, para você e para
cada servo seu em particular.

III. JESUS CRISTO, O PÃO QUE DESCEU DO CÉU

Os pães da proposição são o mais perfeito símbolo do Senhor Jesus Cristo, pois a sua missão,
neste mundo, foi (e sempre será) alimentar-nos com a Palavra de Deus (Jo 1.1).

Jesus, o pão da vida.

O Senhor Jesus, através de sua palavra, revela-se como a água e o pão da vida (Jo 4.13,14; 8.32;
Ap 7.17).

Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se
fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. João 4:13,14

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32

Certa vez, Ele foi tão claro acerca de sua missão redentora, que levou alguns de seus discípulos
mais chegados a escandalizarem-se com o seu discurso (Jo 6.48-60). O Senhor Jesus, como o pão
vivo, não se limitou a ficar no santuário, mas, encarnando-se, trouxe a presença do Pai Celeste
a toda a humanidade (Mt 1.23; Hb 1.3).

João 6

E, claro, há um paralelo do Novo Testamento, não é? Você se lembra da alimentação dos 5.000,
como está registrado em João 6? Você se lembra que foram disponibilizados para Jesus cinco
pães. A partir disso, Ele alimentou 5.000, e quando tudo foi dito e feito, quantas cestas foram
trazidas a Ele? Doze cestos.

Agora, novamente, há um significado prático e espiritual para isso. Ele tinha doze discípulos,
e isso indicava que Deus não apenas providenciara que os 5.000 comessem, mas que Ele
providenciaria que os discípulos de Jesus comessem. Mas é claro que, mais profunda e
significativamente, nos lembra que toda a plenitude do povo de Deus é provida pelo Senhor, e é
precisamente nessa passagem, em João 6:35 e em João 6:51 que Jesus dirá - o que ? “Eu sou o
pão da vida”. Se você quer conhecer a providência e a provisão de Deus, se quer conhecer a
comunhão com Deus, então deve confiar em mim. Você deve comer da Minha carne, 'Jesus dirá,'
porque eu sou o pão da vida. Em outras palavras, você deve confiar somente em mim. Você deve
ter fé em Mim sozinho, porque eu sou a única coisa que pode lhe dar sustento espiritual para
salvar suas almas. É uma bela imagem que temos aqui em Levítico 24 - o Senhor espalhando a
sua mesa e preparando-a para a comunhão com o seu povo.

Jesus, o pão de nossa comunhão com o Pai.

Jesus, como o pão vivo que desceu do céu, não precisa ser trocado todos os sábados, como os
pães da proposição (Lv 24.8). Nosso Salvador, além de ser um sumo sacerdote infinitamente
superior a Arão, é o pão divino; e, do próprio sábado é Senhor (Mt 12.8; Jo 6.41; Hb 7.17-25).
Aliás, Jesus Cristo é o próprio tabernáculo de Deus. Ao encarnar-se, tornou-se semelhante a nós
(Jo 1.14; Hb 9.11,12). E, com a sua morte e ressurreição, fez-nos acessível o trono da graça, no
qual, hoje, entramos ousadamente (Hb 4.16).

Dai-lhes vós de comer.

Hoje, ao proclamarmos o Evangelho, outra coisa não fazemos senão alimentar os famintos com
a Palavra de Deus (Mt 28.18-20; Lc 9.13). Portanto, evangelizemos e façamos missões enquanto
há tempo. A fome espiritual nunca foi tão acentuada como nos dias de hoje (Am 8.11,12).

Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem
sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.

E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte,
buscando a palavra do Senhor, mas não a acharão. Amós 8:11,12

Evangelização é um mendigo contando ao outro onde encontrar pão. D. T. Niles


CONCLUSÃO

No Antigo Testamento, apenas o sumo sacerdote e seus filhos tinham direito de comer dos pães
da proposição. A única exceção foi Davi e seus homens (Mc 2.25,26). Através de Cristo, porém,
temos acesso não somente aos pães da proposição como também ao lugar mais santo do
tabernáculo. E, todas as vezes que nos reunimos para celebrar a Ceia do Senhor, lembramo-nos
de que Jesus é a presença eterna do Pai entre nós (1Co 11.23,24). Ele é o pão da vida. Amém.

Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi
traído, tomou o pão;

E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós;
fazei isto em memória de mim. 1 Coríntios 11:23,24

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,

Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,

Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados
da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,

Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Hebreus 10:19-25

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