You are on page 1of 4

Avaliação no Ensino Superior

Avaliação:

A avaliação é o processo contínuo cujo resultado surge como um instrumento de


(re)orientação dos processos de ensino e de aprendizagem, de modo que ensino,
aprendizagem e avaliação sejam vistos como uma totalidade em função da relação de
interdependência existente entre eles, configurando assim o processo educacional.

A avaliação dos processos de ensino e aprendizagem tem como foco inicial e imediato a
construção do conhecimento no processo de aprendizagem do aluno, por meio de uma ação
pedagógica efetiva, pelo desenvolvimento de competências (conhecimentos, habilidades e
atitudes) gestadas no interior da instituição de ensino, visando uma abrangência maior que é a
transformação da própria sociedade como resultado do processo educacional.

A avaliação incide sobre diversas instâncias envolvidas no processo educativo: professores,


alunos, instituição de ensino, família, sociedade, órgãos governamentais.

A avaliação diz respeito aos vários elementos do processo educativo formal: conhecimento e
sua construção, interações grupais e relações interpessoais, opções éticas, epistemológicas,
técnicas e metodológicas.

A avaliação se configura numa atividade crítica e reflexiva que favorece a construção do


conhecimento e a autonomia do aluno, desenvolvendo dimensões cognitivas, afetivas e
sociais.

A avaliação da aprendizagem deve ser um ato amoroso por ser um ato acolhedor, integrativo,
inclusivo, já que ajuíza a qualidade da educação tendo em vista dar-lhe suporte de mudança,
caso necessário. Nesse sentido tem-se uma concepção dialética de educação em direção ao
sujeito interativo.

Deve haver coerência entre o referencial teórico no qual a avaliação se fundamenta e o


projeto-político-pedagógico da instituição de ensino, e a proposta do professor. A avaliação
não se desvincula do contexto educacional e de um posicionamento sobre a epistemologia do
conhecimento.

A natureza do processamento e dos resultados da avaliação está em estreita relação com


variáveis contextuais: educação e sociedade, contextos social, político e econômico. Logo, a
natureza dialógica e social do processo de construção do conhecimento e das práticas
avaliativas apresenta a avaliação como uma atividade coletiva e não só individual, com vistas
a uma educação humanizada historicamente.

A avaliação deve ser apreciada qualitativamente, embora faça uso de dados quantitativos.

Classificação das dimensões da avaliação educacional, considerando-se o espaço pedagógico


que define sua atuação:
- avaliação de sala de aula - tem como objeto os processos de ensino e de aprendizagem, que
tanto serve para diagnosticar o ensino como a aprendizagem do aluno;
- avaliação institucional - permite analisar uma instituição educativa para verificar o
cumprimento de sua função social. Pode ser interna ou externa à instituição de ensino;
- avaliação de programas e projetos educativos - tem como foco os propósitos e as estratégias
destes;
- avaliação de sistema - centra sua atenção em sistemas de ensino com o propósito de
subsidiar políticas públicas na área educacional;
- avaliação de currículo - volta seu foco de atenção para a análise do valor psicossocial dos
objetivos e conteúdos de um curso.

Critérios:

Os critérios de avaliação devem estar vinculados aos objetivos e conteúdos propostos para
cada etapa do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, pois explicitam as expectativas de
aprendizagem.

Funções da avaliação:
A avaliação apresenta as funções diagnóstica, formativa (acompanhamento) e somativa
(classificação), devendo ser aplicadas de forma interdependente.
A função diagnóstica deve estar referida como ação inicial do processo didático-pedagógico
por identificar o conhecimento prévio dos alunos e verificar as características individuais e
grupais, além de possíveis problemas de aprendizagem e suas causas. Tal função diagnóstica
serve para indicar o caminho a ser seguido nos processos de ensino e de aprendizagem.

Nesse contexto o processo didático-pedagógico é constantemente retroalimentado pelos dados


da função formativa da avaliação, a qual é aplicada no decorrer do processo de ensino e
aprendizagem, servindo como forma de controle que visa informar sobre o rendimento do
aluno, deficiências e possíveis alinhamentos necessários no planejamento de ensino para
atingir objetivos.

Assim o processo didático-pedagógico mantém-se alinhado aos objetivos educacionais,


visando por fim classificar o aluno segundo seu grau de aproveitamento dentro dos critérios
estabelecidos de rendimento, sendo realizada no final de um curso objetivando a promoção de
um nível de aprendizagem para outro, configurando a função somativa.

Autoavaliação:

A avaliação implica uma relação interna com a autoavaliação, o autoconhecimento, em que a


corresponsabilidade entre professor e aluno é valorizada no interior do processo. Vale lembrar
que cabe ao educador não perder de vista a coerência entre os valores educacionais adotados,
o projeto-político-pedagógico e a sua própria visão epistemológica.

A autoavaliação apresenta uma importante função pedagógica que é a consciência dos


próprios avanços, limites e necessidades como forma de conduzir ao aperfeiçoamento,
devendo ser realizada tanto pelos alunos quanto pelo professor. O processo de autoavaliação
compreende a própria avaliação frente ao resultado obtido, o que faz da pessoa sujeito e
objeto do processo avaliativo, conferindo ao autoavaliador a responsabilidade em seu
processo avaliativo e educacional. Como consequência tem-se uma reflexão crítica não
apenas no que diz respeito à sua aprendizagem, mas sobre todo o seu processo de
desenvolvimento humano.

A autoavaliação deve estar desvinculada da nota, de maneira a constituir-se efetivamente num


importante instrumento de formação do educando a partir de critérios bem definidos.
Avaliação mediadora:

A avaliação mediadora busca a ampliação da autonomia, da crítica e da responsabilidade do


aluno, o que é o objetivo maior do processo pedagógico e que deve estar presente em todos os
momentos da dinâmica ensino, aprendizagem e avaliação. Consequentemente, compreende-se
a aprendizagem como uma construção perene de análises e sínteses entre o conhecido e o
novo.

Avaliação emancipatória:

A avaliação emancipatória, a partir da descrição, análise e crítica da realidade, objetiva


trabalhar no aluno a crítica educativa, de modo favorecer a transformação de tal realidade. Tal
processo avaliativo favorece a formação de sujeitos críticos, conscientes e autônomos, libertos
de condicionamentos deterministas e aptos para criar as suas próprias alternativas de ação.

Avaliação institucional:
A avaliação institucional, seja ela interna ou externa à instituição de ensino, consiste na
investigação que visa conhecer melhor a própria instituição como um todo e em suas
particularidades, assim como o andamento dos processos de ensino e de aprendizagem,
analisando os resultados obtidos com as propostas iniciais da instituição.

Faz-se mister que haja um fortalecimento teórico e ético dos profissionais da educação
envolvidos em tal processo, de modo a favorecer a discussão honesta das questões que dizem
respeito à instituição de ensino de que se trata.

You might also like