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1.

Introdução
1.1 Considerações Gerais
O objetivo deste trabalho é mostrar um breve estudo sobre cerâmicas
odontológicas, resina acrílica, ligas odontológicas e materiais para implante,
e, como fazem parte das diversas maneiras de reabilitar sorrisos dentro da
odontologia.
1.2 Cerâmicas Odontológicas
Os materiais restauradores e protéticos usados normalmente na odontologia
podem ser agrupados em uma das quatro categorias: metais, polímeros,
compósitos e cerâmicas. As cerâmicas odontológicas podem consistir
principalmente em vidros, porcelanas, cerâmicas vítreas ou estruturas
altamente cristalinas. Elas possuem propriedades químicas, mecânicas,
físicas e térmicas que as distinguem de outros materiais, tais como metais e
resinas acrílicas. As cerâmicas odontológicas são estruturas não metálicas,
inorgânicas e contêm principalmente compostos de oxigênio com um ou mais
elementos metálicos ou não metálicos.
1.3 Resina Acrílica
A resina acrílica é um material utilizado para vários trabalhos na Odontologia:
confecção da base de próteses parciais e totais, placas miorrelaxantes,
moldeiras individuais, padrões de fundição, próteses provisórias imediatas,
coroas provisórias, dentes artificiais, reparo de próteses totais, acrilização de
aparelhos ortodônticos, dentre outros. As resinas acrílicas geralmente são
fornecidas na forma de pó e líquido. Líquido: O constituinte principal do líquido
é o metacrilato de metila (monômero). Pó: Composto por microesferas de
polimetacrilato de metila (polímero) polimerizadas industrialmente.
1.4 Ligas Odontológicas
As ligas dentárias foram devidamente classificadas de acordo com suas
características e indicações. Com novas descobertas na área da odontologia,
algumas ligas são raramente usadas em alguns tipos de restaurações. Ligas
para coroas totalmente metálicas, ligas de metais altamente nobres para
restaurações metalocerâmicas e ligas metálicas para próteses parciais são
exemplos de indicações de ligas. O uso de metais puros em Odontologia é
muito limitado. Os metais puros também têm uso limitado em aplicações de
Engenharia, uma vez que podem ser amolecidos facilmente, e, como o ferro,
muitos deles tendem a sofrer corrosão rapidamente.
1.5 Materiais para Implantes
Os biomateriais para implantes podem ser classificados de acordo com sua
composição química ou com base em suas propriedades físicas, mecânicas,
químicas e biológicas. Os materiais mais usados nos implantes são feitos, de
alguma forma, de substância metálica. Os sistemas de implantes diferem em
natureza da camada da superfície. Alguns implantes não são recobertos;
outros são recobertos com cerâmicas, carbono ou polímero. Dos quatro tipos
de implantes, os endósteos são os mais comumente usados em aplicações
dentárias.
Cerâmicas Odontológicas

O crescente interesse por um padrão estético harmonioso do sorriso e a


necessidade de se empregarem materiais restauradores de excelente qualidade
foram determinantes no desenvolvimento de inúmeras aplicações clínicas para
os materiais cerâmicos.

As cerâmicas odontológicas são caracterizadas por estruturas inorgânicas não


metálicas compostas de oxigênio com um ou mais elementos metálicos ou
semimetálicos associados.

A busca por um sorriso estético e o contínuo avanço nas propriedades dos


materiais restauradores odontológicos resultaram em significativo aumento nas
indicações de restaurações em cerâmica pura devido às características de cor,
textura e resistência desse material. Além de se assemelharem ao esmalte
dentário por suas propriedades mecânicas, ópticas e estabilidade química, as
cerâmicas odontológicas têm:
 estabilidade de cor;
 alta resistência e durabilidade;
 excelente lisura superficial;
 resistência à abrasão;
 baixo acúmulo de placa bacteriana;
 coeficiente de expansão térmica;
 rigidez compatíveis com as estruturas dentais.

A associação dessas características faz com que os materiais cerâmicos


proporcionem excelente estética, função e durabilidade quando bem indicados.
Após décadas de evolução, a Odontologia contemporânea tem empregado cada
vez mais procedimentos restauradores conservadores (minimamente invasivos),
que incluem os procedimentos indiretos, não sendo mais preponderantes
preparos extensos objetivando apenas a criação de macro retenções.
Tais procedimentos conservadores são dependentes de adequada adesão entre
os materiais restauradores e os substratos dentários, e a possibilidade de
empregá-los deve-se principalmente à melhoria dos materiais resinosos
poliméricos, como:
 cimentos;
 resinas compostas.

A possibilidade de fixação adesiva dos materiais restauradores cerâmicos aos


tecidos dentais associada com o sucesso estético de restaurações livres de
infraestrutura metálica impulsionou avanços no desenvolvimento e na fabricação
das cerâmicas odontológicas. Isso resultou em implementações que permitiram
melhores propriedades mecânicas, como o aumento da resistência à fratura
desses materiais.
Tal ganho de resistência nos materiais cerâmicos deu-se principalmente com a
modificação e/ou o aumento do conteúdo cristalino nesses materiais e também
com os avanços obtidos nas formas de processamento, o que tem possibilitado
maior número de aplicações clínicas para esses materiais, que são, atualmente,
empregados na confecção de infraestruturas para determinados tipos de
próteses fixas em substituição às estruturas metálicas.
O potencial estético e a biocompatibilidade das cerâmicas podem ser
considerados únicos dentre os materiais restauradores odontológicos. Apesar de
apresentarem inúmeras vantagens, as cerâmicas são materiais frágeis, com
baixa tolerância a tensões de tração e cisalhamento, estando suscetíveis à
formação e à propagação de trincas por serem friáveis e de baixa resistência ao
impacto. Portanto, o sucesso do tratamento restaurador com restaurações
cerâmicas é dependente de adequado planejamento, sendo de extrema
importância o conhecimento das propriedades desses materiais para sua correta
indicação e aplicação.
Para obtenção de desempenho adequado do procedimento restaurador com
restaurações totalmente cerâmicas, deve-se ter associação de resistência da
restauração e estética satisfatória.
Esses fatores são dependentes de planejamento minucioso que deve ser
conduzido envolvendo as seguintes etapas, condicionadas de acordo com cada
condição clínica e demanda estética:
 escolha do sistema cerâmico adequado;
 extensão e forma do preparo no substrato dentário (esmalte e/ou
dentina);
 tratamento de superfície da restauração cerâmica (de acordo com o
material);
 procedimentos de fixação (sistemas adesivos, cimentos resinosos etc);
Composição química das cerâmicas
As cerâmicas odontológicas são fundamentalmente estruturas inorgânicas,
constituídas primariamente por oxigênio (O) com um ou mais elementos
metálicos ou semimetálicos, tais como.
 alumínio (Al);
 boro (B);
 cálcio (Ca);
 cério (Ce);
 lítio (Li);
 magnésio (Mg);
 fósforo (P);
 potássio (K);
 silício (Si);
 sódio (Na);
 titânio (Ti);
 zircônio (Zr).
As cerâmicas utilizadas na odontologia podem ser basicamente caracterizadas
por duas fases: uma matriz cristalina circundada por uma fase vítrea de silicato
A porção vítrea das cerâmicas é caracterizada por cadeias de tetraedros de
(SiO4), em que cátions de Si4+ estão posicionados no centro de cada tetraedro
com ânions O- em cada um dos cantos, resultando tanto em ligações covalentes
quanto em iônicas. Essa porção Si/O é que define a viscosidade e a expansão
térmica do material.
A matriz vítrea é responsável pelas propriedades ópticas do material, como
a translucidez. A presença de óxidos metálicos, inseridos em menor quantidade,
reforça a fase vítrea e interfere na cor das cerâmicas. Já a fase cristalina
relaciona-se com as propriedades mecânicas (resistência e isolamento) também
com as ópticas, de acordo com a quantidade de cristais e natureza da
composição.
A composição das porcelanas é relevante para definir as suas aplicações, sejam
elas artísticas ou com indicações odontológicas, e a quantidade de feldspato,
caulim e quartzo define a utilização das porcelanas/cerâmicas.
As cerâmicas empregadas em procedimentos restauradores odontológicos
apresentam maior conteúdo de feldspato, seguido por quartzo, o que acarreta
um excelente resultado estético devido às suas propriedades óticas. Já as
porcelanas utilizadas para confecção de trabalhos culturais e dispositivos
domésticos além de apresentarem feldspato, apresentam um equilíbrio entre a
quantidade de quartzo e caulim.

Classificação das cerâmicas


Atualmente, existem variadas classificações sendo empregadas na tentativa de
se dividir as cerâmicas odontológicas em diferentes categorias. Serão
apresentados na sequência alguns dos tipos de classificação mais comumente
utilizados, que dividem as cerâmicas odontológicas quanto a:
 tipo;
 conteúdo;
 indicação clínica;
 temperatura de sinterização.

TIPOS DE CERÂMICAS
As cerâmicas odontológicas podem ser divididas basicamente, quanto ao tipo,
em:
 cerâmicas convencionais: feldspáticas; e
 cerâmicas reforçadas: leucita, dissilicato de lítio, alumina, zircônia etc.
A cerâmica feldspática foi a primeira a ser utilizada na odontologia, sendo
essencialmente uma mistura de feldspato de potássio (K2 OAl2 O3 6SiO2 ) ou
feldspato de sódio (Na2 OAl2 O3 6SiO2) com quartzo (SiO2). O feldspato é um
mineral cristalino e cinza, facilmente encontrado na natureza.
A composição usual da cerâmica feldspática está descrita na Tabela 1, a seguir.

Quando o feldspato, na forma coletada da natureza, é aquecido a temperaturas


entre 1200-1250ºC, ocorre a sua decomposição e, posteriormente, será
desencadeada a fusão incongruente.
Essa reação propiciará formação de uma estrutura amorfa (vidro líquido) e de
uma fase cristalina constituída de leucita (K2 OAl2 O3 4SiO2).
Após o resfriamento brusco da massa fundida, ocorre a manutenção do estado
vítreo, constituído basicamente por sílica (SiO2). A alumina (Al2 O3) é
acrescentada à composição das cerâmicas feldspáticas para, junto com outros
óxidos metálicos (como ferro, níquel, cobre, titânio, manganês, cobalto e
estanho), promoverem a pigmentação e opacidade necessárias para o
mimetismo das cores dos dentes naturais.
A leucita também está presente nas cerâmicas feldspáticas e é relacionada à
quantidade de feldspato de potássio. É utilizada em associação com outros
óxidos como forma de se controlar o coeficiente de expansão térmica, tornando-
o semelhante ao do material da infraestrutura, minimizando o estresse térmico
residual. De acordo com sua composição, podem ser utilizadas como material
de recobrimento de infraestruturas metálicas ou cerâmicas de diversos tipos
(camada de opaco, corpo de dentina, dentina gengival, esmalte e esmalte.
As porcelanas feldspáticas apresentam translucidez e coeficiente de expansão
térmica semelhante aos dos dentes; são resistentes à compressão e à
degradação hidrolítica promovida pelos fluidos orais, além de não possuírem
potencial corrosivo. No entanto, apresentam baixa resistência à tração e flexão
(60MPa) e elevada dureza (conforme figura abaixo):
Por ser um material friável, as cerâmicas apresentam limitada capacidade de
dissipação de tensões, sendo estas acumuladas nas extremidades, nos ângulos
e nas fendas da restauração. As cerâmicas têm limitada capacidade de
deformação quando são submetidas a forças que tendem a flexioná-las devido
ao alto módulo de elasticidade. Assim, as tensões tendem a ser acumuladas no
próprio material e, caso haja a presença de fendas, pode ocorrer propagação
destas, levando à fratura da cerâmica.
Com base no princípio de que quanto maior a quantidade de matriz cristalina,
maior a resistência da cerâmica, foram então propostas as cerâmicas reforçadas,
que apresentam maior proporção de fase cristalina quando comparadas com as
cerâmicas convencionais. Cristais de leucita, dissilicato de lítio, alumina, spinel
e zircônia são os mais comumente empregados para atuarem como agentes de
reforço da fase cristalina, diminuindo a propagação de trincas nas cerâmicas
quando submetidas a tensões de tração, o que aumenta, desta forma, a sua
resistência.

Conteúdo das cerâmicas


As cerâmicas odontológicas podem ser também classificadas, quanto ao seu
conteúdo, em:
 cerâmicas vítreas: feldspáticas, leucita e dissilicato de lítio;
 cerâmicas cristalinas/policristalinas: alumina, spinel e zircônia.

Cerâmicas aluminizadas
As cerâmicas feldspáticas eram as únicas aplicadas na odontologia, para
confecção de pró- teses, até a década de 1960. Entretanto, devido à baixa
resistência desse material, McLean e Hughes desenvolveram novo material pelo
aumento da fase cristalina da porcelana feldspática com adição de maior
conteúdo de óxidos de alumina.
As cerâmicas aluminizadas são inicialmente indicadas para confecção de coroas
em cerâmica pura.
Com composição semelhante à das porcelanas feldspáticas, porém com
aumento de 40% da fase vítrea com alumina (Al2 O3), as cerâmicas
aluminizadas tiveram a resistência à flexão praticamente duplicada (130MPa)
quando comparadas às cerâmicas feldspáticas convencionais.
O maior conteúdo de alumina foi responsável por diminuir a concentração de
tensões no interior do material, o que normalmente ocorre durante o
resfriamento, além de ocupar espaços estratégicos, impedindo, em parte, a
propagação de trincas.
Apesar do aumento da resistência, a inserção de alumina promoveu significante
aumento da opacidade da cerâmica. Essa nova formulação foi empregada como
recobrimento em lâminas de paládio com 0,5 a 1,0mm (jaquetas de porcelana),
sendo posteriormente também empregada como material de cobertura sobre
infraestruturas metálicas e cerâmicas.
As coroas produzidas com cerâmica aluminizada eram consideradas mais
estéticas do que as coroas metalocerâmicas, porém esse material não
apresentava resistência suficiente para suportar áreas de alto esforço
mastigatório, como nos dentes posteriores, sendo indicado apenas para
aplicações na região anterior, figura abaixo:

Cerâmicas infiltradas por vidro


Posteriormente à proposição das cerâmicas aluminizadas por McLean e Hughes,
foi introduzido novo sistema cerâmico infiltrado por vidro com alto conteúdo de
alumina visando a melhorar os problemas relacionados com a capacidade de
resistir à fratura e à tenacidade – cuja resistência flexural média é de 650MPa.
Sua composição consiste em duas fases tridimensionais interpenetradas: uma
fase de alumina (óxido de alumínio) e uma fase vítrea (à base de lantânio), sendo
sua confecção baseada em estrutura de alumina porosa que é infiltrada por vidro.
Como o sistema cerâmico infiltrado por vidro é ainda mais opaco do que as
cerâmicas aluminizadas, ele é indicado para confecção de infraestruturas para
coroas totais anteriores e posteriores, além de próteses fixas de até três
elementos para a região anterior.
O sistema cerâmico infiltrado por vidro apresenta três variações, de acordo com
o seu principal componente de reforço, que podem ser verificadas no quadro
abaixo:
Cerâmicas reforçadas por leucita
Com os avanços nas formulações das cerâmicas odontológicas, foram
produzidos materiais cerâmicos reforçados pelo aumento na quantidade de
cristais de leucita (SiO2 Al2 O3 K2 O).
Essas cerâmicas são materiais vítreos reforçados pela adição de
aproximadamente 55% em peso desses cristais. A resistência flexural dessas
cerâmicas pode variar entre 90 e 180MPa, o que é até três vezes superior à
resistência das porcelanas feldspáticas.Devido à boa translucidez e à ausência
de infraestrutura metálica, as cerâmicas reforçadas com cristais de leucita são
indicadas para confecção de inlays, onlays, facetas, laminados e coroas unitárias
anteriores e posteriores, alcançando excelentes resultados estéticos.
Entre as desvantagens das cerâmicas reforçadas por leucita, está a necessidade
de alto investimento inicial para aquisição dos equipamentos especiais
necessários no processamento da cerâmica - figura abaixo:

Cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio


As cerâmicas vítreas reforçadas pelo acréscimo de cristais de dissilicato de lítio
(SiO2 Li2 O) foram apresentadas em sequência e possuem cerca de 60 a 65%
desses cristais em sua fase cristalina. Este sistema apresenta resistência flexural
de 300 Pa, podendo ser até sete vezes mais resistente quando comparado às
porcelanas feldspáticas convencionais; entretanto, sua translucidez é inferior.
Considerando o fator resistência do material combinado com a tenacidade a
fratura, as cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio podem ser indicadas para
confecção de inlays, onlays, laminados, coroas unitárias e próteses parciais fixas
de três elementos até a região de 2º pré-molar.
Esses materiais também podem ser empregados como infraestrutura para
próteses unitárias de até três elementos, recebendo posteriormente,
recobrimento com porcelanas feldspáticas compatíveis.
As vantagens da utilização das cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio são:
ausência de infraestrutura metálica ou opaca, boa translucidez, resistência e
estética adequada. Entretanto, alto investimento inicial é requerido devido à
necessidade de equipamentos especiais para seu processamento.
Cerâmicas com alto conteúdo de cristais
As cerâmicas policristalinas podem ser subdivididas em reforçadas por alumina
e / ou reforçadas por zircônia, categorias descritas a seguir.
Cerâmicas policristalinas reforçadas por alumina O óxido de alumínio foi também
utilizado para desenvolvimento de sistema cerâmico policristalino com alto
conteúdo de alumina pura (99,9% de Al2 O3), densamente compactada e
sinterizada. O grande conteúdo de alumina empregado nesse sistema faz com
que ele apresente resistência à flexão variando de 450-700MPa e excelente
biocompatibilidade.
Cerâmicas policristalinas reforçadas por alumina são indicadas para a confecção
de infraestruturas para coroas unitárias anteriores e posteriores, além de
infraestruturas de próteses parciais fixas de três elementos com extensão até o
1º molar
Apesar das excelentes propriedades mecânicas verificadas neste sistema
cerâmico, existem limitações na sua utilização para fixação adesiva, pois os
tratamentos de superfície convencionais podem não ser efetivos nessas
cerâmicas devido ao reduzido conteúdo vítreo presente nelas (0,01%). Desta
forma, tratamentos de superfície alternativos fazem-se necessários como forma
de se obter adesão favorável às cerâmicas policristalinas:

Cerâmicas policristalinas reforçadas por zircônia


Além de estar presente como reforço em alguns sistemas cerâmicos, a zircônia
também passou a ser empregada na forma Y-TZP (zircônia tetragonal
policristalina estabilizada com ítria), com alto conteúdo (99,5% de ZrO2). Este
material foi primeiramente empregado na confecção de próteses ortopédicas e
apresentou bons resultados devido às excelentes propriedades mecânicas e à
sua biocompatibilidade. O óxido de ítrio (Y2 O3) é associado à zircônia pura com
intuito de estabilizar a fase cúbica ou tetragonal dos cristais em temperatura
ambiente, obtendo-se assim um material polifásico, a zircônia estabilizada.
Essa estabilização dos cristais de zircônia na fase tetragonal em temperatura
ambiente possibilita a alta tenacidade à fratura da Y-TZP e resistência à flexão
maior em relação aos demais sistemas cerâmicos, variando de 900 a 1200MPa.
Em situações de acúmulo de tensões de tração na cerâmica, como no
surgimento de trincas no material, estas podem ser contidas pela transformação
de fases da zircônia.
A transformação de fases da zircônia é o mecanismo no qual os cristais de forma
tetragonal são convertidos para a forma monoclínica gerando aumento
volumétrico localizado (3-5%) e retardando, assim, a propagação de trincas na
estrutura cerâmica por meio de tensões de compressão.
A zircônia foi incialmente indicada apenas para confecção de infraestruturas para
coroas totais e próteses parciais fixas para as regiões anterior e posterior,
necessitando ser recoberta com cerâmicas vítreas, devido à estética reduzida
causada pela alta opacidade do material. Recentemente, com o aprimoramento
das propriedades ópticas da Y-TZP, esse material tem sido indicado para
utilização em estruturas monolíticas, ou seja, toda a prótese é confeccionada
com o mesmo material.
A quantidade de elementos que podem ser envolvidos numa prótese utilizando
Y-TZP. dependerá das indicações de cada fabricante, porém existem sistemas
capazes de suportar a reabilitação de praticamente todos os dentes de uma
arcada em uma única peça.
Resinas Acrílicas

A resina acrílica é um material utilizado para vários trabalhos na Odontologia:


confecção da base de próteses parciais e totais, placas miorrelaxantes,
moldeiras individuais, padrões de fundição, próteses provisórias imediatas,
coroas provisórias, dentes artificiais, reparo de próteses totais, acrilização de
aparelhos ortodônticos, dentre outros.
A versatilidade da resina acrílica se deve, entre outros motivos, ao fato de ser:
insípida, inodora, não tóxica, não irritante aos tecidos bucais (mas algumas
pessoas têm alergia ao monômero), insolúvel na saliva, fácil de manipular e de
polir, possível de desinfecção; além de apresentar alta estabilidade dimensional,
morfológica e de cor.
As resinas acrílicas são divididas em:
•Quimicamente ativadas
•Termicamente ativadas
Sua maioria é composta pelo monômero metacrilato de metila, que unidos a
outros monômeros formam o Polimetacrilato de metila.
São fornecidas normalmente pelo sistema pó/líquido, onde o líquido contém o
monômero metacrilato de metila não polimerizado e o pó contém o polímero em
pré-polimerizado em forma de pequenas pérolas. Quando misturados formam
uma massa que passa por cinco fases distintas.

1ºFase Arenosa: Durante a fase arenosa as pérolas de polímero são


completamente envolvidas pelo monômero que preenche os espaços vazios e o
conjunto adquire uma cor translúcida. O nome atribuído a esta fase é
consequência do aspecto semelhante a uma massa de areia molhada, que
apresenta baixo escoamento e ganha brilho superficial por afloramento do
excesso de líquido quando pressionada.
Pouca reação molecular mistura com o aspecto granulado ou áspero.

2ºFase Fibrosa: Na fase pegajosa o líquido dissolve as longas cadeias de


polímero, tornando a mistura viscosa e aderente, fazendo com que na tentativa
de manipulação apareçam inúmeros fios finos e pegajosos entre as porções
resultantes.
Caracterizado pela formação de fibrilas. Consistência pegajosa

3ºFase Plástica: Durante a fase plástica a massa resultante perde a


pegajosidade a partir de certo ponto de saturação da solução de polímero no
monômero, começa a escoar de modo homogêneo, torna‐se manipulável e sem
aderência, sendo esta conhecida como fase de trabalho. Aumento do número de
cadeias poliméricas. Fase ideal de trabalho

4ºFase Borrachoide: Na fase Borrachoide ocorre o aumento da concentração


de cadeias de polímero no monômero e a evaporação do monômero residual,
tornando o líquido escasso, fazendo com que o escoamento da massa torne‐se
precário e apareçam características de recuperação elástica.
Os monômeros são dissipados. Recupera-se quando comprimida

5ºFase Rígido/Densa:Fase final, já polimerizou. Torna-se rígida pela


Evaporação do monômero livre.

Indicação:
•Confecção da base de próteses parciais e totais
•Placas miorrelaxantes
•Moldeiras individuais
•Padrões de fundição
•Próteses provisórias imediatas
•Coroas provisórias
•Dentes artificiais
•Reparo de próteses totais
•Acrilização de aparelhos ortodônticos

Composição:
Polímero (Pó) Monômero (Líquido)
Polimetacrilato de metila Metacrilato de metila
Peróxido de benzoíla Hidroquinona (0,006 %)
Pigmentos Dimetacrilato de glicol
Copolímeros Dimetil-para-toluedin

Propriedades (vantagens e desvantagens)

Vantagens:
•Resistência à tração
• Fácil manuseio
•Baixo custo para dentista
•Tempo de trabalho suficiente
•Estética
•Reembasamento
•Boa tolerância pelos tecidos de suporte

Desvantagens:
•Baixa flexibilidade
•Pouca resistência à deflexão e ao impacto
•Baixa resistência transversal
•Temperatura na polimerização

Considerações Biológicas:
•Insípida
•Inodora
•Não tóxica
•Não irritante aos tecidos bucais

Propriedades Físicas:
•Resistência à compressão
•Estabilidade dimensional
•Apresentar baixa gravidade específica, quando usadas em próteses totais

Propriedades Estéticas:
•Possuir mimetismo.

Resinas Termicamente Ativada

Composição:
•Sistema pó/líquido. São esferas pré-polimerizadas e peróxido de benzoíla que
compõe o pó. E o líquido consiste em um metacrilato não polimerizado.
Proporção:
•A proporção indicada é de 3:1, 3 Partes de pó para 1 de líquido
Indicação
•Sua principal indicação é para o em base de prótese removível

Resinas Quimicamente Ativada


A diferença fundamental entre as resinas termoativadas e as resinas
quimicamente ativadas é o método pelo qual o peróxido de benzoíla é dividido
para permitir os radicais livres.
Geralmente, o grau de polimerização alcançado pelas quimicamente ativadas
não se completa como nas termoativadas. Isto indica que há uma grande
quantidade de monômero não reagido na resina confeccionada via ativação
química. Processo de obtenção da peça pode ser pela técnica da moldagem por
compressão, adaptando a resina e deixando polimerizar ao ar livre, ou
adaptando a resina; deve realizar a polimerização na presença de pressão.

Composição:
Sistema pó/líquido. Pó é composto por esferas pré-polimerizadas e no líquido
estão presentes o monômero e o ativador químico dimetil-para-toluidina.
Pó: poli (metacrilato de metila), peróxido de benzoila e liquido: metacrilato de
metila, hidroquinona e amina terciária.

Indicações:
Confecção de próteses provisórias, aparelhos ortodônticos, moldeiras individuais
e guias cirúrgicos.
Reação de polimerização – iniciador: peróxido de benzoila e ativador do
iniciador: amina terciária.
Vantagens: fase laboratorial menos trabalhosa, menor tempo para a obtenção
das peças.
Desvantagens: adaptação mais pobre, presença de porosidade, menor
resistência, maior quantidade de monômero residual.
Diferença entre RAAT e RAAQ – principal: método pela qual o peróxido de
benzoila é dividido para produzir os radicais livres, as quimicamente ativadas
tem menor contração de polimerização, com isso possui melhor adaptação
dimensional. Próteses totais construídas com RAAQ geralmente mostram
melhor adaptação do que com RAAT. Este fenômeno pode ser atribuído à sua
baixa contração térmica. A contração de processamento de uma típica RAAQ é
em torno de 0,26% enquanto que de uma RAAT é de 0,53%, fazendo com que
a adaptação daquelas seja melhor.

Propriedades:

Porosidade – o que causa: grande espessura de material, falta homogeneidade


do monômero no polímero, falta pressão durante a polimerização, ciclo de
polimerização inadequado e quando a temperatura de uma resina atinge ou
ultrapassa o ponto de ebulição. Ela diminui a resistência, e se houver na
superfície, pode acumular placa bacteriana e restos de alimentos.
Absorção de água - O poli absorve relativamente pequenas quantidades de
água quando colocado em um meio aquoso. A água exerce um efeito significante
nas propriedades dimensionais e mecânicas dos polímeros. A absorção da água
ocorre por difusão.
Solubilidade - As resinas para base de prótese total é solúvel em uma grande
variedade de solventes, mas são praticamente insolúveis nos fluidos
encontrados na cavidade oral.
Tensões decorrentes do processamento - Sempre que uma alteração
dimensional natural é inibida o material afetado aprisiona tensões internas. Se
as tensões são relaxadas, uma distorção que resulta do material pode ocorrer.
As tensões são produzidas também como um resultado da contração térmica,
devido a diferença de coeficiente de expansão térmica linear dos materiais
empregados.
Trincas - O relaxamento das tensões pode produzir pequenas trincas na
superfície, que podem afetar as propriedades físicas e estéticas de uma prótese
total. As trincas podem também ser produzidas como um resultado da ação de
solventes.
Resistência - A resistência de uma prótese total é dependente de vários fatores
como a composição da resina, técnica de processamento e condições presentes
no meio bucal. Devido a maior presença de monômero residual a raaq tem menor
resistência do que a raat.
Creep - As resinas acrílicas têm comportamento viscoelástico. Se uma resina for
submetida a uma carga que não é removida, uma deformação plástica poderá
ocorrer ao longo do tempo, configurando assim o creep.
Ligas odontológicas

Constituição das ligas odontológicas

Uma liga é definida para fins odontológicos, como uma substancia metálica que
contém dois ou mais elementos, na qual pelo menos um desses elementos é um
metal mutuamente solúvel na condição de fundido. Deve-se levar em conta que
o uso de metais no meio bucal não é algo recente, tendo em vista que existem
evidencias verídicas de estruturas protéticas em múmias com mais de 4000
anos. Com o passar dos séculos o homem foi se aprimorando em tal
conhecimento e então começaram a ser aplicados para recompor espaços
perdidos no meio bucal. O ouro é um metal nobre, fácil de manusear e não sofre
corrosão e oxidação no meio bucal, sendo assim, foi opção natural e aplicada
desde a antiguidade. Porém, com o passar do tempo o ouro puro não atenderia
a demanda por materiais mais duros, resistentes e elásticos. Por outro lado, a
manutenção do ouro associado a outros metais nobres ainda demonstra ser a
liga metálica mais confiável no ambiente bucal do ponto de vista de
biocompatibilidade.

As ligas de titânio comercialmente puro são na atualidade amplamente


utilizadas como biomateriais estruturais para implantes ortopédicos e
odontológicos, por terem uma excelente resistência mecânica, resistência à
corrosão, e biocompatibilidade. Phillips afirma que “A presença de mais de um
metal pode também provocar certas reações no estado sólido, que não ocorrem
num metal puro, e que afetam diretamente as propriedades de uma liga”. Em
outras palavras é de grande importância que se haja todas as formas
combinações possíveis.

Classificação das ligas

Podem ser classificadas de acordo com:

1. Uso inlays de metal, coroas e pontes, restaurações metalo-


ceramicas, pontes parciais removíveis e implantes.

2. Com componente principal (ouro, paládio prata, níquel, cobalto ou


titânio).
3. Com sua nobreza (altamente nobre, nobre, predominantemente de
metais básicos).

4. Com os três elementos principais (ouro-prata-paládio, paládio-


prata-prata-estanho, níquel-cromo-berílio, cobalto-cromo-
molibdênio, titânio-alumínio-vanádio ou ferro-níquel-cromo).

5. Com sistema de fase dominante (isomorfo [fase única] eutéica,


peritetica ou intermetálica.

Sobre as classificações é necessário que se saiba que se dois elementos


estiverem presentes, é formada uma liga que será denominada liga binaria; nos
casos de três ou quatro substancias metálicas presentes são formadas ligas
terciarias e quaternárias. E assim sucessivamente.

Fala-se também em ligas simples que é aquela na qual os átomos se intercalam


entre si e possuem uma estrutura homogênea pois somente uma fase se forma
durante a solidificação. A maioria das ligas de ouro usadas em odontologia são
predominantemente do tipo solução solida, mesmo que frequentemente
contenham mais de dois metais. O Ouro, Platina e Paládio além de metais
nobres são também metais preciosos o que alavanca o valor das ligas preciosas.

Tipos de ligas de ouro usadas na odontologia

1. Tipo I (Liga mole): São fracas e moles, sendo uteis em áreas não
sujeitas a tensões oclusais, não sendo muito utilizadas.
2. Tipo II (Liga media): São empregadas para RMFs, nas quais as
possibilidades de brunidura de margens são mais importantes que
a alta resistência.
3. Tipo III (Liga dura): São usadas em RMFs, coroas ¾, retentores e
ponticos de prótese fixa, onde a brunidura é menos importante que
a resistência.
4. Tipo IV (Extra dura): São duras e não dúctíveis, sendo indicadas
em regiões de altas tensões como PPR. Não usada de formas
extensas devido p custo.
5. Tipo V: Ligas para restaurações metalo-ceramicas (copings): são
usadas para confecções de estruturas metálicas de porcelana.
Tipo I/II

Tipo III

Tipo IV
Tipo V

Diante das explanações acima pode-se afirmar que a escolha de uma liga deve
estar baseada nos seguintes critérios: propriedades físicas, propriedades
químicas, biocompatibilidade, facilidade de trabalho e compatibilidade com
outros materiais associados. Devendo se atentar sempre para o limite de
proporcionalidade, ou seja, uma medida da tensão necessária para causar
deformação permanente (força de rendimento é necessário para determinar a
capacidade de carga, especialmente para próteses parciais). Propriedades
químicas são importantes porque afetam a resistência a manchas, a corrosão e
estabilidade térmica. Outras propriedades devem ser levadas em conta como o
modulo de elasticidade também é bastante importante, pois determina a
flexibilidade do material disponível para trabalho (flexibilidade e ME são
inversamente proporcionais).

A biocompatibilidade envolve vários fatores, como citotoxidade e irritação do


tecido. Os riscos biológicos a partir de ligas de metal base, particularmente níquel
e berílio, são controversos. Estes potenciais perigos podem afetar não só o
paciente, mas também o clínico que fez o procedimento. A falta de dados e longa
experiência clínica sugere cautela no uso de ligas de metais básicos,
particularmente em pessoas com sensibilidade conhecida aos metais base. Até
à data, no entanto, nenhum dado experimental, nem a experiência clínica de
forma inequívoca contra-indica o uso de ligas que contenham esses elementos
potencialmente tóxicos, mesmo em pacientes que são sensíveis a eles.
Materiais para Implantes Dentários

O grande avanço da Odontologia vinculado ao surgimento dos implantes


osseointegrados baseia-se na possibilidade de produzir-se suporte para
restaurações protéticas em zonas onde não encontram-se elementos dentários
ou raízes residuais. Isto sem dúvida gerou uma oportunidade ímpar de melhorar
o desempenho estético-funcional de pacientes que, pela ausência ou pela
distribuição desfavorável de elementos dentários, possuíam como única
alternativa restauradora próteses parciais removíveis ou próteses totais. As
pesquisas clínicas de vários sistemas de implantes osseointegrados publicadas
na literatura odontológica vem mostrando que os índices de sucesso longitudinal
dos implantes aumentam proporcionalmente ao desenvolvimento de novos
componentes e técnicas cirúrgico-restauradoras, o que justifica seu aumento
gradativo de aplicação clínica em reabilitação oral.
A substituição da raiz de um dente por uma liga cirúrgica de titânio designa-se
por implante dentário. Os implantes dentários são seguros e confortáveis, em
tudo semelhantes aos dentes naturais com a vantagem evidente de melhorar a
sua estética dentária. Em casos normais, irá durar para toda a vida.
Os implantes de dentes podem ser colocados no maxilar superior e inferior. O
titânio tem propriedades biocompatíveis e funde-se no osso. Torna-se numa boa
âncora para o dente de substituição. Dependendo do caso concreto e do número
de implantes a colocar, este processo, demora em média cerca de 30 a 60
minutos e é feito com anestesia local. O processo cirúrgico é muito simples,
rápido e indolor. Se não houver osso suficiente existem diversos procedimentos
que aumentam o volume do osso e permitem a colocação do implante. Devido
ao progresso científico, em alguns casos, já é possível entrar na clínica sem
dentes e sair com todos os dentes fixos nos implantes dentários.
As próteses dentárias, suportadas por implantes, têm o aspeto dos dentes
naturais. Permitem beber e comer tudo o que quiser. Melhoram a qualidade de
vida. Pessoas que se sentem constrangidas devido a problemas dentários,
cáries ou ausência de dentes ficam impressionadas por tudo o que os novos
dentes lhes permitem fazer.
Uma vez que os implantes Dentários são colocados no osso, os seus materiais
têm de ser biomateriais, ou seja, um material sintético que possa ser utilizado
em estreito contato com o tecido e fluidos do corpo sem efeitos secundários
nocivos.
Um material de implante Dentário tem que ser não tóxico e favorável ao tecido.
A superfície do implante tem de ser capaz de unir firmemente ao osso. Também
têm de resistir a forças mecânicas, tais como a compressão, puxando, torção,
corrosão e desgaste, mais frequentemente utilizados são os metais e ligas
metálicas e um parafuso (geralmente feito de titânio). O titânio é um material
quase ideal para a fabricação de Implantes Dentários. É um metal leve, que
também resiste bem forças. É ideal para tecidos, fusíveis ao osso e gengiva, e é
fácil de moldar e polonês.
A liga de metal mais comum utilizado em implantes é feita de titânio, alumínio e
vanádio. Contém 90% de titânio, 6% de alumínio e 4% de vanádio. Alumínio
reduz o peso do implante e melhora a sua durabilidade, e vanádio reduz a
condutividade térmica do implante e aumenta a sua dureza. A liga de titânio
(Ti6Al4V, grau 6) comumente usados em implantes é quatro vezes mais forte
que o titânio puro.

Tipos de Implantes Dentários


 Implantes Curtos
O implante curto foi desenvolvido para encontrar uma alternativa a pessoas com
défice de osso e que não querem submeter-se aos procedimentos de enxerto
que tornam o tratamento mais caro e demorado. A perda óssea é causada pelo
excesso de placa bacteriana que provoca por sua vez a infeção do osso que
sustenta o dente originando a periodontite. Esta perda pode também ser causada
pela falta prolongada de dentes, pelo uso contínuo de prótese removível ou pelo
envelhecimento natural. Com os implantes curtos é possível evitar em alguns
casos a cirurgia de enxerto. O tratamento da sua superfície, as suas espirais e
ponta são especialmente concebidas para zonas com défice de osso.
 Titânio
O titânio puro tem sido o mais utilizado. Existem, no entanto, outras soluções e
vários tipos de implantes, ainda que a sua utilização seja em menor escala.
Características do titânio:
Material altamente resistente ao fenómeno do tempo. Verificou-se que este
material resiste com eficácia ao processo de corrosão. Trata-se de um metal
sólido à temperatura ambiente. É um metal extremamente leve, duro e de cor
branca metálica. O titânio é biocompatível com o organismo, minimizando assim
a possibilidade de rejeição.
 Zircónio, Cerâmica
A aplicação dos implantes de cerâmica na medicina dentária é recente e por isso
ainda são pouco utilizados. Especialistas acreditam que no futuro, o zircónio
poderá ser uma alternativa ao titânio. De momento apenas algumas clínicas
utilizam este material recentemente descoberto para a colocação de implantes
dentários porque ainda não existem estudos conclusivos da sua durabilidade e
longevidade em boca.
Características estéticas e funcionais dos implantes dentários de zircónio:
A sua cor branca é muito semelhante à cor dos dentes naturais e à raiz de um
dente. Desta forma em termos de estética conseguem-se ótimos resultados.
É um material muito resistente ao passar dos anos, não está sujeito a oxidação
e não é corrosivo, características favoráveis àquilo que se pretende para os
implantes.
Tem uma grande resistência às forças de tensão tal como a mastigação. Não
magoam nem provocam desconforto, pelo contrário, são bastante confortáveis.
 Nano tecnológicos
Todos os anos surgem inovações ligadas à medicina dentária e implantologia. O
tratamento da superfície dos implantes determina em grande parte o sucesso
obtido na cirurgia. A nano tecnologia aplicada ao tratamento da superfície do
implante contribui para aumentar a sua eficácia tanto na cicatrização como para
melhorar substancialmente a formação óssea.
 Biológicos
Os implantes biológicos são fruto de uma investigação que durou cerca de dez
anos. Os investigadores são portugueses e o implante foi recentemente
apresentado no norte de Portugal, Porto. O princípio da medicina dentária
biológica é que todos os tratamentos devem ser feitos seguindo os protocolos da
biologia humana garantindo a satisfação do paciente. Esta medicina aproveita
ao máximo os processos naturais de cicatrização e reparadores do organismo.
Os implantes biológicos são feitos de materiais mais compatíveis com o
organismo e os procedimentos são menos invasivos acelerando assim a ósseo
integração e cicatrização. São compostos de uma única peça, ao contrário dos
convencionais. Essa única peça liga o osso ao novo dente.
A vantagem será a união natural do tecido gengival tal como acontece em um
dente. Segundo o responsável por esta descoberta, o fato de ser peça única
permite acelerar o processo natural de regeneração do organismo.

Benefícios dos implantes dentários


 Qualidade de vida: As funções essenciais tais como a mastigação são
recuperadas com os implantes dentários. É possível mastigar e saborear
os alimentos que mais deseja sem qualquer constrangimento. Consegue
falar com naturalidade sem a dificuldade que causam as dentaduras. A
estética fica favorecida e a pessoa adquire uma aparência rejuvenescida
porque a face fica mais preenchida e menos encovada. Os benefícios são
tantos e tantas as vantagens que a pessoa fica surpreendida com tudo
aquilo que consegue fazer.
 Versatilidade dos implantes: Os protocolos em implantologia são muito
variados e abrangentes. Permitem restituir dentes a desdentados totais
ou simplesmente preencher a falta de apenas um ou dois dentes. Podem-
se fazer pontes em metal cerâmica, cerâmica pura, zircónio ou próteses
híbridas mais económicas e fixas. É possível recriar gengiva artificial para
preencher defeitos estéticos. Os implantes são versáteis e adaptam-se a
diversas situações e aos casos em particular.
 Sensibilidade: Ao usar implantes dentários consegue manter a
sensibilidade e o sabor dos alimentos ao contrário das próteses
removíveis que por terem palato dificultam tomar o sabor da comida.
Estudos recentes afirmam que o organismo da pessoa começa a
desenvolver mecanismos de compensação e sensibilidade em volta do
parafuso de titânio. Com o tempo sente-os cada vez mais como de dentes
naturais se tratassem.
 Ótima higiene dentária: A higiene é fácil e eficaz. Faça-a como se fossem
dentes. Escove-os com regularidade a seguir às refeições. Pode usar
elixires, fio dentário e maquinas de jato de água para complementar a
higiene de unitários ou protocolos totais.
 Não danificam outros dentes: Com os implantes dentários não é
necessário desgastar dentes saudáveis como acontece com as pontes
sobre dente. As coroas sobre dente são uma excelente alternativa para
melhorar a estética ou preencher espaços vazios. Porém precisam de
pilares para se colocarem. Esse desgaste acaba por danificar o dente e
aumentar a sua sensibilidade. Com a implantologia os dentes adjacentes
ficam intactos e esta é uma enorme vantagem.
 Osso saudável: Quando se inserem na gengiva, os implantes ajudam a
preservar o osso alveolar. Quando se perdem dentes a estrutura óssea
dos maxilares tende a atrofiar. Com os implantes inseridos no osso este
mantém as suas características evitando assim a reabsorção óssea e os
problemas daí derivados.
 Melhor funcionamento do organismo: O sistema digestivo da pessoa fica
beneficiado porque os alimentos são corretamente triturados. Não ter
dentes significa não mastigar os alimentos e isso origina problemas
gastrointestinais assim como problemas digestivos. Com os dentes
artificiais o organismo em geral fica mais saudável e funciona melhor.
Conclusão

Atualmente, as cerâmicas constituem a principal alternativa de material


restaurador para a estrutura dental devido as suas propriedades favoráveis, tais
como: resistência à compressão, condutibilidade térmica, semelhança aos
tecidos dentais, radiopacidade, integridade marginal, estabilidade de cor,
biomimetismo, entre outras.
A resina acrílica é um material utilizado para vários trabalhos na Odontologia:
confecção da base de próteses parciais e totais, moldeiras individuais, padrões
de fundição, próteses provisórias imediatas, coroas provisórias, dentes artificiais,
reparo de próteses totais, acrilização de aparelhos ortodônticos, dentre outros.
A versatilidade da resina acrílica se deve, entre outros motivos, ao fato de ser:
insípida, inodora, não tóxica, não irritante aos tecidos bucais (mas algumas
pessoas têm alergia ao monômero), insolúvel na saliva, fácil de manipular e de
polir, possível de desinfecção; além de apresentar alta estabilidade dimensional,
morfológica e de cor.
As ligas dentárias foram devidamente classificadas de acordo com suas
características e cada uma possui uma indicação. Com novas descobertas na
área da odontologia, algumas ligas são raramente usadas em alguns tipos de
restaurações. Ligas para coroas totalmente metálicas, ligas de metais altamente
nobres para restaurações metalocerâmicas e ligas metálicas para próteses
parciais são exemplos de indicações de ligas.
Os materiais dos implantes dentários, consiste na colocação do parafuso de
titânio em substituição do dente perdido. Esta colocação é geralmente feita
alguns meses após a perda. A prótese ou coroa de cerâmica é colocada dois ou
três meses depois. Durante este tempo intermédio acontece a osseointegração.
A coroa de cerâmica pode ser cimentada ou aparafusada ao implante.
Referências

http://www.odontologiaonline.odo.br/odonto/dentes/compatibilidade-das-ligas-
metalicas/

http://cng.com.br/ligas-nobres-na-odontologia/

AMOROSO, P. A. et al. Cerâmicas odontológicas: propriedades, indicações e


considerações clínicas. Revista Odontológica de Araçatuba, Araçatuba, v.33,
n.2, p. 19-25, dez. 2012.

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