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Oposição exige inquérito independente para averiguar a situaçãoo ddos
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André Catueira
2 Savana 18-03-2016
TEMA DA SEMANA

Defendem bancadas parlamentares

Urge criar comissão independente para Kapise


Por Argunaldo Nhampossa e Abílio Maolela

o
C
ontinua acesa a contro- assunto alegando que se tratava de
vérsia sobre as circuns- membros da Renamo, e só mais
tâncias em que mais de tarde com a pressão da imprensa é

log
dez mil moçambicanos que teve coragem de segui-lo.
abandonaram suas casas no norte “Se somente num distrito a Rena-
da província de Tete, para se refu- mo tem mais de 11 mil membros,
giarem no Malawi, onde vivem em é motivo acrescido para que gover-
condições simplesmente dramáti- ne o seu povo que sofre represálias
cas. Doutro lado da fronteira, esse por dizer não à governação da Fre-
povo pé descalço está abandonado limo”.
limo
pelo governo do seu país, Mocam- De forma a trazer um inquérito
bique, e é assistido apenas pelo imparcial, Ivone Soares diz que a

ció
governo malawiano e pelo Alto sua bancada já depositou uma pro-
Comissariado das Nações Unidas posta para que seja criada uma co-
para os Refugiados (ACNUR). As missão de inquérito parlamentar,
autoridades moçambicanas, que no entanto, a mesma ainda aguar-
não gostaram do relatório da Hu- da o respectivo agendamento.
man Rights Watch (HRW) e dos “Matérias que interessam o povo
relatos da imprensa privada que deviam ser agendadas com rapi-

Foto: Noticas
denunciam atrocidades cometidas dez. Infelizmente, a vontade da

so
pelas forças governamentais na pseudo-maioria é capaz de não ir
região, despacharam uma equipa de encontro com a proposta dos
para o terreno, mas a investigação Joaquim Veríssimo desmente imprensa privada e Human Rights Watch
verdadeiros deputados eleitos pe-
pariu um rato. Mesmo com a fren- tos das atrocidades atribuídas aos verdadeiros e exige provas por par- los moçambicanos”, concluiu. 
te propagandística nos meios de elementos das Forças de Defesa e te de quem lançou as acusações.
comunicação social pró-governa- Segurança. Em conferência de imprensa, con- “Não se pode criar uma
mentais, não cessam as acusações cedida no final da tarde
tar do passa- comissão para se auto-
de que a movimentação irregular Investigar violação dos do domingo, o dirigente falou da -investigar”, MDM
daquelas populações foi mesmo direitos humanos existência de boas relações entre as Por sua vez, a Bancada Parlamen-
um
resultado de ataques perpetrados Depois de o SAVANA ter escala- FDS e as comunidades de Nkon- tar do MDM considera infeliz a
pelas forças governamentais, na do as zonas atingidas pelo conflito, dedzi, no distrito de Moatiz
Moatize. iniciativa governamental de criar
tentativa de conter a presença de em finais de Janeiro do presente “Existe um ambiente de ordem, uma comissão para averiguar a si-
homens armados da Renamo na ano, a HRW, uma organização segurança e tranquilidade, gra- tuação de Nkondedzi.
região. não-governamental de defesa dos ças à acção das FDS. As pessoas Na voz do chefe da bancada deste
direitos humanos, produziu um estão a circular livremente com partido, Lutero Simango, não se
“Os homens da Renamo vieram relatório no qual recomenda ao seus bens”, precisou. O governante pode criar uma comissão para se
e acamparam em Nkondezi. A governo moçambicano para in- moçambicano admite, no entanto, auto-investigar, porque esta perde
Frelimo (as FDS na linguagem vestigar com urgência as alegações que há um sentimento de medo Ivone Soares, Renamo a autoridade moral e legitimidade
governamental) veio também ocu- das execuções sumárias, maus tra- em alguns dos pontos visitados de averiguar toda esta situação.
par um lugar próximo e começou a tos e abusos sexuais supostamente devido às ameaças da Renamo. zer à justiça todos os autores dos Simango considera válidas as de-
abusos, quer sejam elementos das
de

atacar, queimar casas e matar pes- perpetrados pelas tropas governa- Para o ex-governador da Zam- clarações do Ministro dos Negó-
soas”, este foi o relato de Rogério mentais. bézia, o partido de Afonso FDS ou guerrilheiros da Renamo”. cios Estrangeiros e Cooperação,
Conselho quando abordado pelo A organização diz ter recolhido Dhlakama é o principal culpado Oldemiro Baloi, no parlamento,
SAVANA em finais de Janeiro, no relatos de refugiados moçambi- por esta situação e foi a Renamo “Só por acidente trariam do que as da Comissão governa-
centro de refugiados de Kapise, no canos acantonados em Kapise, resultados credíveis” mental, porque o Ministro corri-
quem raptou e assassinou seis líde-
Malawi. - Renamo giu o governador de Tete, repondo
no Malawi, que sem pestanejar res comunitários nas comunidades
Rogério Conselho, de 57 anos, Como forma de alargar o debate a verdade.
acusam as FDS de violarem os de Nkondedzi. Sublinhou ainda
camponês que devido à instabili- acerca do assunto, o SAVANA saiu Aquele líder parlamentar afirma
direitos humanos como forma de que estes ataques derivam das pre-
dade se refugiou em Ceta, contou à rua, esta quarta-feira, para ouvir que a violação dos direitos hu-
obter confissões sobre a localiza- tensões daquele partido de montar
que sobreviveu milagrosamente o posicionamento das três forças manos, em Moçambique, não é
ção dos guerrilheiros da Renamo. um governo paralelo naquele local.
io

depois de ver sua casa incendiada, políticas representadas na Assem- uma novidade e que a situação
Apontam também que em alguns Depois dos resultados do inqué-
alegadamente pelas forças gover- casos são submetidos àquelas se- bleia da República, nomeadamen- agravou-se nos últimos 10 anos,
rito governamental veiculados via
namentais. vícias por alegadamente estarem a te a Frelimo, Renamo e Movimen- onde tanto o governo de Armando
imprensa oficiosa, o SAVANA
Este foi o testemunho de quem guerrilheiros ou as casas
albergar guerrilheir ouviu Zenaida Machado, uma das to Democrático de Moçambique
sentiu na pele a acção derivada da servirem de quartéis de armamen- investigadoras da HRW que pron- (MDM), em relação ao relatório
ár

tensão político-militar que envolve to das tropas daquele partido da tamente disse que nada indica que da Comissão governamental.
o governo e a Renamo. oposição que prometeu governar o governo tenha feito uma investi- A chefe da bancada parlamen-
Tal como Conselho, tantos ou- nas seis províncias onde reclama gação independente para apurar as tar da Renamo, Ivone Soares, diz
tros cidadãos nacionais estiveram eleitoral, a partir deste mês
vitória eleitor acusações feitas pelos refugiados. que nada de novo poderia esperar
em condições similares e abando- de Mar
Março. Machado refere que nesta fase numa situação como esta, em que
naram o país rumo ao centro de a sua organização prefere não se o governo da Frelimo, por sinal a
Di

refugiados de Kapise, no vizinho Juiz em causa própria pronunciar pelo facto de estar principal acusada de cometer abu-
Malawi. Em jeito de resposta, o governo em curso inquérito da Comissão sos, cria uma comissão de inquéri-
Numa primeira fase, o governo moçambicano criou uma comis- Nacional dos Direitos Humanos, to para se auto-ilibar. Avança que
quis se distanciar do assunto, con- são de inquérito liderada pelo mas diz que a sua organização só por acidente aquela comissão
siderando que se tratava de deslo- vice-Ministro da Justiça, Assuntos está aberta para colaborar com o traria resultados credíveis e apon-
cados e não refugiados, ou mesmo Constitucionais e Religiosos, Joa- governo na identificação de casos ta que aqueles resultados não têm
de familiares de guerrilheirosos da quim Veríssimo, para averiguar a de abusos e violação dos diretos nenhum valor. Lutero Simango, MDM
Renamo. Mais tarde, uma missão questão das alegadas violações dos humanos. Para Soares, “os refugiados denun- Guebuza, como o de Filipe Nyusi
chefiada pelo Ministro dos Negó- direitos humanos nos distritos de “A HRW documentou e continua ciaram tempestivamente as atroci- não tiveram capacidade para travar
cios Estrangeiros e Cooperação, Moatize e Tsangano, na província a documentar abusos resultantes dades e até hoje não há ideias con- este cenário.
Oldemiro Baloi, escalou aquele de Tete, pelas Forças de Defesa e do conflito político-militar entre o certadas dentro da própria Frelimo “Nos últimos 10 anos temos assis-
ponto e constatou que na verda- Segurança (FDS). governo e a Renamo. A nossa po- sobre como tratar a situação que os tido uma situação da violação sis-
de tratava-se de nacionais que se O trabalho de Veríssimo conclui sição mantém-se e ela é de que o desmascara nacional e internacio- temática das liberdades individuais
refugiaram devido ao conflito ar- que os relatos de violação dos di- governo tem a responsabilidade de nalmente”.  e denunciamos por várias ve-
mado. reitos humanos por parte das FDS, investigar as acusações feitas pelos Recorda que numa primeira fase a zes. Só por um içar da bandei-
A cada dia avolumavam-se os rela- naquela parcela do país, não eram moçambicanos em Kapise e tra- Frelimo quis se distanciar daquele ra do MDM, há represálias e
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TEMA DA SEMANA

ameaças e isso viola a Constituição mentar para estudar o mesmo dos-


da República”, aponta Simango, sier, ao que respondeu: “Pensamos
acrescentando: “O governo sem- que nada obsta que se crie uma
pre assistiu de forma passiva a esta Comissão. Aliás, é actividade da
situação e falhou ao não embarcar AR fiscalizar os actos da governa-
num discurso oficial de que Mo- ção e não só. Sendo uma questão a
çambique é um país democrático ser colocada aos deputados da co-
e multipartidário, onde ninguém missão parlamentar, pensamos que

o
tem o direito de impedir o outro é uma abordagem de se acolher”,
de realizar o seu trabalho político. garantiu sem, no entanto, falar de
Porque não houve esse discurso, datas.
hoje assistimos essa violência que “Não posso dizer para quando é

log
se vive no país”. que será criada, porque ainda não
“Estamos a viver numa situação houve nenhum debate acerca desta
de guerra não declarada, onde há matéria. Como sempre, pautamos
balas a serem disparadas em todo por consensualizarmos as nossas
o lado, com as florestas a servirem posições ao nível da comissão per-
de cemitérios e as nossas crianças manente, nós somos favoráveis as
a tornarem-se órfãs e perderem o matérias que são levadas”, termi-
direito à educação”, continuou. nou.
Quanto à criação da Comissão

ció
Parlamentar para averiguar a si- “Não esperava outra coi-
tuação de Nkondedzi, Lutero Si- sa”, Alice Mabota
mango disse que a sua bancada Além das formações políticas, a
ainda está a estudar internamente nossa reportagem ouviu a Liga dos
se “é viável” termos uma comissão Direitos Humanos (LDH) que, na
parlamentar independente, mas voz da sua presidente, Alice Ma-
adianta que aquele grupo parla- bota, confessou que “não esperava
mentar teve o privilégio de propor outra coisa da Comissão criada
pelo governo”.

so
a averiguação da questão dos refu-
giados no Malawi. “Em países sérios, criam-se co-
missões independentes para inves-
tigar este tipo de assunto, porque
ninguém deve ser juiz em causa
própria. Imaginemos Dhlakama a
fazer uma comissão de inquérito
para investigar as atrocidades dos
seus militares, o que pode dizer?
Em todo o mundo, os militares
um
violam os direitos humanos. Mes-
mo os capacetes azuis (forças da
ONU) violam os direitos huma-
nos, mas só as comissões indepen-
dentes é que desmascaram esses
assuntos”, disse.
Por essa razão, Alice Mabota disse
Galiza Matos Jr., Frelimo ser uma pena que o governo tenha
feito isto, porque “mais uma vez
faltou à verdade e é a mentira que
“Fazemos fé ao que foi hipoteca este país”.
de

apurado no terreno”, “As pessoas gostam de polir e isso


Frelimo faz com que o nosso país caia na
A Bancada Parlamentar da Freli- lama. Será que a imprensa que
mo faz “fé ao que foi apurado no relatou atrocidades está maluca?
terreno”, embora admita que “há Será que a HRW também está
muito mais por analisar”, porque maluca?”, questiona.
diariamente reportam-se novas Após a divulgação do relatório go-
situações. vernamental, a Comissão nacional
O porta-voz desta força políti- eitos Humanos criou uma
dos Direitos
ca na chamada “Casa do Povo”, Comissão de Inquérito Indepen-
io

Edmundo Galiza Matos Júnior,


entende que o trabalho feito pelo
executivo “reveste-se de mérito”,
mas salienta que “como não esti-
vemos no terreno, pouco podemos
ár

apurar, a não ser aquilo que nos é


reportado”.
“A apreciação é de que estamos
diante de um problema, que deve
ser encarado frontalmente, inde-
pendentemente das conclusões”,
Di

explica Galiza Matos, questionado


acerca das diferentes conclusões
tiradas pelas organizações que já
visitaram o terreno.
“Esta situação é causada por um Alice Mabota, presidente da LDH
conflito que não devia acontecer. dente para averiguar a mesma si-
Infelizmente, os políticos recor- tuação.
rem às armas para fazer aquilo O SAVANA questionou Alice
que deviam fazer com as palavras. Mabota se a LDH faria o mesmo,
Portanto, todas as interpretações ao que respondeu: “gostávamos
no terreno são nulas, enquanto os muito de estar no terreno, mas se
moçambicanos estiverem a sofrer”, tivéssemos dinheiro, podíamos fa-
acrescentou. zer uma investigação independen-
O SAVANA perguntou se havia, te. Mas, infelizmente não temos
ao nível do parlamento, a ideia de dinheiro para nos deslocarmos ao
criação de uma Comissão Parla- terreno”.
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TEMA
DIVULGAÇÃO
DA SEMANA

LINHAS GERAIS DO PROGRAMA DA CANDIDATURA À BASTONÁRIO


LISTA DE
STAYLEIR MARROQUIM
________________________________________________________________________________
Dinamismo, Coesão e Integridade pela Justiça
A OAM, criada em 1994, teve no seu primeiro mandato, encabeçado
pelo Dr. Carlos Cauio, o mérito de ter lançado os alicerces da nossa

o
agremiação. Seguiu-se o segundo mandato liderado pelo Dr. Gilber-
to Correia, período em que a OAM, fruto da sua forte e permanente
enção pública, conseguiu conquistar o estatuto de interlocutor
intervenção

log
válido no sistema da administração da justiça bem como proceder a
reorganização interna de toda a estrutura funcional que a suporta. O
mandato que se seguiu, já a terminar, teve igualmente o mérito de
consolidar a estrutura funcional da OAM e de não deixar desvanecer
a relevante posição assumida anteriormente e contribuiu para o alar-
gamento do acesso à justiça através da criação do IAJ.
Pelo trabalho feito até aqui, hoje podemos dizer, com orgulho, que a
OAM é um interveniente incontornável na Administração da Justiça e
a sua voz faz-se ouvir. São, acima de tudo, vitórias de todos os advo-

ció
JDGRVFRPUHÁH[RLPHGLDWRQDYLGDGRVFLGDGmRV
4XHPYLYHRGLDjGLDGD2$0HFRQKHFHDVGLÀFXOGDGHVFRPTXHV
4XHPYLYHRGLDjGLDGD2$0HFRQKHFHDVGLÀFXOGDGHVFRPTXHVH
GHEDWHXHGHEDWHQDSURVVHFXomRGRVVHXVÀQVQmRKHVLWDUiHPD
GHEDWHXHGHEDWHQDSURVVHFXomRGRVVHXVÀQVQmRKHVLWDUiHPDÀU-
PDU TXH QHVWH SHUFXUVR PXLWR IRL IHLWR TXH QRV GLJQLÀFD PDV UH
UHFR-
QKHFHUiLJXDOPHQWHTXHPXLWRKiDLQGD
QKHFHUiLJXDOPHQWHTXHPXLWRKiDLQGDSRUID]HU2VGHVDÀRVGD-XV-
WLoDTXHQmRVmRSRXFRVVmRSRULQHUrQFLDGHVDÀRVGD2$0
WLoDTXHQmRVmRSRXFRVVmRSRULQHUrQFLDGHVDÀRVGD2$04XHP
vive o dia à dia da OAM saberá igualmente reconhecer que os 3 anos
que se seguirão no mandato que terá início após às eleições de 19 de

so
0DUoRSUy[LPRQmRVHUmRVXÀFLHQWHVSDUDUHVROYHUWRGRVRVGHVD
0DUoRSUy[LPRQmRVHUmRVXÀFLHQWHVSDUDUHVROYHUWRGRVRVGHVDÀRV
inerentes à advocacia, à justiça e à defesa do Estado de Direito e De-
mocrático.
Queremos pois, partir deste ponto e desbravar os velhos e novos desa-
ÀRVGDYLGDGD2$0HPSDUWLFXODUHGD-XVWLoDQRJHUDO
Por isso, sem utopias, o nosso projecto com a presente candidatura é
fazer deslocar a OAM do nível em que está para o próximo nível, com
a consciência de que outros nos seguirão e darão continuidade ao pro-
jecto, fazendo MAIS E MELHOR, como achamos que neste momento
um
é possível fazer (MAIS E MELHOR).
Queremos avançar nesta empreitada com “dinamismo, coesão e inte-
gridade” postos ao serviço da Justiça, nossa causa.
Assim, apresentamos abaixo alguns pontos que, não representando a
int
integralidade do nosso programa, dão corpo as linhas gerais do que
MXOJDPRVVHURVGHVDÀRVHVVHQFLDLVGD2$0HGD-XVWLoD

1. EXPANSÃO TERRITORIAL EFECTIVA E O CONSEQUENTE


INCREMENTO DO ACESSO À JUSTIÇA E A DEFESA DO ESTA-
DO DE DIREITO
de

Conselhos Provinciais e Delegações


Hoje a OAM é uma organização que conquistou um espaço na Socie-
dade - já se assumiu, como dissemos, como um interlocutor válido.
É tempo de estender materialmente a actuação da OAM para todo
Moçambique.
Não podemos continuar a decidir tudo quanto diga respeito à vida
GD2$0HP0DSXWReYHUGDGHTXHH[LVWHPSUREOHPDVHGHVDÀRVFR-
muns de todos os advogados de Moçambique, mas, do mesmo modo,
io

H[LVWHPSUREOHPDVHGHVDÀRVSDUWLFXODUHVGRVDGYRJDGRVGHFDGDSUR-
víncia de Moçambique.
É importante que os Conselhos Provinciais e as Delegações actuem
efectivamente, discutam em assembleias provinciais ou reuniões, os
SUREOHPDV H GHVDÀRV TXH OKHV VmR SDUWLFXODUHV TXH VHMDP HIHFWLYD-
ár

mente, a voz da OAM na província em que estejam a actuar.


A OAM não deve olhar para os Conselhos Provinciais somente como
fontes de despesa, pois, o seu efectivo funcionamento transfor-
mar-lhes-á igualmente em fontes de arrecadação de receitas.
Por forma a concretizar a ideia acima, o nosso programa prevê as se-
JXLQWHV DFo}HV &RRUGHQDomR FRP (VWDGR SRU IRUPD D REWHU LQVWDOD-
Di

ções para o funcionamento da OAM em cada província; Solicitação


GHDSRLRMXQWRGRVDFWXDLVSDUFHLURVLQVWLWXFLRQDLVHLGHQWLÀFDomRGH
QRYRVSDUFHLURVUHGHÀQLomRGRVSODQRVSRUIRUPDDDFDUUHWDUDOJXQV
desvios de aplicação de verbas destinadas para acções da Sede e res-
pectiva alocação às restantes províncias; Neste domínio, e em coorde-
nação com os Conselhos Provinciais e Delegações, encetar acções com
YLVWD D LGHQWLÀFDomR GH SDUFHLURV ORFDLV TXH SRVVDP DSRLDU D 2$0
nesta empreitada; Repartição proporcional das receitas provenientes
do pagamento das quotas por forma a alimentar o Orçamento dos
Conselhos Provinciais e Delegações; Redução dos custos em viagem
para efeitos de formação fora de Maputo, privilegiando o recurso aos
advogados locais mais experientes; Cooperação com o Estado por for-
PDDTXHD2$0SDVVHDEHQHÀFLDUGRXPDGRWDomRRUoDPHQWDO
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TEMA
DIVULGAÇÃO
DA SEMANA

Instituto de Assistência Jurídica (IAJ) Registos de Entidades Legais por forma a que, tenha conhecimento da
O IAJ, órgão interno da OAM que se dedica fundamentalmente a prestação existência de todas as sociedades comerciais e outros tipos de pessoas
de assistência jurídica à Cidadãos carenciados, deve igualmente deixar de colectivas que compreendam no seu objecto social actos próprios dos
ser privilégio de que quem está em Maputo e expandir-se para as restantes advogados.
províncias de Moçambique.
No ano 2015 o IAJ superou o atendimento previsto para as pessoas caden- Consciencialização pública
ciadas. Com efeito, dos 500 atendimentos previstos foram realizados 511. É Por forma a combater o problema da procuradoria ilícita entendemos
verdade que é um resultado moralizado, mas ainda é possível fazer MAIS que a OAM deve igualmente, através dos órgãos de informação, pro-

o
E MELHOR. mover a difusão de informações úteis a sociedade que permitam que os
Há toda necessidade de aumentar a capacidade de resposta quer em termos cidadãos saibam quais as condições para o exercício da advocacia em
quantitativos quer em termos qualitativos. E isso só pode efectivar-se com Moçambique, quer por nacionais quer por estrangeiros.

log
a expansão efectiva do IAJ para todos os locais em que a OAM tem Conse-
lhos Provinciais e Delegações. Coordenação com o IPAJ
O IAJ, pela natureza das funções que exerce, pode servir para conquistar A prática tem revelado que existem alguns técnicos jurídicos ligados ao
PDLVSDUFHLURVLQVWLWXFLRQDLVGD2$0TXHSRVVDPDSRLDOiÀQDQFHLUDPHQ- IPAJ que vem praticando actos que extravasam, em termos de compe-
te. tência, a sua área de intervenção. É, por isso, importante que, mais do
TXHFRPEDWHUUHSUHVVLYDPHQWHD2$0LQWHQVLÀTXHDFRRSHUDomRLQ
TXHFRPEDWHUUHSUHVVLYDPHQWHD2$0LQWHQVLÀTXHDFRRSHUDomRLQVWL-
2. COMBATE À PROCURADORIA ILÍCITA WXFLRQDOFRPR,3$-SRUIRUPDDTXHHVWDVLWXDomRWHQKDÀP
A procuradoria ilícita apresenta-se como um dos grandes constrangimen-
tos no exercício da advocacia em Moçambique. Alargamento das Comissões de Combate à procuradoria ilícita

ció
De acordo com o relatório das actividades desenvolvidas pela OAM, apre- Por forma a dinamizar o combate, quer a nível da prevenção quer a
sentado em reunião de Assembleia Geral, nove processos-crime foram ins- nível repressivo, o nosso programa absorve a ideia da multiplicação das
taurados no decurso do ano 2015. comissões (quer de nível central quer de nível provincial) que se respon-
Neste momento a OAM conta com uma “comissão de combate à procu- sabilizem pela realização deste trabalho.
radoria ilícita”. Do ponto de vista quantitativo os factos mostram que é
preciso aumentar o numero de pessoas e entidades (parceiros do sector de 3. PROMOÇÃO DA CRIAÇÃO DE UMA “PLATAFORMA DE DIA-
administração da justiça) envolvidos no combate a este problema. LOGO SOBRE A JUSTIÇA” (Geral e Provincial)
Não temos dúvidas que a expansão territorial efectiva permitirá combater

so
MAIS E MEHOR a procuradoria ilícita. O nosso programa prevê a promoção da criação de uma plataforma de
diálogo sobre a Justiça e Estado de Direito Democrático, constituída
As Parcerias preferencialmente pelo Bastonário, Presidente da Assembleia da Repú-
O nosso programa contempla um cuidado especial às parcerias legalmente blica, Presidente do Tribunal Supremo, Presidente do Conselho Consti-
criadas pela Lei das Sociedades de Advogados. No entanto, a este respeito, tucional, Procurador Geral da República, Presidente do Tribunal Admi-
é importante que antes de qualquer desenvolvimento se faça um trabalho nistrativo,
trativo, Provedor de Justiça, Ministro da Justiça, Comandante Geral
de formação, particularmente aos advogados, por forma aumentar a cons- da Polícia, e todos os antecessores destes.
ciência sobre os termos em que uma parceria entre advogados moçambica- 7UDWDVH GH XP SDOFR GH UHÁH[mR DQXDO RX VHPHVWUDO HP TXH VHP DV
nos e estrangeiros pode operar. amarras dos formalismos que caracterizam a actuação de muitos destes
um
Ela (a parceria), em si considerada, não incorpora necessariamente a pro- órgãos, sirva para um debate sobre as questões estruturantes da justiça
curadoria ilícita. A relação entre as parcerias e o fenômeno da procuradoria moçambicana.
cita surge quando se extrapolam os limites legais daquela e, por esta via,
ilícita
se cria um canal para que advogados estrangeiros passem a praticar actos 4. A
APOIO AO JOVEM ADVOGADO
próprios de advogados em Moçambique sem que para tal estejam legal- Fundo de apoio ao jovem advogado
mente habilitados. O inicio da carreira de advogado comporta vários obstáculos, quer ma-
As parcerias não sendo materialmente uma realidade nova em Moçambi- WHULDLV TXHU GH NQRZKRZ (VWDV GLÀFXOGDGHV WHP LPSHGLGR D PXLW
PXLWRV
que, só muito recentemente é que foram legalmente consagradas através advogados recém encartados de darem início efectivo a sua carreira ju-
da Lei das Sociedades de Advogados. E o grande interesse que o mercado rídica.
moçambicano tem tido nos últimos tempos, muito por conta dos recursos A este respeito prevemos a criação de um “fundo de apoio ao jovem
naturais que foram descobertos, tem atraído muitos empresários estrangei-
de

advogado”, cujo acesso será garantido através de um concurso aberto a


ros e, com eles, igualmente advogados estrangeiros. todos os advogados que reunam determinados critérios de elegibilida-
O exercício da advocacia por estrangeiros encontra-se regulada nossa Lei. de, e que lhes garantirá apoio em termos de know-how e bens materiais.
No entanto, pelos dados existentes, há indicação de que existem advogados Trata-se de uma iniciativa que pretendemos implementar com a colabo-
estrangeiros que tem praticado procuradoria ilícita. ração de parceiros institucionais da OAM.
Assim, entendemos que, pelos receios associados às parcerias, as mesmas
devem ter, no seu funcionamento, telhados de vidro. A OAM deve, até por- Quotas, taxas e seguro de responsabilidade civil
que o momento histórico assim o impõe, ter um olho muito presente em As quotas, taxas e os valores a suportar junto das seguradoras para ga-
todas as sociedades de advogados e advogados em prática isolada que te- rantir um seguro de responsabilidade civil devem devem ser progres-
nham uma parceria com advogados estrangeiros.
io

sivos, permitindo que os advogados ou sociedades de advogados com-


Neste domínio é importante que a OAM tenha, até porque a Lei assim o postos por sócios em início de carreira possam pagar de acordo com a
impõe, uma lista nominal, com actualização regular, de todos funcionários sua condição.
e advogados afectos às sociedades de advogados. Neste processo a OAM
deverá, em cooperação com as suas congêneres internacionais, apurar as 1. PELOUROS E REPRESENTAÇÃO PÚBLICA DA OAM
UHDLVIRUPDo}HVSURÀVVLRQDLVGRVSURÀVVLRQDLVHVWUDQJHLURVYLQF
UHDLVIRUPDo}HVSURÀVVLRQDLVGRVSURÀVVLRQDLVHVWUDQJHLURVYLQFXODGRVjV
ár

sociedades de advogados moçambicanas. Por forma a dinamizar a actividade do Conselho Nacional entendemos
Não se trata de criar um Estado de Polícia, mas sim de conquistar a con- que os membros Conselheiros devem responsabilizar-se por um pelou-
ÀDQoDQHFHVViULDSDUDRH[HUFtFLRGDDGYRFDFLDXVDQGRHVWDSODW
ÀDQoDQHFHVViULDSDUDRH[HUFtFLRGDDGYRFDFLDXVDQGRHVWDSODWDIRUPDGH ro de actividade.
cooperação.
3DUDRHIHLWRSURJUDPDPRVDH[LVWrQFLDGRVVHJXLQWHVSHORXURV
Di

Prevenção (formação), repressão e colaboração institucional


É ainda preciso que a OAM actue em duas componentes - uma preventiva/
1. Direitos Humanos;
educativa e outra repressiva.
2. Projectos e Relações Institucionais
Uma maior sensibilização dos advogados, advogados-estagiários, através
3. Assistência e segurança social do Advogado
GDIRUPDomRFRQWLQXDGHDVSHFWRVOLJDGRVDpWLFDHGHRQWRORJLD
GDIRUPDomRFRQWLQXDGHDVSHFWRVOLJDGRVDpWLFDHGHRQWRORJLDSURÀVVLR-
(VWiJLRH)RUPDomR3URÀVVLRQDO
nais, por um lado, e da disponibilização regular de todos os restantes sec-
5. Sociedades de Advogados
tores da vida social através dos meios de comunicação social, por outro,
6. Reforma Legal
contribuirá para uma maior consciência por parte da sociedade em relação
7. Administração e Finanças
D LGHQWLÀFDomR FRQFUHWD GH TXHP SRGH DFWXDU FRPR DGYRJDGR$OLiV QR
8. Assistência Jurídica
SUHVHQWHPRPHQWRVHQWHVHXPGpÀFHQRTXHGL]UHVSHLWRDHVWDDFWXDomR
9. Conselhos/Delegações Provinciais
-iQRTXHGL]UHVSHLWRDDFWXDomRUHSUHVVLYDD2$0LQWHQVLÀFDUDDUWLFXOD-
ção com diversas entidades públicas, como Conservatórias, Tribunais, Bal-
Por uma questão de responsabilidade, entendemos que, por regra, as
cões de Atendimento Único para denúncia de casos de procuradoria ilícita.
intervenções públicas em nome da OAM deverão ser feitas pelo Basto-
É importante que a OAM articule as suas acções com as Conservatórias dos
nário ou por um membro de um órgão social por si indicado.
6 Savana 18-03-2016
SOCIEDADE

Na Zambézia

Delegado do INATTER e representante do


INAV quer revisão destas instituições

o
log
Por Laison António em Quelimane

O
Delegado do Instituto res formados não exercem as suas não é possível atender todas a pro- mais à espera da sua carta. funcionários continuam a tra-
Nacional de Viação e re- funções, Inhambane onde o chefe víncias em menos dias, razão pela Afonso Próspero considera que o balhar como INAV não mudou
presentante do Instituto é delegado. qual o cidadão fica noventa dias ou INATTER não existe porque os nada, porque segundo disse, estes
Nacional de Transportes Aqui, dá para questionar “qual é
Terrestres na Zambézia (INAV o trabalho deste jurista, e o que é
e INATTER) Afonso Próspero, que o INATTER faz desde que
disse em entrevista que concedeu foram nomeados os directores

ció
ao Savana que há toda a necessi- chefes dos departamentos que ga-
dade de se fazer uma revisão do nham elevadas somas de dinheiro
funcionamento destas duas insti- em detrimento dos outros, existe
tuições. PCA mas pelos vistos parece que
não tem função, o Administrador
Para Próspero, a ideia de juntar idem foi director-geral do INAV
estas duas instituições não foi boa, que durante o seu comando pou-
visto que dois corpos não podem co sabia dar conta do recado, agora
ocupar o mesmo espaço e isso só como Administrador, este carácter

so
pode acontecer em Moçambique. mudou”, questionou.
O casamento destas duas insti- Num outro desenvolvimento, a
tuições, na opinião do delegado, fonte diz ainda que o actual ad-
apenas serviu para aumentar o ministrador é um bacharel honoris
número de directores que absolu- causa que só sabia na altura vaiar os
tamente não fazem nada, ou seja, seus colaboradores, menosprezar as
desempenham as mesmas funções pessoas com suas palavras arrogan-
e no mesmo espaço, e esta junção tes, tais como, “vão dizer às vossas
fez com que fossem criadas regi- esposas e esposos que vão deixar
um
ões autónomas do INAV, das quais de comer carne, alguns vão descer
Inhambane e a província da Zam- do comboio no primeiro apeadeiro,
bézia e as restantes nove províncias mas felizmente ele sózinho des-
são representadas pelos chefes de ceu do comboio antes do primeiro
especialidade, enquanto nestas apeadeiro, hoje é Administrador
duas províncias a representação é do INATTER, que pena para esta
feita por delegados provinciais do instituição este só vai ajudar a en-
INAV e representantes do INAT- terrar mais”, - desabafou.
TER. O delegado do INAV e represen-
Afonso Próspero vai ainda mais tante do INATTER na Zambézia,
longe e diz que o INATTER é uma vai mais longe e recorda que já
instituição que não devia existir, existiram dirigentes competentes
de

visto que nada faz e aponta como Alfiado Julai Sitoe, homem exi-
mentor da ideia a senhora Ana gente, humilde e conselheiro foi
Dimande, antiga directora-geral e afastado para PCA e no seu lugar
parece que a actual directora, Ana foi indicado
ado Mataruca também
Simões, está a compactuar com a humilde, comunicativo que todas
cessante, porque mesmo vendo que as semanas falava com as provín-
o INATTER nada faz, também cias e foi também afastado e em
nada faz para inverter o cenário. substituição “puseram farrapos
rasgados se fosse para considerar,
io

INATTER tem pessoas pena que o mundo não é assim,


privilegiadas e aqui fica uma questão, será que
Ainda nesta entrevista que Afonso depois de muitos anos alguns a
Próspero concedeu ao SAVANA, ganharem bem e outros mal, estes
este diz que o INATTER tem últimos serão indemnizados? Falei
pessoas privilegiadas que fazem o de dois directores comunicativos,
ár

mesmo trabalho, mas alguns ga- não estou a puxar saco com areia
nham menos e outros mais. Esta molhada, apenas darem a César
mesma instituição reúne cerca de o que é de César, por isso estou a
oito a nove engenheiros mecânicos, pedir para amarrarem o cavalo da
ece terem esquecido
mas estes parece directora Ana Dimande e do direc-
esta profissão, “porque se alguém tor para descansarem”, sentenciou.
Di

for a perguntar um por um o que


é inspeccionar um carro de certeza Descentralização do siste-
nenhum deles vai ser capaz de res- ma MOZBIZ
ponder, existe também um número Uma outra inquietação do nosso
considerável de juristas
istas que tam- entrevistado reside na descentra-
bém já esqueceram o seu papel, o lização do sistema que permite a
INATTER está a enterrar-se, por produção da carta de condução,
isso estou a pedir para que seja de- que desde a sua introdução apenas
senterrado”, disse, para depois afir- está na capital do país, o que na sua
mar que os conflitos laborais nas opinião devia estar numa primei-
províncias aumentaram e nunca ra fase nas três regiões sul, centro
ouvimos que um dos juristas já foi e norte. Para agravar a situação e
a uma província para redimir um o dilema da espera, na emissão
caso, por exemplo na Beira onde destas cartas apenas estão afectos
existem funcionários da institui- três jovens que muitas vezes ficam
ção presos, Nampula examinado- stressados com a demanda, porque
Savana 18-03-2016 7
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8 Savana 18-03-2016
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Mário Raffaelli em Moçambique para


ajudar na reconquista da paz

o
Ricardo Mudaukana

M
ário Raffaeli, coorde- mediadores do Acordo Geral de Renamo estão num impasse há vá- gerais de Outubro
O de 2014.

log
nador da equipa de Paz de 1992, que pôs termo a 16 rios meses e o movimento de Afon- A Renamo propõe a intervenção
mediadores do Acor- anos de guerra entre as forças go- so Dhlakama ameaça governar nas do Presidente sul-africano, Ja-
do Geral de Paz de vernamentais e a Renamo. seis províncias do centro e norte cob Zuma, da Igreja Católica e da
1992 e membro da Comunidade As negociações entre o Governo e a onde reivindica vitória nas eleições União Europeia.
de Sant´Egídio, reuniu-se quarta-
-feira em Maputo com o Chefe
de Estado moçambicano, Filipe
Nyusi, numa iniciativa destinada
a encorajar o Governo e a Rena-

ció
mo a apostarem no diálogo para a
restauração da estabilidade no país.

“É um grande amigo de Moçam-


bique, ele esteve empenhado no
processo que conduziu à assinatura
do Acordo Geral de Paz (em 1992)
e, sendo assim, ele veio nesta mis- Mário Raffaeli
são para falar com as partes com o Presidente moçambicano para os

so
objectivo de encontrar formas de os Assuntos Diplomáticos.
moçambicanos poderem falar e re- No quadro da sua iniciativa visan-
solver a questão da paz”, declarou, do a busca da paz em Moçambi-
à comunicação, o assessor do Presi- que, Mário Raffaeli agendou tam-
dente da República para os Assun- bém para esta semana um encontro
tos Diplomáticos, Manuel Mazuze. com o líder da Renamo, Afonso
Mazuze afirmou que a ligação de Dhlakama.
Mário Rafael aos assuntos de Mo- A crise político-militar em Mo-
çambique propiciou a sua iniciativa çambique tem vindo a intensificar
um
nos esforços de superação dos obs- a escalada, com confrontos entre
táculos à paz. as Forças de Defesa e Segurança
“Qualquer situação que configure moçambicanas e o braço armado
alguma perturbação à paz que ele do principal partido da oposição e
próprio ajudou conquistar é natu- ataques a veículos em alguns trajec-
ral que ele se sinta na obrigação de tos da principal estrada do país na
ajudar para que as partes conver- região centro.
sem”, indiciou ainda o assessor do Mário Raffaeli chefiou a equipa de

Moodys agrava risco da


de

dívida de Moçambique

A
agência de notação financeira Moody’s agravou a qualifi-
cação do risco de dívida de Moçambique de B2 para B3,
alertando para a perspectiva de baixar o rating do crédito
io

soberano do país na próxima avaliação.


Na avaliação, divulgada esta semana, a agência norte-americana
justifica a degradação da capacidade de pagamento da dívida de
Moçambique com a deterioração da balança de pagamentos e à
fragilização da capacidade de o país honrar os seus compromissos
com o exterior.
ár

“O principal factor para esta revisão em baixa do ‘rating’ de Mo-


çambique é a posição da balança de pagamentos, que está a dete-
riorar-se, e a reduzida capacidade para o Governo pagar a dívida,
como se demonstra pela descida do nível de reservas em moeda
estrangeira do Banco de Moçambique e pela decisão de propor
uma reestruturação da dívida”, refere a Moody´s.
Di

De acordo com a agência, há um forte risco de evolução negativa,


que deverá ser determinada pelo pedido recentemente anuncia-
do pelas autoridades moçambicanas de restruturação da dívida da
Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).
A intenção de Maputo é ver uma redução de 20% dos 850 milhões
de dívida da EMATUM e um alargamento do período de maturi-
dade de 2010 para 2023.
Segundo a Moody’s, as Reservas Internacionais Líquidas de Mo-
çambique baixaram de 3,2 mil milhões de dólares em agosto de
2014 para para 2,3 mil milhões no final do ano passado, devendo
continuar a cair em 2016.
A queda dos preços das matérias-primas e os atrasos no arranque
dos projectos de Gás Natural Liquefeito também estão a con-
tribuir para a degradação da posição de Moçambique, assinala a
agência. RM.
Savana 18-03-2016 9
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o
log
Convite Público
Evento: 2ª Conferência Economia e de trabalho das três organizações promoto-
Governação: Desafios e Propostas - ras do evento. As áreas da política, governa-

ció
Análise do primeiro ano da governação ção, políticas públicas, economia, agricultura
de Filipe Jacinto Nyusi e meio rural, constituem o foco do evento.
Data: 23 de Março de 2016
Local: Centro de Conferências A conferência está estruturada em quatro co-

so
da TDM, Cidade de Maputo municações, conforme o programa a seguir.
Entrada:Livre (não requer inscrição)
O CIP, IESE e OMR vêm por este meio
O Centro de Integridade Pública (CIP), a convidar os interessados a participar do
Instituto de Estudos Sociais e Econó- evento e a contribuir nos debates.
um
micoss (IESE) e Observatório do Meio
Rural (OMR) organizam a 2ª CON- Programa da Conferência:
FERÊNCIA ECONOMIA E GO-
VERNAÇÃO: DESAFIOS E PRO-
POSTAS,, este ano dedicada à análise
de

da governação de Filipe Jacinto Nyusi.

A conferência tem por objectivo anali-


sar a evolução do país em algumas áreas,
durante o primeiro ano do mandato do
io

Presidente Filipe Jacinto Nyusi. A aná-


lise será realizada à luz das sugestões e
ár

do debatido na 1ª CONFERÊNCIA
ECONOMIA E GOVERNAÇÃO:
PROPOSTAS, que teve
DESAFIOS E PROPOSTAS
Di

lugar
ar no dia 31 de Março de 2015, em
Maputo.

Na primeira conferência foram apresen-


tadas as principais preocupações quan-
to à situação do país e possíveis medi-
das nas áreas que constituem o objecto
10 Savana 18-03-2016
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Machanga:

Quando a seca e a pobreza se casam

o
Por André Catueira, nosso enviado a Machanga

L
ábios secos em branco, pa- incidente recente com uma mu- nimo vária de 700 meticais a 950 arroz, mas o negócio viria a parar do gado.
nelas vazias em cozinhas lher expôs a gravidade da fome meticais. por as capacidades de aquisição dos “Sim, há uns chineses que com-
improvisadas de minúsculas na região, ao desmaiar após vários Ao SAVANA, os comerciantes comerciantes se ter limitado. pram gado, além daquelas pessoas

log
casas rondáveis da popula- dias sem se alimentar. Vário gado já avançaram que, na compra a retalho, “Nós íamos tirar sal ao mar e trocá- que vêm de Maputo. Outros até
ção já subnutrida, pés de milho e morreu neste local. os produtos alimentares igualmente vamos com arroz. Entregávamos 40 compram por encomenda dos pró-
mapira atrofiados sobre a terra gre- “Senti vertigens, porque estava a dispararam na cidade da Beira, mas baldes de 25Kg (corresponde uma prios chineses”, precisou um outro
tada e um gado magro denunciam amamentar, mas tinha passado já nenhum deles relaciona os últimos tonelada) de sal e recebíamos 25Kg morador do bairro Dondo, a este da
um amargo casamento de pobreza, três dias sem comer. No quarto dia, aumentos com a crise político-mi- de arroz. Era sacrificado, mas pelo vila de Machanga, sustentando que
fome e uma seca severa que atinge não resisti, só acordei rodeada de litar, que obriga a escoltas militares menos ajudava que não morrêsse- a oferta dos preços deixa muito a
Machanga, o distrito mais a sul de vizinhos que me deram papas (de os camiões de transporte de merca- mos à fome. Mas quando parou a desejar
desejar.
Sofala, uma zona de rosto e terras farinha de milho) de primeiro so- dorias, no troço Muxúnguè-Save. troca, tudo parou também”, declara Em média, o preço do gado está
pobres e onde quase falta tudo. corro”, disse Júlia Simango, 17 anos, “Agora é difícil comprar farinha e de dez mil meticais a 18 mil por
Fernando Mazembe.

ció
um filho, que se emociona pelo ex- arroz em sacos. Está quase impos- cabeça, dependendo do tamanho
Enorme quantidade de sal foi ex-
Zona pantanosa, física e politi- tremo que a fome lhe levou. sível com os parcos salários que se e robustez do animal, mas a sub-
traído e ficou por se trocar e está em
camente, já assolada por intrusão nutrição que está a afectar o gado
Oportunismo recebem”, disse um professor, que pequenas montanhas nas margens
salina, o que faz cair a já frágil ca- tem conduzido a reduções extremas
Entre os problemas de sobra na vila, prefere não se identificar, mas faz da salina.
pacidade de produção agrícola, ba- dos preços pelos compradores, que
que inclui o espectro da fome e a um relato impressionante da situa- “Não se sabe o que se fazer com
seada em culturas de arroz, milho e gozam do poder na negociação dos
população malnutrida, sem energia ção da fome, que já levou inclusive à este sal todo. Houve muito esforço
mapira. Em Machanga, a vida cor- animais devido à vulnerabilidade
eléctrica e água potável, os comer- desistência escolar de alunos. para se trocar com comida, mas já dos proprietários.
re entre uma seca que está a matar ciantes de Machanga vêm dispa- O Governo tem mantido o pro- não existe o negócio”, disse Castigo
quase tudo e uma grave fome, que grama comida pelo trabalho. Na Desespero
rando a pique os preços dos produ- Tidecho, um morador de Machan-

so
desespera os habitantes e o gado. Uma nuvem escura na tarde de
tos alimentares básicos. quarta-feira, entre resmungos da ga, apontando para os montes de sal
Nos corredores dos pequenos ca- terça-feira muda o semblante de
Nos últimos seis meses, ou seja, des- população
ção -, que suspeita desvios armazenados ao relento.
minhos que interligam os bairros centenas de moradores da vila de
de que as falhas de sinais de chuvas dos donativos pelas poucas quanti-
da vila, como uma aldeia extensa de Gado para chineses Machanga, que depois de descar-
começaram a evidenciar a seca, em dades de alimentos – os moradores
casas precárias – rondáveis feitas de Entre a brisa do mar, junto às sa- regar uns poucos milímetros de
Outubro passado, os preços básicos da localidade junto ao cruzamento chuva, que alguns preferem apelidar
estacas, argila, capim ou zinco -, al- de Machanga (na N1) receberam linas, dezenas de cabeças de gado
de milho, farinha de milho e arroz de “chuvisco”, procuram fazer uma
gumas alvenarias despontam como feijão e milho. bovino procuram frescar, sem poder
começaram a disparar. sementeira de desespero.
cogumelos por entre culturas agrí- Uma equipa do governo provincial beber da água, extremamente sal-
A lata de milho custa agora 450 Enquanto uns lavram com charru-
colas esquálidas. A fome e a seca chegou igualmente a Machanga na gada, e se limitam a deitar-se, com
meticais e só se pode adquirir no as de gado o pouco capim nas ma-
um
dominam as conversas da popula- quarta-feira para avaliar a situação. fome e sede, nas terras húmidas de
distrito vizinho de Nova Mambo- chambas, outros lançam a semente
ção, que tem pouca esperança da re- areia e barro, junto à beira de água.
ne, cuja ligação com Machanga se Negócio da China em estreitas covas em fila, para ten-
versão das persistentes altas tempe- Algumas peças esqueléticas denun-
faz através de canoas em rio infes- Há uma frágil economia neste lugar tar a sorte da terra reagir à semen-
raturas e a ausência de água, por já ciam no lugar a morte de gado por
tado de crocodilos e hipopótamos, tão pobre - o nível de pobreza fi- teira, que devia ser a da segunda
estar fora de época para a produção sede e fome, como já vinham re-
sempre com históricos de ataques e xou em 57% para uma população de época, mas que está claramente fora
agrícola. clamando, situação que está a criar
mortes. 51,912 habitantes (Estatístic
(Estatísticas do da campanha. A electricidade chega
“As pessoas estão a comer fare- oportunidade para a entrada na re-
Um saco de farinha de 50Kg custa- Distrito de Machanga 2010 -INE) a Machanga vinda de Nova Mam-
lo aqui na vila de Machanga, que
va em Outubro 600 meticais, mas - baseada na agricultura, pesca e so- gião de grupos de chineses para a bone, mas a administração enfrenta
compram a 40 meticais a lata para o maior paradoxo porque ninguém
agora a mesma quantidade de mi- bretudo da extracção de sal. compra dos animais.
fazer farinha e se alimentar”, decla- “Morreram bois aqui”, disse Casti- tem dinheiro para pagar e a vila
lho custa dois mil meticais. Face aos altos preços dos produtos,
rou Luísa Fernando, 38 anos, e mãe go Tidecho, exibindo os esqueletos permanece nas trevas, à semelhan-
O preço médio do saco de arroz de falta de divisas à mistura com a seca
de seis filhos, enquanto espalha para dos animais, o que tem forçado os ça das torres das três operadoras de
25Kg, dependendo da qualidade, severa, um grupo de quase cinco
de

secar, num saco, o camarão fino, que comerciantes de Machanga fazia criadores a aceitarem ofertas parcas telefonia móvel, que tem um frágil
custava entree 500 meticais a 650
o marido traz da pesca no mar, para meticais. Actualmente o preço mí- a troca de quantidades de sal com de vários vindouros para a compra sinal, por vezes mesmo inexistente.
a estratégia de sobrevivência.
Moradora do bairro Zalilo Ma-
canga-Nhadjombo, à semelhança
do respectivo secretário, Fernando
Mazembe, na sua residência a fo-
gueira é feita uma vez ao dia, só nas
noites, “porque a fome da noite não
dá para enganar”.
io

Falta chuva no distrito desde 2015.


Em Janeiro de 2016, a chuva caiu
para renovar o pasto, mas não foi
suficiente nem para isso, sendo que
o gado, à semelhança dos criadores,
ár

também passa fome.


“Essa fome está pior. O Governo
deu apoio nos últimos três meses de
2015, mas depois parou. Agora cada
um por si. Mas estas pessoas que
você está a ver são-no porque ainda
Di

respiram”, disse Fernando Mazem-


be, em ndau, a língua local, num ar
fraco e expressão lenta, apontando
para o tecto de sua casa destruída
por bois, que se alimentam do ca-
pim seco.
“Até os bois estão a pastar nas noites
o capim de cobertura das casas, por
isso vês algumas casas com tectos
estragados”, afiança o homem de
rosto pálido e uma extensa careca,
que garante: “desde a minha moci-
dade até esta careca, já vivi seca, mas
não como esta”.
Em Zalilo Mussanga, um bairro
a norte da vila de Machanga, um
Savana 18-03-2016 11
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12 Savana 18-03-2016
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Académica Iraê Lundin diz que em algum sítio Filipe Nyusi perdeu abertura ao diálogo

Aceitar mediadores não diminui posição de um PR

o
Por Armando Nhantumbo

F
oi logo pelas primeiras ho- meça um diálogo e depois tudo fica tirar”.
ras da manhã da última assim? Então,o, essa massa cinzenta Avança que daí já se pode enveredar
terça-feira que Iraê Lundin que se criou entre o primeiro diálogo pelo menor denominador comum

log
abriu as portas do seu escri- faz com que a Renamo queira trazer que não crie problemas na governa-
tório, em Maputo, para falar ao SA- as suas madrinhas dentro da sala. Eu ção, um denominador comum que
VANA sobre o último impasse que não vejo, mas não vejo nenhum mal. consistiria em aceitar as “madrinhas”
fecha os caminhos para a paz em Nenhum”, destaca. que, afinal, serão de parte a parte, ou
Moçambique. Visivelmente pre- seja, nem serão advogados da Rena-
ocupada com a instabilidade que As responsabilidades de mo. “Essa madrinha não é de um só,
mata, destrói e força deslocações, a um chefe de Estado ela vai estar ali para escrever o que
académica diz que, apesar de vários Para a nossa entrevistada, perante foi acordado, etc., etc. É preciso que
doutoramentos que tem, não en- coisas muito fortes na nossa frente, esteja alguém mais neutro que não é
como o actual xadrez político-militar

ció
tende a dificuldade de aceitar o que nem de lado nenhum nem de outro,
para ela nem é pré-condição, no- moçambicano, a cabeça tem de ser que quer a paz dos dois, tem esse in-
meadamente, a mediação da Igreja mais inteligente e pragmática. teresse”, explica.
Católica, do presidente sul-africa- Nestas situações, sublinha, os gover- “Hoje a gente abre o rádio, está a fa-
no, Jacob Zuma, e da União Euro- nantes têm de ser mais inteligentes e, lar, fala e fala. Está bem, mas então,
peia no diálogo Governo-Renamo tal como no passado, é preciso que a senhor, faz porque as pessoas estão a
como propõe o partido de Afonso cabeça seja usada para mais do que só morrer. Há pessoas deslocadas, casas
Iraê Lundin apela Nyusi a ter postura de um estadista
Dhlakama. Diz a docente univer- enfeitar o corpo. queimadas, trânsito interrompido,
sitária que tal postura não dimi- muito substancial e para a equipa do na descentralização. A cultura era “Eu costumo dizer que é melhor então, é preciso olhar para o bem
nui a posição de um presidente da presidente Chissano, porque achava ica e passou a ser
vista como folclórica você entregar todos os anéis dos seus maior”.

so
República, pelo contrário, mostra que a paz era um bem importantíssi- vista como valorização daquilo que dedos, para manter os dedos porque Questionada se sentia que o presi-
que é magnânimo, humilde e não mo, não havia o que não podia. Tudo é a consolidação da nossa personali- anéis você pode comprar de volta, dente Nyusi estava a fazer algo nes-
arrogante. Diz que não sabe onde, podia se no final do dia fôssemos ter dade. Não existia imprensa privada, mas dedos não”, assinala. se sentido, respondeu que “ele pode
mas em algum lugar o presidente paz”, lembra com saudades. o sector privado, as organizações não Perante um cenário como o que se fazer”.
Filipe Nyusi perdeu essa postura, Mas diz que hoje sente falta dessa ernamentais, tudo isso não existia
governamentais, vive no Moçambique de hoje, carac-
viv Tanto é que, na sua visão, aceitar a
acrescentando que ele seria muito postura. “Primeiro sinto pena porque antes”, cita algumas dessas reformas. terizado por confrontações armadas, presença da Igreja Católica, do Presi-
mais admirado se pudesse reini- não conseguimos mantê-la (a paz). Perguntamo-la que passos precisam mortes e destruição de bens e deslo- dente sul-africano e da União Euro-
ciar o processo de diálogo com a Muitos sinais foram aparecendo, de ser tomados para que, tal como no cação de homens, mulheres, crianças peia não diminuiu a milésima parte
Renamo, com cujo presidente reu- 2008, 2012, o espaço para o diálogo passado, os moçambicanos se abra- e velhos, a académica entende que de do Presidente da República.
foi fechando, dificultou até que che- çassem e se sintam todos cidadãos
um
niu por duas vezes em Fevereiro de um Chefe de Estado, no caso ver- “Não vamos perder a face se de re-
2015. E é esse caminho do diálogo gamos a esta situação”, diz. no seu próprio país. Iraê Lundin dá
tente, Filipe Nyusi, exige-se que faça pente aceitarmos que venha gente
e da paz que encoraja o presidente Na sua óptica, hoje fala-se muito e exemplos e recorre à metáfora.
aquilo que ele disse que quer fazer e que não somos nós os dois. Isso não
Nyusi a seguir. Com experiências faz-se muito pouco. “Todos os dias, “Por exemplo, dialogar com mais
que começou a fazer há cerca de um diminuiu a posição do presidente da
amargas do passado, diz que não quando a gente abre o rádio há al- gente dentr
dentro da sala. Qual é o pro-
ano, quando se encontrou com o pre- República, pelo contrário, mostra
há nada pior que a guerra. Consi- guém, um escritor, um director na- blema? É nossa tradição. Quando
temos luta lá em casa há sempre sidente da Renamo, Afonso Dhlaka- que é magnânimo e ser magnânimo
dera horrível quando alguém luta cional, uma pessoa de um distrito a
um tio. Quando o casamento não ma. é uma excelente qualidade para um
com outrem para depois encontrar dizer que queremos paz. É verdade
vai bem, há sempre uma madrinha. “Ele entrou, encheu-nos de esperan- presidente da República. Mostra que
aquelas pessoas e ver que elas não que todos nós queremos paz, mas de-
Essa é a nossa tradição de ter alguém ça quando teve dois diálogos com é humilde, também uma excelente
têm rabos, não têm chifres, elas são pois não há acções concretas, como
dentro da sala. Então, qual é o pro- Dhlakama. Aí depois ataca-se a via- qualidade, mostra que não é arro-
iguais a si, têm os mesmos sonhos, se via em 1988 a 1992”, exemplifica,
blema? Eu particularmente não vejo tura do senhor (Dhlakama), tenta- gante, excelente qualidade. Então
as crianças delas são da idade das ajuntando: “naquela altura a gente
praticamente não falava. Não tinha nenhum se lá no fim do dia é para -se matar. Então, se puder resgatar o só ganha em postura”, apela, citan-
de

suas e aí pergunta então porquê


gente no rádio, na televisão, não. Fa- encontrar paz”, refere. espírito daqueles diálogos que acon- do Joaquim Chissano como aquele
lutamos. Assim, metaforiza a pro-
zia-se e fazia-se. Tomava-se atitudes Para a objectividade, perguntamos teceram no Indy Village que o faça”, que pode ser, para Filipe Nyusi, um
fessora, se o problema for que um
e acções governativas e ultrapassava- a que pessoas se refere quando fala recomenda. exemplo a seguir.
gosta do vermelho e outro gosta do
-se aquela questão e eu sinto um de tios e madrinhas na sala do diá- Acrescenta que, mais do que resgatar “O presidente Chissano hoje é um
amarelo, então, que se faça um ves-
pouco falta dessa postura hoje, de logo e respondeu: “a Renamo quer o espírito do diálogo, é preciso que indivíduo respeitado no mundo in-
tido vermelho-amarelo para que os
tomar acções, de fazer e não só falar”. que se ponha pessoas ( Jacob Zuma) o Chefe de Estado coloque alguma teiro. Dentro das nossas comunida-
dois fiquem felizes.
Frisa que, no passado, mudou-se a e instituições (leia-se Igreja Católi- coisa em cima da mesa. “A gente des aqui, quando ele passa parece um
Constituição, fizeram-se leis, com ca e União Europeia) dentro da sala. não convida alguém para ir lá para Deus, porque aos nossos olhos ele é
Na entrevista a este semanário, Lun-
Qual é o problema? Eu nem vejo casa sem oferecer um chá. É preciso o homem da paz. Então, não diminui
din começa por recordar o fim da dé- as reivindicações da Renamo con-
isso como uma condição. Eu sinto- pôr alguma coisa em cima da mesa. a um governante, só aumenta a pos-
cada de 1980 e inícios de 1990, quan- templadas, esvaziando assim as suas
io

-me mais à vontade se vou com a O presidente e a sua equipa podem tura dele, porque ser chefe de Estado
do esteve de pedra e cal nos esforços exigências. Para além da Constitui-
minha madrinha. Então traga a sua seguir exemplos, como fez Chissa- não lhe faz um Estadista, o que lhe
de busca da paz para um Moçambi- ção de 1990, que abriu o pluralismo
madrinha, a sua madrinha nem é no que pôs em cima da mesa com faz estadista são suas acções. Existem
que dilacerado pela guerra civil entre político, a entrevistada cita as leis
nossa inimiga. A sua madrinha tem Dhlakama, uma nova Constituição, muitos chefes de Estado que não são
os mesmos autores que, novamente, para o respeito das autoridades tradi-
interesses na paz, então deixa ela vir. um conjunto enorme de leis, aquilo estadistas, mas Chissano saiu do po-
estão desavindos, designadamente, o cionais, das privatizações em Janeiro Não consigo perceber. Com todos os
ár

Governo da Frelimo e o maior parti- de 1993, a lei de descentralização em foi para cima da mesa e também o der como estadista e hoje é visto as-
doutoramentos que tenho, a minha sim dentro e fora por uma coisa que
do da oposição, a Renamo. 1994, apesar de não ter sido seguida senhor Dhlakama cedeu bastante.
cabeça não consegue perceber qual é
“Tive a honra de participar no pro- à letra, entre outras reformas feitas Houve cedências de parte a parte e parece tão simples, mas que foi muito
a dificuldade. Não consigo, com toda
cesso de paz. Os meus trabalhos pela governação do dia. é isso que se chama negociação. Nin- difícil porque foi preciso muita hu-
a honestidade”.
trouxeram material para repensar É aqui onde a académica pergunta guém chega com a sua cesta vazia mildade, foi preciso muita cedência,
O que a docente entende é que,
o Estado e fazer uma parte das re- qual é o problema hoje de aceitar a e sai com ela totalmente cheia, não. mas o bem maior está aí e ganhamos
como se não bastasse, esses convida-
formas que era necessária para que Igreja Católic
Igr Católica, o presidente sul-afri- Você chega com alguma coisa na sua todos e ganhou ele como estadista,
Di

dos até são amigos de Moçambique.


a paz pudesse ser abraçada e prin- cano e a União Europeia na mesa “África do Sul tem grande interesse cesta e o outro também, até pode sair nunca vai perder esse rótulo dentro
cipalmente pudesse ser consolidada” de diálogo, acrescentando: “se eu me neste pipeline (a ligar Cabo Delgado com o que chegou, mas mostrou que do nosso país e lá fora ganhou inclu-
anota, em introdução. sinto confortável porque algumas e Gauteng) tudo o que eles não que- na sua cesta tinha alguma coisa para sive prémios internacionais”, indica.
Fá-lo com nostalgia porque, diz ela, pessoas me vão dar esse conforto, se rem é que tenha guerra aqui. Inclusi- oferecer”. Por isso, avança, “a postura do nos-
nessa época havia muita abertura e elas não me inibem, se elas não são ve somos amigos. Eu até pergunto- Perante uma Renamo que está a rei- so presidente seria admirada muito
interesse para, realmente, construir inimigas, então, deixa elas estarem -me porque a Renamo vai buscar vindicar governar as seis províncias mais por todos nós, muito mais, e
a paz. lá”. indivíduos que são tão amigas”, diz, do centro e norte de Moçambique reiniciaria aquele processo que ele
“Não havia empecilhos, não havia Repete que não entende mesmo reiterando que se há problemas no onde reclama vitória nas eleições de iniciou há mais ou menos um ano e
que isso pode, isso não pode. Con- porque hoje é tão difícil tomar pas- casamento não é o casal sozinho que 2014, a entrevistada opina: “essa coi- nos daria esse presente de Páscoa ou
siderava-se: se isso vai trazer a paz, sos pequenos para restabelecer a paz, discute, vem a madrinha e se ela não sa de governar as províncias seriam seja lá o que for porque realmente es-
então, pode. Era uma visão mui- quando no passado foram tomados consegue vem mais gente para ajudar os dedos e, como sem dedos a gen- tamos inquietos e intranquilos”.
to interessante e foram mudanças grandes passos que mudaram total- a ultrapassar o impasse. te não quer ficar, então, que se dê os Diz que não sabe onde, mas certa-
substanciais. Não foram mudanças mente o rumo do país. Até porque, para ela, faz sentido que anéis que é pôr na sala a Igreja Cató- mente que em algum lugar o presi-
pequenas, foram mudanças em todo “O país caminhava para o socialismo o partido de Afonso Dhlakama pro- lica, Zuma e a União Europeia pelo dente Nyusi perdeu essa postura que
o sistema político, económico, admi- e passámos a caminhar para a econo- ponha a presença de “madrinhas”, na menos para iniciar o diálogo. Depois iniciou em 2015, com encontros com
nistrativo, até a percepção de cultu- mia do mercado, o país era totalmen- mesa do diálogo. conversa, depois vamos ver o que se a Renamo, mas diz ter uma sensação
ra mudou. Foi realmente uma coisa te centralizado e entrámos um pouco “Porque é que o presidente Nyusi co- pode pôr na cesta de parte a parte e de que ele quer recuperar.
Savana 18-03-2016 13
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14 Savana 18-03-2016 Savana 18-03-2016 15
NO CENTRO DO FURACÃO

Candidatos falam ao SAVANA sobre seus projectos

Futuro da Ordem dos Advogados decidido este sábado


- Advogados elegem este sábado aquele que será seu bastonário nos próximos três anos
Por Argunaldo Nhampossa e Armando Nhantumbo
Ordem dos advogados de namismo deverá ser entendido na me- de que a Ordem pertence a todos. da comissão de combate à procurado- os direitos humanos, nunca poderá crescer profissionalmente. Vamos dar no sector da justiça como a criação do Moçambique, o que se quer para já,
Moçambique (OAM) vai dida em que nós queremos através da No seu manifesto diz que não vai fazer ria ilícita. Vamos discutir com os ad- servir convenientemente a socieda- oportunidade de formação em áreas Instituto de Assistência Jurídica, um enquanto não se consegue um espaço
eleger este sábado o quarto inclusão trazer maior motivação para uma revolução na Ordem, mas pre- vogados as diversas manifestações da de da qual faz parte, pois estará a fa- que actualmente são factor de exclusão órgão interno da Ordem que, contudo, físico, é que eles tenham um orçamen-
A bastonário, que vai suceder os advogados que em diversas ocasiões tende uma Ordem diferente. Como procuradoria ilícita e com eles definir a lhar no seu papel de contribuir para dos moçambicanos nas consultorias. ainda tem seus problemas. to para funcionar de modo que não
Tomás Timbane do cargo. Pelo cami- sentimos que estão alheios à vida da torná-la diferente? melhor forma de combatê-la. É preciso a construção do Estado de Direito. Trata-se de áreas como mineração, pe- “O que nós queremos é multiplicar es- tenham de usar meios próprios para
nho desistiram alguns. Stayleir Mar- Ordem. O simples facto de os advoga- A Ordem vai eleger o quarto bastoná- frisar que não é uma comissão que vai Assistimos a processos de reassenta- tróleo e gás, onde esperamos lutar para tes exemplos para que a Ordem, sempre trabalhar.
roquim e Flávio Menete é a dupla que dos deixarem de estar alheios vai trazer rio. Os três que passaram fizeram algo, resolver a procuradoria ilícita, todos os mento mal concebidos e terras expro- que sejam integrados em escritórios que apresente uma crítica, apresente Sobre a integridade, Marroquim é da
disputa amanhã a cobiçada cadeira de um certo dinamismo na nossa vida. Te- cada um no seu tempo e no respectivo advogados devem estar envolvidos na priadas das populações pelas multi- grandes e recebam treinamento para simultaneamente uma solução e não opinião de que o advogado tem de ser
bastonário. O SAVANA entrevistou os mos uma especial preocupação pelo jo- momento histórico. Houve bom traba- batalha. A comissão estará para execu- nacionais entre outros assuntos que que a médio e longo prazos possamos fique à espera apenas de criticar para um indivíduo íntegro e este é um pilar
dois candidatos na última terça-feira e,
quando faltam 24 horas para o escrutí-
nio, publica parte das linhas gerais dos
vem advogado, e toda a gente sabe que a
juventude traz sempre muito dinamis-
mo, desde que lhe seja dada oportuni-
lho que deve ser valorizado ou melhora-
do. Mas é necessário entender que onde
se trabalha há falhas e aí nós queremos
tar, a direcção irá analisar e sistematizar
as diferentes opiniões que devem ser
apresentadas pelos advogados e defi-
são direitos humanos. Como vai lidar
com este tipo de casos?
Temos na Ordem uma comissão de di-
o
ter especialistas nacionais nessas áreas.
A produção legislativa tem vindo a
crescer no país, mas notamos que há
g apresentar as soluções”, destaca.
Diz que dentro desse espírito de proac-
tividade, por exemplo, a Ordem tem de
inegociável da justiça por isso “quere-
mos colocar na Ordem uma compo-
nente, do ponto de vista de ética e de-
seus manifestos eleitorais. dade para fazer algo. Queremos que os trazer inovação e dinamismo. Que- nir o modus operandi da comissão para reitos humanos e o Instituto de Acesso leis que são aprovadas, entram em vi- apresentar soluções para casos como al- ontologia profissionais, muito fortes”.
advogados se sintam donos e parte da remos fazer algo para nos diferenciar atacar. à Justiça (IAJ), eles têm uma interven- gor e de seguida começam a se verifi- tas custas judiciais cujos preços chegam Promete uma atenção especial aos ad-
“Os advogados devem sentir- Ordem. Donos dos programas e acti- do que foi feito antes. Não podemos É preciso assegurar que este trabalho ção forte na defesa do cidadão carencia- car vícios, tal como aconteceu com o a condicionar o acesso à justiça. vogados estagiários e aqueles que se
-se donos da Ordem”
- Flávio Menete
É uma das caras que entra na corrida
vidades, independentemente de residi-
rem em Maputo ou em Cabo Delgado,
trabalharem no sector público, privado
chegar e dizer que tudo foi mal feito, o
que não é verdade. É preciso trazer um
outro impulso, dinâmica e equilíbrio e,
seja feito a nível nacional e não somen-
te em Maputo e Matola. Sabemos que
imobiliárias, empresas de prestação de
do e promoção dos direitos humanos.
Vamos contribuir na educação das po-
pulações que se encontrem nessas situ-
lo
Código Penal. O candidato integrou
a comissão legislativa nos órgãos do
sociais do bastonário io cessante.. Apesar
“Queremos que a Ordem assuma a
dianteira da solução de um problema
como este, apresentando soluções que Stayleir Marroquim
iniciam na carreira.
Entende que a boa qualidade dos ad-
vogados depende, numa primeira linha,
e promete fazer com que os advogados ou a título individual, queremos que se para isso, conta bastante a experiência serviços estão na vanguarda em situa- ações. Promover acções de educação ju- de a Ordem não ter iniciativa de lei, possam ser atendidas pelos órgãos que da qualidade do modelo de estágio para
se sintam donos da Ordem. Este facto
fez com que elegesse o lema “por uma
Ordem dinâmica, inclusiva e descentra-
sintam donos da Ordem e com a obri-
gação de lutar por uma ordem cada vez
melhor. Inclusão significa também que
da lista que nós temos.
Defende um combate cerrado contra
as limitações à liberdade de expres-
ções de procuradoria ilícita. Fazem esse
tipo de trabalhos com todos os riscos
possíveis. Há muita gente que pratica
rídica através de parcerias com os meios
de comunicação social e trazer estes
conteúdos em línguas locais. O grande
ó
tem uma palavra a dizer na produção
i
legislativa nacional, o que está a fa-
lhar?
têm iniciativa legal”, promete.
Sobre a coesão, o candidato entende
que muito embora o actual mandato te-
Por outro lado, diz o candidato, quem
vive a Ordem certamente percebe que
o desafio que se segue é, por um lado,
Secções, o que quer dizer que as Sec-
ções também têm as suas reuniões e a
natureza das reuniões muitas vezes não
advogados-estagiários, sem que a OAM
se substitua do papel dos advogados.
Mas também defende a colaboração
são. A direccção cessante aprovou, essas acções e não sabe que está a violar problema nestes processos é que as pes- O Código Penal é um instrumento nha feito muito esforço de forma a tra- fazer com que os Conselhos Provinciais permite que se explore conveniente- com Universidades que leccionam o
lizada” com o qual espera criar um am- nos órgãos esteja assegurada a partici-
biente de convivência harmoniosa entre
os advogados mais velhos e jovens.
Menete diz que os jovens são a princi-
pação de pessoas que não estejam a re-
sidir em Maputo.
Descentralização deve assegurar que
ano passado, uma directiva segundo a
qual os advogados não podem opinar
na comunicação social sobre proces-
a lei. Temos de estabelecer uma relação
forte com as autoridades competentes
que lidam com matéria migratória e de
soas não sabem quais os direitos que os
assistem. Temos conselhos provinciais,
delegações provinciais e esperamos de-
c
muito importante. Não estávamos num
processo de reforma pontual do Códi-
go Penal, mas sim na elaboração de um
zer os advogados para o seio da Ordem,
ainda há muito que fazer.
“Muitas vezes os advogados perguntam
e os delegados provinciais passem a
funcionar efectivamente.
“O que ocorre é que neste momento,
mente os meios tecnológicos de comu-
nicação. E ainda que isso se faça, vamos
ter sempre constrangimentos que nos
curso de Direito contribuindo na defi-
nição dos planos de estudos, definição
do perfil dos docentes, palestras sobre
sos em julgamento. Que tratamento trabalho para identificarmos essas ac- dicar parte do nosso tempo nestas acti- novo, complementarmente diferente do o que a Ordem tem feito por eles. E quer os Conselhos Provinciais, quer as vão levar ao despesismo. Por exemplo, advocacia em particular e da justiça em
pal aposta, pois só eles podem imprimir nas províncias as pessoas tenham o mí-
vai dar a este dispositivo? ções. Hoje em dia a procuradoria ilícita vidades. As populações devem saber o primeiro. O grande problema é querer esta pergunta tem sido acompanhada delegações, embora tenham já sido no- ao nível do Conselho Jurisdicional, se geral.
o dinamismo que pretende. Assim, pro- nimo de recursos materiais, financeiros
Se um advogado tem um caso que está sofisticou-se, os advogados sabem o que que devem exigir. fazer as coisas num curto espaço de por algum distanciamento de alguns meados ou eleitos, não têm instalações está a correr um processo disciplinar Sobre os advogados desonestos e cor-
mete rever os planos de estágios, taxas
que actualmente estão sujeitos a pagar,
mesmo sabendo que não têm recursos,
para poder funcionar. Temos de definir
uma percentagem das receitas da Or-
dem que deve ficar nas províncias. Va-
a patrocinar, como regra ele não pode
discutir o assunto na comunicação so-
se passa, deste modo garanto que este
será um dos primeiros temas a levar ao
O IAJ estará em altura de assistir as
populações em todo o país?
so
tempo. Esta empreitada era para cinco,
seis ou mais anos. Tudo que consta do
advogados que não participam em
assembleias-gerais porque entendem
físicas para funcionar e isto representa
um grande constrangimento para a im-
plementação de várias acções da Or-
contra um advogado que está domici-
liado em Maputo e o Conselheiro que
está a tratar do assunto está domicilia-
ruptos, é da opinião de que tudo passa
por uma boa formação que inclui boa
dosagem de princípios éticos.
com o agravante de estarem ainda à mos alocar meios e exigir contas, hoje cial. Os assuntos dos meus constituintes debate caso ganhe as eleições. Precisamos de revitalizar o IAJ. Temos CP deveria ter sido amadurecido com que a Ordem não tem feito nada ou
são deles e têm reserva da sua vida e não A PIC é um dos elementos preponde- de assegurar que o IAJ desenvolva pro- mais tempo. O primeiro inimigo da não tem feito muito por eles”, admite, dem ao nível de todas as províncias de do fora de Maputo, quer dizer que em Os problemas que Marroquim quer
procura do primeiro emprego na vida. há documentação da Ordem que deve
vou falar em público sem autorização rantes para o combate à procuradoria jectos específicos e através dos mesmos frisando que a OAM pode fazer mais Moçambique”, assinala. princípio vamos ter no mínimo três atacar são muitos e incluem o comba-
Promete ressuscitar o combate contra ser tratada em Maputo e nós quere- perfeição ou imperfeição do actual CP
deles. Se eu tenho assuntos a tratar so- ilícita e outros actos criminais. Os mobilizar interesse de pessoas para e melhor. Para ele, neste momento, a Ordem fun- Conselheiros a tratarem deste proces- te à procuradoria ilícita. Para além da
a procuradoria ilícita, a limitação da li-
berdade de expressão como a directiva
aprovada no elenco que está de saída
mos que cada advogado tramite o seu
expediente na província onde estiver a
residir ou trabalhar. Estamos apostados
m
bre um processo concreto tenho canais
processuais para tratá-los, se não estão a
u dois últimos bastonários defendem
reformas profundas na PIC, qual é o
financiar as suas actividades. Um dos
grandes problemas do IAJ é o finan-
foi o facto de se ter mantido a ideia que
tinha de ser aprovado naquele tempo,
naquele mandato e o resultado é que
Dá um exemplo: “nós temos assistido
em Tribunais, particularmente distri-
ciona centralmente e o grande desafio
é exactamente fazer com que o que
se vive em Maputo se possa viver em
so disciplinar. Vamos ter documentos a
seguirem de cima para baixo, a usarem
portador diário e isso representa custos.
formação, defende que a solução aqui
também passa, dentre várias saídas, por
estabelecer parcerias entre a Ordem e as
que proíbe os advogados de comen- na mudança. ser devidamente tratados. Há situações seu posicionamento. ciamento. As ideias estão ali, mas um temos um Código Penal que não tem tais, que há um grande problema que
excepcionais em que o advogado tem de Autonomização da PIC é um tema à membro do IAJ precisa de se deslocar diz respeito à marcação das audições de todas as restantes cidades, ainda que Nós somos mais de 1300 advogados e, suas congéneres internacionais, incluin-
tarem processos em curso mesmo que Disse que os advogados andam um Código de Processo Penal que o
ir prestar alguns esclarecimentos, mas aí parte e nós comungamos dessa opinião. para os distritos de modo a analisar discussão e julgamento. Muitas vezes os numa primeira fase não seja na mesma infelizmente, do ponto de vista de pro- do o apuramento das reais formações
não estejam envolvidos. alheios à Ordem, quais os motivos? acompanha, não tem legislação ligada
dimensão, ciente de que é um processo cessos disciplinares há uma grande de- profissionais dos advogados estrangei-
O que o move a candidatar-se ao car- Os advogados sentem-se como mem- precisa de uma autorização da direcção Essa pergunta dirigida a mim não faz essas situações, isso exigirá recursos fi- aos serviços penitenciários que o acom- julgamentos são marcados para a mes-
paulatino. manda. Temos de melhorar a nível da ros vinculados às sociedades de advoga-
go de bastonário da OAM? bros que só têm a obrigação de pagar da Ordem, e esta tem de perceber do muito sentido, porque sabes que dirigi nanceiros e o jovem advogado não pode panha. As leis são inimigas da pressa. ma hora. Cinco, seis ou mais processos
Há dois motivos: O primeiro é que
houve um grupo considerável de cole-
cotas, porque se não pagam a inscrição
é cancelada e não podem exercer a ad-
e
que se está a tratar e o advogado deverá
agir dentro dos limites do que for auto-
rizado. A liberdade de expressão tem de
a PIC e defendia a sua autonomiza-
ção. Mas a autonomização por si só
não resolve os problemas da PIC, tem
parcos recursos.
gastar os seus par
Precisamos de ter projectos específicos
para que o IAJ funcione autonoma-
Integrava a comissão legislativa, qual
foi o vosso contributo?
A Ordem emitiu um parecer e nas re-
são marcados por exemplo para as 7:30
ou 8 horas. O que ocorre é que chegam
todos na mesma hora e passam o dia
Mas o candidato tem um outro desafio
ambicioso. Para ele, é preciso que, do
ponto de vista de gestão de recursos,
ética e deontologia profissional. Mas a
realidade que temos é essa. Não só será
muito despesista, mas também muito
dos moçambicanos.
A prevenção e repressão é outra ver-
tente. É aí que defende uma maior
gas que verificou em mim qualidades vocacia. Com a excepção das assem-
para ser bastonário e me convenceram
a entrar nesta corrida. O segundo é que
bleias gerais, cujo objectivo é a eleição
dos órgãos sociais, a participação nou-
d
ter alguns limites nesse aspecto. É dife-
rente do advogado que está a comentar
em abstracto um determinado assunto.
de ser acompanhada de recursos mate-
riais, humanos, financeiros para que a
PIC exerça as suas funções com suces-
mente e tenha capacidade de apresentar
os seus resultados.
A Ordem tem orçamento deficitário,
comendações constava que se devia dar
mais tempo para melhorar o código
porque havia aspectos que precisavam
todo no Tribunal porque vai entrando
cada um de cada vez para a sala. Acho
que a Ordem pode fazer mais e melhor
haja um programa que seja financeira-
mente sustentável.
Aqui, o que Stayleir Marroquim de-
inseguro termos processos a andarem
nos aviões com o risco de se extravia-
rem, entre outros”, explica, reiterando
sensibilização dos advogados, edvoga-
dos-estagiários, através da formação
contínua de aspectos ligados à ética e
olhei para a minha trajectória como tras actividades é baixíssima. Em al- deontologia profissional e, por outro
Veja que quando comenta nesse sentido so. Quando falo de recursos humanos conta também com o financiamento de de ser mais trabalhados. Parecer é pa- para a solução deste problema”, refere. fende é efectivamente combater o des- que o seu é um programa viável do
profissional e vi uma experiência de gumas situações dizem que a Ordem é lado, da disponibilização regular de to-
está a contribuir na educação jurídica refiro-me a uma formação adequada, parceiros e ainda uma componente pe- recer e conselho é conselho não são Nisso, diz que o bastonário, os presi- pesismo na Ordem dos Advogados de ponto de vista financeiro.
vida marcante. Então achei que a úni- gerida de forma elitista. Nós achamos dos os restantes sectores da vida social
do cidadão. técnicos íntegros que possam trabalhar quena do Estado. São acções que devem vinculativos, cumprimos o nosso dever. dentes dos Conselhos Provinciais e os Moçambique. Promete que algumas actividades,
ca maneira de dar valor aos meus co- que os membros devem perceber que a através dos meios de Comunicaçao so-
O entendimento que houve foi de que de forma independente em obediência ser feitas para se reduzir paulatinamen- Agora já há acções em curso para me- delegados provinciais também devem “É por isso que falamos sem utopias. como viagens desnecessárias, a serem
nhecimentos e experiência passava por Ordem pertence a quem está inscrito, cial, o que poderá contribuir para uma
partilhar com os meus colegas e com a tem objectivos que estão na lei e todos
ir o
todo o advogado não devia comentar à lei que segue as técnicas e métodos te o défice de orçamento na Ordem. A lhoria do Código Penal o que mostra aproximar-se dos Tribunais onde este Sem utopias porque nós desenhamos sacrificadas é mesmo para permitir a
maior consciência por parte da socieda-
processos em curso na comunicação de investigação. Nos recursos pretende- nossa missão será de estreitar parcerias que tínhamos razão. Acredito que os problema se verifica e, dentro de um es- um programa que não é despesista. De- entrada em funcionamento de outras
sociedade tudo o quanto aprendi como têm o dever de contribuir para o respec- de em relação à identificação concreta
social, independentemente de estar -se que haja instalações, laboratório, para melhorar o desempenho do IAJ e nossos pareceres são tomados em con- pírito de cooperação e não de braço de senhamos um programa que reduz ao actividades.
cidadão e profissional. tivo desenvolvimento. de quem pode actuar como advogado.
Que mais-valia trará uma ordem di-
nâmica, inclusiva e descentralizada
para aquilo que são os anseios dos
Como espera “resgatar” esse grupo
para a Ordem?
A diferença é o segredo do sucesso. Fa-
ou não no processo.

Devo clarificar que quem não tem ne-
nhuma relação com o processo está a
material de inteligência para não ter
somente uma componente instrução,
mas sim um casamento perfeito com
se tornar cada vez mais abrangente.
O IAJ é o centro incubador dos jovens
advogados e uma das suas apostas é
sideração. Actualmente, a nossa relação
com a AR é saudável e sempre que ne-
cessário somos solicitados para prestar
ferro, se possa encontrar uma solução.
“Nós temos e sabemos todos do pro-
blema relacionado com a morosidade
máximo as viagens, quer dos membros
dos órgãos centrais, quer dos formado-
res. Por exemplo, em relação à cidade
Sobre a expansão territorial, o candida-
to evita falar de prazos porque isso liga-
-se a utopias.
Já no que diz respeito à actuação re-
pressiva, o candidato advoga que a
Ordem deve intensificar a articulação
comentar em abstracto e contribui na a investigação também. Não podemos a juventude. O que é que deve fazer o nosso apoio, tal como aconteceu re- processual. Os processos levam muito da Beira e Nampula, o nosso programa “Nós evitamos a utopia. O mandato da com diversas entidades públicas, como
membros? lei da aposta na inclusão e é o que vou
educação jurídica. Esse tipo de inter- ver a autonomização da PIC com base para catalisar os jovens? centemente no processo de revisão do tempo em Tribunais e a Ordem pode é de reduzir ao máximo e em alguns ca- Ordem tem três anos, o que quer di- Conservatórias, Tribunais, Balcões de
Esse é o lema do meu manifesto. O Di- fazer de modo a resgatar o sentimento
cracia.
D
venções são benéficas à nossa demo-

Pode se considerar que a barreira foi


num diploma legal.
O que falhou na autonomização da
PIC durante o tempo que esteve na
Vamos rever o programa de estágios
por estar desajustado. A componente
teórica é mais volumosa em relação à
Código do Processo Penal. fazer muito”, afirma.
Mas, mais do que isso, é importante
que os advogados através da Ordem
sos até não teremos viagens para efeitos
de formação porque entendemos que
localmente já existem advogados com
zer que daqui a três anos teremos novas
eleições. Em nenhum momento esta-
mos a dizer que necessariamente vamos
Atendimento Único para a denúncia de
casos de procuradoria ilícita.
Mas advoga também a conscienciali-
quebrada? direcção? prática. Queremos que a componente “Queremos tornar a Ordem possam, em colaboração com os ma- capacidade para dar formação em cer- deixar todos os Conselhos Provinciais e zação pública para que os cidadãos sai-
Acho que disse tudo o que tinha a dizer Tenho algumas dificuldades em dizer teórica permita a transição, onde o jo- uma entidade proactiva” gistrados judiciais e do Ministério Pú- tas áreas”, promete, assegurando que o todas as Delegações em funcionamento bam quais condições para o exercício da
sobre essa matéria. o que falhou. Estava tudo devidamente vem sai da universidade para o estágio. - Stayleir Marroquim blico, encontrar um sistema legal, uma mesmo deverá acontecer ao nível cen- porque ainda que isso seja desejável e advocacia em Moçambique.
Que acções enérgicas traz para com- encaminhado e tudo indicava que era Temos uma proposta de revisão das É uma das principais batalhas de Stay- solução para a actual legislação, que não tral. nós gostaríamos de fazer isso, mas do Marroquim afirma que, sem utopias,
bater a procuradoria ilícita? só uma questão da lei ir à Assembleia taxas que são exigidas aos advogados leir Marroquim. Em entrevista ao SA- permita que o processo se desenrole em Marroquim diz mesmo que na Ordem ponto de vista financeiro é muito difícil quer manter uma Ordem coesa, una,
Para nós trata-se de retomada do com- da República. Já havia sido feito o estu- estagiários. Eles concluíram a forma- VANA, na tarde desta terça-feira, o volta de várias formalidades. de hoje viaja-se muito, pelo menos para concretizar essa ideia. Porém, o que po- indivisível e sustentável. “O que nós
bate à procuradoria ilícita, porque em do, inclusive as implicações financeiras ção e estão à procura de uma formação advogado e docente universitário disse “Sabemos todos o que um processo visa. efeitos de formação. “Há muitas via- demos garantir e é esse trabalho que es- estamos a dizer não é que vamos elimi-
algum momento já houve, mas as ac- que inicialmente não seria bastante era adicional (estágio) que lhes vai levar ao que elegeu Dinamismo, Coesão e Inte- É preciso reduzir ao máximo o número gens quando as formações iniciam. Há tamos a fazer e já temos estado a marcar nar todos os problemas, estamos a di-
ções ficaram estagnadas no tempo e no só uma questão de se calcular o que se primeiro emprego na vida e já são co- gridade pela Justiça como lema da sua de formalidades, mas isto só será possí- também viagens para efeitos de partici- passos nesse sentido, é que no Conselho zer que pelo conhecimento que temos
espaço. Por algum motivo deixaram de gastava com a PIC nesse momento e brados taxas, facto que tem criado cer- candidatura, primeiro, por entender vel se os advogados, os juízes e os pro- pação nos órgãos centrais da Ordem, o Provincial de Sofala, nós temos condi- conseguimos identificar quais os pro-
se fazer sentir e isso está a gerar mau transitar isso para a polícia que resultas- tos embaraços à sua formação. As taxas que a Ordem tem de ser, acima de tudo, curadores – que são os que têm a mão que quer dizer que os conselheiros que ções para que ele entre imediatamente blemas que persistem e é precismanete
ambiente nos advogados. Há uma série se dessa autonomização. Mas por qual- não podem servir de elemento que lhes uma entidade proactiva e não simples- directa nos processos – puderem dar a estão fora, quando tem reuniões a nível em funcionamento”, garante. sobre eles que queremos colocar a nossa
de pessoas que, não estando licencia- quer motivo esta lei foi à Assembleia coloque impedimentos. mente reactiva. sua opinião aos legisladores”, anota. da sede por exemplo o Conselho Na- Sobre o Conselho Provincial de Nam- mão”, diz. Reconhece o jovem candida-
das para exercer a profissão, estão a ter República e eu já não estava na direcção Após a sua aprovação temos de garan- Reconhece que a Ordem de hoje já dá Percebe que são pequenos actos como cional tem no mínimo uma reunião por pula também garante que há negocia- to que a Ordem de hoje representa uma
rendimentos resultantes do exercício de da PIC e simplesmente foi retirada. tir que estejam em boas mãos, vamos sinais de proactividade, tomando dian- combate à morosidade e à corrupção mês, o Conselho Jurisdicional tem no ções avançadas. evolução uma relação à Ordem de hoje,
actos próprios da profissão de advoga- Afirma no seu manifesto que uma Or- promover parcerias com os escritórios teira em alguns assuntos importantes que podem trazer os advogados de vol- mínimo uma reunião em plenário por Em relação aos delegados provinciais, mas diz que ela continua tendo alguns
Flávio Menete dos. Vamos reformar as competências dem que não se predispõe a defender dos jovens advogados para que possam da vida da sociedade particularmente ta à Ordem. mês e o Conselho Jurisdicional tem três que são as restantes províncias de problemas.
16 Savana 18-03-2016
INTERNACIONAL
SOCIEDADE

Cadáveres encontrados em dois dias nas matas de Gondola e Sussundenga

Sete pessoas executadas em Manica


Por André Catueira, em Manica

o
S
ete homens foram exe- o terceiro de Catandica (Manica). às 20:00 horas, na sua casa em presidente (Afonso) Dhlakama executá-los.
cutados, por desconhe- Durante a entrevista, Elcidia Fi- Chimoio, o senhor Elias Tomás vivia quando estava em Chi- Por sua vez, a Polícia, através do
cidos, fim-de-semana lipe não fez referência aos outros Vinte, Dom Luís Maganzange, moio”, disse António Muchanga, porta-voz do Comando-geral da
passado, nos distritos quatro cadáveres encontrados no Filipe Mapossa e um outro quar- estranhando a posição policial, PRM, disse que a detenção dos

log
de Gondola e Sussundenga, na distrito de Sussundenga, no do- to membro do partido, que viviam e acusando que as autoridades membros da Renamo era por en-
província de Manica, tendo os mingo, 06 de Março, e quando nas casas próximas à casa onde o estariam a usar artimanhas para volvimento em actos criminais.
corpos sido encontrados aban- questionado sobre os corpos afir-
donados nas matas, todos com mou desconhecer do caso e que
sinais visíveis de estrangulamen- iria “procurar saber na sala das
to, em zonas de alta influência da operações”, contudo, sobre o as-
Renamo, e onde já foram repor- sunto não retornou, até ao fecho
tados casos de perseguição, rapto da edição.
e execução de membros da opo- Entretanto, um funcionário do
sição. Contudo, nenhum partido hospital distrital de Sussundenga

ció
já reclamou o desaparecimento confirmou ao SAVANA terem
de membros, apesar dos corpos sido encontrados homens mortos
terem sido enterrados pelas au- próximo às margens do rio Re-
UNIVERSIDADE WUTIVI
toridades municipais numa “ve- vue, cerca de 45 quilômetros a sul (ex ISTEG)
locidade de luz”, sem observação de Chimoio, e que supostamente
do previsto para reclamação de terão encontrado a morte por es-
corpos nas morgues. trangulamento. EDITAL DE CURSOS DE MESTRADO
Os corpos apresentavam sinais EDIÇÃO 2016
Ao que o SAVANA apurou, de “muita porrada”, confidenciou
três jovens, que aparentavam 25 a fonte, adiantando que os ca-

so
anos de idade, foram encontrados dáveres foram removidos para a A UNIVERSIDADE WUTIVI tem abertas candidaturas
mortos em Zimpinga, no posto morgue do hospital distrital de
administrativo de Amatongas, Sussundenga no mesmo dia. para o presente ano lectivo os seguintes cursos de Mes-
distrito de Gondola, exactamente O SAVANA apurou que as au-
no perímetro onde foi embosca- toridades municipais de Sussun- trado:
da e destruída a caravana mili- denega trataram com brevidade
tar do líder da Renamo, Afonso os processos para o enterro dos
Dhlakama, a 25 de Setembro de corpos, tendo esta cerimónia
2015. ocorrido dois dias depois, ou seja, I. CIÊNCIAS JURÍDICAS
Os três corpos estavam estatela- terça-feira 08 de Março, pontape-
dos, estranhamente um próximo II. DIREITO EMPRESARIAL
um
ando as normas previstas para o
do outro, na mata de uma peque- período da realização de enterro
na colina, a 41 quilómetros a este de corpos não reclamados.
III. GESTÃO DE EMPRESAS
da cidade de Chimoio, a capital A legislação prevê “até 30 dias
de Manica. úteis sobre a data da verificação
IV. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“Sim, registamos essa ocorrência
(a 5 de Março). Foi em Amaton-
do óbito, se não foi possível as- V. GESTÃO E LIDERANÇA DE PESSOAS
segurar a entrega do cadáver a
gas, distrito de Gondola, e nossa
equipa foi para o local e constatou
qualquer das pessoas ou entida- VI. PSICOLOGIA CLÍNICA
des”, ou seja, em caso de não ser
a existência de três corpos huma- reclamado. VII. TERAPIA FAMILIAR
nos sem vida, são todos do sexo Os dois incidentes, envolven-
masculino e jovens, aparentavam VIII. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMU-
do os sete corpos, ocorreram em
25 anos idades”, afirmou Elcídia
terrenos pantanosos politicamen-
Filipe, porta-voz do comando da NICAÇÃO com especialização em: Redes de Compu-
de

te, e onde há frequentes relatos


Polícia de Manica.
de perseguições de membros de
A fonte frisou que não consegui-
partidos políticos, com frequen- tadores, Análise de Dados e Desenvolvimento de Apli-
ram identificar os corpos porque
tes acusações entre a Renamo e a
estes não portavam nenhum do-
Frelimo sobre “torturas políticas”. cações
cumento de identificação e os
mesmos apresentavam sinais de Em Fevereiro, a Renamo denun-
espancamento, tendo os corpos ciou o rapto de duas pessoas no
sido removidos para a morgue do distrito de Gondola, incluindo o Através de actividades organizadas e facilitadas por do-
hospital provincial de Chimoio, delegado distrital do partido, que
para exames forenses. viria a ser encontrado morto na centes Doutorados, os cursos habilitam os mestrandos a:
“Não podemos usar os sinais de localidade de Matarara, Dombe,
io

espancamento como a causa da no distrito de Sussundenga.


sua morte”, aclarou Elcídia Filipe, As províncias de Manica, Sofala e
afiançando que um trabalho de Tete, no centro de Moçambique, a) Pesquisar e gerar novos conhecimentos nas suas áreas
HVSHFtÀFDV
peritagem estava em curso para têm sido abaladas por uma onda
esclarecer a morte dos três jovens. de perseguições, raptos e exe-
O SAVANA deslocou-se para a cuções de membros de partidos
E ([HUFHUDFWLYLGDGHVGHGRFrQFLDQR(QVLQR6XSHULRUH
ár

zona onde ocorreu o incidente, políticos, sendo que a Frelimo e


tendo apurado que um movimen- a Renamo tem se acusado mu-
to estranho foi registado na sexta- tuamente sobre os incidentes, ao c) Gerir e liderar sistemas e organizações públicas e pri-
meio de uma tensão político-mi-
-feira anterior no suposto local do
crime, por homens numa viatura, litar, caracterizada por ataques a vadas.
cuja marca e matrícula não se viatur civis na principal estrada
viaturas
de Moç
Moçambique.
Moçambique
Di

conseguiu apurar, com vidros fu-


mados.
Detenções arbitrárias
Inscreva-se já.
“Na sexta-feira à noite houve um
movimento estranho ali em Zim- Portanto, a Renamo (Resistên-
pinga, exactamente naquele lu- cia Nacional Moçambicana) de-
gar onde foi atacada comitiva de nunciou a “detenção arbitrária”, Para matrículas, inscrições e mais informações contacte
(Afonso) Dhlakama no dia 25 de pela polícia de Manica, de quatro
Setembro, e já no sábado foram membros do partido, que foram o Registo Académico da Universidade Wutivi, pelo se-
encontrados três jovens mortos”, capturados durante o período
explicou ao SAVANA um mo- nocturno nas suas residências. guinte endereço:
rador na condição de anonimato, António Muchanga, porta-voz da
por temer represálias. Renamo, disse que a polícia efec- Campus Universitário – Belo Horizonte - Boane
Contrariando a versão policial, o tuou na sexta-feira à noite quatro
morador assegurou que os jovens detenções de membros do parti- Telefone celular: +258 846440854 / + 258 84 2557356
estavam identificados, sendo que do no bairro bloco 9, na cidade de
“um se chamava Manuel, outro Chimoio, tendo de seguida os en- Email: unitiva@unitiva.ac.mz,
Orlando e o terceiro Zeca”, e dos carcerado no comando provincial Website: www.unitiva.ac.mz
três, um era natural da Gorongo- da Polícia.
sa (Sofala), o segundo de Guro e “A Polícia invadiu e capturou
Savana 18-03-2016 17
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SOCIEDADE
18 Savana 18-03-2016
OPINIÃO

EDITORIAL Cartoon

A primeira vítima
da guerra

o
N
ão se sabe muito bem a quem atribuir a autoria ori-

log
ginal da expressão que diz que em situação de guerra,
a primeira vítima é a verdade.

O facto é que ela já foi muitas vezes usada por individualida-


des da política internacional, mas sem que tivesse sido feito
qualquer registo sobre o seu autor original.
De entre essas personalidades figura um senador americano
do Estado da Califórnia, Hiram Warren Johnson, que em
1918 foi citado nestes termos: “A primeira vítima quando a

ció
guerra chega é a verdade”.
Uma outra eminente personalidade a usar o termo terá sido
Arthur Ponsonby, político, escritor e activista social britânico,
que em 1928 terá dito: “De entre as calamidades da guerra
poderá se conjuntamente enumerar a diminuição do amor
pela verdade”.
São expressões metafóricas, mas que até certo ponto de-
monstram o quanto a mentira é um instrumento privilegiado

so
da guerra.
A presença de mais de 10 mil refugiados moçambicanos no
Malawi é resultado directo da guerra que se move em Mo-
çambique, que a Renamo acredita ser a única alternativa para
impor a sua visão de democracia no país. E sobre esta presen-
ça no estrangeiro, cada uma das partes envolvidas no conflito
tem estado a tentar apresentar a sua própria verdade.
Quando uma guerra se instala, ela tende a assumir uma di-
nâmica própria. A morte de cidadãos inocentes, apanhados
Lúcio Lara: Um pilar invisível
um
no fogo cruzado, torna-se inevitável. Os que podem escapar,
tornam-se refugiados em países vizinhos ou deslocam-se
para outras partes dentro do seu país, que considerem segu- Por Oscar Monteiro*
ros. Muitas vezes levando consigo apenas a roupa que têm no

T
ento na emoção da sua par- habitantes afluíram em massa logo postos e riquezas enquanto o povo
corpo, senão mesmo sem roupa. Propriedade privada ou pú-
tida, recordar os momentos que souberam da presença destes se não sentisse melhor e a discri-
blica não escapa à fúria das armas (ou dos que as manejam).
em que convivi com Lúcio dirigentes e contaram-me quando ção sóbria com que se apresentava
No caso dos refugiados moçambicanos que estão no Malawi,
Lara. estes comanditaram manu militari e intervinha.
sabemos apenas as razões que os levaram para aquele país. É
Recordo
Recordo a nossa participação con- os quatro camiões que por lá ha-
a única verdade quer não pode ser vítima desta guerra injusta Em todas as organizações são ne-
junta num seminário
seminár em Berlim, via e os guiaram eles próprios para
e racionalmente injustificável. As outras verdades vão per- da sua maturidade ao lado da mi- buscar o produto das colheitas que cessários líderes, em geral carismá-
manecer simplesmente isso; verdades que nunca serão ob- nha fogosidade. Vem-me à men- ticos, que com voz forte animam
de

ainda ficavam do outro lado do rio,


jectivamente verificadas, mesmo que os intervenientes desta te um encontro
enco no Aeroporto de para que a população não passas- as hostes sobretudo nas duras
guerraa tentem desesperadamente se desculpar. Já passamos Luanda às duas da madrugada se fome. A veneração que rodeou confrontações que implicam for-
por isto durante 16 anos. dos primeiros dias de Novembro, estes combatentes das Faplas diz ça, vida e morte. Mas são precisos
Para que não haja mais mortos, refugiados ou deslocados é quando regresso de Bissau e São tudo sobre o MPLA que conheci. também os pilares invisíveis que
importante que os promotores desta guerra entendam que Tomé numa missão como emis- E compreendi o papel dos CIR sustentam a organização pela sua
ela deve parar imediatamente, e que não existe nenhuma de- sár do Presidente Samora então
sário (Centros de Instrução Revolucio-
palavra ponderada e forte, pelo seu
mocracia que se impõe com os canos das armas. Presidente da CONCP e encarre- nária) a que está ligado o nome de
Não há dúvidas de que esta guerra está a ser imposta pela exemplo, sem cedências nos prin-
gado de acertar as datas para a reu- Lúcio Lara.
Renamo, na sua crença de que esta é a única via para alcançar nião da cimeira das colónias por- Recordo o início do último pará- cípios. Não sem dor quando vêem
io

os objectivos políticos que de outro modo não consegue. Mas tuguesas em Maputo que decidirá grafo do elogio fúnebre de Agos- tanta pobreza à sua volta. Vêm-me
alguém não pode ter o seu bolo de estimação em exibição na reconhecer o Governo de Angola tinho Neto quando Lúcio Lara à memória as suas palavras amar-
prateleira, e ao mesmo tempo querer comê-lo. desde as 0 horas de 11 de Novem- teve de pausar para o que todos gas que proferiu sobre António Ja-
Numa sociedade democrática, partidos políticos lutam bro. Lúcio e Lopo do Nascimento adivinharam prenunciar o fim da cinto, longos anos detido no Tarra-
através do parlamento e de outras instituições legalmente vêm-me trazer notícias alarmantes, cerimónia, o início da separação: fal: o camarada António Jacinto até
ár

reconhecidas para fazer valer o seu modelo de governação sul-africanos no sul, tropas de Mo- “Neto amigo, Camarada Presiden- teve a sorte de escolher o momento
ou visão de nação. Não é possível um partido político estar butu e de Santos e Castro em Kin- te!” e o imenso soluço que tomou a
de morrer.
simultaneamente presente nos órgãos de tomada de decisões fangondo, a dois passos de Luanda sala, que tomou o país e nós outros,
numa tentativa de cortar o abaste- e todos os seus concidadãos em Mas descansa em paz Lúcio, estão
sobree a vida do Estado e de armas em punho, no mato, tentar
cimento de água. outras pátrias libertadas no mesmo surgindo outros Lúcios que farão
combater esse mesmo Estado. Talvez tenha chegado o mo-
Já voltei a Kinfangondo e recente- esforço. rebrilhar as cores rubro-negras do
mento da Renamo escolher onde ela quer estar; no sistema
Di

formal de tomada de decisões políticas ou como um movi- mente quis ir à Gabela com Beto Lúcio Lara está presente em to- grande MPLA da tua vida.
mento armado rebelde declaradamente em guerra contra o Traça, General das Faplas e meu dos os momentos importantes. E
Estado. antigo colega nos tempos estudan- está com duas feições que nunca *Combatente pela libertação das
te e Carlos Freitas, seu adjunto. Os o deixaram: o desprendimento por antigas colónias portuguesas

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Savana 18-03-2016 19
OPINIÃO

RELATIVIZANDO
Por Ericino de Salema

Brasil: tão próximo, tão distante!


A
pesar de toda a pressão com aquela operação de alegada hu- Mas o que faz com que, por lá, o Mi- bwè, quando PGR, fez uma pro-

o
política que está a ser feita milhação, eis que, ao princípio des- nistério Público faça tranquilamen- messa que nuncaa mais se soube o encontra e começasse a investigar
contra si, a Justiça brasi- ta semana, temendo ser recolhido te o seu trabalho, diferentemente de que foi dela (da promessa): prender as denúncias de crimes públicos
leira parece estar mesmo à cadeia, a presidente daquele país cá, no nosso belo Moçambique, em todos os corruptos em duas sema- que são veiculadas pelos órgãos de
determinada em investigar empre- recorreu a um expediente vergo- que instituição similar parece ter nas. Eventualmente, há-de ter sido comunicação social, o que, em boa

log
sários e políticos sobre quem reca- nhoso como forma de subtrair o seu dentes apenas para indivíduos sem por isso que,, pouco depois, teve verdade, até constitui sua obrigação,
em fortes indícios de corrupção e/ antecessor e camarada das amarras direito a nome nos jornais? uma ascensão política meteórica; conforme se extrai do Estatuto Or-
ou enriquecimento ilícito. De entre da Justiça: nomeou-o a uma posição Parece não ser difícil inferir porque Joaquim Madeira, quando PGR, gânico do Ministério
Ministér Público.
os ditos cujos, destacam-se o antigo no seu gabinete (ministro da Casa as coisas acontecem como aconte- cantava sempre que “ninguém está Há semanas, só para citar um caso,
presidente daquele país, Luiz Inácio Civil), com o que ganha imunidade. cem no nosso país. Os investigado- acima da lei”, mas, materialmente, desabou uma das paredes anexas
Lula da Silva, e Marcelo Odebrecht, Há, nisto tudo, que reconhecer a res do Ministério Público, incluin- quase nada fez para dar substância à Piscina Olímpica do Zimpeto,
um dos proprietários da construtora seriedade dos investigadores do do a própria Procuradora-Geral da a esse roseado palavreado; Augusto tendo-se, de forma cristalina, se
Odebrecht. Ministério Público Federal, que, República (PGR), não gozam de Paulino, quando PGR, anunciou apurado que houve um festival de
Depois de, na última semana, Lula resistindo a todo o tipo de pressões garantias efectivas para que possam uma “grande investida investigativa” irresponsabilidades para que aquele

ció
da Silva ter sido à força levado a uma políticas, com o alto patrocínio de trabalhar de forma segura, isenta, ao sector imobiliário, com referên- muro, que fora edificado sem pilares
sessão de interrogatório por parte grandes grupos de media, se ati- imparcial e independente, a bem do cia a bairros como Belo Horizonte, nem vigas, ruísse, ao que se acresce
do Ministério Público Federal (da veram no seu trabalho, a ponto de interesse público e da Justiça, e imu- mas, pouco depois, cessou funções, o facto de aquela infra-estrutura
República Federal do Brasil), que obrigarem o “inocente” Lula da Sil- nes às interferências dos suspeitos passou pelo Tribunal Supremo só pública ter sido construída sem a
terá contado com relevantes présti- va a aceitar uma posição que, em de costume, os políticos e/ou em- para jubilar e, hoje, é “jurista sénior” mandatória fiscalização, à luz da le-
mos do Ministério Público do Es- condições normais, jamais lhe seria presários (figuras que, quase sempre, de uma instituição financeira com gislação aplicável. Uma vida se foi,
tado de São Paulo, ainda que Dilma destinada, nomeadamente pelo es- se confluem nas mesmas pessoas). sede na Avenida Julius Nyerere, na mas a probabilidade de nada ser fei-
Rousseff, actual presidente daquele tandarte sócio-político em que se A história recente do nosso país não cidade de Maputo. Beatriz Buchi- to parece ser quase absoluta, para a
país, ter-se mostrado insatisfeita encontrava. nos deixa mentir: Eduardo Mulém- li, talvez a brincar, nos brinda com nossa infelicidade colectiva.

so
descomunais apelos à...bisbilhotice! Se tivéssemos um Ministério Pú-
blico minimamente comprometido

2 'HVDÀR GH 0RoDPELTXH


A ‘blindagem’ que Dilma Rousseff
acaba de fazer a Lula da Silva há- com o cidadão, com a defesa do bem
-de ter servido para responder a público, com a promoção efectiva da
uma pergunta que, não poucas ve- acção penal, com a responsabiliza-
zes, muitas moçambicanas e muitos ção dos que faltam aos seus deve-

quem se deve desarmar? moçambicanos fazem de si para


consigo e para com os seus: Porque é
que, uma vez cessado funções, anti-
gos ministros, Primeiros-Ministros
res, com a Justiça, em termos gerais,
talvez há houvesse, por estas alturas,
detidos, pela gravidade do que ocor-
reu ali no Zimpeto. E os entendi-
um
Por Fredson Guilengue inclusos, de tudo fazem para se fa- dos nos dizem que o pior pode estar
zerem eleger deputados? A resposta ainda por vir, no que, em especial,
já está dada: uma vez eleitos depu- aos apartamentos da chamada ‘Vila

Q
ue nos dominantes círculos Atitude esta, por sinal, recorrente. objectivoo concreto, o desarmamento
do poder político em Mo- Apesar de factual, este argumento não da RENAMO constitui-se apenas tados, ganham imunidade. E a que- Olímpica’ diz respeito. Mas tudo
çambique, incluindo até no é, contudo, determinante na explica- um objectivo abstracto (marginal), bra de imunidade é um acto político isso não parece suficiente para que
círculo académico, e parte da ção dos factores que condicionam o ou o que se pode classificar de mero que, sem votos maioritários, não quem recebe salário e mordomias do
sociedade em geral, predomina sobre- estado de Paz e estabilidade no País. resultado “positivo” de um objectivo tem como proceder. cidadão todos os meses cumpra com
maneira uma certa convicção de que a No meu entender, contrariamente a nacional concreto, para o qual toda Longe de mim insinuar que A ou o seu trabalho.
RENAMO constitui a maior ameaça RENAMO, ainda que com todo o a nação se deve concentrar, que é o B seja responsável pela escandalei- Já que o titular da acção penal (Mi-
à verdadeira Paz e estabilidade polí- seu já comprovado poderio militar, o do desarmamento do País e do Es- ra que, eventualmente, se esteja a nistério Público) não parece estar ali
tica do País não deve constituir no- que se constitui na verdadeira amea- tado dessas regras e atitudes injustas para fazer o seu trabalho, achamos
verificar no negócio ou empreitada
vidade para ninguém. Porém, o que ça à Paz e à estabilidade política em e revoltantes. É, por conseguinte, ur-
pública C ou D, mas, a bem dos que seria de todo encorajador se os
de

deve constituir novidade é a convic- Moçambique é a configuração proi- gente desarmar o Estado de todo esse
conjunto de factores que determinam próprios que são havidos, pelo senso que, na boa-fé, se endividaram para
ção contrária a esta, que aqui defendo, bitiva das regras que determinam o
segundo a qual, o que ameaça, ver- acesso ao poder político e económico, que, mesmo depois de uma pausa de comum, de potenciais culpados por comprar aqueles apartamentos, ao
dadeiramente, a Paz e a estabilidade pelo cidadão comum, ou por grupo mais de vinte anos, ainda haja mo- E ou F, ainda que formalmente ino- Estado, se organizassem para que,
política são as prevalecentes atitudes de cidadãos que os desejam aceder, çambicanos (tão patriotas quanto centes, conforme a Constituição da com recurso à lei, exigissem expli-
e regras de jogo que têm estado a go- meritoriamente. São as intranspo- todos os restantes) que encontrem República de Moçambique (CRM) cações ou obtivessem garantias do
vernar e a determinar o acesso (bem níveis barreiras impostas ao acesso e motivos e argumentos suficientes e demais leis, seria de todo positivo Estado de que aquele negócio não
como o controlo) do poder político e ao exercício do poder, por mais cen- para recorrer ao uso da força das ar- que o Ministério Público desper- foi ‘como nos filmes ou nas novelas’,
económico (bem-estar) em Moçam- tral ou descentralizado que tal poder mas para que, com as suas diferenças, como diria o outro!
tasse do ‘sono profundo’ em que se
bique. Isto pelo facto de estas favore- esteja posicionado; quer ao nível do sejam ouvidos, aceites, e que se sintam
cerem o surgimento e o florescimento Governo central, Província, Municí- parte integrante do projecto de edifi-
io

de atitudes e comportamentos, de per pio, Distrito, Localidade, Vila, Bairro, cação da nação moçambicana.
si, atentatórios à Paz e ao progresso Quarteirão, etc.; até mesmo ao nível A convicção da qual não alinho não
do País. Ou seja, pelo potencial que parece considerar estes aspectos. Pois,
das mais “insignificantes” associações
ela não é susceptível de explicar a ló-
essas regras e atitudes têm de criar de cidadãos que se localizam afas-
gica do uso recorrente da violência em
outras reacções e comportamentos tados do perímetro governamental
Moçambique como o aparente único
(reactivos) revoltosos que assumem (estudantes, pescadores, camponeses,
ár

mecanismo de obtenção de conces- Email: carlosserra_maputo@yahoo.com


diferentes formatos, entre os quais, a futebolistas, etc.).
sões políticas, sociais e económicas. Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
RENAMO. Constitui ameaça à Paz e estabilidade Ela peca por não poder explicar a 468
A convicção de que a RENAMO é as atitudes e práticas que restringem racionalidade que governa a atitude

Cidades e vida
a grande ameaça da nação não ape- os serviços e deveres do Estado a de um homem qualquer, que mesmo
nas tem sido verbalmente expressa, uma pequena minoria, que se acredi- depois de ter experimentado longos
como também traduzida em acções ta identificar-se e praticar uma certa anos, sob a tranquilidade que a Paz
concretas visando a sua eliminação ideologia política dominante. Ameaça
Di

oferece, opte pelo caminho da guerra,


física do espaço geográfico nacional, à Paz um Estado que confina e privi-

P
repetidamente, com força e, provavel- ulsa o complexo mundo ambivalência são a regra, onde
de modo que o País possa encontrar, legia, por exemplo, as suas funções de mente, determinação ainda maiores
finalmente, o tão desejado caminho segurança, justiça, educação e saúde, do informal (que é, afi- a racionalidade económica e a
do que as do passado. Ela não permite
rumo ao progresso. Esta convicção entre outras, a um círculo restrito de nal, o nosso verdadeiro impiedosa luta pela sobrevivên-
descortinar, para poder combater, as
fundamenta-se no facto de a RENA- indivíduos que o controla, gerindo- verdadeiras condições estruturais que mundo formal), hete- cia pagam tributo às redes de
MO possuir força militar de que se -o a seu bel-prazer. É ameaçador um têm estado a determinar o estado de rogénea panóplia de actores, solidariedade, aos espíritos e à
tem beneficiado, quando lhe convém sistema de justiça injusto, de tão con- guerra ou de Paz em Moçambique. práticas e processos, federados contra-feitiçaria, mundo onde
forçar determinadas decisões a seu trário à prática do seu próprio objec- Para mim, o verdadeiro desafio de todos na marginalidade em os processos de exclusão social
favor. Essas decisões estão, para al- to. É ameaçador quando o Estado, na Moçambique é, neste sentido, sim- relação ao oficial e à lei mas são permeados pela inclusão das
guns, totalmente !desalinhadas! com sua acção directa e indirecta, promove plesmente, o seu auto-desarmamento. sem quebrar os laços com am- representações sociais e da cul-
os verdadeiros objectivos da nação e premeia comportamentos e atitudes O desarmamento das mentes e das bos, onde tudo se vende numa tura dos centros hegemónicos
moçambicana, como por exemplo, o desviantes, oprimindo, desta forma, atitudes que governam as relações
objectivo da unicidade do Estado, etc. os cidadão que se destaquem pela
permanente negociação sem de bem-estar, mundo das apa-
entre cada um dos moçambicanos e
O exemplo mais recente e ilustrativo grandeza e nobreza dos seus actos, o seu próprio Estado e, consequen- recibo, onde os preços são fei- relhagens com o som no máxi-
desta atitude por parte da RENAMO por falta de alinhamento em relação a temente, dos mecanismos que con- tos e refeitos a cada instante ao mo, da vida permanentemente a
tem sido o actual recurso à força das um determinado regime ou interesse dicionam e determinam o acesso aos sabor do poder estruturante do descoberto, face a face, à vista de
armas, para impor o seu e já conheci- particular. benefícios que desta relação podem aleatório, onde o inesperado e a todos.
do projecto de províncias autónomas. Na minha convicção, ao invés de um advir.
20 Savana 18-03-2016
OPINIÃO

Cidadão tem difícil acesso à justiça constitucional


A TALHE DE FOICE
P Machado da Graça
Por Por João Nhampossa

D
o ponto de vista da Constituição da República de Mo- contencioso constitucional dos actos não normativos dos órgãos
çambique (Constituição), o Conselho Constitucional é do Estado que violam a Constituição. Este facto faz com que
o órgão de soberania ao qual compete especialmente a justiça constitucional seja deficiente e pouco ousada no que
administrar a justiça em matérias de natureza jurídico- concerne à protecção dos direitos e liberdades fundamentais e

o
-constitucional, conforme resulta do nº 1 do artigo 241 da Cons- demais matéria de interesse público com dignidade constitu-
tituição. Ora, os direitos e liberdades fundamentais constituem, cional.
indubitavelmente, matéria de natureza jurídico-constitucional. Ademais, nos termos do artigo 214 da Constituição os tribunais

A saque Todavia, uma vez violados ou ameaçados, a vítima não tem, de no geral têm competência para apreciar questões de inconsti-

log
per si, legitimidade para recorrer ao Conselho Constitucional. tucionalidade nos casos que lhe são submetidos e sempre que
Nestes casos, apenas terá acesso ao Conselho Constitucional se declarem que certa norma é inconstitucional devem, obrigato-
conseguir angariar assinaturas, devidamente reconhecidas por riamente, suspender o processo e remeter a decisão à reapre-

C
ada dia que passa surgem mais provas de entidade competente, de pelo menos dois (2) mil cidadãos, os ciação do Conselho Constitucional de acordo com a alínea a)
que o nosso país está a saque. De que os quais devem demonstrar a sua qualidade de cidadãos nacionais, do nº 1 do artigo 247 da Constituição. O que quer dizer por
bens do Estado, isto é, de todos nós, estão a para além da obrigação de designar mandatário no respectivo um lado que, em concreto, só ao Conselho Constitucional cabe
passar a ser bens pessoais deste ou daquele requerimento de pedido de inconstitucionalidade, conforme re- declarar
larar inconstitucionalidade.
inconstitucionalidade
inconstitucio E, por outro lado, que nos casos
sem que tenha havido nenhuma compra e venda sulta do disposto no nº 2 do artigo 61 da Lei nº 06/2006 (Lei em que o tribunal considere infundada
infunda uma alegação de incons-
em devida forma. Orgânica do Conselho Constitucional). titucionalidade de uma das partes no processo, não declara tal

ció
inconstitucionalidade e não remete a sua decisão ao Conselho
Para além das acções de inconstitucionalidade por via de dois Constitucional. Isto significa que não se permite a parte que
O caso mais recente está a ser o do Hospital Cen- mil cidadãos não há qualquer outra forma que o cidadão possa alegou a inconstitucionalidade ver reapreciada
r a decisão do Tri-
tral da Beira. Equipamento hospitalar caríssimo, ter acesso directo ao Conselho Constitucional e requerer jus- bunal que julgou infundada tal alegação. Esta situação também
no valor de cerca de US$500 000, doado pelo Rot- tiça constitucional. Aliás, este órgão de justiça e de soberania é limitativa do acesso à justiça constitucional.
tary Club da Beira e doadores, desapareceu. Quan- “aprecia e declara, com força obrigatória geral, a inconstitucio- I. Justiça constitucional pelo cidadão
cida e decisões de investimen-
do os doadores foram lá para ver como estava a ser nalidade das leis e a ilegalidade dos demais actos normativos tos contrárias à Constituição
utilizado o material descobriram que ele não estava dos órgãos do Estado, em qualquer momento da sua vigência”, Existem significativas decisões dos órgãos do Estado, sobretudo
lá e ninguém sabia explicar o desaparecimento. conforme resulta do nº 1 do artigo 245 da Constituição. O que do executivo, concernentes aos investimentos em megaprojec-
significa que quaisquer outros actos que não sejam normativos, tos que,
que em certa medida, põem em causa o interesse público e

so
O leitor está a pensar que se tratava de seringas,
ligaduras e compressas, que podem ser metidas mas que ponham em causa matérias de natureza jurídico-cons- direitos fundamentais dos cidadãos, incluindo o direito funda-
titucional, incluindo os direitos e liberdades fundamentais dos mental à informação e a participação pública nos casos em que
numa pasta e levadas para casa? Desengane-se.
cidadãos, estes não têm como recorrer ao Conselho Constitu- é obrigatório. No entanto, os cidadãos não têm possibilidade de
Incluia mesas de operações e de partos, camas, 30
cional para atacar tais actos paraa que se faça a almejada justi- contestar a inconstitucionalidade de tais decisões porque não
colchões e outras coisas do género. ça constitucional, o que parece contraditório atendendo que o enquadram a classificação dos chamados actos normativos. Pelo
Custa a imaginar um servente do hospital a sair Conselho Constitucional é o órgãoo especializado em matérias que parece haver uma protecção legal de tais decisões.
pela porta fora com uma mesa de partos debaixo do de natureza jurídico-constitucional. A lei do Orçamento do Estado também devia obrigatoriamente
braço, assobiando e olhando para o lado, não custa? Importa notar ainda que os actos normativos
normativ que contrariem
contrar a ser alvo de fiscalização prévia por parte do Conselho Consti-
Ao que parece parte desse material já foi localiza- Constituição ou que violam direitos e liberdades fundamentais tucional, de modo a evitar que o mesmo pretira os direitos e
um
do. Está em clínicas privadas da Beira. E eu estou dos cidadãos, mas que não provêm
provêm dos órgãos do Estado, tam- liberdades dos cidadãos a favor de mordomias para os políticos
com curiosidade de saber a quem pertencem essas bém não são susceptíveis de apreciação
apreciação pelo Conselho Consti- como tem sido corrente.
clínicas e o que têm os seus donos a dizer-nos sobre tucional. II.Concluindo
São vários os exemplos de actos não normativos que violam a O cidadão individualmente considerado não tem acesso directo
a forma como as coisas lá foram parar. Para quem
Constituição. Desde já, um acto de expropriação da terra ou ex- ao Conselho Constitucional de forma alguma. Também, claro
gosta de histórias fantásticas adivinham-se belas
tinção do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) está que enquanto não for possível a inconstitucionalidade dos
surpresas. das comunidades locais ou de qualquer cidadão alegadamente
E será interessante saber se o material deu alguma actos e demais decisões não normativos que violam a Constitui-
por motivosos de necessidade ou interesse
inter público, mas que con- ção haverá espaço demasiado para abuso de poder.
vez entrada no Hospital Central da Beira ou se o traria os ditames da Constituição
Constituiç para o efeito, não enquadra a O âmbito de intervenção do conselho constitucional é muito
seu desvio foi mesmo antes disso. classificação dos actos normativos para que Conselho Consti- limitado relativamente à defesa e salvaguarda da vasta matéria
A dúvida que resta é saber se Helena Taipo, que tucional seja competente,
competente em razão da matéria, para apreciar e de natureza jurídico-constitucional, o que reduz o seu carácter
chamou a si a chefia do inquérito, tem força para declarar a constitucionalidade desse acto apesar de ser axiomá- de órgão de soberania especializado sobre estas matérias, bem
de

impôr punições exemplares ou os donos das tais tico que tal acto de expropriação constitui (também) matéria como a coerência entre a sua natureza e definição com o seu
clínicas privadas pertencem à lista dos intocáveis jurídico-constitucional.
jurídico-constitucio âmbito de intervenção e abertura ao cidadão.
Não existe, pois, no ordenamento jurídico moçambicano, o
do cartão vermelho. A ver vamos...

Por Luís Guevane


SACO AZUL
io

Que as partes se aproximem


A
campanha, que já leva algum o conflito político-militar cujo pico de óbi- remete-nos para questões ultrapassáveis ficuldades podem estar a ser potenciadas
ár

tempo, tem um nome: aceita- tos, nas últimas semanas, tem sido preocu- como, por exemplo, a despartidarização pela propaganda unidirecional. Quanto
ção do diálogo (por parte da pante. Se admitirmos, por um lado, que já é do Aparelho do Estado, a nomeação de mais forte ela for, mais válida se torna a
Renamo) sem pré-condições, uma pré-condição o facto de se exigir que governadores e administradores propostos ideia de que o feitiço, em algum momen-
o que se tem afigurado repetitivo na a Renamo e o seu líder aceitem dialogar pela Renamo, entre outros. Já tivemos, por to, vira-se contra o próprio feiticeiro.
medida em que se procura captar quo- sem pré-condições e, por outro, que para a exemplo, da parte da Renamo, administra-
Cá entre nós: as partes em conflito sabem
Di

tidianamente a atenção do público para Renamo o diálogo passa pela presença de J. dores distritais e gestores de topo em em-
a tese em causa. É um contraponto em Zuma, da Igreja Católica e da União Euro- presas participadas pelo Estado. Não seria a o que está por detrás de suas pré-condições.
O resto não passa de uma estratégia tem-
busca de maior visibilidade relativa- peia, outra pré-condição, então, a questão é: primeira vez. O povo não se agitou e nin- porariamente eficiente. Estão a eliminar as
mente às pré-condições anteriormente como saímos deste impasse ou quase-im- guém saiu diminuído ou fortalecido. possibilidades de existência de futuro àque-
avançadas pela Renamo. E, como se passe neste jogo de “pré-condições” como Que resposta prática se pode dar a um ci- les que são transformados em carne para ca-
tem dito, esta pretensão, em si, já é uma condição sine qua non? dadão pacato sobre as motivações desta nhão. É preciso, “sem pré-condições”, abdica-
pré-condição. Acompanhamos, ainda no princípio desta “guerra”? O que diríamos, sem gaguejar e rem da forma como fazem a defesa cerrada
semana, através da D.W. África (15/03), nem pestanejar, se nos perguntassem sobre de interesses individuais e/ou grupais. Esta
Ora bem, as partes em conflito preci- que para Dhlakama “o problema não é o di- o que nos leva a acreditar que a solução do pode ser a verdadeira razão dos desentendi-
mentos, da arrogância de classe social e polí-
sam de ombrear-se civilizadamente, ou álogo” mas sim “o que dialogar?”, alegando problema está no tão desejado diálogo entre
tica, das desconfianças. Que cada um defen-
seja, ter inteligência suficiente e neces- que o que está em causa é o cumprimento Dhlakama e Nyusi? Perante a nossa dificul- da os seus interesses e/ou do seu grupo, mas
sária agilidade correspondente à sua do Acordo Geral de Paz que “(…) a Freli- dade em responder, ouviríamos, por hipóte- que deixe os outros fazerem o mesmo num
grandeza (partidária) no sentido de se mo pôs no lixo”. Assim, não havendo, por se, o seguinte: “Afinal, quando conversam, formato de paz e segurança generalizadas.
aproximarem entre si e resolver defini- hipótese, nada a dialogar, dilui-se a pré- conversam o quê até não se entenderem e Meus caros, queremos passar da pobreza
tivamente (ainda que paulatinamente) -condição da Renamo. Esta possibilidade matarem-se entre eles?” Estas dúvidas e di- para a democracia!
22 Savana 18-03-2016
DESPORTO

Abel Xavier, no lançamento do duplo confronto contra o Gana

“Respeitamos o adversário, mas não o tememos”


Por Paulo Mubalo

o
D
ois guarda-redes, nomea- seis pontos, os mesmos de Marro-
damente, Soarito e Guiru- cos, contra nenhum ponto de São
go, ao serviço do Ferroviá- Tomé, outro falante da língua de
rio da Beira e Maxaquene, Camões.

log
respectivamente, cinco defesas; No Grupo B, Angola comanda a
dos quais dois alinham no estran- classificação com quatro pontos,
geiro, a saber Clésio (Panetolikos, menos um do que a República do
da Grécia) e Zainadine Júnior Congo e República Centro Afri-
(Tianjin Teda, da China); nove cana, seus perseguidores directos,
médios, dos quais quatro militam ambos com três pontos.
no estrangeiro, designadamente, A nível da região, o Botswana, que
Simão Maté (Levante da Espa- está no Grupo D, ocupa a Terceira

Ilec Vilanculo
nha), Jumisse (1º de Agosto de posição juntamente com Burkina

ció
Angola), Witi (Nacional de Por- Faso, com três pontos, sendo que o
tugal) e Reinildo (Benfica de Por- Uganda é o líder isolado com seis
tugal); e ainda quatro avançados, pontos.
Abel Xavier, lançando os dados para a operação Gana
dos quais dois jogam em equipas No Grupo E a Zâmbia ocupa a se-
sul-africanas, a saber: Dominguez gunda posição com quatro pontos,
internamente e os que o fazem no ”, disse,
mos ter uma equipa corajosa”, 23 e 27 de Março, em Acra e em
(Bidwest Wits) e e Hélder Pelem- os mesmos do líder, o Congo, sendo
estrangeiro. A nível interno, apenas tendo admitido possíveis alterações Maputo, respectivamente.
que a Guiné Bissau é lanterna ver-
be (Bloemfontein Celtic), são as um milita numa equipa de fora de na partida da quarta-jornada a rea- “Temos de nos apresentar nos dois
melha com um ponto.
caras mais notáveis escolhidas pelo Maputo, trata-se de Mucuapel, da lizar-se em Maputo, concretamente jogos em grande nível. Jogamos
No Grupo C, a Suazilândia e o

so
técnico luso-moçambicano, Abel União Desportiva de Songo. no Estádio Nacional do Zimpeto, com o Gana, uma das melhores
Zimbabwe partilham a liderança,
Xavier, para a partida contra o O seleccionador nacional, Abel ente mês, tendo
no dia 27 do corrente selecções africanas, e precisamos de ambos com quatro pontos, o Ma-
Gana, a decorrer em Acra no pró- Xavier, está ciente das dificulda- em conta as adversidades e conti- ser eficazes a defender e a atacar. É lawi ocupa a terceira posição com
ximo dia 24 (quinta-feira), inserida des que os Mambas vão enfrentar, gências que podem surgir. um jogo em que não há espaço para um. No Grupo K, a Namíbia está,
no apuramento ao CAN-2017, a mas promete lutar até à exaustão na O seleccionador não foi preciso, errar”, disse no lançamento deste
err à semelhança de Moçambique, em
realizar-se no Gabão. perspectiva de conseguir um bom quando questionado sobre os va- duplo confronto. último lugar, com zero pontos, sen-
resultado, ainda que reconheça lores da premiação. Ele deixou a do Senegal o líder com seis pontos,
Este país, recorde-se, mereceu con- que a qualificação está seriamente entender que,, quando alinham na Angola e Cabo Verde na menos três que a dupla Burundi/
fiança dos membros do Comité comprometida em função das duas selecção, os jogadores assumem um dianteira Níger.
um
Executivo da CAF em detrimento derrotas sofridas, a uma bola, dian- compromisso e a recompensa tem Se o apuramento de Moçambique Finalmente, no Grupo J, o Leso-
das candidaturas do Quénia, Sudão te do Ruanda e Maurícias, outros sido depois de um determinado ob- se afigura bastante difícil, dois pa- tho também está em último lugar,
e Zimbabwe, as quais, na óptica da- integrantes do Grupo H. jectivoo atingido. íses falantes da língua portuguesa, sem pontuar, e a Argélia está em
queles dirigentes, não satisfaziam Diz que Moçambique respeita o Xavier defende que os seus joga- nomeadamente, Angola e Cabo primeiro lugar, com seis pontos, se-
os critérios para acolher a prova. seu adversário, mas isso não signi- dores
es devem ser extremamente Verde, estão em situação privilegia- guida pelas selecções da Etiópia e
No total são 20 jogadores convoca- fica medo. “Respeitar não significa competitivos se quiserem vencer o da para o conseguir. Cabo Verde, Seychelles, com quatro e três pon-
dos, repartidos entre os que alinham ter medo, não significa receio, va- Gana no duplo confronto dos dias que está inserido no Grupo F, soma tos respectivamente.

Eis a tríade que marcou o arranque do Moçambola-2016

Suspense, emoções e pura adrenalina


de

Por Paulo Mubalo

O
futebol de adultos já governador daquela parcela do país vitórias da União Desportiva
voltou aos campos e o Ministro da Juventude e Des- do Songo, diante do Des-
com a realização, no portos deram o pontapé de saída da portivo de Nacala, por uma
último fim-de-sema- prova. bola a zero; do Ferroviário da
io

na, da primeira jornada. Foi Na verdade, o Moçambola é festa, Beira sobre o Desportivo de
o regresso das emoções con- pois, cimentam-se novas amizades, Niassa (1-0); do Maxaquene
tagiantes, da adrenalina, do multiplicam-se os abraços entre sobre o Desportivo (3-1); os
entusiasmo à mistura com a os adeptos, enquanto que os co- empates do Ferroviário de
tristeza e, acima de tudo, das merciantes, quer sejam informais Nacala frente ao Chingale (2-
expectativas. como formais, multiplicam as suas
ár

2); do Ferroviário de Nampu-


vendas, sejam refrescos, cigarros e, la diante do Chibuto (0-0)
Aliás, a semana que antece- especialmente, bebidas alcoólicas, e do Estrela frente a ENH
deu o arranque da prova foi pois, o stress, esse, toma conta de
(0-0) não escandalizaram a
simplesmente atípica, pois, A festa já começou! alguns adeptos. Mas também é
ninguém.
as conversas nos cafés, nos é fonte de renda, de negócio, de que não estão na prova para distri- uma oportunidade única de rever
Outrossim, grosso modo, as
locais de trabalho, mormen- velhos amigos, de transmitir calor
Di

turismo doméstico, quiçá de sobre- buir pontos, sendo o exemplo mais arbitragens, ainda que con-
te nas horas de intervalo, nos vivência de muitas famílias. evidente do 1º Maio de Quelima- aos jogadores.
testadas, pelo menos nas par-
estabelecimentos escolares, Facto interessante é que, a despeito ne, que impôs um empate a três Para já, à Vila do Songo coube a
tidas realizadas no Caldeirão
nos transportes públicos, nos de os artistas estarem ainda longe golos, ao colosso Costa do Sol, para honra de ser a anfitriã da cerimó-
nia de abertura, bastante concorri- do Chiveve e no Estádio Na-
recintos desportivos, foram das suas reais capacidades, na jor- além de atletas que mostraram ser
da, diga-se, tal como aconteceu nas cional do Zimpeto, estiveram
gravitando em volta da grande nada inaugural foram apontados exímios jogadores.
festa que ia começar. outras cidades e campos onde fo- a bom plano, pelo que a ver-
16 golos, o que é uma obra. Foram Foi, em suma, como se viu, uma
É que o Moçambola é, segu- ram realizadas as restantes partidas, dade desportiva não pode ser
golos de todos os tipos e feitios; festa rija, vivíssima, à mistura com
ramente, a maior competição sendo que coube a Mucuapel, joga- questionada, para a felicidade
golos marcados com mestria, como batucadas que foram organizadas
futebolística nacional, não só rezam os compêndios de futebol; pelas claques, cada qual puxando dor da União Desportiva de Songo, de Ananias Coane, o presi-
pelo facto de movimentar de- golos marcados de cabeça, saídos pela sua equipa, e não faltaram os marcar o primeiro golo da prova. dente da Liga Moçambicana
zenas de atletas e de dirigentes de bolas paradas, de marcação de assobios, os apupos, as apitadelas Dos resultados da primeira ronda, de Futebol, que tem neste
desportivos, milhares de adep- penalties e um pouco mais. Foi para desencorajar os jogadores da apenas o empate consentido pelo item o seu maior “cavalo de
tos ou centenas de sócios, mas uma espécie de constelação de es- equipa adversária, muito menos os Costa do Sol diante do 1º de Maio batalha”.
pelo impacto que traz à socie- trelas porquanto, mesmo as equipas habituais discursos de praxe, como de Quelimane é que não estava nas A ver vamos nas próximas
dade no geral. O Moçambola teoricamente pequenas mostraram aconteceu no Songo, local onde o previsões de muitos adeptos, pois as rondas!
Savana 18-03-2016 23
DESPORTO

Afrotaças-2016

Liga e Ferroviário empurram fantasmas africanos


Por Abílio Maolela

o
O
Ferroviário e a Liga Des- trou na segunda fase devido à de- rosto da equipa moçambicana.
portiva, ambos de Ma- sistência da equipa das Ilhas Mau- “A estratégia passa por empatarmos
puto, procuram, este fim- rícias. a eliminatória para depois pensar-
-de-semana, afastar os Para esta partida, a equipa técnica mos no golo da viragem. Sabemos

log
fantasmas africanos que se abatem vai contar com todos os atletas e que não será fácil, porque o ad-
sobre as equipas nacionais nas a direcção do clube abre as portas versário está acostumado a estas
competições africanas. Trata-se paraa todos os amantes da modali- andanças e é considerado favorito,
das eliminações precoces dos nos- dade a custo zero. mas estamos prontos para inverter
sos representantes e as arbitragens, Rafik Sidat, presidente da colec- esse favoritismo”, afirmou Matine.
que sempre se têm evidenciado nas tividade, acredita na passagem da Se a Liga sofreu o golo no últi-
fases eliminares, principalmente equipa para a outra fase e garante mo lance do jogo, o Ferroviário de
quando os jogos envolvem colossos que o seu executivo providenciou Maputo foi através de uma grande
do continente. tudo paraa que a equipa se sinta à penalidade, quanto a nós muito du-

ció
vontade para encarar o adversário. vidosa e, por isso, muito contestada
pela equipa locomotiva.
Neste sábado, a Liga Desporti-
“Queremos inverter o “O futebol, em África, é assim. Já
va recebe a Sagrada Esperança de prevíamos aquele cenário. Para nós,
Angola e Ferroviário joga, no do- favoritismo do adversário”,
Vítor Matine o penálti foi forçado. O árbitro foi
mingo, com o AS Vita da Repú- portiva de Maputo precisa de dois passar a eliminatória.
Por sua vez, o Ferroviário de Ma- o nosso maior adversário”, consi-
blica Democrática do Congo, para golos para passar na eliminatória, Monteiro afasta o “ritmo competi-
puto joga no próximo domingo, no derou Vítor Matine, realçando que
a Taça CAF e Liga do Campões missão considerada difícil, mas não tivo” como sendo o factor da der- a melhor resposta será dada neste
impossível de alcançar. rota, na primeira mão, apontando a Estádio da Machava, com a equipa
Africanos, respectivamente. Nas domingo.
congolesa do AS Vita, com quem

so
partidas da primeira mão, as duas A equipa de Dário Monteiro so- falta de eficácia e de concentração O actual treinador-adjunto do
freu o golo no último lance da par- nos momentos capitais da partida. perdeu na primeira mão por 0-1. Ferroviário de Maputo esteve em
equipas perderam por uma bola a
tida, mas esse aspecto não preocupa A equipa angolana encontra-se, Por essa razão, os campeões nacio- Kinshasa, no ano passado, com o
zero e em circunstâncias “estra-
o técnico que considera haver con- neste momento, no penúltimo lu- nais são obrigados a ganhar tam- seu homónimo da Beira, onde per-
nhas”. A Liga sofreu o golo no úl-
dições para que a equipa transite gar do campeonato local sem ne- bém por uma diferença de dois deu por 3-0 com o mesmo adver-
timo lance do jogo e o Ferroviário
para a outra fase. nhum ponto, ao perder dois jogos e golos para passar à outra fase, mas sário.
através de uma grande penalidade
“Fizemos um grande jogo em An- está com dois jogos em atraso. a equipa técnica diz estar ciente das Conta que neste ano encontro um
muito duvidosa.
gola e, numa infelicidade nossa, Ademais, a equipa de Lunda Norte dificuldades a encontrar no terreno. ambiente calmo, pois foram bem
sofremos o golo quando menos entrou na primeira fase da compe- Vítor Matine, treinador-adjunto da recebidos naquela cidade e que só
Em busca da verdade esperávamos. Vamos ao jogo para tição, tendo eliminado o Ajex de colectividade, promete uma equipa o arbitro é que deu o espectáculo,
um
Com desvantagem de um golo e ganhar e mostrar o nosso valor”, Cape Town, da África do Sul, algo ofensiva do primeiro ao último mi- diferentemente de 2015, em que
lutando por um lugar nos oitavos- diz Dário Monteiro, sublinhando que não aconteceu com o vencedor nuto e garante que no final da par- foram o público e a polícia a pro-
-de-final da Taça CAF, a Liga Des- a ambição e coesão da equipa para da Taça de Moçambique, que en- tida, o sorriso estará estampado no tagonizá-lo.

Barclays apoia MJD Superliga Chinesa na Startimes

O A
Barclays Bank assinou habilidades e conhecimentos úteis Startimes está a
com o Ministério da Ju- para o mercado de trabalho. transmitir, desde
de

ventude e Desportos um O sucesso deste Projecto, que de- 11 Março, a Super-


acordo que visa dar conti- correu na Província de Maputo, liga Chinesa de Fu-
nuidade ao projecto de Educação foi enorme, totalizando cerca de tebol (CSL), que irá por em
Financeira entre o Instituto Na- 26.000 jovens formados em 2015. prova 16 equipas de futebol
cional da Juventude e a Agência da Durante a sua intervenção, o Mi- num total de 240 jogos,
Juventude da Inglaterra (NYA). nistroo da Juventude e Desportos num campeonato altamen-
agradeceu o facto de existir esta te competitivo.
A cerimónia contou com a pre- parceria que, já com os fundos ga-
sença do Ministro da Juventude e rantidos, irá ainda abranger Nam-
A Super Liga Chinesa ar-
pula e Manica.
io

Desportos, Alberto Nkutumula, do


ranca, ao contrário das li-
Administrador Delegado do Bar- Já Rui Barros, Administrador-de-
legado do Barclays Moçambique,
gas europeias, em Feverei-
clays Bank Moçambique, Rui Bar-
reiterou o orgulho que o banco tem ro ou Março e termina em
ros, para além dos representantes
de ambos os Institutos e de vários em participar neste projecto e ain- Novembro ou Dezembro.
formadores de pares do projecto. da mais pelos resultados alcançados Todas as partidas irão ser
ár

O projecto, que decorre desde o em 2015. Com um investimento transmitidas ao vivo, com
final de 2014, tem como objectivo de cerca de 5 milhões de meticais comentários em Inglês,
ajudar os jovens moçambicanos a neste projecto, o Barclays continua em exclusivo nos Canais Liga Chinesa ao rubro na StarTimes
ente sobre os
obter uma visão diferente a apostar na educação e literacia fi- Desportivos da StarTimes,
seus rendimentos e a desenvolver nanceira para jovens. sendo já esta semana trans- -Presidente para Mídia da Star- campeões o Guangzhou.
mitido no Star times Life, Times afirmou: “estamos muito Refira-se também que jo-
Di

posição 253. satisfeitos por ter ganho os direi- gadores como Jackson Mar-
A CSL tem vindo a atrair e tos de transmissão para a CSL, tinez (Colômbia), Renato
promover a concorrência e a por três anos consecutivos. Com Augusto e Gervinho (Bra-
alta qualidade de jogadores e esta adição, os nossos telespec- sil) que passaram a defender
treinadores e é já considera- tadores podem desfrutar do me- clubes da cdcCSL.
da a segunda liga, logo após lhor e mais diversificado futebol
A Super Liga Chinesa con-
a Premier League Inglesa de todo o mundo, durante todo o
ta com um jogador mo-
a atrair talentos estrangei- ano.”
Em 2016, 14 jogadores africanos çambicano: Zainadine Jú-
ros. É o caso de jogadores
como o Brasileiro Ramires, participaram da CSL, incluindo nior. Natural de Maputo, o
ex-jogador do Chelsea, ad- da Nigéria Obafemi Martins, defesa-central que jogou na
quirido por 28 milhões de Assani Lukimya da RDC, James Liga Muçulmana e depois
Euros que actualmente joga Chamanga da Zâmbia e Cama- no Nacional da Madeira de
no Jidngsu Suning. rões Stéphane Mbia. Ricardo Portugal jogará pela equipa
Michael Dearham, vice- Goulart do Brasil joga para os do Tianjin Teda.
Pose para a posteridade depois da assinatura do acordo
Savana 18-03-2016 21
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24 Savana 18-03-2016
CULTURA

“É preciso deixar legado” 84

A
obra “Ocultos Sabores em Letras Co- Virgílio Sitole. Por Luís Carlos Patraquim
reográficas”, livro de estreia de Virgí- Estando consciente que Moçambique atraves-
lio Sitole, será lançada no dia 24 de sa momentos que perigam a Paz, refere que é
Março do corrente ano, no Estúdio preciso termos em conta que todos – moçam-

o
Auditório da Rádio Moçambique, Maputo, bicanos e amigos de Moçambique – são capa-
às 17:30h. Para além da mesa redonda, serão
apresentados alguns momentos acústicos e de
celebração corporal a cargo do músico Amós
zes de construir a nossa harmonia por meio
de um bailado. Por isso, com a obra Ocultos
Sabores em Letras Coreográficas, Virgílio Si-
Papá

log
Mawai e dos bailarinos Alex Coana e Ado- tole procura fazer perceber um dos caminhos

Q
uando era pequeno fazia car- se lhe conhece profissão, castiga e per-
zinda Huo. “É preciso saber deixar um legado. do “Ode à Paz”. “No dia 24 de Março de 2016,
Saber partilhar um saber que colhemos com no Estúdio Auditório da Rádio Moçambique,
ros de rolamentos e ia fazer doa, tudo muito severamente, ameaça,
o tempo e em diversos espaços. Cada espaço a partir das 17:30h, vamos celebrar a vida e corridas no prolongamento da brama, abraça e bate. E impõe-se des-
deve ser laureado com um gesto e o gesto que dançar a vida. Todos estão convidados para o 24 de Julho até à rotunda da caradamente com o título de Pai da
nos pode, em algumas ocasiões, recompensar lançamento oficial de “Ocultos Sabores em Malanga. No Natal, o Menino Jesus Democracia.
é a dança. Dançar é sinónimo de celebração Letras Coreográficas”. Vamos, em roda (mes- era muito austero porque só recebia Há quem preciso, quem acredite, quem
da vida e do amor. Da timidez que deu espaço mo que não tenhamos uma fogueira e estre- um pacotinho de amêndoas e a imi- se sinta consolado como os que expe-
aos diversos encantos de sonhar em liberdade. las), fazer uma reflexão sobre a dança. Vamos tação de um carrinho Dinky Toys. Os rimentam a graça da Fé, mas eu dis-
O lançamento oficial da obra será antecedido perceber o caminho que nos oferece e nos en- verdadeiros, ia cobiçá-los na montra penso, não pedi, não preciso, não quero.

ció
de uma mesa redonda para reflectir a dança, che de júbilo: a dança. Vamos, em nome da da Modelândia e sonhar com os aviões Papá de verdade tive o meu e continuo
cujo tema é: O Legado da Dança em Moçam- paz, viver a alegria de dançarmos a nossa mo- quando o aeromodelismo estava no seu a ter saudades dele. O que me aturou e
bique: A Urgência de Um Registo”, explica çambicanidade”, frisa. auge, já havia em português a edição como influi no que julgo ser!...
do Princepezinho, do Saint-Éxupéry e Esse Papá que anda por aí com um
ainda não se pensava em drones. saco cheio de bazookas anda ao desen-
gano. Segundo as Escrituras, só Deus
em as más línguas que por causa
Dizem pôs à prova a fé de Abraão ordenando-
de uma certa marca de refrigerante, o -lhe que matasse Isaac. No Corão, o

so
Menino Jesus, que intermediava com mesmo episódio tem como figura sa-
o meu pai a entrega das prendas e de- crificial Ismael. Mas a coisa ficou por
via ser também um limpa-chaminés à ali. Temente, Abraão prestava-se a
Dickens, tinha sido descontinuado e obedecer, a hierarquia consolidou-se e
substituído por uma figura roliça, toda a Deus bastou-lhe o gesto de submis-
em vermelho, embora não fosse comu- são e de obediência. É verdade que, em
nista, que vinha dos gelos e se chamava momentos de cólera, castigou: o dilú-
Pai Natal. Isto aconteceu os dois anos vio, Sodoma e Gomorra, essas narra-
antes de começar duzenta a duzenta a tivas do Velho Testamento. Depois foi
um
quantia necessária para entrar na can- bom, justo e misericordioso. Não se
tina do senhor Chang e comprar 5 ci- sabe bem se elegeu um povo ou foi in-
garr
garros havana e as pastilhas de mentol ventado por ele e, depois destes episó-
para despistar o cheiro da nicotina. As dios, exceptuando a acção dos homens
chuíngas também serviam para o des- que invocavam o seu nome em vão – é
piste. o que vem nos textos -, não se deu mais
Virgílio Sitole lança livro sobre dança Feitas as contas passei a ter dois pais, a perseguir ninguém.
o de todos os dias e o da visita na noi- Ao contrário, este novo Papá que me
te de 24 de Dezembro. Tal luxo iria (nos) surgiu acha-se o progenitor de
acabar, por causa da sabedoria que os uma ideia, cuja duvido que conheça

Banda Kakana e Chico havanos inoculavam à medida que as em todo o seu contraditório esplendor.
de

borbulhas iam sendo espremidas e Nem preciso de pormenorizar episó-


o buço se transformava em barba e a dios passados nem entrar em análises
ingenuidade em activa ignorância con- de conjuntura política.
António no CCFM vencida.
O pai natalício também entrou em
descompensação e o processo de cres-
Que os americanos tenham os seus
Founding Fathers só lhes fica bem. As
intenções foram as melhores, a prática

O
Centro Cultural Franco-Moçambi- bem como a verdade amarga do mundo actual cimento seguiu o seu normalíssimo o que se viu. O Bill of Rigths só chega
cano (CCFM), em parceria com o usando doces melodias. curso entre amores perdidos, livros quase dois séculos depois com Lyndon
MozaBanco, Cervejas de Moçam- Kakana identifica-se com a fusão de vários treslidos, noites aluadas e embriaga- Johnson e mercê da luta de Luther
bique e OXFAM, apresentam nesta estilos musicais destacando-se o Afro, Rock e
io

ções generosas, de matilha tresmalha- King e tantos outros.


sexta-feira, 18 de Março, às 20:30h, Yolanda Jazz e composições escritas em várias línguas. da. Nós aqui, declinamos a oferta de um
& Banda Kakana, em concerto de solidarie- Ao longo de sua carreira, Kakana tem arre- Devo confessar que, ao contrário do Papá. Até porque a democracia é, por
dade para com as vítimas da seca no sul de cadado vários prémios a saber: Melhor voz
que sentenciou o senhor Freud, nun- vezes, uma senhora muito volúvel e,
Moçambique. (Top Ngoma 2007, 2010, 2012), Revelação
ca quis matar o pai, o de carne e osso, como não somos órfãos, já que comun-
(Top Ngoma 2007), prémio fusão (Top Ngo-
ár

Este concerto de solidariedade está inserido ma 2010), melhor banda (Top Ngoma 2009)
o progenitor, gesto inútil e cansativo gamos da mesma a condição humana
nas comemorações do 10º ano da Francofonia e prémio fusão (Mozambique Music Awards pela simples constatação de que sabia nos determina, exceptuando os clones
em Moçambique e Yolanda, da Banda Kaka- – MMA 2010). muito mais do que ele. Apesar desta que nos rondam, o melhor é ficarmos
na, é a Madrinha. Chico António é um dos maiores ícones da superioridade, nunca o deixei de tratar no remanso da convivência com os Pa-
Já que “Ajuda, Partilha e Solidariedade” são música ligeira contemporânea moçambicana: por Papá. Ao outro, o do solestício de pás verdadeiros que temos ou tivemos
valores centrais da Francofonia, 100% das multirítimica e multi-melódica! Da carreira Inverno, enquadrei-o nas ternas petas e reneguemos o som e a fúria dos que
Di

receitas deste concerto serão encaminhadas artística de Chico António, que faz um per- que mais tarde iria reproduzir com as rasgam as vestes, dele e nossas, para
para as vítimas da seca no sul do país, através curso de mais de 40 anos, emergiu um esti- filhas. nos tutelarem com patranhas de que
da OXFAM, organização não-governamental lo de música que, sendo de raiz inequivoca- Nesta fase outonal, para usar o som não precisamos.
dedicada ao desenvolvimento de programas mente moçambicana, é de uma tal densidade dos violinos das Quatro Estações de Era bom que, apesar dos péssimos si-
de luta contra a seca. Além destas receitas, o criativa, que não se compadece com rótulos Vivaldi, e julgando-me só neste inver- nais e piores augúrios, pudéssemos ser
público também pode contribuir através de do- fáceis, nem dentro, nem de fora do país! En- no do meu descontentamento – e cito muito simplesmente um país mais ao
ações financeiras ou materiais. Assim sendo, é quanto membro do Grupo RM, Chico Antó- Shakespeare nos quatrocentos anos da menos normal, onde a palavra Papá
convidado o público em geral para que vá ao nio ganhou, em 1990, o prémio Rádio França sua morte – dou por mim a saber que exprimisse um tutear e uma interac-
concerto, ajude, seja solidário e contribua na Internacional (RFI) de música africana, com
tenho um novo Papá. Quer dizer… é o ção respeitosa, que é o que o povo faz
luta contra a seca! o tema Baila Maria, cantada em dueto com
que se diz e o que tentam convencer a todos os dias. O mesmo se passa com
Yolanda Kakana é o nome adoptado por Yo- Mingas, a grande diva da marrabenta, estilo-
landa Chicane, uma jovem moçambicana que -rei da música ligeira urbana de Maputo! O
mim e a tantos outros. as Mamãs e os tios e os manos. E isso
começou a sua carreira musical em 2003. Em prémio deu a Chico António direito a dar É um Papá que aparece de supetão, configura, no árduo dia-a-dia de tan-
2004, yolanda junta-se ao produtor e guitaris- continuidade aos seus estudos de música em que anda sempre na parte incerta, tos, uma amenidade sem ideias chame-
ta Jimy Gwaza (Azarias Arone) e fundam a Paris, onde teve como tutor o Rei do Soul gosta de matos e de motoretas, jeeps jantes, como escreveu Sebastião Alba.
banda Kakana com o objectivo de usar o dom Makhossa, Manu Dibango. quando calha. É lesto na corrida, não Adeus Papá. Não és meu.
dado por Deus para expressar o amor, a paz (A.S)
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1158 ‡ DE MARÇO DE 2016

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2 Savana 18-03-2016 Savana 18-03-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 18-03-2016 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

o
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Despreocupação com a paz

E
nquanto a tensão política continua a preocupar os moçambica-
nos, há aqueles que nem mostram sinais de inquietação. Quan-
do vemos os dirigentes do país com um ar de despreocupação
assusta-nos.

ció
Como não são eles que sentem na pele a tensão política que se arrasta
nem estão aí para o que está a acontecer. A população está preocupada
com o restabelecimento do ambiente de paz no país.
Com a situação que vivemos actualmente muitos sectores de activida-
des estão praticamente parados. Por exemplo, muitas escolas, princi-
palmente nas zonas onde a tensão político-militar se faz sentir, estão
sem aulas. Não é por acaso que os antigos ministros da Educação,
Augusto Jone e Aniceto dos Muchangos, comentam que assim os ní-

so
veis de educação vão continuar baixos. E queremos desenvolver o país
desta forma.
Os cenários de despreocupação não param por aqui. No diálogo entre
o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e o antigo com-
batente, Raimundo Pachinuapa, é bem visível o ambiente de descon-
tração.
Ainda na mesma senda, outros procuram mostrar as suas atitudes de
autoritários perante o cenário que o país vive. Estão preocupados em
um
fechar grandes negócios com os recursos naturais existentes em Mo-
çambique. Referimo-nos ao famoso homem do primeiro tiro, Alberto
Chipande, que com o dedo parece indicar como resolver os problemas
que vivemos, enquanto a antiga Governadora da Cidade de Maputo,
Lucília Hama, também conhecida como a dama das patinhas, escuta
de forma idolatrada.
Nesta outra imagem parece que a conversa é bem agradável. Como se
não existisse algo com que se preocupar. Mesmo com os altos índices
de desemprego,, o vice-Ministro do Trabalho e Segurança Social, Os-
valdo Petersburgo, e o deputado Edson n Macuácua estão às gargalhadas
de

despoletadas pelos dizeres do administrador da HCB, Manuel Tomé.


Sabemos que o ambiente de tensão político-militar que assistimos é
corolário de questões mal resolvidas no passado. Nesta última imagem
a antiga Primeira-ministra e actual PCA do Barclays, Luísa Diogo,
aproveita
oveita a ocasião para dar alguns recados ao antigo Presidente da
República,
a, Armando Guebuza. Como se dissesse: tens alguma culpa
nestas coisas que vivemos hoje.. E agora como vamos ultrapassar estes
problemas? O povo quer viver em paz.
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À HORA DO FECHO
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IMAGEM DA SEMANA Foto Naíta Ussene
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questões subjacentes devidamente 1BSB KVTUJmDBS UBM QPTJDJPOBNFOUP  OÍP EFWFSJBN DSJUJDBS B 'SFMJNP )VN DBNBSBEB BTTJN
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clarificadas, a aprovação aconte- P.%. OBWP[EPEFQVUBEP"S--
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duas bancadas (a Frelimo e a Re- EB NPOUBHFN EBT FTDVUBT CFN t   %FQPJT EF OP BOP QBTTBEP OÍP UFS DVNQSJEP BT NFUBT
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Lei da aviação civil
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Savana 18-03-2016 1
EVENTOS

EVENTOS
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Santa Ana da Munhuana

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vence Olimpíadas Bancárias

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A
Escola Comunitária A cerimónia de entrega de pré- para o estudo e pesquisa dos te- presentação das suas escolas. Matola. Através do seu progra-
ár

Santa Ana da Mu- mios teve lugar na terça-feira, 8 mas abordados nestas Olimpía- Através da realização de várias ma de responsabilidade social
nhuana foi a vencedo- de Março. das. Os alunos receberam tam- fases eliminatórias, disputaram “Mais Moçambique Pra Mim”,
ão 2015 das
ra da edição o Millennium bim procura ter
As três escolas vencedoras fo- bém diversos prémios, entre os a grande final os 20 alunos que,
Olimpíadas Bancárias Millen- um papel activo na educação e
ram premiadas com o espaço quais direito à abertura de conta entre os 400 participantes que formação dos jovens moçambi-
nium bim, seguindo-se a Escola “Mais Conhecimento para To- no Millennium bim. realizaram a prova escrita, tive- canos através da introdução de
Di

Secundária Metodista Unida e dos”, um lugar apropriado para A entrega destes prémios é o ram melhores resultados. conceitos bancários e de gestão
a Escola Secundária do Aero- o estudo, com mobiliário, com- culminar de um processo onde Refira-se que esta iniciativa teve de finanças pessoais que pro-
porto que ocuparam, respectiva- putadores e livros oferecidos, alunos e professores partici- a sua primeira edição em 2010 movam a sua inclusão financeira
mente, o 2º e 3º lugar na prova. para criar um local adequado param com empenho em re- e abrange escolas de Maputo e na sociedade. (Elisa Comé)
2 Savana 18-03-2016
EVENTOS

Barclays promove Educação EUA lança Guia


e Literacia Financeira de boas práticas
O
Instituto Nacional da Ju- formadores de pares do projecto. jovens.
ventude e Desportos e a Refira-se que a iniciativa surge no Na sua intervenção, o Ministro da
sobre VBG

o
Agência da Juventude da âmbito da Responsabilidade Social Juventude e Desportos agradeceu o
Inglaterra (NYA) assina- do banco, que visa contribuir para facto de existir esta parceria, que já
ram, na última quinta-feira, um o desenvolvimento do país, perpe- com os fundos garantidos irá ainda

O
Governo dos Esta- baseada no género. A IREX

log
acordo que visa dar continuidade tuando deste modo a sua forma de abranger Nampula e Manica.
ao projecto de educação financeira, estar nas comunidades e fazendo Por sua vez, Rui Barros, Admi- dos Unidos da Amé- produziu o Guia como parte
apoiado pelo Barclays Bank Mo- cumprir os valores que são os pila- nistrador Delegado do Barclays rica, através da sua do seu Programa de Fortaleci-
çambique (BBM). res desta instituição. Moçambique, reiterou o orgulho Agência para o De- mento da Mídia que visa apoiar
O projecto, que decorre desde o que o Barclays tem em participar senvolvimento Internacio- a Liberdade da imprensa e
final de 2014, tem como objectivo neste projecto e ainda mais pelos nal (USAID) e do Plano de melhorar a qualidade do jor-
A cerimónia contou com a pre- Emergência do Presidente dos nalismo, para que os cidadãos
sença do Ministro da Juventude e ajudar os jovens moçambicanos a resultados muito acima do espera-
obter uma visão diferente sobre os do que foram alcançados em 2015. EUA para o Alívio do SIDA estejam melhor informados
Desportos, Alberto Nkutumula, do (PEPFAR), lançou no dia 10 dos assuntos que influenciam
Administrador Delegado do Bar- seus rendimentos e a desenvolver Com um investimento de cerca de
habilidades e conhecimentos úteis 5 milhões de meticais neste projec- de Março de 2016 o Guia de as suas vidas. Este guia valioso

ció
clays Bank Moçambique, Rui Bar- Boas Práticas sobre a violência é apenas um elemento dos es-
ros, para além dos representantes para o mercado de trabalho. Em to, o Barclays continua a apostar na
2015, o projecto formou, na pro- educação e literacia financeira para baseada no género, produzido forços da IREX para fortalecer
de ambos os Institutos e de vários pela IREX. o jornalismo sobre a violência
víncia de Maputo, cerca de 26.000 jovens. (E.C)
baseada no género (VBG),
O projecto é resposta a uma graças ao financiamento da
pesquisa global que mostrou Iniciativa dos Estados Unidos

SAM abrange comunidades vulneráveis haver ligações fortes


for entre a
violência baseada no género e
a infecção
infecç do HIV.
H
da América contra a Violência
Baseada no Género, no valor
de 55 milhões de dólares. Em

A so
Sociedade de Águas de do Niassa. também prémios aos três primeiros O Guia de Boas Práticas sur- Moçambique, cerca de 950 mil
Moçambique (SAM), A corrida será no dia 19 de Março, classificados, federados e populares, giu para disponibilizar aos jor- pessoas já beneficiaram desta
proprietária da marca às 7:30h, com partida na Praça da e vários brindes. nalistas as ferramentas neces- iniciativa. As actividades tive-
Água da Namaacha, é um Independência e chegada no mes- Este envolvimento da Água da Na- sárias para
par entender e reportar ram lugar em todas as provín-
dos patrocinadores principais da mo local. maacha no projecto incorpora-se na sobre as questões da violência cias moçambicanas.
corrida “Eu Corro Pela Água Para As inscrições são feitas na Asso- sua estratégia de responsabilidade
Todos”, organizada pela WaterAid ciação de Atletismo da Cidade de social que vem sendo desenvolvida
e pela Associação de Atletismo da Maputo, no Parque dos Continua- há algum tempo no sentido de aju-
Cidade de Maputo. A iniciativa dores, na Avenida Mártires da Ma- dar a aumentar a água potável dis-
Arranca a 2ª edição
um
tem como objectivo a construção chava. ponível para as comunidades mais
de uma fonte de água potável para Para além de oferecer água mineral vulneráveis e ensinar as crianças e os
a comunidade de Ziranguane, no
distrito de Mecanhelas, província
a todos os participantes e organiza-
ção, a Água da Namaacha oferece
jovens sobre o valor da água e a ne-
cessidade do seu uso racional. (E.C) Estudar Mais
A
Novabase Moçambi- bicano de IT e apresentar a sua

BCI lança cartão de crédito que anuncia que vai


lançar brevemente o
concurso Novabase
candidatura através do email:
estudarmais@novabase.co.mz,
até dia 10 de Abril de 2016.
Estudar Mais, depois de, em Falando na ocasião, o Director

para produtores de animais 2015, ter inaugurado um dos Geral, Nelson Teodoro, afir-
de

maiores programas de IT na- mou: “esta é uma das nossas


cionais. causas mais acarinhadas. Apos-
tamos na formação de recursos

O
Banco Comercial e de In- dias para compra de criação (pin- Geral da Meadow Feeds, David S. A Novabase aposta pelo segun-
vestimentos (BCI) lançou, tos), ração e medicamentos; Linha Marais, que começou por agradecer do ano consecutivo no progra- humanos nacionais para que
na passada sexta-feira, dia de Crédito ajustável às necessida- ao BCI o facto deste se ter mos- ma Novabase Estudar Mais, aperfeiçoem competências e,
11 de Março, nas insta- des particulares de cada Empresa trado “um parceiro comprometido um concurso que pretende num futuro próximo, possam
lações do Centro BCI Corporate, (até 90 dias); acesso permanente ao em providenciar financiamento aos encontrar o melhor aluno de concretizar grandes projectos.
em Maputo, mais um meio de pa- extracto de movimentos através do avicultores.” E acrescentou: “Temos Tecnologias de Informação de Ao acreditamos na tecnologia
gamento de serviços BCI. Trata-se serviço
viço BCI Directo e Banking | de trabalhar todos juntos em prol Moçambique e premiá-lo com como motor de desenvolvimen-
io

do Cartão de Crédito Meadow/ App, com possibilidade de recepção desta indústria, para competirmos uma Bolsa de Estudo em En- to, é imperativo para a Novabase
BCI, uma solução destinada aos periódica por e-mail; maior conve- melhor com o frango que vem do genharia Informática em Por- Moçambique promover acções
clientes da Meadow Feeds, a maior niência e comodidade, permitindo Brasil e da África do Sul. Nós e o tugal. que respondam às necessidades
empresa de ramo da alimentação o pagamento das encomendas na BCI acreditamos que podemos fa- Este programa é mais uma do mercado nacional. Prova dis-
animal a operar em Moçambique, Meadow Feeds a partir do local de zer a diferença. O Cartão de Crédi- forma da Novabase promover so são as diversas iniciativas que
sobretudo no subsector avícola. to vai permitir que os clientes atin- o futuro das tecnologias em temos desenvolvido, não só em
ár

trabalho; Maior Segurança, pela


obrigatoriedade de certificação das jam o seu máximo potencial.” Moçambique, como tem vin- termos da capacitação de jovens
operações com PIN e/ou elemen- Refira-se que na mesma ocasião do a fazer não só no sector da recém-licenciados, mas tam-
Na sua intervenção, o Presidente
tos complementares, com oferta do foram assinados dois protocolos educação, mas também na sua bém ao nível da alavancagem do
da Comissão Executiva (PCE) do
Alertas BCI SMS.
serviço de Aler de parceria entre as duas empresas. próprio sector com o apoio que
BCI, Paulo Sousa, começou por forte aposta e parceria com a
Por fim, tomou a palavra o Director Um de cooperação e outro financei- temos dado à MozTech, maior
destacar a confiança depositada no MozTech, a maior Feira de
ro. (Elisa Comé) Feira de Tecnologia de Mo-
Tecnologias de Moçambique.
Di

BCI por parte da Meadow como


çambique, para potenciar ainda
parceiro estratégico para o desen- O Novabase Estudar Mais foi
mais este evento estratégico no
volvimento do negócio. Em segui- lançado pela Novabase Mo-
panorama tecnológico interna-
da, evidenciou as vantagens do novo çambique em parceria com a
cional.”
cartão: Diferimento do pagamento MozTech, a Cooperação da
A primeira edição do Novabase
sem juros – crédito gratuito até 40 Embaixada Portuguesa, a Cis-
Estudar Mais aconteceu no pri-
co e o Ministério da Ciência
Savana Eventos meiro semestre de 2015 e teve
e Tecnologia, Ensino Superior como vencedor Frederico Fe-
Redacção e Técnico-Profissional (MC- lisberto, que recebeu o prémio
Edson Bernardo TESTP). perante uma enorme plateia du-
Maquetização Todos aqueles que pretendam rante a 2ª edição da MozTech,
Hermenegildo Timana habilitar-se a uma Bolsa de e que se encontra actualmente a
Comercial Estudo de Mestrado em En- tirar o seu Mestrado em Enge-
Benvinda Tamele genharia Informática em Por- nharia Informática e de Com-
Telefone tugal terão de ser estudantes putadores no Instituto Superior
(+258) 823051790 do Ensino Superior Moçam- Técnico, em Lisboa.
Savana 18-03-2016 3
EVENTOS

Governo preocupado CTA e governo discutem relevância


com cibersegurança do ensino técnico-profissional
O A
Instituto Nacional das migração da radiodifusão ana- Confederação das Asso- O vice-presidente da CTA falava a criação do auto-emprego e o au-

o
Comunicações de Mo- lógica para digital, massifica- ciações Económicas de esta quarta-feira, 16 de Março, na mento da produção e produtivida-
çambique (INCM), ção e regulação do mercado de Moçambique (CTA) con- cidade de Maputo,, na abertura da de”, disse Jorge Nhambiu.
em parceria com a telecomunicações, entre outras sidera que os graduados reunião entre o sector empresarial Ainda com vista a alcançar este de-
Embaixada da Suécia, organi- iniciativas de capital importân- dos centros, institutos e escolas de e o Ministério da Ciência e Tecno- siderato, a Assembleia da República

log
zaram, nesta quarta-feira, 16 cia para o desenvolvimento do formação profissional ainda estão logia, Ensino Superior e Técnico- procedeu, recentemente, à revisão
de Março, em Maputo, uma País”, disse ela. longe de satisfazer as necessidades -Profissional. da Lei da Educação Profissional,
mesa-redonda sobre as Tecno- Numa outra abordagem, Ma- do mercado, tanto em quantidade Na ocasião, o Ministro da Ciên- um instrumento que introduz a
logias de Informação e Comu- nuela Rebelo disse: “se efec- como em qualidade. cia e Tecnologia, Ensino Supe- Autoridade Nacional da Educação
nicação (TICs). tivamente as TICs desempe- rior e Técnico-Profissional, Jorge Profissional (ANEP).
nham um papel importante Esta situação deriva, em parte, do Nhambiu, referiu que o encontro, A ANEP, conforme explicou Jorge
Esta mesa-redonda surge no na dinamização do desenvol- reduzido número de profissionais que acontece no âmbito da imple- Nhambiu, será o órgão regulador
âmbito da Iniciativa Sueco- vimento do País e no acesso de educação no País, o que consti- mentação da reforma de educação da educação profissional, cuja ad-
ao conhecimento global, não tui um grande entrave na formação profissional, deve concorrer para a ministração irá integrar o Governo,

ció
-Moçambicana das Tecnologias
podemos descurar que estas de quadros técnicos de que o mer- redução do fosso existente entre as os empregadores, os sindicatos e a
de Informação e Comunicação,
trazem um enorme desafio na cado necessita. oportunidades de emprego que se sociedade civil em todos os proces-
com o objectivo de debater o
componente da ciberseguran- Segundo Rui Monteiro, vice-presi- abrem com o aumento dos níveis sos de tomada de decisão inerentes
impacto das TICs na socieda-
ça”. dente da CTA, “o sector produtivo de investimento no País e os níveis à gestão e financiamento da educa-
de e de promover a partilha de
No entanto, conforme susten- precisa de profissionais com habi- de oferta de mão-de-obra técnica e ção profissional em Moçambique.
experiência e maior colaboração
tou Manuela Rebelo, “várias lidades e competências e que con- profissionalmente qualificada. Outra inovação trazida por esta lei
no ramo das tecnologias, numa
questões se nos colocam sobre tribuam com o seu saber fazer nos Para tal, “estamos a desenvolver e a é a criação do Fundo Nacional da
perspectiva comercial entre os
a preparação dos nossos cida- negócios”. implementar um novo modelo de Educação Profissional, que é um
dois países.
dãos para lidarem com este fe- educação e formação que responde novo mecanismo de financiamen-

so
A conferência juntou os prove- Ainda de acordo com Rui Montei-
nómeno que já está a interferir ro, só com este tipo de profissionais à dinâmica do sector produtivo e to da educação profissional, o qual,
dores e reguladores dos serviços na educação das crianças, na que permite a aquisição, por parte para além do Estado, contará com
de telecomunicações de Mo- é que o País poderá tirar vantagens
privacidade e na segurança dos do potencial existente em diversas dos beneficiários, de conhecimen- a contribuição financeira do sector
çambique e da Suécia, no qua- cidadãos, para além de crimes tos e competências técnico-profis- empresarial, através de uma taxa de
dro do estreitamento das rela- áreas, tais como a agro-pecuária,
cibernéticos”. mineração, agricultura, agro-pro- sionais que possibilitem o aumento até 1%, calculada com base na folha
ções de cooperação e comércio Nesta abordagem, a gover- da sua empregabilidade, incluindo de salários das empresas.
cessamento, entre outras.
entre os dois países. nante desafiou os presentes a
A Suécia fez-se representar, reflectirem, igualmente, sobre
no evento, por uma delegação as possíveis soluções para esta
um
composta por oito empresas lí- situação.
deres do ramo das TICs e dois Falando também na abertura
economistas seniores dos Cor- desta mesa-redonda, o assessor
reios e da Agência de Teleco- sénior para o ministro da Eco-
municações. nomia e Inovação da Suécia,
Na abertura da conferência, a Stefan Noreén, referiu que as
vice-ministra dos Transportes TICs representam uma área
e Comunicações, Manuela Re- importante para o capital hu-
belo, avançou que Moçambique mano, como também podem
aposta na massificação do uso contribuir para o crescimento
das TICs, como forma de am- da economia moçambicana.
pliar o acesso à informação, fa- Stefan Noreén fundamentou a
de

cilitação do comércio, formação, ideia com recurso a um estudo


entre outras facilidades. recentemente realizado na Su-
“Vários projectos estão em écia, segundo o qual, quando a
implementação, desde a cons- taxa de penetração da Banda
trução e expansão de infra-es- Larga de um país aumenta em
truturas de telecomunicações, 10 por cento,, o PIB aumenta
implementação do processo de em 1 por cento.
io
ár
Di
4 Savana 18-03-2016
EVENTOS

Mcel patrocina Desportivo HCM recebe missão de


de Maputo médicos portugueses
U
ma missão de médicos por- gia, Farmácia e Patologia Clínica.

o
A
mcel-Moçambique estabelecida com um dos clubes além disso, pois baseia-se no tugueses está de visita, des- Refira-se que foi atingido 60% dos
Celular renovou, históricos no panorama desportivo respeito mútuo e amizade, de a última terça-feira até resultados pretendidos, desde a
esta quarta-feira, 16 nacional. postura que temos de conti- hoje, 18 de Março, ao servi- aquisição de equipamento especia-
de Março, na capital “Este é mais um momento da re- nuar a manter”, referiu Danilo ço de oncologia do Hospital Central lizado para o sistema de injeção de

log
do País, o contrato de pa- novação duma parceria que já dura Correia. de Maputo. Esta delegação liderada contraste e monitorização de sinais
trocínio com o Grupo Des- há oito anos, ao longo dos quais a Apesar dos vários problemas por Henrique Queiroga, Direc- vitais para Ressonância Magnética e
portivo de Maputo, no valor nossa relação ultrapassou a dimen- que tem enfrentado, confor- tor do Serviço de Pneumologia do formação especializada em Moçam-
são desportiva, permitindo uma me sublinhou o presidente da Hospital de S. João no Porto, Por- bique através de oito missões forma-
de dois milhões de meticais,
convivência fora do ambiente des- Comissão de Gestão, o Des- tugal, tem como objectivo trabalhar tivas e 32 formações especializadas
para a presente época futebo-
portivo”, frisou. portivo é um clube que hoje é com a equipa do Serviço de Pneu- de médicos, enfermeiros e técnicos
lística.
Disse ainda esperar que a renova- campeão nacional em título de mologia do HCM, com o intuito moç
moçambicanos em Portugal.
ção do acordo traga os frutos de- Até finais de 2016, espera-se con-
basquetebol sénior masculino de melhorar os cuidados integrados
O acordo prevê ainda um en- sejados, pois a mcel deseja ver o cluir as restantes missões de forma-
e campeão nacional de atletis- do Serviço Oncológico do Hospital

ció
caixe de 500 ou 250 mil me- clube a conquistar o Moçambola ção em Maputo e Portugal, finalizar
mo, nos últimos dez anos. Central de Maputo.
ticais por parte do clube, caso a montagem do equipamento de
2016: “Estaríamos muito satisfeitos “Entretanto, no hóquei em pa-
este conquiste o primeiro ou apoio à Ressonância Magnética e
em ver uma equipa patrocinada por tins e futebol não conseguimos Esta acção contínua faz parte do
segundo lugar, respectiva- adquirir 10 bombas infusoras para
nós a erguer o troféu de campeão títulos na época passada, mas protocolo de entendimento assinado
mente, na maior prova fute- o Serviço de Oncologia, bem como
nacional. Estamos aqui para aju- esperamos conseguir levantar em Abril de 2014 entre
entr o Camões
bolística do País, o Moçam- alargar o âmbito de acção ao Hospi-
dar naquilo que for possível, uma um troféu este ano, numa das Instituto de Cooperação e da Lín-
bola-2016. tal de Nampula.
vez que temos as nossas limitações. competições em que o clube gua, o Banco Millennium bim, a O projecto enquadra-se nos objec-
Acresce-se a estes benefícios Aquilo que fazemos resulta da ges- está envolvido, para honrar Fundação Millennium bcp e a Fun- tivos e prioridades estabelecidos no
um importante apoio em tão dos escassos recursos que dis- o apoio disponibilizado pela dação Calouste Gulbenkian. Conceito Estratégico da Coopera-

so
meios de comunicação, atra- pomos”, destacou Cláudio Chiche. operadora”, afirmou. No âmbito desta parceria, foi acor- ção Portuguesa para Moçambique
vés da oferta de telemóveis Por sua vez, o presidente da Co- A mcel colocou igualmente à dado pelas partes envolvidas que este 2014-2020, nomeadamente do seu
e contratos, para as equipas missão de Gestão do Grupo Des- disposição dos sócios, adep- projecto abrange sete serviços do Eixo “Desenvolvimento humano e
técnicas de futebol e basque- portivo de Maputo, Danilo Neves tos e simpatizantes do Gru- HCM, nomeadamente: Oncologia, bens públicos globais”, e está em li-
tebol do Grupo Desportivo Correia, agradeceu à operadora po Desportivoo de Maputo, o Anatomia Patológica, Imagiologia, nha com a Estratégia da Cooperação
de Maputo. pela renovação deste contrato im- mKesh – serviço de moeda Radiologia, Unidade da Dor, Cirur- Portuguesa para a Saúde. (E.C)
Na cerimónia de assinatura portante para o clube. electrónica através do celular,
do contrato, a mcel foi repre- “Para nós é uma honra e orgulho para que possam utilizá-lo
sentada pelo administrador competirmos, fazer desporto com como meio de pagamento de
um
Comercial, Cláudio Chiche, a marca mcel nas nossas camiso- quotas, bem como de canaliza-
que exaltou esta parceria, las, mas este compromisso vai para ção de apoios para o clube.

Gotv chega a Manhiça e Marracuene

A
GOtv, um serviço de te- que chegou a Moçambique em tal, com melhor qualidade de som e
de

levisão por assinatura, já Maio de 2014, possui cerca de 39 imagem e sobretudo com um custo
está presente em todas as canais nacionais e internacionais acessível.”
capitais provinciais. Neste que abarcam géneros como: en- Outra componente importante
momento de alargamento para os tretenimento, cinema, desporto, nesta expansão do sinal é a trans-
distritos foi inaugurada a antena de documentários, infantíl, música e missão de canais nacionais presen-
Marracuene que vai alargar o sinal notícias. tes na plataforma GOtv: TVM 1,
para Marracuene, Bobole, Maluana O Coordenador das relações públi- TVM2, Stv, Miramar, TIM, ITV,
e Manhiça, num raio de 70 quiló- cas da MultiChoice Pedro Langa TOP tv, Gungu, que fora da cidade
metros. disse ao Savana: “a instalação da de Maputo são recebidos com baixa
Antena de Marracuene vai possibi- qualidade de imagem e som, o que
io

O sinal da GOtv, oferecido pela litar a população do raio de cober- vai permitir maior acesso a infor-
MultiChoice Moçambique, SA tura, um serviço de televisão digi- mação nacional. (RR)
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Di

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