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Russian literary criticism is known to Western readers mainly through its formalist
branch, which is in many ways untypical of the Russian critical tradition. This
tradition is one of interpretationr ather than analysis, evocation rather than
scholarly exactness.
Essa questão da mimese se arrasta desde a Antiguidade, falar daquela fábula do cara
que pintou as cortinas, mimese como cópia
Entretanto, o que faz uma arte mimética ser arte é justamente o estranhamento, a
descontextualização, o médium
Eles sao tao parecidos que ambos foram cassados por Stalin, ahhahah (brinks)
Flusser, no ensaio Forma e matéria, julga inaceitável o uso da palavra imaterial
quando se fala de cultura. Para explicar por quê, ele explica uma das mais antigas
oposições de conceito: matéria e forma. Desde a Antiguidade grega – e aqui temos
Platão como protagonista –, a ideia que está por trás da dualidade entre hyle e
morphé é que “o mundo dos fenômenos que percebemos com os nossos sentidos é
um caos amorfo atrás do qual estão escondidas formas eternas, imutáveis, que
podemos percepcionar graças à visão supra-sensorial da teoria”.
Incrível imaginar que na historiografia do design essa oposição tenha sido erguida
como a bandeira do moderno lá a partir da metade do século XX. Entretanto, como é
comum acontecer nas narrativas históricas, temos uma redução ao absurdo, frases
soltas, simplificações grosseiras. Mas esse ainda é, segundo Flusser, um tema
quente: “os corpos que nos rodeiam parecem cair sem seguir nenhuma regra, mas
na realidade comportam-se segundo a fórmula da queda livre” (grifo no original);
até hoje, as ciências duras creem nos modelos como se fossem a coisa própria.
Confundem-se fenômenos e modelos.
Entretanto, não há fenômeno cognoscível sem que haja forma – e talvez essa seja a
razão que ambos se confundam tanto. Por isso, como já dito por aqui, Flusser elogia
a superficialidade, como sendo o movimento de en-formar a “realidade”: ser “o
«como» da matéria e a matéria o «quê» da forma. Desse modo, “a matéria no design,
como em qualquer outro âmbito da cultura, é o modo como aparecem as formas”.
Não há dissociação entre a forma e o conteúdo, há apenas uma distinção entre como
e quê.
A fotografia, como sabemos, não suplantou a pintura e ainda adquiriu seu viés
artístico: a descontextualização, a forma de significar, a autonomia do seu medium,
nas palavras de Kothe, “salvaram a fotografia para a arte”.