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APOSTILA 3

Professor César Abicalaffe


SITUAÇÃO PATRIMONIAL
É conveniente iniciar a análise pela verificação da SITUAÇÃO PATRIMONIAL da
empresa. Alguns costumam denominá-la, erroneamente, de SITUAÇÃO ECONÔMICA.
Costumam dizer:
"Estou bem de situação 'econômica'. Tenho casas, prédios, terrenos, carros. Mas
situação financeira ... dinheiro mesmo ... Ó ! "

A posse de BENS e DIREITOS corresponde à Situação PATRIMONIAL. Situação


ECONÔMICA diz respeito à capacidade de GERAR LUCROS.
E a SITUAÇÃO PATRIMONIAL pode ser analisada sob vários aspectos:
1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO e sua EVOLUÇÃO
2. CAPITALIZAÇÃO
3. GARANTIA DE CAPITAL DE TERCEIROS
4. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS
5. APLICAÇÃO DE CAPITAIS
6. COMPOSIÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO - EVOLUÇÕES


Cálculo
Ativo Real (–) Passivo Real (encontrados e preenchidos na ficha anterior). Basta
transcrever seus valores e efetuar a subtração. O saldo corresponderá ao Patrimônio Líquido.
(Valor que pertence efetivamente aos sócios). Deveria dar o mesmo valor constante do
grupo PATRIMÔNIO LÍQUIDO do Balanço. Será diferente quando, para fins de análise,
tivermos "deixado fora" os itens "Diferido" e "Ajustes".

EVOLUÇÃO NOMINAL E REAL - ANO BASE

1. SITUAÇÃO PATRIMONIAL 2x x1 2xx2 2xx3 2xx4


1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO REAL 3.053.000 3.811.000 6.059.000
(–) Passivo Real 2.138.000 2.340.000 3.299.000
(=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 806.000 915.000 1.471.000 2.760.000
1.1 Índice de Evolução Nominal 100 113 182 342
PL base x Ind. Var. Taxas (pág.27) 806.000 1.215.448 2.379.312 4.706.234
1.2 = Índice de Evolução REAL 100 75 62 59
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Professor César Abicalaffe
(1.1) O Índice de Evolução Nominal é encontrado através de uma regra de três simples.
Sendo o PL do ano-base igual a 100, cada PL dos anos seguintes será igual a "x".
(1.2) Já o Índice de Evolução Real será encontrado após se "corrigir" o valor do PL base
pela variação das Taxas – Uma vez corrigido ele será comparado com o PL de cada ano.
Espera-se que cresça, pelo menos à taxa do PIB no mesmo período. Melhor seria se au-
mentasse acima da taxa internacional de juros ao ano. (Proporcional ao período)

EVOLUÇÃO NOMINAL E REAL - PERÍODO ANTERIOR

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4


PL Anterior 500.000 806.000 915.000 1.471.000
PL 1.3 = Evol. % NOM. 806.000 915.000 1.471.000 2.760.000
(PL x 100/PLA) – 100 13% 61% 88%
PL Anterior Corrigido 735.500 1.215.448 1.790.655 2.908.167
1.4 = Evol. % REAL (25%) (18%) (5%)
(PL x 100/PLAC) – 100
PL = Patrimônio Líquido PLA= Patrimônio Líquido Anterior
PLAC= Patrimônio Líquido Anterior Corrigido

Os dois itens anteriores visavam comparar o crescimento NOMINAL e REAL do


Patrimônio Líquido em relação ao ano-BASE.
Aqui o comparativo é feito em relação ao ano ANTERIOR, obtendo-se a Evolução
Percentual NOMINAL ou REAL, no período.

QUOCIENTE DE CAPITALIZAÇÃO

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

ROL atual (–) ROL anterior 834.000 1.161.000 3.454.000


(:) ROL anterior (x 100) 3.223.000 4.057.000 5.218.000
(=) VL (%) 26 29 66
PL atual (–) PL anterior 109.000 556.000 1.289.000
(:) PL anterior (x 100) 806.000 915.000 1.471.000
(=) PL (%) 14 61 88
Quoc. Cap. ( VL/ PL) 1,86 0,48 0,75

Se o Quociente de Capitalização aumentar constantemente significará que a um


incremento das Vendas não está correspondendo um incremento do Patrimônio Líqui-
do, que poderá ser causado por vendas com prejuízo ou pela retirada dos lucros não
propiciando a capitalização. Acima de 1 = risco de “Overtrading”; abaixo = “Undertrading”.

VALOR DA AÇÃO / QUOTA

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 915.000 1.471.000 2.760.000


(:) Capital Integralizado 800.000 1.230.000 1.890.000
= VALOR 1,14 1,19 1,46

O Valor da Ação/Quota é auto-explicativo e mostra o valor contábil de cada ação/


quota, no período. A análise é “estática”. Refere-se a cada período.

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GARANTIA CAP. TERCEIROS

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

ATIVO REAL 3.053.000 3.811.000 6.059.000


(:) Passivo Real 2.138.000 2.340.000 3.299.000
(=) Quociente de Gar. K. 3ºs 1,43 : 1 1,63 : 1 1,84 : 1

O Quociente da Garantia do Capital de Terceiros é aquele olhado com muita atenção


por banqueiros e fornecedores. Mede quão garantidos estão os créditos dos credores da
empresa. Quanto mais alto seu resultado, tanto melhor e mais sólida "patrimonialmente" é a
empresa. Um quociente de 1,84 : 1 indica para cada “um” de dívida a empresa conta com
1,84. Num caso de liquidação da companhia, todas as dívidas seriam pagas e ainda restaria
84%. É evidente que os dados analisados precisam ser os mais próximos possíveis da
realidade. Atenção quanto a empresas “especiais”... virtuais, por exemplo.

"LEVERAGE"

Está claro que o RETORNO SOBRE O TOTAL DOS INVESTIMENTOS (TRSIT) mede
a eficiência do Administrador Financeiro.
Já o RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (TRSIP) vai representar o "valor"
da empresa para seus acionistas ou proprietários.
Essas duas taxas diferem porque uma parcela do Ativo Operacional (Ativo Real ou,
simplesmente, Investimento) foi suprida pelos CREDORES que recebem, também, uma
"Taxa de Retorno", por assim dizer, sob a forma dos Juros que auferem.
Os fundos que investimos e os lucros que concordamos em deixar na empresa
constituem o nosso Patrimônio Líquido, ou nossa participação no ativo.
Com a garantia de nosso Patrimônio Líquido, estamos em condições de obter Recursos
de Terceiros. Assim sendo, estamos "trading on the equity" (significa: "aumento dos lucros
resultantes da tomada de capital a uma taxa baixa e sua utilização em um negócio que
renda taxa mais alta").
O termo mais comumente usado nos círculos financeiros para exprimir tal fenômeno é
"LEVERAGE".
Ora, o "Leverage" (de "elevar: alavanca") vai propiciar um multiplicador (uma
"alavanca") para o Retorno do Patrimônio Líquido, isso pode ser entendido se observarmos
que:

"Leverage" : Ativo Real ( AO ou I) ou "L" : I


Patrimonio Líquido PL

Isto é, o "Leverage" mede o "Endividamento" da empresa.

Mas, Rentabilidade Total

(TRSIT) : Lucro ou TRSIT : L


Ativo Real I

E, Rentabilidade do Patrimônio Líquido

(TRSIP) : Lucro ou TRSIP : L


Patrimônio Líquido PL

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Do exposto, podemos observar as seguintes igualdades

L = L xI ou seja:
PL I PL

Rentabilidade do Patrimônio Líquido: Rentabilidade Total x "Leverage", ou

TRSIP : TRSIT x "L"

Um exemplo dessa igualdade, em funcionamento, pode ser visto no seguinte exercício:


A empresa "Produtos Plásticos" utiliza uma "meta" de TRSIT (Taxa de Retorno Sobre
Investimento Total) de 9,4% e de Rentabilidade do Patrimônio Líquido: (TRSIP) (Investimento
do acionista ou "dono"), de 11,5%.

O "Leverage" da empresa é de 1,23. Teremos então:


TRSIP = TRSIT x "L"
0,115 0,094 1,23
11,5% 9,4 1,23

Por sua vez, o "Leverage" poderá ser encontrado como a seguir:

"Leverage" : TRSIP
TRSIT

Com isto, temos mais um reforço do conceito de "Leverage" e que talvez facilite a
compreensão: O "Leverage" mede, com efeito, a relação da Rentabilidade dos Donos ou
Acionistas com a Rentabilidade Total.

EXERCÍCIO A
Com base no exposto, preencher os quadros seguintes, relativos aos quatro (4)
Balanços apresentados e que vem sendo analisados.

AR ...... 100
PR ........ 70 : 3,33 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
PL ......... 30 (LIMITE)
1 LUCRO LÍQUIDO
2 TRSIP (1 : 7) 0,3846 0,0491 0,2379 0,3539
3 TRSIT (1 : 5) 0,1521 0,0147 0,0918 0,1612
4 “LEVERAGE” (2 : 3) 2,5 3,3 2,5 2,1
5 ATIVO REAL (I) 2.038.000
6 PASSIVO REAL 1.232.000
7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (5 – 6) 806.000
8 “LEVERAGE” (5 : 7) 2,5
9 “LEV/PROPRIET.” 1,0 1,0 1,0 1,0
10 “LEV/TERCEIROS” (8 – 9) 1,5
(6 : 7)

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EXERCÍCIO B
DADOS Pede-se :
LUCRO = 100 MOL (*) ..................... L/V
GIRO ......................... V/I
VENDAS = 500 TRSIT ................... M x G
TRSIP ................... L / PL
INVESTIMENTO / (AR) =1.000 “L” .......................... I / PL
“L/P” ....................... 1.00
PL ( AR - PR ) = 500 “L/T” ................ "L" - "L/P"
GAR. K. 3ºs (**) AR : PR
(*) MOL = Margem Operacional Líquida.
(**) Quociente de Garantia do Capital de Terceiros.

EXERCÍCIO C
DADOS

ATIVO PASSIVO/PL Pede-se :


MOL
At. Circulante ... 500 Pas. Circulante 250
GIRO
A. Permanente . 750 P. Líquido .... 1.000
TRSIT
TOTAL TOTAL
TRSIP
“L”
DESPESA RECEITA
“L/P”
Diversas ........... 300 Vendas ........... 500
“L/T”
LUCRO ............ 200
GAR. K. 3ºs (*)
TOTAL TOTAL

ENDIVIDAMENTO A CURTO E LONGO PRAZO (%)


2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
ATIVO REAL 3.053.000 3.811.000 6.059.000
PASSIVO CIRCULANTE 833.000 1.083.000 1.999.000
(:) ATIVO REAL x 100 = CURTO PRAZO 27 28 33
EXIGÍVEL LONGO PRAZO 1.305.000 1.257.000 1.300.000
(:) ATIVO REAL X 100
= LONGO PRAZO 42 33 21

PROCED. DE CAPITAIS
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

A - Patrimônio Líquido (S) 915.000 1.471.000 2.760.000


Capital Próprio (%) 30% 39% 46%
B - Passivo Real 2.138.000 2.340.000 3.299.000
Capital de Terceiros (%) 70% 61% 54%
Cap. Total 3.053.000 3.811.000 6.059.000
C=(a + b = c = $ = 100%)

A verificação da origem dos capitais existentes na firma se faz através da soma dos
valores do Patrimônio Líquido e do Passivo Real. Igualando-se o total a 100% e cada um
dos valores a "x", obtém-se o percentual de Capital Próprio (PL) e Capital de Terceiros
(PR).
A prática tem demonstrado que o máximo de Capitais de Terceiros é de 70% (seten-
ta por cento); seria esse o limite de "perigo". Está claro que se os Capitais de Terceiros
forem "Não Onerosos" (fornecedores) ou empréstimos a juros subsidiados, poderá haver
vantagens apesar da percentagem elevada. De qualquer forma, é conveniente ter um
percentual mais alto de Capitais Próprios.
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Professor César Abicalaffe

APLICAÇÃO DE CAPITAIS

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

S = (a+b+c = $ = 100%) 3.053.000 3.811.000 6.059.000


A....Ativo Circulante 1.333.000 1.707.000 3.166.000
AC Percentual (%) 44% 45% 52%
B....Real. L. Prazo ($) 320.000 400.000 761.000
RLP Percentual (%) 10% 10% 13%
C....Ativo Permanente 1.400.000 1.704.000 2.132.000
AP Percentual (%) 46% 45% 35%

A análise da Aplicação de Capitais é importante para se verificar onde se encontram


aplicados os valores e sua evolução ao longo dos anos.
Muitas indústrias entraram em dificuldades devido ao crescimento elevado do
percentual aplicado no Ativo Permanente. Desta forma, a elevação de tal percentual
seria um sintoma de alarme, especialmente quando acompanhado da queda dos índices
de liquidez.

COMPOSIÇÃO DO CIRCULANTE = 100%

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

A + B + C = $ = 100% 1.333.000 1.707.000 3.166.000


A....Disponível 84.000 135.000 186.000
DIS - Percentual (%) 6% 8% 6%
B....Valores a Receber 1.008.000 1.106.000 2.188.000
VR - Percentual (%) 76% 65% 69%
C....Estoques 241.000 466.000 792.000
EST - Percentual (%) 18% 27% 25%

A Composição do Ativo Circulante visa mostrar o comportamento de seus principais


componentes no decorrer do tempo. Igual análise feita mensalmente daria a pulsação do
Circulante.

GRAU DE RISCO A.B.M. (PATRIMONIAL)

O Professor Alberto Borges Matias que, por muitos anos foi diretor da SERASA, fez
uma pesquisa extraordinária combinando vários índices de análise de situação patrimonial
com rentabilidade, de várias empesas dos mais variados ramos, cujo resultado aponta,
com alta probabilidade de acerto, o grau de risco de falência empresarial.

GRAU DE RISCO J.P.S. (FINANCEIRA)

Outro Professor: José Pereira da Silva combinou fórmulas financeiras com rentabili-
dade, subdividindo-as em risco para 1o. ano e risco para o 2o. ano.

As duas fórmulas são as melhores para medir o grau de risco empresarial, os quais
juntamente com o “Leverage” e o “Coverage” formam os quatro grandes indicadores de
risco apresentados na Análise via internet (gráfico 33).

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Professor César Abicalaffe

ANÁLISE DE QUALIDADE DE VIDA-FIN.

SITUAÇÃO FINANCEIRA

Ciclo de Financiamento
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Rotação de Recebimentos
Vendas a Prazo 4.057.000 5.218.000 8.672.000
(:)Saldo Médio Dupl. a Receber 839.000 1.041.000 1.623.500
(=) Quoc. Rot. Recebtos./QRR 4,8 5,0 5,3
Prazo Médio
Período (Dias ano comercial) 360 360 360
(:) Quoc. de Rotação/QRR 4,8 5,0 5,3
(=)Dias de Giro de Recebtºs/DGR 75 72 68

Quanto mais alta a rotação, menor o prazo médio de recebimento das duplicatas.
Serve, em primeiro lugar, para comparar com o prazo médio concedido pela firma. A
diferença corresponderá ao atraso da clientela e ensejará medidas que visem acelerar a
cobrança, tais como: descontos, bonificações, cortes de fornecimento, encaminhamento
a Cartórios de Protestos, SPC, Deptº Jurídico etc. ...
Em segundo, para comparar com o prazo médio de pagamentos efetuados, a fim de
encontrar situação mais vantajosa.
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Rotação de Pagamentos
Compras 2.294.000 3.023.000 4.873.000
(:) Saldo Médio Fornecedores 318.500 414.500 684.000
(=) Quoc. Rot. Pagamentos/QRP 7,2 7,2 7,1
Prazo Médio
Período (dias ano comercial) 360 360 360
(:) Quoc. de Rotação/QRP 7,2 7,2 7,1
(=) Dias Giro de Pagtos./DGP 50 50 50
Intervalo (DGR - DGP) nº Dias 25 22 18

O prazo médio de pagamentos permite compará-lo com o de recebimentos, gerando


o "intervalo" entre ambos. No caso dos Balanços em análise, há uma desvantagem face a
se estar recebendo os haveres mais de 40 dias após o pagamento das dívidas com
fornecedores.
É verdade que, quando se trata de Duplicatas a Receber, o preço é o de venda e, no
caso de Compras, o preço é o de custo, e talvez o lucro seja tão bom que permita suportar
essa defasagem de tempo.
O melhor seria se procurar receber em prazo MENOR que o de pagamentos. Se fosse
possível "vender à vista" e comprar a prazo, tanto melhor para o giro da empresa.

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4


Rotação de Estoques
Custo de Mercadorias Vendidas 2.224.000 2.798.000 4.547.000
(:) Estoque Médio 206.000 353.500 629.000
(=) Quoc. de Rot. do Estoque/QRE 11 8 7
Prazo Médio
Período (Dias do ano comercial) 360 360 360
(:) Quociente de Rotação/QRE 11 8 7
(=)Dias de Giro de Estoques/DGE 33 45 51

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Professor César Abicalaffe

Este é um item importantíssimo de ser analisado. Além da evolução do comportamento


anual, mostra o que está ocorrendo com os estoques. Uma redução na rotação causa em
conseqüência uma elevação no número de dias em que o estoque permanece na empresa.
E aí é que surge a necessidade de descobrir qual a causa.
Retração de Vendas? Por quê? Produto obsoleto? Concorrência? Custos muito altos
que dificultam a venda? Especulação com estoque? O que fazer para reverter a tendência?
O ideal seria fazer tal análise por produto ou grupos de produtos.

Fórmula do Ciclo de Financiamento

19X1 19X2 19X3 19X4

DGE 33 45 51
+ Intervalo 25 22 18
= CFT Ciclo de Finan. Total 58 67 69

O CFT = Ciclo de Financiamento Total indica o prazo médio financiado pela empresa e como ele
se comporta no tempo.
É utilizado também em uma das maneiras de se calcular as necessidades de Capi-
tal de Giro.
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
ACELERAÇÃO
Vendas a Prazo (:) ROB 0,91 0,90 0,90
X QRR 4,8 5,0 5,3
= QVP Quoc. Vendas a Prazo 4,37 4,50 4,77
ROB (–) Vendas a Prazo 393.000 582.000 978.000
(:) ROB 4.450.000 5.800.000 9.650.000
= Subtotal 0,08 0,10 0,10
X QRE 11 8 7
= QVV Quoc. Vendas à Vista 0,88 0,80 0,70
QVP + QVV 5,25 5,30 5,47
(:) QRP 7,2 7,2 7,1
= CAF Coef. Aceler. Financeira 0,73 0,73 0,77

Através do CAF = Coeficiente de Aceleração Financeira se busca verificar a


possibilidade de evolução dos recebimentos e estoques comparado aos pagamentos.
Resultados superiores a 1 (um) mostram uma evolução favorável, como também
seu crescimento. O dinheiro entra mais rápido do que sai. Abaixo de 1(um), o dinheiro sai
mais rápido do que entra, o que em termos financeiros é mau!
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
CAPITAL DE GIRO
Desp. c/Vendas 1.205.000 1.261.000 1.757.000
+ Desp. (–) Rec. Financeiras 214.000 205.000 330.000
+ Desp. Administrativas 292.000 316.000 431.000
= Subtotal 1.711.000 1.782.000 2.518.000
(:) Período (Dias ano comercial) 360 360 360
= Despesas/dia 4.753 4.950 6.994
X CFT 58 67 69
(=) NCG Necess. Cap. de Giro 275.674 331.650 482.586
Ativo Circulante 1.333.000 1.707.000 3.166.000
(–) Passivo Circulante 833.000 1.083.000 1.999.000
= CCL = Cap. Circ. Líquido 500.000 624.00 1.167.000
NCG – CCL = NCGT 0 0 0
(ATENÇÃO: CUSTO (-) CONSUMO)
38
Professor César Abicalaffe
A seguir, se analisará a Situação Financeira, costumeiramente apontada através de 3
quocientes principais:

Índices de Liquidez

a) Solvência Líquida. Também denominada:


Liquidez corrente, Comum, Simples, Relativa ou Normal.
b) Solvência ou Liquidez Seca.
c) Solvência ou Liquidez Bruta, também chamada:
Solvência ou Liquidez Geral ou Mediata.

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4


SOLVÊNCIAS
Ativo Circulante 1.333.000 1.707.000 3.166.000
(:) Passivo Circulante 833.000 1.083.000 1.999.000
= Solvência Líquida 1,60 : 1 1,58 : 1 1,58 : 1

Este, o principal quociente, indica:

1º. A capacidade TEÓRICA da empresa pagar suas dívidas de curto prazo. Teórica,
porque compara valores a receber com valores a pagar dentro do prazo de um ano. Por
isso perguntamos: E se os valores do Ativo Circulante fossem representados, digamos, por
uma só Duplicata a Receber cujo vencimento fosse daqui a 350 dias; e os valores do Passivo
Circulante fossem representados por um só Título a Pagar e que se vence, digamos,
AMANHÃ? Ambos estariam dentro do período de um ano...

Por isso cada empresa deveria ter o seu próprio "curto prazo": aquele que ela concede
a seus clientes e recebe de seus fornecedores, em média.

Contabilmente, o Balanço registrará o prazo de UM ano, conforme determina a lei,


porém, para efeito de análise, cada empresa usaria para si própria o "seu" curto prazo.

Obs.: Também deve ser levado em consideração o "tipo" de atividade de cada firma.
Há algumas que, como as outras, contabilizam todas as suas dívidas no Passivo Circulante;
todavia não tem, no Ativo Circulante, Valores a Receber, pois vendem apenas à vista ou a
30 dias. Por exemplo: As Companhias de energia elétrica ou de água, ou de telefone têm
registrado em seu Ativo Circulante valores a receber de apenas 1 (um) mês e os atrasos.
Contudo seu Passivo abriga dívidas de até 12 meses.

Restaurantes, hotéis, cinemas, empresas de ônibus, de aviação etc. ... isto precisa
ser lembrado por ocasião da Análise.

2º. Que, para cada $ 1,00 de dívida, a empresa conta com "x". É conveniente que ele
seja bem maior que 1. (Bancos apreciam um resultado de 1,80 ou 2,00 : 1), porém não
pode ser alto demais pois aí não se estaria cumprindo o "2º mandamento" determinante da
busca de maior "rentabilidade", através de aplicações em novas máquinas, por exemplo,
geradoras de rentabilidade. Pode-se considerar que as aplicações financeiras sejam valores
circulantes geradores de rentabilidade, assim como especulações com estoque (Embora
não seja para isto que, parece-nos, as empresas tenham sido criadas).

3º. Quanto a companhia poderá retirar de seu Ativo Circulante para aplicar em
Imobilizações. Assim, quando surge a tentação de se comprar móveis novos, ampliar as
instalações etc. ... através deste quociente se pode determinar "até quanto" se pode tirar do
GIRO para aplicar em Capital Fixo, de modo que seu resultado ainda indique uma margem
de segurança.

39
Professor César Abicalaffe

4º. Que, se o quociente for baixando constantemente, é o primeiro sintoma de que a


empresa está caminhando para uma das três situações: CONCORDATA, FALÊNCIA ou
MUDANÇA DE DONO.
2 xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Ativo Circulante 1.333.000 1.707.000 3.166.000
(–) Estoques 241.000 466.000 792.000
= Subtotal 1.092.000 1.241.000 2.374.000
(:) Passivo Circulante 833.000 1083.000 1.999.000
= Solvência Seca 1,31 : 1 1,15 : 1 1,19 : 1

A Solvência ou Liquidez Seca mostra como ficaria a situação da empresa em face


das suas dívidas, se por qualquer razão ela não pudesse vender seus estoques.
Mostra, portanto, seu "grau de dependência" em relação a eles. Na empresa em
análise, verifica-se que, mesmo sem os estoques, as dívidas estariam cobertas pelos
demais itens do Ativo Circulante.
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Ativo Circ. + Real. Longo Prazo 1.653.000 2.107.000 3.927.000
(:) Passivo Real 2.138.000 2.340.000 3.299.000
= Solvência Bruta 0,77 : 1 0,90 : 1 1,19 : 1

A Solvência Bruta, também chamada de Liquidez Mediata ou Geral, indica a


dependência em relação aos Capitais de Terceiros e de Longo Prazo.

Aqui principalmente pode ocorrer a comparação entre fatores bastante heterogêneos.

Normalmente são raras as empresas que têm registrado em sua contabilidade valores
a receber com prazo superior a um ano. Já no PASSIVO não são poucas as que registram
financiamentos com vencimentos em 5, 6 ou mais anos. Então, comparar 1 ano contra 5 ou
8 merece uma interpretação especial do resultado. Já vimos analistas de Balanços afirmarem,
em casos semelhantes ao desta análise, o seguinte:

"Empresa demonstra boas condições financeiras a curto prazo (Solvência comum/


e seca acima de 1), porém a longo prazo inspira cuidados". (Solvência bruta abaixo de
1).
É muito temerário ser radical com base apenas em tal resultado. (Ex.: “BOI GORDO”)

Para se ter uma melhor visão, seria necessário adicionar-se ao numerador os pro-
váveis lucros que a empresa teria em igual prazo das dívidas. (Isto será mais difícil se
nos anos anteriores a empresa só tiver tido... prejuízos...)

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4


Solv. Comum 1,60 1,58 1,58
X CAF 0,73 0,73 0,77
Solv. Comum Dinâmica 1,17 1,15 1,22
Solv. Seca 1,31 1,15 1,19
X CAF 0,73 0,73 0,77
Solv. Seca Dinâmica 0,95 0,84 0,92

A multiplicação das Solvências pelo Coeficiente de Aceleração Financeira procura


indicar a provável melhora ou piora futura dos quocientes e conseqüentemente da situação
financeira, caso não sejam alteradas as "regras do jogo" dos prazos.
Aqui indica, evidentemente, uma piora prevista das solvências, provocando a
necessidade de contínua injeção de Capital Circulante através de empréstimos de longo
prazo ou aumento de capital próprio.
40
Professor César Abicalaffe

ALAVANCAGEM FINANCEIRA
$ 1000
Lucro Liq. antes das Desp.Fin. 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Lucro Liq. depois I.R. 45 350 977
+ Desp. Financeiras 214 205 330
= LLADF 259 555 1.307

Capital Próprio + Cap. Bancos


PL 915 1.471 2.760
+ Dupl. Descontadas 315 354 475
+ Empréstimos 25 -o- 10
+ Financiamentos a curto pr. 44 74 48
+ Financiamentos a longo pr. 1.305 1.257 1.300
= CP + CB 2.604 3.156 4.593

TRSIP
Lucro Liq. depois I.R. 45 350 977
(:) P.L. 915 1.471 2.760
= TRSIP 0,0491 0,2379 0,3539

TRSIP + BANCOS
LLADF 259 555 1.307
(:) CP + CB 2.604 3.156 4.593
= TRSIPB 0,0994 0,1758 0,2845

Alavancagem Financeira
TRSIP 0,0491 0,2379 0,3539
(:) TRSIPB 0,0994 0,1758 0,2845
= Alavancagem Fin. 0,49 1,35 1,24

Mostra se os empréstimos foram vantajosos aos sócios ou se sua rentabilidade seria


maior caso os capitais provenientes de Bancos fossem próprios, quando não existiriam
Despesas Financeiras (ou a maior parte delas).
Acima de 1.00 vantagem. Abaixo, não.

LIQUIDEZ DIÁRIA E LIQUIDEZ GLOBAL

QDL e Termômetro de Insolvência


Dentre os muitos estudiosos de Análise de Balanços, destacaremos dois deles e
seus métodos: os professores A. LOPES DE SÁ e STEPHEN CHARLES KANITZ.
Professor A. Lopes de Sá combinou as fórmulas usadas para cálculo dos Dias de
Giro de Estoques, de Recebimentos e de Pagamentos (às quais deu um requinte especial)
com Numerários e Valores a Receber, relacionando-os às Dívidas a serem pagas e criou o
QDL = Quociente Dinâmico de Liquidez, que apresento nas páginas seguintes.
Já o Prof. Stephen Charles Kanitz criou o "Termômetro de Insolvência" combinando 5
(cinco) fórmulas ponderadas com "fatores de solvência" obtidos através de pesquisa do
professor.
Seu resultado aplicado ao termômetro indica: Resultado Positivo: empresa solvente;
0 a (-3) situação de penumbra e de (-3) a (-7): insolvente. Também apresento nas próximas
páginas. Em anos seguintes criou outras fórmulas.
Hoje já existem indicadores melhores também criados através de fórmulas combinadas
e ponderadas, que mostram o grau de risco na concessão de créditos, podendo apontar
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Professor César Abicalaffe

aquelas empresas consideradas de ALTO RISCO, MÉDIO RISCO, BAIXO RISCO e


NENHUM RISCO; bem como outras que apontam as possibilidades da empresa analisada
entrar em situação de dificuldades financeiras e até em regime falimentar com 1 (um) ou até
2 (dois) anos de antecedência. São, portanto, de grande valia para aquelas pessoas que
têm a responsabilidade de analisar e conceder créditos. Constam do "software" INDICARE.

EXERCÍCIO ATIVIDADES
Preencher também com base nos Balanços já analisados.

QDL = QUOCIENTE DINÂMICO DE LIQUIDEZ


( $ 1.000) - ESTRUTURA PARA “QDL” 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
ROTAÇÃO DE ESTOQUES
Estoque Inicial 88 171
+ Compras 1.760 2.294
= Subtotal 1.848 2.465
(–) Estoque Final (171) (241)
= CMV 1.677 2.224
: Estoque Médio 129,5 206
= Quoc. de RE 13 11
Dias do Ano 360 360
: Quoc. de RE 13 11
= Dias de G. Est. = DGE 28 33
ROTAÇÃO DE CRÉDITOS - CLIENTES
Dupls. a Rec. – Inicial 537 676
+ Vendas a Prazo 3.223 4.057
= Subtotal 3.760 4.733
(–) Dupls. a Rec. – Final (676) (1.002)
= Créditos Recebidos 3.084 3.731
: Média de Créditos 606,5 839
= Quoc. de RC 5,1 4,4
Dias do Ano 360 360
: Quoc. de RC 5,1 4,4
= Dias de G. Créd. = DGC 70 82
ROTAÇÃO DE DÍVIDAS (FORNECEDORES)
Fornec. – Inicial 180 266
+ Compras a Prazo 1.760 2.294
= Subtotal 1.940 2.560
(–) Fornec. – Final (266) (371)
= Dívidas Pagas 1.674 2.189
: Média de Fornecedores 223 318,5
= Quoc. de RD 7,5 6,9
Dias do Ano 360 360
: Quoc. de RD 7,5 6,9
= Dias de G. Div. = DGD 48 52
Numerário disponível 79 84
: DGD 48 52
= Quoc. de Num. = QN 1,6 1,6
Dupls. a Rec. Final 676 1.002
: DGC 70 82
= Quoc. de Créds. = QC 9,6 12,2
Estoque Final 171 241
: DGE 28 33
= Quoc. de Ests. = QE 6,1 7,3
Fornec. – Final + Desp.Diárias + (Outras Dívidas : 90d) 266 371
: DGD 48 52
= Quoc. de Dívidas e Despesas = QDD 5,5 7,1

QDL – QUOCIENTE DINÂMICO DE LIQUIDEZ


Fonte: (Prof. A. Lopes de Sá)
QN 1,6 1,6
+ QC 9,6 12,2
+ QE 6,1 7,3
= Subtotal 17,3 21,1
: QDD 5,5 7,1
= QDL 3,14 2,97:1

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Professor César Abicalaffe

TERMÔMETRO DE (IN)SOLVÊNCIA

EXERCÍCIO
Preencher também com base nos Balanços já analisados

1) Cálculos

x1 x2 x3 x4 “Fator” x1 x2 x3 x4
a) TRSIP (L : PL) 0,38 x 0,1 = 0,04
+
b) Solv. Mediata (AC+RLP.PR) 0,93 x 1,6 = 1,49
+
c) Solv. Seca (AC – EST : PC) 1,01 X 3,5 = 3,54
(–)
d) Solv. Líquida (AC : PC) 1,24 x 1,1 = 1,36
(–)
e) “L/T” (PR : PL) 1,5 X 0,4 = 0,60
(QSFG) = Quociente de Solvência Financeira Global = 3,11
(Fonte Prof. Kanitz)
2) Gráficos - Termômetro de (In)solvência

3,15 3,92
3,1 3,14

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

QLD - QUOCIENTE DE LIQUIDEZ DIÁRIA


Outras DIV. 395 418 551 1.041
: Dias 90 90 90 90
QO 4,4 4,6 9,1 11,5
Financiamento 87 44 74 48
: Dias 360 360 360 360
QF 0,2 0,1 0,2 0,1
QDD 10,1 11,8 15,3 27,8
QLD
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Professor César Abicalaffe

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