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QUOCIENTE DE CAPITALIZAÇÃO
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Professor César Abicalaffe
"LEVERAGE"
Está claro que o RETORNO SOBRE O TOTAL DOS INVESTIMENTOS (TRSIT) mede
a eficiência do Administrador Financeiro.
Já o RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (TRSIP) vai representar o "valor"
da empresa para seus acionistas ou proprietários.
Essas duas taxas diferem porque uma parcela do Ativo Operacional (Ativo Real ou,
simplesmente, Investimento) foi suprida pelos CREDORES que recebem, também, uma
"Taxa de Retorno", por assim dizer, sob a forma dos Juros que auferem.
Os fundos que investimos e os lucros que concordamos em deixar na empresa
constituem o nosso Patrimônio Líquido, ou nossa participação no ativo.
Com a garantia de nosso Patrimônio Líquido, estamos em condições de obter Recursos
de Terceiros. Assim sendo, estamos "trading on the equity" (significa: "aumento dos lucros
resultantes da tomada de capital a uma taxa baixa e sua utilização em um negócio que
renda taxa mais alta").
O termo mais comumente usado nos círculos financeiros para exprimir tal fenômeno é
"LEVERAGE".
Ora, o "Leverage" (de "elevar: alavanca") vai propiciar um multiplicador (uma
"alavanca") para o Retorno do Patrimônio Líquido, isso pode ser entendido se observarmos
que:
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L = L xI ou seja:
PL I PL
"Leverage" : TRSIP
TRSIT
Com isto, temos mais um reforço do conceito de "Leverage" e que talvez facilite a
compreensão: O "Leverage" mede, com efeito, a relação da Rentabilidade dos Donos ou
Acionistas com a Rentabilidade Total.
EXERCÍCIO A
Com base no exposto, preencher os quadros seguintes, relativos aos quatro (4)
Balanços apresentados e que vem sendo analisados.
AR ...... 100
PR ........ 70 : 3,33 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
PL ......... 30 (LIMITE)
1 LUCRO LÍQUIDO
2 TRSIP (1 : 7) 0,3846 0,0491 0,2379 0,3539
3 TRSIT (1 : 5) 0,1521 0,0147 0,0918 0,1612
4 “LEVERAGE” (2 : 3) 2,5 3,3 2,5 2,1
5 ATIVO REAL (I) 2.038.000
6 PASSIVO REAL 1.232.000
7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (5 – 6) 806.000
8 “LEVERAGE” (5 : 7) 2,5
9 “LEV/PROPRIET.” 1,0 1,0 1,0 1,0
10 “LEV/TERCEIROS” (8 – 9) 1,5
(6 : 7)
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EXERCÍCIO B
DADOS Pede-se :
LUCRO = 100 MOL (*) ..................... L/V
GIRO ......................... V/I
VENDAS = 500 TRSIT ................... M x G
TRSIP ................... L / PL
INVESTIMENTO / (AR) =1.000 “L” .......................... I / PL
“L/P” ....................... 1.00
PL ( AR - PR ) = 500 “L/T” ................ "L" - "L/P"
GAR. K. 3ºs (**) AR : PR
(*) MOL = Margem Operacional Líquida.
(**) Quociente de Garantia do Capital de Terceiros.
EXERCÍCIO C
DADOS
PROCED. DE CAPITAIS
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
A verificação da origem dos capitais existentes na firma se faz através da soma dos
valores do Patrimônio Líquido e do Passivo Real. Igualando-se o total a 100% e cada um
dos valores a "x", obtém-se o percentual de Capital Próprio (PL) e Capital de Terceiros
(PR).
A prática tem demonstrado que o máximo de Capitais de Terceiros é de 70% (seten-
ta por cento); seria esse o limite de "perigo". Está claro que se os Capitais de Terceiros
forem "Não Onerosos" (fornecedores) ou empréstimos a juros subsidiados, poderá haver
vantagens apesar da percentagem elevada. De qualquer forma, é conveniente ter um
percentual mais alto de Capitais Próprios.
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APLICAÇÃO DE CAPITAIS
O Professor Alberto Borges Matias que, por muitos anos foi diretor da SERASA, fez
uma pesquisa extraordinária combinando vários índices de análise de situação patrimonial
com rentabilidade, de várias empesas dos mais variados ramos, cujo resultado aponta,
com alta probabilidade de acerto, o grau de risco de falência empresarial.
Outro Professor: José Pereira da Silva combinou fórmulas financeiras com rentabili-
dade, subdividindo-as em risco para 1o. ano e risco para o 2o. ano.
As duas fórmulas são as melhores para medir o grau de risco empresarial, os quais
juntamente com o “Leverage” e o “Coverage” formam os quatro grandes indicadores de
risco apresentados na Análise via internet (gráfico 33).
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SITUAÇÃO FINANCEIRA
Ciclo de Financiamento
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Rotação de Recebimentos
Vendas a Prazo 4.057.000 5.218.000 8.672.000
(:)Saldo Médio Dupl. a Receber 839.000 1.041.000 1.623.500
(=) Quoc. Rot. Recebtos./QRR 4,8 5,0 5,3
Prazo Médio
Período (Dias ano comercial) 360 360 360
(:) Quoc. de Rotação/QRR 4,8 5,0 5,3
(=)Dias de Giro de Recebtºs/DGR 75 72 68
Quanto mais alta a rotação, menor o prazo médio de recebimento das duplicatas.
Serve, em primeiro lugar, para comparar com o prazo médio concedido pela firma. A
diferença corresponderá ao atraso da clientela e ensejará medidas que visem acelerar a
cobrança, tais como: descontos, bonificações, cortes de fornecimento, encaminhamento
a Cartórios de Protestos, SPC, Deptº Jurídico etc. ...
Em segundo, para comparar com o prazo médio de pagamentos efetuados, a fim de
encontrar situação mais vantajosa.
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Rotação de Pagamentos
Compras 2.294.000 3.023.000 4.873.000
(:) Saldo Médio Fornecedores 318.500 414.500 684.000
(=) Quoc. Rot. Pagamentos/QRP 7,2 7,2 7,1
Prazo Médio
Período (dias ano comercial) 360 360 360
(:) Quoc. de Rotação/QRP 7,2 7,2 7,1
(=) Dias Giro de Pagtos./DGP 50 50 50
Intervalo (DGR - DGP) nº Dias 25 22 18
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DGE 33 45 51
+ Intervalo 25 22 18
= CFT Ciclo de Finan. Total 58 67 69
O CFT = Ciclo de Financiamento Total indica o prazo médio financiado pela empresa e como ele
se comporta no tempo.
É utilizado também em uma das maneiras de se calcular as necessidades de Capi-
tal de Giro.
2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
ACELERAÇÃO
Vendas a Prazo (:) ROB 0,91 0,90 0,90
X QRR 4,8 5,0 5,3
= QVP Quoc. Vendas a Prazo 4,37 4,50 4,77
ROB (–) Vendas a Prazo 393.000 582.000 978.000
(:) ROB 4.450.000 5.800.000 9.650.000
= Subtotal 0,08 0,10 0,10
X QRE 11 8 7
= QVV Quoc. Vendas à Vista 0,88 0,80 0,70
QVP + QVV 5,25 5,30 5,47
(:) QRP 7,2 7,2 7,1
= CAF Coef. Aceler. Financeira 0,73 0,73 0,77
Índices de Liquidez
1º. A capacidade TEÓRICA da empresa pagar suas dívidas de curto prazo. Teórica,
porque compara valores a receber com valores a pagar dentro do prazo de um ano. Por
isso perguntamos: E se os valores do Ativo Circulante fossem representados, digamos, por
uma só Duplicata a Receber cujo vencimento fosse daqui a 350 dias; e os valores do Passivo
Circulante fossem representados por um só Título a Pagar e que se vence, digamos,
AMANHÃ? Ambos estariam dentro do período de um ano...
Por isso cada empresa deveria ter o seu próprio "curto prazo": aquele que ela concede
a seus clientes e recebe de seus fornecedores, em média.
Obs.: Também deve ser levado em consideração o "tipo" de atividade de cada firma.
Há algumas que, como as outras, contabilizam todas as suas dívidas no Passivo Circulante;
todavia não tem, no Ativo Circulante, Valores a Receber, pois vendem apenas à vista ou a
30 dias. Por exemplo: As Companhias de energia elétrica ou de água, ou de telefone têm
registrado em seu Ativo Circulante valores a receber de apenas 1 (um) mês e os atrasos.
Contudo seu Passivo abriga dívidas de até 12 meses.
Restaurantes, hotéis, cinemas, empresas de ônibus, de aviação etc. ... isto precisa
ser lembrado por ocasião da Análise.
2º. Que, para cada $ 1,00 de dívida, a empresa conta com "x". É conveniente que ele
seja bem maior que 1. (Bancos apreciam um resultado de 1,80 ou 2,00 : 1), porém não
pode ser alto demais pois aí não se estaria cumprindo o "2º mandamento" determinante da
busca de maior "rentabilidade", através de aplicações em novas máquinas, por exemplo,
geradoras de rentabilidade. Pode-se considerar que as aplicações financeiras sejam valores
circulantes geradores de rentabilidade, assim como especulações com estoque (Embora
não seja para isto que, parece-nos, as empresas tenham sido criadas).
3º. Quanto a companhia poderá retirar de seu Ativo Circulante para aplicar em
Imobilizações. Assim, quando surge a tentação de se comprar móveis novos, ampliar as
instalações etc. ... através deste quociente se pode determinar "até quanto" se pode tirar do
GIRO para aplicar em Capital Fixo, de modo que seu resultado ainda indique uma margem
de segurança.
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Normalmente são raras as empresas que têm registrado em sua contabilidade valores
a receber com prazo superior a um ano. Já no PASSIVO não são poucas as que registram
financiamentos com vencimentos em 5, 6 ou mais anos. Então, comparar 1 ano contra 5 ou
8 merece uma interpretação especial do resultado. Já vimos analistas de Balanços afirmarem,
em casos semelhantes ao desta análise, o seguinte:
Para se ter uma melhor visão, seria necessário adicionar-se ao numerador os pro-
váveis lucros que a empresa teria em igual prazo das dívidas. (Isto será mais difícil se
nos anos anteriores a empresa só tiver tido... prejuízos...)
ALAVANCAGEM FINANCEIRA
$ 1000
Lucro Liq. antes das Desp.Fin. 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4
Lucro Liq. depois I.R. 45 350 977
+ Desp. Financeiras 214 205 330
= LLADF 259 555 1.307
TRSIP
Lucro Liq. depois I.R. 45 350 977
(:) P.L. 915 1.471 2.760
= TRSIP 0,0491 0,2379 0,3539
TRSIP + BANCOS
LLADF 259 555 1.307
(:) CP + CB 2.604 3.156 4.593
= TRSIPB 0,0994 0,1758 0,2845
Alavancagem Financeira
TRSIP 0,0491 0,2379 0,3539
(:) TRSIPB 0,0994 0,1758 0,2845
= Alavancagem Fin. 0,49 1,35 1,24
EXERCÍCIO ATIVIDADES
Preencher também com base nos Balanços já analisados.
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TERMÔMETRO DE (IN)SOLVÊNCIA
EXERCÍCIO
Preencher também com base nos Balanços já analisados
1) Cálculos
x1 x2 x3 x4 “Fator” x1 x2 x3 x4
a) TRSIP (L : PL) 0,38 x 0,1 = 0,04
+
b) Solv. Mediata (AC+RLP.PR) 0,93 x 1,6 = 1,49
+
c) Solv. Seca (AC – EST : PC) 1,01 X 3,5 = 3,54
(–)
d) Solv. Líquida (AC : PC) 1,24 x 1,1 = 1,36
(–)
e) “L/T” (PR : PL) 1,5 X 0,4 = 0,60
(QSFG) = Quociente de Solvência Financeira Global = 3,11
(Fonte Prof. Kanitz)
2) Gráficos - Termômetro de (In)solvência
3,15 3,92
3,1 3,14
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