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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
Sumário ........................................................................................................................... 1
1. Prova do TRF 1ª Região de 2013 ............................................................................ 3
1.1 Questão de n. 93 ............................................................................................... 3
1.2 Questão de n. 94 ............................................................................................... 6
1.3 Questão de n. 95 ............................................................................................... 9
1.4 Questão de n. 96 ............................................................................................. 12
1.5 Questão de n. 97 ............................................................................................. 14
1.6 Questão de n. 98 ............................................................................................. 15
1.7 Questão de n. 99 ............................................................................................. 15
1.8 Questão de n. 100 ........................................................................................... 16
2. Prova TRF 5ª Região de 2012................................................................................ 18
2.1 Questão de n. 97 ............................................................................................. 20
2.2 Questão de n. 98 ............................................................................................. 21
2.3 Questão de n. 99 ............................................................................................. 22
2.4 Questão de n. 100 ........................................................................................... 23
3. Prova MPF de 2013 ............................................................................................... 26
3.1 Questão de n. 11 ............................................................................................. 26
3.2 Questão de n. 12 ............................................................................................. 27
3.3 Questão de n. 13 ............................................................................................. 28
3.4 Questão de n. 14 ............................................................................................. 29
3.5 Questão de n. 15 ............................................................................................. 30
3.6 Questão de n. 16 ............................................................................................. 31
3.7 Questão de n. 17 ............................................................................................. 33
3.8 Questão de n. 18 ............................................................................................. 34
3.9 Questão de n. 19 ............................................................................................. 35
3.10 Questão de n. 20 ......................................................................................... 36
3.11 Questão de n. 51 ......................................................................................... 38
3.12 Questão de n. 52 ......................................................................................... 39
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Direito Internacional
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Observação5. O único problema na assertiva “A” é que sua redação usa a terminologia
diferente da usada no Estatuto, a questão trata de “princípio fundamental do direito
internacional público” enquanto que o Estatuto nomeia como “princípio geral de direito”.
Mesmo assim a assertiva está correta.
B) Não se admite a realização, pelo Congresso Nacional, de denúncia de tratado
internacional.
Comentários: esta assertiva, de acordo com o posicionamento oficial do governo
brasileiro, está correta.
Observação1. Conceito de denúncia: é um ato unilateral por meio do qual o Estado
manifesta firmemente a sua intenção de sair do tratado.
Observação2. Procedimento da denúncia. No Direito Brasileiro a tese consagrada é a
de que a competência para denuncia tratado é exclusiva do presidente da república,
entendimento que vigora desde 1926.
Em 1926 o presidente da república fez uma consulta ao Itamaraty e Clóvis Bevilaqua
então consultor jurídico do Itamaraty, apresentou parecer no qual dizia que a competência da
denunciar tratados é exclusiva do presidente da república. Ou seja, apesar da incorporação
do tratado há a necessidade de participação do Congresso Nacional, a denúncia dispensa a
participação do legislativo.
Ocorre que este entendimento é muito controverso na doutrina, a exemplo, Pontes de
Mirante diz que isto contraria os princípios constitucionais, bem como contraria o princípio do
paralelismo das formas. Como já foi dito, se o CN participa do processo de incorporação,
deveria participar também do processo de denúncia do tratado.
Observação3. A questão foi posta no STF por meio da ADI 1625 na qual impugnou-se
um decreto presidencial que denunciou a Convenção n. 158 da OIT em 2001. E esta ADI está
pendente de julgamento no STF, nela o Supremo irá decidir se o Congresso deve ou não
participar do processo de denuncia dos tratados.
Em que pese o questionamento no STF, o entendimento atual é o de que o Congresso
Nacional não participa da denúncia (competência exclusiva do presidente da república) e,
portanto a assertiva “B” está correta.
C) Em decorrência do exercício da soberania, a reserva pode ser aposta ao
tratado internacional, ainda que não expressamente prevista e independentemente de seu
teor.
Comentário: reserva é ato por meio do qual o Estado ao assinar/adotar/ratificar o
tratado informa que não adota determinada previsão no texto do tratado. A assertiva “C” está
errada, sobre isto veja os dispositivos da Convenção de Viena de 1969:
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Art. 19. Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele
aderir, formular uma reserva, a não ser que:
a) a reserva seja proibida pelo tratado.
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as
quais não figure a reserva em questão; ou
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e
a finalidade do tratado.
Ainda que não haja proibição, se a reserva dor incompatível com o tratado a reserva
será incabível e é por isto que a assertiva “C” está errada.
D) O Brasil não ratificou formalmente a Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados, de 1969, embora a aplique em situações concretas.
Comentário: cinco anos atrás esta assertiva dizendo que o Brasil não ratificou a
Convenção de Viena de 1969 estaria correta, mas atualmente está errada, porque a
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 foi ratificada pelo Brasil, aprovada
pelo Legislativo através do Decreto Legislativo n. 496/09 e promulgada pelo Executivo através
do Decreto n. 7.030/09.
Observação. A que ainda não foi ratificada é a Convenção de Viena de 1986, que trata
de direito dos tratados entre organizações internacionais. Ainda não entrou em vigor e
continua pendente de ratificação pelo Brasil.
E) No Estatuto da Corte Internacional de Justiça, constam expressamente
princípios do direito internacional, além de estar prevista sua aplicação.
Comentário: esta assertiva está errada. O Estatuto da CIJ não fala de princípios do
internacional, fala de princípios do direito interno que foram consagrados por várias nações e
que por isto tem relevância no Direito Internacional. Ademais, o Estatuto não menciona
nenhum princípio em específico, veja o art. 38 do Estatuto da CIJ:
Art. 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
(...)
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
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1.2 Questão de n. 94
TRF1 – 2013 – 94 - Com relação ao instituto da personalidade jurídica
internacional, assinale a opção correta.
A) O STF entende ser relativa a imunidade de jurisdição das organizações
internacionais.
Comentário: sobre a assertiva “A” veja o Info 706, STF:
A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento - PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente
a causas trabalhistas (RE 578543/MT, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min.
Teori Zavascki, 15.5.2013).
A assertiva está errada porque o STF não entende como imunidade relativa e sim uma
imunidade absoluta, isto porque o fundamento da imunidade dos Estados é diferente do
fundamento da imunidade das organizações internacionais.
O que fundamenta a imunidade dos Estados é o costume antigo, representado pela
máxima par in parem non habet iudicis – entre iguais não há jurisdição. Então há este costume
já consagrado de que os Estados tem imunidade.
Observação1. Inicialmente a imunidade dos Estados era absoluta, depois se elaborou
diferenciação entre atos de império e atos de gestão. Os atos de império são aqueles em que
o Estado atua como Estado, com sua soberania, enquanto os atos de gestão são aqueles atos
nos quais em tudo o Estado se assimila a um particular. Atualmente há um entendimento
consagrado no STF de que não se aplica imunidade de jurisdição quando o Estado pratica atos
de gestão.
Observação2. Segundo o Supremo, em relação aos atos de gestão não se aplica
imunidade de jurisdição, aplica-se apenas a imunidade de execução. Imunidade de jurisdição
é impedimento de um Estado ser julgado por outro. Imunidade de execução é o impedimento
de um Estado ter seus bens conscritos por outro Estado. Então em relação a imunidade de
jurisdição dos Estados não se aplica aos atos de gestão, já a imunidade de execução é absoluta.
Observação3. Já o fundamento da imunidade das organizações internacionais é
diverso, ao invés de ser um costume, a imunidade advém de tratados. As organizações
internacionais celebram tratados e neles são previstas as imunidades. Saliente-se que
inicialmente a imunidade dos Estados não estava prevista em tratados, posteriormente o
foram, já sobre as organizações internacionais a imunidade sempre foi prevista em tratados.
Observação4. Os atos das organizações internacionais não são divididas entre atos de
império e atos de gestão. Por isto, para o Supremo a imunidade das organizações
internacionais é absoluta.
Neste sentido, a Min. Hellen Grace no info. 706 STF:
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Nações em luta pela soberania são as nações que buscam o reconhecimento, que
buscam um Estado para si. Exemplo: autoridade Palestina.
Observação4. A personalidade jurídica de Indivíduos no DIP ainda é controversa. A
tendência é começar a considerar os indivíduos também como sujeitos de DIP, sob os
seguintes argumentos: a) os indivíduos são destinatários de normas específicas, destinatários
diretos de normas de direito internacional; b) os indivíduos podem responder na ordem
internacional por seus crimes, como o que acontece no Tribunal Penal Internacional.
E) Conforme entendimento do STF, admite-se a perda da nacionalidade de
brasileiro cuja naturalização seja cancelada por sentença judicial condenatória pela prática de
atividade nociva ao interesse nacional.
Comentário: o examinador colocou “conforme o entendimento do STF”, mas na
verdade a assertiva é uma transcrição do art. 12, CRFB:
CRFB. Art. 12. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
Observação. O art. 12, CRFB sempre cai em prova, outra coisa que sempre cai é a
LINDB. Recomenda-se a leitura destes dispositivos antes da prova. Nacionalidade e condição
jurídica do estrangeiro (especialmente para magistratura) são os pontos de maior incidência.
1.3 Questão de n. 95
TRF1 – 2013 – 95 - No que se refere à condição jurídica do estrangeiro, assinale
a opção correta de acordo com o direito brasileiro.
A) Conforme entendimento do STF, não se admite a expulsão de estrangeiro
que possua filho brasileiro, ainda que esse filho nunca tenha vivido sob sua guarda.
Comentário: a assertiva “A” está errada pelo trecho final “ainda que esse filho nunca
tenha vivido sob sua guarda”, é disposição literal do Estatuto de Estrangeiro (Lei n. 6.815/80):
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
II - quando o estrangeiro tiver:
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente.
STF, HC 100793:
EXPULSÃO – CÔNJUGE BRASILEIRO. O óbice à expulsão, previsto na alínea “a” do inciso II
do artigo 75 da Lei nº 6.815/80, pressupõe esteja o estrangeiro casado há mais de cinco
anos e, em se tratando de união estável, não haver impedimento para a transformação
em casamento. EXPULSÃO – FILHO BRASILEIRO – REQUISITO LEGAL. Conforme versado na
alínea “b” do inciso II do artigo 75 da Lei nº 6.815/80, a existência de filho brasileiro
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Observação. Expulsão e deportação são coisas diferentes. A deportação tem como fato
gerador a irregularidade na entrada ou na estada do estrangeiro no Brasil. Já a expulsão tem
como fato gerador algum ato nocivo, algum ato atentatório a soberania à ordem pública
brasileira.
B) Não se admite a concessão de visto a estrangeiro condenado em outro país
pela prática de crime doloso, sendo a concessão admitida, entretanto, se o estrangeiro estiver
sendo processado no momento da requisição.
Comentário: pode-se pensar em observar o princípio da presunção da inocência,
porém é preciso lembrar que o visto é um ato discricionário e de soberania, veja a disposição
do Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80):
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:
(...)
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição
segundo a lei brasileira;
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1.4 Questão de n. 96
TRF1 – 2013 – 96 - Considerando a proteção internacional dos direitos
humanos, assinale a opção correta.
A) O direito de asilo, admitido por diversos ordenamentos jurídicos, como, por
exemplo, o brasileiro, não é expressamente previsto como um direito humano em normas
internacionais.
Comentário: errado, pois o direito a asilo está previsto no art. 4º, X, CRFB e também
na convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose de Costa Rica).
CRFB. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
X - concessão de asilo político.
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humanitária. Segundo, a intervenção humanitária deve ser a ultima ratio, a última medida a
disposição para resolver aquele problema.
Em resumo: a intervenção humanitária é admitida hoje em caso de grave violação de
direito humano e por isto a assertiva “E” está correta.
1.5 Questão de n. 97
TRF1 – 2013 – 97 - Conforme expressamente estabelecido no Estatuto de
Roma, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode aplicar (ANULADA)
A) os princípios gerais de direito interno das organizações internacionais.
B) os contratos de Estado.
C) o regulamento processual do TPI.
D) a equidade.
E) a doutrina.
Comentário: esta questão foi anulada, o gabarito preliminar era a assertiva “C”
regulamento processual do TPI. Veja o que diz o Estatuto do TPI:
1. O Tribunal aplicará:
a) Em primeiro lugar, o presente Estatuto, os Elementos Constitutivos do Crime e o
Regulamento Processual;
b) Em segundo lugar, se for o caso, os tratados e os princípios e normas de direito
internacional aplicáveis, incluindo os princípios estabelecidos no direito internacional dos
conflitos armados;
c) Na falta destes, os princípios gerais do direito1 que o Tribunal retire do direito interno
dos diferentes sistemas jurídicos existentes, incluindo, se for o caso, o direito interno dos
Estados que exerceriam normalmente a sua jurisdição relativamente ao crime, sempre que
esses princípios não sejam incompatíveis com o presente Estatuto, com o direito
internacional, nem com as normas e padrões internacionalmente reconhecidos.
2. O Tribunal poderá aplicar princípios e normas de direito tal como já tenham sido por si
interpretados em decisões anteriores. [Ou seja, está tratando da jurisprudência]
Esta questão foi anulada porque segundo a Banca quando a assertiva utilizou a
expressão “pode aplicar” retirou a objetividade da assertiva, a Banca queria a disposição literal
do Estado do Roma. Saliente-se que apesar de não estar previsto expressamente o TPI pode
aplicar o seu regulamento.
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Foi traduzido como princípios gerais do direito, porém quer dizer princípios gerais de direito, tanto é que o dispositivo
prossegue com “que o Tribunal retire do direito interno dos diferentes sistemas jurídicos existentes”.
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1.6 Questão de n. 98
TRF1 – 2013 – 98 - Considere que o Estado A tenha adentrado o espaço aéreo
do Estado B sem a sua autorização e que, após tratativas diplomáticas, ele tenha reconhecido
que cometera uma violação ao direito do Estado B, tendo apresentado pedido formal de
desculpa pelo ocorrido. Nessa situação, de acordo com os artigos da Comissão de Direito
Internacional da ONU sobre Responsabilidade Internacional dos Estados, o reconhecimento
da violação e o pedido de desculpas realizado pelo Estado A caracterizam a forma de
reparação denominada:
A) danos morais.
B) garantia de não repetição.
C) restituição.
D) compensação.
E) satisfação.
Observação1. Draft Articles on Responsability of States for Internacionally Wrongful
Acts. O tema sobre a responsabilidade internacional sempre foi objeto de normas
costumeiras, não existe um tratado internacional que regule a responsabilidade internacional
por atos ilícitos. Em 2001 a CDI da ONU numa tentativa de codificar a responsabilidade
internacional elaborou estes esboços de artigos, o nome está em inglês porque foi assim
citado tanto na prova do TRF1 quanto na prova do MPF.
Observação2. Estes artigos citam as seguintes formas de reparação: restituição
(restaurar o status quo ante), indenização (pagamento de quantia pelo ato ilícito) e satisfação
(é modalidade de reparação que pode assumir diversas formas como reconhecimento do ato
e pedido de desculpas, dentre outros).
Comentário: o gabarito da questão é a assertiva é a letra “E” satisfação, pois o Estado
reconheceu o seu ato como ilícito e encaminhou pedido de desculpas.
1.7 Questão de n. 99
TRF1 – 2013 - 99 - Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
aos bens móveis que o proprietário trouxer ao país ou àqueles que se destinarem a transporte
para outros lugares aplicar-se-á a lei
A) Do país que tiver regido a última transmissão de propriedade.
B) de nacionalidade do possuidor de boa-fé.
C) mais favorável ao adquirente.
D) do país em que estiverem situados.
E) de domicílio do proprietário.
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2.1 Questão de n. 97
TRF5 – 2012 – 97 – Acerca da imunidade de jurisdição estatal, assinale a opção
correta.
Observação1. Da imunidade de estatal. Há diferença entre imunidade de jurisdição de
imunidade de execução. A primeira é o impedimento de um Estado ser julgado por outro
Estado, e imunidade de execução é o impedimento de um Estado ter os seus bens conscritos
por outro Estado.
Observação2. Fundamento. Sobre a imunidade estatal (a de jurisdição) a
fundamentação na visão clássica é a de que entre iguais não há juízo - par in parem no habet
iudicium. Ou seja, na visão tradicional um Estado jamais poderia processar outro.
No entanto a visão moderna foi consagrada pelo STF na Apelação Civil 9696 é que deve
distinguir atos de impérios de atos de gestão. Atos de império aqueles que o Estado pratica
como tal e atos de gestão são aqueles praticados pelo Estado que se equiparam a atos de
particulares (STF, ACi 9696). Em relação aos atos de império há imunidade de gestão, em
relação aos atos de império não há imunidade de jurisdição. Já a imunidade de execução se
aplica tanto a atos de império quanto sobre atos de gestão.
Observação3. Renúncia. Um Estado pode renunciar tanto a sua imunidade de
execução, quanto a sua imunidade de jurisdição. Sendo que a renúncia da imunidade de
jurisdição não implica na renúncia à imunidade de execução. Ademais, é possível acionar o
judiciário contra um Estado ainda que se trate de um ato de império, isto porque este Estado
pode renunciar á sua imunidade, foi o que decidiu o STJ no Ag 1.118.724/RS. A primeira
providência não é citar o Estado e sim, notifica-lo para saber se ele irá renunciar a sua
imunidade ou não. Segundo o STJ ajuizada uma ação contra um Estado versando sobre atos
de império, o juiz não deve de imediato extinguir o processo, primeiro deve indagar ao Estado
se ele renuncia a sua imunidade de jurisdição.
Observação4. A competência para julgar estados estrangeiros e organizações
internacionais está nos seguintes dispositivos constitucionais: arts. 102, I, e; 105, II, c; 109, II,
Constituição.
Caso1. Município ou pessoa domiciliada no Brasil versus organização internacional ou
estado estrangeiro, a competência será da Justiça Federal de 1º grau. Neste caso, da sentença
cabe um Recurso Ordinário direto no STJ.
Caso2. Estado membro, DF ou União versus Estado estrangeiro ou organização
internacional, a competência será do STF.
A) No Brasil, a imunidade de jurisdição, assim como a imunidade de execução,
é absoluta para todas as matérias.
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2.2 Questão de n. 98
TRF5 – 2012 – 98 – À luz da Convenção de Aviação Civil Internacional, assinale
a opção correta no que se diz respeito à navegação aérea.
A) Para efeito de delimitação do espaço aéreo, considera-se território do
Estado sua zona contígua.
Comentário: está errado porque a zona contígua não é considerada território, veja o
que dispõe o art. 2º da citada convenção de aviação:
Art. 2º. Para os fins da presente Convenção, considera-se como território de um Estado, a
extensão terrestre e as águas territoriais adjacentes, sob a soberania, jurisdição, proteção
ou mandato do citado Estado.
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2.3 Questão de n. 99
TRF5 – 2012 – 99 – Conforme previsão no direito brasileiro, será passível de
deportação o estrangeiro que
Observação. Art. 57 do Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80).
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar
voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida
sua deportação.
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§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos artigos 21, § 2º,
24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo 105.
O Estatuto de Roma do TPI delimita e conceitua cada um destes crimes, exceto o crime
de agressão que ficou a encargo da doutrina.
A) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é
classificada como crime contra a humanidade.
Comentário: está errado, porque este é o conceito de genocídio, veja o art. 6º do
Estatuto de Roma.
Art. 6º. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos
atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte,
um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal: (...)
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
B) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso
de crime de agressão.
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Comentário: está errado, porque o TPI não exerce sua jurisdição sobre estados, a
exerce sobre pessoas físicas, veja o art. 25.
Art. 25. 1. De acordo com o presente Estatuto, o Tribunal será competente para julgar as
pessoas físicas.
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de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou isolados ou outros
de caráter semelhante;
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados que não
têm caráter internacional, no quadro do direito internacional, a saber qualquer um dos
seguintes atos:
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não participem
diretamente nas hostilidades;
ii) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos sanitários,
bem como ao pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das Convenções de
Genebra, em conformidade com o direito internacional;
(...)
f) A alínea e) do parágrafo 2o do presente artigo aplicar-se-á aos conflitos armados que
não tenham caráter internacional e, por conseguinte, não se aplicará a situações de
distúrbio e de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou isolados
ou outros de caráter semelhante; aplicar-se-á, ainda, a conflitos armados que tenham
lugar no território de um Estado, quando exista um conflito armado prolongado entre as
autoridades governamentais e grupos armados organizados ou entre estes grupos.
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e na jurisprudência dos Tribunais.
(...)
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados que não
têm caráter internacional, no quadro do direito internacional, a saber qualquer um dos
seguintes atos:
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não participem
diretamente nas hostilidades;
ii) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos sanitários,
bem como ao pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das Convenções de
Genebra, em conformidade com o direito internacional;
iii) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades ou
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência
humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes tenham direito
à proteção conferida pelo direito internacional dos conflitos armados aos civis e aos bens
civis;
iv) Atacar intencionalmente edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, às artes,
às ciências ou à beneficência, monumentos históricos, hospitais e lugares onde se
agrupem doentes e feridos, sempre que não se trate de objetivos militares;
v) Saquear um aglomerado populacional ou um local, mesmo quando tomado de assalto;
(...)
3. O disposto nas alíneas c) e e) do parágrafo 2o, em nada afetará a responsabilidade que
incumbe a todo o Governo de manter e de restabelecer a ordem pública no Estado, e de
defender a unidade e a integridade territorial do Estado por qualquer meio legítimo.
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3.2 Questão de n. 12
MPF – 2013 – 12 – A Responsibility to Protect (r2p), como conjunto de princípios
orientadores de ação da comunidade internacional:
Observação1. “r2p” é utilizado como sinônimo de Responsibility to Protect.
Observação2. Responsibility to Protect (r2p). Histórico: violação de direitos humanos
no Kosovo, inércia da Servia, discussão no âmbito internacional sobre a possibilidade e
intervenção humanitária para proteger direitos humanos. Requisitos: gravidade das violações,
intervenção como ultima ratio.
a) ( ) diz respeito, apenas, à proteção da população civil em conflitos
internacionais;
Comentário: não é apenas em conflitos internacionais, serve para qualquer violação
de direitos humanos.
b) ( ) diz respeito, apenas, à proteção da população civil em conflitos não
internacionais;
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3.3 Questão de n. 13
MPF – 2013 – 13 – Segundo a Carta Democrática Interamericana de 2001,
a) ( ) a Assembleia Geral da OEA suspenderá, por voto de maioria simples dos
partícipes, Estado membro do exercício de seu direito de participação na Organização quando
constatar que nele tenha ocorrido ruptura da ordem democrática;
Comentário: está errado porque o quórum não é de maioria simples e sim de dois
terços.
Art. 21: Quando a Assembléia Geral, convocada para um período extraordinário de
sessões, constatar que ocorreu a ruptura da ordem democrática num Estado membro e
que as gestões diplomáticas tenham sido infrutíferas, em conformidade com a Carta da
OEA tomará a decisão de suspender o referido Estado membro do exercício de seu direito
de participação na OEA mediante o voto afirmativo de dois terços dos Estados membros.
A suspensão entrará em vigor imediatamente.
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3.4 Questão de n. 14
MPF – 2013 – 14 – O monitoramento da implementação do Protocolo de San
Salvador de 1988 (ANULADA)
Observação. O Protocolo de San Salvador trata de direitos culturais, sociais e
econômicos. O monitoramento ocorre conforme a previsão detalhada do art. 19, cujo resumo
segue:
1) Os Estados elaboram relatórios sobre a aplicação dos direitos previstos no
protocolo e o apresentam ao Secretário Geral da OEA. Relatórios periódicos apresentados ao
Secretário-Geral.
2) O Secretário-Geral transmite ao Conselho I. Econômico e Social e ao Conselho
I. de Educação, Ciência e Cultura. Encaminha cópia para a Comissão I. de Direitos Humanos e
para os organismos especializados.
3) Em seguida estes Conselhos fazem os seus próprios relatórios. Relatórios do
Conselho I. Econômico e Social e do Conselho I. de Educação, Ciência e Cultura.
4) Em relação a direitos sindicais e à educação previstos no Protocolo de San
Salvador pode admitir o sistema de petições individuais, com participação da Corte e da
Comissão.
5) A CIDH pode formular observações e recomendações sobre direitos
econômicos, sociais e culturais.
O motivo da anulação da questão: Em princípio da atuação da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos se dá apenas em relação a direitos sindicais e de
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educação, porém há um detalhe, há previsão expressa no art. 19 que diz que em relação a
todos os direitos econômicos, sociais e culturais e Comissão pode formular recomendações.
a) () se dá pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos no tocante à
realização de todos os direitos reconhecidos;
Comentário: em princípio está errado porque o monitoramento é feito pelos dois
Conselhos e a CIDH participaria apenas no que toca a direitos sindicais e a educação. Ocorre
que a CIDH pode formular recomendações, o que significa que ela participa do
monitoramento. No gabarito preliminar a assertiva “A” foi considerada como errada, porém
como visto, ela está correta, por conta disto a questão foi anulada.
b) ( ) se dá exclusivamente pelo Conselho Econômico e Social Interamericano;
Comentário: errado, vimos que também tem o Conselho de Educação.
c) () se dá pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos no tocante à
realização dos direitos sindicais e do direito à educação;
Comentário: pelo gabarito preliminar esta era a assertiva correta.
d) ( ) se dá pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos no tocante à
realização dos direitos das crianças e do direito à saúde.
Justificativa de Anulação: O art. 19 do Protocolo comete tanto ao Conselho
Interamericano Econômico Social, quanto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a
função de monitoramento do cumprimento das obrigações. Assim, o Conselho recebe os
relatórios periódicos transmitidos, cuidando de todos os direitos, bem como a Comissão
poderá, sem prejuízo de buscar a responsabilização de Estados pela violação dos direitos
sindicais e à educação (§6º), "formular as observações e recomendações que considerar
pertinentes sobre a situação dos direitos econômicos, sociais e culturais estabelecidos neste
Protocolo em todos ou em alguns dos Estados Partes, as quais poderá incluir no Relatório
Anual à Assembleia Geral ou num relatório especial, conforme considerar mais apropriado"
(§7º). Assim, não há exclusão da apreciação da realização de outros direitos pela Comissão,
além daqueles previstos no §6º".
3.5 Questão de n. 15
MPF – 2013 – 15 – As Regras de Brasília sobre acesso à justiça das pessoas em
condição de vulnerabilidade dispõem que
a) ( ) a condição de pertencer à comunidade indígena pode implicar
vulnerabilidade quando seu integrante exercita seus direitos perante o sistema de justiça
estatal;
Comentário: correto, é a literalidade do texto das Regras de Brasília no item 09.
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3.6 Questão de n. 16
MPF – 2013 - 16. O conceito de tortura no direito internacional dos direitos
humanos
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Convenção Interamericana:
Art. 2º. Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por tortura todo ato pelo qual são
infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com
fins de investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como
medida preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Entender-se-á também como
tortura a aplicação, sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade
da vítima, ou a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física
ou angústia psíquica.
3.7 Questão de n. 17
MPF – 2013 – 17 – No atual estágio de evolução do direito internacional dos
direitos humanos, a pena de morte (ANULADA)
Observação. São três fases de regulação/tratamento jurídico internacional da pena de
morte.
Fase1. Convivência tutelada. É a fase em que admite a aplicação da pena de morte em
alguns crimes e em algumas situações.
Fase2. Banimento, com exceções. Fase em que a pena de morte é proscrita, mas se
admite não excepcionalmente. É o caso do Brasil, que está nesta fase, aqui a pena de morte é
vedada, mas se admite em caso de guerra declarada.
Fase3. Banimento em qualquer circunstância. Fase mais avançada, a pena de morte é
vedada em qualquer situação.
a) ( ) é universalmente repudiada como grave violação do direito à vida;
Comentário: não é verdade, porque a pena de morte ainda é adotada em muitos
estados.
b) ( ) só sofre limitações quanto à sua execução em detrimento de menor de
idade e de mulher grávida;
Comentário: esta não é a única limitação, no caso dos Brasil só é aplicável em caso de
guerra declarada.
c) ( ) embora não universalmente repudiada, sofre diversas limitações quanto
à sua adoção, sendo vedada no sistema regional europeu;
Comentário: esta foi a assertiva considerada incialmente como o gabarito. Porém a
assertiva não está totalmente corrente como se verá abaixo na justificativa de anulação.
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3.8 Questão de n. 18
MPF – 2013 – 18 – A Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com
deficiência promulgada pelo Decreto nº 6.949, de 25 de Agosto de 2009:
Observação1. A Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência foi incorporada
ao direito brasileiro de acordo com o rito do art. 5º, § 3º, CRFB de modo que a citação
convenção tem status de emenda constitucional no direito brasileiro. É o único tratado
aprovado com quórum de emenda até o momento.
Observação2. Há um dispositivo nesta convenção que admite a denúncia.
Observação3. Uma vez que uma convenção que trate sobre direitos humanos é
incorporada com o quórum de emenda constitucional, incide o óbice do art. 60, § 4º, CRFB
que diz que os direitos e garantias individuais não podem ser objeto de emenda constitucional
que vise sua abolição. De modo que, uma vez incorporado ao direito brasileiro como emenda
constitucional estes direitos não poderiam mais ser abolidos.
E então surgem dois entendimentos, que são confrontados na questão:
1) Segundo Valério Mazzuole e Flávia Piovesan este tratado não poderia ser
objeto de denuncia pelo Estado brasileiro por conta o óbice do art. 60, § 4º, CRFB, esta
emenda não poderia ser abolida.
2) O entendimento de André Carvalho Ramos é diverso, diz que é possível sim a
denuncia, por meio dela o Brasil se desobrigaria no âmbito internacional, porém no âmbito
interno, por seres direitos com status constitucional, teria a obrigação de reconhecer e
proteger estes direitos, vez que se tornaram cláusulas pétreas.
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a) ( ) pode ser denunciada pelo Brasil conforme previsto em seu art. 48,
tornando-se efetiva, a denúncia, em qualquer caso, um ano após a data de recebimento da
notificação respectiva pelo Secretário-Geral da ONU, caso em que deixam de viger no direito
brasileiro, os direitos ali reconhecidos;
Comentário: errado, de acordo com qualquer uma das duas correntes, pois para a
primeira corrente a denuncia não pode ocorrer, enquanto que para a segunda corrente,
mesmo havendo denuncia, os direitos continuam a vigorar no âmbito interno.
b) ( ) não pode ser denunciada pelo Brasil por meio dos mecanismos ordinários,
pois sua promulgação, decorrente de aprovação pelo Congresso Nacional no rito do art. 5.º, §
3.º, da Lei Maior, lhe confere condição de cláusula constitucional pétrea (art. 60, § 4.º, IV, da
Constituição Federal);
Comentário: este seria o entendimento de Mazzuoli e Piovesan, porém não foi o
entendimento adotado pela Banca do MPF.
c) () pode ser denunciada pelo Brasil conforme previsto em seu art. 48,
permanecendo, todavia, vigentes, no direito brasileiro, os direitos ali reconhecidos, em
virtude de sua promulgação precedida de aprovação pelo Congresso Nacional no rito do art.
5.º, § 3.º, da Constituição Federal, o que lhe confere condição de cláusula constitucional
pétrea (art. 60, § 4.º, IV, da Constituição Federal);
Comentário: assertiva dada como correta – entendimento de André Carvalho Ramos.
d) ( ) não pode ser denunciada em virtude do princípio de não retrocesso da
proteção de direitos, amplamente reconhecido no direito internacional.
Justificativa da Banca: a única resposta correta é a de letra (c). (...) a assertiva
verdadeira parte da premissa da separação entre vigência doméstica de norma internacional
e sua vinculação externa. (...) nada obsta que o Brasil denuncie o tratado na forma nele
prevista, desvinculando-se do sistema internacional de monitoramento. (...)
3.9 Questão de n. 19
MPF – 2013 – 19 – Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça
expresso no voto do relator do incidente de deslocamento de competência n.º 1 – PA, a grave
violação de direitos humanos que dá ensejo à iniciativa do Procurador-Geral da República para
instauração do incidente (IDC)
Observação1. O IDC (incidente de deslocamento de competência) está previsto no art.
109, § 5º da CRFB, ocorre no caso de violação de direitos humanos.
Observação2. No IDC n. 01 (Caso Dorothy Stang) fixou-se dois entendimentos:
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e na jurisprudência dos Tribunais.
1) O art. 109, §5º, tem eficácia plena. Na ocasião, observou-se que o constituinte
originário não mencionou quais dos direitos humanos ensejam o IDC, discutiu-se se este fato
não ocasionaria uma eficácia limitada ou contida ao dispositivo constitucional. O STJ afastou
esta tese e disse que tem aplicabilidade imediata, eficácia plena. Não precisa de uma ação do
legislador para que o art. 109, § 5º, CRFB tenha aplicabilidade.
2) O IDC deve atender ao princípio da proporcionalidade, compreendido na
demonstração concreta de risco de descumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais firmados pelo Brasil. o que é configurado pela inércia do Estado m investigar,
perseguir e punir a violação de direitos humanos. Lembrando que o IDC não se aplica apenas
para questões criminais, também se aplica para violações no âmbito civil.
3.10 Questão de n. 20
MPF – 2013 – 20 – Os relatórios periódicos que devem ser apresentados por
estados-parte a órgãos de monitoramento de tratados internacionais de direitos humanos
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3.11 Questão de n. 51
MPF – 2013 – 21 - Em matéria de conflito de jurisdições estatais no direito
internacional:
Observação1. Questão afeta ao DIPRI. É verdade que o direito internacional privado
fala bastante de conflito de leis e conflito de jurisdição, que são duas coisas diversas. Conflito
de leis é quando há mais de uma lei aplicável a determinado caso. Conflito de jurisdição é
quando há mais de um Estado para julgar determinado caso.
Observação2. Tradicionalmente o critério aplicável no conflito de jurisdições é a
critério da territorialidade – jurisdição territorial – ou seja, o Estado é competente para
resolver os fatos que ocorrem no seu território. Porém, o critério da jurisdição territorial não
é suficiente para resolver todos os casos, v.g. nacional de país A, comete algum ato contra
nacional de país B, no território de um país C. Quando há elementos de internacionalidade,
aumenta a complexidade do caso, de forma a ser necessário aplicar a jurisdição
extraterritorial, com os seguintes critérios:
i) Nacionalidade. Para alguns autores a jurisdição é acionada quando o fato
envolver um nacional fora de seu Estado.
ii) Segurança nacional. Segundo este princípio, está autorizada a jurisdição
extraterritorial quando a soberania/segurança/integridade de um Estado está ameaçada em
outro território.
iii) Universalidade. Pelo Princípio da Universalidade o Estado pode julgar fatos que
ocorreram em outros Estados quando se tratam de casos de proteger a própria humanidade,
quando estes fatos violam direitos universais/gerais.
iv) Personalidade passiva. De acordo com este princípio o estado poderia julgar
um fato ocorrido em outro território desde que um nacional seu seja vítima daquele fato.
Observação3. A questão em tela parte da premissa de que não há primazia entre a
jurisdição territorial e jurisdição extraterritorial. Aqui, mais uma vez há polêmica, alguns
autores entendem que há sim primazia da jurisdição territorial e que a jurisdição
extraterritorial só poderia ser acionada em casos excepcionais. Porém, a corrente adotada
pela banca é que não há primazia.
a) ( ) o exercício da jurisdição territorial tem primazia sobre o exercício da
jurisdição extraterritorial, independentemente do critério que legitime a extraterritorialidade;
Comentário: considerada errada, pois a depender do critério pode prevalecer a
extraterritorialidade.
b) ( ) o exercício da jurisdição territorial tem primazia sobre o exercício da
jurisdição extraterritorial pelo critério do sujeito passivo, não a tendo, contudo, pelos demais
critérios legitimadores da extraterritorialidade;
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Comentário: errado, pelo critério do sujeito passivo não gera primazia da jurisdição
territorial.
c) () o exercício da jurisdição territorial, ainda que mais frequente, não tem
qualquer primazia sobre o exercício da jurisdição extraterritorial, resolvendo-se o conflito pelo
princípio ne bis in idem;
Comentário: correto, a corrente adotada é que não há primazia da jurisdição territorial
sobre a extraterritorial.
d) ( ) a primazia do exercício da jurisdição extraterritorial só é admitida em
casos excepcionais, sob pena de se incorrer em ingerência ilícita nos assuntos de exclusiva
competência doméstica do Estado territorial.
Comentário: errado, pois não há primazia de uma jurisdição sobre a outra.
3.12 Questão de n. 52
MPF – 2013 – 22 - No direito internacional privado, a remissão feita por lei
estrangeira:
Observação1. Conceito de reenvio ou remissão, fenômeno que ocorre quando a norma
de DIPRI, quando a norma indireta indica uma norma estrangeira para resolver aquele caso e
aquela norma remete a outra norma de outro estado. Quando existem dois estados
envolvidos, v.g. o direito brasileiro remete a norma de outro estado, ocorre o reenvio de 1º
grau. Pode envolver três estados, v.g. a norma brasileira remeter para estado B e este remeter
para estado C, neste caso, estar-se-á diante de um reenvio de segundo grau.
Observação2. O ordenamento brasileiro não admite o reenvio, é a vedação contida no
art. 16, LINDB.
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão
por ela feita a outra lei.
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3.13 Questão de n. 53
MPF – 2013 – 23 – As normas de direito internacional peremptório (jus cogens)
Observação1. No art. 38 do Estatuto da CIJ elenca-se as fontes principais do DIP, que
são: tratados, costumes e princípios gerais de direito, sendo que os meios auxiliares são a
doutrina e a jurisprudência. Além das fontes previstas há as fontes extra estatutárias, dentre
elas está o jus cogens.
Observação2. Jus cogens são normas dotadas de primazia de maior importância no DIP.
A doutrina ainda vacila em sua definição, o certo é que o jus cogens são normas acima de
outras normas. A respeito dele é preciso destacar que possui efeito erga omnes, ou seja, valem
para pessoas que participaram ou não da elaboração destas normas.
Observação3. O art. 53 da Convenção de Viena faz referencia ao jus cogens dizendo
que nenhum tratado pode revogar o jus cogens.
Observação4. A doutrina tem dificuldade em apontar exemplos de jus cogens, nem
todos os direitos humanos são exemplo, porém um exemplo que é dado pela doutrina é a
proibição da tortura como norma jus cogens.
a) ( ) podem ser derrogadas por tratado;
b) ( ) só podem ser derrogadas por costume internacional;
c) () pressupõem uma ordem pública internacional não disponível para os
Estados individualmente;
d) ( ) não guardam qualquer relação com o conceito de obrigações erga omnes.
Comentário: gabarito “C”.
3.14 Questão de n. 54
MPF – 2013 – 24 - Segundo a Convenção da ONU sobre o direito do mar
(UNCLOS ou Convenção de Montego Bay) de 1982:
a) ( ) as ilhas e os Estados arquipelágicos dispõem de zona econômica exclusiva
de, no máximo, 12 milhas;
Comentário: esta assertiva está cobrando a literalidade do art. 57 da convenção sobre
direito do mar.
Art. 57. A zona econômica exclusiva não se estenderá além de 200 milhas marítimas das
linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial.
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3.15 Questão de n. 56
MPF – 2013 – 56 – De acordo com a Corte Internacional de Justiça, no
julgamento de 20 de julho de 2012 do caso “questões relativas à obrigação de perseguir ou
extraditar” (Bélgica vs. Senegal),
Observação1. Caso Habré, ex-ditador do Chade se escondeu no Senegal, a Bélgica
pediu a extradição e o Senegal negou, o caso foi para CIJ que entendeu que a obrigação há a
obrigação aut dedere aut judicare (ou extradita ou julga). A Convenção de 1984 estabelece
uma obrigação internacional de processar e uma opção do Estado de extraditar (aut dedere
aut judicare).
Observação2. A proibição da tortura é norma consuetudinária, mas esta obrigação só
é exigível após a entrada em vigor da Convenção.
a) ( ) O crime de tortura é, no direito internacional, de natureza
consuetudinária e, por isso, prevalece a obrigação do Senegal de extraditar ou promover a
persecução penal (aut dedere aut judicare) contra o ex-presidente do Chade, Hissène Habré,
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para fatos que tiveram lugar antes mesmo da entrada em vigor da Convenção da ONU contra
a Tortura para o Senegal;
Comentário: errado, a obrigação só começa com a entrada em vigor do tratado.
b) ( ) o crime de tortura não é, no direito internacional, de natureza
consuetudinária, sendo sua criminalização resultado do direito convencional e, por isso,
prevalece a obrigação do Senegal de extraditar ou promover a persecução penal (aut dedere
aut judicare) contra o ex-presidente do Chad, Hissène Habré, apenas para fatos que tiverem
lugar após a entrada em vigor da Convenção da ONU contra a Tortura para o Senegal;
Comentário: errado, de acordo com este caso Bélgica vs. Senegal a proibição da tortura
é sim um direito consuetudinário.
c) () o crime de tortura é, no direito internacional, de natureza
consuetudinária, mas, a obrigação do Senegal de extraditar ou promover a persecução penal
(aut dedere aut judicare) contra o ex-presidente do Chade, Hissène Habré, somente prevalece
para os fatos que tiveram lugar após a entrada em vigor da Convenção da ONU contra a
Tortura para o Senegal;
Comentário: correto.
d) ( ) o crime de tortura é, no direito internacional, de natureza
consuetudinária, mas, a obrigação do Senegal de extraditar ou promover a persecução penal
(aut dedere aut judicare) contra o ex-presidente do Chade, Hissène Habré, somente prevalece
para os fatos que tiveram lugar após a entrada em vigor da Convenção da ONU contra a
Tortura para a Bélgica.
Comentário: o erro está em prever a entrada em vigor para a Bélgica, e sim para o
Senegal.
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