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Segunda Coletânea com apenas questões de Direito pertinentes para PCF

1 – Ministério Público de Rondônia – Promotor de Justiça Substituto - 2008

Anulada
A era a correta – o CP estabelece no Artigo 121, §4º: “Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
maior de 60 (sessenta) anos”. Porém o enunciado a dizer Flávio, de 60 anos de idade induzia o
candidato ao erro, sendo portanto anulada.
B é incorreta - somente se fala em deixar de prestar socorro a vitima e fuga do flagrante como
motivos de aumento da pena em caso de homicídio culposo.
A simples repetição de golpes não caracteriza o homicídio qualificado por meio insidioso ou cruel
(Artigo 121,§2º, III). É necessário que haja o caráter subjetivo de sadismo do agente.
Homicídio privilegiado é aquele contido no Art. 121, §1º, que ocorre “Se o agente comete o crime
impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo
em seguida a injusta provocação da vítima”. Neste caso, obviamente, não se fala em injusta
provocação. Além disso, não existe súmula do STF sobre este assunto, que é controverso na
doutrina e jurisprudência.
Por fim, E também é incorreta. A embriaguez só é motivo para redução de pena quando
proveniente de caso fortuito ou força maior (Artigo 28, II, §2º).

Errado
O aumento de pena prevista no CP encontra-se no Artigo 157, §1º, I. A posição mais recente do
STJ entende pela necessidade de que a arma seja potencial lesiva, inclusive cancelando a Súmula
174, que dizia que o uso de arma de brinquedo autorizava o aumento da pena.

Correto
Conforme o STJ: “Configura crime de furto qualificado a subtração de valores de conta corrente,
mediante transferência bancária fraudulenta, sem o consentimento do correntista.”

Correto
A previsão legal se encontra no CPP, Artigo 159, §4º.
Errado
Acontece o contrário. A jurisprudência do STF dispensa a saída da coisa da esfera de vigilância da
vítima. Já no STJ algumas turmas seguem o STF e outras adotam outro entendimento.

Errado
O CP afirma no Art. 171, §2º, IV que comete estelionato quem “emite cheque, sem suficiente
provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento”. A jurisprudência tem
entendido no sentido que também o cheque pré-datado se enquadra neste artigo. Porém, o caso
em questão fala em apresentação do cheque antes da data combinada, o que descaracteriza a
conduta de estelionato, não respondendo portanto o emitente pelo crime.

Letra C
Do exposto acima vemos que a opção correta é a C.

Errado
O CP realmente prevê que: “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil” (Artigo 5, §2º). A CF/88 também diz no Artigo 109, IX, que aos juizes federais
compete julgar “os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência
da Justiça Militar”. O entendimento dos tribunais superiores porém não é pelo julgamento na justiça
federal.
Errado
O princípio da representação ou da bandeira é usado apenas nos casos onde o crime não seja
julgado pelo estado estrangeiro que deveria fazê-lo, conforme Art. 7, II, c do CP.

Errado
O entendimento do STJ é de que não há conflito aparente de normas, haja vista que os bens
jurídicos tutelados são diversos, ensejando a aplicação de ambas as regras em concurso formal.

Errado
Realmente o CP adotou a teoria da acessoriedade limitada, pela qual a conduta principal precisa
ser típica e antijurídica. Segundo esta teoria, pouco importa se quem cometeu o crime é
inimputável para a condenação do partícipe, por exemplo. No caso em questão, uma vez que o
autor do crime foi absolvido, não existe um fato típico e antijurídico pelo qual Gildo pudesse ser
condenado como participante, por esta teoria.
Correto
Realmente o CP brasileiro adotou a teoria monista (outras teorias sobre concurso de pessoas são
a dualista e a pluralística) que está bem explicada no enunciado. Existe realmente na doutrina a
possibilidade de participação por omissão, por exemplo no caso onde um funcionário não tranca a
porta do estabelecimento para que alguém mais tarde pratique um furto. Neste caso, por não
cumprir seu dever este participa por omissão. Não se fala em participação por omissão quando não
existe o dever jurídico de impedir o crime.

Correto
O entendimento do STJ é neste sentido. Em primeiro lugar, o prazo de 824 dias está muito além do
prazo de 81 dias, tido como marco na lei para a prisão preventiva. Além disso, o fato do preso ter
sido inocentado com base na ausência notória de autoria torna ainda mais ilegal a prisão. Portanto,
o entendimento do STJ é de que “a prisão por erro judiciário ou permanência do preso por tempo
superior ao determinado na sentença, de acordo com o art. 5º, LXXV, da CF, garante ao cidadão o
direito à indenização”. A responsabilidade é objetiva, segundo o entendimento do STJ ainda.

Correto
Segundo a jurisprudência a Administração deve ser responsabilizada de forma objetiva. O STF já
condenou entes públicos por danos provocados pela permanência de animais nas vias de
circulação por insuficiência do serviço de fiscalização - configurado como polícia administrativa.
Errado
Uma determinada conduta criminosa pode parecer se enquadrar em mais de um dispositivo legal:
um que descreve situações gerais e outro que contém elementos especializantes. O princípio da
especialidade manda aplicar o dispositivo especial em detrimento do geral. No caso em questão
existem dois prazos prescricionais para a ação de indenização: um estabelecido pelo Código Civil:
“A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor” (Artigo 205, CC)
e o prazo de 3 anos estabelecido pelo Artigo 206, §3º, V. O erro está na afirmação de que o prazo
prescricional é de 5 anos, que se aplica quando a ação é contra o Poder Público.

Correto
O momento correto para que o Estado entre com a ação de regresso contra o servidor é após o
trânsito em julgado da ação que resulta em condenação da Administração. Caso o servidor seja
denunciado à lide o processo, entretanto, torna-se mais rápido.

Errado
O STF já condenou ente público a indenizar particulares por conta de danos causados por obras
públicas, seguindo a teoria do risco administrativo.

Letra C
Do exposto vemos que temos 3 itens corretos.
2 – Ministério Público de Rondônia – Administrativo/Vários Cargos - 2008

Correto
Artigo 5º, LVI: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.

Errado
Artigo 5º, XL: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.

Errado
Artigo 37, III: “o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período”.

Correto
Além destas, fazem parte da administração indireta as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.

Correto
Também o são as sociedades de economia mista. As autarquias e as fundações públicas são
pessoas jurídicas de direito público.

Errado
Desde a Emenda Constitucional 19 (reforma administrativa) este princípio está presente na CF.
Errado
Esta situação fere claramente o princípio da impessoalidade, pois a contratação foi feita com um
amigo e sem licitação. Não se pode dizer que no ramo de cadeiras escolares possa haver
diferenciação a ponto de se dispensar licitação. E quanto aos preços estarem compatíveis com o
valor de mercado, também não é motivo, pois se os preços são iguais ao do mercado então está
se atribuindo ao contratado uma vantagem sobre todos outros que poderiam fazer os mesmos
preços.

Correto
Conforme o Artigo 37, XXI da CF/88: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações”. O princípio da isonomia é aquilo que a própria CF estabelece no
Artigo 5º, caput: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Errado
Conforme explicado na questão 55, houve desrespeito aos princípios fundamentais da
Administração Pública. O princípio da eficiência por si só não permite que se passe por cima de
todos outros princípios. Não faz sentido, por conta da celeridade dos processos públicos, passar
por cima de outros valores essenciais ao serviço público.
Errado
O mandato popular não confere poderes acima da Lei a ninguém. Fosse assim e teríamos o
conceito de irresponsabilidade estatal. Os representantes do povo devem se sujeitar também ao
ordenamento jurídico, que garante que ninguém, nem mesmo a vontade momentânea do próprio
povo, passe sobre as regras para garantia do bem comum.

Correto
O Poder Disciplinar pode ser definido como a competência da Administração Pública para apurar
infrações e aplicar sanções aos servidores públicos e demais pessoas que possuem um vínculo
especial com o Poder Público.

Correto
O desvio de finalidade ocorre sempre que o agente do poder público age visando um fim que não
aquele que a lei estabelece. É um desvio de caráter subjetivo. Neste caso, a lei estabelece o livre
acesso para facilitar a investigação e não para que aquele investido desta competência desfrute de
regalias. Portanto, ao agir contra a finalidade da atribuição, o policial incorre em desvio de
finalidade.
Errado
Trata-se de polícia judiciária. Polícia Administrativa incide apenas sobre os bens, direitos e
atividades, ao passo que a Polícia Judiciária atua sobre as pessoas, individualmente ou
indiscriminadamente. Investigação de crime é atividade repressiva, própria de polícia judiciária.

Correto
O ato composto é aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a produção
de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. Exemplo: homologação de um
procedimento licitatório. Observar que a divisão entre ato composto e complexo é controvertida na
doutrina.

Errado
Revogação é própria do órgão responsável pelo ato, quando julgar que por conveniência e
oportunidade o ato não mais atende ao interesse público. O Judiciário apenas pode anular atos
ilegais, mas não entrar na discricionariedade do ato, revogando-o.

Correto
Presunção de legitimidade é o atributo do ato administrativo que faz com que este seja
considerado legítimo, de acordo com a Lei, até que se prove o contrário. Da mesma forma o ato
deve ser considerado como verdadeiro, o que se entende como presunção de veracidade. Outros
atributos do ato administrativo são auto-executoriedade e imperatividade.

Errado
O ato complexo é aquele que resulta do concurso de vontades de vários órgãos ou vários sujeitos
da Administração Pública, sendo requisitos indispensáveis do ato administrativo complexo a
identidade de conteúdo e a unidade de fins das diversas vontades, que se fundem para formação
de um ato único. A questão é do número de partes envolvidas, e não da “complexidade” técnica do
ato. Exemplo de ato complexo é a concessão de determinados regimes especiais de tributação
que depende de parecer favorável de diferentes ministérios.
Errado
Não se trata de exercício regular de direito o caso enunciado e sim estado de necessidade. Ambos
são excludentes de ilicitude, segundo o Artigo 23 do CP. Exercício Regular de Direito é quando
alguém usa direito seu, de forma que isto retira a ilicitude do ato, que existiria em condições
normais. Por exemplo um boxeador que desfere muitos golpes contra adversário em combate, mas
não pode ser processado por lesões corporais. Já estado de necessidade é o que a questão
enuncia, sendo um exemplo alguém que invade a casa de terceiro para fugir de seqüestrador.

Correto
É o que estabelece o Artigo 312, §3º do CP.

Correto
Artigo 345 do CP e parágrafo único.

Errado
Este texto vai contra o Artigo 3º do CP: “- A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.” A banca do CESPE aceita este texto, embora existam correntes
que defendam que ele não foi aceito pela CF/88.

Errado
A possibilidade de extinção de punibilidade por casamento com a vítima foi revogada pela Lei
11106/05.
Errado
Conforme o Artigo 5, §1º do CP, somente as de natureza pública ou a serviço do governo, e não as
privadas.

Correto
Realmente trata-se de corrupção passiva (Artigo 317 do CP). Este crime assim como os outros que
não identificados no CP com expressões como “mediante representação” (por exemplo Artigo 147)
são de ação penal pública incondicionada, ou seja, basta que a Autoridade Policial tenha
conhecimento do crime, sem necessidade de manifestação de nenhum outro agente ou da vítima,
para a instauração da ação.

Errado
O crime é de denunciação caluniosa (Artigo 339) e não comunicação falsa de crime, e a ação é
incondicionada.

Correto
Artigo 332 do CP. O sujeito ativo, ou seja quem pratica o fato descrito na norma incriminadora,
pode ser qualquer pessoa, não necessariamente funcionário publico.

Errado
Isto não é o princípio da continuidade do serviço público e sim o princípio da hierarquia.
Correto
Definição exata do princípio. Este princípio não faz parte dos princípios fundamentais explícitos na
CF (LIMPE).

Errado
Órgãos Públicos são centros de competência para exercício de funções estatais. Eles não tem
personalidade jurídica própria.

Correto
As secretarias são classificadas como órgãos autônomos dentro da administração direta.

Correto
Os servidores em cargos de confiança podem ser exonerados ad nutum pois isto é próprio destes
cargos. A demissão ad nutum não prescinde de justificativa.

Correto
O motivo pode ser vinculado ou discricionário dependendo do ato. Após motivado, porém, o ato
passa a ser vinculado aquele motivo e portanto a afirmação é verdadeira.

Errado
Bastava exonerar o servidor ad nutum, conforme o que foi dito na questão 55.
Correto
Outro exemplo de cargo vitalício é o de Ministro dos Tribunais de Contas.

Errado
O cargo de secretário é em comissão e não efetivo.

Errado
Também é feito pelo Legislativo e pelos Tribunais de Contas (que na verdade são ligados ao
Legislativo).

Errado
Na CF/46 existia o controle prévio (Artigo 77, §§1º e 2º). Porém os TCs ainda fazem o controle
concomitante, no julgamento das medidas que estão sendo tomadas (pelo menos deveriam faze-
lo).

Correto
São instrumentos que permitem o controle sobre atos lesivos ao patrimônio público e a moralidade.

Errado
São na medida que sejam ilegais ou firam direitos, conforme preceitua a CF/88, Artigo 5º, XXXV: “a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Não se cogita
apenas a troca da discricionariedade do administrador pela discricionariedade do magistrado.
Errado
Pela teoria aceita atualmente, do risco administrativo, não há a necessidade de que se comprove a
culpa ou dolo da administração e sim apenas o dano gerado pelo ato omissivo ou comissivo desta.
A necessidade de comprovação da culpa ou dolo da Administração é própria das teorias civilistas,
que foram um segundo passo no desenvolvimento da responsabilidade do Estado.

Correto
Conforme Artigo 37, XII, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa”.

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